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RESUMO
Sabemos que muitos dos conceitos e procedimentos algébricos são ensinados
na sétima série por meio de exaustivas listas de exercícios. Assim, durante o ano
de 2011, propomos jogos e materiais manipulativos que pudessem substituir
essas listas para que os alunos pudessem exercitar a álgebra de uma forma
mais divertida. Essas atividades serão apresentadas neste trabalho juntamente
com as atividades de exploração realizadas, os resultados alcançados com a
aplicação dessas atividades e algumas considerações sobre ensino e
aprendizagem de álgebra por meio de jogos e materiais manipuláveis. Esta
pesquisa-ação é vinculada ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência – Pibid, financiado pela Capes, e foi realizada com uma turma de
sétima série de uma Escola Pública do Município de Vitória.
ABSTRACT
It is known that many concepts and algebraic procedures are taught in
elementary school by extensive lists of exercises. Thereby, during 2011, we
proposed games and manipulative materials which could replace that kind of
exercises and provide fun at the same time of learning math. These activities will
be shown in this article jointly the exploratory activities carried out, the results
achieved with enforced activities and some considerations about teaching and
algebraic learning by games and manipulative materials. This research is linked
to Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID, funded by
Capes and was fulfilled in a public school in Vitória - ES, Brazil.
1 Introdução
1
Sabemos que houve uma alteração da nomenclatura “séries” para “anos”, mas neste trabalho será
utilizado o termo séries, pois esta é a forma adotada na escola-campo.
conceitos e procedimentos acabam sendo decorados através de listas de exercícios
exaustivos.
O Projeto Algebrincando surgiu, então, como uma pesquisa-ação que visou
elaborar atividades que colocassem o aluno em uma posição ativa no processo de
aprendizagem e desenvolver jogos de fácil preparação e baixo custo que pudessem
fixar conceitos e procedimentos algébricos.
2 Metodologia
Quando são propostas atividades com jogos para os alunos a reação mais
comum é de alegria e prazer pela atividade a ser desenvolvida: "– Oba! Que
legal!". O interesse pelo material no jogo, pelas regras ou pelo proposto
envolve o aluno, estimulando-o a ação. Esse interesse natural pelo jogo já é
concebido no senso comum [...]. É necessário fazer mais do que
simplesmente jogar um determinado jogo. O interesse está garantido pelo
prazer que esta atividade lúdica proporciona, entretanto, é necessário o
processo de intervenção pedagógica a fim de que o jogo possa a ser útil a
aprendizagem, principalmente para os adolescentes e adultos (GRANDO,
2008, p. 24).
A coleta de dados foi realizada durante as três etapas e fez uso de “técnicas
antropológicas” (THIOLLENT, 2004, p. 64), como a observação participante e o uso
de diários de campo. No fim de cada jogo, foi realizada uma entrevista
semiestruturada coletiva, onde os alunos puderam pontuar características positivas
e negativas e possíveis melhorias no jogo. Durante a terceira etapa, foi aplicado um
questionário individual, onde cada aluno deveria marcar um emoticon2 referente ao
jogo e justificar sua escolha.
Figura 1 - Opções de emoticons para avaliação de cada jogo (Fonte: Acervo próprio).
3 Atividades desenvolvidas
2
Este instrumento de avaliação foi sugerido em uma das reuniões do Grupo de Estudos em
Educação Matemática, Geem-Ifes, que acontecem quinzenalmente sob coordenação das professoras
Sandra Aparecida Fraga da Silva (Ifes/Vitória) e Dilza Coco (Ifes/Vitória), no Ifes Campus Vitória.
3
CRITON, M. Les jeux mathématiques. Paris: PUF, 1997.
Quadro 1 - Modelo de fichas do jogo "Eu tenho... Quem tem...?" (SANTANA e SÁ, 2011, p. 2)
Eu tenho 2x.
Eu tenho 30x + 15.
Quem tem o meu número mais duas
Quem tem a quinta parte do meu número?
unidade?
Eu tenho 2x + 2.
Eu tenho 6x + 3.
Se x = 0, quem tem o valor da minha
Se x = -1, que tem o valor da expressão?
expressão?
Eu tenho 2.
Eu tenho o “- 3”.
Quem tem o meu número vezes X e depois
Quem tem meu número somado a x?
somado com 1 unidade?
Eu tenho 2x + 1. Eu tenho x – 3.
Quem tem o dobro do meu número? Quem tem o dobro do meu número?
Eu tenho 4x + 2.
Eu tenho 2x – 6.
Quem tem o meu número somado a duas
Quem tem o triplo do meu número?
unidades?
Eu tenho 6x – 18.
Eu tenho 4x + 4.
Se x = 3, quem tem o valor da minha
Quem tem o triplo do meu número?
expressão?
Eu tenho 30.
Quem tem o meu número vezes X?
Figura 3 – Resolução da aluna Wanda – nome fictício (SANTANA e SÁ, 2011, p. 2).
Através das folhas de registros, verificou-se que apenas uma das duplas não
soube realizar os procedimentos corretamente. Com essas observações, as
estratégias de cálculos usadas foram retomadas para que os alunos
compreendessem, identificassem e corrijissem seus própios erros.
Figura 6 - Folha de registro dos alunos Pedro (esquerda) e Gustavo (direita) – nomes
fictícios (Fonte: Acervo próprio).
3.3 Algeplan
O Algeplan (FANTI, et al., 2006) é um material concreto que trabalha
multiplicação e fatoração de polinômios. Baseados no conteúdo que estava sendo
desenvolvido pelo professor, foi proposta a utilização desse material para reforçar a
interpretação geométrica da multiplicação de polinômios.
Para a confecção do Algeplan, estabeleceu-se, inicialmente, 3, 6 e 8
centímetros, para os lados um, x e y em unidade de comprimento, respectivamente.
Notou-se, como afirma Piaget (apud Kamii, 1988), que os alunos poderiam ter
dificuldade em distinguir as medidas quando essas ultrapassam cinco unidades de
comprimento, ou seja, o retângulo de área xy poderia ser confundido com um
quadrado. Dessa forma, para que a análise visual ficasse facilitada, adotaram-se as
medidas para 3, 5 e 8 centímetros. A ideia do canudo é uma novidade em relação ao
modelo original. Inicialmente, percebeu-se que era muito confuso para o aluno
identificar uma área sem que visualizasse os lados antes.
Cada kit do Algeplan contém canudos de tamanhos 1, x e y (em unidade de
comprimento, sendo x diferente de y), quadrados de áreas 1, x² e y² e retângulos de
áreas x, y e xy (em unidades de área) feitos com papel cartão em quantidades
aleatórias. Cada quadrilátero foi confeccionado de uma cor e esta relação área-cor
foi apresentada aos alunos por meio de uma tabela entregue junto com o material no
início da aula e de duas folhas afixadas no quadro. Junto com o kit, cada aluno
recebeu uma lista de produtos entre polinômios a serem representados com o
Algeplan, que foram propostas em nível crescente de dificuldade. Após a
representação da multiplicação, cada aluno deveria interpretar a área formada como
sendo o produto de polinômios, e anotar o resultado encontrado. Além disso, foi
pedido para que os alunos mostrassem que o cálculo também poderia ser realizado
com a propriedade distributiva.
Figura 7 - Folhas com as relações das áreas afixadas no quadro (Fonte: Acervo próprio).
4 Algumas considerações
5 Referências