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ORGANIZAÇÃO DA ADM PUBLICA E SERVIÇO PÚBLICO

PROFA DANIELLE FONSECA - @danifonsecaadv


UNAMA CASTANHAL
DIREITO 6N – 2022.2

ATOS ADMINISTRATIVOS:

 MAZZA: ato administrativo como toda manifestação expedida no


exercício da função administrativa, com caráter infralegal, consistente na
emissão de comandos complementares à lei, com a finalidade de produzir
efeitos jurídicos.
 O ato administrativo configura-se na manifestação da autoridade, o seja,
na atuação do servidor ou agente público dotado de poder de decisão;
 o um ato jurídico, unilateral e com caráter decisório, praticado no exercício
de uma atividade administrativa pública, destinada a produzir efeitos
jurídicos numa situação individual e concreta, com observância do regime
jurídico administrativo

PARA MAZZA, há alguns caminhos para definir o Ato Administrativo:

01. toda manifestação expedida no exercício da função administrativa: nem


sempre é uma “vontade’ – (máquinas); qualquer pessoa encarregada de executar
tarefas da Administração
02. com caráter infralegal: é subordinado a lei
03. consistente na emissão de comandos complementares à lei: deve tratar de
matérias já existentes em lei; não pode inovar;
04. com finalidade de produzir efeitos jurídicos: é praticado para adquirir,
resguardar, modificar, extinguir e declarar direitos.

NOTA: nem todo ato jurídico praticado pela Administração é ato administrativo; nem
todo ato administrativo é praticado pela Administração.

PORQUE>>> Há os chamados que atos da Administração são atos jurídicos


praticados pela Administração Pública que não se enquadram no conceito de atos
administrativos, como os atos legislativos expedidos no exercício de função atípica,
os atos políticos definidos na Constituição Federal, os atos regidos pelo direito
privado e os atos meramente materiais.

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São ATOS DA ADMINISTRAÇÃO:

a) atos políticos ou de governo: são praticados pela Administração Pública com


ampla margem de discricionariedade e têm competência extraída diretamente da
Constituição Federal. Exemplos: declaração de guerra, decreto de intervenção
federal, veto a projeto de lei e indulto
b) atos meramente materiais: consistem na prestação concreta de serviços,
faltando-lhes o caráter prescritivo próprio dos atos administrativos. Exemplos:
poda de árvore, varrição de rua e cirurgia em hospital público;
c) atos legislativos e jurisdicionais: são praticados excepcionalmente pela
Administração Pública no exercício de função atípica. Exemplo: medida
provisória;
d) atos regidos pelo direito privado ou atos de gestão: constituem casos raros em
que a Administração Pública ingressa em relação jurídica submetida ao direito
privado ocupando posição de igualdade perante o particular, isto é, destituído do
poder de império. Exemplo: locação imobiliária e contrato de compra e venda;
e) contratos administrativos: são vinculações jurídicas bilaterais, distinguindo-se
dos atos administrativos que são normalmente prescrições unilaterais da
Administração. Exemplos de contratos administrativos: concessão de serviço
público e parceria público-privada.

 SILÊNCIO ADMINISTRATIVO:

 LOPES DE MEIRELES: “a omissão da Administração pode


representar aprovação ou rejeição da pretensão do administrado,
tudo dependendo do que dispuser a norma competente”

 NÃO É ATO ADMINISTRATIVO.

 Há situações em que a vontade da Administração Pública se expressa sem


a necessidade da emissão de ato administrativo

 Se a lei estabelecer que o decurso de prazo sem manifestação da


Administração implica aprovação da pretensão, o silêncio administrativo
adquire o significado de aceitação tácita. Nessa hipótese, é desnecessária
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apresentação de motivação. Se for para rejeitar, deve-se exigir a


motivação, mesmo que seja no Poder Judiciário.

 Se tiver prazo para a Amd Pública se manifestar e não fizer: cabe MS, HD,
cautelar... é um Abuso de Poder; senão houver prazo: duração razoável do
processo (Celso Bandeira de Melo – 30 dias)

 EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICIÊNCIA:

 Pontes de Miranda: O plano da existência ou da perfeição consiste no


cumprimento do ciclo de formação do ato; O plano da validade envolve a
conformidade com os requisitos estabelecidos pelo ordenamento jurídico para a
correta prática do ato administrativo; plano da eficácia está relacionado com a
aptidão do ato para produzir efeitos jurídicos

 Para tratar de existência, validade e eficiência, é necessário analisar seus atributos


e elementos:

 ATRIBUTOS - A doutrina mais moderna faz referência a cinco atributos:


a) presunção de legitimidade; b) imperatividade; c) exigibilidade; d)
autoexecutoriedade; e) tipicidade

 a) Presunção de Legitimidade (legalidade ou veracidade): até que se prove


o contrário, o ato é válido para o ordenamento jurídico; presunção relativa.
Há a Fé Pública. Há em todos os atos.

 B) Imperatividade ou coercibilidade: criar unilateralmente obrigações aos


particulares, independentemente da anuência destes; não está presentes em
todos os atos.

 C) Autoexecutoriedade: a Administração Pública pode praticar os atos


administrativos sem precisar recorrer previamente ao Poder Judiciário.
Com a auto-executoriedade o Estado pode se valer de meios indiretos de
coerção. Somente terá esse atributo se estiver prescrito em lei (vigilância
sanitária) e se praticados em situações emergenciais (preservar o interesse
público).

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 D) Tipicidade: A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar-se a


finalidade específica definida na lei para cada espécie de ato
administrativo. Dependendo da finalidade que a Administração pretende
alcançar, existe um ato definido em lei; é válido para todos os atos adm.

 ELEMENTOS/REQUSITOS: a) Sujeito competente ou Competência; b)


Forma; c) Finalidade; d) Motivo; e e) Objeto ou conteúdo

 A) Competência: é o círculo definido por lei dentro do qual podem os


agentes exercer legitimamente sua atividade; Pode ser por matéria,
hierárquica, razão do lugar; Se extrapolar: Abuso de poder – excesso de
poder/desvio de finalidade. Esse vício pode ser convalidado se não for
competência exclusiva. Cabe delegação e Avocação conforme critérios.

 B) Forma: A forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade. A vontade,


tomada de modo isolado, reside na mente como elemento de caráter
meramente psíquico, interno. para ser considerada válida, a forma do ato
deve compatibilizar-se com o que expressamente dispõe a lei ou ato
equivalente com força jurídica

 C) Finalidade: O ato administrativo deve ser dirigido à realização do


interesse público, e os vícios quanto a esse elemento essencial podem ser
efetivados pelo comportamento da autoridade em dois sentidos: quando
atuar com desvio de poder ou desvio de finalidade.

 D) Motivo: a situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente


quando pratica o ato administrativo. Motivo de direito é a situação de fato
eleita pela norma legal como ensejadora da vontade administrativa.
Motivo de fato é a própria situação de fato ocorrida no mundo empírico,
sem descrição na norma legal. importância é fundamental, pois a
inexistência ou a impropriedade do motivo não permite sua convalidação,
levando necessariamente à invalidação do ato. poderá ser vinculado ou
discricionário. Será vinculado naquelas situações em que a norma não
permite à autoridade nenhuma avaliação subjetiva de seu conteúdo. Será

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discricionário quando a norma permitir à autoridade uma avaliação, uma


escolha quanto à conveniência e oportunidade. *TEORIA DOS
MOTIVOS DETERMINANTES* - serve para vinculados e
discricionários.

 E) Objeto: conteúdo, é a alteração no mundo jurídico que o ato


administrativo se propõe a processar. Significa o objetivo imediato da
vontade exteriorizada pelo ato, a proposta, enfim, do agente que
manifestou a vontade com vistas a determinado alvo. Pode resguardar, na
transferir, modificar, extinguir ou declarar direito. Por exemplo: uma
licença para construção tem por objeto permitir que o interessado possa
edificar de forma legítima; o objeto de uma multa é punir o transgressor
de norma administrativa; na nomeação, o objeto é admitir o indivíduo no
serviço público etc. Deve ser lícito, possível.

 MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO:


 MAZZA: é a margem de liberdade que os atos discricionários recebem da
lei para permitir aos agentes públicos escolher, diante da situação concreta,
qual a melhor maneira de atender ao interesse público
 Está limitado pela lei
 É o juízo de conveniência (momento/motivo adequado) e oportunidade
(método, conteúdo, intensidade) e tem proteção CONTRA O
CONTROLE DO PODER JUDICÁRIO.
 MéritO está presente no Motivo e no Objeto
 VÍCIOS E ATOS ADMINISTRATIVO:

 Um defeito surge sempre que o ato administrativo for praticado em


desconformidade com as exigências legais. 4 Teorias:
 01. Teoria Unitária: defendida por Hely Lopes Meirelles, essa teoria
sustenta que qualquer ilegalidade no ato administrativo é causa de
nulidade. Ou a lei é cumprida ou não é. Todo ato viciado é nulo. Crítica:
não atende a realidade atual. Não se sustenta atualmente (Lei nº. 9784/99,
art. 55)

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 02. Teoria Binária: Atos Nulos e Anuláveis – Seria Nulo de fosse cometido
por incompetente, usuarpador de função, com objeto ilícito/impossível por
ofensa a lei ou descumprir formalidade; seria anulável se erro, dolo,
coação moral ou simulação. Crítica: Excessivo apego aos detalhes
civilistas. Não é adotada.
 03. Teoria Ternária: além dos dois anteriores, teria o ato irregular, que
seria aquele com defeitos superficiais e irrelevantes – como a troca de
nomenclatura. Crítica: mesma da binária. Não aceita atualmente.
 04.Teoria Quaternária: VIGENTE E ACEITA ATUALMENTE: Há
quatro tipos de atos com defeitos:
 Inexistentes; só tem aparência de manifestação de vontade da Adm
Pública: vem de agente que não é da Adm Pública/de objeto que é
juridicamente impossível. Exemplo: ato que ordene uma prátca de
crime/pessoa que se passa por agente público
 Nulos: os que possuem vícios graves - vem de lei: ato com motivo
inexistente, desvio de finalidade, objeto não prescrito em lei,
contra a lei.
 Anuláveis: defeitos que podem ser convalidados., desde que não
seja lesivo ao interesse público, nem prejuízo a terceiros. Exemplo:
vício de competência (salvo se ela for exclusiva) e o vício de forma
(salvo se tiver prescrito em lei como condição de validade)
 Irregulares: detentores de defeitos levíssimos e irrelevantes
normalmente quanto à forma, não prejudicando a validade do ato
administrativo.
 CLASSIFICAÇÃO:
 Atos Vinculados e Discricionários: ligados a margem de
liberdade que a lei proporciona;
 Ato vinculado: são aqueles praticados pela Administração
sem margem alguma de liberdade, pois a lei define de
antemão todos os aspectos da conduta. Exemplo: licença
para construir, aposentadoria compulsória. PODEM SER
ANULADOS por vício de legalidade

 Ato Discricionário: são praticados pela Administração


dispondo de margem de liberdade para que o agente
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público decida, diante do caso concreto, qual a melhor


maneira de atingir o interesse público. Exemplo:
autorização, nomeação em cargo público, momento de
concessão de férias de servidor; PODEM SER
REVOGADOS.

 Simples, Compostos e Complexos – quanto a formação do ato: do


que se precisa?

 Ato Simples: precisa da manifestação de um único órgão,


seja singular (simples singulares) ou colegiado (simples
colegiais ou coletivos). Exemplos: decisão do conselho de
contribuintes, declaração de comissão parlamentar de
inquérito, decisão da Comissão de PAD.

 Única manifestação, um órgão.

 Ato Composto: praticados por um único órgão, mas que


dependem da verificação, visto, aprovação, anuência,
homologação ou “de acordo” por parte de outro, como
condição de exequibilidade. Exemplo: parecer de assessor
jurídico que precisa do “de acordo” do Procurador

 dois atos, um principal e o outro acessório. uma


vontade é principal, a outra, acessória. A vontade
acessória é instrumental. há relação de
acessoriedade entre as vontades. Condição de
Exequebilidade.

 Ato complexo: são formados pela conjugação de vontades


de mais de um órgão ou agente. A manifestação do último
órgão ou agente é elemento de existência do ato complexo.
Somente após ela, o ato torna-se perfeito, ingressando no
mundo jurídico.

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 um só ato, um ato único, resultante da conjugação


de duas ou mais vontades, emanadas por órgãos
distintos (singulares ou colegiados), que se fundem,
se conjugam, se juntam, se reúnem. Não há relação
de acessoriedade entre as vontades. Exemplo:
investidura de funcionário, pois a nomeação é feita
pelo chefe do Executivo e complementada pela
posse dada pelo chefe da repartição; A lei é um ato
complexo pois além da votação nas Casas do
Congresso, é prevista a sanção presidencial.

 ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO e CONVALIDAÇÃO

 Anulação: Um ato é nulo quando afronta a lei, quando foi


produzido com alguma ilegalidade

 Pode ser declarada pela própria Administração Pública, no


exercício de sua autotutela, ou pelo Judiciário. Opera
efeitos retroativo, “ex tunc”, como se nunca tivesse
existido, exceto em relação a terceiros de boa-fé. Entre as
partes, não gera direitos ou obrigações, não constitui
situações jurídicas definitivas, nem admite convalidação.
Exemplo: Portaria de nomeação de quem tem ficha suja por
Maria da Penha;

 Revogação: forma de desfazer um ato válido, legítimo, mas que


não é mais conveniente, útil ou oportuno.

 Só pode ser declaração pela Própria Adm. eus efeitos são


proativos, “ex nunc”, sendo válidas todas as situações
atingidas antes da revogação. Se a revogação é total,
nomeia-se ab-rogação; se parcial, chama-se derrogação.
Exemplo: Portaria – horário Copa 2022

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 “Súmula 346: A Administração pública pode declarar a nulidade dos seus


próprios atos.”

 “Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando


eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revoga-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial.”

 Lei nº 9.784/99, “Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos,
quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.”

 Qual o prazo?

 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de


que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-
fé. § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. § 2º Considera-se
exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade
administrativa que importe impugnação à validade do ato.

 Convalidar: tornar válido, é efetuar correções no ato administrativo, de


forma que ele fique perfeito, atendendo a todas as exigências legais

 Sempre retroativa, “ex tunc”, lançando seus efeitos sempre à data


da realização inicial do ato. A finalidade, o motivo e o objeto
nunca podem ser convalidados, por sua própria essência.

 A forma pode sim ser convalidada, desde que não seja fundamental
à validade do ato. Se a lei estabelecia uma forma determinada, não
há como convalidar-se; Com relação à competência, é possível a
convalidação dos atos que não sejam exclusivos de uma
autoridade, quando não pode haver delegação ou avocação.

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ATENÇÃO: ACOMPANHAR MATERIAL DO


AVA:
 TEMA: CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS
 ONDE: UNIDADE 3 – ITEM 4.
 TEMA: PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO NO BRASIL E
SERVIDORES PÚBLICOS.
 ONDE: UNIDADE 4

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