Este documento apresenta o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171 de 1994. O código contempla duas partes principais: a primeira estabelece princípios éticos e morais como dignidade, decoro e zelo; a segunda trata da criação de Comissões de Ética nos órgãos públicos para garantir o cumprimento do código. Algumas das principais regras deontológicas incluem a moralidade da administração pública, os dever
Este documento apresenta o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171 de 1994. O código contempla duas partes principais: a primeira estabelece princípios éticos e morais como dignidade, decoro e zelo; a segunda trata da criação de Comissões de Ética nos órgãos públicos para garantir o cumprimento do código. Algumas das principais regras deontológicas incluem a moralidade da administração pública, os dever
Este documento apresenta o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto no 1.171 de 1994. O código contempla duas partes principais: a primeira estabelece princípios éticos e morais como dignidade, decoro e zelo; a segunda trata da criação de Comissões de Ética nos órgãos públicos para garantir o cumprimento do código. Algumas das principais regras deontológicas incluem a moralidade da administração pública, os dever
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.
ANEXO Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal Código de Ética Profissional CAPÍTULO I do Serviço Público Civil do Seção I
Poder Executivo Federal Das Regras Deontológicas
Ética no Serviço Público
I. A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e
(Decreto nº 1.171/1994) a consciência dos princípios morais são Em suma, o conteúdo do presente capítulo se primados maiores que devem nortear o refere ao Código de Ética Profissional do Servidor servidor público, seja no exercício do cargo Público do Poder Executivo Federal, aprovado pelo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, o qual con- estatal. Seus atos, comportamentos e templa essencialmente duas partes. atitudes serão direcionados para a preser- A primeira, dita de ordem substancial (fundamen- vação da honra e da tradição dos serviços tal), fala sobre os princípios morais e éticos a serem públicos. observados pelo servidor, e constitui o Capítulo I, que II. O servidor público não poderá jamais des- abrange as regras deontológicas (Seção I), os principais prezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre deveres do servidor público (Seção II), bem como as o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o con- vedações (Seção III). veniente e o inconveniente, o oportuno e Já a segunda parte, de ordem formal, dispõe sobre o inoportuno, mas principalmente entre o a criação e funcionamento de Comissões de Ética, e honesto e o desonesto, consoante as regras constitui o Capítulo II, que trata das Comissões de Ética contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Consti- em todos os órgãos do Poder Executivo Federal (Expo- tuição Federal. sição de Motivos nº 001/94-CE). III. A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o Os conteúdos mais relevantes que serão aborda- mal, devendo ser acrescida da ideia de dos ao longo deste capítulo trata das Regras Deonto- que o fim é sempre o bem comum. O equi- lógicas e dos Principais Deveres do Servidor Público ou líbrio entre a legalidade e a finalidade, na deveres fundamentais do servidor. conduta do servidor público, é que poderá Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil consolidar a moralidade do ato adminis- do Poder Executivo Federal trativo. (Decreto nº 1.171/1994) IV. A remuneração do servidor público é DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 custeada pelos tributos pagos direta ou in- Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do diretamente por todos, até por ele próprio, Poder Executivo Federal. e por isso se exige, como contrapartida, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribui- que a moralidade administrativa se integre ções que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda no Direito, como elemento indissociável de tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, sua aplicação e de sua finalidade, erigindo- bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 -se, como consequência, em fator de legali- de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° dade. 8.429, de 2 de junho de 1992, V. O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser DECRETA: entendido como acréscimo ao seu próprio Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional bem-estar, já que, como cidadão, integran- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, te da sociedade, o êxito desse trabalho que com este baixa. pode ser considerado como seu maior pa- trimônio. Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão, em VI. A função pública deve ser tida como exer- sessenta dias, as providências necessárias à plena cício profissional e, portanto, se integra na vigência do Código de Ética, inclusive mediante a vida particular de cada servidor público. Constituição da respectiva Comissão de Ética, inte- Assim, os fatos e atos verificados na grada por três servidores ou empregados titulares de conduta do dia-a-dia em sua vida privada cargo efetivo ou emprego permanente. poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional. Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração VII. Salvo os casos de segurança nacional, in- Federal da Presidência da República, com a indicação vestigações policiais ou interesse superior dos respectivos membros titulares e suplentes. do Estado e da Administração Pública, a serem preservados em processo previa- Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua pu- mente declarado sigiloso, nos termos da blicação. lei, a publicidade de qualquer ato admi- Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° da nistrativo constitui requisito de eficácia e República. moralidade, ensejando sua omissão com- ITAMAR FRANCO 90 prometimento ético contra o bem comum, Romildo Canhim imputável a quem a negar. VIII. Toda pessoa tem direito à verdade. O d) jamais retardar qualquer prestação de servidor não pode omiti-la ou falseá- contas, condição essencial da gestão dos -la, ainda que contrária aos interesses da bens, direitos e serviços da coletividade a própria pessoa interessada ou da Admi- seu cargo; nistração Pública. Nenhum Estado pode e) tratar cuidadosamente os usuários dos crescer ou estabilizar-se sobre o poder serviços aperfeiçoando o processo de co- corruptivo do hábito do erro, da opressão municação e contato com o público;
Ética no Serviço Público
ou da mentira, que sempre aniquilam até f) ter consciência de que seu trabalho é mesmo a dignidade humana quanto mais a regido por princípios éticos que se materia- de uma Nação. lizam na adequada prestação dos serviços IX. A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o públicos; tempo dedicados ao serviço público carac- g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade terizam o esforço pela disciplina. Tratar mal e atenção, respeitando a capacidade e as uma pessoa que paga seus tributos direta limitações individuais de todos os usuários ou indiretamente significa causar-lhe dano do serviço público, sem qualquer espécie moral. Da mesma forma, causar dano a de preconceito ou distinção de raça, sexo, qualquer bem pertencente ao patrimônio nacionalidade, cor, idade, religião, cunho público, deteriorando-o, por descuido ou político e posição social, abstendo-se, má vontade, não constitui apenas uma dessa forma, de causar-lhes dano moral; ofensa ao equipamento e às instalações ou h) ter respeito à hierarquia, porém sem ao Estado, mas a todos os homens de boa nenhum temor de representar contra vontade que dedicaram sua inteligência, qualquer comprometimento indevido da seu tempo, suas esperanças e seus esforços estrutura em que se funda o Poder Estatal; para construí-los. i) resistir a todas as pressões de superiores X. Deixar o servidor público qualquer pessoa hierárquicos, de contratantes, interessa- à espera de solução que compete ao setor dos e outros que visem obter quaisquer em que exerça suas funções, permitindo favores, benesses ou vantagens indevidas a formação de longas filas, ou qualquer em decorrência de ações imorais, ilegais ou outra espécie de atraso na prestação do aéticas e denunciá-las; serviço, não caracteriza apenas atitude j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas contra a ética ou ato de desumanidade, exigências específicas da defesa da vida e mas principalmente grave dano moral aos da segurança coletiva; usuários dos serviços públicos. k) ser assíduo e frequente ao serviço, na XI. O servidor deve prestar toda a sua atenção certeza de que sua ausência provoca danos às ordens legais de seus superiores, ao trabalho ordenado, refletindo negativa- velando atentamente por seu cumprimen- mente em todo o sistema; to, e, assim, evitando a conduta negligente. l) comunicar imediatamente a seus superio- Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo res todo e qualquer ato ou fato contrário de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de ao interesse público, exigindo as providên- corrigir e caracterizam até mesmo impru- cias cabíveis; dência no desempenho da função pública. m) manter limpo e em perfeita ordem o local XII. Toda ausência injustificada do servidor de de trabalho, seguindo os métodos mais seu local de trabalho é fator de desmora- adequados à sua organização e distribui- lização do serviço público, o que quase ção; sempre conduz à desordem nas relações n) participar dos movimentos e estudos que humanas. se relacionem com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali- XIII. O servidor que trabalha em harmonia com zação do bem comum; a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora o) apresentar-se ao trabalho com vestimen- tas adequadas ao exercício da função; e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a grande oportuni- p) manter-se atualizado com as instruções, as dade para o crescimento e o engrandeci- normas de serviço e a legislação pertinen- mento da Nação. tes ao órgão onde exerce suas funções; Seção II q) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as Dos Principais Deveres do Servidor Público tarefas de seu cargo ou função, tanto XIV. São deveres fundamentais do servidor quanto possível, com critério, segurança público: e rapidez, mantendo tudo sempre em boa a) desempenhar, a tempo, as atribuições do ordem. cargo, função ou emprego público de que r) facilitar a fiscalização de todos atos ou seja titular; serviços por quem de direito; b) exercer suas atribuições com rapidez, per- s) exercer com estrita moderação as prerro- feição e rendimento, pondo fim ou procu- gativas funcionais que lhe sejam atribuí- rando prioritariamente resolver situações das, abstendo-se de fazê-lo contrariamen- procrastinatórias, principalmente diante te aos legítimos interesses dos usuários do de filas ou de qualquer outra espécie de serviço público e dos jurisdicionados admi- atraso na prestação dos serviços pelo setor nistrativos; em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; t) abster-se, de forma absoluta, de exercer c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando sua função, poder ou autoridade com fi- toda a integridade do seu caráter, esco- nalidade estranha ao interesse público, lhendo sempre, quando estiver diante de mesmo que observando as formalidades duas opções, a melhor e a mais vantajosa legais e não cometendo qualquer violação 91 para o bem comum; expressa à lei;