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FOCO NO MERCADO DE TRABALHO

SINALIZAÇÕES

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s e õ ç at o n a r e V
CELULARES
Renata Morais dos Santos

Fonte: Shutterstock.

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SEM MEDO DE ERRAR


Relembrando a nossa situação-problema, Carlos está testando um
fármaco antitideoidiano que diminui a quantidade de hormônio
produzido pela tireoide, para auxiliar no tratamento de hipertireoidismo.

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Com isso, você saberia explicar como as células se comunicam, ou seja,
como ocorre sinalização celular no caso dos hormônios tireoidianos?

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Quais são os fatores que devemos levar em conta na sinalização celular?
Como podemos classificar a molécula do hormônio tireoidiano? E os
receptores das células-alvo envolvidas?

Os hormônios tiroidianos são produzidos pela glândula tireoide


(localizada no pescoço) e levados através do sangue para as demais
partes do corpo, regulando o metabolismo. Sabemos que o
hipertireoidismo é uma condição na qual a glândula da tireoide produz
em excesso os hormônios tireoidianos T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina),
que podem levar a outros problemas de saúde. A aceleração ou
irregularidade nos batimentos cardíacos, a insuficiência cardíaca ou até
mesmo casos de osteoporose, perda de peso, fraqueza muscular e
infertilidade podem ser sintomas do hipertireoidismo.

De acordo com as características dos tipos de sinalização celular que as


células utilizam para se comunicar, decorrente principalmente do
distanciamento entre elas, a sinalização endócrina é a que ocorre no caso
dos hormônios tireoidianos e outros tipos de hormônios secretados por
glândulas endócrinas. Este tipo de sinalização é caracterizado por
carregar os hormônios através do sistema circulatório agindo em células
distantes do alvo. Lembrando que devemos levar em conta que para a
sinalização celular ocorrer é necessário uma célula emissora (glândula
endócrina – tireoide), a emissão de um sinal ou molécula sinalizadora
(hormônio tireoidiano), o receptor da membrana específico que irá
interpretar o sinal à célula-alvo, neste caso a célula distante que recebe o
sinal e irá produzir uma resposta (reação).
Com isso, podemos classificar o hormônio tireoidiano como uma
molécula sinalizadora lipossolúvel, solúvel em gordura, no entanto não
solúvel em solventes orgânicos e incapaz de atravessar a membrana
plasmática da célula-alvo ou percorrer a corrente sanguínea sem o auxílio

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de uma proteína transportadora ou carreadora. Os hormônios da tireoide

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se ligam a receptores intracelulares encontrados no núcleo celular, que,
ao se ligarem, o receptor muda a sua conformação, permitindo que o
hormônio entre no núcleo e regule a atividade gênica para a qual foi
“instruído”.

Os medicamentos antitireoidianos diminuem a quantidade de hormônio


produzido pela tireoide, mas como todo medicamento pode causar
efeitos adversos quando o princípio ativo age em outras células do nosso
organismo que não precisam do medicamento, podendo promover
efeitos colaterais de maior ou menor grau – algumas vezes o efeito é sutil
que não percebemos. Isto ocorre devido a diferentes células utilizarem o
mesmo receptor específico para a molécula sinalizadora, podendo
responder a este sinal de maneiras distintas.

Como vimos, a sinalização celular é extremamente importante para o


funcionamento do organismo dos seres vivos, este é um dos caminhos
que você pode chegar para a resolução da situação-problema, no
entanto, há outras formas de pensar também. Por exemplo, você pode
pensar na função da tireoide sendo controlada pela hipófise (pequena
glândula localizada na base do cérebro). A hipófise produz o hormônio
estimulante da tireoide (TSH) que induz a produção de T3 e T4 pela
tireoide. Desta forma, se você pensar na molécula de TSH para resolver a
situação, você se deparará com outro cenário, devendo explicar a
sinalização por meio de receptores acoplados à proteína G.
Essa poderia ser uma possibilidade de resolução, com base no que
estudamos nesta seção, ou seja, você tem plenas condições de indicar
uma outra proposta. Vá em frente!

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AVANÇANDO NA PRÁTICA

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A DOENÇA DA FRAQUEZA
Uma jovem estudante de medicina, de 25 anos, integrante da equipe de
vôlei da faculdade, começou a apresentar sintomas de fraqueza durante
as práticas de atividade física intensas, que antecediam o campeonato, do
qual a sua equipe iria participar. Além da fraqueza muscular, a jovem
começou a apresentar falta de ar, cansaço excessivo e muitas vezes uma
sensação de visão dupla. Preocupada com o seu rendimento para o
campeonato, a jovem conversou com um de seus professores da
faculdade, que a encaminhou para realizar alguns exames no hospital
universitário. Além dos testes laboratoriais, fez uma série de testes
neurofisiológicos. Em um de seus testes laboratoriais ela obteve resposta
positiva a uma injeção com medicamentos anticolinesterásicos (que agem
nos receptores neuromusculares, prevenindo a deterioração das
moléculas de acetilcolina, consequentemente melhorando à força
muscular). A jovem foi detectada com miastenia gravis, uma doença
neuromuscular autoimune crônica, caracterizada por vários graus de
fraqueza dos músculos esqueléticos do corpo. Atualmente já existem
várias terapias que ajudam a reduzir a fraqueza muscular e melhorar a
condição do paciente. Desta forma, o médico recomendou a jovem iniciar
o tratamento com um medicamento de neostigmine, geralmente indicado
para o tratamento desta doença. No entanto, o médico alertou a jovem
de possíveis sintomas que ela poderia ter com o uso do medicamento,
dentre eles a hipersecreção brônquica e salivar e bradicardia (diminuição
da frequência cardíaca). Considerando a situação apresentada, como você
poderia relacionar a atuação da acetilcolina com essa doença? Lembre-se
da importância dos sinalizadores celulares e as suas funções específicas,
incluindo a ação de um mesmo sinal em diferentes células.

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RESOLUÇÃO 

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Para resolver esta situação-problema, você precisa se recordar do
papel dos sinalizadores celulares e como atuam mediante a
substâncias que se ligam a receptores específicos e desempenham
uma resposta determinada, a qual pode ser diferente em diferentes
tipos celulares. A acetilcolina é um neurotransmissor, molécula
sinalizadora hidrossolúvel, que se liga a receptores específicos na
superfície das células e se comunica através da sinalização sináptica.
Estes receptores atuam como transdutores de sinal que se ligam à
molécula sinalizadora e transmitem os sinais extracelulares para o
interior da célula, alterando o comportamento da célula-alvo que
recebe o sinal. Sabemos que a acetilcolina pode se ligar a receptores
acoplados a canais iônicos, atuando em células musculares
esqueléticas de forma rápida, ocasionando a contração muscular. E se
associamos o uso do medicamento sugerido pelo médico como forma
de controlar a doença, os efeitos colaterais que podem ser
ocasionados estão relacionados à ação da acetilcolina em outros tipos
celulares, como as células musculares cardíacas (ocasiona a redução
da velocidade de contração do coração) e as células das glândulas
salivares (ocasiona a secreção), que também possuem receptores
específicos para esta molécula sinalizadora. No caso das células
musculares cardíacas e das glândulas salivares, a acetilcolina utiliza
receptores acoplados à proteína G. Não esqueça que você pode
propor outra forma para resolver tal situação, vamos nessa?

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