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Terceirização no serviço
público
Terceirização no serviço público
Renata Cristina Belo (https://renatacbelo.jus.com.br/publicacoes)

Publicado em 04/2018. Elaborado em 04/2018.

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Empregador (https://jus.com.br/artigos/empregador)
Terceirização (https://jus.com.br/artigos/terceirizacao)

O presente artigo vem enfatizar a terceirização no serviço público, o que é


obviamente entendida como uma utilização pela administração pública.

Inicialmente é de suma importância compreender o conceito de Serviço


Público, para então entender de que maneira a terceirização influencia o
setor publico, seja positivamente ou negativamente. Nesse sentido, vale
destacar os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2009, p.99),
onde destaca que serviço público é "toda atividade que o Estado exerce,
direta ou indiretamente, para a satisfação das necessidades públicas
mediante procedimento típico do direito público".

Já o doutrinador Hely Lopes Meirelles (2010, p.297), entende que o Serviço


Público possui uma conceituação mais ampla, definindo, dessa forma: "todo
aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e
controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias
da coletividade ou simples conveniência do Estado".

Já com o entendimento acerca do serviço público, passamos a busca da


compreensão do conceito de terceirização, essencialmente, referente ao
setor público, mesmo usando a mesma definição do setor privado, existem
diferenças fundamentais, com ênfase na legislação da Administração
Pública, visto que existe um conjunto de princípios que a regulamentam,
com atenção ao princípio da indisponibilidade do interesse público em face
da autonomia da vontade, este presente na iniciativa privada.

Sendo assim, nas atividades em que o Estado requer a ação de terceiros


na execução de serviços, deve atentar para os princípios basilares que
regulam a Administração Pública.

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Essencialmente, a terceirização no serviço público, tem sua
 regulamentação por meio do Decreto-lei n.º 200 de 1967, que prever a 
desobrigação da Administração Pública, quando esta recorrer a terceiros,
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Privacidade (https://ajuda.jus.com.br/pt-br/article/privacidade-1y23d3h/)
A Lei n.º 5.645/70 elenca quais as atividades-meio, que podem ser objeto
de execução indireta pela Administração Pública. O rol de atividades que
podem ser atendidas por particulares encontra-se também no Decreto
Federal n.º 2.271/1997, que prevê o seguinte:

Art. 1º No âmbito da Administração Pública


Federal direta, autárquica e fundacional poderão
ser objeto de execução indireta as atividades
materiais acessórias, instrumentais ou
complementares aos assuntos que constituem
área de competência legal do órgão ou entidade.

§ 1º As atividades de conservação, limpeza,


segurança, vigilância, transportes, informática,
copeiragem, recepção, reprografia,
telecomunicações e manutenção de prédios,
equipamentos e instalações serão, de
preferência, objeto de execução indireta.

§ 2º Não poderão ser objeto de execução indireta


as atividades inerentes às categorias funcionais
abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou
entidade, salvo expressa disposição legal em
contrário ou quando se tratar de cargo extinto,
total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral
de pessoal.

Art . 3º O objeto da contratação será definido de


forma expressa no edital de licitação e no
contrato exclusivamente como prestação de
serviços.

A Lei n.º 8.666/93 e a Lei n.º 8.987/95 trazem previsões em que a


Administração Pública, possui a alternativa de terceirização, na forma de
contrato de prestação de serviços, ou seja, contrato de concessão ou
permissão. No que concerne a previsão constitucional, acerca do tema, o
serviço público toma contorno, mais precisamente em seus artigos 37 e
175:

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Art. 37. A administração pública direta e indireta


de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
ao seguinte: (...) XXI - ressalvados os casos
especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados
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mediante processo de licitação pública que
 assegure igualdade de condições a todos os 
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
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condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis
à garantia do cumprimento das obrigações.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da


lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos.

Assim, a Constituição não tratou diretamente da terceirização no serviço


público, mas sim da possibilidade de contratação de atividades-meio sob a
forma de prestação de serviços, conforme o artigo 37, XXI e Lei n.º
8.666/93, possibilidade anteriormente prevista no Decreto-lei 200/67 e no
2.300/86, positivando prioritariamente a execução indireta de tarefas
executivas e acessórias da Administração Pública.

Ainda, dentro do contexto normativo, a Lei de Responsabilidade Fiscal


prever os gastos com a terceirização de serviços, devendo, estes serem
contabilizados como despesas de pessoal, conforme o que determina o
artigo 18, § 1º. Contudo, tal gasto, não inclui os valores pagos na regular
contratação de empreitadas e prestação de serviços, sendo que o objeto do
ajuste é o resultado.

Ainda, no contexto normativo acerca da terceirização no Serviço Público,


têm-se a PL 4302, sancionada pelo Presidente Michel Temer em 30 de
março de 201.

A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho -


ANAMATRA, também se posicionou contrária as mudanças propostas pelo
Projeto de Lei (PL) 4.302, e emitiu nota de repúdio. De acordo com a
ANAMATRA, o projeto agrava o desemprego e rebaixa os salários e
condições de trabalho:

A proposta, induvidosamente, acarretará para


milhões de trabalhadores no Brasil o
rebaixamento de salários e de suas condições de
trabalho, instituindo como regra a precarização
nas relações laborais, afirmam os magistrados[1].

Para o setor público o presidente da ANAMATRA, Germano Siqueira,


acredita que:

Esse projeto diminuirá muito a quantidade de


concursos públicos. Agora, nada impede que o
prefeito, governador, ou mesmo no âmbito da
União, destine suas atividades a empresas
prestadoras de serviço terceirizado, como na
Caixa Econômica, no Banco do Brasil, e na
Petrobras. Isso por si só já é um absurdo, mas há
outro maior: pode servir de instrumento para o
nepotismo e o clientelismo.

O governador, o prefeito, o deputado, o vereador,


podem, quando há uma contratação intermediária
desse tipo, colocar como terceirizados afilhados
políticos e parentes[2].

Dessa forma, a nova Lei Federal 13.429, trás mudanças consideráveis


sobre o tema proposto. A Lei autorizou a terceirização em todas as
atividades e regulamenta o trabalho temporário. Alvo de debate intenso,
recebendo duras críticas pelas centrais sindicais e especialistas em Direito
do Trabalho.
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