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PLATÃO

É o antecedente que Aristóteles considera

Platão dualidade do corpo e da alma

Influência do corpo na alma

Três partes/pedaços da alma

O motivo pelo qual Platão afirma que a alma tem uma natureza tripartida, em A
República, é principalmente por identificar que existem conflitos que ocorrem no
interior dela. A separação entre alma e corpo e, de algum modo, um certo conflito entre
eles apresentado por Platão (ALMEIDA, 2018, p. 07)

Lugares dos três partes de alma

Platão relaciona a alma ao corpo, designando um lugar distinto à cada uma de suas
partes. A alma racional está alojada na cabeça. É de natureza divina e imortal. É por ela
que o homem se comunica com o mundo inteligível. A alma impulsiva ou irascível
reside no tórax. É inseparável do corpo e perece com ele no momento da morte. Enfim,
a alma concupiscível reside no abdômen. Dessa última provém os apetites e também é
mortal (ALMEIDA, 2018, p. 08)

Quanto à parte da alma que deseja comida e bebida e tudo aquilo de que o corpo tem
necessidade por natureza, essa parte eles estabeleceram entre o diafragma e o limite do
umbigo (PLATÃO, 2011, p. 172)
Assim, estabeleceram a parte da alma que participa da coragem e do fervor, que é
adepta da vitória, mais perto da cabeça, entre o diafragma e o pescoço, para que
escutasse a razão (PLATÃO, 2011, p. 171)

ARISTÓTELES

Conceito de alma

Só viventes tem alma:

Dentro do conceito de ser – no De anima – Aristóteles vem diferir

Unidade do corpo e alma (discorda de platão)

Partes da Alma (neste ponto concorda com Platão)

PARTES FUNÇÕES
1.1.1 Nutrir
1.1 Vegetativa
1.1.2 Gerar
1.2.1 Percepção
1. ALMA
1.2.2.1 Desejo
1.2 Sensitiva 1.2.2 Apetite
1.2.2.3 Vontade
1.2.3 Movimento
1.3 Intelectiva

Nem todos os seres vivos tem todas as partes da alma


Potência (matéria/corpo) e Atualidade (forma/alma) da alma

Na teoria de Aristóteles os corpos são formados por matéria e forma. Matéria é a


substância pela qual a coisa é feita e forma é a maneira como a matéria é moldada,
distinguindo-se no mundo. Assim, a potência está para a matéria (madeira pode ser em
potência qualquer móvel) assim como o ato está para a forma (a mesa construída é o ato
– potência realizada).

[...] o acto de cada coisa, com efeito, gera-se por natureza no ente que existe em
potência e na matéria adequada. Fica claro, a partir disto, que a alma é certo acto e
forma do ente que possui a capacidade de ser daquele tipo (ARISTÓTELES, 2010, p.
67)

Alma e corpo são, tanto quanto forma e matéria, princípios distintos, porém correlatos;
tal correlação forma uma unidade entres estes [...] são duas dimensões que se
completam e que trabalham juntas. Corpo é matéria e alma é a forma do mesmo, corpo é
potência e a alma a sua atualidade (ARAÚJO, 2010, p. 04)

Funções da alma vegetativa

Assim sendo, temos de nos referir, em primeiro lugar, à nutrição e à reprodução, pois a
alma nutritiva pertence também aos outros seres vivos e é a primeira e mais comum
faculdade da alma. Ela é, com efeito, aquela pela qual o viver pertence a todos os seres
vivos. São funções suas a reprodução e a assimilação dos alimentos. É que essa é a
função mais natural, para os seres vivos perfeitos os não mutilados, nem de geração
espontânea, produzir um outro da mesma qualidade que a sua: o animal, um animal; a
planta, uma planta. (ARISTÓTELES, 2010, p.69)

Funções da alma sensitiva


Além das funções de nutrição e geração é necessário admitir percepção, apetite e
movimento nos animais. Logo, é preciso admitir um princípio que possa presidir essas
funções, a saber, a alma sensitiva. (ALMEIDA, 2018, p. 14)

1º) Percepção (pelos sentidos percebo os objetos sensitivos)

Assim, a faculdade sensitiva  passa da potência ao ato através do


contato com o objeto sensível . O objeto sensível é essencial no processo
de percepção, pois é ele que torna possível a atualidade da potência perceptiva
(ALMEIDA, 2018, p. 15)

2º) Movimento

Para Aristóteles todo animal tem capacidade sensitiva, assim, é capaz de perceber o
objeto sensível como algo de traz dor e prazer. Aquilo que é prazeroso é buscado e
aquilo que é doloroso é evitado.

Já a respeito do movimento espacial, cumpre estudar o que é que imprime ao animal o


movimento de marcha. Que, de facto, não é a faculdade nutritiva é evidente: este
movimento, com efeito, dá-se sempre tendo em vista um fim, ocorrendo quer
juntamente com a imaginação, quer com o desejo. É que nada se move a não ser por
desejar ou evitar algo, sem ser pela força. (ARISTÓTELES, 2010, p.125)

Os seres vivos podem se movimentar pelo apetite, neste caso é uma necessidade
biológica e instintiva, mas o intelecto também é capaz de pôr em movimento. De
qualquer foram, tanto o apetite quanto o intelecto põe o ser em movimento quando
precedido da imaginação. Imagina-se algo que quer e, por entendimento ou por apetite,
se move até ele.

Aparentam imprimir movimento, de qualquer modo, estas duas coisas, o desejo e o


entendimento, desde que se tenha a imaginação por um tipo de pensamento.
(ARISTÓTELES, 2010, p.127)
3º) Apetite

A fome e a sede são apetite: a fome, apetite do que é seco e do que é quente; a sede,
do que é húmido e do que é frio (ARISTÓTELES, 2010, p.68)

O apetite se difere da nutrição, porque esta o corpo processa de forma automática, ao


passo que o apetite carece da ação humana. Como o apetite está ligado ao sensitivo,
tem-se que as plantas não tem apetite, mas apenas nutrição.

3.1 e 3.1 Desejo e Vontade

Alma intelectiva

A alma é definida especialmente por duas diferenças, isto é, pelo movimento espacial e
por entender e pensar. O percepcionar assemelha-se, com efeito, ao entender e ao
pensar. É que, de facto, quer um, quer o outro são como percepcionar alguma coisa. Em
ambos os casos, com efeito, a alma discrimina e conhece um ente. (ARISTÓTELES,
2010, p.109)

Assim como a alma sensível é afetada pelos objetos perceptíveis pelos sentidos,
deixando-se levar por eles para serem sentidos. A inteligência tem que se deixar levar
pelos objetos entendíveis, para poder analisa-los no plano da razão.

O entendimento deve relacionar-se com os objectos entendíveis do mesmo modo que a


faculdade perceptiva se relaciona com os sensíveis. (ARISTÓTELES, 2010, p.114)

A alma intelectiva não tem sentidos para se desenvolver, ela se dá no plano abstrato,
diferente da alma sensitiva que precisa dos sentidos humanos para poder perceber os
objetos. Não existe um órgão ou sentido da alma intelectiva.
É que, enquanto a faculdade perceptiva não existe sem o corpo, o entendimento é
separável. (ARISTÓTELES, 2010, p.115)

O entendimento é capaz de absorver o objeto inteligível, sendo afetado por ele, torna-se
tudo uma só coisa. É o que se dá quando apenas compreendemos algo, aquele objeto
sensível é passivelmente absorvido pelo intelecto é se torna parte do intelecto também.
Mas ele é capaz de afetar o objeto, transformando-o e modificando-o, ou seja, quando
queremos criar algo. Assim, há um intelecto passivo e um intelecto ativo.

Existe, pois, um entendimento capaz de se tornar todas as coisas, e outro existe capaz de
fazer todas as coisas 104, como certo estado semelhante à luz. É que a luz faz, de algum
modo, das cores existentes em potência, cores em actividade. (ARISTÓTELES, 2010,
p.117)

O intelecto ativo depende do intelecto passivo. Primeiro é necessário entender o objeto


inteligível, de forma passiva, captando-o e absorvendo pelo intelecto. Depois deste
processo, o intelecto ativo irá agir sobre o material do intelecto passivo, visando
transformá-lo. Se não há material, não há o que ser transformado:

. É apenas depois de separado que o entendimento é aquilo que é, e apenas isso é


imortal e eterno. Não recordamos, porém, porque este é impassível, enquanto o
entendimento passivo é perecível; e, sem este, nada há que entenda. (ARISTÓTELES,
2010, p.117)
PLATÃO. Timeu-Crítias. Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos: Coimbra,
2011.

ARAÚJO, Hugo Figueiras. Relação corpo e alma, no Anima, de Aristóteles. In:


Revista da Faculdade de Ciências, Filosofia e Letras de Cajazeiras. Cajazeiras, v. 1, n.
1, p. 01-09. 2010.

SANTOS, Maria Eduarda Bandeira Cardoso. A relação entre ato e potência na


metafísica de Aristóteles. In: Revistas Húmus. São Luiz. n. 07, 2013. p. 111-121.

ARISTÓTELES. Sobre a alma. Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa: Lisboa,


2010.

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