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Título: Primeiro Emprego

Referência: Desemprego entre os jovens brasileiros.


Por Tarso Coelho, em 2022/12/25.

Popularizou-se no Brasil a expressão “nem-nem”, usada pela mídia para se referir aos jovens
com idade entre 18 e 24 anos que não trabalham ou estudam. A taxa de desemprego entre eles
chega a 24%, segundo dados do Ministério da Economia. Este problema é uma consequência
direta de políticas públicas que, a despeito de suas boas intenções, diminuem a empregabilidade
e afastam dos mais jovens o sonho do primeiro emprego.
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), obtida via reivindicações sindicais, gerou grandes
avanços nas relações de trabalho no Brasil. Contudo, sua política de salário mínimo acabou por
aumentar a barreira de entrada no mercado de trabalho. Isto acontece, pois, ao encarecer a
contratação e coibir regimes mais flexíveis, aqueles que, por inexperiência ou falta de
produtividade, não conseguirem gerar, ao empregador, proventos que superem o valor do salário
fixado (mais encargos), ficam, automaticamente, excluídos da possibilidade de colocação.
Qualquer um que, tendo saído duma faculdade, já tenha sido empregado, sabe que, face ao
traquejo indispensável ao exercício duma profissão, obtido no dia a dia de trabalho, os
conhecimentos formais, angariados na academia, tem pouca ou nenhuma utilidade prática. Além
disso, casos há onde o indivíduo acaba por exercer um emprego completamente alheio à sua
formação. Isso nos leva a questionar a exigência de ensino superior como requisito de inscrição
em algumas vagas ofertadas via edital público. Melhor seria, nos casos onde o diploma não seja
estritamente necessário à função, privilegiar a nota final obtida no concurso, além de cursos e
qualificações específicas para a área de atuação.
Dado a gravidade do problema discutido, urge compor uma solução. Para tanto, é preciso uma
articulação do governo federal tendo em vista a atualização das leis relativas à contratação no
Brasil visando viabilizar o ingresso dos jovens no mercado de trabalho. Isto poderá ser feito
pela flexibilização da carga horária, inclusão de novos modelos de contratação voltados ao
primeiro emprego e diminuição geral dos encargos trabalhistas.

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