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Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Instituto de Estudos em Desenvolvimento Agrário e Regional


Faculdade de Ciências Econômicas

Introdução à Teoria Econômica – Turma 2021


Primeira Avaliação

Nome e matrícula:__________________________________________Data:_________
Instruções:
I. A avaliação deve ser respondida, preferencialmente, em dupla;
II. É permitida a consulta nos textos discutidos e nas aulas ministradas;
III. A folha de respostas deve ser enviada, digitalizada, até o fim do dia de forma
manuscrita;
IV. Manuscritos da folha de resposta com problemas caligráficos e/ou com baixa
qualidade da digitalização não serão corrigidos;
V. Esta avaliação deve ser entregue até às 23h59 do dia 15 de setembro de 2022;
VI. Devido a não formulação de atividades avaliativas anteriores, o peso desta será de
45% da nota final.

Critérios de avaliação da prova:

i. Como elemento essencial para a formação acadêmica e profissional, cabe a vocês


definirem da melhor forma possível a análise da realidade em acordo com princípios
básicos das ciências econômicas, teorizados nas mais diversas fazes das formações
socioeconômicas do modo de produção capitalista, nos mais variados embates de
paradigmas.
ii. Os critérios de avaliação serão os seguintes: a) domínio do conteúdo e dos
instrumentos de análise econômica abordados nas questões a partir dos textos da
disciplina (peso 40%); b) adequação da escrita com a gramática padrão da língua
portuguesa, com ênfase na articulação lógica das sentenças e parágrafos (peso
30%); e c) argumentação lógica e capacidade de reflexão científica em torno dos
problemas apresentados nos comandos das questões (peso 30%).

Questões:
1. Leia a notícia do arquivo 01. De acordo com os instrumentos de cálculo do PIB presentes
na teoria econômica, a ótica do consumo estabelece que 𝑌 = 𝐶 + 𝐺 + 𝐼 + (𝑋 − 𝑀),
onde: Y é a soma de todas as riquezas produzidas e comercializadas no país em
determinado período de tempo; C é o consumo das famílias; G são os gastos do governo
(custeios e investimentos); I são os investimentos privados (formação bruta de capital
fixo e variação dos estoques); X e M representam o montante de exportações e
importações, respectivamente.
a. Identifique nas informações contidas na notícia os desempenhos dos
componentes C, G e I na variação positiva do PIB Brasileiro para o segundo
trimestre de 2022 (1,0 ponto);
b. Na notícia há uma definição de que o “lado da oferta” do PIB se refere a
indústria, serviços e agropecuária. Esta definição é mais um esforço de tratar a
análise do PIB como o somatório da análise da oferta e demanda dos vários
setores econômicos que compõem a economia nacional. Se igualamos este
“lado da oferta” com o PIB pela ótica dos gastos chegaremos ao mesmo
resultado? Justifique sua resposta (1,0 ponto).
c. Observe os desempenhos das exportações e importações no segundo trimestre
em relação ao trimestre ligeiramente anterior e ao mesmo trimestre do ano
anterior. Discuta, de acordo com textos utilizados nas aulas, as possíveis causas
para estes desempenhos e os possíveis efeitos futuros deles para o balanço de
pagamentos da economia brasileira no ano de 2022 (2,0 pontos).

2. Leia a notícia do arquivo 02.

Quadro 01. PIB em bilhões de dólares.


Leia o trecho do artigo abaixo, de Márcio Pocmann:

Subdesenvolvimento não é um improviso, subdesenvolvimento é uma obra secular

Em 2021, o valor alcançado pelo comércio externo (exportações mais importações) brasileiro
equivaleu a 39,2% do Produto Interno Bruto (PIB), a mais elevada relação desde 1960, quando
a série do Banco Mundial foi constituída. Entre 1960 e 1989, a relação média anual do comércio
externo com o PIB foi de 16%, enquanto de 1990 a 2021 passou a ser de 27%.

Se comparado com o ano de 1989 (14,4%), o peso do comércio externo no PIB de 2021 (39,2%)
foi multiplicado por 2,7 vezes. Embora as trocas comerciais no mundo tenham decaído 14,7%
desde a crise de 2008, o Brasil continuou aumentando a corrente de comércio exterior em
43,6%, pois passou de 27,3% do PIB, em 2008, para 39,2% do PIB, em 2021.

A trajetória de maior relevância do comércio externo relacionado ao PIB decorre da forma como
o Brasil se insere na Divisão Internacional do Trabalho. Em plena Era Digital, o mundo se divide
em dois grupos distintos de países.

De um lado, os países produtores e exportadores de bens e serviços digitais. De outro, aqueles


países que fundamentalmente consomem bens e serviços digitais, dependendo das importações
dos países produtores.

Por ocupar a quarta maior posição no mercado consumidor de bens e serviços digitais do
mundo, o Brasil assumiu crescentemente a situação de importador, dependendo cada vez mais
das exportações de bens primários ou básicos (agrários e minerais) para poder financiar as
compras externas. Nesta nova condição periférica no sistema capitalista mundial, o Brasil
esvazia a sua capacidade interna de decidir a respeito do rumo a seguir, estando mais sujeito às
decisões tomadas externamente.

O resultado tem sido a intensificação do subdesenvolvimentismo, que para o escritor uruguaio


Eduardo Galeano (1940-2015) representa a condição de país “sobrecarregado pelo
desenvolvimento dos outros”. Na atualidade, a dependência do exterior repercute
internamente, uma vez que o comércio externo apresenta baixa capacidade de impactar
positivamente a economia nacional.

Entre 2019 e 2021, por exemplo, o PIB brasileiro acumulou crescimento de 1,2%, enquanto o
comércio externo aumentou 35,6%. Nestas condições, para que o PIB nacional possa aumentar
em um ponto percentual, precisa que o comércio externo cresça 30%.

Isso talvez explique por que o governo Bolsonaro pressiona as finanças do Estado, seja pela
desoneração fiscal, seja pela ampliação do gasto público, pois não há dinamismo possível
proveniente do comércio externo para impulsionar o conjunto da economia nacional. No
período de 1960 a 1989, por exemplo, o peso do comércio externo era diminuto em relação ao
mercado interno e o crescimento médio anual do PIB foi de 5,4%. [...]

Márcio Pochmann é economista, professor do Instituto de Economia/Unicamp e foi presidente


do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada entre 2007 e 2012.

Fonte: https://terapiapolitica.com.br/subdesenvolvimento-nao-e-um-improviso/
Na notícia do arquivo 02 se afirma que o Brasil apresenta desempenho superior no crescimento
do PIB em relação a maioria de um conjunto de economias selecionadas. Observe agora o
quadro 01. Nele é possível perceber que o Brasil perde posições no ranking dos maiores PIBs do
mundo, em US$, nos anos mais recentes.

Responda: a) diferencie os parâmetros para estabelecimento do ranking da notícia em relação


ao ranking apresentado no quadro acima (1,0 ponto); b) à luz dos textos discutidos em sala de
aula, dos instrumentos de análise da produção nacional e das relações econômicas
internacionais, relacione os setores produtivos mais dinâmicos do Brasil com sua posição no
ranking do quadro 01 e com a ideia de subdesenvolvimento colocada no texto de Pochmann
(3,0 pontos); c) na condição de industriais atuantes na economia brasileira, apresente ao menos
três pontos de concordância e/ou discordância com Pochmann sobre a relação do aumento da
dependência externa gerada pelas exportações de commodities (justifiquem com argumentos
retirados dos textos da disciplina e fiquem livres para caracterizar de maneira mais específica
sua condição de empresário industrial) (2,0 pontos).

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