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AI-5 E OS “ANOS DE

CHUMBO” (1968-1975)
Camila Baquin dos Nascimento e Andrei Rocha dos Santos
OBJETIVOS
• OS GOVERNOS COSTA E SILVA E MÉDICI;
• O ATO INSTITUCIONAL Nº 5;
• ANALISAR OS MECANISMOS DE
REPRESSÃO E DE RESISTÊNCIA DURANTE
OS ANOS DE CHUMBO.
CONTEXTUALIZANDO

● No final dos anos 1950 e início dos 1960, o Brasil


viveu sob constante crise política:
● 1954 a morte de Getúlio Vargas;
● 1956 a possibilidade de golpe na posse de Juscelino
Kubitschek;
● 1961 a renúncia de Jânio;
● 1962 a tentativa de imposição do Parlamentarismo
e a posse de João Goulart;
● É consenso entre os estudiosos que em 31 de março de 1964
ocorreu um golpe de Estado (civil-militar) e que os anos que
se seguiram caracterizaram-se como uma ditadura;
● Em 1964, os militares tomaram o poder e passaram a
governar a partir de um instrumento que legitimou seus atos
por torná-los legais;
● Os Atos Institucionais serviram para ampliar os poderes do
Executivo e como respaldo jurídico para a ditadura. Além da
questão legal, era preciso convencer a população da
aceitação do novo regime.
O GOVERNO COSTA E SILVA

• Artur Costa e Silva assumiu a


presidência no dia 15 de março de
1967, após vencer a eleição indireta
que foi disputada em 1966 e do qual
ele foi o único candidato. Sua vitória foi
resultado de uma campanha no interior
do próprio Exército para que o aparato
de repressão da Ditadura aumentasse;
• Marca o início das medidas
desenvolvimentistas que levaram ao
“milagre econômico”;
• Deu início os “anos de chumbo”,
período de maior repressão da
Ditadura Militar
O ATO INSTITUCIONAL Nº 5
• Foi decretado em 13 de dezembro de 1968;
• Foi o período de censura e repressão da
ditadura militar no Brasil e ficou conhecido
como o mais rigoroso dos Atos Institucionais;
• A partir de sua publicação, o país entra no
período conhecido por Anos de Chumbo.
O AI-5 PERMITIA:
• Fechar o Congresso Nacional;
• Fazer leis e ordenar a intervenção nos estados e
municípios;
• Cassar políticos eleitos pelo povo;
• Demitir, transferir e aposentar funcionários públicos;
• Decretar estado de sítio;
• Suspender o direito de habeas corpus aos acusados de
“crime contra a segurança nacional”;
• Censurar a liberdade de expressão.
• Art. 5º - A suspensão dos direitos políticos, com base neste Ato,
importa, simultaneamente, em:
• I - cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função;
• II - suspensão do direito de votar e de ser votado nas eleições
sindicais;
• III - proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de
natureza política;
• IV - aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de
segurança:
• a) liberdade vigiada;
• b) proibição de frequentar determinados lugares;
• c) domicílio determinado.
O GOVERNO MÉDICI
• Alguns meses depois do AI-5, Costa e
Silva sofreu um derrame e foi afastado
da presidência;
• O Congresso foi reaberto apenas para
indicar outro general para a
presidência: Emílio Garrastazu Médici;
• Em seu governo, a repressão se
aprofundou (invasão de universidades,
forte censura nos meios de
comunicação, perseguição a todos
considerados “subversivos”, uso da
tortura;
A Repressão Ilegal: O
Estado Fora da Lei
Além dos métodos legais
de repressão, o regime
militar no Brasil utilizou
métodos ilegais de
repressão, indo contra a
legislação e princípios
constitucionais que ele
mesmo criou.
A Tortura e a Prisão Ilegal
Sistema Baseado na História da Métodos
Contrainsurgência Tortura no de
Brasil Repressão
O regime militar A tortura já existia
adotou métodos há muito tempo no Entre os métodos
ilegais de Brasil como ilegais de
repressão herança da repressão
baseados nos escravidão, mas utilizados estavam
princípios da desde o golpe de o sequestro, a
contrainsurgência, 1964 foi utilizada tortura, a execução
desenvolvidos de forma extrajudicial e a
pelos militares sistemática pelo ocultação do
franceses. regime militar. cadáver.
Os Métodos de
Tortura na Ditadura
Militar

A Ditadura Militar no Brasil, marcada


pelo AI-5, utilizou diversos métodos de
tortura, incluindo tortura física,
psicológica e sexual. Vamos explorar
essas práticas e suas consequências.
Os Principais Métodos de Tortura
Tortura Física Tortura Psicológica Tortura Sexual
Agressões físicas, Práticas como
espancamentos e privação de sono, Violência sexual e
choques elétricos humilhação, práticas
foram amplamente ameaças e degradantes foram
utilizados pelos simulação de usadas como
torturadores para afogamento foram formas de
causar dor e usadas para desumanizar e
sofrimento aos quebrar a traumatizar as
prisioneiros resistência mental vítimas.
políticos. dos torturados.
• Traumas e Sequelas
Os sobreviventes da tortura sofreram
traumas físicos e psicológicos
duradouros, como ansiedade, depressão
e síndrome do estresse pós-traumático.

• Exemplos de Relatos e Testemunhos


Inúmeras histórias de
sobreviventes e testemunhos
revelam os horrores vividos nas
mãos dos torturadores durante o
período da ditadura.
Desaparecidos Políticos
1 Contexto 2 Resposta
No final dos anos do Regime
60 e início dos Em resposta, a
anos 70, a ditadura optou
esquerda armada pelo sequestro,
passou a morte e
sequestrar desaparecimen
embaixadores to clandestino
para conseguir a de presos
liberação de políticos.
presos políticos.

3 Ocultação de Cadáveres
A ocultação dos corpos envolvia
métodos complexos, como quebra da
arcada dentária e valas clandestinas,
para dificultar a identificação.
Sistema de Repressão Métodos Seletivos Coordenação Militar
O sistema de repressão A repressão Na década de 70, os
ilegal adotado pelo utilizava métodos métodos ilegais de
regime militar no Brasil seletivos de repressão foram
foi exportado para acordo com o integrados em um
outros regimes envolvimento do sistema coordenado
autoritários na América prisioneiro com a por militares.
Latina. luta armada ou
grupos
"subversivos".
Vala de Perus
A Vala de Perus é um local
histórico no Brasil,
conhecido pela sua história
conturbada e pela luta pela
justiça e memória das
vítimas. Se trata de uma vala
clandestina no bairro de
Perus em São Paulo.
• Descoberta em 4 de
Setembro de 1990, foram
encontrados 1.049
ossadas em uma vala
clandestina no cemitério
Dom Bosco, no bairro de
Perus em São Paulo.

• Esses corpos eram de


desaparecidos políticos
durante o regime militar
no Brasil, essas vítimas
foram classificadas como
desaparecidas e
catalogadas como
indigentes.
Luta pela Justiça e
Memória
• Familiares e ativistas se
mobilizaram para exigir a
identificação dos corpos e a
responsabilização dos
perpetradores dos crimes
cometidos durante o regime
militar.
• Questões burocráticas,
resistência de agentes do
Estado e a falta de recursos
foram alguns dos obstáculos
enfrentados pelos ativistas e
familiares das vítimas na
busca por justiça e
reconhecimento das
ossadas.
Resistência dos Operários
Durante a Ditadura Militar
e o AI-5
• Os operários foram
protagonistas de uma forte
resistência contra a repressão
do regime militar. Suas formas
de organização e luta foram
fundamentais para a
resistência popular.
Organização e Luta dos Trabalhadores

1 Sindicatos Autônomos
Os operários formaram
sindicatos autônomos para se
Greves e Manifestações 2 protegerem da repressão e
lutarem por seus direitos
Através de greves e trabalhistas.
manifestações, os operários
expressaram sua insatisfação União com Outros
com as condições de 3
Movimentos Sociais
trabalho e exigiram Os operários se uniram a outros
melhorias. grupos sociais, como
estudantes e camponeses,
fortalecendo o movimento
contra a ditadura.
Exemplos de Manifestações e Greves

Greve dos Manifestação Formação dos


Metalúrgicos dos Operários Sindicatos
de Osasco em Brasília Metalúrgicos
do ABC
• Em 1968, os • Em 1979, milhares
metalúrgicos de de operários • Os operários do
Osasco fizeram uma realizaram uma ABC paulista
greve histórica, grande formaram
reivindicando manifestação em sindicatos fortes,
melhores condições Brasília, exigindo liderados por
de trabalho e liberdade e figuras como Luiz
salários. democracia. Inácio Lula da
Silva.
Repressão e Perseguição
Operação Tortura e Prisões Intervenção
Bandeirantes Muitos operários
nos Sindicatos
(OBAN) O regime militar
foram presos e
A OBAN foi criada torturados, intervinha nos
para combater e sofrendo violações sindicatos, afastando
reprimir as de direitos líderes e controlando
atividades dos humanos suas atividades para
opositores do enquanto resistiam enfraquecer a
regime militar, à ditadura. resistência dos
incluindo os operários.
líderes sindicais.
Movimento Estudantil no periodo da
ditadura militar.
Atos
estudantis.
• mobilizações, protestos,
greves, ocupações,
articulações políticas e
culturais, entre outras
formas de resistência e
luta contra o regime
militar.
Repressão e Violência.
Torturas, mortes, desaparecimentos e outras formas de
repressão enfrentadas pelos estudantes e pelos membros do
movimento estudantil.
- Exemplos de estudantes e líderes do movimento:

Alexandre Vannucchi Honestino Guimarães


Leme
Impactos e legado.
● A repressão e a violência
sofridas pelos estudantes e pelo
movimento estudantil tiveram
um impacto significativo na
atuação política e na liberdade
de expressão dos estudantes no
país. No entanto, o movimento
estudantil também deixou um
legado de resistência e luta pela
democracia e pelos direitos
humanos no Brasil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

● BOULOS, Alfredo Jr. História: Sociedade & cidadania.


Ensino Médio. São Paulo: FTD, 2016.
● FICO, Carlos. História do Brasil Contemporâneo. São
Paulo: Contexto, 2015.
● SCHWARCZ, Lília Moritz; STARLING, Heloísa Murgel.
Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras,
2015.
● NAPOLITANO, Marcos. 1964 História do Regime Militar
Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014.

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