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Aula 06

Senado Federal (Analista Legislativo -


Processo Legislativo) Regimento Interno
do Senado Federal - 2022 (Pós-Edital)

Autor:
Luiz Claudio Santos, Miguel
Gerônimo Netto

22 de Setembro de 2022

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki


Luiz Claudio Santos, Miguel Gerônimo Netto
Aula 06

Sumário

Apreciação das Proposições ......................................................................................................................... 4

1 – Turnos, Turno Suplementar e Interstício .............................................................................................. 4

1.1 – Turnos .......................................................................................................................................... 4

1.2 – Turno Suplementar ....................................................................................................................... 5

1.3 – Interstício ...................................................................................................................................... 6

2 – Emendas da Câmara a Projeto do Senado .......................................................................................... 7

3 – Discussão .......................................................................................................................................... 14

3.1 – Abrangência da Discussão .......................................................................................................... 14

3.2 – Dispensa de Discussão ............................................................................................................... 16

3.3 – Adiamento de Discussão ............................................................................................................ 17

3.4 – Uso da Palavra e Interrupção da Discussão ................................................................................ 19

3.5 – Encerramento da Discussão ........................................................................................................ 22

3.6 – Proposição Emendada ................................................................................................................ 24

4 – Votação ............................................................................................................................................. 26

4.1 – Encaminhamento da Votação ..................................................................................................... 26

4.2 – Adiamento da Votação ............................................................................................................... 32

4.3 – Deliberações e Quóruns ............................................................................................................. 33

4.4 – Escusa ou Declaração de Impedimento na Votação ................................................................... 43

4.5 – Procedimentos em caso de Empate ........................................................................................... 44

4.6 – Manifestações em Votação ......................................................................................................... 44

4.7 – Interrupção da Votação .............................................................................................................. 45

4.8 – Proclamação do Resultado da Votação ...................................................................................... 46

4.9 – Declaração de Voto .................................................................................................................... 48

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4.10 – Modalidades e Processos de Votação ...................................................................................... 49

4.11 – Processamento da Votação ...................................................................................................... 56

5 – Preferência ........................................................................................................................................ 62

6 – Destaque........................................................................................................................................... 64

Proposições de Legislaturas Anteriores ...................................................................................................... 71

Prejudicialidade .......................................................................................................................................... 74

Sobrestamento do Estudo das Proposições ............................................................................................... 76

Urgência ..................................................................................................................................................... 76

1 – Urgência Constitucional .................................................................................................................... 77

2 – Urgência Regimental ......................................................................................................................... 79

2.1 – Competência Terminativa e Regime de Urgência ....................................................................... 80

2.2 – Tipos de Urgência Regimental.................................................................................................... 81

2.3 – Retirada de Requerimento de Urgência e Extinção da Urgência ................................................ 89

2.4 – Turno Suplementar em Regime de Urgência .............................................................................. 91

Redação para o Turno Suplementar e Redação Final, Correção de Erro e Autógrafos ............................... 92

1 – Redação para o Segundo Turno e Redação Final .............................................................................. 92

2 – Correção de Erro ............................................................................................................................. 100

3 – Autógrafos ...................................................................................................................................... 103

Considerações Finais ................................................................................................................................ 105

Questões Comentadas ............................................................................................................................. 106

1 – Da Apreciação das Proposições ...................................................................................................... 106

2 – Da Redação Para o Turno Suplementar e da Redação Final ............................................................ 109

3 – Das Proposições de Legislaturas Anteriores .................................................................................... 110

4 – Da Prejudicialidade ......................................................................................................................... 111

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5 – Da Urgência .................................................................................................................................... 112

Lista de Questões ..................................................................................................................................... 114

Da Apreciação das Proposições ............................................................................................................ 114

2 – Da Redação Para o Turno Suplementar e da Redação Final ............................................................ 116

3 – Das Proposições de Legislaturas Anteriores .................................................................................... 116

4 – Da Prejudicialidade ......................................................................................................................... 117

5 – Da Urgência .................................................................................................................................... 118

Gabarito ................................................................................................................................................... 119

Resumo Estratégico .................................................................................................................................. 120

Mapas Mentais e Quadros ........................................................................................................................ 136

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APRECIAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES


Neste capítulo, você aprenderá sobre a apreciação das proposições no Plenário do Senado
Federal, assunto constante do Capítulo XIII do Título VIII do RISF, arts. 270 a 316.

1 – Turnos, Turno Suplementar e Interstício

1.1 – Turnos

A Constituição Federal e os Regimentos do Congresso Nacional e de suas Casas contêm


dispositivos que informam sobre turno(s) de tramitação. Curiosamente nenhuma dessas normas
apresenta a definição desse termo.

A Constituição apresenta a ideia de que o turno é composto de discussão e votação (CF, art. 65).
Os Regimentos da Câmara e do Senado confirmam esse entendimento ao afirmarem que o turno
é constituído de discussão e votação (RICD, art. 149, caput, e RISF, art. 271).

Então, vamos ficar com a seguinte definição de turno: etapa do processo legislativo destinada a
apreciação de determinada matéria, sendo, em regra, composto de discussão e votação.

Vamos, então, ver a regra e as exceções em relação tanto ao quantitativo de turnos quanto à sua
composição:

 Quanto ao quantitativo de turnos:


 Em regra, as proposições tramitam em turno único (RISF, art. 270, caput).
 Haverá turno suplementar quando, em turno único, o Plenário aprovar substitutivo
integral.

 Excepcionalmente:
 em dois turnos: Proposta de emenda à Constituição (CF, art. 60, § 2º; e RISF, art. 270,
caput; e 354, caput);
 Quanto à composição do turno:
 Em regra, o turno é constituído de discussão e votação.
 Excepcionalmente, o turno será constituído apenas de:
 Votação, se:
 A discussão for dispensada por deliberação do Plenário a requerimento de líder,
no caso de proposição com pareceres favoráveis (RICD, art. 276);

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 Emenda apresentada em comissão a projetos de iniciativa do Presidente da


República com tramitação urgente que, em razão de recurso, seja submetida ao
Plenário, sem discussão (RISF, art. 124, III).
 Discussão, se:
 Substitutivo em turno suplementar, se a discussão se encerrar sem emendas;
o O substitutivo será dado como definitivamente adotado sem votação (RISF, art.
284);
 Redação final, se a discussão se encerrar sem emendas ou retificações.
o A matéria será considerada definitivamente aprovada sem votação, a não ser
que algum Senador requeira seja submetida a votos (RISF, art. 324).

Projetos de Comissão Mista tramitam em dois turnos na


Casa iniciadora, que poderá ser a Câmara ou Senado,
conforme a alternância prevista no Regimento Comum.
Mas isso não é assunto do RISF. Então, explicarei em
detalhes isso no meu curso de Regimento Comum do
Congresso Nacional. Isso é um convite para você, viu? (risos).

1.2 – Turno Suplementar

Sempre que for aprovado substitutivo integral a projeto de lei, de decreto legislativo ou de
resolução em turno único, será ele submetido a turno suplementar (RISF, arts. 270, parágrafo
único, e 282).

Turno Suplementar – O RISF utiliza a expressão "turno


suplementar" e, em nenhum momento, o considera
"segundo turno". Então, prefira considerar o turno
suplementar apenas como outro turno de apreciação.
Segundo turno é expressão utilizada apenas para matérias
que tramitam em dois turnos. No Senado, apenas a proposta de emenda à
Constituição está sujeita a dois turnos: primeiro turno e segundo turno.

Como o substitutivo integral substitui integralmente o projeto original, o turno


suplementar permite uma nova discussão e votação do novo texto (substitutivo
integral) para confirmar a vontade do Plenário em acolher essa nova versão. O art.
317 estabelece que 'terminada a votação (em turno único), com a aprovação de
substitutivo, o projeto irá à comissão competente a fim de elaborar a redação para
o turno suplementar.

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Em geral, não há prazo para a realização de turno de tramitação, inclusive do turno suplementar.
Mas, nos projetos sujeitos a prazo de tramitação, o Regimento Interno do Senado,
excepcionalmente, prevê duas medidas diferentes para impor a apreciação da matéria: 1) o turno
suplementar realizar-se-á dois dias úteis após a aprovação do substitutivo, se faltarem oito dias, ou
menos, para o término do referido prazo. Nesse caso, o turno iniciará nesse prazo, ou seja, será
iniciada a discussão suplementar da matéria; ou 2) se forem oferecidas emendas na discussão
suplementar, a matéria será incluída em Ordem do Dia na sessão deliberativa ordinária seguinte se
faltarem cinco dias, ou menos, para o término do referido prazo, podendo o parecer ser proferido
em plenário. Nesse caso, para se proceder à votação suplementar (RISF, art. 282, § 1º, e 283,
parágrafo único).

Poderão ser oferecidas emendas no turno suplementar, por ocasião da discussão da matéria,
vedada a apresentação de novo substitutivo integral. Essas emendas devem ser apresentadas na
Ordem do Dia, ao anunciar-se a discussão do projeto em turno suplementar e qualquer Senador
poderá apresentá-las (RISF, arts. 8º, I; 235, III, “b”, 2; e 282, § 2º).

Se forem oferecidas emendas na discussão suplementar, a matéria irá às comissões competentes,


que não poderão concluir seu parecer por novo substitutivo. Em relação ao parecer das comissões
competentes, há uma ressalva no caso de projeto com prazo determinado. Como citei acima, se
forem oferecidas emendas na discussão suplementar a projeto com prazo determinado, se
faltarem cinco dias, ou menos, para o término do referido prazo, a matéria será incluída em Ordem
do Dia na sessão deliberativa ordinária seguinte, podendo o parecer ser proferido em plenário
(RISF, art. 283).

Não sendo oferecidas emendas na discussão suplementar, o substitutivo será dado como
definitivamente adotado sem votação (RISF, art. 284). Em outras palavras, somente haverá votação
em turno suplementar se houver emendas na discussão suplementar.

As vedações de apresentação de novo


substitutivo integral na fase de emendamento
na discussão em turno suplementar e de as
comissões concluírem seus pareceres sobre as
emendas com novo substitutivo tem por
finalidade evitar a abertura de sucessivos turnos suplementares a cada novo
substitutivo integral que viesse a ser apresentado.

1.3 – Interstício

Sei que para muitas pessoas essa palavra “interstício” é novidade. Então, vou logo apresentar o
melhor sinônimo para esse contexto: “intervalo”.

Todo mundo que já frequentou escola lembra dos intervalos entre aulas. Quem assiste partidas
de futebol está familiarizado com os intervalos entre o primeiro e o segundo tempo. No contexto

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legislativo, o intervalo é também uma determinada medida de tempo entre etapas do processo
legislativo em que se faz uma “pausa” no fluxo de trabalho com o objetivo de possibilitar a devida
publicidade e acesso às informações, assim como a análise necessária para a etapa seguinte.

 Interstício:
 Aplicável as proposições em geral, exceto as em regime de urgência:
 Proposições em tramitação normal;
 Matérias sujeitas a disposições especiais, salvo se houver regra específica.
 Em regra, três dias úteis:
 Da publicação de avulsos eletrônicos dos pareceres das comissões e o início da
discussão ou votação correspondente (RISF, art. 280);
 Esse intervalo ocorre entre o exame em Comissão e a apreciação em Plenário.
 No caso de PEC, o tempo do intervalo entre essas etapas é de cinco dias após a
publicação do parecer da CCJ no Diário do Senado Federal (RISF, art. 357);
 Da aprovação da matéria e o início do turno seguinte.
 Esse intervalo ocorre entre turnos.
 Nos projetos sujeitos a prazo de tramitação, o turno suplementar será realizado
dois dias úteis após a aprovação do substitutivo integral, se faltarem oito dias ou
menos, para o término do referido prazo (RISF, art. 282, § 1º);
 Nos demais casos de turno suplementar, o RISF é silente quanto ao interstício
entre o turno único e o turno suplementar;
 Se PEC, o intervalo entre o primeiro e o segundo turnos é de, no mínimo, cinco
dias úteis (RISF, art. 362);
 Dispensa de interstício:
 O RISF dispensa interstício em matéria em regime de urgência (RISF, art. 337);
 Nos demais casos, o Plenário poderá dispensar tanto o interstício quanto a prévia
publicação de avulso eletrônico para inclusão na Ordem do Dia se atendidos dois
requisitos (RISF, art. 281):
 A proposição esteja há mais de cinco dias em tramitação no Senado;
 Houver requerimento de qualquer Senador.

2 – Emendas da Câmara a Projeto do Senado

Quando a Câmara dos Deputados aprecia projeto do Senado Federal e o aprova com emendas,
deve devolvê-lo ao Senado para apreciação das emendas (CF, art. 65). Os arts. 285 a 287 do
Regimento Interno do Senado dispõe sobre os critérios para apreciação das modificações que a

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Câmara dos Deputado, em atuação como Casa revisora, propôs ao aprovar projeto do Senado na
fase revisional do processo legislativo.

A emenda da Câmara a projeto do Senado não é suscetível de modificação por meio de subemenda
(RISF, art. 285).

O Regimento Interno do Senado Federal não define subemenda, mas estabelece sua correlação
com emenda, ou seja, a subemenda incide sobre emenda previamente existente, e pode ser
apresentada tanto pela Comissão quanto por relator em Plenário (RISF, arts. 125, 133, V, “c”; e
231; e 246, III).

Quais são os tipos de subemendas?

O Regimento Interno do Senado e o


Regimento Comum do Congresso Nacional
não especificam quais os tipos de subemendas
existentes, mas reconhecem a existência de subemendas supressivas e
substitutivas (RISF, art. 300, VII; e RCCN, art. 49, § 3º). Comparativamente, o
Regimento Interno da Câmara dos Deputados, especifica que as subemendas são
apenas de três tipos: supressiva, substitutiva e aditiva (RICD, art. 118, § 7º).

A literalidade do art. 285 indica a impossibilidade de se utilizar subemenda para promover


qualquer alteração em emenda da Câmara a projeto do Senado. Numa primeira análise, nenhuma
modificação seria permitida, inclusive as redacionais. Mas, há possibilidade de modificação nas
emendas da Câmara a projeto do Senado na elaboração da redação final pela Comissão Diretora,
que tem a competência de elaborar a redação final das proposições de iniciativa do Senado e das
emendas e projetos da Câmara dos Deputados aprovados pelo Plenário, escoimando-os dos vícios
de linguagem, das impropriedades de expressão, defeitos de técnica legislativa, cláusulas de
justificação e palavras desnecessárias (RISF, art. 98, V).

Na prática legislativa, o Senado apenas não admite modificações de mérito nas emendas
da Câmara a projeto do Senado, de modo que o julgamento de mérito seja apenas pela
aprovação ou pela rejeição dessas emendas, conforme o caso. Havendo necessidade de
correções que não envolvam mérito, o Senado admite emendas de redação apresentadas
por comissão ou por relator em Plenário. Exemplos: Na apreciação de emenda da Câmara
ao Projeto de Lei do Senado nº 406/2014, a emenda nº 3 foi aprovada com emenda de

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redação (DSF, 6/5/2015, p. 141). Exemplo mais recente ocorreu na apreciação de Emenda
da Câmara (ECD) nº 6/2015 ao Projeto de Lei do Senado nº 238/2008, que, em
20/09/2019, recebeu parecer da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação,
Comunicação e Informática com emenda de redação.
“Diante do exposto, o voto é pela aprovação da Emenda nº 1 da ECD nº 6, de 2015, em
sua forma original e pela aprovação da Emenda nº 2 com ajuste de redação para substituir
por “dos preços” a expressão “das tarifas”.
Destaca-se para a necessidade de se realizar semelhante ajuste redacional ao art. 1º do
PLS nº 238, de 2008, no momento da elaboração da redação final pela Comissão Diretora”
(DSF, 20/09/2019, p. 121-122).

ECD?
Esclarecimento quanto à sigla e numeração da emenda da Câmara a projeto do Senado.
Até o final da 55ª Legislatura, o Senado utilizava a sigla ECD para identificar as emendas
da Câmara a projeto do Senado. Então, quando a Câmara apresentava uma ou mais
emendas a projeto do Senado, a emenda única ou conjunto de emendas eram
identificadas como Emenda da Câmara (ECD) e recebia uma numeração única, sendo cada
emenda numerada internamente como emenda nº 1, emenda nº 2, emenda nº 3 e assim
por diante, conforme a quantidade de emendas aprovadas pela Câmara.
Em 2019, Câmara e Senado passaram a adotar sistema de numeração comum de
proposta de emenda à Constituição, projeto de lei ordinária e complementar e projeto de
decreto legislativo. Para facilitar sua compreensão, separei uma notícia com ilustrações
para você saber em detalhes o antes e o depois. Acesse a notícia ilustrada publicada pela
Agência Senado, aprecie e aprenda mais: Veja como ficarão a numeração e a
nomenclatura dos projetos no Congresso.
Em razão desse novo padrão, desde fevereiro de 2019, as emendas da Câmara a projeto
do Senado são identificadas com a mesma sigla e número do projeto original.

Você já saber que quando a Câmara dos Deputados aprecia projeto do Senado Federal e o aprova
com emendas, deve devolvê-lo ao Senado para apreciação das emendas (CF, art. 65). Nos termos
regimentais, isso pode ocorrer pela apresentação de emendas ou série de emendas distintas, cada
uma com alterações pontuais em partes do projeto, ou, ainda, por meio de substitutivo, que é
emenda que substitui integralmente o projeto (RISF, art. 246, § 4º). Então, os artigos 286 e 287 do
RISF, preveem maneiras diferentes de apreciar as alterações promovidas pela Câmara dos
Deputados em projetos do Senado Federal.

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Substitutivo – definições no contexto do Congresso Nacional


“Emenda que visa à substituição da integralidade do texto de uma proposição principal
por outro, promovendo alterações substanciais ou apenas formais em parte ou na
totalidade do texto principal substituído”. (Glossário de Termos Legislativos, 2018, p. 74).
“Emenda substitutiva é apresentada como sucedânea a parte de outra proposição,
denominando-se “substitutivo” quando a alterar, substancial ou formalmente, em seu
conjunto; considerando-se formal a alteração que vise exclusivamente ao
aperfeiçoamento da técnica legislativa” (RICD, art. 118, § 4º).

Caso a Câmara dos Deputados tenha oferecido alterações parciais por meio de uma ou mais
emendas, deverá ser aplicado o art. 286. De acordo com esse dispositivo, o Senado votará as
emendas da Câmara a projeto do Senado:

 Em regra: em globo.
 Excepcionalmente:
 em grupos, segundo os pareceres:
 Se qualquer comissão se manifestar favoravelmente a umas e contrariamente a
outras.

 Destacadamente:
 Se for aprovado destaque para votação de qualquer emenda, caso em que a emenda
destacada será votada de maneira individualizada.

Na hipótese do inciso I do art. 286 do RISF, haverá um grupo com emendas com pareceres
favoráveis e outro com emendas com pareceres contrários. O RISF é silente quanto a
emendas com pareceres divergentes. Por exemplo, suponha-se que a Comissão Z emitiu
parecer favorável à emenda nº 1 e contrário as emendas nºs 2 a 5. Por sua vez, a Comissão
X emitiu parecer favorável às emendas nº s 1 e 2 e contrário às emendas nºs 3 a 5. O que

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acontecerá com a emenda 2, que recebeu parecer contrário da Comissão Z e favorável da


Comissão X? O RISF não responde. Na Câmara dos Deputados, essa emenda seria
considerada com pareceres divergentes e, por isso, votada separadamente fora de
qualquer grupo (RICD, art. 189, § 2º).

A previsão do parágrafo único do art. 286 do RISF de que a emenda da Câmara só poderá ser
votada em parte se o seu texto for suscetível de divisão encontra correspondência no art. 137 do
Regimento Comum do Congresso Nacional, no seu Título VI, que trata das disposições comuns
(às duas Casas) sobre o processo legislativo.

RCCN

Art. 137. Ao votar as emendas oferecidas pela Câmara revisora, só é lícito à


Câmara iniciadora cindi-las quando se tratar de artigos, parágrafos e alíneas,
desde que não modifique ou prejudique o sentido da emenda.

A aplicação combinada desses dispositivos tem se mostrado impraticável, pois como dividir uma
emenda para votar separadamente suas partes sem modificar ou prejudicar o sentido da emenda?
Haveria modificação da emenda caso uma ou mais partes fossem aprovadas e outra ou outras,
rejeitadas. Então, ciente dessa problemática, recomendo a você apenas considerar a literalidade
do texto regimental para fins de prova de concurso, conforme transcrito a seguir.

RISF

Art. 286.

Parágrafo único. A emenda da Câmara só poderá ser votada em parte se o seu


texto for suscetível de divisão.

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Imagem 1: Emenda da Câmara a Projeto do Senado (padrão até 2018).

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Votação de Substitutivo da Câmara a projeto do Senado

E na hipótese de a Câmara dos Deputados pretender alterar o projeto em seu conjunto e oferecer
um substitutivo?

Nesse caso, a lógica de apreciação é invertida em relação a utilizada para votação das emendas da
Câmara a projeto do Senado e também em comparação à votação de substitutivos integrais
apresentados no Senado, que, em regra, são votados em globo (RISF, art. 300, XV).

O substitutivo da Câmara a projeto do Senado será considerado série de emendas e votado,


separadamente, por artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens, em correspondência aos do projeto
emendado, salvo aprovação de requerimento para votação em globo ou por grupos de
dispositivos, obedecido o disposto no parágrafo único do art. 286 (RISF, art. 287).

O substitutivo, que é uma única emenda substitutiva que modifica o conjunto do projeto, será
considerado série de emendas. Dessa maneira, sendo possível a divisão nos termos do art. 286,
cada artigo, parágrafo, inciso, alínea e item poderá ser considerado uma emenda a compor a série
de emendas que o substitutivo está sendo considerado, obedecido o critério de que a emenda da
Câmara só poderá ser votada em parte se o seu texto for suscetível de divisão.

Então, vou esquematizar para você:

 Regra: Separadamente, como sendo série de emendas:


 Artigos; parágrafos; incisos; alíneas e itens, em correspondência aos do projeto
emendado;

Essa correspondência deve ser de conteúdo e


não de numeração. Por exemplo, se o
substitutivo acrescentou um artigo entre os
artigos 3º e 4º do projeto, o artigo 3º do
substitutivo corresponderá ao artigo 3º do projeto, mas o artigo 5º do substitutivo
corresponderá ao artigo 4º do projeto). Essa ideia se aplica aos demais
dispositivos: parágrafos, incisos, alíneas e itens.

 Exceções: em decorrência de aprovação de requerimento:


 votação em globo;
 votação por grupos de dispositivos.
 Obedecido o critério de que a emenda da Câmara só poderá ser votada em parte se
o seu texto for suscetível de divisão.

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Separei um exemplo de votação de


substitutivo da Câmara a projeto do
Senado em que o Senado aprovou
requerimento para votação em globo do
substitutivo. Pela extensão do conteúdo,
incluirei os links para acesso ao texto do substitutivo e à ficha de tramitação no
Senado para consulta e análise. Esse exemplo já segue o novo padrão de
identificação e numeração das proposições adotado em conjunto pela Câmara dos
Deputados e Senado Federal a partir da 56ª Legislatura, iniciada em 1º de
fevereiro de 2019.

PROJETO DE LEI N° 693, DE 2019 (SUBSTITUTIVO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS AO PROJETO


DE LEI Nº 693, DE 2019) Links: 1) Substitutivo da Câmara a projeto do Senado; e 2)
ficha de tramitação do substitutivo da Câmara no Senado.

3 – Discussão

Vimos que, em regra, o turno de tramitação é constituído de discussão e votação. Por princípio,
há separação entre a discussão e a votação, de maneira que esta somente pode ocorrer após
encerrada aquela. Em outras palavras, primeiro se discute a matéria para, posteriormente,
proceder-se à sua votação. Esse é um dos princípios do processo legislativo previsto na doutrina.

O Regimento Interno do Senado não define o que seja discussão. Então, nos valeremos mais uma
vez do Glossário de Termos Legislativos para compreensão do assunto. A discussão é a “Fase de
apreciação de uma proposição que precede a votação. No seu decurso os oradores inscritos usam
da palavra para falar contra ou a favor da proposição” (Glossário de Termos Legislativos, 2018,
30).

3.1 – Abrangência da Discussão

A discussão da proposição principal e das emendas será em conjunto.

O propósito do RISF é que a discussão seja a mais abrangente possível. Por isso, esse regimento
prevê, em seu art. 272, que a discussão da proposição principal e das emendas será em conjunto,
ou seja, o debate sobre a matéria ocorrerá de uma só vez, independentemente de seu conteúdo
encontrar-se no projeto ou nas emendas, em suas variadas formas: emenda, subemenda,
substitutivo.

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O art. 272 não menciona expressamente proposições apensadas, substitutivos e subemendas ao


falar de como será a discussão em Plenário. Então, deixe-me explicar a você a razão pelas quais
eu os incluí no mapa mental sobre a abrangência a discussão que apresentarei logo adiante.

As proposições apensadas tramitam em conjunto e são incluídas conjuntamente na Ordem do Dia


da mesma sessão (RICD, art. 260, §§ 1º e 2º).

O RISF prevê a apresentação de substitutivo, que é emenda que substitui integralmente o projeto,
e reconhece que este, quando tiver pareceres favoráveis de todas as comissões, em regra, terá
preferência na votação sobre o projeto em sessão e, havendo mais de um, em regra, a preferência
será regulada pela ordem de apresentação (RISF, arts. 246, § 4º; e 300, XIII e XIV).

As subemendas são emendas apresentadas a outra emenda em Comissão ou em Plenário (RISF,


arts. 125, 133, V, “c”; e 231; e 246, III) e, em sessão deliberativa do Senado, em regra, as emendas
com subemendas são votadas uma a uma (RISF, arts. 300, VI).

Logo, se as proposições apensadas são incluídas na Ordem do Dia com a proposição que tenha
precedência e o substitutivo e as subemendas estarão presentes na votação, todas essas peças
também devem ser consideradas na fase de discussão. Então, tenha essa compreensão, mas
conheça bem a literalidade regimental:

RISF

Art. 272. A discussão da proposição principal e das emendas será em conjunto.

O que fazer na prova?

Pelas razões apresentadas, apesar de ser lógico e decorrer de


interpretação sistemática que a discussão incluirá também as
proposições apensadas, o substitutivo e as subemendas, se
houver (como acontece na prática), o examinador
provavelmente citará apenas a literalidade do RISF numa questão: “A discussão da
proposição principal e das emendas será em conjunto”. Se for assim, marque
“CERTO”. Por outro lado, se o examinador ousar afirmar que a discussão não inclui
as proposições apensadas ou o substitutivo, por exemplo, assinale “ERRADO”.

Diferentemente do Regimento Interno da Câmara dos Deputados (RICD, arts. 114, VI e 165, § 2º),
o RISF não dispõe sobre discussão por partes.

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Mapa Mental 1: Abrangência da Discussão

3.2 – Dispensa de Discussão

As proposições com pareceres favoráveis poderão ter a discussão dispensada por deliberação do
Plenário, mediante requerimento de líder, apresentado ao ser anunciada a matéria (RISF, art. 276).

Mapa Mental 2: Dispensa da Discussão

Três critérios cumulativos:

1º) a proposição com pareceres favoráveis;


2º) requerimento de líder, ao ser anunciada a matéria; e
3º) deliberação do Plenário em favor da dispensa da discussão.

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3.3 – Adiamento de Discussão

Em regra, a discussão pode ser adiada por deliberação do Plenário, por maioria simples, a
requerimento escrito de qualquer Senador ou Comissão. Em regra, não cabe adiamento a matéria
em regime de urgência, mas há matéria em regime de urgência excetuada dessa regra (RISF, arts.
215, caput, e 279, caput). Então, em caráter de exceção, para a realização de diligência, poderá
ser admitido o adiamento de discussão de matéria urgente para ser incluída em Ordem do Dia
pendente de parecer, para inclusão na quarta sessão deliberativa ordinária (RISF, arts. 336, III, e
345, III).

Considerando que as regras do art. 279


para adiamento da discussão são
aplicáveis também ao adiamento da
votação (RISF, art. 315, caput), selecionei
alguns requerimentos de adiamento de discussão ou de votação para fins
exemplificar as hipóteses dos incisos I a V do art. 279 do RISF. Então, basta clicar
no link com a identificação de cada requerimento: Req. nº 44/2019 (Inciso I,
audiência de comissão); Req. nº 691/2019 (Inciso II, reexame de comissão para
informações complementares); Req. nº 791/2017 (Inciso III, ser realizada em dia
determinado); Req. nº 838/2017 (preenchimento de formalidade essencial); Req.
nº 941/2016 (Incisos IV e V, preenchimento de formalidade essencial e diligência
considerada imprescindível ao seu esclarecimento).

Organizei as informações sobre adiamento de discussão em mapa mental para facilitar a


visualização e análise. Em relação à previsão do § 6º do art. 279, de que, não havendo número
para votação do requerimento de adiamento de discussão, ficará este prejudicado, esclareço que
o quórum de presença exigido para o caso é o de maioria absoluta da composição do Senado.
Não havendo, pelo menos, 41 Senadores presentes, o requerimento será prejudicado, dando
oportunidade a que a discussão seja realizada imediatamente.

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Mapa Mental 3: Adiamento de Discussão

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Quadro 1 – Momento para Apresentação de Requerimentos de adiamento da discussão

Momento para
Finalidade
Apresentação
Audiência de comissão que sobre ela não se tenha manifestado

Reexame por uma ou mais comissões por motivo justificado ao se anunciar a matéria

Ser realizada em dia determinado

Preenchimento de formalidade essencial em qualquer fase da


discussão
Diligência considerada imprescindível ao seu esclarecimento

3.4 – Uso da Palavra e Interrupção da Discussão

Anunciada a matéria, será dada a palavra aos oradores para a discussão (RISF, art. 273, caput). A
palavra será dada na ordem em que for pedida, salvo inscrição, caso em que será rigorosamente
observada a ordem de inscrição. Haverá, sobre a mesa, no plenário, livro especial no qual se
inscreverão os Senadores que quiserem usar da palavra, nas diversas fases da sessão (RISF, arts.
16 e 17).

Na prática, o Senado admite que os Senadores


solicitem oralmente suas inscrições. Por
exemplo, na discussão da PEC nº 6/2019
(Reforma da Previdência), alguns Senadores
solicitaram oralmente suas inscrições, que
foram registradas pelo Presidente (DSF, 2/10/2019, p. 84).

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Imagem 2 – Inscrição para discussão da PEC nº 6/2019

O tempo de uso da palavra por Senador para discussão consta do art. 14, IV e V, do RISF e
encontra-se esquematizado no quadro a seguir.

Quadro 2 – Uso da palavra para discussão

Discussão Prazo Quantidade Oradores


Proposições  Não há limite expresso
em Geral  Cada Senador
 Uma só vez;  10 oradores:
Regime de  10 minutos.  5 Senadores a favor;
Urgência
 5 Senadores contra.

Em regra, a discussão não será interrompida, mas há várias exceções como a interrupção da
discussão para formulação de questão de ordem, recepção de visitante ou suspensão da sessão.

De acordo com art. 274 do RISF, a discussão não será interrompida, salvo para:

 formulação de questão de ordem;


 adiamento (da discussão) para os fins previstos no art. 279;

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Art. 279. A discussão, salvo nos projetos em regime de


urgência e o disposto no art. 349, poderá ser adiada,
mediante deliberação do Plenário, a requerimento de
qualquer Senador ou comissão, para os seguintes fins:

I - audiência de comissão que sobre ela não se tenha manifestado;

II - reexame por uma ou mais comissões por motivo justificado;

III - ser realizada em dia determinado;

IV - preenchimento de formalidade essencial;

V - diligência considerada imprescindível ao seu esclarecimento.

 tratar de proposição compreendida no art. 336, I (urgência para apreciação imediata)

São as proposições em regime de urgência


para apreciação imediata, tanto as requeridas
quanto as que independem de requerimento.
Requeridas: quando se tratar de matéria que
envolva perigo para a segurança nacional ou
providência para atender a calamidade pública (RISF, art. 336, I). Urgência que
independe de requerimento: matéria que tenha por fim: autorizar o Presidente da
República declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente e, ainda,
aprovar o estado de defesa e a intervenção federal; autorizar o estado de sítio ou
suspender qualquer dessas medidas (RISF, art. 353, I, “a” e “b”).

 os casos previstos no art. 305;

Art. 305. Sobrevindo, posteriormente, a existência de


número, voltar-se-á à matéria em votação, interrompendo-
se o orador que estiver na tribuna, salvo se estiver
discutindo proposição em regime de urgência e a matéria
a votar estiver em tramitação normal.

 comunicação importante ao Senado;


 recepção de visitante;
 votação de requerimento de prorrogação da sessão;
 ser suspensa a sessão (art. 18, I, f).

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O Presidente poderá suspender o orador, no uso da


palavra, para suspender a sessão em caso de tumulto no
recinto ou ocorrência grave no edifício do Senado.

3.5 – Encerramento da Discussão

O Regimento Interno do Senado, em seu art. 275, apresenta duas hipóteses de encerramento da
discussão: 1) pela ausência de oradores; e 2) por deliberação do Plenário. Nesse último caso, o
Plenário irá se manifestar, por maioria simples, presente maioria da composição do Senado, a
requerimento escrito de qualquer Senador, quando já houverem falado, pelo menos, três Senadores
a favor e três contra (RISF, arts. 215 e 275).

Mapa Mental 4: Encerramento da Discussão

Quadro 3 – Requerimentos referentes à discussão

Requerimento Autoria Condição Decisão


Dispensa  Líder.  Pareceres favoráveis
 Finalidades regimentais;
 Não se aplica a urgência,
 qualquer Senador; ou
Adiamento salvo para diligência a
 Comissão.  Plenário
matéria urgente
pendente de parecer.
 Já houverem falado:
Encerramento  qualquer Senador.  3 Senadores a favor
 3 Senadores contra.

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No Senado, em Plenário, a Presidência anuncia a discussão da proposição principal


(projeto ou proposta de emenda à Constituição) e, se houver, das emendas. Nesses casos,
não se anuncia a discussão ou a votação de parecer de Comissão ou de relator designado
em Plenário.
Por sua vez, no caso de escolha de autoridades, o Presidente anuncia a discussão do
parecer e, após esta ser encerrada, a votação respectiva.

Confira um exemplo de cada uma dessas hipóteses nas imagens a seguir.

Imagem 3 – Discussão de projeto e emendas

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Imagem 4 – Discussão de Parecer sobre escolha de autoridade

3.6 – Proposição Emendada

O Regimento Interno do Senado possibilita a apresentação de emendas tanto em comissão quanto


em plenário (RISF, arts. 122, I e II; 125; 235, II). Inclusive, admite que a emenda apresentada por
membro de comissão e não adotada pela comissão seja renovada em plenário, salvo quando for
unânime o parecer pela rejeição (RISF, art. 232).

Em regra, as “emendas de Plenário” são apresentadas perante a Mesa, no prazo de cinco dias úteis.

A emenda a projeto em turno suplementar deve ser


apresentada em plenário, na Ordem do Dia, ao ser
anunciada a discussão do projeto e, há, ainda, a hipótese
de emenda apresentada em plenário no Período do
Expediente quando se referir a matéria a ser votada nessa
fase da sessão. Além disso, quando a proposição estiver sujeita a parecer em
Plenário, o relator, ao proferi-lo, poderá oferecer emenda ou subemenda (RISF,
arts. 125; 235, II e III, “a”, 1, e “b”, 2).

Os arts. 277 e 278 se referem às emendas apresentadas na fase de plenário nos


termos do art. 235, ou seja, não se aplica às emendas constantes do parecer de
comissão ou, ainda, aquelas apresentadas pelo relator que substituir comissão,
pois este já estará se pronunciado em substituição à comissão competente, razão
pela qual a emenda constante de seu parecer não precisará ser encaminhada à
comissão para parecer.

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As proposições apresentadas no Senado, após recebimento, numeração e publicação, são


distribuídas à comissão ou às comissões competentes para proferirem parecer. Após a
manifestação da única ou última comissão, a matéria retorna ao plenário para leitura dos pareceres
e abertura do prazo de cinco dias úteis para oferecimento de emendas perante a Mesa, em regra.

Então, o art. 277, estabelece que lidos os pareceres das comissões sobre as proposições, em turno
único, e publicados em avulsos eletrônicos, abrir-se-á o prazo de cinco dias úteis para
apresentação de emendas, findo o qual a matéria, se emendada, voltará às comissões para exame.

Encerrado o prazo para apresentação de emendas de Plenário por qualquer Senador, duas
situações distintas podem ocorrer:

 se não for emendada (não for apresentada nenhuma emenda), a proposição estará em
condições de figurar em Ordem do Dia, obedecido o interstício regimental, que é de três
dias úteis. Nesse caso, a matéria será incluída na Ordem do Dia para primeiramente ser
discutida em seu conjunto (proposição + emendas) e, em seguida, submetida a votação;
 se houver emenda ou emendas, a matéria voltará às comissões para exame, ou seja, as
comissões irão emitir parecer às emendas apresentadas em Plenário. Nesse caso, após
serem lidos os pareceres sobre as emendas e publicados no Diário do Senado Federal e
em avulso eletrônico, a matéria estará em condições de figurar na Ordem do Dia,
obedecido o interstício regimental (RISF, art. 277 e 278). Em regra, esses eventos ocorrem
na seguinte sequência:
1) a proposição recebe emenda(s) de Plenário (RISF, art. 235);

2) a matéria volta às comissões competente para exame (RISF, art. 277);

3) as comissões emitem parecer às emendas;

4) os pareceres das comissões são lidos em Plenário e publicados no DSF e em avulsos


eletrônicos (RISF, art. 278);

5) cumpre-se o interstício regimental de três dias úteis (RISF, arts. 278 e 280);

6) a matéria fica em condições de ser incluída em Ordem do Dia (RISF, art. 278);

7) o Presidente inclui a matéria na Ordem do Dia (RISF, art. 48, VI);

8) o Plenário discute a matéria e, em sequência, delibera sobre ela por meio de votação
(RISF, arts. 272 e ss e 288 e 299).

Cabe considerar que o regime de urgência dispensa, durante toda a tramitação da matéria,
interstícios, prazos e formalidades regimentais (RISF, art. 337). Especialmente em caso de urgência
para apreciação imediata, os procedimentos sofrerão alterações.

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4 – Votação

Você já aprendeu que, em regra, cada turno é composto de discussão e votação.

Em regra, a votação será realizada imediatamente após a discussão. Somente será diferente disso
se o Regimento dispuser em outro sentido (RISF, art. 299). No processo legislativo, a rigor, a fase
de votação se realiza após a discussão, sempre que esta fase de debates existir. Afinal, em alguns
casos, não há discussão.

Quanto à afirmação regimental de que a votação será realizada imediatamente após a discussão,
cabe, ainda, esclarecer que, entre o debate realizado durante a discussão e a coleta de votos, há
o denominado encaminhamento da votação.

4.1 – Encaminhamento da Votação

O encaminhamento da votação é medida preparatória da votação. Por isso, o Regimento


estabelece que a votação só se considera iniciada após o término do encaminhamento (RISF, art.
309).

O encaminhamento da votação é procedimento importante para preparar o Plenário para a


deliberação mediante voto. Apesar de ser a regra, há casos em que o Regimento veda esse
procedimento preparatório para a votação. O encaminhamento é a oportunidade de
parlamentares favoráveis e contrários à matéria apresentarem, de maneira bastante resumida, a
defesa do seu posicionamento e direcionar seus pares para votarem num determinado sentido.
Em regra, o tempo para o encaminhamento da votação é de cinco minutos por orador (RISF, art.
14, VI e VII). O encaminhamento de proposição em urgência para deliberação imediata (RISF, art.
336, I) será por metade do prazo para tramitação normal, ou seja, apenas 2,5 minutos (RISF, art.
347). Em eleições e alguns tipos de requerimentos, não há encaminhamento da votação.

Nas votações em geral, como a de projetos e, inclusive, de proposta de emenda à Constituição


(PEC), o RISF não restringe o número de Senadores que poderão usar da palavra para
encaminhamento da votação. Na apreciação da PEC nº 6/2019, Reforma da Previdência, ocorreu
situação interessante para se verificar a separação da discussão da votação e, também da
possibilidade de uso da palavra para encaminhamento por cinco minutos por todos os Senadores
interessados (DSF, 2/10/2019, p. 80-81).

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Imagem 5 – PEC nº 6/2019 – Discussão encerrada e Encaminhamento de Votação (parte 1)

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Imagem 6 – PEC nº 6/2019 – Discussão encerrada e Encaminhamento de Votação (parte 2)

Você pode visualizar as regras de encaminhamento de votação no quadro a seguir:

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Quadro 4 – Encaminhamento de Votação

Objeto Prazo Oradores Dispositivo

Urgência 2,5 minutos  Autor da proposição;


imediata  Relatores; e Art. 347
(metade do
 1 orador de cada partido.
(art. 336, I) prazo normal)

Urgência  Relator da comissão de mérito;


 Líderes de partido ou bloco parlamentar;
(336, II e III) Art. 14, VII
 Senadores designados por Líderes de partidos ou
blocos parlamentares

Votações
Arts. 14, VI,
em Geral  Não há limite
e 308
(Regra)

 Em regra:
 Signatário; e
 1 representante de cada partido ou bloco
parlamentar;
Art. 310,
 Exceções:
caput, I a
5 minutos  Homenagens de pesar, oradores interessados;
XI, e
Requerimentos  Não terão encaminhamento (verificar lista);
parágrafo
 Urgência:
único, e
 Um dos signatários; e
343
 Um Senador de cada partido ou bloco
parlamentar;
 Se de autoria de comissão, o seu
Presidente e o relator da matéria

 Em regra:
 Não terão encaminhamento;
Apoiamento de  Exceções:
Art. 248
proposição  Salvo se algum Senador pedir a palavra para
combatê-lo:
 Um Senador de cada partido ou bloco

Art. 310,
Eleições Não terão encaminhamento
caput

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A seguir, a transcrição de dispositivos referentes a encaminhamento de votação.

RISF

Art. 310. Não terão encaminhamento de votação as eleições e os seguintes


requerimentos:

I - de permissão para falar sentado;

II - de prorrogação do tempo da sessão;

III - de prorrogação de prazo para apresentação de parecer;

IV - de dispensa de interstício e prévia publicação de avulso eletrônico para


inclusão de determinada matéria em Ordem do Dia;

V - de dispensa de publicação de redação final para sua imediata apreciação;

VI - de Senador, solicitando de órgão estranho ao Senado a remessa de


documentos;

VII - de comissão ou Senador, solicitando informações oficiais;

VIII - de comissão ou Senador, solicitando a publicação, no Diário do Senado


Federal, de informações oficiais;

IX - de licença de Senador;

X - de remessa a determinada comissão de matéria despachada a outra;

XI - de destaque de disposição ou emenda.

Art. 248. A votação de apoiamento não será encaminhada, salvo se algum Senador
pedir a palavra para combatê-lo, caso em que o encaminhamento ficará adstrito a
um Senador de cada partido ou bloco parlamentar. [esse dispositivo é sobre
votação de apoiamento de proposição]

Art. 343. No encaminhamento da votação de requerimento de urgência, poderão


usar da palavra, pelo prazo de cinco minutos, um dos signatários e um
representante de cada partido ou de bloco parlamentar e, quando se tratar de
requerimento de autoria de comissão, o seu Presidente e o relator da matéria para
a qual foi a urgência requerida.

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Art. 347. Na discussão e no encaminhamento de votação das proposições em


regime de urgência no caso do art. 336, I, só poderão usar da palavra, e por
metade do prazo previsto para as matérias em tramitação normal, o autor da
proposição e os relatores, além de um orador de cada partido.

Projeto de Código:

Art. 374, VIII - as emendas e subemendas serão votadas, sem encaminhamento, em


grupos, segundo o sentido dos pareceres, ressalvados os destaques requeridos
pelo autor, com apoiamento de, pelo menos, cinco membros da comissão ou por
líder;

Não serão permitidos apartes a encaminhamento de votação, salvo nos casos de requerimento de
homenagem de pesar ou de voto de aplauso ou semelhante (RISF, art. 14, XII, “b”, 3).

Diferentemente do Regimento Interno da Câmara dos


Deputados, o Regimento do Senado não prevê a denominada
“orientação de bancada”, que é a oportunidade de o líder usar
da palavra entre o encaminhamento e o início da votação com a
finalidade de orientar sua bancada para a votação. Na Câmara
dos Deputados, o tempo de uso da palavra para orientação de
bancada é de um minuto e não se confunde com o tempo de encaminhamento da
votação (RICD, arts. 10, IV, e 192, caput).

Porém, na prática, o painel eletrônico do Senado exibe as orientações de


lideranças, que podem ser proferidas durante o encaminhamento da votação.

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Imagem 7 – Orientação de Bancada na prática

4.2 – Adiamento da Votação

Quando aprendemos as regras de adiamento de discussão, apresentei alguns exemplos de


requerimentos de adiamento de discussão e, também, de adiamento de votação, pois, segundo
o Regimento do Senado, o adiamento de votação obedecerá aos mesmos princípios estabelecidos
para o adiamento de discussão (RISF, art. 279 e 315).

Algumas circunstâncias podem não ser propicias para a realização da votação de determinadas
matérias, sendo necessário seu adiamento. Inicialmente, você deve saber que é possível o
adiamento de votação de proposição sujeita ao regime de tramitação normal. Em relação às
matérias em regime de urgência, o adiamento de votação, em regra, não é admitido, mas caberá

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adiar a votação de matéria em regime de urgência no caso de urgência concedida com base no
art. 336, III. Além disso, caberá adiar a votação, no que couber, de matérias sujeitas a disposições
especiais, salvo se houver norma específica aplicável ao caso. Na prática, o Senado admite
adiamento de votação de proposta de emenda à Constituição, que é matéria sujeita a disposições
especiais.

No caso específico do adiamento de votação, o requerimento deverá ser apresentado e votado


como preliminar ao ser anunciada a matéria.

Na hipótese de inexistir quórum para deliberação, há significativa diferença de procedimento


quanto aos requerimentos de adiamento de discussão e adiamento de votação:

 Adiamento de discussão, o requerimento será prejudicado.


 Adiamento de votação, o requerimento ficará sobrestado.
 Esse sobrestamento significa que o requerimento permanecerá válido e aguardará
oportunidade para sua votação e se justifica pelo fato de que a falta de quórum em
Plenário também não possibilitará a votação da matéria a qual o requerimento se refere
(o RISF não esclarece se esse sobrestamento ocorrerá apenas na sessão em que ocorreu
ou se será estendido para sessão futura até que seja votado).

4.3 – Deliberações e Quóruns

Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões


serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros (CF, art. 47).

 Regra:
 Presença: Maioria absoluta dos membros da Casa ou da comissão, conforme o caso;
 Decisão: maioria de votos (dos presentes à deliberação).

Os três principais exemplos de disposição constitucional em contrário ao citado quórum de


deliberação por maioria simples previsto no art. 47 da CF são os seguintes: 1) exigência de maioria
absoluta para aprovação de lei complementar (CF, art. 69); 2) a exigência de 3/5 dos votos para
aprovação de proposta de emenda à Constituição (CF, art. 60, § 2º); e 3) exigência de 2/3 dos
votos para sentença condenatória, por crime de responsabilidade, do Presidente da República e
demais autoridades previstas no art. 52, I e II, da CF.

Recomendo que você pense nessa ideia presente no art. 47 da CF/88 em duas etapas:

1º. Quórum de deliberação: é o número mínimo de parlamentares presentes para que se


possa iniciar uma deliberação na Casa legislativa ou em suas Comissões. Em regra, deve

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estar presente a maioria absoluta dos membros do Colegiado (Casa ou Comissão). Como
veremos mais adiante, maioria absoluta corresponde à quantidade de parlamentares
equivalente ao primeiro número inteiro acima da metade do total de membros. Essa é a
quantidade mínima de presentes para que possa ser iniciada a votação de uma matéria.
 Na Câmara dos Deputados: total de 513 Deputados ÷ 2 = 256,5  257. Assim, para
que seja iniciada uma votação, é necessária a presença de, no mínimo, 257
Deputados (primeiro número inteiro acima da metade);
 No Senado Federal: total de 81 Senadores ÷ 2 = 40,5  41. Assim, para que seja
iniciada uma votação, é necessária a presença de, no mínimo, 41 Senadores (primeiro
número inteiro acima da metade);
2º. Quórum de aprovação: é o número de votos “SIM” necessários para que uma matéria
seja aprovada. A Constituição Federal (CF, art. 47) estabelece, como regra, que as
deliberações serão realizadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta dos
membros. Por meio da aplicação dessa regra, tem-se a denominada “maioria simples”
ou “maioria relativa”. Mas, saiba que a Constituição exige quóruns superiores para a
aprovação de algumas matérias específicas como lei complementar (maioria absoluta) e
emenda à Constituição (três quintos). Assim, podemos classificar os quóruns de
aprovação em: maioria simples (regra) e maioria qualificada (exceção).

Quóruns: breve explicação sobre como calculá-los:

Vou esclarecer aqui, de maneira simplificada, como calcular o quórum de maioria simples e, ainda,
os quóruns de maioria qualificada: maioria absoluta, 3/5 e 2/3.

Vou calcular esses quóruns inicialmente com base no quantitativo hipotético de uma Casa
legislativa com 100 membros.

 Maioria simples (ou relativa). Esse quórum é calculado com base na quantidade de
presentes. Nesse caso, corresponderá à maioria de votos, desde que presente a maioria
absoluta. Então, se dos 100 membros, pelo menos 51 estiverem presentes e votarem,
prevalecerá como resultado a maioria de votos (explicarei como calcular maioria absoluta
logo adiante). Para facilitar seu entendimento nesse início, vamos supor que todos os
presentes votem apenas “Sim” ou “Não”. Então, se dos 100 membros, 60 comparecerem
e votarem, serão suficientes 31 votos para aprovar a matéria, ou seja, a maioria dos 60 votos
proferidos. Vejamos um segundo exemplo: se 90 membros votarem, a maioria de votos será
representada por 46 votos (e não mais por 31, como no exemplo anterior, nem ainda como
51, que é a maioria absoluta). Essa maioria é considerada simples ou relativa, pois seu
cálculo será variável (flutuará), conforme o número de membros presentes.

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Cálculo da maioria simples – Há três correntes


doutrinárias quanto ao cálculo da maioria simples.
Mas para ser bem prático aqui, digo a você que
Câmara dos Deputados e Senado Federal utilizam a
mesma corrente de interpretação para cálculo da
maioria simples e consideram para o cálculo do resultado apenas os votos “Sim”
e “Não”, o que for maior ganha. Assim, eventuais votos em branco ou abstenções
são considerados apenas para efeito de quórum (de presença).

 Como é isso na Câmara dos Deputados ou no Senado Federal, por exemplo?


Inicialmente, responderei essa indagação considerando apenas a regra do art. 47 da
Constituição Federal, tudo bem? Depois avançarei nas regras regimentais. Portanto,
havendo o quórum mínimo de presença de 257 Deputados ou de 41 Senadores,
conforme o caso, e pressupondo-se que foram computados apenas votos “SIM” e
“NÃO, a matéria seria declarada aprovada se obtivesse qualquer quantidade de
votos “SIM” que fosse maior que a quantidade de votos “NÃO”; e o contrário disso
resultaria na rejeição da matéria. Como mencionei, o entendimento adotado por
ambas as Casas é que, para a aprovação da matéria, basta que o número de votos
“SIM” seja maior que o de votos “NÃO”. Na situação hipotética de serem
computados na Câmara o total 300 votos a um projeto: 160 “SIM” e 140 “NÃO” e,
no Senado o total de 70 votos: 40 “SIM” e 30 “NÃO”, a matéria seria considerada
aprovada em ambas as Casas, já que: (i) estiveram presentes, em cada Casa, 300
deputados (dos 513) e 70 Senadores (dos 81), isto é, mais do que o quórum mínimo
de presença exigido para deliberar  257 ou 41, respectivamente; (ii) a soma dos
votos “SIM” e “NÃO” foi superior a 257 e a 41, respectivamente; (iii) o nº de votos
“SIM” foi maior do que o de votos “NÃO”.

Vou esquematizar para ficar mais fácil a visualização

Projeto de Lei nº 5678/2019


VOTOS CD SF
SIM 160 40 Aprovado o PL nº 5678/2019
NÃO 140 30 por maioria simples
TOTAL 300 70

Vamos acrescentar as regras do Regimento Interno do Senado e avançar na compreensão desse


assunto?

O RISF, em seu art. 288, § 2º, estabelece que serão computados, para efeito de quórum, os votos
em branco e as abstenções verificadas nas votações. A rigor, os votos em branco ocorrem nas

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votações por cédulas, como a de eleição da Mesa. Por sua vez, as abstenções estão previstas para
as votações nominais pelo registro eletrônico dos votos (RISF, art. 294, caput e I, “b”).

Se o Senador comparece à votação e registra abstenção, ao acionar o sinal amarelo no registro


eletrônico de votos, o registro de abstenção servirá para computar sua presença na votação
(quórum de presença), mas não será considerado no computo do resultado da votação. Essa ideia
se aplica aos votos em branco nas votações por cédula.

Então, vou retomar os exemplos anteriores e fazer algumas modificações para incluir abstenções.

Havendo o quórum mínimo de presença de 257 Deputados ou de 41 Senadores, conforme o caso,


e pressupondo-se que foram computados votos “SIM” e “NÃO e, também, ABSTENÇÕES, a
matéria seria declarada aprovada se obtivesse qualquer quantidade de votos “SIM” que fosse
maior que a quantidade de votos “NÃO”; e o contrário disso resultaria na rejeição da matéria. Em
ambos os casos, independentemente da quantidade de abstenções. Como mencionei, o
entendimento adotado por ambas as Casas é que, para a aprovação da matéria, basta que o
número de votos “SIM” seja maior que o de votos “NÃO”. Na situação hipotética de serem
computados na Câmara o total 300 votos a um projeto: 119 “SIM” e 30 “NÃO” e haver 151
ABSTENÇÕES (a maioria absoluta se absteve de votar) e, no Senado o total de 70 votos: 35 “SIM”
e 30 “NÃO” e, ocorrer 5 ABSTENÇÕES, a matéria seria considerada aprovada em ambas as Casas,
já que: (i) estiveram presentes, em cada Casa, 300 deputados (dos 513) e 70 Senadores (dos 81),
isto é, mais do que o quórum mínimo de presença exigido para deliberar  257 ou 41,
respectivamente; (ii) a soma dos votos “SIM” e “NÃO” e ABSTENÇÕES foi superior a 257 e a 41,
respectivamente; (iii) o nº de votos “SIM” foi maior do que o de votos “NÃO”.

Vou esquematizar novamente para ficar mais fácil a visualização

Projeto de Lei nº 5678/2019


VOTOS CD SF
SIM 119 35
NÃO 30 30 Aprovado o PL nº 5678/2019
por maioria simples
ABSTENÇÃO 151 5
TOTAL 300 70

Em exemplo extremo, havendo a presença da maioria absoluta, se não houver voto NÃO, um
único voto SIM será suficiente para resultar na aprovação da matéria, podendo todos os demais
presentes registrarem abstenção.

Abstenção versus Obstrução

Na a abstenção, o Senador participa da votação sem


assumir posição favorável ou contrária à matéria em

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votação e sua presença é computada para efeito de quórum (RISF, art. 288, § 2º).

Na obstrução, que deve ser declarada por líder partidário ou de bloco


parlamentar, os Senadores em obstrução são considerados presentes, mas sua
presença não é computada para efeito de quórum de presença (RISF, art.12, §2º).

RISF

Art. 12.

§ 2º Considerar-se-á ainda ausente o Senador que, embora conste da lista de


presença das sessões deliberativas, deixar de comparecer às votações, salvo se
em obstrução declarada por líder partidário ou de bloco parlamentar.

Vou, então, retomar aquele exemplo com 300 Deputados e 70 Senadores e substituir as
abstenções por obstruções. Isso provocará significativa mudança no resultado na Câmara dos
Deputados apenas, em razão dos quantitativos utilizados no exemplo. Para o exemplo ficar
sustentável, consideraremos que a Câmara esteja votando o Projeto X e o Senado o Projeto Y.
Ok?

Vou esquematizar mais uma vez, agora considerando as obstruções:

CD – votação do Projeto X não válida,


Projeto de Lei nº X ou Y/2019
por não haver quórum mínimo de
VOTOS CD SF presença (maioria absoluta). Apenas
SIM 119 35 149 presenças computadas. A matéria
NÃO 30 30 deverá ser votada em outra
oportunidade.
OBSTRUÇÃO 151 5
SF – Aprovado o PL Y por maioria
TOTAL 300 70 simples

 Maiorias qualificadas: A Constituição Federal, em casos de apreciação de proposições de


alto relevo, destinou quóruns mais apertados, tornando mais rígida a criação ou
modificação de normas. Assim, a maioria qualificada é subdividida em:
 Maioria Absoluta – Esse quórum qualificado é calculado com base na totalidade dos
membros do colegiado. Então, vamos retomar nosso exemplo de um colegiado
composto por 100 membros. Para encontrar a maioria absoluta, basta dividir o total de
membros do órgão por dois e encontrar o primeiro número inteiro acima da metade.
Assim, 100 ÷ 2 = 50. Sendo 50 a metade, 51 é o primeiro número inteiro acima da
metade e, portanto, equivale à maioria absoluta. Esse raciocínio vale para colegiados
com composições pares e ímpares. Veja, por exemplo, o caso do Senado Federal, que
é composto por 81 Senadores: 81÷ 2 = 40,5. Sendo 40,5 a metade, 41 é o primeiro
número inteiro acima dessa metade e, portanto, equivale à maioria absoluta dessa Casa
legislativa. Na Câmara dos Deputados a maioria absoluta é igual a 257 Deputados (513

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÷ 2 = 256,5 257). (Apenas no caso de colegiados pares, alguns doutrinadores utilizam


a ideia de metade mais um para encontrar o quantitativo correspondente à maioria
absoluta. Mas esse raciocínio conduzirá a erro se aplicado a colegiados com composição
ímpar). Logo, para a aprovação por maioria absoluta, além do quórum de deliberação
(presença mínima), é necessário que os parlamentares que correspondam ao primeiro
nº inteiro acima da metade dos membros da Casa (257 Deputados ou 41 Senadores) ou
de suas comissões, conforme o caso, votem “SIM” para a aprovação da matéria. Assim,
se uma deliberação fosse tomada com a presença exata do quantitativo correspondente
à maioria absoluta e todos votassem, todos os votos deveriam ser “SIM” para que o
resultado fosse a aprovação da matéria.
 Maioria de 3/5: Este quórum fracionário equivale a 60% do total de membros. Para
calculá-lo, basta fazer uma regra de três simples: se 5/5 = 100%  100 ÷ 5 x 3 = 60.
Logo, 3/5 = 60% do total de membros. No caso da CD e SF, considere 100% o total de
membros da Casa 513 ou 81, conforme o caso. Quando se exige esse quórum, além do
quórum de deliberação (presença mínima), é necessário que 3/5 dos Deputados ou
Senadores (308 ou 49, respectivamente) votem “SIM” para a aprovação da matéria. Por
consequência lógica, para que a matéria tenha chance de ser aprovada, devem votar
pelo menos 308 Deputados na Câmara e 49 Senadores no Senado. Por isso, na prática,
as Casas Legislativas evitam iniciar a votação de PEC com apenas o quantitativo
correspondente à maioria absoluta;
 Maioria de 2/3: Este quórum fracionário equivale a 66,66% do total de membros. Para
calculá-lo, basta fazer uma regra de três simples: se 3/3 = 100%  100 ÷ 3 x 2 = 66,66.
Logo, 2/3 = 66,6%. Então, além do quórum de deliberação (presença mínima), é
necessário que 2/3 dos Deputados ou Senadores (342 ou 54, respectivamente) votem
“SIM” para a aprovação da matéria. Esse quórum é requerido, por exemplo, para a
Câmara autorizar a instauração de processo contra o Presidente da República e, ainda,
para o Senado proceder à condenação dessa autoridade (CF, arts. 51, I, e 52, I e
parágrafo único).

O maior quórum é o de 2/3, pois equivale a 66,6% do total.


Muita gente olha para os números 2/3 e 3/5 e pensa
equivocadamente que 3/5 é maior que 2/3. Então, lembre-se
que 3/5 equivale a 60% e, por isso, é 6,6% menor que o de
2/3.

Ficou bem claro esse assunto? Diferenciar com confiança os quóruns previstos na Constituição
Federal e nos regimentos legislativos é essencial para uma compreensão do processo legislativo.
Então, fique atento a esses quóruns.

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Apresentarei um mapa mental para que seja mais fácil a visualização e memorização da matéria.
Nesse mapa incluí apenas quantitativos correspondentes à CD e SF, mas todas as ideias se aplicam
integralmente aos cálculos desses quóruns nas Comissões dessas Casas Legislativas:

Mapa Mental 5: Quórum de Deliberação e Quórum de Aprovação

As deliberações de cada Casa do Congresso Nacional e de suas Comissões serão tomadas por
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros, salvo disposição constitucional
em contrário.
Comentários:
A Constituição Federal prevê que, em regra, salvo disposição constitucional em contrário, as
deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a
maioria absoluta de seus membros (CF, art. 47). Gabarito: Certo.

Então, após essas considerações sobre quóruns de deliberações sob a ótica da Constituição
Federal, já com um pequeno avanço no Regimento Interno do Senado Federal, vamos adentrar
no RISF com mais profundidade?

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O art. 288 do RISF reproduz o art. 47 da CF/88 e, ainda, especifica diversas exceções previstas na
Constituição Federal, ou seja, hipóteses em que a Constituição exige quórum diferente de maioria
de votos, presente a maioria absoluta dos membros. Mas, o RISF vai além e extrapola ao incluir as
exceções à regra de aprovação por maioria simples. Salvo melhor juízo, há apenas duas exceções
previstas no art. 288 que não constam expressamente na Constituição com quórum diferente do
previsto no art. 47: 1) a aprovação de nome indicado para Defensor Público-Geral Federal, cujo
quórum de maioria absoluta para sua aprovação consta da Lei Complementar nº 40, de 1994. A
aprovação dessa autoridade encontra amparo no art. 52, III, “f” da Constituição Federal, que
apenas prevê que será aprovação prévia, por voto secreto, após arguição pública a escolha de
titulares de outros cargos que a lei determinar. A CF não exige maioria absoluta para a aprovação
de nomeações baseadas nesse dispositivo constitucional; e 2) o quórum de um décimo para
requerimentos de prorrogação da sessão, voto de pesar, inclusive levantamento (encerramento)
da sessão.

A constitucionalidade das exceções que não decorram de disposição constitucional em contrário,


nos termos do art. 47 da CF, é passível de questionamento. Principalmente em relação ao quórum
de um décimo para os casos citados, que trata de matéria caracteristicamente considerada interna
corporis, o STF tende a jamais se pronunciar sobre o assunto. Então, como não há manifestação
do STF sobre as exceções previstas exclusivamente nesse artigo regimental, devemos considerá-
las válidas para fins de prova de concurso, inclusive por essas regras serem utilizadas
rotineiramente na prática do Senado.

Antes de reproduzir o art. 288 do RISF, vou esquematizar os quóruns que ele prevê. Em relação
ao quórum de maioria absoluta, uma vez que são treze hipóteses, citarei apenas alguns exemplos
no quadro a seguir e, os apresentarei integralmente na transcrição do art. 288 mais adiante.

A aprovação do estado de defesa e a autorização para o estado


de sítio são realizadas por maioria absoluta (RISF, art. 288, III, “e”
e “f”). Porém, o art. 288 não especifica o quórum para aprovação
de intervenção federal. Então, deve-se aplicar o quórum de
maioria simples. Em 2018, a intervenção no Rio de Janeiro foi
aprovada em votação nominal com o seguinte resultado: SIM 55,
NÃO 13, ABSTENÇÃO 1, PRESIDENTE 1 (não votou por ter sido votação
ostensiva) (DSF, 21/2/2018, p. 85). Por sua vez, a intervenção em Roraima foi
aprovada por maioria simples em votação simbólica (DSF, 13/12/2018, p. 58).

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Quadro 5 – Quóruns de Deliberação no Senado

Quórum Quantitativo Observações Dispositivo

Maioria de votos, Variável, conforme o  Apenas alguns tipos de requerimentos:


presentes um número de presentes de prorrogação da sessão, voto de RISF, art.
décimo dos (no mínimo 9 pesar, inclusive levantamento 288, V.
Senadores Senadores presentes) (encerramento) da sessão.

 Maioria de votos presente a maioria


absoluta dos membros
Variável, conforme o CF, art. 47,
 Utilizado nas votações em geral,
número de presentes e RISF, art.
Maioria Simples inclusive nos requerimentos e projetos
(no mínimo 41 288, caput
em geral e nas redações finais de todas
Senadores presentes) e § 1º
as proposições, inclusive das que exijam
quórum qualificado.

 aprovação da não renovação da CF, art.


concessão ou permissão para o serviço 223, § 2º, e
2/5 33 Senadores
de radiodifusão sonora e de sons e RISF, art.
imagens 288, IV.

 Aprovação de projeto de lei


complementar; CF, arts.
 Aprovação de exoneração do PGR e diversos e
Maioria Absoluta 41 Senadores
nomeação de autoridades diversas; RISF, art.
 Perda de mandato de Senador; e 288, III.
 Outras hipóteses

CF, art. 60,


3/5 49 Senadores  Proposta de emenda à Constituição § 2º, e RISF,
art. 288, II.

 Sentença condenatória de autoridades


CF, arts. 52,
por crime de responsabilidade nos casos
I e II, 53, §
previstos na CF, 52, I e II;
8º, 155, §
2/3 54 Senadores  Fixação de alíquotas máximas nas
2º, V, “b”, e
operações internas, para resolver
RISF, art.
conflito específico que envolva
288, I.
interesses de Estados e do DF;

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 Suspensão de imunidade de Senadores,


durante o estado de sítio

Art. 288. As deliberações do Senado serão tomadas por maioria de votos, presente
a maioria absoluta dos seus membros (Const., art. 47), salvo nos seguintes casos,
em que serão:

I - por voto favorável de dois terços da composição da Casa:

a) sentença condenatória nos casos previstos no art. 52, I e II, da Constituição;

b) fixação de alíquotas máximas nas operações internas, para resolver conflito


específico que envolva interesse de Estados e do Distrito Federal (Const., art. 155,
§ 2º, V, b);

c) suspensão de imunidade de Senadores, durante o estado de sítio (Const., art.


53, § 8º);

II - por voto favorável de três quintos da composição da Casa, proposta de emenda


à Constituição (Const., art. 60, § 2º);

III - por voto favorável da maioria absoluta da composição da Casa:

a) projeto de lei complementar (Const., art. 69);

b) exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República (Const., art. 52, XI);

c) perda de mandato de Senador, nos casos previstos no art. 55, § 2º, da


Constituição;

d) aprovação de nome indicado para Ministro do Supremo Tribunal Federal


(Const., art. 101, parágrafo único) para Procurador-Geral da República (Const., art.
128, § 1º); para Ministro do Superior Tribunal de Justiça (Const., art. 104, parágrafo
único) e para Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (Const., art. 111-A);

e) aprovação de ato do Presidente da República que decretar o estado de defesa


(Const., art. 136, § 4º);

f) autorização para o Presidente da República decretar o estado de sítio (Const.,


art. 137, parágrafo único);

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g) estabelecimento de alíquotas aplicáveis às operações e prestações


interestaduais e de exportação (Const., art. 155, § 2º, IV);

h) estabelecimento de alíquotas mínimas nas operações internas (Const., art. 155,


§ 2º, V, a);

i) autorização de operações de crédito que excedam o montante das despesas de


capital, mediante créditos suplementares ou especiais específicos (Const. art. 167,
III);

j) aprovação de nome indicado para Defensor Público-Geral Federal;

k) (Revogado);

l) aprovação de nome indicado para o Conselho Nacional de Justiça (Const., art.


103-B, caput e § 2º);

m) aprovação de nome indicado para o Conselho Nacional do Ministério Público


(Const., art. 130-A, caput);

IV - por voto favorável de dois quintos da composição da Casa, aprovação da não


renovação da concessão ou permissão para o serviço de radiodifusão sonora e de
sons e imagens (Const., art. 223, § 2º);

V - por maioria de votos, presentes um décimo dos Senadores, nos requerimentos


compreendidos no art. 215, III.

§ 1º A votação da redação final, em qualquer hipótese, não está sujeita a quorum


qualificado.

§ 2º Serão computados, para efeito de quorum, os votos em branco e as


abstenções verificadas nas votações.

4.4 – Escusa ou Declaração de Impedimento na Votação

No exercício do mandato, cabe ao Senador participar das sessões do Plenário e das reuniões de
comissão de que seja membro, com direito-dever de oferecer proposições, discutir, votar e ser
votado (RISF, art. 8º, caput e I). Mas, o art. 306, faculta ao Senador deixar de emitir voto quanto
ao mérito da matéria ao garantir-lhe a possibilidade de, presente à sessão, escusar-se de votar
quando se tratar de assunto em que tenha interesse pessoal, devendo declarar o impedimento
antes da votação e sendo sua presença computada para efeito de quórum.

RISF

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Art. 306. Nenhum Senador presente à sessão poderá escusar-se de votar, salvo
quando se tratar de assunto em que tenha interesse pessoal, devendo declarar o
impedimento antes da votação e sendo a sua presença computada para efeito de
quorum.

4.5 – Procedimentos em caso de Empate

O Regimento estabelece procedimentos a serem aplicados em caso de empate em dois tipos de


votação em Plenário:

 Votação ostensiva: o presidente terá apenas voto de desempate nas votações ostensivas
(RISF, arts. 48, XXIII, 51, § 1º, e 294, V);
 Votação secreta: o presidente poderá votar com seus pares, e, em caso de empate,
proceder-se-á a nova votação; persistindo o empate, a votação será renovada na sessão
seguinte ou nas subsequentes, até que se dê o desempate (RISF, arts. 51, § 1º e 307);

Em Comissão, em caso de empate nas votações, o Presidente


da Comissão a desempatará (RISF, arts. 89, XI e 132, § 9º).

Na eleição de Presidência de Comissão, ocorrendo empate, a


eleição será repetida no dia seguinte; verificando-se novo empate, será
considerado eleito o mais idoso (RISF, art. 88, § 2º).

O RISF silencia quanto a empate e desempate na eleição da Mesa do SF e


em votação secreta em comissão, exceto a de eleição de Presidente e Vice.

4.6 – Manifestações em Votação

Considerando o previsto no art. 298 do RISF, cabe considerar os seguintes tipos de manifestações
pertinentes à votação:

 Votar a favor (voto favorável);


 Votar contra (voto contrário);
 Votar em branco (em votação por cédulas);
 Votar nulo; e
 Registrar abstenção (por registro eletrônico).

Os votos em branco e as abstenções somente serão computadas para efeito de quórum (RISF, art.
288, § 2º), não impactando diretamente no resultado da votação. Ou seja, servem para comprovar
que havia presenças suficientes para validar a deliberação.

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4.7 – Interrupção da Votação

A regra é que a votação siga sem interrupção até sua conclusão. Nesse caso, se no curso de uma
votação, esgotar-se o tempo da sessão, esta ficará automaticamente prorrogada pelo tempo
necessário à conclusão da votação, independentemente de pedido de prorrogação (RISF, art.
178).

Vamos relembrar o disposto nos arts. 178 e 179, que você estudou com o Prof. Miguel Gerônimo
quando aprendeu sobre a prorrogação da sessão:

RISF

Art. 178. Se o término do tempo da sessão ocorrer quando iniciada uma votação,
esta será ultimada independentemente de pedido de prorrogação.

Art. 179. Estando em apreciação matéria constante do art. 336, I e II, a sessão só
poderá ser encerrada quando ultimada a deliberação.

Excepcionalmente, a votação poderá ser interrompida por falta de quórum. Apesar de o RISF
mencionar também a possibilidade de encerramento pelo término da sessão, essa hipótese se
anula pelo dever se observar o disposto no art. 178, que garante que, se o término do tempo da
sessão ocorrer quando iniciada uma votação, esta será ultimada (concluída). Mas, para prova de
concurso, tenha em mente a literalidade do art. 303 do RISF a seguir transcrito:

RISF

Art. 303. A votação não se interrompe senão por falta de quorum e, observado o
disposto nos arts. 178 e 179, pelo término da sessão.

Na hipótese de votação vir a ser interrompida por falta de quórum, o Presidente anunciará o
debate das matérias em discussão (RISF, art. 303) e seguirá o disposto nos arts. 304 e 305 do RISF.

Art. 304. Ocorrendo falta de número para as deliberações, passar-se-á à matéria


em discussão.

Parágrafo único. Esgotada a matéria em discussão e persistindo a falta de número,


a Presidência poderá, no caso de figurar na Ordem do Dia matéria que pela sua
relevância o justifique, suspender a sessão por prazo não superior a uma hora, ou
conceder a palavra a Senador que dela queira fazer uso.

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Art. 305. Sobrevindo, posteriormente, a existência de número, voltar-se-á à


matéria em votação, interrompendo-se o orador que estiver na tribuna, salvo se
estiver discutindo proposição em regime de urgência e a matéria a votar estiver
em tramitação normal.

Em princípio, as regras dos arts. 303 a 305 se referem ao processamento das votações em geral.
Não há dúvida alguma de que essas regras são aplicáveis às votações nominais. Porém, devemos
considerar regras específicas referentes às votações simbólicas e secretas. Em relação
especificamente à votação ostensiva pelo processo simbólico, o art. 293, VIII e IX, do RISF contém
regras específicas a serem aplicadas em caso de ser verificada a falta de quórum.

Art. 293. No processo simbólico observar-se-ão as seguintes normas:

VIII - verificada a falta de quorum, o Presidente suspenderá a sessão, fazendo


acionar as campainhas durante dez minutos, após o que esta será reaberta,
procedendo-se a nova votação;

IX - confirmada a falta de número, ficará adiada a votação, que será reiniciada ao


voltar a matéria à deliberação do Plenário;

Essas regras do art. 293 referentes aos procedimentos em caso de falta de quórum nas votações
simbólicas conflitam com as disposições dos arts. 303 a 305. Parece-me mais um caso de antinomia
(contradição) regimental do que de norma específica para as votações simbólicas. Em se tratando
de falta de quórum em votação secreta, o RISF estabelece que se procederá na forma do art. 293,
VIII (disposição aplicável à falta de quórum em votação simbólica que prevê a suspensão da sessão
por dez minutos para se alcançar o quórum e, em seguida, a reabertura da sessão para se proceder
a nova votação), e acrescenta que ficará adiada a votação se ocorrer, novamente, falta de número
(RISF, art. 295).

Art. 295. A votação secreta realizar-se-á pelo sistema eletrônico, salvo nas eleições.

§ 2º Verificada a falta de quorum, proceder-se-á na forma do art. 293, VIII, ficando


adiada a votação se ocorrer, novamente, falta de número.

Para fins de prova, você deve considerar cada uma dessas previsões aplicáveis à falta de quórum.

4.8 – Proclamação do Resultado da Votação

Assim que terminar a apuração, o Presidente proclamará o resultado da votação. Nesse caso,
especificará os votos (RISF, art. 298):

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 Favoráveis;

 Contrários;

 Em branco;

 Nulos; e

 Abstenções.

Resultado da votação: Além dos votos, o painel eletrônico do


Senado Federal informa as “abstenções” e, nas votações
ostensivas (abertas), a referência ao “Presidente”. Essa
referência não aparece nas votações secretas em razão de o
Presidente votar juntamente com os demais Senadores.

Abstenções: Uma vez que o Regimento admite que, quando da votação nominal,
o Senador registre “abstenção”, caso em que sua presença será computada para
efeito de quórum (RISF, art. 288, § 2º), o Presidente, ao anunciar o resultado da
votação, também informa a quantidade de abstenções registradas.

Presidente: é uma referência à presença do Presidente, que é computada para


efeito de quórum, apesar de o Presidente não votar nas votações ostensivas,
exceto para desempatá-las (RISF, art. 51).

Obstrução: a obstrução parlamentar declarada pela liderança da bancada isenta o


parlamentar de participar da votação e de ser considerado ausente, mas não é
computada para efeito de quórum (RISF, art. 13, § 2º).

Veja, nas imagens a seguir, o resultado de votações realizadas em 2019. A imagem X é referente
à PEC nº 6/2019 (Reforma da Previdência) e a Imagem X, à aprovação de autoridade na o Conselho
Nacional do Ministério Público:

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Imagem 8 – Resultado de Votação Aberta – PEC nº 6/2019 (Reforma da Previdência)

Imagem 9 – Resultado de Votação Secreta para escolha de Autoridade CNMP

4.9 – Declaração de Voto

Ao ser proclamado o resultado da votação (simbólica ou nominal), o Regimento assegura ao


Senador a opção de encaminhar à Mesa, para publicação, declaração de voto (RISF, art. 316).

Você deve lembrar que, nas votações simbólicas, o voto dos líderes representará o de seus
liderados presentes, mas será permitida a declaração de voto em documento escrito a ser
encaminhado à Mesa para publicação (RISF, art. 293, II).

O Regimento estabelece que não haverá declaração de voto se a deliberação (votação):

1) for secreta;
2) não se completar por falta de número;
3) não for suscetível de encaminhamento.

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4.10 – Modalidades e Processos de Votação

Vamos aprender as modalidades e processos de votação a partir de agora. Há duas modalidades


e para cada uma delas diferentes processos de votação. A modalidade de votação ostensiva,
aquela em o voto do Senador é público, será utilizada para a votação das proposições em geral e
poderá ser realizada pelos processos simbólico e nominal. Já a modalidade de votação secreta,
que é aplicada em casos específicos previstos na Constituição e no Regimento, admite três
processos distintos: a) eletrônico; b) por meio de cédulas; e c) por meio de esfera (RISF, arts. 289,
291 e 292).

Considero que a organização das informações referentes às modalidades e processos de votação


em mapas mentais ajudará bastante você a visualizar os detalhes e compreender melhor o assunto.
Então vamos visualizar o mapa mental sobre modalidades e processos de votação.

Mapa Mental 6: Modalidades e Processos de Votação no Senado

Nossos próximos passos serão na direção do aprendizado de como são aplicados cada um desses
processos e em que situações. Vamos começar pelo processo simbólico.

PROCESSO SIMBÓLICO

O art. 293 do RISF discorre sobre a votação pelo processo simbólico. Então, organizei as ideias
principais em um mapa mental que apresentarei adiante. Antes, vou apresentar alguns
esclarecimentos que ajudarão você a compreender melhor o art. 293 e o mapa mental.

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Apesar de ser uma votação ostensiva, em que o voto do Senador é público, o processo simbólico
não permite ao público ter certeza de como cada Senador votou, pois o Presidente proclama o
resultado com base em sua percepção sobre a manifestação plural do Plenário, sem especificar
como cada Senador votou. Se na visão do Presidente, os Líderes que representem a maioria dos
presentes seguiram o comando de “permanecerem sentados”, por serem a favor da proposição,
o Presidente a declara aprovada. Por outro lado, se o Presidente entende que os Líderes que
representam a maioria dos Senadores presentes se posicionaram contrariamente à proposição,
ele declara a matéria rejeitada.

No caso de uma votação em que há divergência de posicionamento entre os líderes com diversos
posicionamentos a favor e vários em contrário, e cada um deles representando um quantitativo
diferente de Senadores presentes à votação, podem surgir dúvidas se o resultado proclamado
pelo Presidente corresponde realmente à manifestação majoritária do Plenário com base no voto
dos Líderes.

Diferente do Regimento Interno da Câmara dos


Deputados que vincula a verificação à existência
tanto de votação divergente quanto de dúvida
quanto ao resultado (RICD, art. 185, § 1º), o
Regimento Interno do Senado Federal não contém similar vinculação. Mas, essas
considerações ajudam a compreender a importância da verificação de votação
realizada pelo processo simbólico.

Por isso, esse é o único processo que admite a chamada “verificação de votação”, caso em que o
resultado da votação simbólica ficará “em suspenso” e será realizada uma nova votação da
proposição, desta vez pelo processo nominal, para se confirmar ou não o resultado anteriormente
proclamado. Nesse caso, o resultado da votação nominal decorrente da verificação é considerado
o resultado definitivo da votação. Então, se o Presidente havia anunciado a rejeição da matéria
pelo processo simbólico, caso o processo de verificação nominal pelo registro eletrônico
apresente como resultado sua aprovação, a matéria será considerada aprovada.

Você precisa entender também a parte em que se fala sobre “decurso de uma hora” e sobre “nova
verificação” (RISF, art. 293, V). A ideia é a seguinte: caso seja realizada a verificação de votação de
determinada proposição numa sessão, após a proclamação do seu resultado, se faz necessário
aguardar o intervalo de uma hora para que se possa solicitar a verificação de outra votação (e não
daquela que já foi verificada e cujo resultado já se tornou definitivo). Então, entenda “nova
verificação” como a verificação de outra votação simbólica, ok?

Feitos esses esclarecimentos, leiam todo o art. 293 e visualizem as informações no mapa mental
sobre o processo simbólico de votação. Na aula em vídeo, conversaremos mais sobre esse assunto.

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Mapa Mental 7: Processo de Votação Simbólica

PROCESSO NOMINAL

Vamos agora explorar o art. 294 do RISF por meio de um mapa mental e aprender os detalhes do
processo de votação nominal.

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Mapa Mental 8: Processo de Votação Nominal

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Selecionei uma imagem do resultado da votação do Projeto de Decreto Legislativo referente à


intervenção no Estado do Rio de Janeiro para você visualizar a exibição dos itens previstos no
inciso VII do art. 294 do RISF. Você verá que consta a “orientação de bancada”, que não está
expressamente prevista no RISF.

Imagem 10 – Resultado de Votação Ostensiva nominal

a) – a matéria objeto da deliberação;

b) data em que se procedeu a


votação;

c) o voto individual de
cada Senador;

e) o total de votantes.

d) o resultado da votação;

Art. 294, VIII – o Primeiro-Secretário rubricará.

Em plenário, há dispositivo próprio de uso


individual, localizado na respectiva bancada, para
registro tanto da presença quando do voto. Os
dados são exibidos em apregoadores (painéis
eletrônicos) instalados nas laterais do plenário (RISF, art. 294, I e II).

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VOTAÇÃO SECRETA

Para finalizarmos essa parte referente aos modelos e processos de votação, apresentarei a você
mapa mental quanto à modalidade de votação secreta.

A votação secreta ocorre em regra pelo sistema eletrônico, excetuando-se apenas as eleições,
cuja votação será por meio de cédulas. A votação secreta somente será realizada por meio de
esferas quando o equipamento de votação eletrônico não estiver em condições de funcionar (RISF,
arts. 292, II, 296 e 297).

Sobre decisão sobre perda de mandato e prisão de Senador, gostaria que você olhasse com
atenção as alíneas “b” e “c” do inciso I do art. 291. Gostaria de saber o porquê?

Uma vez que a Emenda Constitucional nº 76 de 2013 aboliu o voto secreto para os casos de perda
de mandato previstos nos incisos I, II e VI do art. 55 da Constituição Federal, você precisa observar
com atenção a previsão da alínea “b” do inciso I do art. 291 quando menciona como um dos casos
de votação por escrutínio secreto o pronunciamento sobre a perda de mandato de Senador, pois,
nos termos constitucionais, essa perda de mandato deverá ser declarada por meio de votação
ostensiva (aberta). Esse é o entendimento da doutrina constitucional (Paulo e Alexandrino, 2019,
p. 547) e utilizado pelo Senado na apreciação do Projeto de Resolução nº 29/2016, que declarou
a perda de mandato de Senador (DSF, 11/5/2016, p. 323 a 336). Então, essa previsão regimental
está em desarmonia com a Constituição Federal. De igual maneira, a previsão de votação secreta
sobre prisão de Senador, está em desarmonia coma CF/88 em decorrência de a Emenda
Constitucional nº 35/2001 ter revogado a previsão de votação secreta para a deliberação sobre
prisão de parlamentar (Alexandre de Moraes, 2018, p. 487).

Eis aí o mapa mental com as disposições dos arts. 291, 292, II, 295 a 297, e 307 do RISF sobre
votação por escrutínio secreto. Bom proveito!

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Mapa Mental 9: Processo de Votação Secreta

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4.11 – Processamento da Votação

Esta parte do curso possui sua dose de complexidade, mas costuma ser também onde muitos
alunos e alunas se apaixonam pelo processo legislativo. Espero que essa seja a sua experiência,
mas, ainda que você não se apaixone, pode acreditar que, acompanhando as aulas em vídeo
juntamente com esse material teórico, você adquirirá suficiente compreensão dessas regras para
gabaritar a prova. Então, sigamos em frente com tranquilidade e motivação.

Inicialmente saiba que, em regra, a votação do projeto será em globo (o projeto será votado
integralmente), ressalvados os destaques (partes do projeto que foram objeto de requerimento de
destaque) e as emendas. Excepcionalmente, pode haver decisão do Plenário para que se proceda
de maneira diferente ou a Presidência poderá dividir a proposição, quando conveniente. O RISF
não especifica que tipos de divisões são possíveis e apenas dispõe expressamente sobre a votação
do projeto separadamente em relação a cada artigo (RISF, art. 300, II e XII). Outros tipos de
divisões previstas no Regimento da Câmara dos Deputados são por títulos, capítulos, seções e
grupos de artigos ou palavras (RICD, 189, § 4º).

Em regra, o projeto é votado antes dos destaques e das emendas. Caso o projeto seja rejeitado,
as emendas ficam prejudicadas, ou seja, perdem a oportunidade de serem apreciadas e serão
arquivadas (RISF, art. 301).

Apesar de o RISF ser silente quanto aos destaques, nessa


hipótese de rejeição do projeto, a rigor, os destaques (ao projeto
e de emendas ao projeto) que se encontrem pendentes de
votação também são prejudicados. O destaque para projeto em
separado é uma exceção, pois é votado antes da matéria
principal (RISF, art. 314, IX).

Considerando apenas o projeto, destaques e emendas ao projeto, a votação seria na seguinte


ordem:

1) Dispositivo destacado para constituição de projeto em separado (autônomo) (RISF, art. 314,
IX);
2) Projeto (RISF, art. 300, I);
3) Dispositivo destacado para votação em separado, independe de parecer (RISF, arts. 300,
XI; e 314, III);
4) Emendas (RISF, art. 300, I);
5) Emendas destacadas.

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Caso o projeto seja votado separadamente em relação a cada artigo, o texto deste será votado
antes das emendas a ele correspondentes, salvo se forem supressivas ou substitutivas. No caso de
projeto votado artigo por artigo, deve-se considerar, ainda, que a rejeição do art. 1º do projeto,
votado artigo por artigo, prejudica os demais quando eles forem uma consequência daquele (RISF,
art. 300, XII, e 302). Considerando que o RISF prevê quatro tipos de emendas: supressivas,
substitutivas, modificativas e aditivas (RISF, art. 246, II), é possível esquematizar a previsão do
inciso XII do art. 300 do RISF conforme quadro a seguir:

Quadro 6 – Ordem de votação de artigo de projeto e emenda

Votação Antes Votação Depois


Artigo do projeto Emenda modificativa
Artigo do projeto Emenda aditiva
Emenda supressiva Artigo do projeto
Emenda substitutiva Artigo do projeto

Mas e se houver substitutivo?

Você já sabe que o substitutivo é um subtipo de emenda substitutiva, mas que altera o projeto em
seu conjunto, certo?

Caso haja substitutivo integral do projeto, você deve considerar duas regras diferentes para
votação. 1) salvo deliberação em contrário, a votação de substitutivo integral apresentado a
projeto em tramitação no Senado será em globo (RISF, art. 300, XV); 2) em caso de substitutivo
integral da Câmara a projeto do Senado, em regra, o substitutivo será considerado série e
emendas e votado, separadamente, por artigos, parágrafos, incisos, alíneas e itens, em
correspondência aos do projeto emendado, salvo aprovação de requerimento para votação em
globo ou por grupos de dispositivos (RISF, art. 287).

A ideia de votar “separadamente” constante no RISF equivale a de votar parceladamente prevista


no Regimento da Câmara dos Deputados (RICD, art. 189, § 5º).

Cabe, ainda, considerar duas exceções à regra de votação em globo do substitutivo integral a
projeto em tramitação no Senado: i) a possibilidade de deliberação do Plenário para que a votação
do substitutivo seja realizada separadamente, por exemplo, por artigos; e ii) a votação separada
de parte do substitutivo que tenha sido destacada mediante requerimento de destaque.

Apesar de haver previsão de requerimento de


destaque de parte do substitutivo (RISF, art. 313, I),
e, por isso, quando da votação de substitutivo, serão
ressalvados os destaques a este, optei em não incluir

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essa informação no mapa mental a seguir sobre abrangência da votação, pois


assim ficará mais próximo da literalidade dos dispositivos que tratam
especificamente da votação. OK?

Mapa Mental 10: Abrangência da Votação

De quem é a preferência na votação: do projeto ou do substitutivo?

Depende!

Terá preferência para votação o substitutivo que tiver pareceres favoráveis de todas as comissões,
salvo se o Plenário deliberar noutro sentido. Então, se o substitutivo tiver algum parecer contrário,
a preferência será do projeto em relação ao substitutivo.

Quando houver mais de um substitutivo, a precedência será regulada pela ordem inversa de sua
apresentação, ressalvada a preferência para a comissão que tiver maior competência (art. 300, X),
em relação aos das comissões.

O substitutivo é uma emenda substitutiva e, por isso, pode ser de comissão ou de Plenário. Então,
quando houver três substitutivos de comissão e os três tiverem pareceres favoráveis de todas as

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comissões, os três terão preferência sobre o projeto e, entre eles, a preferência será do terceiro
substitutivo apresentado (o último), depois do segundo e, por fim, do primeiro. Isso considerando
que, ao distribuir a matéria às comissões, a Presidência utilizou como critério sequencial de
tramitação que a matéria iniciasse a tramitação pela comissão com menor competência de mérito
e finalizasse pela comissão com maior competência sobre o mérito, como comumente acontece
na prática.

Com tantas peças processuais a serem votadas, deve-se observar as regras de preferência e de
prejudicialidade, que são explicadas nos tópicos específicos desta aula (RISF, arts. 311 e 334).
Então, além da previsão expressa de que, aprovado o substitutivo integral, ficam prejudicados o
projeto e as emendas a ele oferecidas (RISF, art. 300, XVI), cabe considerar que, aprovado um
substitutivo, eventuais outros substitutivos ao mesmo projeto serão também declarados
prejudicados, pois, além dos substitutivos serem emendas substitutivas ao projeto, podemos
também considerar que já houve um prejulgamento do Plenário sobre a matéria ao deliberar e
aprovar o substitutivo com precedência sobre os demais.

Votação das Emendas

A grande maioria dos dispositivos do art. 300 do RISF apresentam regras referentes à apreciação
das emendas, que são proposições acessórias dos projetos ou proposta de emenda à
Constituição.

Então, vamos saber como proceder em relação às emendas:

 As emendas são votadas em grupos, ressalvados os destaques. São apenas dois grupos,
conforme os pareceres concordantes de todas as Comissões:
 Grupo das emendas com pareceres favoráveis;
 Incluídas as emendas de autoria de Comissão que não tenham recebido parecer
contrário de outra Comissão;

 Grupo das emendas com pareceres contrários;


 Incluídas as com parecer pela rejeição que tenham sido consideradas constitucionais;
 Não será submetida a votos emenda declarada inconstitucional ou injurídica pela CCJ;
 Salvo se, não sendo unânime o parecer, o requererem líderes que representem, no
mínimo, a maioria da composição do Senado.
 Emendas votadas uma a uma separadamente (RISF, art. 300, III, VI, VIII e IX):
 Emenda com pareceres divergentes (favorável versus contrário);
 Emenda destacada;

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 O Plenário poderá conceder, a requerimento de qualquer Senador, que a votação


das emendas se faça destacadamente, ou uma a uma;

 Emenda com subemenda;


 Emenda votada antes da subemenda, salvo se a subemenda for:
 Supressiva;
 Substitutiva de todo o texto da emenda;
 Substitutiva de artigo da emenda e a votação desta se fizer por artigo;
 Salvo deliberação do Plenário para votação em grupo;
 Proposta de qualquer Senador ou comissão;
 Aprovado o grupo serão consideradas aprovadas as emendas com as
modificações constantes das subemendas;
 Emendas com parecer no sentido de constituírem projeto em separado.

Grupos de emendas e emendas destacadas

Não se admitirá destaque para (RISF, art. 314, VI, “a” e “b”):

i) aprovação ou rejeição de emendas que, regimentalmente, devam ser votadas


separadamente; e

ii) de emendas para constituição de grupos diferentes daqueles a que,


regimentalmente, pertençam.

Há somente dois grupos de emendas: 1) emendas com pareceres favoráveis


concordantes; 2) emendas com pareceres contrários concordantes. Como não é
possível a formação de outro grupo diferente desses, as emendas destacadas de
qualquer desses dois grupos serão obrigatoriamente votadas separadamente uma
a uma.

Cabe considerar ainda a possibilidade de agrupar as emendas com subemendas


para votação em grupo em vez de votação separadamente (RISF, art. 300, VI).

O Plenário pode deliberar para que se deixe de aplicar a regra de votação das emendas em grupo
ou da proposição em globo e se proceda à votação das emendas destacadamente ou da
proposição separadamente. No caso do projeto, a Presidência também pode dividir a proposição
para votação.

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Como são organizadas e votadas as emendas a serem votadas separadamente?

As emendas serão numeradas, em cada turno, pela ordem dos artigos da proposição emendada,
guardada a sequência determinada pela sua natureza, a saber: supressivas, substitutivas,
modificativas e aditivas (RISF, art. 246, II).

Organização e Numeração das emendas. Na prática, o Senado


numera as emendas, em cada turno, pela ordem de entrada. Isso
é bastante evidente na tramitação da PEC nº 6/2019, da Reforma
da Previdência, que recebeu 593 emendas e no PLS nº 43/2018.

Mas, para fins de prova de concurso, vale a literalidade do Regimento.

A título de comparação, o Regimento Interno da Câmara dos Deputados prevê a


numeração das emendas pela ordem de entrada e organização pelos artigos do
projeto, guardada a sequência determinada pela sua natureza (RICD, art. 138, II).

O Regimento do Senado optou por, primeiramente, organizar as emendas pela ordem dos artigos
da proposição, guardada a sequência pela sua natureza (RISF, art. 246, II).

Segundo essa teoria regimental (disse teoria, pois na prática a numeração é pela ordem de
entrada), seria necessário receber as emendas durante o prazo regimental e organizá-las pelos
artigos do projeto. Em relação a cada artigo, caberia observar a natureza da emenda dando
preferência na seguinte ordem: supressivas, substitutivas, modificativas e aditivas.

Somente após o encerramento do prazo de apresentação de emendas seria possível numerar as


emendas recebidas segundo os critérios previstos no art. 246, II do RISF.

Na votação, quando, ao mesmo dispositivo, forem apresentadas várias emendas da mesma


natureza, terão preferência:

 as de comissões sobre as de Plenário;


 dentre as de comissões, a da que tiver maior competência para se manifestar sobre a
matéria;

Exemplo: Suponha que há cinco emendas ao artigo 3º de determinado Projeto: 1)


supressiva da CAS; 2) supressiva da CCJ; 3) supressiva de Plenário; 4) modificativa
de Plenário; 5) aditiva de Plenário. Suponha ainda que a CCJ é a comissão com
maior competência para se manifestar sobre a matéria. Então, a preferência na
votação seria: 1º) a emenda da CCJ; 2º) a emenda da CAS; 3) a emenda supressiva
de Plenário; 4) a emenda modificativa de Plenário; 5) a emenda aditiva de Plenário.

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5 – Preferência
O Regimento Interno do Senado Federal não define preferência. Por sua vez, o Regimento Interno
da Câmara dos Deputados denomina preferência a primazia na discussão, ou na votação, de uma
proposição sobre outra, ou outras (RICD, art. 159, caput).

Em primeiro lugar, você deve ler a definição de preferência constante do caput do art. 159 do
RICD e entendê-la como o benefício que recebe uma proposição de anteceder outra, ou outras,
na discussão e votação.

De acordo com o Glossário de Termo Legislativos (2018, p. 48), preferência é a

Precedência que uma proposição tem sobre outras para ser discutida ou votada,
decorrente da relevância ou da urgência da matéria, do estágio de tramitação em
que se encontra ou de requerimento de preferência aprovado pelo Plenário.

O estudo sistematizado das regras de preferência aplicáveis no Senado Federal inclui outros
dispositivos além do art. 311. Mas, neste tópico, ajudarei você a manter o foco nesse dispositivo
e acrescentarei o mínimo de informações extras para ajudar você no aprendizado mais objetivo
para fins de concurso público.

Você já pode verificar critérios de precedência para inclusão de matéria na Ordem do Dia do
Senado quando aprendeu sobre as sessões do Senado (RISF, arts. 163). Naquela parte do curso,
você verificou que medida provisória, a partir do 46º dia de sua vigência, tem precedência sobre
todos os demais tipos de proposições, inclusive sobre os projetos de lei em urgência
constitucional. Quando aprendemos sobre a discussão em Plenário, você pode aprender que,
quando houver mais de um requerimento de adiamento da discussão a fim de que esta seja
realizada em determinado dia, será votado em primeiro lugar (com precedência) o de prazo mais
longo (RISF, art. 279, caput, III, e § 5º). No processamento da votação, há também regras de
precedência para votação das proposições (RISF, art. 300). Por exemplo, em regra, o projeto é
votado antes das emendas.

Além das precedências já estabelecidas em dispositivos regimentais, o Regimento possibilita que


o Plenário conceda preferência para discussão e votação, ou apenas votação, de uma proposição
sobre outra, ou outras, a partir de requerimento com essa finalidade. Como o Regimento não
restringiu a legitimidade para esse tipo de requerimento, qualquer Senador poderá requerer
preferência nos termos do art. 311 do RISF.

A preferência concedida pelo Plenário, a rigor, contraria precedência prescrita no Regimento. Por
exemplo, o Regimento estabelece que terá preferência na votação o substitutivo que tiver
pareceres favoráveis de todas as comissões, salvo deliberação em contrário. Então, a partir de um

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requerimento de preferência, o Plenário poderá deliberar e conceder preferência ao projeto sobre


esse tipo de substitutivo, ou seja, o Plenário deliberou contrariamente à preferência estabelecida
no Regimento e inverteu a ordem de votação dessas proposições. Isso se aplica também para
inverter a preferência predefinida no Regimento para que substitutivo que não tenha pareceres
favoráveis seja votado antes do projeto correspondente (RISF, arts. 300 e 311, III e IV).

As matérias são incluídas na organização da Ordem do Dia a juízo do Presidente, ou seja, o


Presidente decidirá o que incluíra na pauta para deliberação do Senado. Porém, ao decidir incluir
matéria na Ordem do Dia, o Presidente deverá fazê-lo segundo a antiguidade e importância das
matérias e conforme os critérios de preferência previstos no art. 163 do RISF. Então, caso haja
interesse político em alterar a ordem de apreciação da pauta para conceder preferência a alguma
proposição, deverá ser apresentado requerimento de preferência a ser deliberado pelo Plenário
para conceder preferência de proposição sobre outra ou sobre as demais da Ordem do Dia (RISF,
art. 311, I). Por exemplo, pode-se requerer que o item 8 da pauta seja apreciado antes do item 3.
Nesse caso, o momento para se requerer a preferência será antes de anunciada proposição que
conste como item 3 da pauta (RISF, art. 311, parágrafo único, I). Caso o Plenário conceda a
preferência, o item 8 passará a ter precedência não apenas sobre o item 3, mas também sobre os
itens 4 a 7, que o antecediam na ordem da pauta definida pelo Presidente e organizada na forma
regimental.

O momento para requerer a preferência dependerá do fato de a preferência ser para alteração da
Ordem do Dia ou somente para o processamento da votação, conforme demonstra o quadro a
seguir.

Quadro 7 – Preferência

Preferência Implicação Deverá ser Requerida


De proposição sobre outra ou sobre as demais Altera a Ordem do antes de anunciada a
da Ordem do Dia Dia proposição sobre a qual
deva ser concedida
de emenda ou grupo de emendas sobre as
demais oferecidas à mesma proposição ou
Altera o
sobre outras referentes ao mesmo assunto até ser anunciada a
Processamento da
votação
de projeto sobre o substitutivo Votação
de substitutivo sobre o projeto.

E aí, o que você achou desse quadro comparativo? Deixe seu comentário lá no fórum do curso.
Seu feedback me ajudará a implementar melhorias na minha metodologia de ensino.

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Se possível, assista às videoaulas, pois os esclarecimentos em vídeo enriquecem e complementam


sua experiência de aprendizagem.

6 – Destaque
Destaque é assunto muito importante no processo legislativo e está diretamente relacionado à
fase de votação das proposições, mas, o requerimento respectivo deve ser apresentado antes do
início dessa fase deliberativa para a parte a ser destacada.

Provavelmente você ouviu algumas informações sobre a aprovação da Reforma da Previdência na


Câmara dos Deputados entre fevereiro e agosto de 2019. Na apreciação da PEC da Previdência
em primeiro turno, o Plenário aprovou o texto base da Reforma e depois apreciou vários
destaques. A maioria, como de costume, foi rejeitada, mas o Plenário aprovou alguns destaques
que resultaram na alteração do texto da PEC para o segundo turno. No segundo turno, o Plenário
aprovou o texto base da PEC e rejeitou todos os destaques. No Senado Federal, os Senadores
também apresentaram destaques, mas muitos foram retirados antes de sua votação, outros
rejeitados e pelo menos um aprovado: o destaque que derrubou as novas regras do abono salarial.
Copie o endereço e cole no seu navegador de Internet para conferir a reportagem
(https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/10/02/aprovado-destaque-na-reforma-da-
previdencia-para-garantir-o-abono-salarial)

O destaque altera a dinâmica de trabalho e concede mais flexibilidade ao Plenário na apreciação


de matérias complexas e polêmicas como foi o caso da PEC nº 6/2019 (Reforma da Previdência).
O que você deve considerar em relação aos destaques:

 Há três tipos de destaque listados no art. 312 do RISF:


 constituir projeto autônomo;
 Salvo quando a disposição a destacar seja de projeto da Câmara;
 a votação do requerimento de destaque para projeto em separado precederá a
deliberação sobre a matéria principal (RISF, art. 314, IX);

 votação em separado;
 concedido esse destaque, submeter-se-á a votos, primeiramente, a matéria principal
e, em seguida, a destacada (RISF, art. 314, III);
 o dispositivo, destacado do projeto para votação em separado, precederá, na
votação, as emendas e independerá de parecer (RISF art. 300, I e XI);

 aprovação ou rejeição;
 Não será admitido esse tipo de destaque (RISF, art. 314, VI, “a”):
 De dispositivo a que houver sido apresentada emenda;

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 De emendas que, regimentalmente, devam ser votadas separadamente;

1) Destaque para constituir projeto autônomo – Apesar de o RISF utilizar o termo


“projeto”, o Senado interpreta esse dispositivo de maneira mais ampla (RISF, art. 133,
IV) e admite destaque de dispositivo de proposta de emenda à Constituição, por
exemplo, conforme imagem do Req. nº 337/2017 adiante apresentada;
2) Destaque para votação em Separado – De acordo com o Glossário de Termos
Legislativos (2018, p. 28), é o “destaque que visa a votar separadamente parte do
texto da proposição principal”. Porém, o Senado também admite destaque para
votação em separado de emenda que seria votada em grupo, conforme pareceres
favoráveis ou contrários. Exemplos: Req. nº 291 e 292 de 2019 (PL nº 1321/2019).
Adiante apresento a imagem do Req. nº 910/2019. Além disso, há previsão regimental
de que o Plenário poderá conceder, a requerimento de qualquer Senador, que a
votação das emendas se faça destacadamente, ou uma a uma (RISF, art. 300, VIII), ou
seja, se aprovado esse requerimento os grupos de emendas serão desfeitos e a
votação das emendas será de forma unitária;
3) Destaque para aprovação ou rejeição – Esse tipo de destaque se caracteriza
basicamente por evidenciar a intenção do requerente pela aprovação ou pela rejeição
da emenda ou parte da proposição a que se refira. Exemplo: Requerimento (RQS) nº
562/2017, cuja imagem é apresentada adiante. Na prática, se o destaque mencionar
expressamente a finalidade de aprovação ou rejeição, a votação do requerimento de
destaque envolve decisão (de mérito) sobre a parte a destacar (RISF, art. 314, VI), ou
seja, aprovada a admissibilidade do destaque, fica automaticamente aprovado ou
rejeitado o dispositivo destacado.

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Imagem 11 – Requerimento de Destaque para Constituir Proposição Autônoma (Req. nº


337/2017)

Imagem 12 – Requerimento nº 910/2019 – Destaque para Votação em Separado de Emenda

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Imagem 13 – Requerimento de Destaque para Aprovação de Emenda (Req nº 562/2017)

 Permite-se destacar para votação, como emenda autônoma (RISF, art. 313):
 Parte de substitutivo;
 Quando a votação se faça preferencialmente sobre o projeto;
 Parte de emenda;
 Subemenda;
 Parte de projeto;
 Quando a votação se faça preferencialmente sobre o substitutivo;

1) O destaque para votação como emenda autônoma só


será possível quando o texto destacado possa ajustar-se à
proposição em que deva ser integrado e forme sentido
completo (RISF, art. 313, parágrafo único);

2) a votação de requerimento de destaque só envolve decisão sobre a parte a


destacar se a finalidade do destaque for expressamente mencionada (RISF, art.
314, IV);

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3) Não será permitido destaque de expressão cuja retirada inverta o sentido da


proposição ou a modifique substancialmente (RISF, art. 314, II). Logo, é possível
destacar expressão que não inverta o sentido da proposição;

4) Não se admitirá requerimento de destaque de emenda para constituição de


grupos diferentes daqueles a que, regimentalmente, pertençam (RISF, art. 314, VI,
“b”). Os grupos de emendas são dois, conforme pareceres concordantes de todas
as comissões: i) emendas com pareceres favoráveis; e ii) emendas com pareceres
contrários (RISF, art. 300, III). O RISF admite destaque de emenda do grupo a que
pertence ou de parte de emenda para votação como emenda autônoma (RISF,
arts. 300, III e VIII; 312, caput; 313, caput, II; e 314, VII);

5) destacada uma emenda, sê-lo-ão, automaticamente, as que com ela tenham


relação (RISF, art. 314, VII).

 O destaque é concedido por meio de requerimento escrito apresentado durante a Ordem


do Dia em que a matéria está pautada (RISF, arts. 215, caput; 235, III, “d”, 6; e 314, I);
 O requerimento de destaque deve ser:
 Apresentado:
 Em regra, por Senador ou bancada de partido (RISF, art. 312, caput e parágrafo
único);
 Exceções: 1) por comissão, em seu parecer, se destaque para projeto em separado
de dispositivo ou emenda (RISF, arts. 133, IV, e 314, VIII). 2) A líder da bancada
feminina tem a prerrogativa de apresentação de destaques na tramitação dos
projetos (RISF, art. 66-C, § 4º);

 formulado até ser anunciada(o) (RISF, art. 314, I):


 a votação da proposição;
 quando atingir algumas de suas partes;
 o grupo de emendas;
 quando o destaque se referir a qualquer delas;
 a emenda;
 se o destaque tiver por fim separar algumas de suas partes;

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O RISF não contém dispositivo que estabeleça que a Presidência, antes de iniciar a
votação da matéria, deva dar conhecimento ao Plenário dos requerimentos de destaque
apresentados. Mas, na prática, o Presidente faz esse anúncio para boa ordem dos
trabalhos e clareza dos procedimentos de votação. Em comparação, o Regimento Interno
da Câmara dos Deputados impõe à Presidência a obrigação de dar conhecimento ao
Plenário dos requerimentos de destaque apresentados à Mesa (RICD, art. 162, II).
Para ilustrar essa prática no Senado Federal, separei a imagem do DSF referente à votação
da PEC nº 6/2019, Reforma da Previdência. Endereço eletrônico para acessar o material:
(https://legis.senado.leg.br/diarios/ver/102124?sequencia=127).

 Admissibilidade dos requerimentos de destaque (RISF, arts. 310, XI; e 312):


 Por deliberação do Plenário, sem encaminhamento de votação:
 Se destaque de Senador;
 Se destaque de comissão (RISF, art. 133, IV);
 Independerá de deliberação, se de bancada de partido, observada a proporcionalidade
e dentro da cota respectiva;

Quadro 8 – Cota de Destaque por Bancada

Bancada Cota de Destaques


De 3 até 8 Senadores 1 destaque
De 9 até 14 Senadores 2 destaques
Mais de 14 Senadores 3 destaques

Destaques: “simples” versus “de bancada”:


Na prática legislativa, convencionou-se denominar “destaque simples” qualquer
destaque cuja admissibilidade dependa de deliberação do Plenário. Apesar de essa

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terminologia não constar no RISF, classificarei os destaques, didaticamente, em: simples


e de bancada.
A rigor, o destaque de bancada é apenas aquele ou aqueles apresentados dentro da cota
regimental e por isso são admitidos automaticamente, sem deliberação do Plenário.
Então, caso uma bancada apresente destaque além da cota, a admissibilidade do
destaque excedente deverá ser submetida ao Plenário. Logo, esse destaque deverá ser
enquadrado no grupo de destaques simples e não como destaque de bancada. Uma
opção seria dizer “destaque de bancada simples”, mas ficaremos apenas com as duas
classificações já mencionadas, pois são adotadas na prática e noticiadas na mídia.

 Destaque para constituir Projeto Autônomo (projeto em separado):


 Destaque para tornar parte de proposição ou emenda projeto autônomo (RISF, art. 312,
I); ==56ccb==

 Não cabe esse tipo de destaque a projeto da Câmara;


 Pode ser proposto por Senador, bancada de partido ou comissão;
 Único destaque que pode ser apresentado também por comissão, em seu parecer
(RISF, art. 133, IV);

 a votação do requerimento de destaque para projeto em separado precederá a


deliberação sobre a matéria principal (RISF, art. 314, IX);

 Em regra, os destaques são votados após a aprovação da matéria principal (RISF, art.
300, I). Logo, a votação do destaque para constituir projeto autônomo antes da
matéria principal é uma exceção;

 O destaque para projeto em separado só pode ser submetido a votos se a matéria a


destacar for suscetível de constituir proposição de curso autônomo;

 Concedido o destaque para projeto em separado, o autor do requerimento terá o prazo


de dois dias úteis para oferecer o texto com que deverá tramitar o novo projeto (RISF,
art. 314, XI);

 O projeto resultante de destaque terá a tramitação de proposição inicial (RISF, art. 314,
XII);

 Volta da matéria destacada ao grupo a que pertencer


 Se houver a retirada do requerimento de destaque (RISF, art. 314, V):
 Conforme regras de retirada de proposição (RISF, art. 256).
 Anunciada a votação de dispositivo ou emenda destacada, se o autor do requerimento
de destaque não pedir a palavra para encaminhá-la, considerar-se-á como tendo o

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Plenário concordado com o parecer da comissão, tomando a matéria destacada a sorte


das demais constantes do grupo a que pertencer (RISF, art. 300, XVII);

PROPOSIÇÕES DE LEGISLATURAS ANTERIORES


Há algumas situações que provocam o arquivamento de proposições no Senado Federal como
sua rejeição, a declaração de sua prejudicialidade ou encerramento da legislatura.

Neste tópico, você aprenderá as regras de arquivamento ao final da legislatura e a possibilidade


de desarquivamento no início da nova legislatura.

ARQUIVAMENTO

A regra é o arquivamento de todas as proposições que se encontrem em tramitação na Casa. Mas,


há diversas exceções (RISF, art. 332).

Vamos primeiramente detalhar a regra.

Pelo princípio da unidade da legislatura, cada legislatura é independente, não ficando vinculada a
legislatura anterior ou seguinte. Com base nesse princípio, o art. 332 do RISF estabelece regra de
arquivamento de proposições decorrente do encerramento desse ciclo de trabalho legislativo
correspondente a quatro anos (metade do mandato de Senador).

Com base no disposto nesse artigo, quando chega o final da legislatura, o Presidente do Senado
determina o arquivamento de todas as proposições que foram submetidas à deliberação do
Senado durante a legislatura (tanto as novas quanto as provenientes de legislaturas anteriores) e
que permaneçam em tramitação (por não terem sido ainda definitivamente aprovadas, rejeitadas,
prejudicadas ou retiradas pelo autor), independentemente de essas proposições terem ou não
parecer. Ou seja, em regra, não importa se as comissões se pronunciaram sobre essas proposições
ou se elas se encontram pendentes de parecer, mas veremos mais adiante que há uma exceção
quanto a parecer favorável de todas as Comissões.

Apesar de o termo final da duração da legislatura ocorrer no dia 31 de janeiro do ano de início da
nova legislatura, o Diário do Senado Federal de 22/12/2018, publicou determinação do Presidente
do Senado referente ao arquivamento de proposições por força do previsto no art. 332 do RISF,
conforme imagem a seguir. Essa prática se sustenta no Ato da Mesa nº 2/2014, que provavelmente
não constará do edital. Então, considere que o arquivamento ocorrerá ao final da legislatura.

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Imagem 14 – Arquivamento de Proposições ao Final da Legislatura - 2018

No Senado Federal, devemos considerar duas regras referentes ao arquivamento de proposições


ao final da legislatura:

 a regra é que todas as proposições que se encontrem em tramitação no Senado sejam


arquivadas ao final da legislatura;
 Há várias exceções; e

 nenhuma proposição poderá tramitar por mais de três legislaturas.

Caso a proposição se encontre em tramitação e não seja arquivada em razão do final da primeira
legislatura em que foi apresentada, por se enquadrar em alguma das exceções previstas no art.
332 do RISF, a proposição terá a oportunidade de prosseguir em tramitação na legislatura
seguinte. Ao final da segunda legislatura em que tramitar, caso não conclua sua tramitação, a
proposição será arquivada, salvo se for requerida a continuidade de sua tramitação por um terço
dos Senadores, até sessenta dias após o início da primeira sessão legislativa da legislatura seguinte
ao arquivamento, e aprovado o seu desarquivamento pelo Plenário do Senado. Caso o Plenário
decida pela continuidade de tramitação da proposição, esta tramitará pela sua terceira e última
legislatura, ao final da qual, caso permaneça em tramitação, será definitivamente arquivada (RISF,
art. 332, §§ 1º e 2º).

Não serão arquivadas ao final da legislatura em que foram apresentadas e, por isso, continuarão
a tramitar na legislatura seguinte independentemente de requerimento e, ainda, poderão
continuar sua tramitação por uma terceira e última legislatura, observadas as exigências
regimentais, as proposições que se encontrem em tramitação e sejam:

 as originárias da Câmara ou por ela revisadas;

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 Inclui tanto as proposições em que a Câmara seja a Casa iniciadora e que se encontrem
em apreciação no Senado quanto os projetos em que a Câmara foi a Casa revisora e os
aprovou com emendas (ou substitutivos) a serem analisadas pelo Senado;

 as de autoria de Senadores que permaneçam no exercício de mandato ou que tenham


sido reeleitos;
 A rigor, Senadores que se encontram na metade do mandato e Senadores cujo
mandato se encerrou, mas iniciarão novo mandato na legislatura seguinte;

 as apresentadas por Senadores no último ano de mandato;


 independe de o Senador permanecer no mandato ou ter sido reeleito;

 as com parecer favorável das comissões;


 O Senado considera suficiente o parecer favorável, integral ou parcialmente, de pelo
menos uma comissão (Ato da Mesa 2/2014, art. 2º, V, “a”);

 as que tratem de matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional (Const., art.


49);
 projetos de decreto legislativo, pois as matérias de competência exclusiva do
Congresso Nacional são disciplinadas por decreto legislativo;

 as que tratem de matéria de competência privativa do Senado Federal (Const., art. 52);
 projetos de resolução, pois as matérias de competência privativa do Senado são
disciplinadas por resolução;

 pedido de sustação de processo contra Senador em andamento no Supremo Tribunal


Federal (Const., art. 53, §§ 3º e 4º, EC nº 35/2001).

Proposições de Suplente de Senador ou de Comissão do Senado são arquivadas ao final


de legislatura?
O art. 332 do RISF não responde a essa pergunta. Então, em princípio, para fins de
concurso público, não é necessário saber a resposta.
Para quem deseja se aprofundar na prática, recomendo consultar o Ato da Mesa do
Senado Federal nº 2 de 2014, que “Regulamenta os procedimentos e condições do
arquivamento de proposições ao final da legislatura de que trata o art. 332 do Regimento
Interno”.

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Segundo esse ato, projeto de iniciativa de comissão recebe o mesmo tratamento que
proposição com parecer favorável das comissões. Por sua vez, proposição de Suplente
de Senador recebe idêntico tratamento às proposições de Senadores.

PREJUDICIALIDADE
Você merece saber logo de início o que é a prejudicialidade, quem pode declará-la e quais os seus
efeitos. Vamos lá?

No contexto legislativo, prejudicialidade é o resultado de ocorrência que retira de proposição que


se encontrava em tramitação na Casa a possibilidade de continuidade de seu exame e apreciação,
sendo sua consequência final o arquivamento definitivo da proposição.

No Senado Federal, a competência para declarar a prejudicialidade de matéria pendente de


deliberação é atribuída ao Presidente. De ofício ou mediante consulta de qualquer Senador, o
Presidente declarará prejudicada matéria dependente de deliberação do Senado, nos termos
regimentais (RISF, arts. 48, XII, e 334, caput).

Duas situações motivam a declaração de prejudicialidade (RISF, art. 334):

 se a proposição (matéria) perdeu a oportunidade de ser apreciada;


 Exemplo: Suponha que determinado requerimento objetive convocar ministro de
Estado para comparecer ao Plenário do Senado para prestar pessoalmente informações
sobre inquéritos em que ele é alvo de investigação. Se antes da apreciação do
requerimento, ocorrer a exoneração do ministro, o requerimento perde seu objeto (a
pessoa que seria convocada não é mais ministro) e, em consequência, perde a
oportunidade de ser apreciado.

 em decorrência de prejulgamento pelo Plenário em outra deliberação.


 Exemplo: Suponha que existam três projetos de lei em tramitação conjunta. Se o
Plenário aprovar o projeto que tenha precedência, os demais serão declarados
prejudicados e não serão submetidos a votação, pois o Plenário já fez um julgamento
sobre a matéria. Se o substitutivo integral for aprovado, ficam prejudicados o projeto e
as emendas a ele oferecidas (RISF, art. 300, XVI).

Em qualquer caso, a declaração de prejudicialidade será feita em plenário, incluída a matéria em


Ordem do Dia, se nela não figurar quando se der o fato que a prejudique.

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RECURSO

Da declaração de prejudicialidade poderá ser interposto recurso ao Plenário, que deliberará ouvida
a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Em regra, o parecer da CCJ será escrito. Porém, se a prejudicialidade, declarada no curso da


votação, disser respeito a emenda ou dispositivo de matéria em apreciação, o parecer da CCJ será
proferido oralmente.

 Parecer da CCJ:
 Em regra, parecer escrito.
 Parecer oral, se a prejudicialidade, declarada no curso de votação, disser respeito a:
 Emenda em apreciação; ou
 Dispositivo em apreciação.
E o que acontece com a proposição que o Presidente declarou prejudicada, caso a decisão seja
mantida após transcorrido a fase de recurso?

De acordo com Regimento, a proposição prejudicada será definitivamente arquivada.

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SOBRESTAMENTO DO ESTUDO DAS PROPOSIÇÕES


O estudo de qualquer proposição poderá ser sobrestado, temporariamente para aguardar:

 a decisão do Senado ou o estudo de comissão sobre outra proposição com ela conexa;
 o resultado de diligência;
 o recebimento de outra proposição sobre a mesma matéria.

O sobrestamento poderá ser requerido por comissão ou Senador e será decidido pelo Plenário por
maioria simples (RISF, arts. 215, caput, e 335).

A votação do requerimento, quando de autoria de Senador, será precedida de parecer da comissão


competente para o estudo da matéria. Esse é o único tipo de requerimento que é submetido à
apreciação de comissão antes da deliberação pelo Plenário (RISF, art. 253, parágrafo único, II, e
335, parágrafo único).

URGÊNCIA
Neste capítulo, você aprenderá sobre a urgência ou regime de urgência, assunto constante no
Capítulo XX do Título VIII do RISF, arts. 336 a 353.

Nas Casas legislativas do Congresso Nacional, as proposições são submetidas a ritos de tramitação
para sua apreciação. O Regimento Interno da Câmara dos Deputados específica que as
proposições, quanto à natureza de sua tramitação podem ser enquadradas em um de três regimes
de tramitação: urgentes, de tramitação com prioridade ou de tramitação ordinária (RICD, art. 151),
e, ainda, dispõe que algumas proposições são sujeitas a disposições especiais como é o caso da
proposta de emenda à Constituição (RICD, arts. 201 a 203). Por sua vez, o Regimento Interno do
Senado Federal não contém dispositivo que especifique os regimes de tramitação e não menciona
em nenhum dispositivo regime de prioridade. O Regimento Interno do Senado estabelece regras
de tramitação previstas nos arts. 251 e seguintes aplicáveis às proposições em geral. As
proposições sujeitas a essas regras seguem a denominada “tramitação normal” ou “rito normal”
(RISF, arts. 163, caput, VII; 172, caput; 305; e 347). Em comparação com a Câmara dos Deputados,
a tramitação normal no Senado equivale ao regime de tramitação ordinária previsto no Regimento
Interno do Câmara dos Deputados. Nesse rito de tramitação normal, o Senado deverá observar
todas as exigências, interstícios e formalidades regimentais e, portanto, cumprirá prazos e regras
quanto a pareceres, quórum para deliberação e distribuição de cópias das proposições.

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No contexto do Senado Federal, cabe considerar ainda a possibilidade de tramitação em regime


de urgência (RISF, arts. 336 a 353) e as proposições sujeitas a disposições especiais (RISF, arts. 354
a 376), que terão algumas normas específicas para sua tramitação na Casa.

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal consideram que as matérias ou proposições sujeitas
a disposições especiais tramitam em regime especial. Segundo o Glossário de Termos Legislativos
(2018, p. 60), elaborado em parceria entre as duas Casas, regime especial é o “rito previsto para
a tramitação de proposições que apresentam certas peculiaridades constitucionais ou regimentais
que as distinguem dos projetos em geral, como propostas de emenda à Constituição Federal,
projetos de código, projetos de alteração ao regimento interno, entre outras. RICD, art. 201 e ss.;
RISF, arts. 354 e ss”. Para fins didáticos com foco em concurso público, manterei o regime especial
separado dos demais regimes de tramitação, pois a tendência é que o examinador utilize a
expressão “disposições especiais” (e não “regime especial”). Caso conste em afirmativa de
questão de prova de concurso que a proposta de emenda à Constituição ou outra matéria ou
proposição sujeita a disposições especiais tramita em regime especial, recomendo considerar a
afirmativa correta.

Quadro 9 – Comparativo de Regimes de Tramitação na Câmara e no Senado

RICD RISF
 Urgente (RICD, arts. 151, I, e  Tramitação normal (RISF, arts.
152 a 157); 251 e seguintes);
Regimes de  De tramitação com prioridade  Urgência (RISF, arts. 336 a 353);
Tramitação (arts. 151, II, e 158);
 De tramitação ordinária (art.
151, III).
 Matérias sujeitas a disposições  Proposições sujeitas a
Regime especiais (RICD, arts. 201 a disposições especiais (RISF, arts.
Especial 225). 354 a 376).

Em relação à urgência, há distinção entre a urgência constitucional e a urgência regimental.

1 – Urgência Constitucional

Os projetos com tramitação urgente estabelecida pela Constituição Federal são considerados pelo
Regimento Interno do Senado Federal como proposições sujeitas a disposições especiais (RISF,
art. 375) e, por isso, são abordados em detalhes na Aula 07 deste Curso, com o Prof. Miguel
Gerônimo. Mas, aqui, apresentarei apenas breves considerações para ajudar você a diferenciar a
urgência constitucional da urgência regimental.

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A Constituição Federal, em seu art. 64, determina que os projetos do Poder Executivo iniciem sua
tramitação na Câmara dos Deputados e confere ao Presidente da República competência para
solicitar urgência para apreciação dos projetos de sua iniciativa (privativa ou não).

No caso de aplicação da urgência constitucional, cada Casa dispõe do prazo de 45 dias para
apreciar a matéria, sob pena de sobrestamento da pauta, ou seja, sobrestar-se-ão todas as demais
deliberações legislativas, exceto aquelas que tenham prazo constitucional determinado (ex:
medidas provisórias). Além disso, a Câmara dos Deputados, na qualidade de Casa Iniciadora,
disporá de 10 dias para apreciar eventuais emendas do Senado ao projeto de lei em urgência
constitucional. Vencido esse prazo, será aplicada a mesma regra de sobrestamento da pauta que
comentei.

Prazos:

 CD – Projeto de Lei  45 dias;


 SF – Projeto de Lei  45 dias;
 CD – Emendas do SF  10 dias;
 Total: 100 dias
 Não correm nos períodos de recesso;
 Não se aplicam aos projetos de código.

Quadro 10 – Urgência Constitucional – Prazos de Tramitação

Casa Objeto e Prazo Total


Casa  45 dias
CD
Iniciadora  Apreciar projeto de lei

Casa  45 dias
SF
Revisora  Apreciar projeto de lei 100 dias

 10 dias
Casa
CD  Apreciar as emendas do SF (Casa
Iniciadora
revisora)

O Regimento do Senado, em seu art. 375, ainda inclui entre os projetos com tramitação urgente
estabelecida pela Constituição os projetos de apreciação de atos ou outorgas ou renovação de
concessão, permissão ou autorização para serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens
(CF, art. 223, § 1º).

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2 – Urgência Regimental

O Regimento Interno do Senado Federal reconhece dois tipos de urgência regimental: 1) o regime
de urgência requerida e deliberada pelo Plenário (RISF, arts. 336 e 340); e 2) o regime de urgência
que independe de requerimento (RISF, art. 353).

A urgência possibilita que o Senado delibere com mais celeridade algumas matérias. Em algumas
situações essa aceleração da tramitação impossibilita que a proposição seja encaminhada às
comissões ou retira a matéria das comissões e a leva diretamente para apreciação em Plenário,
ainda que pendente de parecer das comissões competentes. Por exemplo, no início de 2018, o
Senado deliberou em regime de urgência que independe de requerimento sobre o Projeto de
Decreto Legislativo nº 4, de 2018, que aprova o Decreto nº 9.288, de 16 de fevereiro, que decreta
intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro com o objetivo de pôr termo ao grave
comprometimento da ordem pública. Confira a imagem a seguir extraída do Diário do Senado
Federal.

Imagem 15 – Exemplo de urgência que independe de requerimento

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No Senado Federal, o regime de urgência implica rito processual mais célere por meio da
dispensa, durante toda a tramitação da matéria, de interstícios, prazos e formalidades regimentais.
Porém, não são dispensáveis pareceres, quórum para deliberação e distribuição de cópias da
proposição principal (RISF, art. 337).

Quadro 11 – Itens dispensáveis e indispensáveis no Regime de Urgência

Dispensáveis Indispensáveis
 Interstícios;  Pareceres;
Durante toda a  Prazos;  Quórum para deliberação;
tramitação  Formalidades regimentais.  Distribuição de cópias da
proposição principal.

Na imagem que utilizei acima para exemplificar a urgência, consta que a “matéria depende de
parecer da CCJ, que será proferido em plenário”. Como o parecer se encontra entre os itens que
não são dispensáveis e não haveria tempo hábil para a CCJ emitir parecer e, por isso, o projeto
nem chegou a ser encaminhado a essa comissão, o parecer seria proferido em Plenário por relator
designado pelo Presidente da Mesa para proferir parecer em substituição à CCJ (RISF, art. 140, I).
O objetivo principal da urgência é ganhar tempo na apreciação da matéria impondo mais rapidez
à sua tramitação.

2.1 – Competência Terminativa e Regime de Urgência

Projetos de lei e projetos de resolução reservados à competência terminativa das comissões nos
termos do art. 91, I e II, em regra, não poderão ser apreciados em regime de urgência (RISF, art.
336, parágrafo único). Em outras palavras, enquanto encontrarem-se em tramitação nas comissões
não poderão ser apreciadas com a celeridade imposta pela urgência. Porém, após a matéria
concluir sua tramitação nas comissões e receber a manifestação terminativa da comissão
competente, caso da decisão da comissão (pela aprovação ou rejeição) houver recurso interposto
por um décimo dos membros do Senado para discussão e votação da matéria pelo Plenário, em
caráter excepcional, poderá ser requerida urgência para que a apreciação em Plenário ocorra nesse
regime mais célere.

Os projetos de decreto legislativo previstos no art. 91, III,


para apreciação terminativa, referem-se a atos ou
outorgas ou renovação de concessão, permissão ou
autorização para serviço de radiodifusão sonora e de sons
e imagens (CF, art. 223, § 1º) e, nos termos das
disposições especiais (RISF, art. 375, caput), tramitam em urgência constitucional,
como dito anteriormente.

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Quanto às hipóteses de apreciação terminativa previstas no § 1º do art. 91, o RISF


é silente quanto ao cabimento ou não de regime de urgência.

2.2 – Tipos de Urgência Regimental

O Regimento do Senado prevê três tipos de urgência regimental requerida e procedimentos


específicos aplicáveis a cada caso como competência para se requerer a urgência, momentos de
leitura do requerimento e de sua apreciação pelo Plenário, momento para apreciação da matéria
urgente, encaminhamento da votação da matéria urgente, procedimentos em caso de
apresentação de emendas durante a discussão, possibilidade de extinção da urgência.

Primeiramente, vale conferir a literalidade do art. 336, I a III, para a identificação inicial de cada
um dos três tipos de urgência regimental.

RISF,

Art. 336. A urgência poderá ser requerida:

I - quando se trate de matéria que envolva perigo para a segurança nacional ou de


providência para atender a calamidade pública;

II - quando se pretenda a apreciação da matéria na segunda sessão deliberativa


ordinária subsequente à aprovação do requerimento;

III - quando se pretenda incluir em Ordem do Dia matéria pendente de parecer.

Agora que você já sabe quais são os três tipos de urgência e que há procedimentos diferentes
para cada um deles, apresentarei separadamente cada um desses tipos e os procedimentos
respectivos por meio de quadros esquematizados que facilitarão bastante sua compreensão sobre
o assunto.

Quadro comparativo. Outra metodologia interessante seria


reunir num único quadro comparativo os três tipos de urgência.
Então, se desejar, recomendo utilizar as informações dos três
quadros que apresentarei a seguir e reuni-las num quadro
comparativo em configuração de página “paisagem” e com
fonte reduzida, Ok?

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Quadro 12 – Regime de Urgência do art. 336, I

Requerida (art. 336, I)


Finalidade  apreciação imediata da matéria.
(art. 345, I)
Limitação  Possível somente para:
Material  Matéria que envolva perigo para a segurança nacional;
(art. 336, I)  Providência para atender a calamidade pública.

Proposta da  Mesa;
urgência:  Maioria dos membros do SF
requerimento  Líderes que representem a maioria do SF
(art. 338, I)
Apreciação do Requerimento de Urgência

Leitura do  Imediatamente;
Requerimento  Em qualquer fase da sessão
(art. 339, I)  Ainda que com interrupção de discurso, discussão ou votação

Deliberação do
Requerimento  Imediatamente;
(art. 340, I)
Encaminhamento  5 minutos por orador:
da votação do  Em geral:
requerimento
 Um dos signatários do requerimento;
(art. 343)  Um representante de cada partido.

Encaminhamento
 5 minutos por orador:
da votação do  Em geral:
requerimento  Um dos signatários do requerimento; e
(art. 343)  Um representante de cada partido;

Apreciação da Matéria Urgente

Deliberação da
matéria urgente  Imediatamente após a concessão da urgência;
(art. 345, I)
 Oral;
Parecer à matéria  Imediatamente:
urgente  Relator pode solicitar prazo de até duas horas;
(art. 346, I e §§  Prazo será concedido sem prejuízo do prosseguimento da Ordem
1º e 2º) do Dia.

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Requerida (art. 336, I)


 Metade do prazo previsto para as matérias em tramitação normal;
 Autor da proposição;
Discussão e  Relatores; e
Encaminhamento  Um Orador de cada partido.
da Votação da  Observações:
matéria urgente  Discussão em tramitação normal: 10 min  metade: 5 min. (RISF,
art. 14, III);
(art. 347)
 Encaminhamento em tramitação normal: 5 min  metade 2,5 min.
(RISF, art. 14, VI).

Discussão  Os pareceres serão proferidos imediatamente, por relator designado


pelo Presidente;
encerrada com
emendas  Parecer oral;
(arts. 346, I e §  Relator pode solicitar prazo de até duas horas;
2º, e 348, I)  Prazo será concedido sem prejuízo do prosseguimento da Ordem
do Dia.

Realização de
Diligência  Não há previsão de diligência nesse regime de urgência.
(art. 349)
Preparo da
votação da  Não se aplica às urgências para apreciação imediata previstas no art.
matéria urgente 336, I.
(art. 345,
parágrafo único)
Turno  Regra:
Suplementar  Imediatamente
(art. 350)  Após aprovação, em turno único, do substitutivo integral;
 Exceção:
 Prazo de 24 horas
 para elaboração da redação para o turno suplementar.

Urgências que  Autorizar o Presidente da República a:


independem de  Declarar guerra;
Requerimento e  Celebrar a paz;
tramitam nos
 Permitir forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
permaneçam
termos do art.
336, I  Aprovar ou suspender o estado de Defesa
(art. 353, I)  Aprovar ou suspender a intervenção federal;
 Autorizar ou suspender o estado de sítio.

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Requerida (art. 336, I)


Obs.: Esses assuntos são de competência exclusiva do Congresso Nacional
e, por isso, disciplinados por decreto legislativo.

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Quadro 13 – Regime de Urgência do art. 336, II

Requerida (art. 336, II)


Finalidade  Quando se pretenda a apreciação da matéria na segunda sessão
deliberativa ordinária subsequente à aprovação do requerimento.
(art. 336, II)
Limitação
Material  Inexiste limitação material expressa.
(art. 336, II)
 2/3 da composição do SF (54 Senadores)
 Líderes que representem 2/3 do Senado;
 por comissão;
 pela Comissão de Assuntos Econômicos:
 Quando se tratar de autorização para operações
Proposta da
 de crédito externo
urgência:
requerimento  Decorrentes de convênios para aquisição de bens e serviços no
exterior;
(art. 338, II, IV e
V)  De emissão de títulos da dívida pública;
 De emissão de debêntures ou assunção de obrigações por
entidades controladas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municípios que não exerçam atividade produtiva ou não possuam
fonte própria de receitas.

Leitura do
Requerimento  no Período do Expediente;
(art. 339, II)
Deliberação do  Após a Ordem do Dia;
Requerimento  desde que publicado o avulso eletrônico da proposição respectiva;
(arts. 255, I, “a”;  respeitado o limite de até dois requerimentos de urgência, não
contabilizados os sujeitos a deliberação imediata;
340, II; 341 e
342)  considerado prejudicado se não houver número para a votação
 5 minutos por orador:
 Em geral:
Encaminhamento  Um dos signatários do requerimento;
da votação do  Um representante de cada partido;
requerimento  Se requerimento de Comissão:
(art. 343)  Presidente da comissão;
 Relator da matéria.

Deliberação da  na segunda sessão deliberativa ordinária que se seguir à concessão da


urgência;
matéria urgente
(art. 345, II)  incluída a matéria na Ordem do Dia.

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Requerida (art. 336, II)


Parecer à matéria  Em regra, escrito;
urgente  Exceção: oral, por motivo justificado;
(art. 346, II e § 2º)  Quando a matéria for anunciada na Ordem do Dia.
 Discussão: 1 vez por 10 minutos;
Discussão e
 5 Senadores a favor;
Encaminhamento
 5 Senadores contra.
da Votação da
 Encaminhamento: 1 vez por 5 minutos.
matéria urgente
 Relator da comissão de mérito;
(art. 14, IV e VI)
 Líderes de cada partido ou bloco parlamentar ou
 Senadores indicados por esses líderes.

Discussão
 Os pareceres às emendas poderão ser proferidos:
encerrada com  Imediatamente; ou
emendas  Em 24 horas, se a complexidade da matéria indicar;
(art. 348, II)  Nesta hipótese, a matéria sairá da Ordem do Dia, para nela
figurar na sessão deliberativa ordinária subsequente.

Realização de
Diligência  Não há previsão de diligência nesse regime de urgência.
(art. 349)
Preparo da
votação da  Mesa: prazo não superior a 24 horas;
matéria urgente  Quando, encerrada a discussão, se tornar impossível o imediato
início das deliberações, em virtude da complexidade da matéria.
(art. 345,
parágrafo único)
Urgências que  A matéria que objetive autorização para o Presidente e o Vice-
independem de Presidente da República se ausentarem do País:
Requerimento e  Competência exclusiva do Congresso Nacional;
tramitam nos  Decreto Legislativo;
termos do art.  As proposições sujeitas a prazo, quando faltarem 10 dias para o término
336, II desse prazo.
(art. 353, II)

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Quadro 14 – Regime de Urgência do art. 336, III

Requerida (art. 336, III)


Finalidade  Quando se pretenda incluir em Ordem do Dia matéria pendente de
parecer.
(art. 336, III)
Limitação
Material  Inexiste limitação material expressa.
(art. 336, III)
 1/4 da composição do SF (21 Senadores)
 Líderes que representem 1/4 do Senado;
 por comissão;
 pela Comissão de Assuntos Econômicos:
 Quando se tratar de autorização para operações
Proposta da
 de crédito externo
urgência:
requerimento  Decorrentes de convênios para aquisição de bens e serviços no
exterior;
(art. 338, III, IV e
V)  De emissão de títulos da dívida pública;
 De emissão de debêntures ou assunção de obrigações por
entidades controladas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos
Municípios que não exerçam atividade produtiva ou não possuam
fonte própria de receitas.

Leitura do
Requerimento  no Período do Expediente;
(art. 339, II)
Deliberação do  na sessão deliberativa seguinte, incluído em Ordem do Dia;
Requerimento  desde que publicado o avulso eletrônico da proposição respectiva;
(arts. 255, II, “c”,  respeitado o limite de até dois requerimentos de urgência, não
contabilizados os sujeitos a deliberação imediata.
1; 340, III; e 341)
 5 minutos por orador:
 Em geral:
Encaminhamento  Um dos signatários do requerimento;
da votação do  Um representante de cada partido;
requerimento  Se requerimento de Comissão:
(art. 343)  Presidente da comissão;
 Relator da matéria.

Deliberação da  na quarta sessão deliberativa ordinária que se seguir à concessão da


matéria urgente urgência.
(art. 345, III)

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Requerida (art. 336, III)


Parecer à matéria  Em regra, escrito;
urgente  Exceção: oral, por motivo justificado;
(art. 346, III e §  No prazo compreendido entre a concessão da urgência e o dia anterior
ao da sessão em cuja Ordem do Dia deva a matéria figurar.
2º)
 Discussão: 1 vez por 10 minutos;
Discussão e
 5 Senadores a favor;
Encaminhamento
 5 Senadores contra.
da Votação da
 Encaminhamento: 1 vez por 5 minutos.
matéria urgente
 Relator da comissão de mérito;
(art. 14, IV e VI)
 Líderes de cada partido ou bloco parlamentar ou
 Senadores indicados por esses líderes.

Discussão  O projeto sairá da Ordem do Dia, para nela se novamente incluído na


quarta sessão deliberativa ordinária subsequente;
encerrada com
emendas  Os pareceres sobre as emendas devem ser proferidos até o dia anterior
ao da sessão em que a matéria será apreciada.
(art. 348, III)
Realização de  Pelo prazo máximo de quatros sessões.
Diligência  O requerimento pode ser apresentado até ser anunciada a votação.
(art. 349)
Preparo da  Mesa: prazo não superior a 24 horas;
votação da  Quando, encerrada a discussão, se tornar impossível o imediato
início das deliberações, em virtude da complexidade da matéria.
matéria urgente
(art. 345,
parágrafo único)

Agora você já sabe os três tipos de urgência regimental requerida e o enquadramento das
urgências que independem de requerimento. Então, que tal compreender se há algum limite de
matérias que podem tramitar em urgência?

O Regimento Interno do Senado não impôs nenhum limite quanto à quantidade de proposições
que podem, simultaneamente, tramitar em regime de urgência. Não há também limite de
requerimentos de urgência que podem ser apresentados. Porém, há o limite de até dois
requerimentos de urgência que podem ser apreciados na mesma sessão, mas esse limite não inclui
os requerimentos de urgência para deliberação imediata nos termos do art. 336, I. Então, numa
mesma sessão é possível ocorrer qualquer das situações apresentadas no quadro a seguir:

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Quadro 15 – Deliberação de Requerimentos de Urgência na mesma sessão

Urgência para 2ª sessão Urgência para 4ª sessão


Urgência imediata
deliberativa ordinária (RISF, art. deliberativa ordinária (RISF, art.
(RISF, art. 336, I)
336, II) 336, II)
Nenhum Nenhum

Nenhum, Um Nenhum

Um ou Nenhum Um
Vários
Um Um
(Não computados no
cálculo) Dois Nenhum

Nenhum Dois

2.3 – Retirada de Requerimento de Urgência e Extinção da Urgência

Retirada de requerimento de urgência versus extinção da urgência.

A retirada de requerimento de urgência é possível quando há requerimento de urgência pendente


de deliberação do Plenário, ou seja, houve a proposta de urgência, mas o Plenário ainda não
apreciou o requerimento e, por isso, ainda não concedeu a urgência à matéria. Então, é possível
solicitar, por escrito, a retirada do requerimento de urgência para que a matéria continue em rito
normal de tramitação.

Nesse caso, a legitimidade para solicitar a retirada do requerimento de urgência dependerá de


quem requereu esse regime mais célere. Confira no quadro quem poderá solicitar a retirada.

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Quadro 16 – Solicitação de Retirada de Requerimento de Urgência

Solicitante Condição Esclarecimentos


 quando não se trate de  quando a urgência foi proposta
requerimento de líderes coletivamente por Senadores (e
Primeiro não por líderes) de acordo com os
signatário quóruns previstos no art. 338,
conforme o caso.
 no caso de urgência solicitada por
Presidente da  quando de autoria desta comissão ou pela CAE, nos termos
comissão do art. 338, IV e V.
 quando a urgência foi solicitada
por líderes, a solicitação de
 que o houverem subscrito retirada deverá ser em conjunto
Lideranças
pelas lideranças que assinaram o
requerimento de urgência

Além da legitimidade para solicitar a retirada do requerimento de urgência, devem ser


observadas, no que couber, as regras de retirada de proposição previstas no art. 256 do RISF.
Essas regras, foram objeto da aula 05, ministrada pela prof. Miguel Gerônimo. Então, revise lá o
conteúdo se necessário. Por fim, esclareço que, em relação a requerimento de urgência de autoria
da Mesa (RISF, art. 338, I), o Regimento não especifica a quem compete solicitar a sua retirada.

A extinção da urgência ocorre após o Plenário ter aprovado o requerimento de urgência e


concedido o regime de urgência à tramitação da matéria. A urgência pode ser extinta pelo término
da sessão legislativa ou por deliberação do Plenário.

A extinção do regime de urgência em decorrência do término da sessão legislativa independe de


requerimento ou de deliberação e, portanto, didaticamente pode ser considerada uma extinção
automática provocada pelo encerramento dos trabalhos legislativos na sessão legislativa. Em tese,
esse tipo de extinção alcança os três regimes de urgência previstos no art. 336 do RISF. Então, se
diante da hipotética situação de, na última sessão deliberativa da sessão legislativa, ser
apresentado e aprovado requerimento de urgência nos termos do art. 336, I, mas, por falta de
quórum não for possível deliberar sobre a matéria para a qual o Plenário concedeu urgência, ao
encerrar a sessão legislativa ao final desse dia, essa urgência recém aprovada será extinta
automaticamente pelo término da sessão legislativa. Logo, na sessão legislativa seguinte, a
matéria continuará a tramitar em rito normal. Portanto, para acelerar sua tramitação, deverá ser
requerida nova urgência.

A extinção por deliberação do Plenário é provocada por requerimento e não se aplica ao regime
de urgência para apreciação imediata nos termos do art. 336, I do RISF. A legitimação para

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requerer a extinção da urgência varia de acordo com o tipo de urgência, conforme demonstrado
no quadro a seguir.

Quadro 17 – Requerimento de Extinção da Urgência


Tipo de urgência Requerimento de Extinção da Urgência
 não há previsão de extinção da urgência por requerimento e
Para apreciação imediata deliberação do Plenário
 Maioria dos membros do Senado (41 Senadores);
Para apreciação na 2ª Sessão  Líderes que representem esse número; ou
deliberativa ordinária  Comissão requerente.
 1/4 da composição do Senado (21 Senadores);
Para apreciação na 4ª Sessão  Líderes que representem esse número; ou
deliberativa ordinária  Comissão requerente.

O RISF não apresenta explicação do motivo pelo qual o


quórum de requerimento de urgência do art. 336, II, é de 2/3
e a retirada desse tipo de urgência depende de requerimento
apenas da maioria absoluta. Tanto o requerimento para
concessão da urgência quanto o que pleiteia a retirada da
urgência são apreciados pelo Plenário, que delibera por
maioria simples (maioria de votos, presente a maioria
absoluta dos membros). Então, apesar da diferença no quórum para requerer, no
final das contas, a decisão de conceder ou retirar a urgência será do Plenário, por
maioria simples.

2.4 – Turno Suplementar em Regime de Urgência

O Regimento Interno do Senado Federal estabelece que, havendo substitutivo integral, aprovado
pelo Plenário no turno único, o projeto será submetido a turno suplementar (RISF, art. 270,
parágrafo único).

O turno suplementar de matéria em regime de urgência será realizado imediatamente após a


aprovação, em turno único, do substitutivo, podendo ser concedido o prazo de vinte e quatro horas
para a elaboração da redação para o turno suplementar (RISF, art. 350).

 Regra: imediatamente após a aprovação, em turno único, do substitutivo;


 Exceção: após prazo de 24 horas para a elaboração da redação para o turno suplementar.

Redação Final a matéria urgente

No rito normal de tramitação, em regra, a redação final deve ser publicada no Diário do Senado
Federal e em avulso eletrônico para posterior inclusão na Ordem do Dia (RISF, art. 320, caput). A

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redação final de matéria em regime de urgência não depende de publicação e será submetida à
deliberação do Senado:

 no caso de urgência imediata nos termos do art. 336, I, imediatamente após a


apresentação, ainda que com interrupção de discussão ou votação;
 nos demais casos, a juízo da Presidência, em qualquer fase da sessão.

REDAÇÃO PARA O TURNO SUPLEMENTAR E REDAÇÃO FINAL,


CORREÇÃO DE ERRO E AUTÓGRAFOS
Os Capítulos XIV a XVI do Título VIII do RISF dispõe, respectivamente, sobre a redação das
proposições após sua aprovação, a correção de erro em texto aprovado e com redação definitiva
e os autógrafos e o encaminhamento da proposição ao próximo destino.

1 – Redação para o Segundo Turno e Redação Final

As redações recebem denominações específicas conforme o turno de tramitação em que ocorreu


a aprovação da matéria: a redação para o turno suplementar é elaborada ao final do turno único
em que ocorreu aprovação de substitutivo integral e a redação final, quando do encerramento de
turno único sem aprovação de substitutivo, do turno suplementar ou, ainda, do segundo turno,
que somente é previsto para proposta de emenda à Constituição (RISF, art. 270).

Então, já tenha clareza quanto ao(s) turno(s) a que cada redação está vinculada:

Redação para o Turno Suplementar  Turno único, apenas se houver substitutivo integral;

Redação Final  Turno único, Turno Suplementar ou 2º Turno.

Em relação à redação final em turno suplementar, o RISF não é expresso. Se na discussão


suplementar não houver emendas, o substitutivo será adotado definitivamente sem
votação. Nesse caso, o RISF não é claro se será necessário elaborar a redação final ou será
considerada final o texto da redação já elaborada pela comissão competente para o turno

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suplementar. Na prática, não se elabora redação final nesse caso. Exemplos: Projeto de
Lei do Senado nºs 163/2018 e 230/2018. A adoção do substitutivo no turno suplementar
não necessariamente equivale ao texto final, pois há a possibilidade de apresentação de
emendas ao substitutivo e, se o substitutivo for aprovado com essas emendas, será
necessário elaborar a redação final. O RISF não é claro quanto a isso. No Glossário de
Termos Legislativos (2018), utiliza-se a expressão "Redação Final do Substitutivo" como
sendo "Texto legislativo que, tendo como base a redação para o turno suplementar,
consolida as emendas aprovadas no turno suplementar. É apresentada na forma de
Parecer e submetida à aprovação do Plenário." Exemplo: Projeto de Resolução nº
72/2010.
A redação final deve se limitar a reproduzir o que foi aprovado após a votação do projeto,
destaques e emendas. Redação final não pode alterar mérito.

O RISF não específica a denominação da redação elaborada ao final do primeiro turno


de proposta de emenda à Constituição nem informa a comissão competente para sua
elaboração. Na prática, a Comissão Diretora elabora a redação para o segundo turno.
Cabe esclarecer que a competência para elaborar a redação final de PEC é da CCJ (RISF,
art. 365). Por sua vez, a Comissão Diretora é competente para elaborar a redação final
das proposições de iniciativa do Senado e das emendas e projetos da Câmara dos
Deputados aprovados pelo Plenário (RISF, art. 98, V).

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Imagem 16 – Parecer com redação final de Substitutivo aprovado com emendas

Imagem 17 – Menção à redação para o segundo turno na tramitação da PEC nº 6/2019 –


Reforma da Previdência

A elaboração dessas redações contribui para a aplicação da técnica legislativa prevista na Lei
Complementar nº 95, de 1998 (com as alterações decorrentes da LC nº 107, de 2001), que dispõe
sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis.

Algumas vezes, parlamentares apresentam proposições redigidas por representantes de


entidades da sociedade civil ou por especialistas no mérito da matéria que não conhecem ou não
dominam a técnica legislativa, o que aumenta as chances de as proposições conterem vício de

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linguagem, defeito ou erro manifesto em seu texto. Além disso, durante a tramitação a proposição
pode sofrer alterações decorrentes de emendas ou destaques, razão pela qual é essencial a
redação do texto que reproduzirá, em conformidade com a técnica legislativa, o conteúdo
aprovado.

Em regra, as proposições tramitam em turno único, mas haverá turno suplementar quando houver
substitutivo integral ao projeto. Então, terminada a votação, com a aprovação de substitutivo, o
projeto irá à comissão competente a fim de elaborar a redação para o turno suplementar.

A Comissão Diretora é competente para elaborar a redação final das proposições de iniciativa do
Senado, das emendas e projetos da Câmara dos Deputados aprovados pelo Plenário e de projetos
de resolução de alteração ou reforma do Regimento Interno quando de iniciativa de Senador (RISF,
arts. 98, V, e 401, § 5º). Porém, é privativo da comissão específica para o estudo da matéria elaborar
a redação para o turno suplementar e a redação final nos casos projeto de resolução de sua
iniciativa para alteração ou reforma do Regimento Interno, proposta de emenda à Constituição e
projeto de código ou sua reforma (RISF, arts. 318; 374, caput, e XIII; e 401, § 5º). O quadro a seguir
permite comparar com mais clareza a Comissão competente para elaborar a redação para o
segundo turno e a redação final (RISF, arts. 98, V; e 318):

Quadro 18 – Competência para Elaborar Redação para o Turno Suplementar e Redação Final

Redação para o Turno Suplementar ou Redação Final


Comissão Proposição Dispositivo
Aprovados pelo Plenário:
Comissão Diretora 1) Proposições de iniciativa do SF; e Art. 98, V;
2) emendas e projetos da CD;
CCJ PEC Art. 365
Comissão temporária
criada para esse fim, se
Arts. 318,
de sua elaboração
Projeto de reforma do Regimento III, e 401,
Comissão Diretora, se de
Comissão § 5º
autoria individual de
competente
Senador
Arts. 318,
Comissão temporária III, e 374,
Projeto de Código ou sua reforma
para seu estudo caput e
XIII

A redação final dos projetos de lei da Câmara destinados à sanção será dispensada, salvo se houver
vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir (RISF, art. 319, parágrafo único).

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Em se tratando de proposta de emenda à Constituição, caso a aprovação em segundo turno ocorra


sem emendas, a PEC será remetida à Câmara dos Deputados. Nesse caso, o RISF não menciona
redação final, que é prevista para o caso de aprovação da PEC com emendas (RISF, art. 365).

Imagem 18 – Trecho de tramitação da PEC nº 17/2019, aprovada sem emendas em segundo


turno

Apreciação Terminativa e texto final


O Regimento Interno do Senado silencia quanto à elaboração do texto final de projetos
aprovados em caráter terminativo pelas comissões. Nas proposições em geral aprovadas
em Plenário, cabe à Comissão Diretora elaborar a redação final. Apesar de o art. 92 dispor
que aplicam-se à tramitação dos projetos e demais proposições submetidas à deliberação
terminativa das comissões as disposições relativas a turnos, prazos, emendas e demais
formalidades e ritos exigidos para as matérias submetidas à apreciação do Plenário do
Senado, na prática, o Senado Federal encaminha o projeto aprovado em caráter
terminativo à Coordenação de Redação Legislativa (CORELE) para a revisão do texto final,
conforme se pode observar na imagens X e Z a seguir (apesar de constar “para elaboração
do texto final”, na verdade a função da Corele é revisar o texto final aprovado pela
comissão em caráter terminativa. Na tramitação de alguns projetos (Ex: Projetos de Lei
nºs 4731, 4850 e 5141, todos de 2019), o projeto é encaminhado à essa Coordenação,
mas não consta a informação “À Corele para elaboração do texto final”, porém consta o
texto final revisado em ação seguinte. De acordo com o art. 200, VI, do Regulamento
Administrativo do Senado, a Corele é unidade diretamente subordinada à Secretaria-
Geral da Mesa e tem as seguintes atribuições: “analisar as proposições legislativas
prontas para deliberação pelos Plenários do Senado Federal e do Congresso Nacional, no
tocante à técnica legislativa; supervisionar a elaboração das minutas de redação final, de
redação para o segundo turno e de redação do vencido das proposições aprovadas pelos
Plenários a serem submetidas às Mesas, nos termos do Regimento Interno do Senado
Federal e do Regimento Comum do Congresso Nacional; supervisionar a revisão dos
textos finais das proposições aprovadas terminativamente pelas Comissões, procedendo

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às adequações necessárias em observância aos preceitos de técnica legislativa previstos


na Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998; supervisionar a elaboração dos
quadros comparativos das proposições em tramitação no Senado Federal e no Congresso
Nacional, em cotejo com os textos da legislação vigente, das emendas apresentadas, da
redação final aprovada e dos vetos presidenciais; disponibilizar na internet, para acesso
público, as redações finais, redações para o segundo turno e redações do vencido
aprovadas pelos Plenários, os textos finais revisados das proposições aprovadas
terminativamente pelas Comissões e os quadros comparativos das proposições em
tramitação no Senado Federal e no Congresso Nacional; e executar atividades correlatas”.

Imagem 19 – Menção a Texto Final em Apreciação Terminativa em Comissão

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Imagem 20 – Texto Final Revisado pela Coordenação de Redação Legislativa, após aprovação
em caráter terminativo

 A redação final:
 Será lida no Período do Expediente;
 Exceção: leitura ao final da Ordem do Dia, por deliberação do Plenário a proposta do
Presidente quando, no decorrer da sessão em que for aprovada a matéria, chegar à
mesa a redação final respectiva;

 Ficará sobre a mesa para oportuna inclusão na Ordem do Dia após:


 ser publicada no DSF e em avulso eletrônico; e
 interstício regimental.
 Exceção: discussão e deliberação da redação final imediatamente após a leitura,
desde que assim o delibere o Plenário;

 em qualquer hipótese, sua votação não está sujeita a quórum qualificado (RISF, arts. 288,
§ 1º; e 366).

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 Ainda que se exija quórum qualificado para votação da matéria, como no caso de
proposta de emenda à Constituição, a votação da redação final poderá ser por
maioria simples.

 Figurando a redação final na Ordem do Dia, se sua discussão for encerrada sem
emendas ou retificações, será considerada definitivamente aprovada, sem votação, a não
ser que algum Senador requeira seja submetida a votos.

Projetos da Câmara emendados pelo Senado e redação final das emendas

Os projetos da Câmara apresentados ao Senado já passaram pelo processo legislativo naquela


Casa, onde se pressupõe que a técnica legislativa foi devidamente observada na produção da
versão do texto final encaminhado ao Senado. Então, o Regimento Interno do Senado estabelece
que, em caso de haver emendas do Senado a projeto da Câmara, a redação final limitar-se-á às
emendas destacadamente, as quais não serão incorporadas ao texto da proposição. A não
incorporação das emendas é devido ao fato de que a Câmara dos Deputados irá apreciar somente
as emendas (CF, art. 65) e poderá identificá-las com facilidade para aprová-las ou rejeitá-las. Se a
Câmara aprovar as emendas do Senado, as emendas serão consolidadas ao texto do projeto
anteriormente aprovado para envio de um texto único à sanção. Caso a Câmara rejeite as emendas
do Senado, as emendas serão arquivadas e o projeto, no formato em que foi aprovado
inicialmente, será encaminhado à sanção.

A redação final pode ser emendada por meio de emendas de redação. Então, no caso de redação
final de emendas do Senado a projeto da Câmara, não se admitirão emendas a dispositivo não
emendado, salvo as de redação e as que decorram de emendas aprovadas. Em outras palavras,
em regra, não cabe emenda ao projeto da Câmara, mas somente às emendas do Senado. Porém,
será cabível emenda de redação ao projeto da Câmara caso as emendas decorram de emendas
do Senado aprovadas (RISF, art. 322).

Suponha que o Senado aprovou projeto


da Câmara e apresentou emenda para
alterar o artigo terceiro do projeto.
Suponha, ainda, que essa emenda utilizou
expressão mais técnica que a originalmente constante do artigo objeto de
alteração, mas não se observou que a expressão a ser substituída pela da emenda
constava também do artigo 42 do projeto. Para adequação de técnica legislativa,
é recomendável utilizar exatamente a expressão constante da emenda do Senado
aprovada. Nesse caso, pode-se propor emenda de redação ao artigo 42 do
projeto da Câmara, não obstante esse artigo não ter sido emendado pelo Senado
quando da votação da matéria.

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Caso o projeto da Câmara seja aprovado integralmente pelo Senado sem qualquer alteração de
mérito, o projeto será encaminhado à sanção e, nesse caso, como não houve alteração, a redação
final será dispensada, salvo se houver vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir
(RISF, art. 319, parágrafo único).

Emendas de Redação à Redação Final

As emendas de redação dependem de parecer da comissão que houver elaborado a redação final.
Além disso, quando houver dúvidas sobre se a emenda apresentada como de redação atinge a
substância da proposição, ouvir-se-á a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (RISF, arts.
234, parágrafo único e 323).

Art. 324. Figurando a redação final na Ordem do Dia, se sua discussão for
encerrada sem emendas ou retificações, será considerada definitivamente
aprovada, sem votação, a não ser que algum Senador requeira seja submetida a
votos.

2 – Correção de Erro

Apesar de não ser usual na prática legislativa por seu caráter excepcional, os arts. 325 a 327 do
RISF possibilitam a correção do texto após a aprovação da redação final e, inclusive, após seu envio
à Câmara ou à sanção.

Esse assunto não foi cobrado nos concursos de 2008 e 2012. Mas, esquematizarei as principais
informações para ajudar você a compreender os dispositivos regimentais, que seguirão transcritos
ao final deste tópico.

A expressão “redação definitiva” não é sinônima de redação final, pois pode corresponder: 1) à
redação final aprovada ou apenas considerada definitivamente aprovada sem votação (RISF, art.
324); ou 2) à redação do substitutivo adotado sem votação em turno suplementar (RISF, art. 284);
ou, ainda, 3) à redação de proposta de emenda à Constituição aprovada, sem emendas, em
segundo turno (RISF, art. 365).

O erro a ser corrigido pode ser enquadrado em três categorias:

 erro que afete o mérito:


 Contradição, incoerência, prejudicialidade ou equívoco que importe alteração do
sentido do projeto (RISF, art. 325, I e II):

 Em projeto ainda não encaminhado à sanção ou à Câmara:


 Presidente encaminhará à comissão compete para que proponha o modo de
corrigir o erro;

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 Após, a proposição será examinada pela CCJ;


 Em seguida, a proposição será submetida ao Plenário;
 Em projeto já encaminhado à sanção ou à Câmara:
 Presidente encaminhará à comissão compete para que proponha o modo de
corrigir o erro;
 Após, a proposição será examinada pela CCJ;
 Em seguida, a proposição submetida ao Plenário;
 Após, o Presidente comunicará o fato ao Presidente da República ou à Câmara,
remetendo novos autógrafos, se for o caso, ou solicitando a retificação do texto,
mediante republicação da lei;
 Em autógrafo recebido da Câmara, inexatidão material, lapso ou erro manifesto que
tenha resultado em alteração de sentido do texto (RISF, art. 326, caput):

 Se o erro for percebido pelo Senado antes da aprovação da proposição nessa Casa
(RISF, art. 326, caput):
 Será sustada a sua apreciação para consulta à Casa de origem (Câmara);
 Os esclarecimentos da Câmara serão dados a conhecer ao Senado, antes da
votação;
 A matéria voltará às comissões para novo exame se do vício houver resultado
alteração de sentido do texto;
 Se o erro for comunicado pela Câmara (RISF, art. 326, parágrafo único):
 Lida no Período do Expediente, será a comunicação encaminhada à comissão em
que estiver a matéria;
 Se a matéria já houver sido examinada por outra comissão, a Presidência
providenciará a fim de que ela volte, para novo exame, antes do parecer do órgão
em cujo pode se encontre;
 Ao ser a matéria submetida ao Plenário, o Presidente o advertirá do ocorrido;
 Se a matéria já houver sido voltada pelo Senado, a Presidência providenciará para
que seja objeto de nova discussão, promovendo, quando necessário, a
substituição dos autógrafos remetidos à Presidência da República ou à Câmara.
 erro que afete apenas a redação:
 Inexatidão material devida a lapso manifesto ou erro gráfico cuja correção não importe
alteração do sentido da matéria (RISF, art. 325, III):

 O Presidente comunicará o fato ao Presidente da República ou à Câmara, remetendo


novos autógrafos, se for o caso, ou solicitando a retificação do texto, mediante
republicação da lei e, posteriormente, dará ciência ao Plenário.
 erro de tipo normativo em projeto originário do Senado (RISF, art. 327):

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 Solução será o desdobramento da proposição:


 Em projeto de lei, matéria de projeto de decreto legislativo ou de resolução;
 Em projeto de decreto legislativo ou de resolução, matéria de lei.

Art. 325. Verificada a existência de erro em texto aprovado e com redação


definitiva, proceder-se-á da seguinte maneira:

I - tratando-se de contradição, incoerência, prejudicialidade ou equívoco que


importe em alteração do sentido do projeto, ainda não remetido à sanção ou à
Câmara, o Presidente encaminhará a matéria à comissão competente para que
proponha o modo de corrigir o erro, sendo a proposta examinada pela Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania antes de submetida ao Plenário;

II - nas hipóteses do inciso I, quando a matéria tenha sido encaminhada à sanção


ou à Câmara, o Presidente, após manifestação do Plenário, comunicará o fato ao
Presidente da República ou à Câmara, remetendo novos autógrafos, se for o caso,
ou solicitando a retificação do texto, mediante republicação da lei;

III - tratando-se de inexatidão material, devida a lapso manifesto ou erro gráfico,


cuja correção não importe em alteração do sentido da matéria, o Presidente
adotará as medidas especificadas no inciso II, mediante ofício à Presidência da
República ou à Câmara, dando ciência do fato, posteriormente, ao Plenário.

Art. 326. Quando, em autógrafo recebido da Câmara, for verificada a existência


de inexatidão material, lapso ou erro manifesto, não estando ainda a proposição
aprovada pelo Senado, será sustada a sua apreciação para consulta à Casa de
origem, cujos esclarecimentos serão dados a conhecer ao Senado, antes da
votação, voltando a matéria às comissões para novo exame se do vício houver
resultado alteração de sentido do texto.

Parágrafo único. Quando a comunicação for feita pela Câmara, proceder-se-á da


seguinte maneira:

I - lida no Período do Expediente, será a comunicação encaminhada à comissão


em que estiver a matéria;

II - se a matéria já houver sido examinada por outra comissão, a Presidência


providenciará a fim de que a ela volte, para novo exame, antes do parecer do
órgão em cujo poder se encontre;

III - ao ser a matéria submetida ao Plenário, o Presidente o advertirá do ocorrido;

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IV - se a matéria já houver sido votada pelo Senado, a Presidência providenciará


para que seja objeto de nova discussão, promovendo, quando necessário, a
substituição dos autógrafos remetidos à Presidência da República ou à Câmara.

Art. 327. Quando, após a aprovação definitiva de projeto de lei originário do


Senado, for nele verificada a existência de matéria que deva ser objeto de projeto
de decreto legislativo ou de resolução, a Presidência providenciará, ouvida a
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, o desdobramento da proposição.

Parágrafo único. Seguir-se-á igual orientação quando se trate de projeto de


decreto legislativo ou de resolução que contenha matéria de lei.

3 – Autógrafos

Autógrafos é termo utilizado para o documento oficial assinado pelo Presidente do Senado com a
reprodução do texto final da proposição aprovada em definitivo pela Casa (Plenário ou Comissão),
que será enviado à sanção, à promulgação ou à Câmara dos Deputados, conforme o caso.

Autógrafo ou autógrafos? O RICD e o RISF utilizam esse


termo tanto singular quanto no plural (RICD, arts. 199 e
200; e RISF, art. 328, caput, e 330). No Glossário de
Termos Legislativos (2018, p. 13), o termo é grafado no
singular. O termo no singular é apropriado para
documento único. O termo no plural é adequado quando há mais de uma via
original.

Em concurso, considere as duas formas corretas.

O Regimento dispõe que os autógrafos reproduzirão a redação final, aprovada pelo Plenário, ou
o texto da Câmara, não emendado (RISF, art. 329).

Os autógrafos reproduzirão a redação final! Apesar de ser a


literalidade do art. 329 do RISF, sabemos que, em alguns casos,
a redação definitiva não é a redação final, conforme expliquei
no tópico referente a correção de erro.

Em concurso, considere a literalidade do art. 329.

O Presidente do Senado promulga resoluções do Senado e decretos legislativos (RISF, art. 48,
XXVIII). Cabe, ainda, ao Presidente do Senado promulgar as resoluções do Congresso Nacional
(RCCN, art. 52, parágrafo único).

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O Regimento estabelece que o autógrafo procedente da Câmara ficará arquivado no Senado (RISF,
art. 330). Porém, quando a proposição originária da Câmara for emendada, será remetida à Casa
de origem, juntamente com os autógrafos referidos no art. 329, cópia autenticada do autógrafo
procedente daquela Casa, salvo se houver segunda via, caso em que será devolvida (RISF, art. 331).

Na prática, após a promulgação da lei, o Presidente da República encaminha mensagem


ao Congresso Nacional por meio da qual comunica aos membros do Congresso Nacional
que sancionou a lei. Nessa mensagem consta, ainda, a informação de que o Presidente
está restituindo dois autógrafos do texto convertido em lei para o arquivo do Congresso
Nacional. Então, o Senado encaminha à Câmara o autógrafo a ser arquivado naquela Casa,
conforme imagem a seguir

Imagem 21 – Mensagem ao Congresso Nacional que comunica promulgação de lei e restitui


autógrafos.

Imagem 22 – Senado encaminha autógrafo de texto convertido em lei à Câmara dos Deputados

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vamos lá, finalizamos a parte teórica da Aula 06. Peço a você a gentileza de postar um comentário
no fórum do curso sobre essa aula, saber sua opinião é muito importante para o melhor
alinhamento do curso a fim de que as próximas aulas atendam ainda mais suas expectativas e
necessidades.

Recomendo que você reforce sua aprendizagem por meio das videoaulas, pois, em alguns casos,
a explicação oral associada a informações visuais na tela possibilita a compreensão imediata do
assunto e gera uma economia de tempo que poderá ser mais eficientemente aproveitado em
releituras mais rápidas e efetivas do livro digital!

As videoaulas são ainda mais recomendadas para a aprendizagem da parte referente ao


processamento da votação, pois, em minha experiência como aluno e professor, as explicações
orais e demonstrações em tela dessa parte do conteúdo são muito mais eficientes que o estudo
apenas mediante leitura.

Prossiga com confiança e determinação, pois este é menor caminho para o êxito!

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QUESTÕES COMENTADAS

1 – Da Apreciação das Proposições

1. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) As


proposições são subordinadas, em sua apreciação, a um único turno de discussão e votação,
salvo proposta de emenda à Constituição.

Comentários:

RISF, art. 270, caput. Gabarito: Certo.

2. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo)


Considerando as várias espécies de proposições que podem ser apreciadas no Senado Federal,
assinale a alternativa correta quanto ao seu curso na Casa Legislativa.
a) O requerimento de retirada de proposições que constarem da Ordem do Dia só poderá ser
recebido antes de iniciada a respectiva sessão.
b) Compete ao Presidente do Senado conceder, a requerimento de Senador, o destaque de partes
de qualquer proposição, para constituir projeto autônomo ou votação em separado.
c) A emenda da Câmara a projeto do Senado não é suscetível de modificação por subemenda.
d) A discussão sempre poderá ser adiada mediante deliberação do Plenário, a requerimento de
qualquer senador ou comissão.
e) A discussão das proposições é fase indispensável do processo legislativo não podendo ser
suprimida.

Comentários:

Item “a”, incorreto. O requerimento de retirada de proposição que constar da Ordem do Dia só
poderá ser recebido antes de iniciada a votação (RISF, art. 256, § 1º). Item “b”, incorreto. O
destaque de partes de qualquer proposição, bem como de emenda do grupo a que pertencer,
pode ser concedido, mediante deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer Senador
(RISF, art. 312). Item “c”, correto. RISF, art. 285. Item “d”, incorreto. Em regra, a discussão pode
ser adiada por deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer Senador ou comissão, mas
há matéria em regime de urgência excetuada dessa regra (RISF, art. 279, caput). Item “e”,

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incorreto. As proposições com pareceres favoráveis poderão ter a discussão dispensada por
deliberação do Plenário, mediante requerimento de líder (RISF, art. 276, caput). Gabarito: Letra C.

3. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) Com
relação às normas regimentais sobre as deliberações do Senado, assinale a
afirmativa INCORRETA.
a) No processo nominal é feito o registro eletrônico dos votos.
b) A votação no Senado pode ser ostensiva ou secreta.
c) Na votação ostensiva pode ser adotado o processo simbólico ou nominal.
d) Em regra, a deliberação exige a maioria de votos, presente a maioria absoluta dos membros do
Senado.
e) A votação secreta é realizada sempre pelo sistema eletrônico, inclusive nas eleições.

Comentários:

Item “a”, correto. RISF, art. 294, caput. Item “b”, correto. RISF, art. 289. Item “c”, correto. RISF,
art. 292, I, “a” e “b”. Item “d”, correto. RISF, art. 288, caput. Item “e”, incorreto. A votação secreta
pode ocorrer pelos seguintes processos: a) eletrônico, b) por meio de cédulas, e c) por meio de
esfera (RISF, art. 292, II). A votação secreta realizar-se-á pelo sistema eletrônico, salvo nas eleições
(RISF, art. 295, caput). A votação por meio de cédulas far-se-á nas eleições (RISF, art. 296).
Gabarito: Letra E.

4. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) O


Regimento Interno disciplina a votação, de sorte a evitar que o tema fique condicionado a
maiorias ocasionais. A esse respeito, é correto afirmar que
a) a declaração de prejudicialidade é insuscetível de ser impugnada por recurso.
b) proclamado o resultado, é lícito ao Senador encaminhar à Mesa, para publicação, declaração
de voto, ainda que a deliberação seja secreta.
c) no processo de votação simbólico, admite‐se o pedido de verificação ainda que a Presidência
já tenha anunciado a matéria seguinte.
d) a votação do projeto, em regra, será fracionada – dispositivo a dispositivo.
e) o processo nominal é utilizado sempre que for exigido quórum especial.

Comentários:

Item “a”, incorreto. Da declaração de prejudicialidade poderá ser interposto recurso ao Plenário,
que deliberará ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (RISF, art. 334, § 2º). Item
“b”, incorreto. Proclamado o resultado da votação, é lícito ao Senador encaminhar à Mesa, para
publicação, declaração de voto. Porém, não haverá declaração de voto em três situações: 1) se a

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deliberação for secreta; 2) se a votação não se completar por falta de número; ou 3) se a votação
não for suscetível de encaminhamento (RISF, art. 316). Item “c”, incorreto. Não será admitido
requerimento de verificação se a Presidência já houver anunciado a matéria seguinte (RISF, art.
293, VI). Item “d”, incorreto. A votação do projeto, salvo deliberação do Plenário, será em globo,
podendo a Presidência dividir a proposição, quando conveniente (RISF, art. 300, II). Item “e”,
correto. O processo nominal será utilizado nos casos em que se exija quórum especial de votação
ou por deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer Senador, ou ainda, quando houver
pedido de verificação (RISF, art. 294, caput). Gabarito: Letra E.

5. (FGV, 2008 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) No


âmbito do Senado Federal, excepcionadas as votações pertinentes às emendas constitucionais,
as proposições em curso devem ser apreciadas em único turno de discussão e votação. Nessa
linha, analise as afirmativas a seguir (Atualizada):
I. A fase de discussão somente poderá ser interrompida pela apresentação de questão de ordem.
II. Após o anúncio da matéria a ser decidida, será dada a palavra aos oradores para a discussão.
III. A discussão, inclusive nos projetos em regime de urgência, poderá ser adiada em caso de não
manifestação de Comissão Parlamentar, que deveria ter se pronunciado sobre o tema.
IV. É de três dias úteis o interstício entre a publicação de avulsos eletrônicos dos pareceres das
comissões e o início da discussão ou votação correspondente.
V. Sempre que for aprovado substitutivo integral a projeto de lei, ele será submetido a turno
suplementar.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I, III e V.
b) III, IV e V.
c) II, III e IV.
d) II, III e V.
e) II, IV e V.

Comentários:

Item “I”, incorreto. Em regra, a discussão não será interrompida, mas há várias exceções como a
interrupção da discussão para formulação de questão de ordem, recepção de visitante ou
suspensão da sessão (RISF, art. 274). Item “II”, correto. Anunciada a matéria, será dada a palavra
aos oradores para a discussão (RISF, art. 273). Item “III”, incorreto. Em regra, a discussão pode ser
adiada por deliberação do Plenário, a requerimento de qualquer Senador ou comissão, mas há
matéria em regime de urgência excetuada dessa regra (RISF, art. 279, caput). Item “IV”, correto.
É de três dias úteis o interstício entre a publicação de avulsos eletrônicos dos pareceres das
comissões e o início da discussão ou votação correspondente (RISF, art. 280). A versão original da

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questão reproduzia a versão regimental vigente à época: “É de três dias úteis o interstício entre a
distribuição de avulsos dos pareceres das comissões e o início da discussão e votação
correspondente (DSF, 2/2/2007, p. 89). Item “V”, correto. Sempre que for aprovado substitutivo
integral a projeto de lei, de decreto legislativo ou de resolução em turno único, será ele submetido
a turno suplementar (RISF, art. 282, caput). Gabarito: Letra E.

6. (FCC, 2013 - Consultor Legislativo - Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba (Adaptada)


Conforme preceitua o Regimento Interno do Senado Federal, especificamente em relação aos
destaques, será obedecida a seguinte norma, dentre outras:
a) Admite-se destaque de emenda para constituição de grupos diferentes daqueles a que,
regimentalmente, pertençam.
b) O requerimento deve ser formulado até ser anunciada a votação da proposição, se o destaque
atingir algumas de suas partes.
c) Admite-se destaque de expressão cuja retirada inverta o sentido da proposição.
d) Concedido o destaque para votação em separado, submeter-se-á a votos, primeiramente, a
matéria principal e, em seguida, a destacada, que, em hipótese alguma, integrará o texto.
e) O destaque de parte de qualquer proposição, bem como de emenda do grupo a que pertencer,
não será concedido mediante requerimento de qualquer Senador.

Comentários:

Item “a”, incorreto. Não se admitirá (RISF, art. 314, VI, “b”). Item “b”, correto. O momento limite
para a formulação do destaque dependerá do objeto do destaque. Se o destaque atingir algumas
das partes da proposição, deverá ser formulado até ser anunciada a proposição (RISF, art. 314, I,
“a”); Item “c”, incorreto. Não será permitido destaque de expressão cuja retirada inverta o sentido
da proposição ou a modifique substancialmente (RISF, art. 314, II). Item “d”, incorreto. Concedido
o destaque para votação em separado, submeter-se-á a votos, primeiramente, a matéria principal e, em
seguida, a destacada (RISF, art. 314, III). Se a matéria destacada for aprovada, integrará o texto da
proposição principal. Item “e”, incorreto. O destaque de partes de qualquer proposição, bem
como de emenda do grupo a que pertencer, pode ser concedido, mediante deliberação do
Plenário, a requerimento de qualquer Senador (RISF, art. 312, caput). Gabarito: Letra B.

2 – Da Redação Para o Turno Suplementar e da Redação Final

7. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo -


Atualizada) A respeito da redação para o turno suplementar e da redação final dos projetos
submetidos ao Senado Federal, de acordo com o seu Regimento Interno, NÃO é correto afirmar
que

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a) figurando a redação final na Ordem do Dia, se sua discussão for encerrada sem emendas ou
retificações, será considerada definitivamente aprovada, sem votação, a não ser que algum
Senador requeira que seja submetida a votos.
b) as emendas de redação dependem de parecer da comissão que houver elaborado a redação
final, sem prejuízo da manifestação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania em hipótese
específica.
c) é privativo da comissão específica para o estudo da matéria discutida e votada elaborar a
redação para o turno suplementar e a redação final, em qualquer hipótese.
d) quando a redação final for de emendas do Senado a projeto da Câmara, não se admitirão
emendas a dispositivo não emendado, salvo as de redação e as que decorram de emendas
aprovadas.
e) a redação final dos projetos de lei da Câmara, destinados à sanção, será dispensada, salvo se
houver vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir.

Comentários:

Item “a”, correto. RISF, art. 324. Item “b”, correto. A CCJ será ouvida se houver dúvidas se a
emenda apresentada como de redação atinge a substância da proposição (RISF, art. 323 c/c 234).
Item “c”, incorreto. É privativo da comissão específica para o estudo da matéria elaborar a redação
para o turno suplementar e a redação final nos casos de: I - reforma do Regimento Interno, se o
projeto for de sua iniciativa; II - proposta de emenda à Constituição; III - projeto de código ou sua
reforma (RISF, arts. 318, e 401, § 5º). Item “d”, correto. Literalidade do art. 322 do RISF. Item “e”,
correto. RISF, art. 319, parágrafo único. Gabarito: Letra C.

3 – Das Proposições de Legislaturas Anteriores

8. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) Em


regra, ao final da legislatura, são arquivadas todas as proposições em tramitação no Senado. Há,
entretanto, exceções. É correto afirmar que haverá arquivamento de proposições
a) que tratam de matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional.
b) de autoria de Senadores que permaneçam no exercício do mandato ou que tenham sido
reeleitos.
c) originárias da Câmara ou por ela revisadas.
d) que versem sobre matéria de relevante interesse nacional.
e) com parecer favorável das comissões.

Comentários:

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Item “a”, incorreto. RISF, art. 332, V. Item “b”, incorreto. RISF, art. 332, II. Item “c”, incorreto. RISF,
art. 332, I. Item “d”, correto. Não estão excetuadas do arquivamento ao final da legislatura
proposições que versem sobre matéria de relevante interesse nacional (RISF, art. 332). Item “e”,
incorreto. RISF, art. 332, IV. Gabarito: Letra D.

9. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) Das
proposições a seguir enunciadas, quais não poderão ser arquivadas ao final da legislatura, de
acordo com o Regimento Interno do Senado?
I. autorizações para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais em terras indígenas;
II. proposições relativas à organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção
dos cargos, empregos e funções dos serviços do Senado;
III. as que ainda não receberam pareceres das comissões;
IV. as originárias da Câmara ou por ela revisadas.
a) III e IV, apenas.
b) Todas.
c) I, III e IV, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e IV, apenas.

Comentários:

Item “I”, correto. Não poderá ser arquivada ao final da legislatura proposição que trate sobre
matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional (CF, art. 49, XVI, c/c RISF, art. 332, V).
Item “II”, correto. Não poderá ser arquivada ao final da legislatura proposição que trate sobre
matéria de competência privativa do Senado Federal (CF, art. 52, XIII, c/c RISF, art. 332, VI). Item
“III”, incorreto. Ao final da legislatura são arquivadas as proposições que ainda não receberam
pareceres das comissões (RISF, art. 332). Item “IV”, correto. Não poderá ser arquivada ao final da
legislatura as proposições originárias da Câmara ou por ela revisadas (RISF, art. 332, I). Gabarito:
Letra E.

4 – Da Prejudicialidade

10. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) A
respeito da declaração de prejudicialidade de proposição em tramitação no Senado, assinale a
alternativa correta.
a) poderá ser feita pelo Presidente, em razão de a matéria dependente de deliberação do Senado
ter perdido a oportunidade ou ter sido prejulgada pelo Senado em outra deliberação.

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b) poderá ser objeto de recurso ao Plenário, que deliberará independentemente da apresentação


de parecer de qualquer comissão.
c) poderá ser feita de ofício pelo Presidente, mediante decisão fundamentada, a ser apresentada
em Reunião da Mesa Diretora do Senado.
d) deverá ser aprovada pela Mesa Diretora do Senado, cabendo recurso ao Plenário.
e) poderá ser solicitada por qualquer Senador, por meio de requerimento a ser apresentado ao
Plenário.

Comentários:

Item “a”, correto. RISF, art. 334, caput, I e II. Item “b”, incorreto. Da declaração de prejudicialidade
poderá ser interposto recurso ao Plenário, que deliberará ouvida a Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania (RISF, art. 334, § 2º). Item “c”, incorreto. Pode ser feita de ofício pelo
Presidente, mas a declaração de prejudicialidade, em qualquer caso, será feita em plenário (RISF,
art. 334, caput e § 2º). Item “d”, incorreto. Da declaração de prejudicialidade feita pelo Presidente
cabe recurso ao Plenário (RISF, art. 334, caput e § 2º). O Regimento não prevê aprovação pela
Mesa. Item “e”, incorreto. A declaração de prejudicialidade poderá decorrer de consulta de
qualquer Senador (RISF, art. 334, caput), mas não há previsão de requerimento a ser apresentado
ao Plenário para essa finalidade. Gabarito: Letra A.

11. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) a
declaração de prejudicialidade é insuscetível de ser impugnada por recurso.

Comentários:

Da declaração de prejudicialidade poderá ser interposto recurso ao Plenário, que deliberará


ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (RISF, art. 334, § 2º). Gabarito: Errado.

5 – Da Urgência

12. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) O
Regime Interno do Senado Federal prevê o chamado requerimento de urgência, que altera em
alguns aspectos, o trâmite da matéria a ele submetida. Assinale a alternativa que contempla
algumas consequências desse requerimento.
a) Uma vez apresentado, não poderá ser retirado.
b) Em qualquer hipótese, será lido imediatamente, em qualquer fase da sessão, ainda que com
interrupção de discurso, discussão ou votação.
c) A urgência dispensa, durante toda a tramitação da matéria, interstícios, prazos e formalidades
regimentais, salvo pareceres, quórum para deliberação e distribuição de cópias da proposição
principal.

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d) Os pareceres sobre as proposições em regime de urgência devem ser apresentados, em


qualquer caso, em vinte e quatro horas após a concessão da urgência.
e) Quando se tratar de matéria que envolva perigo para a segurança nacional ou providência para
atender a calamidade pública, será submetida em vinte e quatro horas à deliberação do Plenário,
após a concessão da urgência.

Comentários:

Item “a”, incorreto. A retirada de requerimento de urgência é admissível mediante solicitação


escrita, cuja a legitimidade varia conforme a autoria do requerimento de urgência (RISF, art. 344).
Item “b”, incorreto. O requerimento de urgência é lido imediatamente, em qualquer fase da
sessão, ainda que com a interrupção de discurso, discussão e votação apenas no caso de matéria
que envolva perigo a segurança nacional ou de providência para atender a calamidade pública.
Nos demais casos, o requerimento de urgência será lido no Período do Expediente (RISF, art. 339).
Item “c”, correto. É a literalidade do art. 337 do RISF. Item “d”, incorreto. Os pareceres sobre as
proposições em regime de urgência devem ser apresentados, conforme o caso: a) imediatamente;
b) quando a matéria for anunciada na Ordem do Dia; ou c) no prazo compreendido entre a
concessão da urgência e o dia anterior ao da sessão em cuja Ordem do Dia deva a matéria figurar
(RISF, art. 346, I a III). Item “e”, incorreto. Nesses casos, será submetida após a concessão da
urgência (RISF, art. 345, I). Gabarito: Letra C.

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LISTA DE QUESTÕES

Da Apreciação das Proposições

1. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) As


proposições são subordinadas, em sua apreciação, a um único turno de discussão e votação,
salvo proposta de emenda à Constituição.

2. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo)


Considerando as várias espécies de proposições que podem ser apreciadas no Senado Federal,
assinale a alternativa correta quanto ao seu curso na Casa Legislativa.
a) O requerimento de retirada de proposições que constarem da Ordem do Dia só poderá ser
recebido antes de iniciada a respectiva sessão.
b) Compete ao Presidente do Senado conceder, a requerimento de Senador, o destaque de partes
de qualquer proposição, para constituir projeto autônomo ou votação em separado.
c) A emenda da Câmara a projeto do Senado não é suscetível de modificação por subemenda.
d) A discussão sempre poderá ser adiada mediante deliberação do Plenário, a requerimento de
qualquer senador ou comissão.
e) A discussão das proposições é fase indispensável do processo legislativo não podendo ser
suprimida.

3. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) Com
relação às normas regimentais sobre as deliberações do Senado, assinale a
afirmativa INCORRETA.
a) No processo nominal é feito o registro eletrônico dos votos.
b) A votação no Senado pode ser ostensiva ou secreta.
c) Na votação ostensiva pode ser adotado o processo simbólico ou nominal.
d) Em regra, a deliberação exige a maioria de votos, presente a maioria absoluta dos membros do
Senado.
e) A votação secreta é realizada sempre pelo sistema eletrônico, inclusive nas eleições.

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4. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) O


Regimento Interno disciplina a votação, de sorte a evitar que o tema fique condicionado a
maiorias ocasionais. A esse respeito, é correto afirmar que
a) a declaração de prejudicialidade é insuscetível de ser impugnada por recurso.
b) proclamado o resultado, é lícito ao Senador encaminhar à Mesa, para publicação, declaração
de voto, ainda que a deliberação seja secreta.
c) no processo de votação simbólico, admite‐se o pedido de verificação ainda que a Presidência
já tenha anunciado a matéria seguinte.
d) a votação do projeto, em regra, será fracionada – dispositivo a dispositivo.
e) o processo nominal é utilizado sempre que for exigido quórum especial.

5. (FGV, 2008 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) No


âmbito do Senado Federal, excepcionadas as votações pertinentes às emendas constitucionais,
as proposições em curso devem ser apreciadas em único turno de discussão e votação. Nessa
linha, analise as afirmativas a seguir:
I. A fase de discussão somente poderá ser interrompida pela apresentação de questão de ordem.
II. Após o anúncio da matéria a ser decidida, será dada a palavra aos oradores para a discussão.
III. A discussão, inclusive nos projetos em regime de urgência, poderá ser adiada em caso de não
manifestação de Comissão Parlamentar, que deveria ter se pronunciado sobre o tema.
IV. É de três dias úteis o interstício entre a distribuição de avulsos dos pareceres das comissões e
o início da discussão ou votação correspondente.
V. Sempre que for aprovado substitutivo integral a projeto de lei, ele será submetido a turno
suplementar.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I, III e V.
b) III, IV e V.
c) II, III e IV.
d) II, III e V.
e) II, IV e V.

6. (FCC, 2013 - Consultor Legislativo - Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba (Adaptada)


Conforme preceitua o Regimento Interno do Senado Federal, especificamente em relação aos
destaques, será obedecida a seguinte norma, dentre outras:
a) Admite-se destaque de emenda para constituição de grupos diferentes daqueles a que,
regimentalmente, pertençam.

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b) O requerimento deve ser formulado até ser anunciada a votação da proposição, se o destaque
atingir algumas de suas partes.
c) Admite-se destaque de expressão cuja retirada inverta o sentido da proposição.
d) Concedido o destaque para votação em separado, submeter-se-á a votos, primeiramente, a
matéria principal e, em seguida, a destacada, que, em hipótese alguma, integrará o texto.
e) O destaque de parte de qualquer proposição, bem como de emenda do grupo a que pertencer,
não será concedido mediante requerimento de qualquer Senador.

2 – Da Redação Para o Turno Suplementar e da Redação Final

7. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo -


Atualizada) A respeito da redação para o turno suplementar e da redação final dos projetos
submetidos ao Senado Federal, de acordo com o seu Regimento Interno, NÃO é correto afirmar
que
a) figurando a redação final na Ordem do Dia, se sua discussão for encerrada sem emendas ou
retificações, será considerada definitivamente aprovada, sem votação, a não ser que algum
Senador requeira que seja submetida a votos.
b) as emendas de redação dependem de parecer da comissão que houver elaborado a redação
final, sem prejuízo da manifestação da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania em hipótese
específica.
c) é privativo da comissão específica para o estudo da matéria discutida e votada elaborar a
redação para o turno suplementar e a redação final, em qualquer hipótese.
d) quando a redação final for de emendas do Senado a projeto da Câmara, não se admitirão
emendas a dispositivo não emendado, salvo as de redação e as que decorram de emendas
aprovadas.
e) a redação final dos projetos de lei da Câmara, destinados à sanção, será dispensada, salvo se
houver vício de linguagem, defeito ou erro manifesto a corrigir.

3 – Das Proposições de Legislaturas Anteriores

8. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) Em


regra, ao final da legislatura, são arquivadas todas as proposições em tramitação no Senado. Há,
entretanto, exceções. É correto afirmar que haverá arquivamento de proposições
a) que tratam de matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional.
b) de autoria de Senadores que permaneçam no exercício do mandato ou que tenham sido
reeleitos.
c) originárias da Câmara ou por ela revisadas.

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d) que versem sobre matéria de relevante interesse nacional.


e) com parecer favorável das comissões.

9. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) Das
proposições a seguir enunciadas, quais não poderão ser arquivadas ao final da legislatura, de
acordo com o Regimento Interno do Senado?
I. autorizações para a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de
riquezas minerais em terras indígenas;
II. proposições relativas à organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção
dos cargos, empregos e funções dos serviços do Senado;
III. as que ainda não receberam pareceres das comissões;
IV. as originárias da Câmara ou por ela revisadas.
a) III e IV, apenas.
b) Todas.
c) I, III e IV, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e IV, apenas.

4 – Da Prejudicialidade

10. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) A
respeito da declaração de prejudicialidade de proposição em tramitação no Senado, assinale a
alternativa correta.
a) poderá ser feita pelo Presidente, em razão de a matéria dependente de deliberação do Senado
ter perdido a oportunidade ou ter sido prejulgada pelo Senado em outra deliberação.
b) poderá ser objeto de recurso ao Plenário, que deliberará independentemente da apresentação
de parecer de qualquer comissão.
c) poderá ser feita de ofício pelo Presidente, mediante decisão fundamentada, a ser apresentada
em Reunião da Mesa Diretora do Senado.
d) deverá ser aprovada pela Mesa Diretora do Senado, cabendo recurso ao Plenário.
e) poderá ser solicitada por qualquer Senador, por meio de requerimento a ser apresentado ao
Plenário.

11. (FGV, 2012 – Senado Federal/Técnico Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) a
declaração de prejudicialidade é insuscetível de ser impugnada por recurso.

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5 – Da Urgência

12. (FGV, 2012 – Senado Federal/Analista Legislativo – Apoio Técnico ao Processo Legislativo) O
Regime Interno do Senado Federal prevê o chamado requerimento de urgência, que altera em
alguns aspectos, o trâmite da matéria a ele submetida. Assinale a alternativa que contempla
algumas consequências desse requerimento.
a) Uma vez apresentado, não poderá ser retirado.
b) Em qualquer hipótese, será lido imediatamente, em qualquer fase da sessão, ainda que com
interrupção de discurso, discussão ou votação.
c) A urgência dispensa, durante toda a tramitação da matéria, interstícios, prazos e formalidades
regimentais, salvo pareceres, quórum para deliberação e distribuição de cópias da proposição
principal.
d) Os pareceres sobre as proposições em regime de urgência devem ser apresentados, em
qualquer caso, em vinte e quatro horas após a concessão da urgência.
e) Quando se tratar de matéria que envolva perigo para a segurança nacional ou providência para
atender a calamidade pública, será submetida em vinte e quatro horas à deliberação do Plenário,
após a concessão da urgência.

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GABARITO

1. CERTO 6. LETRA B 11. ERRADO


2. LETRA C 7. LETRA C 12. LETRA C
3. LETRA E 8. LETRA D
4. LETRA E 9. LETRA E
5. LETRA E 10. LETRA A

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RESUMO ESTRATÉGICO
Após compreender o conteúdo desta Aula 06, você deseja revisar e consolidar o conteúdo com
a máxima objetividade.

Este resumo estratégico ajudará você a assimilar a matéria com eficiência em tempo bastante
reduzido. Manterei o padrão de resumo em tópicos, predominantemente com ideias-chave,
parecido com a técnica de “fichamento”, método comprovadamente eficaz na memorização e
organização mental da matéria. Assim, você poderá fazer uma revisão semanal até o dia da prova.

1. APRECIAÇÃO DE PROPOSIÇÕES
 Turnos, Turno Suplementar e Interstício
 Em regra, constituído de discussão e votação;
 Exceções: só discussão ou só votação.
 Em regra: turno único;
 Exceção: PEC em dois turnos;
 Turno Suplementar
 Quando, em turno único, for aprovado substitutivo integral;
 Podem ser oferecidas emendas, por qualquer Senador, na Ordem do Dia;
 É vedado novo substitutivo integral;
 Se não houver emendas na discussão, o substitutivo será dado como definitivamente adotado,
sem votação;
 Interstício
 Aplicável às proposições em geral, exceto as em urgência;
 Em regra, 3 dias úteis;
 Da publicação de avulsos eletrônicos dos pareceres das comissões e o início da discussão
ou votação correspondente
 Da aprovação da matéria e o início do turno seguinte;
 Nos projetos sujeitos a prazo de tramitação, o turno suplementar será realizado dois dias
úteis após a aprovação do substitutivo integral;
 Se PEC, o intervalo entre o primeiro e o segundo turnos é de, no mínimo, cinco dias
úteis;
 Dispensa de interstício:
 A urgência dispensa interstício;
 o Plenário poderá dispensar tanto o interstício quanto a prévia publicação de avulso
eletrônico para inclusão na Ordem do Dia se atendidos dois requisitos:
 A proposição esteja há mais de cinco dias em tramitação no Senado;
 Houver requerimento de qualquer Senador;

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 Emendas da Câmara a Projeto do Senado


 não é suscetível de modificação por meio de subemenda;
 a emenda só poderá ser votada em parte se o seu texto for suscetível de divisão
 Em regra, votadas em globo;
 Exceção: votadas em grupo, segundo os pareceres, ou destacadamente;
 o substitutivo da Câmara a projeto do Senado será considerado série de emendas:
 Regra: Separadamente, como sendo série de emendas
 Artigos; parágrafos; incisos; alíneas e itens, em correspondência aos do projeto
emendado;
 Exceções: em decorrência de aprovação de requerimento:
 votação em globo
 votação por grupos de dispositivos.
 Discussão
 A discussão da proposição principal e das emendas será em conjunto;
 O RISF não prevê discussão por partes;
 Dispensa: 3 critérios cumulativos: 1) pareceres favoráveis; 2) requerimento de líder; 3)
deliberação do Plenário;
 Adiamento por deliberação do Plenário, por maioria simples, a requerimento escrito de
qualquer Senador ou Comissão;
 Em regra, não cabe adiamento a matéria em urgência, salvo para a realização de diligência
de matéria urgente para ser incluída em Ordem do Dia pendente de parecer, para inclusão
na quarta sessão deliberativa ordinária;
 Finalidade e momento para requerer o adiamento: I) ao ser anunciada a matéria: 1)
audiência de comissão, 2) reexame por comissão, 3) discussão ser realizada em dia
determinado; e II) em qualquer fase da discussão: 4) preenchimento de formalidade
essencial, e 5) diligência imprescindível;
 Não havendo número para deliberar, o requerimento é prejudicado.
 Uso da Palavra e Interrupção da Discussão:
 Anunciada a matéria, será dada a palavra aos oradores para a discussão;
 ordem em que for pedida, salvo inscrição, caso em que será rigorosamente observada a
ordem de inscrição;
 sobre a mesa, no plenário, livro especial para inscrição;
 uma só vez, por 10 minutos por Senador;
 Urgência: 10 Senadores, 5 a favor e 5 contra;
 Em regra, a discussão não será interrompida, mas há várias exceções: para formulação de
questão de ordem, recepção de visitante ou suspensão da sessão entre outras hipóteses.
 Encerramento da discussão:
 1) pela ausência de oradores; e
 2) por deliberação do Plenário;

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 Requerimento escrito de qualquer Senador;


 Após falarem 3 a favor e 3 contra.
 Proposição Emendada
 Emendas de Plenário, em regra, são apresentadas perante a Mesa;
 Emenda a projeto em turno suplementar é apresentada em Plenário;
 Emenda apresentada no Período do Expediente a matéria que deva ser votada nessa fase
da sessão;
 Matéria emendada volta às comissões para parecer às emendas de Plenário;
 Votação
 Em regra, a votação será realizada imediatamente após a discussão;
 Encaminhamento é medida preparatória da votação;
 Em regra: 5 minutos por orador, inclusive em urgência;
 Exceções:
 Urgência imediata: metade do prazo;
 requerimentos, em regra, signatário e 1 representante de cada partido ou bloco;
 não há encaminhamento em eleições e em alguns requerimentos;
 Não cabe aparte, salvo em requerimento de pesar, voto de aplauso ou semelhante;
 A votação só se inicia após o encaminhamento;
 Adiamento da Votação;
 obedecerá aos mesmos princípios estabelecidos para o adiamento de discussão;
 o requerimento deverá ser apresentado e votado como preliminar ao ser anunciada a
matéria;
 se inexistir quórum para votação do requerimento, este ficará sobrestado;
 Deliberações e Quóruns:
 Quórum de deliberação: quantitativo mínimo de presença para legitimar uma votação;
 Quórum de aprovação: quantitativo mínimo de votos “SIM” para aprovar uma matéria;
 Abstenções e votos em branco computados apenas para efeito de quórum;
 Obstrução: presença não é computada;
 Maioria de votos, presente um décimo dos Senadores:
 Alguns requerimentos;
 Maioria simples: Maioria de votos, presente a maioria absoluta dos membros;
 é a regra para votações em geral;
 Maioria absoluta: primeiro número inteiro acima da metade;
 Aprovação de projeto de lei complementar;
 Aprovação de exoneração do PGR e de nomeação de autoridades diversas;
 Aprovação de perda de mandato de Senador;
 Outras hipóteses;
 Maioria de 3/5 = 60%; na CD = 308 Deputados; no SF = 49 Senadores;

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 Aprovação de PEC;
 Maioria de 2/3 = 66,66%; na CD = 342 Deputados; no SF = 54 Senadores;
 Aprovação de sentença condenatória de autoridades;
 Fixação de alíquotas máximas nas operações internas, para resolver conflito que envolva
interesses de Estados e do DF;
 Suspensão de imunidades de Senadores durante o estado de sítio;
 Escusa ou declaração de impedimento em votação;
 Se interesse pessoal, deve declarar o impedimento antes da votação;
 Presença computada para efeito de quórum;
 Procedimento em caso de empate:
 Ostensiva: presidente terá apenas voto de desempate;
 Secreta: 1º) nova votação; 2º) persistindo o empate, votação renovada na sessão seguinte
e subsequentes, até o desempate;
 Manifestações em Votação:
 Votos: a favor, contra, em branco e nulo ou registrar abstenção;
 Interrupção da votação:
 Regra: não interrupção da votação;
 Exceções: interrupção por falta de quórum ou término da sessão;
 Sessão automaticamente prorrogada para concluir votação iniciada;
 Votação interrompida por falta de quórum, Presidente pode anunciar o debate de
matérias em discussão;
 Votações simbólica e secreta, verificada a falta de quórum, o Presidente poderá
suspender a sessão, fazendo acionar as campainhas durante dez minutos;
 Proclamação do Resultado da votação:
 Favoráveis, contrários, em branco, nulos e abstenções;
 Declaração de Voto:
 Encaminhada à Mesa, em documento escrito, em votação ostensiva: simbólica ou nominal;
 Modalidades e Processos de Votação:
 Ostensiva:
 Utilizada nas votações em geral;
 simbólica:
o voto dos líderes representa os dos liderados presentes;
o favoráveis, permanecem sentados; contrários, se levantam;
o é lícito tomar o voto do Senador que adentrar o recinto após a votação, desde que
antes de anunciar o resultado;
o admite verificação de votação a requerimento de Senador apoiado por 3 Senadores,
para repetição da votação pelo processo nominal; considera-se desistência da
verificação se requerentes ausentes ou deixarem de votar;
 nominal: em regra, pelo sistema eletrônico; exceção: chamada dos Senadores;

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o registro eletrônico dos votos em dispositivo individual: sinal verde, favoráveis, sinal
amarelo, abstenções, sinal vermelho, contrários;
o Senador terá lugar fixo, numerado;
o Ordem de votação: Líderes, primeiro; depois, senadores;
o Utilizado: quórum especial, deliberação do Plenário; verificação de votação;
o Exceção: chamada dos Senadores: sistema eletrônico sem funcionar; líderes votarão
primeiro, Senadores votarão depois; Secretários anotarão os votos;
o Apuração: Presidente, desliga o quadro e libera o sistema para apuração;
o Resultado: encaminhado à Mesa; 1º Secretário rubricará a listagem especial;
o Empate: Presidente desempatará.
 Secreta:
 Eletrônico, cédulas ou esferas;
 Sistema eletrônico é a regra para votações secretas;
 Cédulas, nas eleições;
 Esferas, exceção: equipamento eletrônico sem funcionar; brancas, favoráveis; pretas,
contrários; Duas urnas, uma para voto e outra para esfera não utilizada;
 Utilização: 1) exoneração do PGR; 2) perda de mandato; 3) prisão de Senador; 4)
suspensão das imunidades no estado de sítio; 5) escolha de autoridades;
 Resultado: empate, nova votação; persistindo empate, votação renovada na sessão
seguinte, até o desempate; inadmitida declaração de voto;
 Processamento da Votação:
 Projeto votado em globo, ressalvados os destaques e as emendas:
 Plenário pode decidir proceder de maneira diferente; e
 Presidente poderá dividir a proposição, quando conveniente;
 O RISF prevê possibilidade de votação de projeto separadamente em relação a cada
artigo;
 Se o projeto for rejeitado, as emendas ficam prejudicadas;
 O RISF é silente quanto à prejudicialidade dos destaques no caso de rejeição do projeto.
 Ordem de votação:
 ordem básica: Projeto votado primeiro, ressalvados os destaques e as emendas;
 ordem detalhada se houver destaque para projeto autônomo:
o Dispositivo destacado para projeto autônomo;
o Projeto;
o Dispositivo destacado para votação em separado;
o Emendas;
o Emendas destacadas.
 Se o projeto for votado separadamente por artigo:
o A rejeição do art. 1º do projeto, prejudica os demais quando eles forem consequência
daquele;

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Quadro 6 – Ordem de votação de artigo de projeto e emenda


Votação Antes Votação Depois

Artigo do projeto Emenda modificativa


Artigo do projeto Emenda aditiva
Emenda supressiva Artigo do projeto
Emenda substitutiva Artigo do projeto

 Se houver Substitutivo Integral:


o Se for apresentado no Senado, será votado em globo, salvo deliberação em contrário
ou destaque;
o Se for da Câmara, será considerado série de emendas e votado separadamente, salvo
aprovação de requerimento para votação em globo ou em grupos de dispositivos;
o Substitutivo com todos os pareceres favoráveis terá preferência sobre o projeto;
o Se houver mais de um substitutivo, a precedência será pela ordem inversa de
apresentação;
o Aprovado o substitutivo integral, ficam prejudicados o projeto e as emendas ao
projeto;
 Votação de emendas:
 Em regra, votadas em grupo, ressalvados os destaques;
o Grupo de emendas com pareceres favoráveis;
 Incluídas a de comissão que não tenham parecer contrário;
o Grupo de emendas com pareceres contrários.
 Incluídas as com parecer pela rejeição que sejam consideradas constitucionais;
 Exceção: Emendas votadas uma a uma, separadamente:
o Emenda com pareceres divergentes;
o Emenda destacada;
o Emenda com subemenda, salvo se Plenário aprovar votação em grupo;
o Emenda com parecer para constituir projeto em separado.
 Organização e votação das emendas separadamente:
o Pela ordem dos artigos da proposição emendada;
o Em relação a cada artigo, sequência: supressiva, substitutiva, modificativa e aditiva;
o Emendas da mesma natureza ao mesmo dispositivo:
 Preferência das de comissões sobre as de Plenário;
 Dentre as de comissões, a que tiver maior competência de mérito.
 Não será submetida a votos emenda declarada inconstitucional ou injurídica pela CCJ;
o Salvo se, não sendo unânime o parecer, Líderes que representem a maioria do
Senado requererem a votação.
 Preferência

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 É a precedência que uma proposição tem sobre outra(s) para ser discutida ou votada;
 O Plenário é quem concede, a requerimento de qualquer Senador;
Quadro 7 – Preferência

Preferência Implicação Deverá ser Requerida

De proposição sobre outra ou sobre as demais Altera a Ordem do antes de anunciada a


da Ordem do Dia Dia proposição sobre a qual
deva ser concedida
de emenda ou grupo de emendas sobre as
demais oferecidas à mesma proposição ou sobre
Altera o
outras referentes ao mesmo assunto até ser anunciada a
Processamento da
votação
de projeto sobre o substitutivo Votação
de substitutivo sobre o projeto.

 Destaque:
 3 tipos principais:
 constituir projeto autônomo;
 Salvo quando a disposição a destacar seja de projeto da Câmara;
 a votação do requerimento de destaque para projeto em separado precederá a
deliberação sobre a matéria principal;
 votação em separado;
 concedido esse destaque, submeter-se-á a votos, primeiramente, a matéria principal e,
em seguida, a destacada;
 aprovação ou rejeição;
 Não será admitido esse tipo de destaque:
o De dispositivo a que houver sido apresentada emenda;
o De emendas que, regimentalmente, devam ser votadas separadamente;
 Permite-se destacar para votação, como emenda autônoma:
 Parte de substitutivo;
 Quando a votação se faça preferencialmente sobre o projeto;
 Parte de emenda;
 Subemenda;
 Parte de projeto;
 Quando a votação se faça preferencialmente sobre o substitutivo;
 O destaque é concedido por meio de requerimento;
 O requerimento de destaque deve ser:
 Apresentado:
 Em regra, por Senador ou bancada de partido;

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 Exceções: 1) por comissão, em seu parecer, se destaque para projeto em separado de


dispositivo ou emenda. 2) A líder da bancada feminina tem a prerrogativa de
apresentação de destaques na tramitação dos projetos;
 formulado:
 até ser anunciada a votação da proposição;
o quando atingir algumas de suas partes;
 até ser anunciada o grupo de emendas;
o quando o destaque se referir a qualquer delas;
 até ser anunciada a emenda;
o se o destaque tiver por fim separar algumas de suas partes;
 Admissibilidade dos requerimentos de destaque:
 Por deliberação do Plenário:
 Se destaque de Senador;
 Se destaque de comissão;
 Independerá de deliberação, se de bancada de partido, observada a proporcionalidade e
dentro da cota respectiva:

Quadro 8 – Cota de Destaque por Bancada

Bancada Cota de Destaques

De 3 até 8 Senadores 1 destaque


De 9 até 14 Senadores 2 destaques
Mais de 14 Senadores 3 destaques

 Destaque para constituir Projeto Autônomo (projeto em separado):


 Destaque para tornar parte de proposição ou emenda projeto autônomo;
 Não cabe esse tipo de destaque a projeto da Câmara;
 Pode ser proposto por Senador, bancada de partido ou comissão;
 único destaque que pode ser apresentado também por comissão, em seu parecer;
 A votação do requerimento de destaque para projeto em separado precederá a
deliberação sobre a matéria principal;
 em regra, os destaques são votados após a aprovação da matéria principal. Logo, a
votação do destaque para constituir projeto autônomo antes da matéria principal é uma
exceção;
 O destaque para projeto em separado só pode ser submetido a votos se a matéria a
destacar for suscetível de constituir proposição de curso autônomo;
 Concedido o destaque para projeto em separado, o autor do requerimento terá o prazo
de dois dias úteis para oferecer o texto com que deverá tramitar o novo projeto;
 O projeto resultante de destaque terá a tramitação de proposição inicial;

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 Volta da matéria destacada ao grupo a que pertencer


 Se houver a retirada do requerimento de destaque:
 Conforme regras de retirada de proposição.
 Anunciada a votação de dispositivo ou emenda destacada, se o autor do requerimento de
destaque não pedir a palavra para encaminhá-la, considerar-se-á como tendo o Plenário
concordado com o parecer da comissão, tomando a matéria destacada a sorte das demais
constantes do grupo a que pertencer;

2. PROPOSIÇÕES DE LEGISLATURAS ANTERIORES


 nenhuma proposição poderá tramitar por mais de três legislaturas;
 a regra é que todas as proposições que se encontre em tramitação no Senado sejam arquivadas
ao final da legislatura;
 Exceções:
 as originárias da Câmara ou por ela revisadas;
 Inclui tanto as proposições em que a Câmara seja a Casa iniciadora e que se encontrem
em apreciação no Senado quanto os projetos em que a Câmara foi a Casa revisora e os
aprovou com emendas a serem analisadas pelo Senado;
 as de autoria de Senadores que permaneçam no exercício de mandato ou que tenham sido
reeleitos;
 A rigor, Senadores que se encontram na metade do mandato e Senadores cujo mandato
se encerrou, mas iniciarão novo mandato na legislatura seguinte;
 as apresentadas por Senadores no último ano de mandato;
 independe de o Senador permanecer no mandato ou ter sido reeleito;
 as com parecer favorável das comissões;
 as que tratem de matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional;
 projetos de decreto legislativo, pois as matérias de competência exclusiva do Congresso
Nacional são disciplinadas por decreto legislativo;
 as que tratem de matéria de competência privativa do Senado Federal;
 projetos de resolução, pois as matérias de competência privativa do Senado são
disciplinadas por resolução;
 pedido de sustação de processo contra Senador em andamento no Supremo Tribunal
Federal.

3. PREJUDICIALIDADE
 Incide sobre matéria pendente de deliberação;
 Retira a possibilidade de continuidade de tramitação e provoca o arquivamento da proposição;
 Presidente do SF a declará-la em Plenário:
 De ofício; ou
 Mediante consulta de qualquer Senador;

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 Situações que a motivam:


 Se a proposição perdeu a oportunidade de ser apreciada; ou
 Em decorrência de prejulgamento pelo Plenário em outra deliberação.
 Recurso ao Plenário, ouvida a CCJ:
 Em regra, parecer escrito.
 Parecer oral, se a prejudicialidade, declarada no curso de votação, disser respeito a:
 Emenda em apreciação; ou
 Dispositivo em apreciação.

4. SOBRESTAMENTO DO ESTUDO DAS PROPOSIÇÕES


 Finalidade de aguardar:
 a decisão do Senado ou o estudo de comissão sobre outra proposição com ela conexa;
 o resultado de diligência;
 o recebimento de outra proposição sobre a mesma matéria.
 Decidido pelo Plenário a requerimento:
 de comissão;
 de Senador:
 a deliberação será precedida de parecer da comissão competente para estudo da matéria.

5. URGÊNCIA
 Urgência Constitucional:
 projetos de lei de iniciativa do Presidente da República para os quais essa autoridade tenha
requerido urgência;
 projetos de rádio e TV (de apreciação de atos ou outorgas ou renovação de concessão,
permissão ou autorização de radiodifusão sonora e de sons e imagens).
 Prazos:
 CD 45 dias + SF 45 dias SF e, se houver emendas do SF, + 10 dias para CD;
 Não correm nos períodos de recesso;
 Não se aplicam as projetos de código.
 Urgência Regimental:
 Tipos:
 Urgência requerida:
 segurança nacional ou calamidade pública: apreciação imediata;
 apreciação na segunda sessão deliberativa ordinária subsequente;
 incluir em Ordem do Dia matéria pendente de parecer.
 Urgência que independe de requerimento;
 Dispensa interstícios, prazos e formalidades regimentais;
 Não dispensa: pareceres, quórum para deliberação e distribuição de cópias da proposição
principal;

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 Apreciação terminativa, em regra, não cabe urgência;


 há o limite de até dois requerimentos de urgência que podem ser apreciados na mesma sessão,
mas esse limite não inclui os requerimentos de urgência para deliberação imediata;
 Retirada de requerimento de urgência:
 Deliberação do Plenário a requerimento escrito:
 pelo primeiro signatário, Presidente da Comissão ou Líderes, conforme o caso;
 Extinção da urgência:
 Pelo término da sessão legislativa; ou
 Por deliberação do Plenário a requerimento:
Quadro 17 – Requerimento de Extinção da Urgência
Tipo de urgência Requerimento de Extinção da Urgência
 não há previsão de extinção da urgência por requerimento e
Para apreciação imediata deliberação do Plenário
 Maioria dos membros do Senado (41 Senadores);
Para apreciação na 2ª Sessão  Líderes que representem esse número; ou
deliberativa ordinária  Comissão requerente.
 1/4 da composição do Senado (21 Senadores);
Para apreciação na 4ª Sessão  Líderes que representem esse número; ou
deliberativa ordinária  Comissão requerente.

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 Turno suplementar em urgência:


 Regra: imediatamente após a aprovação, em turno único, do substitutivo;
 Exceção: após prazo de 24 horas para a elaboração da redação para o turno suplementar.
 Redação Final a matéria urgente:
 Independe de publicação;
 Submetida ao Plenário:
 no caso de urgência imediata nos termos do art. 336, I, imediatamente após a
apresentação, ainda que com interrupção de discussão ou votação;
 nos demais casos, a juízo da Presidência, em qualquer fase da sessão.

Atenção: Para revisar os procedimentos aplicáveis em cada regime de urgência


requerida, utilize os quadros esquematizados.

6. REDAÇÃO PARA O TURNO SUPLEMENTAR E REDAÇÃO FINAL, CORREÇÃO DE ERRO E AUTÓGRAFOS


 Redação para o Turno Suplementar e Redação Final:
 Redação para o Turno Suplementar:
 Ao final do turno único, somente se houver sido aprovado substitutivo integral.
 Redação Final:
 Ao final do turno único, se não houver sido aprovado substitutivo integral; ou
 Ao final do turno suplementar, se houver; ou
 Ao final do segundo turno, previsto expressamente apenas para PEC aprovada com
emendas no segundo turno.

Quadro 18 – Competência para Elaborar Redação para o Turno Suplementar e Redação Final

Redação para o Turno Suplementar ou Redação Final


Comissão Proposição Dispositivo
Aprovados pelo Plenário:
Comissão Diretora 1) Proposições de iniciativa do SF; e Art. 98, V
2) emendas e projetos da CD
CCJ PEC Art. 365
Comissão temporária criada
para esse fim, se de sua
Arts. 318,
elaboração
Projeto de reforma do Regimento III, e 401, §
Comissão Comissão Diretora, se de

competente autoria individual de
Senador
Arts. 318,
Comissão temporária para
Projeto de Código ou sua reforma III, e 374,
seu estudo
caput

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 Dispensa da Redação Final:


 Em projetos de lei da Câmara destinados à sanção, salvo se houver a corrigir:
 Vício de linguagem;
 Defeito;
 Erro manifesto.
 A redação final:
 Será lida no Período do Expediente;
 Exceção: leitura ao final da Ordem do Dia, por deliberação do Plenário a proposta do
Presidente quando, no decorrer da sessão em que for aprovada a matéria, chegar à
mesa a redação final respectiva;
 Ficará sobre a mesa para oportuna inclusão na Ordem do Dia após:
 ser publicada no DSF e em avulso eletrônico, antes de ser incluída na Ordem do Dia;
 interstício regimental.
 Exceção: discussão e deliberação da redação final imediatamente após a leitura, desde
que assim o delibere o Plenário;
 em qualquer hipótese, sua votação não está sujeita a quórum qualificado.
 Ainda que se exija quórum qualificado para votação da matéria, como no caso de
proposta de emenda à Constituição, a votação da redação final poderá ser por maioria
simples.
 Figurando a redação final na Ordem do Dia, se sua discussão for encerrada sem emendas
ou retificações, será considerada definitivamente aprovada, sem votação, a não ser que
algum Senador requeira seja submetida a votos.
 Emendas à redação Final:
 Dependem de parecer da comissão que houver elaborado a redação final;
 Se houver dúvidas se a emenda atingi a substância da proposição, ouve-se a CCJ.
 Correção de Erro:
 erro que afete o mérito:
 Contradição, incoerência, prejudicialidade ou equívoco que importe alteração do sentido
do projeto;
 Em projeto ainda não encaminhado à sanção ou à Câmara;
o Presidente encaminhará à comissão compete para que proponha o modo de corrigir
o erro;
o Após, a proposição será examinada pela CCJ;
o Em seguida, a proposição submetida ao Plenário;
 Em projeto já encaminhado à sanção ou à Câmara;
o Presidente encaminhará à comissão compete para que proponha o modo de corrigir
o erro;
o Após, a proposição será examinada pela CCJ;

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o Em seguida, a proposição submetida ao Plenário;


o Após, o Presidente comunicará o fato ao Presidente da República ou à Câmara,
remetendo novos autógrafos, se for o caso, ou solicitando a retificação do texto,
mediante republicação da lei;
 Em autógrafo recebido da Câmara, inexatidão material, lapso ou erro manifesto que tenha
resultado em alteração de sentido do texto:
 Se o erro for percebido pelo Senado, aplicam-se os procedimentos do caput do art. 326
do RISF;
 Se o erro for comunicado pela Câmara, aplicam-se os procedimentos do parágrafo único
do art. 326;
 erro que afete apenas a redação:
 Inexatidão material devida a lapso manifesto ou erro gráfico cuja correção não importe
alteração do sentido da matéria (RISF, art. 325, III);
 O Presidente comunicará o fato ao Presidente da República ou à Câmara, remetendo
novos autógrafos, se for o caso, ou solicitando a retificação do texto, mediante
republicação da lei e, posteriormente, dará ciência ao Plenário.
 Em autógrafo recebido da Câmara, inexatidão material, lapso ou erro manifesto que tenha
resultado em alteração de sentido do texto (RISF, art. 326, caput);
 Se o erro for percebido pelo Senado, aplicam-se os procedimentos do caput do art. 326
do RISF;
 Se o erro for comunicado pela Câmara, aplicam-se os procedimentos do parágrafo único
do art. 326;
 erro de tipo normativo em projeto originário do Senado (RISF, art. 327):
 Solução será o desdobramento da proposição:
 Em projeto de lei, matéria de projeto de decreto legislativo ou de resolução;
 Em projeto de decreto legislativo ou de resolução, matéria de lei.
 Autógrafo(s):
 A proposição aprovada em definitivo será encaminhada, em autógrafos:
 À sanção;
 À promulgação; ou
 À Câmara.
 Reproduzem:
 a redação final aprovada pelo Plenário; ou
 o texto da Câmara, não emendado.
 Arquivamento:
 Se autógrafo precedente da Câmara, ficará arquivado no Senado;
 Se a proposição originária da Câmara for emendada, será remetida à Casa de origem,
juntamente com os autógrafos, cópia autenticada do autógrafo procedente daquela
Casa, salvo se houver segundo via, caso em que será devolvida.

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MAPAS MENTAIS E QUADROS


Mapa Mental 1: Abrangência da Discussão

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Mapa Mental 2: Dispensa da Discussão

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Mapa Mental 3: Adiamento de Discussão

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Mapa Mental 4: Encerramento da Discussão

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Mapa Mental 5: Quórum de Deliberação e Quórum de Aprovação

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Mapa Mental 6: Modalidades e Processos de Votação no Senado

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Mapa Mental 7: Processo de Votação Simbólica

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Mapa Mental 8: Processo de Votação Nominal

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Mapa Mental 9: Processo de Votação Secreta

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Mapa Mental 10: Abrangência da Votação

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Quadro 1 – Momento para Apresentação de Requerimentos de adiamento da discussão

Momento para
Finalidade
Apresentação
Audiência de comissão que sobre ela não se tenha
manifestado
ao se anunciar a matéria
Reexame por uma ou mais comissões por motivo justificado

Ser realizada em dia determinado

Preenchimento de formalidade essencial em qualquer fase da


discussão
Diligência considerada imprescindível ao seu esclarecimento

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Quadro 2 – Uso da palavra para discussão

Discussão Prazo Quantidade Oradores


Proposições  Não há limite expresso
em Geral  Cada Senador
 Uma só vez;  10 oradores:
Regime de  10 minutos.  5 Senadores a favor;
Urgência
 5 Senadores contra.

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Quadro 3 – Requerimentos referentes à discussão

Requerimento Autoria Condição Decisão


Dispensa  Líder.  Pareceres favoráveis
 Finalidades regimentais;
 Não se aplica a urgência,
 qualquer Senador; ou
Adiamento salvo para diligência a
 Comissão.  Plenário
matéria urgente
pendente de parecer.
 Já houverem falado:
Encerramento  qualquer Senador.  3 Senadores a favor
 3 Senadores contra.

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Quadro 4 – Encaminhamento de Votação

Objeto Prazo Oradores Dispositivo

Urgência 2,5 minutos  Autor da proposição;


imediata  Relatores; e Art. 347
(metade do
 1 orador de cada partido.
(art. 336, I) prazo normal)

Urgência  Relator da comissão de mérito;


 Líderes de partido ou bloco parlamentar;
(336, II e III) Art. 14, VII
 Senadores designados por Líderes de partidos ou
blocos parlamentares

Votações
Arts. 14, VI,
em Geral  Não há limite
e 308
(Regra)

 Em regra:
 Signatário; e
 1 representante de cada partido ou bloco
parlamentar;
Art. 310,
 Exceções:
caput, I a
5 minutos  Homenagens de pesar, oradores interessados;
XI, e
Requerimentos  Não terão encaminhamento (verificar lista);
parágrafo
 Urgência:
único, e
 Um dos signatários; e
343
 Um Senador de cada partido ou bloco
parlamentar;
 Se de autoria de comissão, o seu
Presidente e o relator da matéria

 Em regra:
 Não terão encaminhamento;
Apoiamento de  Exceções:
Art. 248
proposição  Salvo se algum Senador pedir a palavra para
combatê-lo:
 Um Senador de cada partido ou bloco

Art. 310,
Eleições Não terão encaminhamento
caput

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Quadro 5 – Quóruns de Deliberação no Senado

Quórum Quantitativo Observações Dispositivo

Maioria de votos, Variável, conforme o  Apenas alguns tipos de requerimentos:


presentes um número de presentes de prorrogação da sessão, voto de RISF, art.
décimo dos (no mínimo 9 pesar, inclusive levantamento 288, V.
Senadores Senadores presentes) (encerramento) da sessão.

 Maioria de votos presente a maioria


absoluta dos membros
Variável, conforme o CF, art. 47,
 Utilizado nas votações em geral,
número de presentes e RISF, art.
Maioria Simples inclusive nos requerimentos e projetos
(no mínimo 41 288, caput
em geral e nas redações finais de todas
Senadores presentes) e § 1º
as proposições, inclusive das que exijam
quórum qualificado.

 Aprovação de projeto de lei


complementar; CF, arts.
 Aprovação de exoneração do PGR e diversos e
Maioria Absoluta 41 Senadores
nomeação de autoridades diversas; RISF, art.
 Perda de mandato de Senador; e 288, III.
 Outras hipóteses

CF, art. 60,


3/5 49 Senadores  Proposta de emenda à Constituição § 2º, e RISF,
art. 288, II.

 Sentença condenatória de autoridades


por crime de responsabilidade nos casos
CF, arts. 52,
previstos na CF, 52, I e II;
I e II, 53, §
 Fixação de alíquotas máximas nas
8º, 155, §
2/3 54 Senadores operações internas, para resolver
2º, V, “b”, e
conflito específico que envolva
RISF, art.
interesses de Estados e do DF;
288, I.
 Suspensão de imunidade de Senadores,
durante o estado de sítio

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Quadro 6 – Ordem de votação de artigo de projeto e emenda

Votação Antes Votação Depois


Artigo do projeto Emenda modificativa
Artigo do projeto Emenda aditiva
Emenda supressiva Artigo do projeto
Emenda substitutiva Artigo do projeto

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Quadro 7 – Preferência

Preferência Implicação Deverá ser Requerida


De proposição sobre outra ou sobre as demais Altera a Ordem do antes de anunciada a
da Ordem do Dia Dia proposição sobre a qual
deva ser concedida
de emenda ou grupo de emendas sobre as
demais oferecidas à mesma proposição ou
Altera o
sobre outras referentes ao mesmo assunto até ser anunciada a
Processamento da
votação
de projeto sobre o substitutivo Votação
de substitutivo sobre o projeto.

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Quadro 8 – Cota de Destaque por Bancada

Bancada Cota de Destaques


De 3 até 8 Senadores 1 destaque
De 9 até 14 Senadores 2 destaques
Mais de 14 Senadores 3 destaques

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Quadro 9 – Comparativo de Regimes de Tramitação na Câmara e no Senado

RICD RISF
 Urgente (RICD, arts. 151, I, e  Tramitação normal (RISF, arts.
152 a 157); 251 e seguintes);
Regimes de  De tramitação com prioridade  Urgência (RISF, arts. 336 a 353);
Tramitação (arts. 151, II, e 158);
 De tramitação ordinária (art.
151, III).
 Matérias sujeitas a  Proposições sujeitas a
Regime disposições especiais (RICD, disposições especiais (RISF,
Especial arts. 201 a 225). arts. 354 a 376).

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Quadro 10 – Urgência Constitucional – Prazos de Tramitação

Casa Objeto e Prazo Total


Casa  45 dias
CD
Iniciadora  Apreciar projeto de lei

Casa  45 dias
SF
Revisora  Apreciar projeto de lei 100 dias

 10 dias
Casa
CD  Apreciar as emendas do SF (Casa
Iniciadora
revisora)

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Quadro 11 – Itens dispensáveis e indispensáveis no Regime de Urgência

Dispensáveis Indispensáveis
 Interstícios;  Pareceres;
Durante toda a  Prazos;  Quórum para deliberação;
tramitação  Formalidades regimentais.  Distribuição de cópias da
proposição principal.

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Quadro 12 – Regime de Urgência do art. 336, I

Requerida (art. 336, I)


Finalidade  apreciação imediata da matéria.
(art. 345, I)
 Possível somente para:
Limitação Material  Matéria que envolva perigo para a segurança nacional;
(art. 336, I)  Providência para atender a calamidade pública.

Proposta da  Mesa;
urgência:  Maioria dos membros do SF
requerimento  Líderes que representem a maioria do SF
(art. 338, I)
Apreciação do Requerimento de Urgência

Leitura do
 Imediatamente;
Requerimento
 Em qualquer fase da sessão
(art. 339, I)
 Ainda que com interrupção de discurso, discussão ou votação

Deliberação do
Requerimento
 Imediatamente;
(art. 340, I)
Encaminhamento
 5 minutos por orador:
da votação do
 Em geral:
requerimento
 Um dos signatários do requerimento;
(art. 343)
 Um representante de cada partido.

Encaminhamento
 5 minutos por orador:
da votação do
 Em geral:
requerimento
 Um dos signatários do requerimento; e
(art. 343)  Um representante de cada partido;

Apreciação da Matéria Urgente

Deliberação da
matéria urgente
 Imediatamente após a concessão da urgência;
(art. 345, I)
 Oral;
Parecer à matéria  Imediatamente:
urgente  Relator pode solicitar prazo de até duas horas;
(art. 346, I e §§ 1º  Prazo será concedido sem prejuízo do prosseguimento da Ordem do
e 2º) Dia.

Discussão e  Metade do prazo previsto para as matérias em tramitação normal;


Encaminhamento  Autor da proposição;
da Votação da  Relatores; e
matéria urgente  Um Orador de cada partido.

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Requerida (art. 336, I)


(art. 347)  Observações:
 Discussão em tramitação normal: 10 min  metade: 5 min. (RISF, art. 14,
III);
 Encaminhamento em tramitação normal: 5 min  metade 2,5 min. (RISF,
art. 14, VI).

Discussão
 Os pareceres serão proferidos imediatamente, por relator designado pelo
Presidente;
encerrada com
emendas  Parecer oral;
(arts. 346, I e § 2º,  Relator pode solicitar prazo de até duas horas;
e 348, I)  Prazo será concedido sem prejuízo do prosseguimento da Ordem do
Dia.

Realização de
Diligência
 Não há previsão de diligência nesse regime de urgência.
(art. 349)
Preparo da
votação da matéria
urgente
 Não se aplica às urgências para apreciação imediata previstas no art. 336, I.
(art. 345, parágrafo
único)
Turno Suplementar
 Regra:
(art. 350)  Imediatamente
 Após aprovação, em turno único, do substitutivo integral;
 Exceção:
 Prazo de 24 horas
 para elaboração da redação para o turno suplementar.

Urgências que
 Autorizar o Presidente da República a:
independem de  Declarar guerra;
Requerimento e  Celebrar a paz;
tramitam nos  Permitir forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele
termos do art. 336, permaneçam
I  Aprovar ou suspender o estado de Defesa
(art. 353, I)  Aprovar ou suspender a intervenção federal;
 Autorizar ou suspender o estado de sítio.

Obs.: Esses assuntos são de competência exclusiva do Congresso Nacional e,


por isso, disciplinados por decreto legislativo.

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Quadro 13 – Regime de Urgência do art. 336, II

Requerida (art. 336, II)


Finalidade  Quando se pretenda a apreciação da matéria na segunda sessão
deliberativa ordinária subsequente à aprovação do requerimento.
(art. 336, II)
Limitação
Material  Inexiste limitação material expressa.
(art. 336, II)
 2/3 da composição do SF (54 Senadores)
 Líderes que representem 2/3 do Senado;
 por comissão;
 pela Comissão de Assuntos Econômicos:
 Quando se tratar de autorização para operações
Proposta da
 de crédito externo
urgência:
requerimento  Decorrentes de convênios para aquisição de bens e serviços no
exterior;
(art. 338, II, IV e
V)  De emissão de títulos da dívida pública;
 De emissão de debêntures ou assunção de obrigações por
entidades controladas pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios que não exerçam atividade produtiva ou não
possuam fonte própria de receitas.

Leitura do
Requerimento  no Período do Expediente;
(art. 339, II)
Deliberação do  Após a Ordem do Dia;
Requerimento  desde que publicado o avulso eletrônico da proposição respectiva;
(arts. 255, I, “a”;  respeitado o limite de até dois requerimentos de urgência, não
contabilizados os sujeitos a deliberação imediata;
340, II; 341 e
342)  considerado prejudicado se não houver número para a votação
 5 minutos por orador:
 Em geral:
Encaminhamento  Um dos signatários do requerimento;
da votação do  Um representante de cada partido;
requerimento  Se requerimento de Comissão:
(art. 343)  Presidente da comissão;
 Relator da matéria.

Deliberação da  na segunda sessão deliberativa ordinária que se seguir à concessão da


urgência;
matéria urgente
(art. 345, II)  incluída a matéria na Ordem do Dia.

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Requerida (art. 336, II)


Parecer à matéria  Em regra, escrito;
urgente  Exceção: oral, por motivo justificado;
(art. 346, II e § 2º)  Quando a matéria for anunciada na Ordem do Dia.
 Discussão: 1 vez por 10 minutos;
Discussão e
 5 Senadores a favor;
Encaminhamento
 5 Senadores contra.
da Votação da
 Encaminhamento: 1 vez por 5 minutos.
matéria urgente
 Relator da comissão de mérito;
(art. 14, IV e VI)
 Líderes de cada partido ou bloco parlamentar ou
 Senadores indicados por esses líderes.

Discussão
 Os pareceres às emendas poderão ser proferidos:
encerrada com  Imediatamente; ou
emendas  Em 24 horas, se a complexidade da matéria indicar;
(art. 348, II)  Nesta hipótese, a matéria sairá da Ordem do Dia, para nela
figurar na sessão deliberativa ordinária subsequente.

Realização de
Diligência  Não há previsão de diligência nesse regime de urgência.
(art. 349)
Preparo da
votação da  Mesa: prazo não superior a 24 horas;
matéria urgente  Quando, encerrada a discussão, se tornar impossível o imediato
início das deliberações, em virtude da complexidade da matéria.
(art. 345,
parágrafo único)
Urgências que  A matéria que objetive autorização para o Presidente e o Vice-
independem de Presidente da República se ausentarem do País:
Requerimento e  Competência exclusiva do Congresso Nacional;
tramitam nos  Decreto Legislativo;
termos do art.  As proposições sujeitas a prazo, quando faltarem 10 dias para o
336, II término desse prazo.
(art. 353, II)

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Quadro 14 – Regime de Urgência do art. 336, III

Requerida (art. 336, III)


Finalidade  Quando se pretenda incluir em Ordem do Dia matéria pendente de
parecer.
(art. 336, III)
Limitação
Material  Inexiste limitação material expressa.
(art. 336, III)
 1/4 da composição do SF (21 Senadores)
 Líderes que representem 1/4 do Senado;
 por comissão;
 pela Comissão de Assuntos Econômicos:
 Quando se tratar de autorização para operações
Proposta da
 de crédito externo
urgência:
requerimento  Decorrentes de convênios para aquisição de bens e serviços no
exterior;
(art. 338, III, IV e
V)  De emissão de títulos da dívida pública;
 De emissão de debêntures ou assunção de obrigações por
entidades controladas pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios que não exerçam atividade produtiva ou não
possuam fonte própria de receitas.

Leitura do
Requerimento  no Período do Expediente;
(art. 339, II)
Deliberação do  na sessão deliberativa seguinte, incluído em Ordem do Dia;
Requerimento  desde que publicado o avulso eletrônico da proposição respectiva;
(arts. 255, II, “c”,  respeitado o limite de até dois requerimentos de urgência, não
contabilizados os sujeitos a deliberação imediata.
1; 340, III; e 341)
 5 minutos por orador:
 Em geral:
Encaminhamento  Um dos signatários do requerimento;
da votação do  Um representante de cada partido;
requerimento  Se requerimento de Comissão:
(art. 343)  Presidente da comissão;
 Relator da matéria.

Deliberação da  na quarta sessão deliberativa ordinária que se seguir à concessão da


matéria urgente urgência.
(art. 345, III)

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Requerida (art. 336, III)


Parecer à matéria  Em regra, escrito;
urgente  Exceção: oral, por motivo justificado;
(art. 346, III e §  No prazo compreendido entre a concessão da urgência e o dia anterior
ao da sessão em cuja Ordem do Dia deva a matéria figurar.
2º)
 Discussão: 1 vez por 10 minutos;
Discussão e
 5 Senadores a favor;
Encaminhamento
 5 Senadores contra.
da Votação da
 Encaminhamento: 1 vez por 5 minutos.
matéria urgente
 Relator da comissão de mérito;
(art. 14, IV e VI)
 Líderes de cada partido ou bloco parlamentar ou
 Senadores indicados por esses líderes.

Discussão  O projeto sairá da Ordem do Dia, para nela se novamente incluído na


quarta sessão deliberativa ordinária subsequente;
encerrada com
emendas  Os pareceres sobre as emendas devem ser proferidos até o dia
anterior ao da sessão em que a matéria será apreciada.
(art. 348, III)
Realização de  Pelo prazo máximo de quatros sessões.
Diligência  O requerimento pode ser apresentado até ser anunciada a
votação.
(art. 349)
Preparo da  Mesa: prazo não superior a 24 horas;
votação da  Quando, encerrada a discussão, se tornar impossível o imediato
início das deliberações, em virtude da complexidade da matéria.
matéria urgente
(art. 345,
parágrafo único)

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Quadro 15 – Deliberação de Requerimentos de Urgência na mesma sessão

Urgência para 2ª sessão Urgência para 4ª sessão


Urgência imediata
deliberativa ordinária (RISF, art. deliberativa ordinária (RISF, art.
(RISF, art. 336, I)
336, II) 336, II)
Nenhum Nenhum

Nenhum, Um Nenhum

Um ou Nenhum Um
Vários
Um Um
(Não computados no
cálculo) Dois Nenhum

Nenhum Dois

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Quadro 16 – Solicitação de Retirada de Requerimento de Urgência

Solicitante Condição Esclarecimentos


 quando não se trate de  quando a urgência foi proposta
requerimento de líderes coletivamente por Senadores (e
Primeiro não por líderes) de acordo com os
signatário quóruns previstos no art. 338,
conforme o caso.
 no caso de urgência solicitada por
Presidente da  quando de autoria desta comissão ou pela CAE, nos
comissão termos do art. 338, IV e V.
 quando a urgência foi solicitada
por líderes, a solicitação de
 que o houverem subscrito retirada deverá ser em conjunto
Lideranças
pelas lideranças que assinaram o
requerimento de urgência

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Quadro 17 – Requerimento de Extinção da Urgência


Tipo de urgência Requerimento de Extinção da Urgência
 não há previsão de extinção da urgência por requerimento e
Para apreciação imediata deliberação do Plenário
 Maioria dos membros do Senado (41 Senadores);
Para apreciação na 2ª Sessão  Líderes que representem esse número; ou
deliberativa ordinária  Comissão requerente.
 1/4 da composição do Senado (21 Senadores);
Para apreciação na 4ª Sessão  Líderes que representem esse número; ou
deliberativa ordinária  Comissão requerente.

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Quadro 18 – Competência para Elaborar Redação para o Turno Suplementar e Redação Final

Redação para o Turno Suplementar ou Redação Final


Comissão Proposição Dispositivo
Aprovados pelo Plenário:
Comissão Diretora 1) Proposições de iniciativa do SF; e Art. 98, V
2) emendas e projetos da CD
CCJ PEC Art. 365
Comissão temporária
criada para esse fim, se
Arts. 318,
de sua elaboração
Projeto de reforma do Regimento III, e 401,
Comissão Comissão Diretora, se de
§ 5º
competente autoria individual de
Senador
Arts. 318,
Comissão temporária
Projeto de Código ou sua reforma III, e 374,
para seu estudo
caput

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