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Brasília
2021
4ª edição
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL (Senar)
Diretor-Geral
Daniel Klüppel Carrara
Equipe Técnica
Carolina Soares Pietrani Pereira
Marcelo Rebello Mendonça
Patrícia Fontes Machado
Fotografia
Banco de imagens sistema CNA/Senar
ISBN: 978-65-86344-05-9
128p.
I. Título.
CDU – 377.1
A educação provoca atitudes que transformam
hábitos, que abrem portas e redefinem vidas.
Lista de Siglas
UC – Unidade de Competência
Sumário
Prefácio ......................................................................... 7
Introdução .................................................................... 7
A educação provoca atitudes que transformam hábitos, que abrem portas e redefinem vidas.
Para o SENAR, melhorar vidas é compromisso e missão.
Prefácio
A Série Metodológica do Senar, especialmente o educação socioemocional, mindfulness, pensamento
volume intitulado Metodologia de Ensino do SENAR crítico, competências para o futuro e aos aspectos
Formação Profissional Rural e Promoção Social, é relacionados ao ensino híbrido. A empatia com os
resultado dos anos de experiência na construção alunos e jovens aprendizes e a possibilidade de
do processo ensino-aprendizagem, da expertise dos “fazer o caminho enquanto caminha”, no sentido
instrutores e da riqueza das vivências das pessoas de percorrer uma jornada de autodesenvolvimento
do campo. no fazer pedagógico, também são destaques desta
nova edição.
Recomendamos que você, instrutor, leia
com atenção para internalizar mais ainda nossa A padronização necessária ao trabalho de
abordagem de ensino-aprendizagem e para refletir qualidade em âmbito nacional decorre de conhecer
a respeito das novas orientações, que podem ser e adotar as orientações aqui contidas como
muito úteis ao seu trabalho. norteadoras em cada Administração Regional, com
as adaptações necessárias e o desenvolvimento
Enfatizamos especialmente a atenção a temas de documentos de execução das programações
como metodologias ativas de aprendizagem, ofertadas.
Introdução
O SENAR foi criado com a finalidade de organizar, do campo. Este documento, que integra a Série
administrar e executar a formação profissional Metodológica do SENAR e tem como foco a
rural (FPR) e a promoção social (PS) para jovens e metodologia de ensino da FPR e da PS, é direcionado
adultos em todo o território nacional. Para tanto, especialmente aos instrutores e equipes técnico-
desenvolve suas ações e atividades com foco no pedagógicas.
desenvolvimento profissional e social de pessoas
que vivem e/ou trabalham no campo. Como nas edições anteriores, trazemos aqui
atualizações relacionadas à metodologia de ensino
Sua estrutura compõe-se de uma Administração e ao conteúdo. Elas refletem as mudanças ocorridas
Central, em Brasília, e 27 Administrações Regionais, na sociedade, especialmente quanto a temas
presentes no Distrito Federal e em todos os estados como metodologia ágil, educação socioemocional,
do país. Conta com um contingente de vários mindfulness/atenção plena, design thinking e
profissionais, que desempenham atividades de empreendedorismo, fundamentais para a formação
gestão, supervisão, análise técnico-pedagógica, das pessoas no campo. Mais importante ainda,
mobilização e instrutoria, entre outras. buscamos oferecer contribuições para alicerçar o seu
papel como instrutor, reconhecendo que, ao oferecer
O docente do SENAR, a quem chamamos de as formações, você é o modelo para os participantes
instrutor, torna concretos os objetivos de ensino, das diversas ofertas formativas do SENAR – você
aprendizagem e avaliação, ministrando a formação ensina o que você é, muito mais do que as palavras
profissional e/ou a promoção social de pessoas que você disser. Sua presença incorporando os
temas compartilhados é o que fica para as pessoas. período em sua vida, que não teria conseguido
Para as equipes técnico-pedagógicas, traz insumos superar se não tivesse… uma horta. Em sua
para que as programações planejadas tenham autobiografia, ele fala sobre como cultivar sua horta
sempre o foco educacional. o ajudou a manter a sanidade e as esperanças
e sobre como o cultivo tem a ver com propósito,
Também muito relevante é o fato de resiliência, generosidade e fé no futuro. Leia
estarmos caminhando para um modelo híbrido os trechos a seguir, escritos pelo próprio Nelson
de formação profissional rural. Reconhecemos Mandela.
que o desenvolvimento das novas tecnologias
da informação e comunicação tem servido a Quase no início da minha sentença na
diversas experiências pedagógicas inovadoras ilha Robben, pedi permissão das autoridades
e favorecido diretamente a aprendizagem. No para começar um jardim no pátio. Por anos,
entanto, ferramentas, plataformas, softwares e recusaram sem oferecer qualquer justificativa.
outros recursos por si sós não trazem nenhuma Mas por fim cederam, e pudemos cavar um
capacidade de inovação. Somente quando bem pequeno jardim em um pedaço de terra
empregados nas instituições de educação é que estreito, contra uma parede. O solo do pátio
se tornam importantes auxílios na construção do era seco e rochoso. Ele havia sido construído
conhecimento. sobre um terreno de rochas, e, para começar
meu jardim, tive que escavar uma grande
Neste documento, você encontrará subsídios quantidade delas para liberar espaço para as
para aprofundar sua compreensão sobre os plantas crescerem. Na época, alguns de meus
fundamentos do modelo de ensino híbrido e camaradas brincavam comigo dizendo que eu
subsídios sobre como aplicá-lo. São orientações era um ‘mineiro de coração’ porque gastava
fundamentais e sugestões, mas é claro que a sua meus dias e tempo livre cavando no pátio.
experiência em cada circunstância e contexto,
apoiada pela sua criatividade, será significativa As autoridades me cederam as sementes.
nos recursos utilizados em cada experiência de Eu inicialmente plantei tomates, pimentas
formação. e cebolas, plantas resistentes, que não
precisavam de um solo rico ou cuidados
Com esta nova edição, desejamos contribuir ainda constantes. As primeiras colheitas foram
mais para a unidade de ação pedagógica institucional pobres, mas logo melhoraram. As autoridades
no desenvolvimento dos cursos e programas da FPR não se arrependeram de me dar a permissão;
e da PS em todas as Administrações Regionais da uma vez que o jardim começou a florir,
instituição, alicerçadas na Metodologia de Ensino ofereci aos guardas alguns dos meus melhores
do SENAR. tomates e cebolas.
1
LEVENSTON, MIchael. Nelson Madela – Prisioner, Rooftop Food Gardener. City Farmer News, [s. l.], [20--?]. (Tradução nossa).
Disponível em: https://cityfarmer.info/nelson-mandela-prisoner-rooftop-food-gardener/. Acesso em: 2 abr. 2021.
O SENAR e sua
identidade institucional
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // METODOLOGIA DE ENSINO DO SENAR - FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL E PROMOÇÃO SOCIAL 11
________________________________________________________
2
Tem como objetivos promover os direitos no trabalho, incentivar oportunidades de emprego decente, melhorar a proteção
social e fortalecer o diálogo sobre questões relacionadas com o trabalho.
3
Trabalha como extensão da OIT, atuando como observatório e disseminador de experiências positivas na formação profissional
realizada na América Latina, México e Caribe.
Dentre esses parâmetros, os de âmbito princípios e diretrizes para cada uma das vertentes
institucional configuram nossa identidade de atuação.
institucional, tornando-a única e singular. Destaca-
se o atendimento às demandas do agronegócio
como essencial para mantermos sintonia com o Atenção! Relembre nossos
mercado de trabalho rural e alcançarmos nossa princípios e diretrizes no livro O
missão institucional. processo da Formação Profissional
Rural e Promoção Social para
2 – Vertentes de atuação: FPR, ATeG e PS instrutores, páginas 12 a 15.
4
In: Decreto nº 9057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 , que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional.
Fundamentos da
Educação
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // METODOLOGIA DE ENSINO DO SENAR - FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL E PROMOÇÃO SOCIAL 15
1 – Conceito de educação
A educação moderna redundou em
completo malogro, por ter exagerado a
Educação não transforma o mundo. importância da técnica. Encarecendo-a em
Educação muda as pessoas. demasia, destruímos o homem. Desenvolvendo
Pessoas transformam o mundo. capacidades e eficiência, sem a compreensão da
Paulo Freire vida, sem uma percepção total dos movimentos
da mente e do desejo, nos tornaremos cada vez
mais cruéis, e isso significa fomentar guerras
O que é educação? Por que ela é capaz de e pôr em perigo nossa segurança física. O
transformar a vida das pessoas? O que ela pode exclusivo cultivo da técnica tem produzido
fazer pela sociedade? Partindo dessas perguntas, cientistas, matemáticos, construtores de
pode-se ter uma noção sobre como a educação pontes e conquistadores do espaço, mas não
é importante para o desenvolvimento de cada cidadãos éticos e solidários (KRISHNAMURTI,
indivíduo, da sociedade e do mundo como um todo. 1976, p. 16-17).
Há uma enorme variedade de definições existentes para explicar o que é educação, pois muitos autores e
pensadores já escreveram sobre o tema. Cada um deles escreveu em uma época, influenciado por condições sociais
e culturais diferentes, o que faz com que os conceitos sejam distintos. Eis alguns exemplos:
Processo que visa ao desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, através da aplicação de
métodos próprios, com o intuito de assegurar-lhe a integração social e a formação da cidadania.
A educação é um conjunto de elementos que mantêm entre si uma inter-relação funcional com um
propósito específico, pois ela, além de levar à pesquisa e à descoberta, acarreta mudanças, provocando
novos problemas que devem ser resolvidos, recomeçando o ciclo. Pesquisa, descoberta, mudança, homem
e sociedade. Podemos assim dizer que a educação realimenta todo o sistema social injetando na sociedade
novos problemas e novos resultados, recomeçando, assim, o ciclo, que cada vez mais leva o homem a
estudar, sendo assim um fenômeno próprio do ser humano (BUSCAGLIA apud SENAI, 2009, p. 9)5.
Educação é a transmissão e o aprendizado das técnicas culturais, que são as técnicas de uso, produção
e comportamento, mediante as quais um grupo de homens é capaz de satisfazer suas necessidades,
proteger-se contra a hostilidade do ambiente físico e biológico e trabalhar em conjunto, de modo mais
ou menos ordenado e pacífico. Ao conjunto dessas técnicas se chama cultura, e uma sociedade humana
não pode sobreviver se sua cultura não for transmitida de geração para geração. A forma de realizar ou
garantir essa transmissão chama-se educação (ABBAGNANO, 2007)6.
Nos três exemplos acima, podemos observar pontos relevantes, tais como a educação como transmissão
da cultura, de geração a geração, e a educação como meio de integração individual e social. Aqui cabe refletir
também sobre o próprio conceito de cultura.
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5
SENAI. Metodologia Senai para a formação profissional com base em competências: norteador da prática pedagógica. 3. ed.
Brasília-DF: Senai/DN, 2009.
6
ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
CULTURA
5 BIOL Ato de cultivar células ou tecidos vivos numa solução com nutrientes,
em condições adequadas, a fim de realizar estudos científicos.
Em qualquer sociedade e nos grupos que a compõem se podem observar os processos de ensinar e aprender.
A educação é responsável pela manutenção e perpetuação da sociedade por meio da transmissão, às gerações
que se seguem, dos modos culturais de ser, estar e agir necessários à convivência e ao ajustamento de um
membro no seu grupo ou sociedade.
Como processo de sociabilização, a educação acontece nos diversos espaços de convívio social, seja para
a adequação do indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo ou dos grupos à sociedade. Como prática social,
a educação existe nas formas de:
No contexto do SENAR, a maioria das ofertas mas também age no sentido de transformá-la. Se a
formativas que compõem o Catálogo Nacional de sociedade hoje existe de determinada forma, ela é
FPR é sistematizada de acordo com a educação não resultante das ações das pessoas.
formal e reflete as necessidades do mercado de
trabalho elencadas por cada Administração Regional. A educação também é, ao mesmo tempo, um ato
social, cultural e individual. Como ato social, considera
Além disso, podemos abordar a educação sob um a sociedade um todo e cada meio social em particular,
olhar restrito ou amplo: restrito, quando trabalha determinando um ideal. Em todas as sociedades, a
individualmente a pessoa enquanto é criança, educação tem um componente homogeneizador,
jovem ou adulta; e amplo, quando considera a contribuindo para que todos os indivíduos tenham
pessoa inserida em um contexto social, levando em valores, crenças e normas de condutas semelhantes,
conta que a sociedade é o espaço para o exercício e um componente diferenciador, preparando
do trabalho, da liberdade, da transformação e da diferentemente os indivíduos para as diversas
realização. O indivíduo é moldado pela sociedade, necessidades da sociedade (distintas profissões).
Como ato cultural, a educação inclui todos os ela. Cada sociedade tem seus modos e
produtos da consciência e da interação coletiva conteúdos próprios de educação, diferentes
de determinada sociedade: a linguagem, a ciência de uma cultura para outra, necessários à
e a tecnologia, os valores, as crenças, as normas, vida e à reprodução da ordem de cada tipo
os hábitos, os costumes e as artes. O conteúdo da de sociedade em dado momento de sua
educação é, essencialmente, formado por esses história.
elementos da cultura de uma sociedade em dado • Função adaptadora – cumpre o objetivo de
momento de sua história e, portanto, depende da levar as pessoas a se adaptarem, quando o
situação em que se encontra e do que é valorizado rumo e a velocidade das mudanças do mundo
nesses momentos. moderno e globalizado exigem mais de cada
indivíduo e da sociedade em geral. Traz uma
Como ato individual, refere-se ao esforço dos constante atualização de conhecimentos,
próprios indivíduos para se apropriarem desses habilidades e atitudes para a melhor inserção
elementos que lhes servem para interpretar os na nova ordem socioeconômica, de forma
acontecimentos e orientar suas ações, com o crítica e consciente.
objetivo de aperfeiçoar a convivência, a mobilidade • Função transformadora – constitui um dos
social e a transformação dessa mesma sociedade. principais meios de realização da mudança
social. Deixa de ser vista como somente um
Portanto, discutir educação significa compreender compromisso da sociedade para com o indivíduo,
as relações recíprocas indivíduo-sociedade e suas passando a ser concebida como investimento
funções, descritas a seguir. no futuro. Possibilita tornar as pessoas agentes
de transformação, buscando garantir a evolução
• Função socializadora – consiste na social e econômica da sociedade em direção à
formação das pessoas na sociedade e para igualdade e à justiça social.
O PROCESSO EDUCATIVO
Gradual Deve ser construído, ou seja, um saber mais complexo exige conhecimentos prévios
Compreendemos, então, que a educação está Dessa forma, ela tem impactos positivos tanto
associada aos aspectos pessoais, culturais, sociais na qualidade de vida das pessoas quanto no
e econômicos da vida dos indivíduos, do grupo, desenvolvimento econômico dos países e, desse
da comunidade e da sociedade, possibilitando ponto de vista, é considerada um investimento.
transformações na pessoa, modificando a Pesquisas como a realizada por Hanushek – professor
visão dela mesma e do mundo em que vive, da Universidade Stanford e doutor em Economia
capacitando-a a interagir com outras pessoas e pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts
com a natureza para transformar a realidade em (MIT)9 – demonstram claramente os efeitos de um
que está inserida. bom ensino no crescimento econômico.
Podemos afirmar que a educação é um processo gradual, contínuo e permanente não só de adaptação,
mas também de transformação e evolução das pessoas inseridas em um contexto socioeconômico,
político e cultural, de forma a contribuírem para o progresso da sociedade em que vivem.
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9
DHANUSHEK, Eric. In: Revista Veja. Ed. 2078, de 17/09/2008.
O Relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI propõe que a
educação seja organizada em torno de quatro aprendizagens fundamentais ao longo da vida. Essas aprendizagens
serão os pilares do conhecimento e, dada sua interdependência, não podem ser consideradas de forma
estanque ou fragmentada pelas disciplinas escolares: aprender a conhecer, ou seja, adquirir os instrumentos da
compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio externo; aprender a conviver, a fim de participar
e cooperar com os outros; e aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes.
A. Organize um ambiente limpo, agradável e, de preferência, silencioso. Esse será o seu local de estudos.
B. Procure criar o hábito da rotina, estudar sempre no mesmo lugar e no mesmo horário, se possível.
Quando notar, o hábito de dedicar algum tempo aos estudos se estabelecerá, e você poderá fazer isso
espontaneamente.
C. Evite distrações! Evite qualquer coisa que possa concorrer pela sua atenção nesse momento, como
celulares, TV, música etc.
D. Algumas pessoas preferem estudar escutando música, e tudo bem! Se for esse o seu caso, prefira músicas
mais calmas e instrumentais, pois as letras das músicas podem ser uma distração.
E. Ritmo! Esta é uma dica importante: não conseguimos sustentar a atenção por períodos de tempo
muito longos. A cada 25 ou trinta minutos, faça um breve intervalo de alguns poucos minutos para
tomar um café, ir ao banheiro, espreguiçar-se e alongar um pouco.
F. Qual a sua estratégia? Cada um aprende melhor de um jeito. Há quem goste de fazer resumos,
escrevendo ou reescrevendo o conteúdo de estudo com suas próprias palavras; há quem prefira
aprender ouvindo, gravando os conteúdos falados, escutando podcasts, fazendo pequenas
anotações. Enfim, é necessário “trabalhar” o conteúdo, transcrevendo-o, escutando-o, lendo-o, enfim,
manuseando-o de alguma maneira. Quando você só lê o que estuda, acaba retendo muito menos
informação do que poderia.
G. Desenhe, faça esquemas gráficos e resumos e tenha-os sempre à vista, fixando-os na parede do
quarto, do banheiro ou na geladeira, por exemplo.
H. Dê aulas a si mesmo. Finja que está dando uma aula a alguém em voz alta sobre o conteúdo de seu
interesse, pois esse é um excelente método para reter informações!
A história do parafuso
Serviços:
Devem-se utilizar duas vias complementares: a coordenado por Edgar Faure. Essa ideia deu origem a
legitimação do outro e das diferenças e o diálogo para sucessivos estudos e, aos poucos, foi adotada pela maior
estabelecer uma agenda de projetos de interesses parte dos países. Desde então, vem sendo reiterada em
e valores comuns. Essas ações complementares documentos que norteiam os rumos da educação.
constroem, pouco a pouco, uma rede de apoio e
um senso de comunidade que facilitam muito a O pressuposto – tanto biológico quanto
resolução pacífica de conflitos em benefício do filosófico – de que o homem é um ser inacabado
interesse de todos. A educação socioemocional tem o leva a “aprender constantemente para sobreviver
papel decisivo nesses campos. e evoluir”.10 Pode-se afirmar que as consequências
desse postulado para a educação são inestimáveis,
A educação socioemocional, norteada por pois fez com que a instituição escolar deixasse
conceitos de habilidades sociais, capacidade de de ser vista como o único local de aprendizagem
expressão e escuta, manejo de emoções e resolução – ela ocorre em diferentes situações e lugares,
de conflitos, é um recurso fundamental para a boa compreendendo toda a sociedade.
convivência. Essas tecnologias de convivência são
fundamentais, pois só vive bem quem convive bem! Dessa forma, a educação ocorre ao longo de
toda a vida. Não se divide mais a vida humana em
Aprender a ser duas partes distintas: o tempo da aprendizagem (da
infância até a juventude) e o tempo da maturidade,
A educação deve contribuir para o em que se desfruta dos benefícios do aprendizado. O
desenvolvimento total do indivíduo: corpo, adulto continua aprendendo, na escola ou fora dela.
inteligência, sensibilidade, senso estético e
responsabilidade pessoal e profissional. Todos As instituições de formação profissional devem,
os seres humanos devem ser preparados, pela então, proporcionar oportunidades de aprendizagem
educação que recebem, para agir nas diferentes permanente – esta é definida na Recomendação
circunstâncias da vida. Para isso, cada um deverá ter 195/2004, da Organização Internacional do Trabalho
pensamentos autônomos e críticos. (OIT), como aquela que engloba todas as atividades
de aprendizagem realizadas ao longo da vida com
Essas aprendizagens ultrapassam a aquisição de o fim de desenvolver competências e qualificações.
informações e técnicas transmitidas pela educação
formal. Elas têm a ver com modos de ser no mundo. Cabe a essas instituições, e, portanto, ao
As práticas educativas que se comprometem com SENAR, oferecer a formação inicial e a formação
o ensino dessas formas de ser (mais empáticas, continuada, por meio de qualificações básicas,
tolerantes, curiosas, compreensivas, bondosas, críticas, complementadas por módulos integrantes
justas, cooperativas, felizes) compõem um todo de itinerários formativos, possibilitando novas
chamado educação socioemocional. Dentro delas, oportunidades de aprendizado e, assim, ampliando
destacam-se as práticas meditativas e o treinamento a capacitação profissional. Além disso, cumprem o
de atenção plena (mindfulness) como campos férteis papel de ofertar cursos de níveis mais elevados, como
para o desenvolvimento do autoconhecimento e o o técnico e o tecnológico, quando houver demanda,
reconhecimento da integralidade da experiência humana. ou cursos que proporcionem aperfeiçoamento,
atualização e especialização profissional, em
O ser humano deverá estar preparado para as quaisquer dos níveis de formação.
mudanças, no sentido de que toda a tecnologia
agora existente não o impeça de continuar 4 – Semelhanças e diferenças na educação infantil,
experimentando e descobrindo o novo. de jovens e adultos
3 – Educação escolar e educação ao longo da vida As propostas de ensino para jovens e adultos são
diferentes, em sua natureza, das atividades pedagógicas
A proposta de educação para todos ao longo da destinadas às crianças, embora as diretrizes e os
vida foi defendida no Relatório da Unesco de 1972, procedimentos se assemelhem em muitos aspectos.
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10
FAURE, E. Aprender a ser. Lisboa: Bertrand, Difusão Europeia do Livro, 1974. p. 10.
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11
MASETTO, M. T. Aulas vivas. São Paulo: MG Editores Associados, 1992.
COLABORATIVA
Forma-se uma comunidade de aprendizagem em que todos participam, têm voz e vez,
ensinam e aprendem uns com os outros. Para isso, deve-se estabelecer uma agenda
de interesses comuns dos alunos e criar grupos de trabalho em equipe para aprender
algo sobre eles. Assim, aprende-se, além do conteúdo, habilidades socioemocionais de
convivência, negociação, diálogo, planejamento e muitas outras.apresenta resultados.
ATIVA SIGNIFICATIVA
O aluno não é um mero receptor de Faz sentido para o aluno. Para que
conteúdo e participa ativamente do isso aconteça, a aprendizagem tem
processo de aprendizagem: responde de dialogar com seus contextos
a perguntas, faz perguntas, trabalha sociais, culturais, econômicos e
em equipe, resolve problemas reais, afetivos.
opina, apresenta resultados.
Exposição clara dos objetivos – Os objetivos a Para tanto, você desenvolverá um equilíbrio entre
serem alcançados devem ser claros e fundamentar- a sua proposta e as necessidades e expectativas dos
se na identificação de necessidades, carências, participantes, por meio do diálogo. Nesse momento,
expectativas e interesses dos participantes. é oportuno esclarecer ao grupo aspectos sobre o
Esse aspecto é determinante no processo de desenvolvimento da ação/atividade e das exigências
aprendizagem do adulto. a serem cumpridas.
Especificidades da
educação profissional
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // METODOLOGIA DE ENSINO DO SENAR - FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL E PROMOÇÃO SOCIAL 27
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12
GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. 2ª 2. ed.; São Paulo: Scipione, 1991. p. 16.
13
SENAC/DN. Referenciais para a educação profissional do Senac. Rio de Janeiro: SENACSenac/DFP/DI, 2004.
14
CNE/CEB – Parecer 36/2001. Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.
15
A Lei Orgânica do Ensino Agrícola, objeto do Decreto-Lei 9.613/46, tinha como objetivo principal a preparação profissional para os
trabalhadores da agricultura.
Assim, o trabalho não deve ser visto somente pelo viés econômico, mas considerando
os aspectos social e histórico como elementos de formação integral do ser humano. Daí
decorrem a importância e a responsabilidade social do SENAR, no contexto do desenvolvimento
do país, por meio da FPR e da PS de trabalhadores e produtores do campo.
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16
HALL, C. et al. Teorias da personalidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
No Brasil, o uso da expressão “formação diz respeito aos cursos superiores que formavam
profissional” é mais comum do que “educação para o desempenho de profissões.
profissional”. Isso se explica porque, por muito tempo,
incluindo as primeiras décadas do século XX, ela ficou Para as qualificações ao trabalho em geral,
associada ao conceito de “formação de mão de obra”, apenas uma minoria de trabalhadores precisava
reproduzindo uma oposição presente na sociedade desenvolver competências profissionais em níveis de
brasileira entre as “elites” e a maioria da população. maior complexidade. O monopólio do conhecimento
técnico e organizacional estava relegado aos
trabalhadores de nível gerencial. Não se considerava
A educação socioemocional representa uma a baixa escolaridade da massa trabalhadora um
inovação pedagógica que visa responder a esse entrave para o desenvolvimento econômico do país.
equívoco, formando não apenas “mão de obra
capacitada”, mas também cidadãos com mais Essa visão foi se modificando aos poucos, em
recursos para se desenvolverem integralmente, decorrência da criação ou da ampliação de redes de
vivendo e convivendo com dignidade, harmonia escolas profissionais e da demanda do mercado de
e possibilidades. trabalho, que passa a requerer perfis profissionais
diferentes daqueles formados em treinamentos
operacionais para uma produção em série e padronizada,
Assim, a formação profissional foi reservada, desde focada no desempenho de tarefas simples, rotineiras e
as suas origens, às classes menos favorecidas, àqueles previamente especificadas e delimitadas.
que necessitavam conseguir trabalho o mais rápido
possível e tinham pouco acesso à escolarização básica Antes, até mesmo a legislação educacional
regular. A visão de sociedade influenciou a identidade expressava a oposição entre a educação geral e a
da formação profissional, uma vez que a educação formação profissional. A nova Lei de Diretrizes e Bases
escolar regular era considerada desnecessária para a (LDB) da Educação Nacional trouxe um capítulo para
formação da mão de obra. abordar a formação para o trabalho, denominando-a
educação profissional, e deu um novo enfoque a essa
Essa separação entre educação escolar e modalidade de ensino. Apresentou-a como “integrada
formação profissional para o trabalho perdurou às diferentes formas de educação, ao trabalho, à
até meados do século passado, pois as atividades ciência e à tecnologia”, com o objetivo de conduzir
econômicas predominantes na sociedade brasileira “ao permanente desenvolvimento de aptidões para a
não exigiam educação básica regular, exceto no que vida produtiva” (art. 39).
APRENDIZAGEM - SERVIÇO
Lousa Comunidade
Leia os QR Codes abaixo com a câmera do seu celular e obtenha mais informações.
LDB
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=12907:legislacoes&catid=70:legislacoes
BNCC
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
APRENDIZAGEM-SERVIÇO
http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/metodologias_moran1.pdf
A memória e a memorização são elementos do e sim integrá-lo aos seus conhecimentos prévios,
processo de ensino-aprendizagem. Ao entender como organizando-os em conjuntos de “esquemas” ou
elas podem influenciar o êxito desse processo, você, “modelos” mentais úteis, que sejam importantes,
instrutor, pode escolher e utilizar diversas estratégias chamem a atenção e sejam úteis para quem aprende.
e estímulos sensoriais (visão, audição, tato etc.) que
propiciem a ativação das experiências anteriores do aluno, Isso acontece porque o adulto valoriza a
contribuindo para a aquisição de novos conhecimentos, compreensão de fenômenos e processos mais que
habilidades e atitudes. Alguns conteúdos, como os termos a simples retenção na memória. As explicações dos
e conceitos-base, requerem um esforço de memorização, fenômenos e as relações de causa-efeito têm grande
pois novos conhecimentos são posteriormente importância para ele, muito maior do que informações
construídos e articulados com base neles. isoladas e sem sentido pessoal ou prático.
A forma pela qual o indivíduo pensa está relacionada com o seu processo de aprendizagem. No adulto que
se encontra vinculado a um processo produtivo desde criança, como é o caso do trabalhador rural, o processo
de trabalho vai constituindo e reforçando uma forma de pensamento que se torna cada vez mais concreta. Esta,
por sua vez, influi sobre a maneira pela qual ele adquire novos conhecimentos.
Portanto, os programas educativos para adultos, sobretudo os que estão orientados para pessoas do meio rural,
devem considerar as características da estrutura lógica do seu pensamento, que parte sempre:
O ritmo de aprendizagem do adulto decorrerá do seu nível de desenvolvimento, fruto das suas experiências,
bem como da forma pela qual os conteúdos forem apresentados. Os recursos e técnicas instrucionais destinados
à aprendizagem de adultos devem ser diversificados, privilegiando as experiências concretas, para favorecer o
envolvimento do participante no processo de ensino.
PIRÂMIDE DE MASLOW
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21
DENBOROUGH, D. Collective Narrative Practice: Responding to individuals, groups and communities who have experienced hardship.
Adelaide: Dulwich Centre Publications, 2008.
para a própria pessoa. Nessas circunstâncias, Se, em qualquer momento durante esse processo,
existe um elenco de opções para os facilitadores. o participante se referir a pessoas que já morreram
Primeiramente, deve ser muito mais fácil para o demonstrando tristeza, o instrutor poderá fazer
participante identificar habilidades e capacidades as seguintes perguntas: • Você passou momentos
dos outros do que as suas próprias. Pode-se pedir agradáveis com ela? • O que ela tinha de especial para
aos participantes que troquem sugestões entre si e você? • Essa pessoa gostaria que você se lembrasse
escolham, dentre essas sugestões, quais gostariam dela desse modo? Essas perguntas convidam a
de incluir no tronco da sua árvore. Em segundo contar histórias sobre o que foi importante no
lugar, pode ser mais apropriado que capacidades relacionamento com essa pessoa, o que contribui
e habilidades coletivas sejam listadas no tronco para honrar essa relação. Também poderá conduzir
– podem ser habilidades demonstradas pelo a histórias sobre como o participante continua a
participante em conjunto com outros, capacidade pensar nos que já morreram e a lembrar-se deles. É
de trabalho em grupo e assim por diante. Em possível incluir animais de estimação e personagens
terceiro lugar, é possível pedir aos participantes que de ficção nas folhas da árvore.
falem não apenas sobre capacidades e habilidades,
mas também sobre valores que são importantes - Frutos: Presentes Recebidos: os frutos
para eles ou qualidades que gostariam de ter na representam presentes que receberam. Não
vida. Esses valores e qualidades podem ser gravados precisam ser presentes materiais, podendo ser
no tronco da árvore. A história de sua relação com também demonstrações de carinho, cuidado ou
tais valores ou qualidades pode também, de alguma amor. O instrutor poderá perguntar: • Por que acha
forma, ser rastreada e registrada no tronco. que essa pessoa lhe deu isso? • O que gostaram em
você que a levou a fazer isso? • Como você acha que
- Galhos da Árvore: Expectativas e Sonhos: contribuiu para sua vida?
os galhos da árvore representam expectativas,
sonhos e desejos que o participante tem na vida. - Sementes e Flores: Contribuições do
Enquanto desenham os galhos, os instrutores Participante: as sementes ou flores da árvore
podem fazer perguntas para conhecer a história de são também um estímulo para os participantes
tais expectativas, desejos e sonhos e entender como pensarem sobre as contribuições ou presentes que
se conectam com pessoas significativas da vida do gostariam de oferecer aos outros no futuro.
participante em sua casa. Quando o facilitador
souber ouvir desde quando essas expectativas e O ato de responsabilizar-se por uma tarefa, por
desejos estão presentes na vida do participante, meio de empenho e esforço próprios, em busca de
poderá também perguntar como ele conseguiu um trabalho de qualidade, é a expressão maior da
manter tais sonhos e o que sustentou suas motivação humana. No caso específico do adulto,
esperanças. Também é possível perguntar quais são não podemos assumir que ele esteja motivado a
as suas esperanças para a vida de crianças, jovens, aprender quando ingressa em determinada ação
adultos e para a sua comunidade. educativa. Para Gagné (1996), uma variedade de
fatores relacionados às experiências prévias do
- Folhas da Árvore: Pessoas Especiais na Vida: aprendiz e até mesmo a situações instrucionais
as folhas da árvore representam pessoas que são vivenciadas anteriormente pode afetar o seu grau
importantes para o participante. O instrutor deve de motivação e a forma pela qual ela se expressa
deixar claro que podem ser pessoas vivas ou que já no comportamento de esforço da pessoa, durante e
morreram – só porque morreram não quer dizer que após tal situação.
ainda não possam ser muito importantes para nós. O
facilitador pode perguntar por que essas pessoas em A motivação do indivíduo pode ser extrínseca ou
particular são as mais especiais para o participante. intrínseca, o que vai influenciar a aprendizagem.
desenvolver e aprender a aprender. Ao compreender as processo educativo, sua autoimagem nunca deve
possibilidades de transformar as condições concretas ser desmerecida, e sim preservada e melhorada.
de sua existência, o adulto se motiva e se interessa
pelo novo conhecimento. Sua memória passa a atuar A maneira pela qual qualquer indivíduo adulto
seletivamente, permitindo que o conhecimento vê a si mesmo diante da sociedade se forma com
adquira uma força que dinamiza sua ação. base nos papéis que ele desempenha, no valor das
atividades produtivas que ele realiza e na valorização
A autoimagem no processo educativo atribuída ao seu trabalho e às suas experiências
de vida acumuladas. Devemos valorizar essa
Todo adulto forma uma imagem de si próprio experiência acumulada, propiciando a percepção de
calcada em suas experiências, o que lhe dá um que as novas informações, se integradas às que já
padrão de comportamento acerca do qual ele está possui, poderão trazer ganhos em suas atividades
seguro de que é correto e o melhor possível. No socioeconômicas produtivas.
Referenciais metodológicos
para a prática pedagógica
não se privilegia a aprendizagem por conteúdos, e sim A melhor regulação da ansiedade pode ser
o desenvolvimento de competências. As perguntas, desenvolvida por meio de técnicas de atenção
adequadamente formuladas, asseguram a condução plena (mindfulness). São práticas simples e
do processo de lidar com o novo, provocando a profundas que auxiliam as pessoas a alicerçarem
curiosidade e o interesse necessários para sustentar a atenção no momento presente, em vez de se
níveis mais abstratos de pensamento. distraírem constantemente em projeções de futuro
– relacionadas à ansiedade – e em ruminações do
Para a solução de situações desafiadoras pelos passado – que podem levar a estados depressivos.
alunos, as perguntas precisam:
A confiança no instrutor, por sua vez, estabelece-
• ajudar a decodificar informações; se observando os critérios de mediação que,
• definir quais são os problemas a serem segundo Feuerstein24, por serem universais,
resolvidos; precisam estar presentes na interação entre
• analisar; instrutor e participante: a intencionalidade, a
• realizar inferências; reciprocidade, o significado e a transcendência. A
• comparar; intencionalidade e a reciprocidade são consideradas
• levantar hipóteses; básicas para a aprendizagem mediada, devendo
• classificar; estar sempre associadas.
• definir regras e princípios; e
• transferir aprendizagens com o • Intencionalidade pressupõe que o mediador
estabelecimento de relação entre a situação interaja proativamente com o mediado, ou
atual e as já vivenciadas, entre outras. seja, que tome a iniciativa para se aproximar do
mediado e ajudá-lo a perceber melhor, a prestar
Sobre isso, Paulo Freire, diz: atenção, a compreender o que está sendo
aprendido.
Estou certo, porém, de que é preciso Exemplo: Examinem o problema. O que ele
deixar claro, mais uma vez, que a nossa propõe que vocês façam?
preocupação pela pergunta não pode ficar
apenas em nível da pergunta pela pergunta. • Reciprocidade implica troca entre o mediador
O importante, sobretudo, é ligar, sempre que e o mediado. O mediador deve estar aberto às
possível, a pergunta e a resposta a ações que respostas do mediado, demonstrando satisfação
foram praticadas ou a ações que podem vir a com a sua evolução, e o mediado deve demonstrar
ser praticadas ou refeitas.23 reciprocidade, fornecendo indicações de que
está cooperando, de que se sente envolvido no
Desse modo, as perguntas voltadas para o quê e, processo de aprendizagem.
principalmente, para o porquê estimulam mudanças Exemplo: Vocês têm ideia de aonde pretendemos
nos modos de pensar do aluno que resultam na chegar com esta atividade?
melhoria do seu potencial de aprendizagem. Por
sua vez, as perguntas voltadas para o como o levam • Significado consiste em despertar o interesse
a se dar conta da importância da aprendizagem pela tarefa em si, pela busca do porquê de
estruturada, que conduz o seu pensamento de determinada atividade. Perguntas como “Por
forma sistemática. quê?”, “Você pode explicar a sua resposta?”
e “Você pode explicar um pouco mais sobre
No entanto, por melhor que sejam elaboradas, essas isso?” levam o aluno a não se contentar com
perguntas só levam ao alcance desse propósito se as respostas imprecisas e a buscar pontos a
respostas do aluno forem fruto de reflexão. Ele deve ser serem melhorados. É importante levá-lo a
incentivado a administrar sua ansiedade e impulsividade verbalizar seu raciocínio para comunicar com
diante dessas situações e a confiar no instrutor. lógica o conteúdo. É necessário, ainda, que o
________________________________________________________________________
23
FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. p. 49.
24
SOUZA, Ana Maria Martins de. et all. A mediação como princípio educacional: bases teóricas das abordagens de Reuven Feuerstein.
São Paulo: Senac São Paulo, 2004.
Conforme aponta documento do Senai, a e o tipo de curso que vai ministrar e a compreensão
mediação é uma estratégia que não permite dos conteúdos pelos participantes. O instrutor
improvisações. É um trabalho complexo, deve priorizar os critérios universais e praticar os
fundamentado na reflexão e no planejamento26. não universais quando se sentir em condições para
Para alcançar resultados eficazes nas situações tal, pois esses últimos se referem à ativação mais
de aprendizagem, o instrutor deve planejar a sua abstrata e psicológica, que exigirá reflexão e exercício
intervenção mediadora, elaborando questões para incorporação à ação docente.
que se transformem no fio condutor de seu ato
de mediação. Com isso, evitam-se perguntas Para Souza (2004), o docente é mediador quando:
irrelevantes para os objetivos propostos. Ao • tem o papel de parceiro na aprendizagem;
mesmo tempo, devemos considerar que a própria • é uma testemunha privilegiada do embate
dinâmica de interação com os participantes poderá entre o mediado e o ambiente;
encadear novos questionamentos. • é um observador do comportamento do
mediado, avaliando-o e favorecendo seu
Com a continuidade do trabalho de mediação, progresso, sua melhoria no pensar;
o participante conquistará mais autonomia em • instaura uma relação de ajuda, e não de
relação ao seu aprendizado, e o instrutor observará coerção;
que a sua intervenção se tornará menos necessária. • assume a tarefa essencial de organizar o
contexto, imaginando e propondo situações-
Ao planejar uma intervenção mediadora, é problema adequadas;
fundamental que o instrutor o faça de forma gradativa, • consegue se colocar no lugar do outro,
considerando sua experiência profissional, a natureza perceber sua lógica e suas intenções.
________________________________________________________________________
26
SENAI/DN. Metodologias Senai para formação profissional com base em competências: norteador da prática pedagógica.
Senai/DN. 3. ed. Brasília, 2009.
Há uma diversidade de significados para o termo Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)28 e
competências, conferindo a ele uma característica vem sendo adotado nos âmbitos tanto da educação
polissêmica. A esse respeito, Depresbiteris27 geral quanto da educação profissional.
apresenta vários exemplos, entre eles os de que,
na perspectiva popular, o termo competência é Na verdade, por sua própria natureza, a educação
usado como “ser capaz de fazer algo de modo bem- profissional sempre teve grande proximidade com
feito”. Já na perspectiva jurídica é entendido como a o conceito de competência profissional, visto que
faculdade concedida por lei a um funcionário, juiz ou o desenvolvimento de habilidades não somente
tribunal, para apreciar e julgar certas ações. Outros cognitivas é fundamental – trata-se do saber-fazer.
exemplos poderiam ser citados, uma vez que o A diferença, quando se fala em competência,
termo competências adquire conotações diferentes é que nesta o ponto essencial é a mobilização
dependendo do contexto em que é utilizado. de saberes, a sua integração. Por isso, não
se confunde a concepção de competências
Um dos pioneiros a usar o termo competência com o que se denominava metodologia CHA
no âmbito da educação foi Noam Chomsky, em 1971, (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes),
que considerava que as pessoas nascem com uma porque a mobilização e a integração de saberes
competência linguística, um potencial biológico não eram expressamente previstas.
inerente à espécie humana. Para ele, competência é
diferente de desempenho: a competência representa Além disso, a formação profissional era centrada
o que a pessoa pode realizar idealmente, conforme em conhecimentos (saber) e habilidades (saber-fazer),
o seu potencial, e para medi-la é necessário observar com pouca ênfase no desenvolvimento de atitudes
vários desempenhos; já o desempenho está (saber ser e conviver). Estas eram desenvolvidas
estreitamente relacionado a um comportamento apenas para transmitir os direitos e deveres
observável, e é uma ação datada, pontual. do trabalhador e questões relativas à higiene e
segurança do trabalho, e não para o desenvolvimento
Na educação geral, as competências constituem das chamadas capacidades de gestão, tão necessárias
instrumentos importantes para o aprender a no mundo atual. Além disso, a formação profissional
aprender: por exemplo, diferenciar, identificar, era mais voltada ao posto de trabalho do que ao
classificar, analisar, sintetizar e resolver problemas, desenvolvimento da pessoa.
entre outras. Elas têm complexidades diferentes
- dialogar, por exemplo, requer a mobilização Nesse sentido, Yves Lichtenberger (revista Formation
de competências tais como saber se expressar Emploi – 1999) aponta que, ao contrário do que
claramente e fazer uso da linguagem corretamente. acontece com o termo qualificação, a competência
Por outro lado, argumentar é uma competência indica, sem ambiguidade, uma caracterização do
mais complexa, porque exige outras competências, trabalhador, e não do posto de trabalho – pode-se
tais como a de expor e a de defender uma ideia. falar de um posto de trabalho ou de um emprego
qualificado, mas não de um posto de trabalho ou
O surgimento do termo vem como proposta emprego competente. A competência é centrada
de superação de uma prática educativa voltada a na pessoa, e, se o posto de trabalho deixar de existir, a
transmitir conteúdos, afastada do desenvolvimento competência permanece com ela.
da capacidade de aplicá-los. A abordagem das
competências vem, principalmente, como uma Há educadores que veem a formação com base
forma de atribuir significado ao que se aprende. em competências como modismo. Um documento
da OIT/Cinterfor afirma: “Inovações como o enfoque
No Brasil, o enfoque em competências se fez de competências na formação, a formação modular,
presente na legislação educacional a partir da Lei de a avaliação baseada em critérios, o uso das TIC29 na
________________________________________________________________________
27
DEPRESBITERIS, Lea. Avaliação na educação profissional: a busca da integração de saberes. Pinhais: Ed. Melo, 2011.
28
BRASIL. Lei Federal n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional – LDB.
29
Tecnologia da Informação e Comunicação.
As mudanças na educação mundial nos últimos anos implicam a mudança de uma educação
centrada na aquisição de conhecimentos para um enfoque orientado ao desenvolvimento
de competências. Define-se competência como a habilidade de mobilizar adequadamente
um conjunto de conhecimentos, capacidades, habilidades e atitudes necessários para
realizar atividades diversas com certo nível de qualidade e eficácia. É preciso ter mais do que
conhecimento teórico: são necessárias habilidades (saber fazer), atitudes e condutas (saber
estar, saber ser) integradas ao conhecimento30.
1. CONHECIMENTO: Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social,
cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. PENSAMENTO CRÍTICO E CRIATIVO: Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas,
elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
3. REPERTÓRIO CULTURAL: Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais,
e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. COMUNICAÇÃO: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos
que levem ao entendimento mútuo.
5. CULTURA DIGITAL: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar
e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida
pessoal e coletiva.
6. TRABALHO E PROJETO DE VIDA: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de
conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica
e responsabilidade.
7. ARGUMENTAÇÃO: Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação
ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO: Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas.
9. EMPATIA E COOPERAÇÃO: Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de
grupos sociais, seu saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
________________________________________________________________________
30
BISQUERRA, Rafael. Psicopedagogia de las emociones. Madri: Síntesis, 2009.
________________________________________________________________________
31
Herramientas básicas para el diseño e implementación de marcos de cualificaciones – Guía de trabajo. OIT/Cinterfor. 2010.
32
Essa definição converge para as definições da OIT e da legislação educacional do Brasil. Na Recomendação 195/2004, da OIT,
o termo competência abarca os conhecimentos, as atitudes profissionais e o saber fazer que se dominam e aplicam em
um contexto específico. Nas diretrizes curriculares nacionais para a educação profissional técnica de nível médio, a expressão
competência profissional é entendida como a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação conhecimentos,
habilidades, valores, atitudes e emoções necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas
pela natureza do trabalho.
COMPETÊNCIAS
EMOCIONAIS
COMPETÊNCIA SOCIAL REGULAÇÃO EMOCIONAL
capacidade para manter boas capacidade de lidar com as
relações com as outras pessoas. emoções de maneira apropriada.
AUTONOMIA EMOCIONAL
conjunto de características e elementos relacionados com a gestão de si, incluindo
autoestima, atitude positiva perante a vida, responsabilidade, capacidade de analisar
criticamente as normas sociais, capacidade de buscar ajuda e autoeficácia emocional.
A primeira, consciência emocional, consiste em não confundir regulação emocional com repressão.
conhecer as próprias emoções e as dos demais. Isso A regulação consiste em um difícil equilíbrio
pode ser conseguido por meio da observação do entre a repressão e o descontrole emocional. São
próprio comportamento, bem como o das pessoas componentes importantes da habilidade de regular
que nos rodeiam. Supõe também saber distinguir as emoções: a tolerância à frustração, o manejo
entre pensamentos, ações e emoções; compreender da raiva, a habilidade de adiar gratificações e o
as causas e consequências das emoções; avaliar desenvolvimento da empatia.
sua intensidade; reconhecer e utilizar a linguagem
tanto verbal como não verbal. É imprescindível A autonomia emocional diz respeito à
ressaltar que a consciência emocional é o primeiro capacidade de não se ver seriamente afetado pelos
passo, isto é, o ponto de partida que impulsiona o estímulos do entorno. Trata-se da dialética tarefa
desenvolvimento das demais. de reduzir nossa vulnerabilidade ao entorno, ao
passo que preservamos a sensibilidade, mantendo
A segunda, regulação emocional, significa um equilíbrio entre a dependência emocional e a
dar uma resposta apropriada às emoções que desvinculação. Isso requer uma autoestima saudável,
experimentamos. É importante estar atento para autoconfiança, automotivação e responsabilidade.
________________________________________________________________________
33
BISQUERRA, Rafael. Psicopedagogia de las emociones. Madri: Síntesis, 2009.
________________________________________________________________________
34
SENAI. DN. Metodologias Senai para formação profissional com base em competências. Senai/DN. 3. ed. Brasília, 2009.
35
O Comitê Técnico Setorial é instituído no âmbito da entidade formadora por representantes do mercado, indicados por sua expertise
e por sua atuação profissional na área produtiva almejada. É o fórum em que os temas pertinentes à capacitação do trabalhador e do
produtor rural serão levantados para compor o perfil profissional que servirá como base para a oferta formativa.
Assim como na educação regular, a educação que busca dotar os participantes de condições
profissional também contempla os processos de intelectuais para dominar e aplicar conhecimentos e
ensino e aprendizagem, ambos permeados pelo habilidades e desenvolver atitudes sociais e atitudes
processo de avaliação. São processos distintos, inerentes à atividade profissional.
que não se confundem, mas indissociáveis na ação
educativa, pois estão intimamente relacionados. Ensinar, portanto, é o ato de facilitar a
aprendizagem. Para tanto, é necessário que o
instrutor adote as posturas a seguir.
O processo de avaliação complementa o
processo educativo. Deve ser visto como • Saiba que a sua atividade é socioeducativa
meio de coleta de informações para a e que a sua ação influi sobre os
melhoria do ensino e da aprendizagem, acontecimentos em seu meio. Essa
tendo funções de orientação e de apoio, e ação só pode ser valiosa se o instrutor
não de punição ou simples decisão final a participar ativa e conscientemente
respeito do desempenho do aluno. desses processos, beneficiando-se
das trocas tanto quanto os alunos.
________________________________________________________________________
36
O participante dos cursos ou programas do SENAR muitas vezes é o trabalhador ou o produtor e, mesmo que tenha tido poucas
oportunidades de educação escolar, certamente tem o que se denomina competências tácitas, ou seja, adquiridas ao longo da vida e
do trabalho.
________________________________________________________________________
37
BLOOM, Benjamin S. et al. Taxonomia dos objetivos educacionais. São Paulo: Editora Globo, 1983.
________________________________________________________________________
38
DEPRESBITERIS, Lea. Avaliação na educação profissional: a busca da integração de saberes. Pinhais: Editora Melo, 2011.
39
PEREIRA, Camila. Veja entrevista: Eric Hanushek. Veja, 13 set. 2008. Disponível em: http://arquivoetc.blogspot.com/2008/09/veja-entrevista-
eric-hanushek.html. Acesso em: 28 set. 2021.
40
PERRENOUD, Phillipe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000.
• Agir como facilitador para traduzir teorias em • Buscar agir com humildade, sabendo colocar seus
ações práticas e vice-versa. conhecimentos sem arrogância e tendo coragem de dizer
que irá pesquisar e informar-se sobre o que não sabe.
• Estimular a pesquisa, a criatividade e o
desenvolvimento de comportamentos éticos. • Ser honesto com seus princípios e atitudes para
poder inspirar a confiança dos outros, considerando
• Propor situações-problema ajustadas ao nível ser exemplo a ser seguido.
e às possibilidades da clientela e ao meio no qual a
aprendizagem é desenvolvida. • Valorizar o desenvolvimento sustentável e a
preservação ambiental, incluindo a conservação de
• Utilizar novas tecnologias, explorando instrumentos de trabalho.
as potencialidades didáticas dos cursos e dos
programas. • Estar atento à questão da ética no exercício do
seu trabalho e na relação com as pessoas.
• Estar seguro de que seus objetivos pessoais
e profissionais estão em consonância com os • Desenvolver o senso de responsabilidade e de
objetivos da organização para a qual trabalha e da solidariedade e o sentimento de justiça.
clientela a que atende.
• Administrar a própria formação continuada.
8. Avalie o
desempenho
(recuperação).
9. Aumente a
retenção e a
transferência
(generalização).
COMO AS APLICAÇÃO
INFLUÊNCIAS
TEORIAS PESSOAS DAS TEORIAS NA PRÁTICA
TEÓRICAS
APRENDEM NA EDUCAÇÃO
1. Adeque a
CONSTRUTIVISMO Jean Piaget, Aprendizagem como Maior ênfase na linguagem científica
Lev Vygotsky e construção mental aprendizagem, à vivência do
Na abordagem seus seguidores e personalizada pelo e não no participante.
construtivista, a (Alexander sujeito que aprende, desempenho.
aprendizagem se Luria e Alexei dimensionada pelas Os recursos e 2. Promova um
dá na interação Leontiev) experiências prévias, estratégias devem ambiente de trocas e
entre o aluno e o estruturas mentais e ser vistos como interações entre todas
conhecimento. Assim, crenças que utiliza para ferramentas as pessoas, propondo a
os ambientes devem interpretar objetos pedagógicas para resolução de questões
propiciar que os e eventos, o que a criação de um contextualizadas e
aprendizes explorem determina que uma ambiente interativo significativas.
as mais diferenciadas mesma informação que, através de
possibilidades pode ser aprendida de determinada 3. Não especifique
de manipulação formas distintas. situação-problema, totalmente o
das informações, permita ao conteúdo, pois os
favorecendo a Zona de aprendiz explorar, aprendizes precisam
construção de Desenvolvimento investigar, analisar, construir suas próprias
significados em Proximal. [É um levantar hipóteses compreensões.
múltiplas perspectivas. conceito do teórico e testá-las, de Um conjunto de
A maioria dos da aprendizagem modo a construir informações básicas
autores considera russo Lev Vygotsky. o seu próprio pode ser oferecido, mas
que as abordagens Significa que, antes de conhecimento. o participante deve ser
construtivistas são as uma criança consolidar encorajado a pesquisar
mais adequadas para uma competência e a aprofundar seus
os estudantes que já nova e desempenhá-la conhecimentos e
possuem informações de modo autônomo posicionamentos.
básicas sobre os ou independente,
conteúdos a serem ela precisa do apoio 4. Especifique os
aprendidos. de um adulto. O que objetivos: ao se pensar
é feito na presença, nas taxonomias de
com a supervisão e o objetivos educacionais,
apoio do adulto está a função de análise é
dentro desta “zona o principal objetivo de
de desenvolvimento aprendizagem em cada
proximal”, e poderá ser domínio. As estratégias
consolidado para que a devem orientar o
criança, no futuro, atue participante a refletir
sozinha.] e analisar o que está
sendo proposto
Sociointeracionismo (o como objetivo de
meio exerce influência aprendizagem.
sobre a construção da
aprendizagem humana). 5. Construa ambientes
Os estudantes em que os aprendizes
possuem perspectivas explorem diferenciadas
individuais e únicas possibilidades de
de aprendizagem. O manipulação das
foco deve estar em informações, facilitando
suas capacidades assim a construção
mentais de acomodação de significados em
e assimilação de múltiplas perspectivas,
informações por meio além da resolução
de atividades ativas dos problemas e da
e contextualizadas. superação dos desafios
Estímulos à reflexão, baseados no mundo
à tomada de decisões, real.
à manifestação de
opiniões e a interações 6. Avalie a
com os demais aprendizagem com
participantes são flexibilidade para
estratégias a serem acomodar diferentes
perseguidas pelos formas de percepção
Desenvolvedores dos conteúdos. A
Instrucionais (DI) nesse avaliação deve também
contexto. incluir a autoavaliação.
Contrapõe a
TEORIAS CRÍTICAS Henry Giroux, Necessidade visão generalista 1. Promova a constante
PÓS-MODERNAS Peter McLaren, de considerar e redutora do reflexão entre a
Anthony a experiência pensamento teoria e a aplicação
Apresentam Giddens, individual e moderno. Os prática, atividades
contextualizadas,
prescrições e relatos Rouanet etc. particular de recursos e as
o encorajamento à
universais para as cada pessoa, estratégias didáticas experimentação e à
pessoas de todas sua história de devem ser adotados descoberta individuais
as idades, culturas vida, as relações visando favorecer e/ou compartilhadas.
e formações. No cotidianas, as a aprendizagem
campo da educação, inteligências de todos, 2. Promova a
preocupam-se com múltiplas e as buscando apoiar reavaliação dos
as esferas pessoais, diferenças. a aprendizagem paradigmas teóricos.
sociais, culturais independentemente
e intelectuais que do estilo, do ritmo 3. Faça uma
sistematização,
compõem cada aluno. e das necessidades
uma ordenação
pessoais. das explicações de
Modelos processuais fenômenos novos que
são vistos como surgem na sociedade:
flexíveis e mutáveis. o efêmero, o modismo,
Técnicas de projeto a cultura do consumo,
participativo incluem a emergência de novos
professores e alunos sujeitos sociais etc.
como parte da equipe
que constrói e realiza 4. Apresente um
mapeamento das
o projeto.
transformações que
vão ocorrendo no
mundo contemporâneo
(e que caracterizam
a chamada “condição
pós-moderna”) para
aguçar a consciência
dos que se propõem a
se manter dentro de um
posicionamento crítico.
Como pudemos ver, a cada passo de um planejamento Nenhum treinamento pode ser totalmente
instrucional, seja na elaboração dos objetivos behaviorista, cognitivista ou construtivista,
instrucionais e na determinação da abrangência e pois mesclar as teorias de aprendizagem
profundidade dos conteúdos correspondentes ou possibilita obter o melhor resultado. Você deve
na escolha das técnicas instrucionais e das formas de estar abertoàs correntes pedagógicas e utilizar
avaliação, seremos inspirados por fontes teóricas que referências de cada uma, de forma a elaborar
constataram empiricamente os caminhos que podem um plano instrucional completo, didático e
levar ao sucesso da intervenção educativa. dinâmico.
Planejamento de ensino
e plano instrucional
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // METODOLOGIA DE ENSINO DO SENAR - FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL E PROMOÇÃO SOCIAL 65
Sabe-se que o ato de planejar permeia todas as se mais difícil se sentir útil, capaz e realizado, e isso
áreas de atividade do ser humano. As mudanças na afeta gravemente nosso próprio senso de bem-
ciência, na tecnologia e na organização do trabalho, estar. Parafraseando o gato Cheshire: “Se você não
cada dia mais velozes, e as questões sociais, políticas sabe para onde ir, qualquer caminho serve”.
e econômicas requerem dos profissionais uma ação
consciente e competente de planejamento. A ideia de planejamento é inseparável da
ideia de processo, que, por sua vez, implica ações
progressivas tendo em vista um resultado.
VIVER REQUER PLANEJAMENTO
O planejamento consiste em um processo
Entre as competências socioemocionais, contínuo que se preocupa com “para onde ir” e
há as habilidades de vida e bem-estar. Um “quais as maneiras adequadas de chegar lá”, tendo
dos componentes dessas habilidades é a em vista a situação presente e as possibilidades
capacidade de estabelecer planos ou metas futuras. Portanto, permite:
adaptativos e realistas, ou seja, ter um
projeto de vida. Para ilustrar a importância do • o estabelecimento de uma situação futura
planejamento para a vida, veja um trecho de desejada;
Alice no País das Maravilhas: • a coordenação e o controle das decisões
tomadas;
Alice perguntou: • as condições de escolher os meios mais
eficazes para o alcance do objetivo;
– Gato Cheshire... Pode me dizer qual o • a indução a maior responsabilidade, precisão
caminho que eu devo tomar? e coerência na execução da ação/atividade; e
– Isso depende muito do lugar para onde • o maior controle de possíveis falhas e
você quer ir – disse o Gato. insucessos.
– Eu não sei para onde ir! – disse Alice.
– Se você não sabe para onde ir, qualquer
caminho serve Planejamento é um processo que visa a
ordenação do curso das ações/atividades e
a racionalização de recursos para que sejam
A vida é complexa, cheia de imprevistos que alcançados objetivos previamente fixados.
podem desafiar sua capacidade de fazer planos, É um processo mental que requer análise,
segui-los ou de produzir sentidos que nos satisfaçam. reflexão e previsão, preparando um conjunto
Pode ser muito útil pensar na vida com base na de decisões com vistas à ação posterior para
metáfora do “caminho”, e não somente na “chegada”. alcançar determinados objetivos.
Existem imprevistos que podem desviá-lo de onde
queria ter chegado, mas isso não quer dizer que você
tenha perdido a viagem ou que não possa desfrutar A reflexão é um ponto fundamental no
da paisagem da caminhada. momento do planejamento. No caso específico
do planejamento de ensino, você deve contar
É por meio dos equívocos e das tentativas e com referenciais metodológicos que contemplem
erros que você pode ter experiências e aprendizados fundamentos de educação e teorias de
surpreendentes. Erros de rota permitiram aos aprendizagem. Deve buscar, também, aspectos
navegantes esbarrarem em continentes que não mais específicos ligados à realidade em que irá
conheciam, e foi a partir de “efeitos colaterais” trabalhar, tais como características, expectativas,
que muitos dos medicamentos disponíveis hoje ideias e valores dos participantes, características
no mercado foram descobertos. Estabelecer e expectativas do SENAR, dados do mercado de
determinados objetivos e alcançar outros acontece trabalho e da comunidade local e regional.
muito e pode ser igualmente bom – ou até melhor!
Uma das primeiras atividades do instrutor, no
Mas uma coisa é certa: não se pode desfrutar da momento do planejamento, é identificar em qual das
vida plenamente sem um senso de progresso, de vertentes (FPR ou PS) se insere o programa ou curso
desenvolvimento ou de propósito. Sem isso, torna- que ministrará, conforme mostram os quadros a seguir.
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO
ÁREAS DE ATIVIDADES CARÁTER
(TIPO DE PROGRAMAÇÃO)
Curso
Seminário Educativo
ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
Palestra Preventivo
Encontro
Dia Especial Educativo
APOIO ÀS COMUNIDADES
Encontro Preventivo
RURAIS
Palestra Atendimento
Educativo
Treinamento
ARTESANATO Cultural
Oficina
Econômico
Dia Especial Cultural
CULTURA Encontro Educativo
Oficina Recreativo
Curso
Encontro
Educativo
Palestra
EDUCAÇÃO Participativo
Programa
Preventivo
Seminário
Oficina
Curso
Campanha
Educativo
Encontro
SAÚDE Preventivo
Palestra
Atendimento
Seminário
Programa
2 – Plano instrucional
Deve ser elaborado a partir da identificação de necessidades. Para isso, o instrutor deve receber
informações prévias que permitirão a sua adequação à realidade concreta dos participantes.
Deve ser específico para cada ação da FPR e atividade de PS, em decorrência das peculiaridades que
cada uma apresenta.
• conteúdo;
• técnicas instrucionais;
• procedimentos de avaliação;
• carga horária.
Deve conter na capa algumas informações que auxiliam o instrutor no planejamento e na execução
das ações/atividades.
Os planos instrucionais da FPR e da PS devem conter, ainda, os seguintes dados dos participantes:
quantidade, faixa etária, sexo, raça ou cor, grau de escolaridade, clientela, e, caso haja participação de
pessoas com necessidades especiais, quais são essas necessidades.
________________________________________________________________________
43
Ocupação é uma atividade profissional que decorre de uma área ou família ocupacional. Segundo o MTE, a ocupação surge da
agregação de situações similares de emprego e/ou trabalho. (MTE/CBO, 2002).
44
Qualificação, no âmbito da educação profissional, tem estreita ligação com o nível de formação da educação profissional. Por exemplo,
a qualificação profissional básica e a aprendizagem rural estão na modalidade formação inicial.
Natureza da programação:
Família ocupacional (CBO): ______________________________________________________
( ) Aprendizagem Profissional rural
Título da ocupação (CBO): _______________________________________________________
( ) Qualificação profissional básica
( ) Aperfeiçoamento
( ) Atualização
( ) Especialização
Tipo da programação:
( ) Treinamento
( ) Curso
INSTRUTOR
Nome: ______________________________________________________________________________________________________________________________
Profissão: ___________________________________________________________________________________________________________________________
PARTICIPANTES
Nº de participantes: _________________________________________________ Produtores rurais: _______________________________________
Ensino fundamental completo: ___________ Incompleto: _______________ De 16 a 18 anos: ____________ Acima de 18 anos: __________
Data de elaboração do plano: Carga horária total: Local de realização da ação: _______________________________
Carga horária
Recursos instrucionais
Avaliação
Técnicas Instrucionais
Conteúdo
2.1-
3.1-
1.1-
Objetivos específicos
OBJETIVO GERAL:
2-
3-
1-
___________________________________________________________________________________ ___________________________________________
___________________________________________________________________________________ ___________________________________________
___________________________________________________________________________________ ___________________________________________
INSTRUTOR
Nome: ______________________________________________________________________________________________________________________________
Profissão: ___________________________________________________________________________________________________________________________
PARTICIPANTES
Ensino fundamental completo: ___________ Incompleto: _______________ De 16 a 18 anos: ____________ Acima de 18 anos: __________
Data de elaboração do plano: Carga horária total: Local de realização da ação: _______________________________
Carga horária
Recursos instrucionais
Avaliação
Técnicas Instrucionais
Conteúdo
2.1-
3.1-
1.1-
Objetivos específicos
OBJETIVO GERAL:
2-
3-
1-
• Aplicação é o nível que supõe que, com base O gráfico a seguir mostra os níveis de
na compreensão de certos conhecimentos, o desempenho propostos associados aos níveis de
participante aplique em situações novas ou autonomia e capacidade crítica.
Maior
6 - Avaliação
5 - Síntese
4 - Análise
3 - Aplicação
2 - Compreensão
1 - Conhecimento
O gráfico mostra que quanto mais complexo o do aluno. Para facilitar a definição dos objetivos do
nível de desempenho atingido, maiores a autonomia, domínio cognitivo, apresentam-se, no ANEXO I,
a participação e a capacidade crítica. No processo de sugestões de verbos que podem ser utilizados.
ensino e aprendizagem, é desejável que se desenvolvam
níveis de desempenho mais complexos, considerando Quanto ao domínio psicomotor, relacionado
o grau de desenvolvimento dos participantes. às habilidades motoras, pode-se dizer que o nível de
desempenho está diretamente ligado à aplicação
Na prática, muitas vezes é difícil precisar os limites prática, embora essa aplicação possa ter característica
entre os níveis de desempenho. A maior preocupação de imitação, quando o aluno reproduz cada passo de
do instrutor não deve ser distinguir rigorosamente um uma habilidade com assistência constante do instrutor;
nível de outro, mas sim buscar, sempre que possível, de repetição, quando pratica uma habilidade várias
desempenhos mais complexos e criativos por parte vezes; de domínio, quando executa uma habilidade
________________________________________________________________________
45
CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly. A descoberta do fluxo: a psicologia do envolvimento com a vida. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
EXEMPLOS
DOMÍNIOS DA
AÇÃO CONDIÇÃO CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
APRENDIZAGEM
1) Citar as diferenças
básicas entre o ...no aspecto da sua ...obedecendo à legislação
COGNITIVO
associativismo e o formalização... vigente.
cooperativismo...
2) Partilhar experiências
...de propriedades ...colaborando com o
AFETIVO sobre a administração
familiares... desenvolvimento do grupo.
rural...
...deslizando-a sobre a
...utilizando canivete de
PSICOMOTOR 3) Introduzir a borbulha... lâmina e obtendo encaixe
enxertia...
perfeito na incisão.
Exemplos de objetivos
Exemplo 3 – Promoção
2.2. Conteúdo
O conceito crítico é aquele em que o conteúdo Significação – Deve ser adequado às expectativas
se constitui não somente da “matéria” ou conteúdo e experiências dos participantes e vinculado à sua
ocupacional (tarefas e operações), mas também realidade, sua vivência, seus interesses e sua cultura,
incorpora as condições sociais e pessoais em de modo que ele possa aprofundar o conhecimento
todos os elementos dos processos de ensino e por iniciativa própria.
aprendizagem.
Utilidade – Refere-se à aplicabilidade do
Propomos o conceito crítico por entendermos conhecimento, propiciando o seu uso posterior
que o conteúdo não pode ser considerado uma carga em situações novas, contribuindo para a tomada
a ser transportada de um lugar a outro, como se o de decisão e para a solução de problemas reais do
instrutor fosse o doador do saber e o participante, um cotidiano de trabalho.
mero receptor. Ele é dinâmico e fundamentalmente
histórico e variável. Não se pode determinar o Critérios básicos para a organização do
conteúdo com contornos definidos e estáticos, e conteúdo
sim permitir acréscimos e supressões, agregando-se
elementos pessoais e sociais. Ainda que previamente Delineamos a seguir os critérios básicos a serem
planejado, ele deve ser desenvolvido conforme as considerados na organização dos conteúdos.
características da clientela do evento.
Logicidade – Corresponde à sequência lógica
O conteúdo deve estar presente em cada ação do em que devem ser organizados para possibilitar
instrutor, nos processos de ensino, aprendizagem e o crescimento acumulativo do participante em
avaliação. Está interligado, associa-se às técnicas de relação aos objetivos propostos.
ensino e interage com elas, indicando quais delas (formas
de desenvolvimento do conteúdo) serão utilizadas. Continuidade – Intimamente relacionada à
logicidade, é a articulação e a conexão entre os
Identificamos e definimos o conteúdo tendo em novos conhecimentos e os anteriores, como em
vista o alcance do objetivo geral e dos objetivos uma cadeia na qual cada elo se encaixa aos já
específicos, considerando a modalidade, o tipo e a existentes, de forma que nenhum conhecimento
natureza da programação, o diagnóstico da realidade fique estanque.
e das necessidades da clientela, abrangendo os
conhecimentos, habilidades e atitudes definidos Gradualidade – Refere-se basicamente ao
para cada um dos objetivos específicos. processo de ensino em pequenas etapas. Diz respeito
à distribuição adequada, em quantidade e qualidade,
Critérios para seleção do conteúdo dos conhecimentos, das habilidades e das atitudes
referentes ao trabalho ou sociais. Visa atender às
Os conteúdos devem ser selecionados de acordo possibilidades de realização do aluno, de modo a
com critérios que permitam o alcance dos objetivos desafiá-lo em níveis crescentes de dificuldades.
educacionais: validade, flexibilidade, significação e
utilidade.
Você se lembra dos processos gerais pelos
Validade – A coerência, adequação e vínculo que quais os adultos adquirem conhecimento?
o conteúdo mantém com os objetivos propostos, Organizar conteúdos para as aulas pode
devendo estar atualizado. ser mais fácil se você os levar em conta!
Para refrescar a memória, que tal rever o
Flexibilidade – Deve permitir alterações, infográfico sobre aprendizagens significativas
adaptações, renovações e enriquecimento em na página 24?
Além dos critérios considerados básicos, outros meio ambiente e ao conforto, dignidade e
aspectos importantes devem estar contidos no redução máxima possível do sofrimento dos
conteúdo, tais como: animais em todas as ocasiões;
1. Participação em igualdade de condições Às vezes, isso surge naturalmente; outras vezes, você
Uma peça-chave dos esforços colaborativos é a pode pedir por isso e orientar. Receber o feedback e, em
sensação clara de que todos os participantes estão seguida, incorporá-lo são componentes vitais, nenhum
em igualdade de condições, ou seja, que todos sejam deles necessariamente fácil de implementar. Pedimos
igualmente valorizados e são importantes. aos participantes que nos enviem suas expectativas e
esperanças antes de virem, o que nos ajuda a projetar
2. Crie uma coorte o evento de acordo com os interesses deles, embora
O efeito de coorte é profundo. Quando as permaneçamos abertos. As expectativas vão mudando
pessoas se reúnem para uma experiência comum, conforme o grupo e as pessoas se aproximam e aprendem.
especialmente quando é intensa, o grupo pode se
tornar uma influência poderosa sobre os seus próprios 7. Resultados duradouros
membros e o seu ambiente. Uma coorte desenvolve A colaboração é, às vezes, considerada algo “do
uma sensibilidade às necessidades individuais de seus momento”, sem implicações futuras. No entanto,
membros também quanto ao que o grupo exige para ela tem uma história, um presente e um futuro – um
reter seu valor e integridade. Os indivíduos tornam-se componente do “mundo real” com sua própria ação. A
parte de algo maior do que eles. prática pode ser seguida durante reuniões face a face
ou atualizações regulares ou comunicações por e-mail,
3. Interseções: conexões pessoais e profissionais incluindo, juntar-se a outros em projetos ou pesquisas
Quando um profissional está “fazendo” seu trabalho, internacionais, apresentar colegas e conhecimentos a
ele também está presente como pessoa. A abordagem novos colegas, ou a implementação, à nossa prática
de que nossas ideias e pontos de vista pessoais podem diária, das ideias adquiridas durante os encontros. As
ser isolados de nossas tarefas profissionais é bastante novas relações de amizade e trabalho são mantidas à
problemática. Afirmar que nossa visão e postura podem medida que alguns participantes implementam formas
permanecer fora da sala de aula, espaço organizacional de colaborar, por exemplo, através da comunicação
ou de trabalho é, sem dúvida, uma ficção. Podemos até pela internet, consultando-se mutuamente em projetos
tentar minimizar nossas atitudes e opiniões pessoais, de pesquisa. Em outras palavras, os participantes são
mas nossa capacidade de conseguir isso é limitada, e integrados em uma comunidade colaborativa global.
elas sempre vêm à tona – isso pode ser um fator que
humaniza e cria vínculos com as pessoas. 8. Aprendizagem por meio da arte, música,
cultura, tradições populares
4. Hospitalidade Um dos grandes benefícios que a colaboração
“Sai caro ser barato” significa que, quando apresenta é lidar com a diversidade. A diversidade traz
abrimos mão da hospitalidade e da generosidade em o desconhecido, obriga-nos a prestar mais atenção,
termos de comida, comemorações, festas e recepções, estimula a nossa criatividade, dá-nos energia. Nossos
desistimos de ter pessoas reunidas em um ambiente esforços e discussões colaborativas nos levam a dialogar
de interação informal, próxima e pessoal. com praticantes de várias expressões culturais, trocando
ideias e visões. Essas trocas expandem qualitativa e
5. Lugar apropriado e cômodo quantitativamente nossa experiência profissional.
O desenvolvimento de bons relacionamentos
e conversas, que constituem a base de colaboração, 9. Abertura, que nos permite fazer o que a
só ocorrerá se for tomado um cuidado especial em ocasião merece
estabelecer o contexto da colaboração, bem como Abertura é a criação e manutenção de um
se houver uma atenção especial à forma de criar ambiente aberto, livre, criativo e respeitoso, em que a
a hospitalidade. É difícil, por exemplo, conseguir flexibilidade e atividades espontâneas são bem-vindas.
conversas significativas em uma sala fria ou quente Abertura para responder às necessidades de mudança
demais, estéril, ou onde as pessoas não possam falar e ser capaz de aproveitar oportunidades emergentes e
umas com as outras de frente. até inesperadas. A atitude e um ambiente de abertura
promovem e oferecem boas oportunidades para
6. Retroalimentação e ajustes estabelecer ações mutuamente coordenadas, em que a
A colaboração requer a capacidade de receber bem responsabilidade é compartilhada. Não é um “vale tudo
o feedback (retroalimentação) e colocá-lo em bom uso. e vamos ver o que acontece”.
________________________________________________________________________
46
LONDON, Sylvia. Guides for collaborating. International Journal of Collaborative Practices, Londres, n. 1, ano 1, 2009. p. 1-8.
de questionamentos, para que a tarefa proposta Fase 3 – Aplicação prática pelo participante:
possa ser realizada a contento, considerando a
aprendizagem relativa aos domínios psicomotor, • levar cada participante a executar a operação
cognitivo e afetivo. Agindo dessa forma, estará passo a passo;
encorajando os participantes a expor suas ideias, a • supervisionar essa execução, dando
discordar, a argumentar, a expor os saberes deles, informações sobre o desempenho e
adquiridos nas experiências de vida e de trabalho. corrigindo, se necessário.
Fase 2 – Apresentação:
Cabe ao participante:
Cabe ao participante:
• Dominar procedimentos.
• Refletir, discutir, recorrer a fontes de
• Desenvolver a capacidade de aprender a
informação.
aprender.
• Buscar alternativas de solução.
• Encontrar soluções por si mesmo.
• Colocar em prática os conhecimentos
• Considerar conhecimentos e habilidades
adquiridos.
já desenvolvidos.
O caso: O problema:
• Busca compreender, explorar ou descrever • Busca aprender a aprender, solucionar ou
acontecimentos. resolver situações.
• Inclui análise e teoria. • Apresenta estratégias e prática.
Observações:
Observações:
• Técnica de domínio cognitivo.
• Técnica de domínio cognitivo.
• Aluno tem papel de protagonista no
• Aluno tem papel de protagonista no
processo ensino-aprendizagem.
processo ensino-aprendizagem.
• Pode ser utilizado na avaliação somativa,
• Pode ser utilizado na avaliação formativa,
pois requer uma consolidação maior de
considerado parte de um instrumento
conhecimentos e a transformação destes
necessário ao processo de aprendizagem e
na prática, propiciando o alcance do
alcance do objetivo específico.
objetivo geral.
• Exige maior tempo para seu
• Exige menor tempo para o
desenvolvimento.
desenvolvimento.
• Técnica socializante ou individualizante.
• Técnica socializante ou individualizante.
• Instrutor: mediador da aprendizagem.
• Instrutor: mediador da aprendizagem.
Essas duas metodologias de conversação têm funções e efeitos diferentes. Isso não quer dizer que um jeito seja
melhor que o outro. São apenas diferentes, e cada um tem seu momento. Vamos compará-las?
Discussão Diálogo
• Escutar para debater. • Escutar para compreender.
• Um lado ganha, o outro perde. • Ninguém está tentando ganhar.
• Um lado está certo, o outro errado. • Toda participação é acolhida sem avaliações
• Toma decisões. de certo/errado.
• Encerra questões • Compartilha significados e entendimentos
entre o grupo.
• Abre questões.
7. Trabalho em grupo
O MÉTODO CIENTÍFICO
Uma pesquisa simples pode ser proposta Suas características básicas são o desenvolvimento
em qualquer tipo de curso ou programa; já dentro de um período limitado de tempo, com início
uma pesquisa científica, que requer a coleta e término previamente estabelecidos, e objetivos
de informações sobre determinado assunto, o claramente definidos. A finalidade é gerar um produto
confronto entre os dados, a busca de evidências e ou serviço. Esses objetivos podem incluir, por exemplo,
o conhecimento teórico acumulado a respeito do a construção de um curral, o desenvolvimento de um
assunto em estudo, é mais indicada para cursos de protótipo de ferramenta, a realização de um evento. O
níveis mais elevados ou, pelo menos, de mais longa projeto só pode ser considerado terminado quando o seu
duração. produto ou serviço estiver completamente concluído.
PROJETO DE VIDA
Já ouviu falar em projeto de vida? É um conceito atual da educação, que, inclusive, pode
ser encontrado na BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Ele envolve a mobilização de
muitas competências formais e socioemocionais diferentes e, por isso, tem a ver com a
formação integral e com o desenvolvimento humano. As habilidades de sonhar, planejar,
reconhecer e exercitar os próprios recursos e potenciais, esforçar-se, motivar-se e ser
resiliente: tudo isso compreende um projeto de vida consistente.
Assim como o plantio requer planejamento (onde plantar, em que tipo de solo, em
que época, quanto tempo passará até a colheita e quais insumos são necessários para um
desenvolvimento pleno), o mesmo requer a vida para que se possa usufruir ao máximo o
que ela tem a oferecer. Afinal, só podemos colher o que foi planejado e plantado.
Você pode convidar os alunos a preencher este diagrama em forma de flor a seguir.
Encontrar respostas que satisfaçam simultaneamente estas quatro perguntas pode
ajudar muito no planejamento do plantio de uma vida plena!
C) Confortável, D) Entusiasmo e
mas sentimento complacência, mas
de vazio senso de incerteza
• Finalidades do projeto:
–– desenvolver a capacidade de Cabe a você, instrutor, favorecer a atitude de
planejamentoem situação autoavaliação dos participantes, que propicia a eles
contextualizada com o curso ou condições de mais autonomia, iniciativa e análise
programa; crítica em relação ao próprio aprendizado. Essa
–– estimular a reflexão e a previsão de autoavaliação pode ser realizada após uma atividade
consequências; ou ao término de um conjunto delas, e não há
–– desenvolver habilidades de design, de necessidade de se atribuir nota ou conceito a ela. O
criação de protótipo, de construção ou importante é que o participante reflita sobre o seu
de realização de plano para um evento; desempenho e verbalize isso de forma oral ou escrita,
–– desenvolver atitude analítica; abrindo espaço para um diálogo com o instrutor
–– desenvolver as capacidades de análise, de sobre suas percepções, dificuldades e autoestima.
síntese e de avaliação.
Para que esse diálogo ocorra da forma mais
Um projeto pode ser simples ou complexo, espontâneaeproveitosapossível,éimportanteconsiderar
conforme a proposta do instrutor, e pode ser o contexto em que os convites para autoavaliação dos
aplicado tanto na FPR quanto na PS. É uma técnica alunos serão feitos. Muitos deles podem se sentir mais
rica, pois leva o aluno a mobilizar competências à vontade para fazer a autoavaliação de seu próprio
para a sua consecução, mas precisa ser bem desempenho de modo mais reservado ou privado, sem
planejada. serem expostos ao grupo. Sabemos que as avaliações
têm potencial para causar muito desconforto social
Como já dito anteriormente, pode-se e emoções desagradáveis, como medo, culpa e
combinar mais de uma técnica para atingir vergonha, o que afeta negativamente a autoestima
determinados objetivos. Com as técnicas que e a aprendizagem. Tome os cuidados necessários
foram apresentadas e que, vale ressaltar, não para resguardar seus alunos nesses momentos,
se esgotam, pode-se citar como exemplo de propiciando que as avaliações cumpram papéis
combinação a proposta de um estudo de caso pedagógicos construtivos e positivos.
ou de uma situação-problema que pode ser
desenvolvido por meio de trabalho em grupo. O processo de avaliação do ensino e da aprendizagem
Outra combinação possível é o desenvolvimento tem duas vias: a análise do trabalho desenvolvido pelo
de um projeto que exige a realização de uma participante e a do trabalho executado pelo instrutor. Isso
pesquisa ou de um projeto formulado com base porque a avaliação da aprendizagem está diretamente
em uma situação-problema. Para isso, você vinculada à avaliação do próprio trabalho docente. Ao
precisa estar preparado e disposto a planejar avaliar o que o participante aprendeu, o instrutor avalia,
fazendo uso da reflexão e da criatividade. também, a sua eficácia no ato de ensinar.
A seguir, apresentamos um quadro que sintetiza informações sobre quem e o que avaliar.
O processo de avaliação pode ser dividido nas As informações obtidas sobre cada participante
três funções básicas a seguir. permitem ao instrutor executar a ação/atividade
com mais confiança, adequando conteúdos e
Avaliação diagnóstica – Realizada no início da fomentando a participação de todos. A avaliação
ação/atividade, verificando o nível de conhecimento e diagnóstica pode ser realizada também durante
outras características dos participantes, com a intenção o processo de ensino e aprendizagem, antes do
de identificar o perfil de entrada deles e providenciar início de um assunto novo, para verificar o que os
ajustes no plano instrucional, caso necessário. participantes já sabem sobre ele.
O quadro a seguir apresenta os pontos característicos de cada uma das funções da avaliação e sugere
algumas fontes de coleta de informações.
• Determinar a presença
ou a ausência de pré-
requisitos.
• Identificar interesses,
possibilidades,
• Observação
Diagnóstica potencialidades e
• Questionamento oral
(finalidades de informação outros problemas
• Exercício aplicado
e de orientação) específicos, tendo em
vista a adequação do
ensino.
• Identificar dificuldades
de aprendizagem e suas
possíveis causas.
• Fornecer informação
ao participante e ao
instrutor durante o
desenvolvimento de um
programa.
• Observação da
• Localizar acertos e
participação e do
Formativa erros do participante
desempenho
(finalidades de informação nas diversas
• Exercício aplicado
e de orientação) sequências, de modo
• Prova prática e teórica
a incentivar ou corrigir
• Autoavaliação
a aprendizagem
(recuperação).
• Corrigir deficiências
de programas e de
materiais.
1 - PONTUALIDADE
2 - ASSIDUIDADE
3 - INICIATIVA
4 - SOCIABILIDADE
2 - HABILIDADE MANIPULATIVA
Fazer uso dos conhecimentos na solução de problemas, observando as implicações ambientais, sociais e
econômicas.
5 - RITMO DE TRABALHO
Manter ritmo adequado ao desenvolvimento das atividades, considerando o tempo previsto pelo instrutor.
Os itens sugeridos para a observação de desempenho podem e devem ser adequados à natureza da
programação e ao tipo de curso a ser ministrado, uma vez que a gama de cursos e programas oferecidos
pelo SENAR é grande, abrangendo diferentes áreas profissionais, que congregam diversas linhas de ação.
Complementando as sugestões para registro de avaliação, apresentam-se mais dois exemplos de fichas
de registro. Uma destina-se à avaliação do alcance dos objetivos específicos pelos alunos/ participantes,
lembrando que o alcance desses objetivos conduz ao alcance do objetivo geral. Ela se encontra no ANEXO IV.
Observa-se que a lista de verificação relativa à observação de desempenho subsidia o preenchimento dessa
lista, que é mais abrangente. A outra é adequada para o aluno/participante registrar a autoavaliação, também
com base nos objetivos específicos. Encontra-se no ANEXO V e não precisa ser computada para nota.
Recursos Instrucionais
Ao propor uma atividade prática, você deve esta será realizada durante a ação da atividade. Ou
considerar que o tempo para a execução pelos seja, enquanto observa o participante realizando a
participantes será maior do que o tempo de que atividade, o instrutor automaticamente já realiza a
você precisou para realizá-la. Caso proponha uma avaliação da aprendizagem.
atividade prática que apenas três participantes irão
realizar, por exemplo, deve ser considerado o valor 3 Na exposição dinamizada, por outro lado,
para a quantidade de participantes (Q). você deve considerar o tempo em que realizará
o questionamento oral e o tempo de resposta do
Caso a atividade prática possa ser realizada por participante.
todos os participantes ao mesmo tempo, você deve
considerar 1 o valor para quantidade de participantes I = tempo estimado para imprevistos
(Q). Ou seja, você realizará a técnica da demonstração
e, em seguida, solicitará a todos os participantes que Para o cálculo de I, são considerados fatores que
realizem a atividade prática simultaneamente. influem na estimativa de tempo: os imprevistos
ligados à mobilização, à complexidade do conteúdo,
A = avaliação da aprendizagem à experiência do instrutor, ao apoio logístico e a
fatores climáticos, entre outros.
Trata-se de um processo contínuo que requer
especial atenção do instrutor. Ao utilizar a técnica Com base nesses dados, e sabendo que as ações/
da demonstração, você deve ater-se a todo o atividades devem atender a diferentes realidades, a
processo de prática do participante; assim, deve carga horária pode variar para cada situação ou para
ser considerado o valor 0 para a avaliação, já que cada turma.
Formação Profissional
Rural - Modelo Híbrido
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // METODOLOGIA DE ENSINO DO SENAR - FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL E PROMOÇÃO SOCIAL 105
Ao contrário, quando recorremos aos indicadores O Ensino Híbrido tem como foco a personalização,
educacionais, notamos que o aumento de dias letivos considerando que os recursos digitais são meios para
não significou melhoria nos níveis de aprendizagem que o participante aprenda, em seu ritmo e tempo,
– houve uma diminuição na década de 2000. Não se a fim de que possa ter um papel protagonista e que,
pode atribuir a queda de rendimento ao número de portanto, esteja no centro do processo. Para isso,
dias letivos, mas a sua ampliação não foi capaz de as experiências desenhadas para o on-line, além
elevar o nível de aprendizagem. de oferecerem possibilidades de interação com os
conhecimentos e o desenvolvimento de habilidades,
Embora essa verificação esteja relacionada também oferecem evidências de aprendizagem.
ao contexto da aprendizagem escolar, a reflexão
aplica-se a outras realidades educacionais. Aulas A partir dessas evidências, nos momentos em que
– aqui tratadas como exposição do instrutor com os participantes estão face a face com o instrutor,
o aluno assistindo passivamente – não produzem presencialmente, em uma sala de aula física, é possível
aprendizagem. A aula expositiva pode servir que o professor utilize as evidências coletadas para
como ferramenta útil em determinadas etapas do potencializar a aprendizagem de sua turma.
processo, mas por si só é insuficiente para que o
aluno aprenda bem. Tal como afirma Demo (2010), Para atingir essa proposta, há alguns modelos
“aprender não advém necessariamente de ensinar, defendidos por autores que publicaram pesquisas
porque é dinâmica de dentro para fora, tendo o sobre Ensino Híbrido (BACICH, TANZI NETO,
aprendiz na condição de sujeito, não de ouvinte”51. TREVISANI, 2015; HORN e STAKER, 2015; GARRISON
e VAUGHAN, 2008) e esses modelos podem ser
Se a aula expositiva, com a qual estamos analisados na imagem a seguir.
acostumados e que temos mais facilidade em
realizar, não garante a aprendizagem, o que devemos
fazer? Qual é o ambiente mais adequado para se “Híbrido significa misturado,
fazer aprender bem? Quais estratégias adotar? mesclado, blended. A educação sempre
foi misturada, híbrida, sempre combinou
Precisamos admitir que aprender é um vários espaços, tempos, atividades,
movimento que acontece de dentro para metodologias, públicos. Esse processo,
fora, e não ao contrário. Como já enfatizado, a agora, com a mobilidade e a conectividade,
aprendizagem não resulta somente de transmissão é muito mais perceptível, amplo e
de conhecimento, mas de participação. Um ambiente profundo: é um ecossistema mais aberto
ideal de aprendizagem pressupõe atividades em que e criativo. Podemos ensinar e aprender de
o aprendiz se sinta motivado e envolvido. É preciso inúmeras formas, em todos os momentos,
fazê-lo protagonista do processo, fomentando o em múltiplos espaços52”.
seu potencial de reconstrução, interpretação e,
________________________________________________________________________
51
DEMO, Pedro. Estudar, metodologia para quem quer aprender. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 18.
52
MORAN, José. Educação híbrida: um conceito chave para a educação, hoje, 2015. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-
content/uploads/2021/01/educação_híbrida.pdf Acesso em: 30 jun. 2021.
O modelo de ensino blended learning, ou ensino modalidades de aprendizagem. Esse modelo está
híbrido, vem sendo aplicado em algumas instituições dividido em quatro subgrupos:
de ensino e pode, também, apresentar as atividades
divididas em síncronas e assíncronas, conforme –– Rodízio entre estações;
Filipe e Orvalho (2004, p. 219): –– Rodízio entre laboratórios;
–– Rodízio individual;
–– Sala de aula invertida.
Síncrono físico:
• Aulas face a face; 2. Modelos de ensino híbrido
• Conferência em grande grupo;
• Resolução de problemas em pequenos Na educação híbrida os espaços de aprendizagem
grupos; extrapolam o convencional, e alguns modelos
• Percursos no terreno (visitas e trabalhos podem ser utilizados. São eles:
exteriores);
• Seminários e workshops com especialistas Modelos sustentados: são aqueles que
convidados. conservam as características do ensino
tradicional e a maioria das aulas é assistida
Síncrono on-line: presencialmente, mas com a utilização de
• Encontros virtuais: chat, videoconferência equipamentos que permitem realizar atividades
e acessos remotos; on-line tanto fora quanto dentro da sala de aula.
• Seminários na web com peritos
convidados; • Sala de aula invertida: consiste no envio
• Mensagens instantâneas (tipo MSN, ICQ, prévio do material da aula para os participantes,
SMS e MMS). podendo esse material ser um vídeo ou outro
formato de conteúdo que explique o tema
Assíncrono: que será abordado em sala. Há uma inversão
• Documentos impressos (guias e textos do que acontece, portanto, em sala e em
de apoio); casa: os alunos consomem a explicação do
• Documentos em formato digital (vídeos conteúdo sozinhos e usam o espaço coletivo
educativos); do curso e a presença do instrutor para fazer
• Páginas na web (pesquisa dirigida e livre); a resolução de atividades e aplicações práticas
• Management Learning System (LMS): do conhecimento, além de tirar dúvidas .
Conteúdos, questionários,
• pesquisas; • Laboratório rotacional: neste modelo os
• Simulações, webseminars, avaliação e participantes são divididos em dois grupos,
ferramentas de comunicação um que trabalha no laboratório com uma
• (e-mail • interno e listas de conversação); lista de atividades para realizar com apoio da
• E-mail externo (ESECWeb). tecnologia digital e o outro trabalha na sala
de aula com o instrutor. Enquanto o primeiro
Fonte: adaptado de Filipe e Orvalho (2004, p. 2019 ). grupo atua de forma autônoma, o professor
pode fazer as intervenções mais diretas com
a segunda metade da turma, trabalhando
O modelo virtual enriquecido acontece conceitos e solucionando dúvidas dos
quando o aluno realiza as atividades on-line, mas estudantes.
que mescla ou eventualmente realiza atividades
presenciais. Neste modelo, a maior parte do ensino • Rotação por estações: o modelo consiste
se dá de forma on-line e uma pequena parte de em organizar a sala por grupos (estações de
forma presencial, conhecido também como aprendizagem) para desenvolver atividades
semipresencial. com objetivos de aprendizagens diferentes,
mas complementares. Os alunos se revezam
No modelo de rodízio há possibilidade de o nas estações de aprendizagem, enquanto o
aluno realizar as atividades por meio de diversas professor atua como um mediador e intervém
nos grupos que mais precisam de auxílio – o e combinar, por exemplo, com os itinerários
que personaliza o ensino e dá autonomia e formativos escolhidos pelos estudantes.
protagonismo para os alunos construírem Nesse modelo, pelo menos uma disciplina
suas aprendizagens. No modelo de rotação é ofertada on-line, além das tradicionais, e
por estações, cada um dos alunos (ou grupo pode ser realizada no momento e local mais
deles) trabalha em diferentes estações. Após adequados para o estudante.
um tempo, há uma troca entre os alunos
e cada um deles deve passar, durante o • Virtual enriquecido: o aluno tem todas
processo inteiro, por todas as estações. No as disciplinas ofertadas on-line e vai para a
modelo híbrido, o ideal seria que pelo menos escola uma ou duas vezes por semana para
uma dessas estações fosse on-line, como, realizar projetos, debates e discutir o que foi
por exemplo, o uso de simuladores. estudado on-line. Além disso, o presencial é
utilizado como acompanhamento de como
Modelos disruptivos: são aqueles que se estão caminhando as aprendizagens.
desenvolvem com ruptura em relação ao ensino
tradicional. São eles: É importante que a instituição, juntamente com
os demais atores envolvidos, escolha um modelo
• Rotação individual: os percursos são de ensino que ajude o estudante a desenvolver o
voltados para as necessidades individuais protagonismo e a autonomia com relação ao próprio
dos estudantes. É um modelo em que aprendizado, construindo conceitos e trilhando
a personalização do ensino realmente caminhos de aprendizagem mais independentes
acontece. O professor precisa estar atento rumo à construção do conhecimento.
às necessidades dos estudantes, planejando
roteiros mais individualizados, para que as 3. O modelo híbrido nas ações do SENAR é
possíveis dificuldades sejam sanadas. Cabe possível?
ao professor propor as melhores situações
de aprendizagem. Isso não significa que O SENAR, através da Administração Central,
seja necessário propor um roteiro para realiza e oferta educação não formal a distância
cada aluno, mas sim que serão produzidas desde 2010, nos cursos de formação inicial e
diferentes atividades, algumas para alunos continuada (FIC), totalmente on-line, com o uso
com perfis e necessidades mais parecidas. O de um ambiente virtual de aprendizagem e com
professor buscará os melhores recursos, on- agentes denominados tutores e monitores para
line, por exemplo, para propor situações de apoiar a ação educacional. Isso nos permite dizer
aprendizagem para alguns alunos ou grupo. que desde então atuamos com e-learning, ou seja, o
meio utilizado para disponibilizar conteúdos e gerar
• Flex: o aluno tem alguns roteiros que são conhecimento e competências depende da internet.
entregues via plataforma digital, na qual
realiza as atividades propostas em parte do A partir daí, houve uma evolução para a oferta na
tempo, com o professor/tutor por perto, e em educação formal pelo SENAR Administração Central,
outros momentos pode trabalhar em projetos em 2014, em algumas Administrações Regionais.
com outros alunos ou sozinho, intercalando Essa oferta considerou, no seu planejamento, o
ações individuais e coletivas on-line. contexto do público rural em aspectos como longas
distâncias, dificuldade de acesso à internet de banda
• À la carte: é um modelo mais utilizado quando larga e a computador, por exemplo. Essas questões
o ensino personalizado é mais difundido, influenciam o desempenho do aluno e foram
como nos Estados Unidos, por exemplo. levantadas para a apresentação de um modelo de
Nesse modelo, o estudante é responsável educação a distância que mesclasse tecnologias e
pela organização do seu estudo a partir de modalidades de ensino54. A metodologia aderente a
objetivos gerais de aprendizagem a atingir. esse contexto foi o b-learning ou blended learning –
As disciplinas e conteúdos podem ser eletivos aprendizagem híbrida, em uma tradução livre.
________________________________________________________________________
54
SENAR. Projeto Pedagógico de Curso, Técnico em Agronegócio a Distância. Brasília, 2014.
O webinar terá como objetivo a apresentação geral da proposta do treinamento para Operadores de
Máquinas agrícolas de acordo com os princípios de agricultura de precisão, esclarecendo sobre o cumprimento
dos módulos obrigatórios a distância e dos módulos obrigatórios presenciais, além do esclarecimento sobre
a avaliação de conhecimentos e regras para a certificação.
EaD Módulo 4
Agricultura de Precisão na Semeadura (Pré-requisito
para o presencial)
PRESENCIAL Módulo 4
Operação e manutenção de semeadoras
16 horas
[PRÁTICA E AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTO E
TEORIA COMPLEMENTAR]
EAD Módulo 5
Operação e manutenção do distribuidor
PRESENCIAL Módulo 5
Operação e manutenção do distribuidor
16 horas
[PRÁTICA E AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTO E
TEORIA COMPLEMENTAR]
PRESENCIAL Módulo 6
Pulverizador autopropelido
24 horas
Complementar EaD
PRESENCIAL Módulo 7
Monitor de colheita
16 horas
VIDEOAULAS DISPONÍVEIS
https://www.cnabrasil.org.br/
senar/colecao-senar
Itinerário formativo
Percebemos nesse exemplo que para o Itinerário Formativo para a Qualificação básica na bovinocultura
de leite que a carga horária total é de 640 h. Com certeza é uma formação robusta, mas que pode impactar
a frequência e a continuidade dos participantes em todos os módulos. Se porém oferecermos os mesmos
conteúdos de forma mais dinâmica na modalidade híbrida aumentam-se as chances de formação continuada
e consolidação da teoria e prática. Vamos ao exemplo didático usando como referência as ofertas do EaD do
SENAR para a cadeia da bovinocultura de leite:
CARTILHAS
VIDEOAULAS DISPONÍVEIS
Nesta parte apresentaremos algumas ferramentas Além deste, há outros aplicativos para a
gratuitas e disponíveis que podem ser úteis em elaboração de mapas mentais, como o mind node,
diferentes momentos da aprendizagem, a depender free mind, xmind, free plane e coggle.
dos objetivos estabelecidos pelo instrutor.
ANEXOS
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - SENAR
SÉRIE METODOLÓGICA // METODOLOGIA DE ENSINO DO SENAR - FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL E PROMOÇÃO SOCIAL 119
DOMÍNIO COGNITIVO
DOMÍNIO PSICOMOTOR
DOMÍNIO AFETIVO
OBJETIVO GERAL
INSTRUTOR DATA
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
No NOME DO ALUNO / PARTICIPANTE RESULTADO
01 02 03 04 05 06 07 08
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
11-
12-
13-
14-
15-
16-
17-
18-
19-
20-
OBSERVAÇÕES ESCALA
01 Pouco Domínio
02 Domínio Parcial
03 Domínio Total
CURSO/PROGRAMA DATA
OBJETIVO GERAL
NÍVEIS
No OBJETIVOS ESPECÍFICOS
01 02 03
1-
2-
3-
4-
5-
6-
7-
8-
9-
10-
11-
12-
OBSERVAÇÕES
ESCALA
01 Pouco Domínio
02 Domínio Parcial
03 Domínio Total
NOTA:_______________
Referências
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