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Terras indígenas: como são demarcadas


Publicado em 27 de junho de 2018

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Índios fora do STF durante julgamento de ação em que a FUNAI pede que sejam declarados nulos os títulos de propriedade sobre
imóveis rurais na Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, na Bahia (Foto: Agência Brasil).

Um dos temas que cresceram no Brasil no ano de 2019 foi a demarcação de terras indígenas, seja por
conta de mudanças na FUNAI, protestos e outros eventos que ocorreram. Além disso, nesse debate
também entram as lutas dos povos indígenas (https://www.politize.com.br/povos-indigenas-do-
brasil/) e os conflitos e violências (https://www.politize.com.br/seguranca-publica-brasileira-
entenda/) que estão atrelados.
Mas, afinal, o que é a demarcação de terras indígenas? Como ela ocorre? Por que é importante
reconhecer esses territórios? Essas e outras questões serão tratadas a seguir.

(https://forms.gle/xLCf9R1vazqiHtbq8)

O QUE SÃO TERRAS INDÍGENAS?


Antes de tratarmos sobre a demarcação de terras indígenas, em específico, precisamos entender o
que significa essa “terra indígena”.
As terras indígenas são porções do território brasileiro habitadas por povos indígenas. Essas estão
diretamente relacionadas à garantia (https://www.politize.com.br/estatuto-da-crianca-e-do-
adolescente-direitos/) da reprodução física, econômica, social e cultural destes grupos, de acordo
com seus costumes, tradições e usos.
O conceito de quais são as terras tradicionalmente ocupadas pelos índigenas consta no artigo 231 da
Constituição Federal de 1988 (https://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/). Em seu primeiro
parágrafo está estipulado que terras indígenas são aquelas
“por eles [os índios] habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades
produtivasX, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-
estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e
tradições” (grifo nosso).
No que diz respeito às terras indígenas, é importante saber que elas não são propriedade dos povos
que nela habitam, mas que constituem patrimônio da União
(https://www.politize.com.br/patrimonialismo-administracao-publica-brasil/). Tratam-se de bens
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públicos de uso especial, o que significa que são inalienáveis, indisponíveis e não podem.com.br/quienes-
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utilizadas por outras pessoas que não sejam os próprios índigenas. Sendo assim, os indígenas detêm
sobre essas terras a posse permanente e o uso exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos 
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existentes, ainda conforme o artigo 231.
A importância da demarcação de terras indígenas
As terras são o suporte da cultura (https://www.politize.com.br/cultura-qual-a-responsabilidade-do-
municipio/) e do modo de vida das 305 etnias indígenas. Elas são fundamentais para a reprodução
física e cultural desses grupos, para a manutenção de seus modos de vida tradicionais, seus saberes
e suas expressões culturais (https://www.politize.com.br/cultura-como-politica-publica/), as quais
fazem parte do patrimônio cultural brasileiro (http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-
heritage/cultural-heritage/). Demarcação de terras indígenas significa a garantia da diversidade
cultural e étnica, assim como a proteção ao patrimônio histórico e cultural brasileiro – o que
caracteriza um dever da União e das Unidades Federadas, conforme disposto no Art. 24, inciso VII da
Constituição (https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10717806/inciso-vii-do-artigo-24-da-constituicao-
federal-de-1988). A demarcação de terras indígenas ainda garante a proteção do meio ambiente
(https://www.politize.com.br/meio-ambiente-e-os-municipios-os-principais-desafios/) e da
biodiversidade, o que também é um direito constitucional prescrito pelo art. 225 da Constituição
(https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10645661/artigo-225-da-constituicao-federal-de-1988).
DIREITO DOS INDÍGENAS, DEVER DO ESTADO
Ter seus territórios demarcados é um direito que os povos indígenas conquistaram após muitos anos
de lutas e resistências (https://www.politize.com.br/movimento-indigena/). A Constituição expressa os
direitos dos povos indígenas (https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/direitos-indigenas-no-
brasil/) tanto em capítulos específicos – no título VIII, “Da Ordem Social”
(http://www.trtsp.jus.br/geral/tribunal2/LEGIS/CF88/Titulo_8.html), e no capítulo VIII, “Dos Índios”
(http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%202051)–, quanto em outros dispositivos
ao longo de seu texto.
Alguns desses direitos já existiam no ordenamento jurídico nacional, mas não de forma a garantir os
direitos fundamentais (https://www.politize.com.br/direitos-e-deveres-cidadao/) dos indígenas. São
exemplos desse caso os direitos à diferença, a ser diferente da sociedade nacional hegemônica, de
ter seus costumes e suas tradições reconhecidos como legítimos e respeitados pelo Estado Nacional.
Foi somente com a Constituição de 1988 que ocorreram mudanças importantes na política indigenista
nacional, permitindo o abandono da chamada “perspectiva assimilacionista”. Essa visão entendia
que os índios estavam em meio a um processo de perda de seus costumes e tradições. Assim, eles
estavam fadados a desaparecer ao serem integrados à sociedade nacional. Essa visão entendia os
índios como sendo uma categoria transitória, fadada ao desaparecimento, já que eles deveriam
perder seus costumes e tradições e ser integrados à sociedade nacional. A expectativa de que tais
povos “deixariam de ser índios” está até mesmo prevista no Estatuto do Índio
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6001.htm).

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Além de abolir essa ideia, a Constituição de 1988 também demonstrou avanço ao considerar que o
direito dos povos indígenas às terras constituem direitos originários. Ou seja, reconheceu-se que
esse direito é anterior à criação do próprio Estado, pois os índios foram os primeiros ocupantes do
Brasil.
Foi também após 1988 que a legislação nacional (https://youtu.be/VEETMuBNvoQ) passou a
considerar a necessidade de um território indígena ter tamanho suficiente para garantir.com.br/quienes-
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necessários à reprodução não só física de um povo, mas também cultural. Ainda foi estipulado que
essa demarcação deve ser da área tradicionalmente ocupada pela etnia em questão. São vários os 
exemplos (http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas) de reservas indígenas
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de territórios tradicionalmente ocupados, podendo ser citado o caso da reserva Apucarana, em
Londrina, ocupada pela etnia Kaingang. Antes da Constituição de 1988 eram demarcadas áreas muito
pequenas e/ou em localidades distintas da área tradicional de ocupação do grupo. Os reflexos de tal
política permanecem na atualidade, principalmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, e também no
Mato Grosso do Sul, onde o que se vê são situações de confinamento territorial e restrições diversas
aos indígenas. São justamente nessas regiões que estão localizados conflitos por terras entre
indígenas e não indígenas.
Portanto, vemos que a partir de 1988 foi estabelecida uma nova relação entre governo
(http://biblioteca.politize.com.br/ebook-sistemas-formas-governo), sociedade e povos originários,
pautada no respeito e reconhecimento jurídico do direito à diferença. Tal direito, segundo o professor
da USP Eduardo Bittar (https://www.revistas.usp.br/rfdusp/article/viewFile/67869/70477), representa o
objetivo do respeito das singularidades dentro de sociedades modernas que tendem a produzir
homogeneização e padronização. Nesse contexto, a demarcação de terras indígenas figura como
uma obrigação do Estado brasileiro imposta pela Constituição Federal. Além desse documento,
destaca-se o Decreto 5051/04 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2004/decreto/d5051.htm) e a Convenção 169
(http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Convencao_169_OIT.pdf) da Organização
Internacional do Trabalho no Brasil (OIT), que garantem aos povos indígenas a posse exclusiva de
seus territórios e o respeito às suas organizações sociais, costumes, línguas, crenças e tradições,
consolidando o Estado Democrático (https://www.politize.com.br/quiz-tipos-de-democracia/) e
Pluriétnico de Direito.
AS FORMAS DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE TERRITÓRIOS
INDÍGENAS
Existem quatro formas de garantir o direito dos indígenas ao território. São elas:
1. Terras Indígenas Tradicionalmente Ocupadas: tratadas no artigo 231 da Constituição, são as terras indígenas de ocupação
tradicional, de direito originário dos povos indígenas, cujo processo de demarcação é feito com base no Decreto n.º 1775/96
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1775.htm).
2. Reservas Indígenas: são terras doadas por terceiros, adquiridas e/ou desapropriadas pela União e que se destinam à posse
permanente dos povos indígenas. Também pertencem ao patrimônio da União e não correspondem às terras de ocupação
tradicional da etnia em questão, tal como ocorre na forma anterior.
3. Terras Dominiais: são adquiridas por compra ou por doação e são de propriedade das comunidades indígenas. Esse é o
único caso em que as terras não são apenas de usufruto dos indígenas e propriedade da União.
4. Interditadas: são áreas interditadas para proteção dos povos indígenas em isolamento voluntário
(https://www.survivalbrasil.org/povos/indios-isolados-brasil), com controle de entrada e circulação de terceiros. A interdição
da área pode ser realizada, ou não, juntamente com o processo de demarcação disciplinado pelo Decreto n.º 1775/96.
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Na região conhecida como Areal, jovens índios tupinikim dançam ao lado de acampamento que estabeleceram em protesto pela
retomada de suas terras tradicionais, em meio a plantação de eucaliptos da empresa Aracruz Celulose (Foto: Agência Brasil).

Mas o que são indígenas em isolamento voluntário?


São também conhecidos como índios isolados, que não mantêm contato com a sociedade não
indígena e nem com outros indígenas. Considera-se o isolamento como voluntário pois é escolha
desses grupos não estabelecer contato com outras pessoas. Essa opção é assegurada pela legislação
(https://www.politize.com.br/defensoria-publica/) e são proibidas quaisquer tentativas de contato com
esses indígenas, que atualmente somam cerca de 80 grupos conhecidos no Brasil, sobretudo na
região Amazônica.
COMO SÃO DEMARCADAS AS TERRAS INDÍGENAS?
É de competência da Fundação Nacional do Índio (FUNAI (http://www.funai.gov.br/index.php/quem-
somos)) promover a demarcação de terras indígenas, protegê-las e fazer respeitar seus bens. Cabe a
essa autarquia (https://www.politize.com.br/autarquias-o-que-sao/) coordenar e executar a política
indigenista brasileira, as ações de regularização, monitoramento e fiscalização das terras indígenas
Tais funções têm como bases principais o artigo 231 da Constituição de 1988 e o Estatuto do Índio (Lei
6.001/73).
A demarcação das terras indígenas é realizada por meio de um procedimento administrativo,
pautado em requisitos legais e técnicos (https://www.politize.com.br/burocracia-administracao-
publica-brasil/), seguindo as etapas explicadas adiante:
1. Verificação da demanda territorial: é o início do processo. Verifica-se a demanda posta pelo povo indígena, o que é feito
por um antropólogo. Cabe a esse profissional elaborar a Qualificação da Demanda indicando a área reivindicada, o
contexto social, político e econômico (https://www.politize.com.br/social-democracia-o-que-e/).
2. Estudos de identificação e delimitação: a FUNAI nomeia um Grupo Técnico (GT), que é coordenado por um antropólogo.
Esse GT realiza as pesquisas e elabora o Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena (RCID).
Tal relatório é submetido à aprovação do Presidente da FUNAI. Após aprovado, um resumo do documento é publicado no
Diário Oficial da União, no Diário Oficial do Estado onde se localiza a área e na Prefeitura Municipal
(https://www.politize.com.br/prefeituras-principais-problemas-enfrentados-na-gestao-municipal/).
3. Contraditório Administrativo: essa etapa garante o direito dos estados, municípios (https://www.politize.com.br/governos-
municipais-numeros/) e de qualquer interessado na área a ser demarcada de manifestar-se. Caso alguém tenha motivos
para pedir uma indenização (https://www.politize.com.br/indenizacao-de-familias-de-detentos-mortos-base-juridica/) ou
para indicar erros no relatório, tais razões devem ser apresentadas à FUNAI. O Ministro da Justiça é o responsável por
analisar a questão esse julgamento.
4. Delimitação do território: é hora da declaração dos limites da terra indígena e da determinação de sua demarcação,
mediante uma portaria declaratória, feita pelo Ministro da Justiça (https://www.politize.com.br/8-ministerios-governo-
federal/). X
5. Demarcação física do território e aprovação: enquanto essa demarcação é feita pela FUNAI e consiste na fixação dos
limites físicos da terra indígena, a aprovação é realizada por meio de um decreto.
6. Levantamento dos habitantes: trata-se do levantamento das pessoas não indígenas que estejam na área que será
demarcada. Se essas pessoas forem consideradas ocupantes de boa-fé, elas serão indenizadas e devem, obrigatoriamente,
deixar o local. Se forem ocupações de má fé, por exemplo as grilagens, não terão direito à indenização. Isso fica a cargo da
FUNAI, em conjunto com o INCRA. (http://www.incra.gov.br/)
7. Aprovação da demarcação: é feita pela Presidência da República (https://www.politize.com.br/presidente-da-republica-o-
que-faz/) por meio decreto presidencial (https://www.politize.com.br/estado-de-defesa-estado-de-sitio-intervencao-
federal/). Junto à ela vem a retirada de ocupantes não-índios, com o pagamento das (https://www.politize
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.com.br/quienes-
indenizações, pela FUNAI. Alémsomos/)
desse
pagamento, é responsabilidade do INCRA realizar o reassentamento dos ocupantes não-índios que se enquadrem no perfil
da reforma agrária. 
om.br/)8. Registro das terras indígenas: é feito pela FUNAI junto à Secretaria de Patrimônio da União (SPU
(https://www.politize.c
(http://www.planejamento.gov.br/assuntos/gestao/patrimonio-da-uniao)), em até trinta dias após a publicação do decreto
de homologação.
9. Interdição da área: realizada pela FUNAI apenas em casos de ocorrência de indígenas isolados. Vamos conhecer melhor
estes casos adiante.

QUANTAS SÃO AS TERRAS INDÍGENAS?


O processo administrativo de demarcação classifica as terras indígenas por fases. Confira quais são:
1. Em estudo: são área que estão na etapa de realização dos estudos antropológicos, históricos, fundiários, cartográficos e
ambientais. Nessa etapa são analisados os aspectos que confirmam, ou não, se aquele é um território tradicionalmente
ocupado por determinado povo indígena.
2. Delimitadas: quando os estudos já foram aprovados pela Presidência da FUNAI, já há publicação no Diário Oficial da União
e do Estado, mas se encontram na fase das contestações ou em análise pelo Ministério da Justiça
3. Declaradas: são as terras que têm a Portaria Declaratória expedida pelo Ministro da Justiça e já estão autorizadas a serem
demarcadas fisicamente, faltando apenas o decreto da Presidência da República (https://youtu.be/tyX2SduL6mA).
4. Homologadas: as terras que possuem seus limites demarcados, com a demarcação aprovada pelo em decreto assinado
pelo Presidente da República.
5. Regularizadas: são as terras que já foram registradas em Cartório em nome da União e na SPU.
6. Interditadas: são áreas com restrições de uso e ingresso de terceiros, para a proteção de povos indígenas isolados.

QUANTAS SÃO AS TERRAS INDÍGENAS?


Segundo a FUNAI (http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/terras-indigenas), atualmente
existem 732 territórios indígenas em diversas fases:
43 terras indígenas demarcadas;
72 terras declaradas;
15 terras indígenas homologadas;
435 terras regularizadas;
111 terras indígenas em estudo;
6 portarias de interdição;
34 reservas indígenas regularizadas; e
16 reservas indígenas encaminhadas.
Mas algumas Instituições e Organizações Não Governamentais (https://www.politize.com.br/ong-o-
que-e/) indicam outros números, porque consideram as “terras sem índios”, ou seja, aquelas que nem
começaram o processo de demarcação pela FUNAI. Por exemplo, o Conselho Indigenista Missionário
(CIMI) (https://www.cimi.org.br/terras-indigenas/) indica a existência de 1296 terras indígenas no
Brasil, sendo que 63,3% delas não tiveram quaisquer providências administrativas tomadas pelos
órgãos do Estado (https://www.politize.com.br/comissao-de-constituicao-justica-e-cidadania/),
permanecendo casos de ‘índios sem terra’.
Portanto, vimos que o processo de demarcação é um meio administrativo para limitar o território
tradicionalmente ocupado por uma ou mais etnias aborígenes. Com o dever de demarcar as terras
indígenas, o Estado Brasileiro busca resgatar uma dívida histórica com os primeiros habitantes da
nação, propiciando condições fundamentais para a sobrevivência física e cultural desses povos e
preservando a diversidade cultural brasileira. Tudo isso em cumprimento ao que é determinado pelo
artigo 231 da Constituição Federal.
COMO ESTÁ A SITUAÇÃO DA DEMARCAÇÃO DE TERRAS
INDÍGENAS EM 2019?
O processo administrativo
X de demarcação classifica as terras indígenas por fases. Confira quais são:
1. Em estudo: são área que estão na etapa de realização dos estudos antropológicos, históricos, fundiários, cartográficos e
ambientais. Nessa etapa são analisados os aspectos que confirmam, ou não, se aquele é um território tradicionalmente
ocupado por determinado povo indígena.
2. Delimitadas: quando os estudos já foram aprovados pela Presidência da FUNAI, já há publicação no Diário Oficial da União
e do Estado, mas se encontram na fase das contestações ou em análise pelo Ministério da Justiça
3. Declaradas: são as terras que têm a Portaria Declaratória expedida pelo Ministro da Justiça e já estão autorizadas a serem
demarcadas fisicamente, faltando apenas o decreto da Presidência da República (https://youtu.be/tyX2SduL6mA).
4. Homologadas: as terras que possuem seus limites demarcados, com a demarcação(https://www.politize
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aprovada .com.br/quienes-
pelo em decreto somos/)
assinado
pelo Presidente da República.
5. Regularizadas: são as terras que já foram registradas em Cartório em nome da União e na SPU. 
om.br/)6. Interditadas: são áreas com restrições de uso e ingresso de terceiros, para a proteção de povos indígenas isolados.
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QUANTAS SÃO AS TERRAS INDÍGENAS?


A atual situação da demarcação de terras indígenas no Brasil está em um período de baixa, isso
porque o atual governo é abertamente contra essas políticas. O presidente da república – Jair
Bolsonaro – declarou, em entrevista ao programa “Brasil Urgente” da rede Band de televisão, que: “no
que depender de mim, não tem mais demarcação de terra indígena”.
Entretanto, vale lembrar que uma das etapas de demarcação de terras indígenas é a homologação do
território por meio de decreto do presidente da república, mas esse é um processo meramente
administrativo e declaratório. Justifica-se isso por meio da Constituição brasileira – que deve ser
respeitada em todas as decisões políticas – a qual diz em seu Artigo 231: “São reconhecidos aos índios
sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as
terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar
todos os seus bens”.
Isso significa que a União deve não somente demarcar, como proteger e respeitar as áreas indígenas
que são direito originário deles, isto é, é um direito anterior à formação do próprio Estado e, dessa
forma, existe independentemente de qualquer reconhecimento oficial. Portanto, caso qualquer um
dos 3 poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – valha-se de mecanismos para impedir as
demarcações, este estará ferindo a Constituição brasileira.
Além disso, desde o início do governo de Bolsonaro, houve duas tentativas de mudanças negadas, no
que diz respeito à quem caberia a demarcação de terras indígenas. Nesse sentido, atualmente, a
FUNAI é responsável por esse processo, mas o presidente tentou transferir essa responsabilidade ao
Ministério da Agricultura sem sucesso.
Em entrevista à “Época”, Bruno Pereira – servidor da Funai – responde a pergunta sobre o aumento
dos avanços sobre as terras indígenas: “Vem aumentando – o avanço sobre terras indígenas – desde
o ano passado, claramente. Nós temos dados. Em virtude de uma disputa eleitoral muito pesada, de
discursos sobre a Amazônia muito fortes, dos agentes do Estado que trabalham ali, houve uma
corrida a essas áreas, cresceram as ameaças. O discurso que está colocado na Amazônia — e a gente
vive lá, não vê pela televisão — é: “Acabou, agora é nossa vez”.
Para acessar a entrevista na íntegra, clique aqui (https://epoca.globo.com/brasil/9-perguntas-para-
bruno-pereira-servidor-da-funai-24010024).
Conseguiu entender como acontece a demarcação de terras indígenas? Deixe suas dúvidas e
sugestões nos comentários!
Aviso: mande um e-mail para contato@politize.com.br se os anúncios do portal estão te atrapalhando
na experiência de educação política. 🙂
Referências do texto: confira aqui onde encontramos dados e informações!
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm)
Conselho Indigenista Missionário (https://www.cimi.org.br/)
Fundação Nacional do Índio (http://www.funai.gov.br/)
Instituto Socioambiental
X
(https://www.socioambiental.org/pt-br)
6ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (http://www.mpf.mp.br/atuacao-
tematica/ccr6)
Última atualização em 11 de outubro de 2019.
(https://www.politize.com.br/author/rebeca-a-a-de-campos-ferreira/)
Rebeca A. A. de Campos Ferreira (https://www.politize
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Redatora voluntária do Politize!. Antropóloga, Graduada em Ciências Sociais, Graduanda em Direito e
om.br/) Doutoranda em Antropologia Social (USP), Perita do Ministério Público Federal (MPF). Paulistana de
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nascimento, alma Amazônica e coração beiradeiro, admiradora das cores do céu e de ipês amarelos, gosta de
café, de livros e de vermelho. Acredita em um mundo melhor e luta por ele, especialmente pelas causas indígena,
quilombola e de gênero.

(https://www.politize.com.br/author/inara-chagas/)
Inara Chagas
Graduanda de Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina. Acredita que o
conhecimento é a chave para mudar o mundo. Como o Politize! é uma ferramenta para difundir
conhecimento e mudar a realidade em que vivemos, tem prazer em poder contribuir e realizar este propósito

(https://www.politize.com.br/author/matheus-silveira/)
Matheus Silveira
Graduando de Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Acredita que o fim da
discriminação por raça, gênero e sexualidade é um dos caminhos para uma sociedade mais justa e
igualitária.

2 comentários
Desmatamento no Brasil: qual a situação? – Bom para Você, Bom para Sua Empresa
(https://workingfreelancerctba.wordpress.com/2019/08/23/desmatamento-no-brasil-qual-a-situacao/)

[…] porque, pelo reconhecimento da demarcação de terras indígenas, estipula-se o direito de tais
povos às suas terras de ocupação tradicional. Sendo assim, são […]
Responda

Julia

Porque existe a necessidade da criação de de diversas áreas de terras destinadas à ocupação


indígena, ao contrário, por exemplo, de sua concentração em um grande território único?
Responda

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