Você está na página 1de 5

Cláudia Toledo

Novembro 2023
Ásana

Procedimento orgânico firme e agradável

Ásana é a técnica corporal que melhor define o Yôga talvez porque é a única visível para o
publico
O número de ásanas é infinito. Outros, porém, limitam o número de ásanas em 84.000, dos
quais 840 seriam os mais importantes e, destes, apenas 84 fundamentais.
Ásana é técnica corporal, sim, mas não exclusivamente corporal.

Ásana tem de ter três fatores:

1. procedimento orgânico (posição);


2. respiração coordenada;
3. atitude interior.

O procedimento orgânico precisa ser:


a) estável;
b) confortável;
c) estético.

A respiração coordenada precisa ser:


a) consciente;
b) profunda (abdominal e completa);
c) pausada (ritmada).

A atitude interior precisa ter:


a) localização da consciência no corpo
b) mentalização de imagens, cores e sons
c) Bháva (profunsdo sentimento ou reverência)

Para obter mais flexibilidade


Para acelerar o processo de flexibilidade temos de explorar a permanência e não a repetição
sempre respeitando e escutando o corpo.

Mahá ásanas
Os mahá ásanas merecem um cuidado especial, mesmo por parte dos praticantes avançados.
Jamais coloque um mahá-ásana no início da sua prática ou da sua coreografia.

Contra-indicações
No Yôga Antigo (SwáSthya Yôga), não enfatizamos as contraindicações, uma vez que esta
modalidade não é dirigida a público enfermo, nem de mais idade. Assim, preferimos dar uma
atenção individual a cada praticante, em função das suas limitações, acidentes ou cirurgias que
eventualmente tenha sofrido e, ainda, da sua idade, profissão e expectativas. Um dos aspectos
mais importantes desses cuidados é o exame médico prévio.
Coreografias

Uma das características mais importantes do SwáSthya Yôga, o Yôga Antigo, é a aula
ministrada pelo instrutor ao praticante em formato de coreografia.
O súrya namaskára é considerado um dos mais antigos conjuntos de técnicas corporais do
Yôga, que remonta aos tempos em que o homem primitivo cultuava o Sol.

Portanto, o que hoje chamamos coreografia, já existia e era uma forma de execução bem
arcaica, só que atualmente é pouco conhecida por estar praticamente extinta. Quanto a
parecer dança, não nos esqueçamos de que o criador do Yôga, Shiva, era um dançarino e foi
imortalizado na mitologia com o título de Natarája (rei dos bailarinos).

Regras gerais
Conforme já vimos, uma das principais características do SwáSthya Yôga são as regras gerais
de execução, justamente por constituírem o alicerce da auto-suficiência (SwáSthya).

As regras codificadas são:


1. Regras de respiração coordenada
2. Regras de permanência no ásana
3. Regras de repetição
4. Regras de localização da consciência
5. Regras de mentalização
6. Regras de ângulo didático
7. Regras de compensação
8. Regra de segurança
O objetivo das regras é facilitar a vida do praticante.

1. Regras de respiração coordenada

Movimentos para cima são feitos com inspiração; para baixo com expiração.
As outras regras são:
Flexões para frente e para os lados são feitas com expiração; para trás com inspiração, exceto
as de pé.
Ao torcer uma esponja molhada a água sai: ao torcer o tórax, que é uma esponja de ar, o ar
sai.
Ásanas em decúbito frontal são feitos com inspiração.
Posições musculares são feitas com os pulmões cheios.
Ásanas de longa permanência, ou em que o tronco esteja ereto, têm respiração livre.
Em caso de dúvida ou de mal-estar, pratique todos os ásanas com os pulmões vazios.

2. Regras de permanência no ásana


Há um tempo de permanência para demonstração, um diferente para prática em grupo
conduzida por instrutor e um terceiro para o treinamento individual em casa.

Regras de permanência circunstancial:


A permanência de demonstração é de um segundo no ponto culminante do ásana, uma pausa
antes de seguir adiante com a próxima passagem da coreografia.
A permanência de prática em grupo, conduzida por instrutor, é o tempo que ele determinar.
A permanência no treinamento individual obedece às duas regras que se seguem.
Regra de permanência para iniciantes com até 5 anos de prática – respiração retida:
Enquanto puder reter a respiração*, permaneça. Precisando respirar, desfaça.
Essa retenção pode ser com ar ou sem ar, dependendo do ásana.

Regra de permanência para veteranos saudáveis com mais de 5 anos de prática − respiração
livre:
Permaneça no ásana, respirando livremente, o tempo que o bom-senso e o conforto
permitirem. Antes que cesse o conforto, desfaça a posição.

Regra de Um Segundo Por Dia:


Comece permanecendo apenas um segundo no primeiro dia, dois segundos no segundo dia,
três segundos no terceiro, quatro no quarto e assim sucessivamente. Dessa forma, quando
completar um ano você estará permanecendo cerca de 365 segundos.

3. Regras de repetição
A regra básica da repetição é: Permanência máxima, repetição mínima.

4. Regras de localização da consciência


A localização da consciência consiste em prestar atenção a uma determinada área do corpo.
Um órgão ou grupo de órgãos, um músculo ou grupo muscular, uma articulação, um chakra
etc.
Regra de localização da consciência:
Localize a sua consciência na região mais solicitada pelo ásana.

Quando você localiza a consciência numa região do seu corpo, direciona para lá um jorro de
energia vital. Essa energia é denominada prána.

5. Regras de mentalização
A mentalização é “ação mental” (chaittanya, de chitta) e consiste em aplicar imagens, cores
e/ou sons na região onde você localiza a consciência.
Regra de mentalização exotérica: imagens e verbalização positiva.
Visualize imagens claras e ricas de detalhes daquilo que você quer ver realizado.
Aplique a cromoenergética: cor azul celeste é sedativa. Cor alaranjada é estimulante. O verde
claro associa-se aos arquétipos primitivos da floresta e induz à saúde generalizada. Dourado
contribui para desenvolvimento interior. Violeta auxilia a queimar etapas e superar karmas.

6. Regras de ângulo didático

As regras de ângulo didático (posicionamento do corpo em relação ao observador) são:


Posições de flexão para frente, para trás e de torção são demonstradas de lado.
As de flexão lateral são demonstradas de frente.
Jamais dar as costas ou as solas dos pés na direção do observador.
As posições que estão fora destas categorias são estudadas uma a uma.
Em caso de dúvida ou de ásanas que passam de uma categoria para outra, os ásanas podem,
excepcionalmente, ser feitos a 45 graus.
7. Regras de compensação
A compensação é fundamental para que os
ásanas só proporcionem resultados positivos e jamais comprometam sua coluna ou a sua
saúde em geral.
Regras de compensação na prática regular: Sempre que fizer um ásana de anteflexão,
compense com um de retroflexão, e vice-versa; sempre que executar uma flexão para a
esquerda, compense com uma para a direita, e vice-versa; idem para as torções e assim
sucessivamente.
No caso de séries longas, pode ser recomendável reduzir a proporção de retroflexões.
Regras de compensação na coreografia:
Assim que executar o ásana para um lado, faça para o outro lado um ásana equivalente que o
compense. Apesar disso, quando terminar, repita toda a coreografia para o outro lado.
No que concerne às coreografias, os ásanas devem ser feitos para um só lado.
Consequentemente, o cuidado com a compensação deve ser redobrado com a observação
desta última regra.

8. Regra geral de segurança


Regra de segurança:
Esforce-se sem forçar. Qualquer desconforto, dor, aceleração cardíaca ou transpiração em
excesso são avisos do nosso organismo para que sejamos mais moderados. Estes ásanas não
devem cansar e sim recarregar nossas baterias.

Advertência aos bons praticantes e a seus instrutores


Uma prática completa de Yôga compreende técnicas orgânicas, bioenergéticas, emocionais,
mentais etc., através de respiratórios, relaxamentos, limpeza de órgãos internos, vocalizações,
concentração, meditação e mentalização.

Yôga é qualquer metodologia estritamente prática que conduza ao autoconhecimento

Você também pode gostar