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Resumo
A educação cooperativista é o processo de aprendizagem que vai além de meros discursos e expla-
nações e valoriza de igual modo o lado social, empresarial e as demandas específicas de formação
das organizações e dos associados. No caso das cooperativas agrárias, as demandas de formação
correspondem às ações direcionadas aos produtores rurais. Este estudo objetiva analisar a contribui-
ção dos instrumentos de educação cooperativista à extensão rural e descrever a relação da educação
cooperativista junto à atuação da Empresa de Assistência e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais.
Metodologicamente, utilizou-se da pesquisa exploratória e da técnica do questionário enviado a 452
cooperativas agrárias durante 2011 e 2012. Entre os resultados, evidencia que o desenvolvimento de
trabalhos de educação cooperativista realizado pelas organizações tem se revelado como trabalhos
extensionista, proporcionando benefícios às cooperativas que buscam viabilizar em seu cotidiano as
orientações e capacitações recebidas.
Palavras-chave: cooperativas agrárias, educação cooperativista, extensão, extensão rural, gestão
cooperativa.
Abstract
The cooperativist education is the learning process that goes beyond mere speeches and proposals
and values, similarly, the social and business side and the specific demands of the training of organiza-
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tions and partners. Regarding agricultural cooperatives, the training demands correspond to actions
*
Magíster en Extensión Rural de la Universidade Federal de Viçosa (ufv). Docente de la Universidade Norte do Paraná
(Unopar). Correo electrónico: pallomarf@yahoo.com.br
**
Doctora en Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade de la Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ufrrj). Docente
del Departamento de Economía Rural de la Universidade Federal de Viçosa (ufv). Correo electrónico: npresno@ufv.br
***
Magíster en Extensión Rural de la Universidade Federal de Viçosa (ufv). Analista de la Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), Pesca e Aquicultura. Correo electrónico: diegocoop@hotmail.com
Cómo citar este artículo: Ferreira Rosa, P., Presno Amodeo, N. B. y Neves de Sousa, D. (2012). A importância dos trabalhos
de educação cooperativista para a extensão rural. Revista Cooperativismo & Desarrollo, 20(101), 11-27.
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directed to rural producers. This study is done in order to analyze the contribution of cooperative
education tools to the rural extension and describe the relationship of cooperative education and per-
formance of the Empresa de Asistencia y Extensión Rural of the Department of Minas Gerais. Method-
ologically, it was used for exploratory research and for the technique of the questionnaire sent to 452
agricultural cooperatives throughout 2011 and 2012. Among the results is evidenced that the devel-
opment of cooperative education works done by organizations has been shown as extension jobs
providing benefits to cooperatives looking to daily make viable the guidance and training received.
Keywords: agricultural cooperatives, cooperativist education, extension, rural extension, cooperative
management.
Resumen
La educación cooperativista es el proceso de aprendizaje que va más allá de meros discursos y plan-
teamientos, y valora, de igual modo, el lado social, empresarial y las demandas específicas de forma-
ción de las organizaciones y de los asociados. En cuanto a las cooperativas agrarias, las demandas de
formación corresponden a las acciones direccionadas a los productores rurales. Este estudio se hace
con el fin de analizar el aporte de los instrumentos de educación cooperativa a la extensión rural, y
describir la relación de la educación cooperativa y la actuación de la Empresa de Asistencia y Extensión
Rural del Departamento de Minas Gerais. Metodológicamente, se utilizó la investigación exploratoria,
y para la técnica el cuestionario enviado a 452 cooperativas agrarias durante el 2011 y el 2012. Entre
los resultados se evidencia que el desarrollo de trabajos de educación cooperativa realizado por las
organizaciones se ha mostrado como trabajos extensionistas proporcionando beneficios a las coope-
rativas que buscan viabilizar diariamente las orientaciones y capacitaciones recibidas.
Palabras clave: cooperativas agrarias, educación cooperativista, extensión, extensión rural, gestión
cooperativa.
Descriptores alfanuméricos (jel codes): I250 – Education and Economic Development; R110 – Regio-
nal Economic Activity; R580 – Regional Development Planning and Policy.
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desafiante para um profissional gerir uma blicos presentes nas cooperativas exigem
cooperativa do que uma empresa capita- necessariamente conteúdos educativos que
lista, isso porque exige de tal profissional sejam ministrados em atendimento às suas
determinados conhecimentos que não demandas e características específicas.
são necessários quando se trata de uma Isto posto, outra pergunta, comple-
empresa de capital. mentar à primeira, é realizada pela aci:
Em terceiro lugar, e não menos impor- O que se deve entender por educação
tante, precisa-se capacitar a própria comu- cooperativista? E a própria instituição res-
nidade em geral, de onde advém o candidato ponde ao mencionar que “toda atividade
potencial a associado(a), que também que desperta o interesse comprometido
deve ser alvo da educação cooperativista dos associados já é em si um método de
(Schneider, 1999). educação” (aci, 1995, p. 10). E esta noção
Em linhas gerais, a educação cooperati- se aplica, da mesma forma, às diversas
vista promove um papel protojônico para os atividades de natureza econômica, social,
associados nas organizações cooperativas e cultural e, de modo especial, aos cursos,
a cooperação como estratégia de desenvol- seminários e trabalhos de grupo, orga-
vimento. No entanto, para que se viabilize nizados, por exemplo, pelos comitês de
a participação dos associados na gestão educação (Schneider, 1999).
da cooperativa, a capacitação em deter- Em sequência, menciona-se que estas
minados conteúdos vinculados à gestão atividades precisam, acima de tudo,
econômica das organizações é necessária. ser bem planejadas e ter objetivos cla-
É fácil perceber, dessa forma, que a ros, para que os conteúdos abordados
capacitação cooperativista é específica possam contemplar tanto os aspectos
para esse tipo de organização socioeconô- econômico-administrativos como os
mica e deve ser adequada ao público ou à aspectos sociais. E, nesse sentido, a reco-
cooperativa individualmente. Uma simples mendação é para se utilizar de métodos
capacitação em gestão empresarial não pedagógicos que estimulem a participação
seria adequada, assim como também não constante dos associados nos processos de
o seria uma capacitação que só enfatize ensino-aprendizagem.
a discussão dos aspectos sociais da orga- Assim, é fácil perceber que a partici-
nização. Assim, as capacitações precisam pação
ser realizadas levando em consideração as
[...] é o objetivo e o meio para se constituir
múltiplas facetas da questão cooperativa e,
e manter uma cooperativa. Objetivo,
essencialmente, ensinar ao cidadão comum porque é justamente com a finalidade de
a cooperar, a administrar seu próprio em- participar da riqueza e benefícios gerados
preendimento econômico para, em última pelo seu trabalho que as pessoas se unem
instância, conseguir democratizar a econo- nessa forma de sociedade. E meio, porque
mia (Amodeo, 1999). somente através da efetiva, consciente
Desse modo, as capacitações realizadas e responsável participação de todos os
precisam considerar que os diferentes pú- associados se obterá o sucesso das metas
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cado em cada situação vivida o perfil destas que vai ao encontro desta é a de que “as
intervenções e as consequências positivas e pessoas em grupo aprendem com mais
por vezes negativas deste processo. facilidade e se habituam a resolver proble-
A Emater-mg foi importante incenti- mas comuns em conjunto, fortalecendo o
vadora da organização e do desenvolvi- espírito comunitário” (Renault e Santana,
mento de grupos associativos, como as 1996, p. 5).
cooperativas e associações. Primeiro, em Neste ponto, deve-se enfatizar que o
consonância com a mentalidade dissemi- público preferencial da Emater-mg na
nada na década de 1970 e 80, em que as atualidade —seguindo o que estabelece a
organizações de produtores rurais eram Política Nacional de Extensão Rural— são
consideradas instrumentos viabilizadores os agricultores familiares, quilombolas e
do almejado “desenvolvimento rural”; os assentados da reforma agrária. Nesse
também, baseados no que a própria marco, além de promover a melhoria
experiência tem demonstrado, através na qualidade de vida e da produção e
do trabalho coletivo, é possível alcançar produtividade das propriedades rurais,
maiores benefícios que trabalhando de junto a esses produtores e suas famílias
forma isolada. Assim, promovem-se de modo sustentável, a Emater tem ainda
organizações já que teriam maior poder o compromisso de assessorar as formas
de barganha na comercialização dos pro- organizativas, com o objetivo de promo-
dutos, na compra de insumos necessários ver a participação dos produtores rurais
à produção, o que possibilitaria melhores na condução de programas e projetos de
oportunidades de geração de renda e, desenvolvimento social e econômico.
assim, encontraria, no seu próprio meio, Para tanto, mobilizam os produtores
as condições sociais de reprodução, com rurais para participarem de cursos e trei-
qualidade de vida. Adicionam-se a isso namentos profissionalizantes, palestras,
oportunidades de melhores condições de reuniões, dias de campo, encontros técni-
acesso às políticas públicas para este seg- cos, Diagnósticos Rápidos Participativos
mento, isto porque, dependendo das (drp) e eventos. O conteúdo destas ativi-
especificidades, estas políticas estão dades pretende atender às necessidades
geralmente direcionadas para grupos de dos produtores rurais na condução dos
indivíduos que se encontram de alguma trabalhos desenvolvidos no dia a dia em
maneira organizados. suas propriedades, na inclusão de pro-
Dentro desse contexto, existe o enten- gramas que garantam certificação de seus
dimento também de que o atendimento produtos e consequentemente sua melhor
individual às famílias rurais é mais one- aceitação pelo mercado consumidor, no
roso. Assim, os programas de orientação uso de tecnologias certas para cada tipo de
ao produtor foram desenvolvidos, em sua processos produtivos, educação ambien-
grande maioria, em torno de demonstra- tal, economia familiar, associativismo/
ções de alcance coletivo. Outra premissa cooperativismo, entre outras.
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2,2
Ações educativas
4,3
6,5 32,6 Projetos/programas/convênios
6,5 OQS
Dias de campo
6,5
Informativos
10,9 Treinamento/capacitação
Reuniões
13 17,4
Integração
Outros
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8,4
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6,3
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