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ORGANIZAÇÃO DA ADM PUBLICA E SERVIÇO PÚBLICO

PROFA DANIELLE FONSECA - @danifonsecaadv


UNAMA CASTANHAL
DIREITO 6N – 2022.2

TEMA GERAL:

PRINCÍPIOS EXPRESSOS E IMPLÍCITOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

PRINCÍPIOS:

 JSCF: Princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram


 todo o modo de agir da Administração Pública. Representam cânones pré
normativos, norteando a conduta do Estado quando no exercício de atividades
administrativas.
o ROBERT ALEXY e RONALD DWORKIN

1. PRINCÍPIOS EXPRESSOS
ART. 37, CF/88 – LIMPE
a. Princípio da Legalidade
i. Norma geral da atividade administrativa;
ii. MELLO: implica subordinação completa do administrador à lei.
Todos os agentes públicos, desde o que lhe ocupe a cúspide até o
mais modesto deles, devem ser instrumentos de fiel e dócil
realização das finalidades normativas
iii. MEIRELLES: enquanto os indivíduos no campo privado podem
fazer tudo o que a lei não veda, o administrador público só pode
atuar onde a lei autoriza.
b. Princípio da Impessoalidade:
i. Impessoal: não ligado a uma pessoa
ii. JSCF: O princípio objetiva a igualdade de tratamento que a
Administração deve dispensar aos administrados que se encontrem
em idêntica situação jurídica
PRINCÍPIO DA ISONOMIA - STF, ADPF
186, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, em
26.4.2012
c. Princípio da Moralidade:

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i. Consideração da honestidade, ética na atuação administrativa;


ii. Deve ser aplicado em todas as relações: Administração e
administrados; Administração e Agentes;
iii. Ligado ao Princípio da Legalidade;
iv. Se expressa de diversas formas: como a Corrupção;
v. Ação Popular: Art. 5º, LXXIII, CF/88 – moralidade administrativa
- Lei nº 4.717, de 29.6.1965, qualquer cidadão pode deduzir a
pretensão de anular atos do Poder Público contaminados de
imoralidade administrativa
vi. Ação Civil Pública - Lei nº 7.347/85
vii. Nepotismo.

d. Princípio da Publicidade:
i. JSCF: Os atos da Administração devem merecer a mais ampla
divulgação possível entre os administrados -CONTROLE –
TRANSPARÊNCIA – LEGALIDADE - INFORMAÇÃO
ii. Instrumentos: o direito de petição (art. 5º, XXXIV, “a”, CF); as
certidões, que, expedidas por tais órgãos, registram a verdade de
fatos administrativos, cuja publicidade permite aos administrados
a defesa de seus direitos ou o esclarecimento de certas situações
(art. 5º, XXXIV, “b”, CF); e a ação administrativa ex officio de
divulgação de informações de interesse público.
i. Descumprimento – MS (art. 5º, LXIX, CF)
e o HD (art. 5º, LXXII, CF).
iii. Ausência de publi: fator de eficácia: é válido, mas não produz
efeito.
iv. Direito de Acesso a informação: (art. 37, § 3º, II, CF), por meio do
qual se deve viabilizar o acesso dos usuários a registros
administrativos e a informações sobre atos de governo, desde que
respeitados o direito à intimidade e à vida privada (art. 5º, X, CF)
e as situações legais de sigilo (art. 5º, XXXIII, CF).

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i. Dimensões: de informar, se informar e ser


informado - Lei nº 12.527, de 18.11.2011
(Lei de Acesso à Informação)
ii. São contempladas, no entanto, restrições de
acesso à informação, cabíveis quando a
divulgação puser em risco a segurança da
sociedade ou do Estado (art. 23 da LAI).
iii. Independe de pagamento de taxas (art. 5º,
XXXIV, “a” e “b”)
iv. Publi de Remuneração de servidor: é
ampla?
v. Há exceção? O próprio art. 5º, XXXIII, da
CF, resguarda o sigilo de informações
quando se revela indispensável à segurança
da sociedade e do Estado.
e. Princípio da Eficiência:
i. Ligado a qualidade de prestação do serviço do Estado;
ii. MARINELA: O núcleo do princípio é a procura de produtividade
e economicidade e, o que é mais importante, a exigência de reduzir
os desperdícios de dinheiro público, o que impõe a execução dos
serviços públicos com presteza, perfeição e rendimento funcional.
iii. Alcança não apenas os serviços públicos prestados diretamente à
coletividade, mas também aos serviços administrativos internos
das pessoas federativas e das pessoas a elas vinculadas.
iv. EFICIÊNCIA X EFICÁCIA X EFETIVIDADE.
i. JSCF: eficiência transmite sentido
relacionado ao modo pelo qual se processa
o desempenho da atividade administrativa -
a conduta dos agentes;
ii. Eficácia tem relação com os meios e
instrumentos empregados pelos agentes no

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exercício de seus misteres na administração


- sentido aqui é tipicamente instrumental.
iii. A efetividade é voltada para os resultados
obtidos com as ações administrativas:
resultado positivo.
iv. Lei nº 13.726, de 8.10.2018 – Lei da
Desburocratização. art. 3º, I a VI

2. PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Doutrina e demais legislação
a. Princípio da supremacia do interesse coletivo – AULA 01
b. Indisponibilidade do interesse público – AULA 01
c. Princípio da autotutela
i. Possibilidade da Adm pub rever seus próprios atos e regularizá-los
ii. MAZZA: O princípio da autotutela consagra o controle interno que
a Administração Pública exerce sobre seus próprios atos
iii. Não precisa recorrer ao Poder Judiciário – PODER/DEVER
iv. ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO.
v. Art. 53 da Lei n. 9.784/99: “A Administração deve anular seus
próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos”.

STF

Súmula 346: “A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”.

Súmula 473: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial”.

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d. Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos


i. veda a interrupção na prestação dos serviços públicos – está
expresso na Lei nº. 8987/95, Art. 6º, §1º.
ii. MAZZA: prestação de serviços públicos ser um dever
constitucionalmente estabelecido (art. 175 da CF), localizando-se,
portanto, acima da vontade da Administração Pública, que não tem
escolha entre realizar ou não a prestação.
i. No 6º, § 3º, da Lei n. 8.987/95, -
entendimento doutrinário majoritário e da
jurisprudência do STJ - autoriza o corte no
fornecimento do serviço, após prévio
aviso, nos casos de: a) razões de ordem
técnica ou de segurança das instalações; e b)
inadimplemento do usuário.
ii. DEMAIS DESDOBRAMENTOS DO
PRINCÍPIO: a) o direito de greve dos
servidores públicos será exercido nos
termos e nos limites definidos em lei
específica (art. 37, VII, da CF); b) restrição
à aplicabilidade da exceptio non adimpleti
contractus – interrupção da execução do
contrato após permanecer noventa dias sem
receber a remuneração (art. 78, XV, da Lei
n. 8.666/93); c) possibilidade de
intervenção na concessionária para garantia
de continuidade na prestação do serviço
(art. 32 da Lei n. 8.987/95); d) ocupação
provisória de bens, pessoal e serviços para
garantia de serviços essenciais (art. 58, V,
da Lei n. 8.666/93); e) reversão de bens do

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concessionário indispensáveis à
continuidade do serviço (art. 36 da Lei n.
8.987/95); f) encampação do contrato de
concessão mediante a retomada do serviço
pela concedente (art. 37 da Lei n. 8.987/95);
g) suplência, delegação e substituição de
servidores públicos (Lei n. 8.112/90).
e. Princípio da Motivação Obrigatória
i. A Administração Pública deve MOTIVAR – demonstrar os
fundamentos de fato e de direito que determinaram a prática do ato
– art. 9784/99 – art. 2º, parágrafo único, VII.
ii. Validade = justificativa = motivação
iii. Trata-se de instrumento de controle sobre a LEGALIDADE E
LEGITIMIDADE das decisões
iv. Art. 93, X, da CF/88, art. 50 da Lei 9784/99
v. O que se deve motivar? Atos Vinculados ou Discricionários?
TUDO!
vi. MAZZA: Pode ser dispensada? Quando se dispensa a motivação
escrita
i. Motivação evidente: como nos atos de
gesticulação executados pelo agente na
disciplina do trânsito;
ii. motivação inviável: sinais de trânsito
emitidos por semáforos; placas;
iii. c) nomeação e exoneração de cargos
comissionados: cargos “de confiança”, são
de livre provimento, dispensando
motivação. E se for apresentado motivo
falso ou inexistente ???, a exoneração de
comissionado será nula (teoria dos motivos
determinantes).

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iv. TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: A teoria dos


motivos determinantes afirma que o motivo apresentado como
fundamento fático da conduta vincula a validade do ato
administrativo.
f. Princípio da Proporcionalidade
g. Princípio da Razoablidade
h. Princípio da Finalidade
i. Princípio da Segurança Jurídica

ATENÇÃO: ATIVIDADE:
TRAZER JURISPRUDENCIA NA PRÓXIMA AULA SOBRE OS
PRINCÍPIOS ELENCADOS NAS LETRAS F, G, H e I.

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