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Fonte: Projeto 10
Todas as plantas apresentam temperaturas cardinais que variam de acordo com o estágio de
desenvolvimento e regulam o crescimento e desenvolvimento (Figura 2), as quais são:
Cultura Fase T T T
b o m
(a) Infeld et al., 1998; (b) Gao et al., 1992; (c)Buriol et al., 1991; Steinmetz, 2004; (d) Pedro
Jr. et al., 1995; ), (e) Steinmetz, 2004; Venkataraman et al., 2007; Setiyono et al., 2007;
Monteriro, 2009.
Existem diferentes métodos de determinação da temperatura base ou basal inferior, dos quais
os mais utilizados são:
Sd = Sdd/(Xt-Tb) (1)
DR = b.Tmed + a (2)
DR = 100/n (3)
Tb = - a/b (4)
em que Tmed é a temperatura média do ar (ºC) do período, n são os dias do ciclo da cultura,
100 representa um valor arbitrário de ponderação, a e b são os coeficientes linear e angular da
regressão linear simples obtidos na relação entre DR e Tmed. Quando o DR for igual a zero,
Tmed será igual a Tb, assim Tb pode ser calculada pela equação 4.
Soma térmica
A taxa das reações metabólicas é regulada basicamente pela temperatura do ar, afetando,
desse modo, tanto o crescimento como o desenvolvimento das plantas, como consequência
ocorre a duração das fases ou sub-períodos fenológicos e, consequentemente, o ciclo das
culturas tem variação inversamente proporcional a temperatura. Um dos primeiros estudos
relacionando temperatura e desenvolvimento vegetal foi realizado na França, por volta de
1735. Foi observado que o ciclo de uma mesma cultura variava entre localidades e também
entre diferentes anos. Ao fazer o somatório das temperaturas do ar durante os diferentes
ciclos, foi observado que esses valores eram praticamente constantes, definindo isso como
Constante Térmica da Cultura. Dessa forma, a temperatura é o relógio da planta, sendo a
soma térmica, cuja unidade é o grau dia (Gilmore Junior & Rogers, 1958) a maneira clássica
de se fazer a determinação dos estágios fenológicos. O calculo da soma térmica é definido
como a soma diária de unidades térmicas acima de uma temperatura base inferior, abaixo da
qual a planta não se desenvolve ou seu desenvolvimento é tão lento que pode ser desprezado
(McMaster & Wilhelm, 1997) (Figura 3).
01/10/15
IRGA 424 RI
Cultivar
09/11/15
03/12/15
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Soma térmica acumulada após a emergência (ºC dias)
Fonte: Zanon, 2016.
Figura 3. Soma térmica calculada para a cultura do arroz irrigado, onde foi realizada a
semeadura de uma cultivar de ciclo médio (IRGA 424 RI) em três datas de semeadura
(01/10/2015; 09/11/2015 e 03/12/2015) em Cachoeirinha, RS, Brasil.
Existem vários métodos de cálculo da soma térmica, e eles podem ser agrupados em duas
categorias. Uma está relacionada ao uso ou não das três temperaturas cardinais (Tb,
temperatura basal inferior; To, temperatura ótima; e TB, temperatura basal superior): na
equação mais simples da soma térmica, subtrai-se a temperatura média diária do ar da Tb
(Gilmore Junior & Rogers, 1958):
Modelos matemáticos dinâmico baseado em processos (process – based model) que simulam
diversos processos ecofisiológicos da cultura no passo de tempo de um dia, estão sendo
bastante usados ajudando na tomada de decisão para o planejamento do agricultor na
execusão de práticas de manejo. Na cultura do arroz irrigado, existem dois modelos
desenvolvidos para as condições climáticas do Rio Grande do Sul: GD Arroz desenvolvido
pela EMBRAPA, que simula a fenologia das cultivares de arroz (Figura 4) e o modelo
SimulArroz desenvolvido pelo Grupo de Agrometeorologia da Universidade Federal de Santa
Maria, para simular o crescimento, desenvolvimento e a produtividade de arroz no sistema
por inundação (flooded rice) no estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Figua 5).
Figura 4. Modelo GD Arroz, desenvolvido pela EMBRAPA, faz a simulação dos estágios
fenológicos na cultura do arroz irrigado no RS. http://agromet.cpact.embrapa.br/
As plantas necessitam de diferentes valores de temperaturas para cada um dos seus períodos
fenológicos, tais como, a dormência, brotação, frutificação, vegetação e maturação das frutas.
As plantas de clima temperado (caracterizam-se pela queda das folhas no final do ciclo e a
conseqüente entrada em dormência) necessitam de um perído de baixas temperaturas no
inverno para que haja uma superação da dormência (temperaturas inferiores ou igual a 7,2
o
C). Atualmente sabe-se que temperaturas de até 11 oC também são efetivas e que o mais
importante são os frios contínuos durante o repouso vegetativo. A regularidade e a
intensidade das baixas temperaturas são fundamentais, pois oscilações durante o período de
dormência (temperatura igual ou maior que 21oC) podem fazer com que a planta permaneça
por um maior período em dormência ou que ocorra brotação e floração desuniformes,
podendo grande parte das gemas permanecerem dormentes. Na Tabela 2, são apresentadas as
necessidades de frio hibernal para a saída da dormência de diferentes espécies frutíferas
(Nachtigal; Fachinello & Kersten, 2012).
Vernalização
Referências:
ARAÚJO, M.M.; FORTES, G.R de L.; SANTOS FILHO, B.G. Thiadizuron, uma alternativa
para superar a dormência de gemas de macieira (Malus domestica B.). Revista Brasileira de
Fruticultura, Cruz das Almas, BA, v.13, n.3, p.249-253, 1991.
ARAÚJO, M.M.; FORTES, G.R de L.; Recent advances in breaking the dormancy of
deciduous fruit tree. In: Internacional Horticultural Congress, 19. p.69-78. Warszawa. 1974.
Nachtigal, J. C., Fachinello, J. C., Kersten, E. Local para o cultivo de frutíferas. Fruticultura
fundamentos e práticas. EMBRAPA. 2012.
Streck, N.A. A generalized vernalization response function for lily (Lilium spp.). Revista
Brasileira de Agrometeorologia, Santa Maria, v. 10, n. 2, p. 221-228, 2002.
Alberto, C.M., Streck, N.A., Walter, L.C., Rosa, H.T., Brackmann, A., Oliveira, F.B., Zanon,
A.J., Fagundes, L.C. Resposta à vernalização de cultivares brasileiras de trigo. Bragantia.
vol.68, no.2, Campinas, 2009.
GILMORE JUNIOR., E.C.; ROGERS, J.S. Heat units as a method of measuring maturity in
corn. Agronomy Journal, v.50, n.10, p.611-615, 1958.