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Exercícios História

Idade Média e Formação das Monarquias Nacionais Absolutistas

01. A formação do sistema feudal, dominante principalmente nos territórios do Império Carolíngio, durante a
Idade Média, esteve ligada
a) à integração de instituições romanas e germânicas, tais como o colonato e o Comitatus.
b) ao fim da importância das leis baseadas nos costumes e aos ataques vikings.
c) às constantes invasões dos bárbaros germânicos, que levaram à queda do Império Bizantino.
d) à decadência do escravismo romano e ao gradativo processo de êxodo rural.
e) ao fortalecimento do poder real, devido à distribuição de benefícios aos guerreiros fiéis.

02. O Quarto Concílio de Latrão, em 1215, decretou medidas contra os senhores seculares caso
protegessem heresias em seus territórios, ameaçando-os até com a perda dos domínios. Já antes do
Concílio e como conseqüência dele, as autoridades laicas decretaram a pena de morte para evitar a
disseminação de heresias em seus territórios, a começar por Aragão em 1197, Lombardia em 1224, França
em 1229, Roma em 1230, Sicília em 1231 e Alemanha em 1232. (Nachman Falbel. Heresias medievais,
1976.) A respeito das heresias medievais, é correto afirmar que
a) o termo heresia designava uma doutrina contrária aos princípios da fé oficialmente declarada pela
Igreja Católica.
b) os heréticos eram filósofos e teólogos que debatiam racionalmente a natureza divina e humana da
Trindade no século XIII.
c) a Igreja tinha atitudes tolerantes com os hereges de origem popular, que propunham uma nova visão
ética da instituição eclesiástica.
d) os primeiros heréticos apareceram nos séculos XII e XIII e defendiam antigas doutrinas difundidas
pelo império otomano.
e) a heresia era conciliável com o poder temporal do Papa, mas provocou a ruptura das relações entre
a Igreja e o Estado.

03.“(…) a própria vocação do nobre lhe proibia qualquer atividade econômica direta. Ele pertencia de corpo
e alma à sua função própria: a do guerreiro. (…) Um corpo ágil e musculoso não é o bastante para fazer o
cavaleiro ideal. É preciso ainda acrescentar a coragem. E é também porque proporciona a esta virtude a
ocasião de se manifestar que a guerra põe tanta alegria no coração dos homens, para os quais a audácia e
o desprezo da morte são, de algum modo, valores profissionais.” (Bloch, Marc. A sociedade feudal. Lisboa:
Edições 70, 1987.)
O autor nos fala da condição social dos nobres medievais e dos valores ligados às suas ações guerreiras,
É possível dizer que a atuação guerreira desses cavaleiros representa, respectivamente, para a sociedade
e para eles próprios:
a) a garantia de segurança, num contexto em que as classes e os Estados nacionais se encontram em
conflito, e a perspectiva de conquistas de terras e riquezas.
b) o cumprimento das obrigações senhoriais ligadas à produção, e à proibição da transmissão
hereditária das conquistas realizadas.
c) a permissão real para realização de atividades comerciais, e a eliminação do tédio de um cotidiano
de cultura rudimentar e alheio a assuntos administrativos.
d) o respeito às relações de vassalagem travadas entre senhores e servos, e a diversão sob a forma
de torneios e jogos em épocas de paz.
e) a participação nas guerras santas e na defesa do catolicismo, e a possibilidade de pilhagem de
homens e coisas, de massacres e mutilações de inimigos.
04.“Se volveres a lembrança ao Gênese, entenderás que o homem retira da natureza o seu sustento e a
sua felicidade. O usurário, ao contrário, nega a ambas, desprezando a natureza e o modo de vida que ela
ensina, pois outros são no mundo seus ideais.” (Dante Alighieri, Divina comédia, Inferno, canto XI, trad.
Hernâni Donato.)
Essa passagem do poeta florentino exprime.
a) uma visão já moderna da natureza, que aqui aparece sobreposta aos interesses do homem.
b) um ponto de vista já ultrapassado no seu tempo, posto que a usura era uma prática comum e não
mais proibida.
c) uma nostalgia pela Antiguidade greco-romana, onde a prática da usura era severamente coibida.
d) uma concepção dominante na Baixa Idade Média, de condenação à prática da usura por ser
contrária ao espírito cristão.
e) uma perspectiva original, uma vez que combina a prática da usura com a felicidade humana.

05.“Na sociedade feudal, o vínculo humano característico foi o elo entre subordinado e chefe mais
próximo. De escalão em escalão, os nós assim formados uniam, tal como se se tratasse de cadeias
infinitamente ramificadas, os menores e os maiores. A própria terra só parecia ser uma riqueza tão
preciosa por permitir obter ‘homens’, remunerando-os.” (Marc Bloch. A sociedade feudal.)
O texto descreve a:
a) hierarquia eclesiástica da Igreja Católica;
b) relação de tipo comunitário dos camponeses;
c) relação de suserania e vassalagem;
d) hierarquia nas corporações de ofício;
e) organização política das cidades medievais.

06.“Após ter conseguido tirar da nobreza o poder político que ela detinha enquanto ordem, os soberanos a
atraíram para a corte e lhe atribuíram funções políticas e diplomáticas.”
Essa frase, extraída da obra de Max Weber, Política como vocação, refere-se ao processo que, no
Ocidente:
a) destruiu a dominação social da nobreza, na passagem da Idade Moderna para a Contemporânea;
b) estabeleceu a dominação social da nobreza, na passagem da Antiguidade para a Idade Média;
c) fez da nobreza uma ordem privilegiada, na passagem da Alta Idade Média para a Baixa Idade
Média;
d) conservou os privilégios políticos da nobreza, na passagem do Antigo Regime para a Restauração;
e) permitiu ao Estado dominar politicamente a nobreza, na passagem da Idade Média para a
Moderna.

07.A respeito da formação das Monarquias Nacionais europeias na passagem da Idade Média para a
Época Moderna, é correto afirmar que
a) o poder político dos monarcas firmou-se graças ao apoio da nobreza, ameaçada pela força
crescente da burguesia.
b) a expansão muçulmana e o domínio do mar Mediterrâneo pelos árabes favoreceram a
centralização.
c) uma das limitações mais sérias dos soberanos era a proibição de organizarem exércitos
profissionais.
d) o poder real firmou-se contra a influência do Papa e o ideal de unidade cristã, dominante no
período medieval.
e) a ação efetiva dos monarcas dependia da concordância dos principais suseranos do reino.
08.O Estado era tanto o sujeito como o objeto da política econômica mercantilista. O mercantilismo refletia
a concepção a respeito das relações entre o Estado e a nação que imperava na época (séculos XVI e XVII).
Era o Estado, não a nação, o que lhe interessava. (Eli F. Heckscher, La epoca mercantilista, 1943, p. 459-
461 Apud Adhemar Marques e et alii (seleção), História moderna através de textos, 1989, p. 85. Adaptado)
Segundo o autor
a) As relações profundas entre o Estado absolutista e o nacionalismo levaram à intolerância e a tudo o
que impedia o bem-estar dos súditos, unidos por regulamentações e normas rígidas.
b) As práticas econômicas intervencionistas do Estado absolutista tinham o objetivo específico de
enriquecer a nação, em especial, os comerciantes, que impulsionavam o comércio externo, base da
acumulação da época.
c) O mercantilismo foi um sistema de poder, pois o Estado absolutista implantou práticas econômicas
intervencionistas, cujo objetivo maior foi o fortalecimento do poder político do próprio Estado.
d) O Estado absolutista privilegiou sua aliada política, a nobreza, ao adotar medidas não
intervencionistas, para preservar a concentração fundiária, já que a terra era a medida de riqueza da
época.
e) A nação, compreendida como todos os súditos do Estado absolutista, era o alvo maior de todas as
medidas econômicas, isto é, o intervencionismo está intimamente ligado ao nacionalismo.

09.O comércio foi de fato o nervo da colonização do Antigo Regime, isto é, para incrementar as atividades
mercantis processava-se a ocupação, povoamento e valorização das novas áreas. E aqui ressalta de novo
o sentido da colonização da época Moderna; indo em curso na Europa a expansão da economia de
mercado, com a mercantilização crescente dos vários setores produtivos antes à margem da circulação de
mercadorias – a produção colonial era uma produção mercantil, ligada às grandes linhas do tráfico
internacional. (Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808),
1981. Adaptado.)
O mecanismo principal da colonização foi o comércio entre colônia e metrópole, fato que se manifesta
a) na ampliação do movimento de integração econômica europeia por meio do amplo acesso de
outras potências aos mercados coloniais.
b) na ausência de preocupações capitalistas por parte dos colonos, que preferiam manter o modelo
feudal e a hegemonia dos senhores de terras.
c) nas críticas das autoridades metropolitanas à persistência do escravismo, que impedia a ampliação
do mercado consumidor na colônia.
d) no desinteresse metropolitano de ocupar as novas terras conquistadas, limitando-se à exploração
imediatista das riquezas encontradas.
e) no condicionamento político, demográfico e econômico dos espaços coloniais, que deveriam gerar
lucros para as economias metropolitanas

10. O paradoxo aparente do absolutismo na Europa ocidental era que ele representava fundamentalmente
um aparelho de proteção da propriedade dos privilégios aristocráticos, embora, ao mesmo tempo, os
meios pelos quais tal proteção era concedida pudessem assegurar simultaneamente os interesses
básicos das classes mercantis e manufatureiras nascentes. Essencialmente, o absolutismo era apenas
isto: um aparelho de dominação feudal recolocado e reforçado, destinado a sujeitar as massas
camponesas à sua posição tradicional. Nunca foi um árbitro entre a aristocracia e a burguesia, e menos
ainda um instrumento da burguesia nascente contra a aristocracia: ele era a nova carapaça política de
uma nobreza atemorizada. (Perry Anderson, Linhagens do Estado absolutista. p. 18 e 39. Adaptado)
Segundo Perry Anderson, o Estado absolutista
a) a) não tinha força política para submeter os trabalhadores do campo e a aristocracia com a
cobrança de pesados impostos e, simultaneamente, oferecer participação política e vantagens
econômicas para o crescimento da burguesia comercial e manufatureira.
b) b) nunca se submeteu aos interesses da burguesia mercantil e manufatureira em detrimento da
aristocracia, mas, ao contrário, tornou-se um escudo de proteção dos camponeses contra o
domínio feudal exercido por meio de pesados impostos.
c) c) garantiu, sob a sua proteção, o domínio econômico e político da aristocracia sobre os
camponeses e, para sobreviver economicamente, atendeu aos interesses de expansão do
mercado da burguesia mercantil e manufatureira, mas a afastou do poder político.
d) preservou a propriedade feudal e os interesses dos camponeses, mas, para que isso se efetivasse,
submeteu-se à pressão da burguesia mercantil e manufatureira ao aproximá-la do poder político,
oferecendo cargos públicos a essa classe.
e) e) não protegeu a aristocracia nem os camponeses que, para sobreviverem, estabeleceram
alianças pontuais com a burguesia comercial em ascensão econômica e com crescente
participação política, com o intuito de obter acesso à terra.

11.Sobre as relações entre os reinos ibéricos e a expansão ultramarina, é correto afirmar que a
a) centralização do poder no reino português só ocorreu após a vitória contra os muçulmanos na
guerra de Reconquista, o que garantiu o estabelecimento de alianças diplomáticas com os demais
reinos ibéricos, condição para sanar a crise do feudalismo por meio da expansão ultramarina.
b) b) guerra de Reconquista teve papel importante na organização do Estado português, uma vez
que reforçou o poder do rei como chefe político e militar, garantindo a centralização do poder,
requisito para mobilizar recursos a fim de bancar a expansão marítima e comercial.
c) c) canalização de recursos, organizada pelo Estado português para a expansão ultramarina, só foi
possível com a preciosa ajuda do capital dos demais reinos da península Ibérica na guerra de
Reconquista, interessados em expulsar o invasor muçulmano que havia fechado o rentável
comércio no Mediterrâneo.
d) d) expansão marítima e comercial precisou de recursos promovidos pelo reino português, ainda
não unificado, que usou a guerra de Reconquista para garantir a sua unificação política contra os
demais reinos ibéricos, que lutavam ao lado dos muçulmanos como forma de impedir o
fortalecimento do futuro Estado luso.
e) e) vitória do reino de Portugal contra os muçulmanos foi garantida pela ajuda militar e financeira do
Estado espanhol, já unificado, o que permitiu também a expansão marítima e comercial, condição
essencial para o fim da crise do feudalismo na Europa Ocidental.

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