ANTIGO TESTAMENTO I

Aula 14/08/2013

O LIVRO DE GÊNESIS

A Cosmogonia (Gênesis 1.1-2.4ª)

Divisão Tríplice:
(1) As histórias primordiais (1-11)
(2) As histórias patriarcais (12-36)
(3) A história de José (37-50)

Temas Principais:
O livro trata do princípio do mundo, humanidade, pecado e civilização (1-11), do
nascimento do povo de Israel, dos seus patriarcas (12-36) e descendentes (37-
50)
O PENSAMENTO a.P e d.P

a. P.: No mundo pré-socrático se desejava

explicar a natureza, a razão da vida ser algo
que muda constantemente. Perguntas: De
onde veio o mundo e o homem? Qual o
princípio de todas as coisas?

Resposta: Via mitologia, que respondia

mostrando que os deuses causavam um
“efeito” no mundo.

PLATÃO (428/427 – 348/347 a.C

d.P.: Nasce o nosso modelo de pensamento,

nossa forma de ver o mundo. O mundo ideal
está fora daqui, está num lugar além, metafísico.
Mundo das ideias. Sec XIX – No futuro todo será
melhor. Ciência + pensamento = Veículo da
revolução da humanidade, pois resolverão todos
os problemas.
As Histórias Primordiais de (Gênesis 1-11)

Histórias Atemporais:

Histórias que:
 Respondem as perguntas existenciais
 Desejam passar mensagens morais e religiosas
 Possuem paralelos extra-bíblicos

GN 1 - COSMOGONIA

GN 2-3 - ANTROPOGONIA

GN 4 – O PRIMEIRO HOMICÍDIO

GN 6-9 – A GRANDE INUNDAÇÃO

GN 11 – A TORRES DE BABEL

 Algumas definições e hermenêuticas para Gênesis 1

1.É uma poesia hebraica:

*A poesia hebraica tal como vista nos livros poéticos do Antigos Testamento tem
forma e métrica diferente da encontrada em Gênesis 1.

*Para ser caracterizado como poesia, falta a Gênesis 1 os paralelismos e suas

rimas ideológicas (Pv.16.4; 10.27)

*Gênesis 1 é um texto lógico e narrativamente estruturado.

2.É um tratado Apologético:

*Embora Gênesis 1 tenha grande valor apologético, esse não parece ser o
propósito do autor do relato, pois Gênesis 1 foi escrito para o povo de Deus.
3.É um tratado científico:
*Não faria sentido para Deus se manifestar de acordo com o conhecimento
científico de nossa era, pois seus leitores primários seriam incapazes de
compreendê-lo.

4.É um texto cosmogônico

*Um texto que, em paralelo com textos do Antigo Oriente, seria para um duplo
propósito: Narrar a criação do universo e polemizar contra os deuses
babilônicos.

5.É o relato que revela YHWH ao povo de Israel:

Como criador e organizador de todas as coisas, povos e culturas, e que
precisava ser conhecido mais profundamente.

Como aquele que merece receber toda a adoração, pois através do mundo
criado podemos contemplar a revelação do próprio Deus.

Algumas hermenêuticas de como ocorreu a Criação

1.Criacionismo Científico:
*Deus criou a terra em seis dias literais e todo o universo tem mais de 10.000
anos.
*Aplicam os métodos científicos a Gênesis 6-9 e defende que maioria dos
fósseis foram formados durante o dilúvio de Noé.
*A atual condição da terra reflete a catastrófica destituição causada pelo dilúvio
de Noé.

2.Criacionismo histórico
*Deus criou o universo durante um tempo interminado, “no princípio”, que
significa “um longo período de tempo”.
*Após esse período, Deus passou a terra “como um lugar para o homem viver”.
*Essa visão compreende 1.2-2:4 como uma descrição da preparação de Deus
do Jardim do Édem, oi mais especificamente, da Terra Prometida.

3.A Teoria do Intervalo:

*Gênesis 1.1 fala de uma criação inicial, seguindo por um período de tempo
extremamente longo, por isso a maioria dos organismos que são hoje
encontrados nos registros fósseis viveram durante esse tempo.
* Gênesis 1.2 descreve um momento da morte e ruína, causando por satanás,
quando Deus expulsou-o para a terra.
*O restante de Gênesis 1 descreve como o Senhor restaurou a criação em seis
dias literais.

4.Criacionismo Progressivo:
*Defende que o dia em Gênesis 1 não se refere a seis períodos literais de 24
horas, mas a seis períodos indefinidamente longos (séculos).
* A palavra hebraica para dia (yom) é usado em três diferentes maneiras (1.4-5;
2.4). Yom é usado para descrever um período de 12h, de 24h e todo o período
de criação.
Citam o Salmo 90.4 e 2 Pedro 3.8 como prova de que “dias” no calendário de
deus são muito mais do que os nossos dias.

Aula 21/08/2013

A – Introdução (1.1)

B – Apresentação do ambiente a ser criado (1.2)

C – Criação e preenchimento do ambiente (1.3-31)

B’ – Apresentação do ambiente cirado (2.1-3)

A’ Conclusão (2.4ª)

“A Introdução (1.1)” e “B – Apresentação do ambiente a ser

criado (1.2)”

*Antes de todos os antes – Como a terra se apaixonou pelo Céu – Suméria

*Antes de todos os antes, só havia Namu, chamada de Águas do Mar e oceano
original, Ela, a origem, eterno começo e prodigioso Início. Namu foi a primeira, a
fonte, a Mãe do Universo, o útero auto-procriador da abundância, sozinha e
Toda-Em-Uma, Namu era a matéria-prima original, as profundezas e férteis
águas do Mar. Antes de todos os Antes (pois o tempo ainda estava para ser
criado), Namu revolveu-se e fluiu, esticou-se a todas se enrolou, tal uma espiral
de hélice dupla”.

*Enuma Elish – Babilônia

*Quando não havia universos, nem terra, nem peso, nem profundezas. Quando
o Apsu estava sozinho. Ele, as águas doces, o iniciador da criação, e Tiamat,
as águas salgadas, e aquele que voltou para onde nasceu, seu Mummu,
quando não existiam os deuses... Quando doce e salgados estavam juntos,
sem separação, os juncos não estavam trançados, ou galhos sujavam as
águas, quando os deuses não tinham nome, natureza ou futuro, então a partir
de Apsu e Tiamat, nas nuvens dele e dela, foram criados os deuses...

*Mito da Criação do Universos - Egito

*No começo não havia começos. Não havia o acima ou o abaixo, o dia ou a
noite, o tempo ou o espaço, mas um imenso oceano de águas paradas, inertes.
Nesse lugar viva um ser conhecido por vários nomes: Atum, Rá, etc. Ele é o sol
que cria a si mesmo.

C – Criação e preenchimento do ambiente (1.3-31)

1.Formação do Ambiente (1.3-13)

*Primeira sequência ordenadora (1.3-5)
*Segunda sequência ordenadora (1.6-8)
*Terceira sequência ordenadora (1.9-13)

2.Preenchimento do ambiente (1.14-31)

*Quarta sequência ordenadora (1.14-19)
* Quinta sequência ordenadora (1.20-23)
* Sexta sequência ordenadora (1.24-31)

Aula 28/08/2013

História tem paralelos extrabíblico

*A criação do homem
*Enki e Ninhursag
*Árvore de Huluppu
* História de Inanna que desejava trazer uma árvore para seu jardim sagrado e
transformá-la num trono.
Discussões sobre o texto da antropologia bíblica
*Alguns estudiosos defendem que Gn 1 é diferente de Gn 2
*Alguns estudiosos defendem que Gn 2 deve ser lido junto a Gn 3.

As diferenças entre Gn1 e Gn2, enquanto relatos da criação do

mundo e do homem:

1972: G. Von Rad, e, “Gn a Commentary”

*”Em Gn1 a criação se move dos caos a ordem; em Gn 2 esboça o estado inicial
como um deserto em contraste com a semeadura”.

1978: Humberto Cassuto, “A Commentary of Book Of Gn”

*”Gn 1 relata a história da criação, de todo o mundo e tudo o que ele contém foi
criado pela palavra do único Deus, de acordo com a sua vontade. Já Gn 2 é a
história do Jardim do Éden que, até o capítulo 3,explica como no bom mundo de
Deus o mal existiu e o homem pode resistir a dor, problemas e calamidades”.

1978: David Clines, “The Theme of the Pentateuch”

*Gn 1 vê a realidade como um modelo ordenado; Gn 2-3 vê a realidade como
uma rede de união elementais que vão se desintegrando através do cruso
narrativo do Éden até o dilúvio”.

1984: K. Westerman, “Gn 1-11: A Commentary”

*Gn 1 é caracterizado pelo fluxo para frente, irresistível e majestoso; enquanto
Gn 2-3 é um drama bem distinto”.

1994: Zdrayko Setevanovic, “The Great Reserval: Thematic links between

Gn 2-3”
*Defende que já uma estrutura quiástica reversa em Gn 2-3: Introdução (2-4);
A-Criação e Assentamento (2.5-8); B-Benção e Ordem (2.9-11); C-Criação da
Mulher (2-18-23); D-Vida sem pecado (2.24-25); C’-Tentação da mulher (3.3-13);
B’-Maldição de desordem (3.14-21); A’-Julgamento e Expulsão (3.22-24)

As diferenças entre os relatos de Gn 2-3

*Personagens
*Gn1 tem como único e onipotente personagem, Elohim;
*Gn 2-3 tem YHWH, o homem, a mulher e a serpente.
*Ambiente Narrativo
* Gn 1 é indeterminad
* Gn 2-3 é no Jardim das delícias (gan eden);

*Foco Narrativo
*Gn1 é a criação dos cosmos e o seu posterior preenchimento
*Gn 2-3 é a criação do homem e da mulher, bem como seu relacionamento e
vivência no jardim de YHWH.

As Semelhanças entre os relatos de Gn 2-3

*Termos Comuns
*Pó da terra (2.7 e 3.19) e nudez (2.2 e 3.7,21);
*Lavrar a terra (2.5 e 3.23) e jardim di Éden (2.8,15 e 3.24).

*Links Temáticos
* Criação dos animais (2.19 e 3.1)
* Tema da vergonha (2.25 e 3.7).

*Links Reversos
*Gn 2 há relacionamento harmonioso, enquanto que em Gn 3 um
relacionamento desarmonioso.

A – Introdução (2.4-6)

B – Formação do Homem, Mulher e Animais (2.7-24)

C – Episódio da Serpente Falante (2.25-3.7)

B’ – Destino do Homem, Mulher e Serpente (3.8-19)

A’ – Conclusão (3.22-24)

2.7. - Formação do adam a partir da adamah

2.8. - Local do Homem: gan eden
2.9-10. - Descrição do gan eden
2.15. - Função do Homem
2.16-17 - As duas ordenanças
2.18 - Desejo de criar companhia para adan
2.21.22 – Formação da Mulher (ishah)
2.23-24 – Máxima sapiencial

C – Episódio da serpente falante (2.25-3.7)

*Sequência emoldurada pela palavra “arum”
* 2.25 – Nudez ( ) sem vegonha
* 3.1-5 – Diálogo da mulher com a serpente – ( );
* 3.6-7 – Nudez ( ) com vergonha.