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BUSCA DO AXÉ Os orixás são a natureza e a natureza é os orixás.

Os devotos dos orixás são guardiões da natureza e portadores de


axé, que vai além do âmbito religioso e inclui o bem-estar. O axé é a força propulsora da vitalidade, da qualidade de vida, do
pensamento, das ações, das reações e das interações do ser humano com o próximo e com a Mãe Natureza. Os itens litúrgicos,
ritualísticos e teológicos dos orixás são tão antigos quanto a humanidade ou mais, pois a origem dos orixás tem o mesmo tempo do início
do universo e, segundo a mitologia, os orixás participaram de sua criação e tornaram o planeta habitável. O culto aos orixás é profundo e
complexo, mas toda essa riqueza se fundamenta nas expressões da Mãe Natureza. O uso que se faz de elementos da Mãe Natureza
determinam o caminho para se alcançar o axé. Estudar a liturgia de modo aprofundado inclui estudar os significados dos elementos
empregados nos rituais e quais são os modos mais adequados de fazê-lo
Baba King

PARA QUE SERVEM OS ELEMENTOS NAS REZAS E AONDE USAMOS


OS 7 PRINCÍPIOS DA CONQUISTA DO SER HUMANO
1. Fé inabalável (aconteça o que acontecer, a fé tem que estar plantada dentro de nós)
2. Ritmo, perseverança, constância
3. Entusiasmo
4. Sabedoria
5. Consciência
6. Amor (viver com alegria)
7. Luz
OFERENDAS
Sendo as oferendas uma restituição de Axé (poder de realização) à matéria básica de que foram formados os seres do mundo físico
(Aye), cada membro da comunidade religiosa deve fazer reposições (por meio de determinadas substâncias que contêm Axé), especiais
para cada matéria básica (Orixá gerador).
Estas substâncias são dos três reinos da Natureza e incluídas em três cores, símbolos fundamentais: branco, vermelho e preto:
1. Substâncias brancas – relacionadas ao poder gerador masculino e, em certo aspecto, feminino:
a) Reino Animal: sêmen, saliva, hálito, secreções, plasma (especialmente o líquido do caracol de Oxalá, o catassol (caracol)
comestível, com duas espécies de antenas ou “chifres” na cabeça). É chamado de “boi de Oxalá”, sendo a comida predileta desse Orixá
(o líquido amolece o coração).
b) Reino vegetal: seiva, sumo, bebidas brancas extraídas de palmeiras e outros vegetais: álcool, aguardente (otin), ori, manteiga
vegetal, etc.
c) Reino mineral: prata, chumbo, giz, cal, sal, etc. A água é também uma substância branca veiculadora do Axé feminino,
estreitamente ligada às Iya mi (mães ancestrais). Propicia e acalma.
2. Substâncias pretas – representativas do escuro seio da matéria geradora, ligada ao poder genitor feminino e ao elemento
procriado:
a) Reino Animal: cinzas de animais.
b) Reino Vegetal: sumos dos vegetais, índigo ou waji (tinta azul escura que representa o preto). Iyelù (Ajelu, Jelu): Exu ligado à
multiplicação e ao crescimento dos seres diferenciados. É ele quem regula o processo ocorrido no seio escondido na matéria gestadora.
Por esse motivo sua cor é o preto e ele é associado ao pequeno caracol espiralado (Okoto) que representa o crescimento.
c) Reino Mineral: ferro, carvão, etc. O verde (folhas) e o azul são representações do preto.
3. Substâncias vermelhas – relacionadas ao poder genitor feminino e ao elemento procriado (filhos):
a) Reino Animal: sangue, menstruação.
b) Reino Vegetal: azeite de dendê, mel, osun.
c) Reino Mineral: cobre, bronze (o amarelo é um aspecto do vermelho).
Objetos rituais também estão relacionados a essas 3 cores símbolos, nos 3 Reinos da Natureza.

COMIDA DE SANTO
A comida de Santo é antes de tudo um dos mais importantes marcos de uma cultura, uma civilização. Todos os sentidos são chamados
para comer. Come-se por inteiro com o corpo, ética, moral, com o espírito.
Tudo come: o chão, o atabaque, a cabeça. Por exemplo: a cabeça é alimentada no Bori, com água; instrumentos musicais como os
atabaques, também recebem oferendas : Rum, Rumpi e Le e outros objetos : os fios.
Ajeum : é uma festa de comer, beber.
Oferecemos comidas à base de carne de boi, peixes, aves, carne de porco, farinhas , temperos, óleos e azeites.
Os procedimentos artesanais da comida sagrada, os detalhes, a satisfação da qualidade especial para o prato, a individualidade, a forma
estética, o sabor, os sentidos simbólicos e até nutricionais dos alimentos são levados em conta e já se constituem em aspectos da
oferenda.
A comida oferecida aos Orixás reforça e renova a fé e traz também a cura.
É por meio dessa alimentação, de seus Orixás e de seus adeptos, que a religião tem assegurada sua sobrevivência.
Os búzios são usados em ebós por simbolizarem o dinheiro sagrado, o ato de pagar o sacerdote pelo seu trabalho, e o sentimento de
gratidão, mesmo que o bem-estar, o sorriso e a alegria não tenham preço. A agulha transpassa ou transcende obstáculos e limites. É
comum usar agulhas em ebós e oferendas para Egungun porque ela favorece a interação com os antepassados. A faca corta o mal,
interrompe as dificuldades e cria elos entre os seres humanos e as divindades. Quando nós a usamos em rituais nós evocamos Ogum.
Algumas cantigas enfatizam o processo de sacrifício e a liberação do axé do ejé graça ao conhecimento civilizatório do Ogum, que trouxe
a metalurgia para a civilização.
EBOS

Recurso fundamental de transformação das condições existenciais, sejam elas de ordem natural ou social, é um ato realizado a partir da
orientação do jogo ou oráculo, com vistas de prevenir o mal ou atrair o bem, favorecer a libertação de problemas e a conquista do
necessário para o desenvolvimento pessoal e grupal.

EBÓ REORGANIZA O PROBLEMA E MANDA PARA ORIGEM...

Há basicamente 3 tipos de Ebó:

 Para evitar o mal que esta para ocorrer


 Para afastar um mal já instalado
 Para atrair o bem
A maioria dos ebós realizados a partir da recomendação dada por Ifá segue rigorosamente as orientações contidas nos enunciados
literários de Ifá.

Os Ebós muitos dos quais feitos por Babalawos na presença do consulente, com diversos itens para solução do problema que tando
pode ser de uma pessoa, um grupo ou mesmo uma cidade.

Para a realização de um Ebó são fundamentais alguns elementos da força da natureza:

 Terra
 Água
 Fogo
 Ar
 Sol
 Lua
 Chuva
 Sereno
 E outras

Cada elemento usado possui um Axé especifico cujo sentido pode ser aprendido através da exploração do simbolismo.

Rituais realizados durante o dia a luz do sol diferentemente de outras realizadas a noite a luz da lua e das estrelas, buscam estabelecer
conexões com seres que tanto num caso como no outro, possuem atributos favoráveis as trocas que se pretende atingir nas finalidades
do Ebó.

O local do Ebó e da sua entrega vai variar conforme as instruções dos Odus.

O Ebó é um processo de limpeza na pessoa

 Tirar o que esta ruim (cura)


 Problemas de nascimento
 Trabalho feito: macumba / feitiços / campanha difamatória / raiva / ódio / antepassados / desequilíbrio com antepassados

Trabalhar o Ebó nos seguintes pontos:

 ORI – DIREÇÃO – FOCO


 PEITO – SEGURANÇA / ACOMODAÇÃO DAS CONQUISTAS / O SEU EU
 MÃOS – REALIZAÇÃO / O QUE DESEJA FAZER
 PÉS – SIMBOLIZAM OS CAMINHOS QUE O CONSULENTE DEVE SEGUIR / FAZER ACONTECER
 COSTAS – O QUE VOCÊ NÃO CONSEGUE ENXERGAR
 NUCA – PARA SE ABRIR OS OLHOS DE TRAS, OS/ QUE OS ORIXAS CONSIGAM ENXERGAR, O QUE ELE NÃO
RECONHECE

TRABALHOS COM ELEMENTOS DE TRANSFERENCIA


 Obi / orogbo
 Servem para alimentar o Ebó e para transferir
 O mais importante é a forma de transferir o pedido
 Todos os Ebós montados vão ter um destino
 Banho:
 TEM QUE LAVAR A CABEÇA, O PROBLEMA ESTA NO ORI – DE CIMA PARA BAIXO
 Banana é muito usada em Ebó para deixar a vida mais fácil / menos travada / mais leve
 Banana da terá é para pessoa conseguir as coisas da vida e se livrar das desgraças

Pré banho

 Água de coco madura – vitalidade / sentido na vida / meta /se livrar do azar /
 As comidas devem ser montadas separadamente
 A importância do sangue no Ebó que é fonte de vida – dar sangue para dar vida / sangue neutro = água / sangue verde =
folhas / sangue vermelho = animais que se coloca pinga para não coagular
 O ebó pode ser temperado com: dendê / mel
 Brasa quente no banho para transferir a energia para pessoa...
 Carvão em brasa da: força / energia / ressuscita / ouvir o barulho da vida / dar ritmo na vida
 Carvão apagado: para apagar as coisas negativas

AGUA
cumpre a função de invocar as energias no ritual convém oferecê-la primeiro. Podemos jogar um pouco de água na terra, saudando a
Mãe Terra, e mais um pouco dentro do assentamento do orixá que estamos cultuando ou da oferenda que entregaremos. Depois da
água oferecemos oti, a bebida destilada. O gesto de colocar um gole na boca e assoprá-lo no assentamento objetiva ampliar a
consciência do ofertante para que a sua mente o leve mais adiante, junto das soluções que ele está buscando.
A água simboliza a pureza e a renovação, limpa dificuldades e energias negativas, extrai o axé contido em outros elementos e fortalece
o Ori. A água do rio leva as dificuldades, o sofrimento e o mal para longe. A água da cachoeira lava conflitos, dor, sofrimento,
dificuldades e o que está ruim no corpo, na mente, no emocional e no espiritual. A água da lagoa, artificial ou não, tira do estado estático
e da alienação e confere atividade e dinamismo. A água do mar extrai o sofrimento do Ori e da vida, seja ele uma doença física, mental
ou emocional, e a torna capaz de manter tudo de bom que existe na vida dela. A água salobra, do encontro entre o mar e o rio, faz com
que o esforço do ser humano não seja em vão. A água apanhada na fonte ou na mina cura, aumenta a sorte e ajuda a pessoa a
identificar as suas diretrizes. A água da chuva renova a vida, rompe com os fatores que amarram o bem estar e a saúde, combate a
falta de sorte, o mau humor, a amargura e a reclamação, alivia tensões e rigidez e promove flexibilidade, mas a pessoa não pode ter ewó
de chuva para utilizá-la, mesmo em rituais.
É habitual colocar um balde no tempo à noite para apanhar as energias do período noturno junto com a água do sereno. Esta água
ativa o Ori e cura qualquer tipo de enfermidade, inclusive as de ordem material e as relacionadas à sorte. Ela favorece a renovação das
ideias, às vezes ultrapassadas, inadequadas ao que se vive. Deixamos um balde com água no sol escaldante para que o axé do sol
se projete nela e traga a visão do que se deve fazer, de que fatores limitam ou potencializam o progresso e de que sentido devemos
seguir. Na lua cheia pode-se colocar o balde de água sob o clarão da noite: a água que a lua energiza equilibra o estado emocional e
permite dominar sofrimentos e dificuldades, neutralizando emoções prejudiciais e auto sabotagem.
A água Omi arifọhun, apanhada logo pela manhã, estando-se em jejum, sem escovar os dentes, sem brigar e sem conversar com
ninguém tem como símbolo Obatalá, orixá da pureza e da harmonia, que traz equilíbrio para a existência humana. Deve ser pega no rio,
de preferência por uma pessoa vestida de branco; se for um sacerdote ele pode ir até lá e voltar tocando ajá, ou adijá, sino usado para
evocar Obatalá. O axé do orixá abençoa quem possui mente confusa, instabilidade emocional, depressão, sofrimento físico, mental,
emocional e falta de sorte
Algumas frutas são de extrema importância:
● A laranja atrai sorte e torna os caminhos favoráveis.
● A banana torna tudo mais suave e traz leveza para a saúde e sorte.
● A banana da terra permite vencer tudo o que desafia as capacidades individuais, evitando qualquer desafio ou derrota.
● A banana ouro e a banana prata tornam a vida mais fácil e menos tensa.
ABACAXI
Formato fálico e ovalado. Sua coroa representa rei ou rainha, comparado ao poder de decisão. Sua casca tem forma ocular (olhos)
Usado em fermentação para transformação dos elementos
ACAÇÁ VERMELHO
Usa-se tanto para Exu como para Pombogiras. Existem dois tipos: de farinha de milho e de fubá, sendo o de farinha de milho o mais
comum.
Acaçá aberto: usado para abertura de caminhos ou agradecimentos (vida material)
Acaçá fechado : usado para cura, doenças, vícios (vida espiritual)

Atarê, a pimenta-da-costa, completa tudo o que se faz, de modo que nenhuma obrigação seja abandonada.
Banha de Ori
neutraliza dificuldades e aflições e realça a serenidade, o equilíbrio, o bom senso, o discernimento e a harmonia interior
Cana-de-açúcar traz alegria e felicidade. Seu caldo domina o mau humor e seu as deficiências emocionais.
CEBOLA
Usada para enfeitar pratos (como complemento) e no processo adivinhatório.
Elemento água.

Coco maduro ou o seco confere resistência ao Ori, protege do mal, preserva a resistência, a vitalidade e o bem-estar e quebra as
energias negativas.
DENDÊ
Extraído do óleo do côco do dendezeiro. Elemento quente, traz saúde e dinheiro. Usado nas comidas de Santo e assentamento dos
Orixás.
O azeite de dendê desenferruja e torna uma situação estática, dura ou inflexível, em outra situação, mais flexível e móvel. Ele traz o axé
de nos movermos na direção correta.
Efun, o giz branco, é usado em assentamentos, banhos, ebós e pinturas para promover limpeza e renovação energética. Osun, o giz
vermelho, protege contra todo tipo de mal. Ambos sacralizam o espírito e a mente por meio do corpo.
FARINHA
É um elemento homogêneo, material, intelectual e afetivo. É resultado de uma peneiração, onde se separa o farelo do trigo. Esta
peneiração também é uma purificação. É um dos primeiros alimentos do homem, traz conhecimento da fé , da luz e da sabedoria.
GRÃOS
Os grãos também são utilizados em ebós e oferendas.
O milho, a canjica e o feijão preto, branco, marrom ou fradinho atraem prosperidade e multiplicação.
A canjica atrai paz, tranquilidade e harmonia. Pode-se acrescentar a água leitosa do cozimento da canjica ao banho de ervas para atrair
paz física, harmonia e sorte.
A pipoca branca, estourada sem óleo ou no óleo vegetal de soja, simboliza a harmonia, a paz e a saúde, e a pipoca amarela, estourada
no azeite de dendê, representa a enfermidade. Oferecidas para Obaluaiê em conjunto para que haja equilíbrio, as duas pipocas limpam
seus devotos e levam o sofrimento e o mal embora.
MEL
É o primeiro alimento que o homem encontrou pronto na Natureza. Alimento dos Orixás, símbolo das doçuras. Simboliza proteção,
pacificação. É um elemento de benção e assentamento.
Palha da costa simboliza o cuidado espiritual que se tem com o corpo. Ao facilitar a distribuição do potencial do sabão-da-costa e do
axé da água pelo corpo ela promove a limpeza e a cura das energias negativas.
PIMENTA
É elemento quente, serve para ativar energia.
Forma fálica: pode ser usada para assentamentos e pedidos de proteção .
Forma arredondada: afasta aspectos negativos em geral (maldade, prostituição e morte).
Pó Yerosun é utilizado para limpezas e curas, atrair sorte e restabelecer o equilíbrio no destino da pessoa
Sabão da costa
Ajuda na limpeza espiritual, permitindo que a energia vital, emocional e mental se restabeleça.
SAL
Para alcançar e manter o axé usamos o sal em rituais, banhos e alimentos que oferecemos para os orixás, com exceção dos orixás
funfun. O sal preserva o bem-estar e mantém o axé conquistado por alguém. Quem faz uma oferenda com inhame assado, milho torrado
e feijão torrado para Ogum pode colocar um pouco de cada um dos temperos em cada um desses alimentos. Quem faz uma oferenda ou
um ebó para Ogum e o entrega em algum lugar da natureza pode precisar colocar quantidades maiores de temperos, mas o que
determina a dosagem neste caso é a consulta ao orixá e/ou a outros seres envolvidos, mas só é possível aumentar as quantidades de
tempero oferecidas quando os temos disponíveis. Aqui cabe ressaltar que o sal é oferecido em no máximo um punhado; os quatro
temperos que se usa em quantidades maiores são o azeite de dendê, a bebida destilada, o mel e a água, lembrando que tudo exige bom
senso.
OVOS
Os ovos são utilizados em diversos processos litúrgicos. Em número de sete para as mulheres e nove para os homens, os ovos extraem
todas as energias que atrapalham a vida do ofertante. Há vários tipos de banquete para Iyami Oxorongá e para Oxum feitos com ovos,
sempre com os objetivos de curar e de aumentar a fertilidade, o progresso, a prosperidade, a saúde e tudo de bom.
O ovo de galinha cru, tem a finalidade de purificar e tranquilizar.
O ovo de galinha cozido, tem a finalidade de tirar doenças.
O ovo de galinha esfarinhado, tem a finalidade de neutralizar a negatividade do ambiente, atrair prosperidade e abundância.
O ovo de pata cru, tem a finalidade de enfraquecer a força da morte, doenças graves e perdas
O ovo de codorna, tem a finalidade de neutralizar feitiços ,mandingas e olho grosso.
O ovo de galinha d’Angola, tem a finalidade de abrir caminhos financeiro, sorte, prosperidade riqueza e sucesso nos negócios.
Waji, a pintura azul, é utilizada para que a morte e a desgraça não reconheçam a pessoa que está muito enferma e não a levem embora.

Folhas e flores
PARA A COLETA DAS FOLHAS
Existem muitas oferendas em que são colocadas folhas, ervas, ou flores, com o sentido de trazer para a comida oferecida a força do
Orixá contida nos vegetais, além de embelezar o que está sendo oferecido.
Para colher as ervas...
Melhor horário: durante a manhã. Colhidas ao meio-dia, as ervas pegam linhas diferentes. Por exemplo, a espada de Ogum colhida
nesse horário pertence a Exu.
Deve-se oferecer moedas (de uso corrente), fumo, mel e pinga na entrada da mata.
Manter total silêncio.
Caso necessite colher à noite, você deve “acordar as folhas”, que serão colocadas na palma da mão uma a uma, dando três tapinhas e
dizendo: “Acorda”.
Os grãos de pimenta da Costa ou atare (Xilopia aethioppica, Anonáceas), são mascados na entrada da mata e se destinam a reforçar
tanto o poder da fala (reza), quanto o do coletor.
Ago Osanyin...
Ose Isaba
SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DOS VEGETAIS
Para uso ritualístico, as folhas e flores são classificadas segundo seu tamanho, forma, cor, cheiro, textura e habitat.
EWE AFERE = folhas do ar (vento)
EWE INON = folhas do fogo
EWE OMI = folhas da água
EWE ILE = folhas da terra
EWE IGBO = folhas da floresta
EWE APA OSI = folhas do lado direito (macho)
EWE APA OTUN = folhas do lado esquerdo (fêmea)
EWE ILE = folhas masculinas
EWE OMI = folhas femininas
GUN = agitação (positiva)
ERO = calma (negativa)
PARIDADE = equilíbrio, estagnação
IMPARIDADE = desordem, movimento
O movimento é a mediação que produz uma comunicação que, por sua vez, restabelece a ordem. Esta ação, portanto, é associada à
imparidade nos banhos de limpeza ou purificação.
A limpeza (banho) e a purificação ritual (o sacudimento, onde o sentido do movimento se encontra na denominação do ritual), são
realizadas com número ímpar de espécies vegetais e visam anular a desordem proveniente de um estado de “doença”. Este estado não
se refere apenas a distúrbios fisiológicos, mas sobretudo à ruptura da ligação (falta de comunicação) necessária para o bem-estar
(saúde). Em suma, a desordem traz a doença. A volta à ordem é proporcionada pela ação que a imparidade produz.
Somente através do emprego de elementos vegetais ou não, em número ímpar, pode-se trazer a ordem e a pureza.
As comidas de Santo podem conter número par ou ímpar de elementos, dependendo do objetivo a que se destinam.
Folhas Femininas
possuem capacidade de retenção de água
habitat em locais sombrios e úmidos
possuem frescor
folhas arredondadas
folhas claras
folhas carnudas, o que está associado à umidade, assim como ao esposo mítico Oxalá
aroma forte ou suave, porém adocicado, é propriedade das Iyaba
plantas às quais são atribuídas ações alucinógenas (aquelas que tiram a consciência) pertencem ao vento, assim como as que produzem
algum som
Folhas Masculinas
possuem forma alongada, característica de objetos cortantes, pontiagudos (facas, espadas, lanças, etc.), o que conduz à associação
com os Orixás masculinos, caçadores e guerreiros
possuem pequenos espinhos em forma de lança
quanto à cor, o branco característico de Oxalá aparece, assim como os pelos brancos do tapete de Oxalá
o vermelho, consagrado a Xangô, assim como a sua esposa mítica Yansã
geralmente as folhas são escuras
folhas enrugadas ou portadoras de saliências são atribuídas a Obaluaye e sua família mítica (Nanã e Oxumare) a Oxóssi e a seu filho
Logun Ede pertencem os carrapichos e as espécies cujo habitat são grotas e matas densas
pelos urticantes, como também a presença de espinhos, são associados ao fogo,e consequentemente a Exu e Xangô
odor acre
tamanho e porte avantajados
queimam
FLORES
OGUM
Cravo branco e cravo vermelho
OXÓSSI
Acácia mimosa, tango, bromélia
OSANYIN
Antúrio, strelitzia
XANGÔ
Cravo rajadinho (branco e vermelho)
OBALUAYE
Alamanda amarela, artemísia
OXUMARE
Flores do campo
YANSÃ
Lírio amarelo ou laranja
OXUM
Chuva de ouro, rosa amarela
YEMANJÁ
Rosa branca e crisântemo branco
NANÃ
Hortênsia
OXAGUIÃ
Girassol
OXALUFÃ
Orquídea branca em cacho

AMACI
Amaci
Líquido preparado com folhas sagradas, macerado em água das quartinhas, ou águas sagradas e deixado para repousar. É destinado a
banhar cabeças, otás, e objetos sagrados.
Amáã = hábito, costume
Ci = por para dentro

Águas Sagradas
Águas das 7 procedências.
Mistura colocada em uma bacia de ágata ou porcelana com:
Água do mar
Água do rio
Água da lagoa
Água da cachoeira
Água da mina
Água da chuva
Água do orvalho
ABÓBORA
Sinonímia
Abóbora d’água, abóbora moranga, abóbora-de-pescoço, abóbora jerimum, abóbora cabocla, jerimum.
Descrição
Originária da América Tropical, planta rasteira, ramosa, tendo o caule áspero, que às vezes se apresenta coberto de espinhos de
consistência mole.
Folhas grandes com pecíolos compridos.
Medicina Popular
Ricas em vitaminas A, B, C, magnésio, potássio, cálcio, fósforo, ferrro, sódio e ricas em fibras.
Fruto laxativo, diurético, curativo, pois combate artritismo e doenças do calor.
As sementes (moídas) possuem alto teor de ferro. Sem casca, com açúcar mascavo e água, agem como vermífugo.
As folhas são a parte mais rica, com ação terapêutica sobre erisipela, pneumonia, queimadura, otite, colite, uretrite e vermes.
Elemento
Terra
ORUMILA / OYA / CABOCLOS / CABOCLAS / ODU OBARA
Uso Espiritual
As diversas variedades de abóbora, nas casas de Candomblé (Jeje e Nago) e Umbanda, são um fruto de uso proibido na alimentação
regular de alguns filhos, pois se constituem um eewo para o Orixá Oya. Todavia, são usadas em oferendas diversas.
A variedade conhecida como abóbora moranga é a mais utilizada como oferenda para o Odu Obara: “para melhorar a situação
financeira”; pois segundo um mito de Ifá, Obara, que era pobre, ficou rico graças às abóboras. Nas casas de Angola, é colocada sob uma
árvore como presente a Katende ou Osanyin, ao pedir-se permissão para entrar na mata e colher folhas.
Para Caboclos e Caboclas, são oferecidas na mata ou no peji com milho e mel.
A abóbora de pescoço é usada em ebós, servindo inclusive para alguns trabalhos de Exu.
OBS: Abóbora, repolho, batata doce, pepino, couve, cenoura, chuchu: formam os sete elementos que compõem um ebó conhecido pelo
nome “tudo que a boca come”, utilizado com a finalidade de “limpar” as pessoas por dentro.
AGRIÃO
Sinonímia
Agrião-d’água, berro, cresson
Descrição
Originária do Brasil, onde ocorre em abundância. Há quem afirme ser originária da Europa, onde é encontrada entre as temperaturas de
16 a 29ºC.
Planta herbácea, rasteira, vive na proximidade de córregos e em terrenos alagados.
Caule rastejante, estende-se sobre a superfície da terra, atingindo de 10 a 80 centímetros de comprimento.
Folhas verde-escuras, compostas, carnudas, com folíolos arredondados ou ovais.
Flores pequenas, brancas, nascem em cachos na porção terminal do caule.
Medicina Popular
Poderoso depurativo do sangue e antiescorbútico.
Diurético, antidiabético, antirraquitismo, antituberculose, expectorante, cicatrizante, antiinflamatório.
Combate edemas, hepatite, leucorréia.
Regula o equilíbrio de água no organismo e normaliza o ritmo cardíaco, além de representar ótimo remédio para combater os efeitos da
nicotina.
Em úlceras e feridas infectadas aplica-se externamente, sob a forma de cataplasma.
Não deve ser usado por gestantes, pois é absorvido em grandes quantidades, podendo também provocar irritações do estômago e das
vias urinárias.
Elemento
Terra
OGUM / OSANYIN
Uso Espiritual
Usado em banhos atua sobre os estados afetivos, removendo estagnações.
Combate desânimo, desatenção, preguiça, covardia, apatia, fuga, indecisão, falta de motivação e tendência a autopunição.
Banhos associados a erva de bicho e espada de Ogum concentram a força de vontade e combatem o medo.

COUVE
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Não há referências.
Medicina Popular
Cozida, é utilizada como anti-oxidante e laxante.
Macerada, combate a icterícia, cálculo biliar, cálculos renais, bronquite, asma, colite ulcerosas e artrites.
Elemento
Terra
OSANYIN
Uso Espiritual
As folhas são usadas juntamente com outros vegetais em ebó de limpeza, conhecido como “tudo que a boca come”.

REPOLHO
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Não há referências.
Medicina Popular
Grande valor nutritivo, rico em vitamina C e sais minerais.
Usam-se as folhas secas nos casos de abscessos.
O chá elimina dores, nevralgias faciais e dentárias.
Combate úlceras internas e hemorróidas.
Elemento
Água
OSANYIN
Uso Espiritual
Um dos ingredientes do ebó “tudo que a boca come”, para limpar o corpo.
Suas folhas em banho trazem proteção, prosperidade e afastam pesadelo.
Salada de repolho atrai a prosperidade.
Oferenda com folhas de repolho e nove moedas atrai prosperidade.
Sempre plantar qualquer repolho, especialmente após casamentos, para assegurar a boa sorte.
FRUTAS
ABACATEIRO
Sinonímia
Agiracate, aiguacate, paeta, avocado.
Descrição
Nativo das Antilhas, com algumas espécies originárias do México, é encontrado em todos os estados brasileiros.
Árvore ramosa, lenhosa, chegando a medir seis a sete metros de altura.
Folhas persistentes, alternadas, oblongas, largas, ovaladas, inteiras, coriáceas, de cor verde.
Suas flores pequenas são branco-amareladas, pedunculadas e reunidas em ramos axilares. Floresce na primavera.
Produz fruto pediforme e comestível.
Medicina Popular
A folha é usada em decoto (chá fervido das folhas), para “dor nas cadeiras e urina presa”.
O fruto (polpa e semente) é conhecido como afrodisíaco. “Os indígenas da América do Sul aplicam as folhas quentes sobre a cabeça
quando estão com dor de cabeça. Com as sementes ainda frescas, colocadas para amolecer no leite, fazem cataplasmas utilizados
contra abscessos e panarícios”.
O óleo é rico em vitaminas, sais minerais, matérias graxas, tanino, proteínas e sacarina; aplicado no abdome previne estrias da gravidez.
O caroço, torrado e moído, é indicado para reumatismo, diarréia e disenteria.
Com as folhas secas faz-se chá para os rins (não devendo ser usado em crianças menores de 10 anos).
As folhas aferventadas, em compressas quentes, aliviam dor de cabeça.
As folhas, verdes e tenras, mastigadas, combatem estomatite, gengivite e náuseas.
Elemento
Fogo
OYA / OGUM / YEMANJA
Uso Espiritual
Nas casas de candomblé e Umbanda, as folhas do abacateiro são mais utilizadas nas liturgias medicinais.
Nas casas Lucumis, em Cuba, a planta tem uso ritualístico, especialmente a que possui frutos avermelhados, que são atribuídos a Oya.
É atribuído a Yemanjá por ser diurético e trabalhar os rins.
ABACAXI
Sinonímia
Abacaxi branco, ananás.
Descrição
Originário da América do Sul e nativo do Brasil.
O abacaxi é uma planta terrestre, com folhas coriáceas, lineares, pontiagudas, de bordos serrados, revestidas de pelos no seu reverso.
Inflorescência em espiga e fruto em forma piramidal, de tamanho variável e cor verde/avermelhada, ostentando uma coroa de brácteas
verdes ou avermelhadas.
Seu fruto é muito apreciado por fornecer suco refrescante, nutritivo e diurético.
Medicina popular
É desaconselhável para mulheres grávidas e pessoas portadoras de doenças de pele.
O fruto possui enzima digestiva, importante no combate à falta de apetite.
Combate a diarréia, edemas, insônia e insolação.
A casca proporciona suco diurético, febrífugo e vermífugo.
Alto teor de vitamina C. O suco quente com mel é recomendado para tosse e catarro.
Contém manganês, responsável pela manutenção e formação da estrutura óssea e das funções reprodutivas.
Elemento
Terra
EXU / POMBO GIRA / OBALUAYE / IYABÁS / IBEJI
Uso espiritual
Foi incorporado aos rituais do Candomblé afro-brasileiro pelos nago. Seu fruto é utilizado em oferendas nas festas das Iyabas e usado
também para Ere no Pavã (ritual praticado no período da iniciação). É um eewo (interdito, quizila) para Obaluaye e seus iniciados, sendo
também desaconselhável o seu consumo para as mulheres filhas de Oxum.
Foi introduzido na África, onde é conhecido pelo nome iorubá: òpòn òyìnbo e incorporado aos trabalhos ritualísticos, onde as folhas são
utilizadas beneficamente em "trabalho enterrado no chão para conseguir dinheiro", "trabalho para encher a casa de amigos" e "proteção
contra o mal". O fruto é utilizado de maneira maléfica em "trabalhos para matar o amante da esposa" (Verger, 1995: 361, 379, 451, 429,
633).
Usado na fermentação, representa a transformação de elementos ou sua reposição.
Seu sentido mágico deve-se a características como: casca em formato ocular, representando a terceira visão, que nos dá o
conhecimento que está oculto, e também aspecto rugoso (a pele de Obaluaye).
Coroa: pertence a OBALU AYE (rei chefe do mundo).
Aluá: entra na sua composição, como base para as outras frutas.
AMOREIRA
Sinonímia
Amora preta, amora da Silva
Descrição
Nativa da Pérsia, é planta histórica, ligada à mitologia grega, que atribui a cor de seus frutos ao sangue de Pyramo e de Thisle. É citada
como “sycaminos” ou “árvore-sykamina”.
De copa ampla, pode atingir até dez metros de altura.
Possui folhas alternas, mais compridas que ovais, revestidas de pelos finos. Suas flores são miúdas e dispõem-se em cachos densos.
O fruto tem aproximadamente três centímetros de comprimento, é escuro e tem sabor agradável, pois sua polpa é aquosa, ligeiramente
ácida e doce.
OBS: É parente próxima da amora branca (Morus alba), originária da China, de cujas folhas alimenta-se o bicho-da-seda. Não confundir
com outra planta, chamada popularmente de amoreira vermelha, cujos frutos apresentam superfície externa saliente, rugosa, também
adstringente, pertencente à família das urtigas.
Medicina Popular
Do suco adstringente fornecido pelo fruto faz-se um xarope útil no combate das faringites e doenças inflamatórias da boca e órgãos
digestivos.
A geléia tem ação refrigerante sobre os intestinos.
O chá das folhas é antidiabético (hipoglicemiante), cicatrizante.
As flores são usadas contra afecções renais.
O suco dos frutos combate reumatismo, gota, artrite e estados febris.
Elemento
Ar
EXU / TEMPO / YANSÃ / EGUM
Está associada a YANSÃ DE IGBALE
Uso Espiritual
Plantada em volta da casa, capta os fluidos negativos do ar, soltando-os ao pôr do Sol.
Usada em sacudimentos para afastar influências de Eguns sem luz sobre pessoas da casa.
Clareia o que está obscuro.
Abre caminho para finanças.
O banho das folhas (juntamente com hortelã, mel, arruda e boldo) é muito forte, devendo ser usado somente em casos extremos para
afastar obsessores.
Dos galhos são feitos os isan, bastões rituais que controlam os Egungun (ancestrais).
BANANEIRA
Sinonímia
Banana nanica, anã ou caturra.
Descrição
Planta herbácea, com rizoma subterrâneo de onde partem (para a superfície) os ramos que vão constituir o caule.
Folhas ovaladas, lanceoladas, que se enrolam umas nas outras na parte basal, formando a cobertura do caule. Possuem grossas
nervuras centrais e finas transversais.
As flores reúnem-se em grupos, em torno de um pendão e ficam protegidas por folhas modificadas (brácteas) avermelhadas – que
constituirão o “coração” ou “umbigo” da bananeira.
Os frutos formam grandes cachos e originam-se por partenocarpia (não ocorre fecundação). Sua porção comestível é resultado do
desenvolvimento da porção feminina da flor e possuem alto valor nutritivo.
A bananeira é própria de climas tropicais, preferindo locais úmidos e sombreados.
OBS: O gênero Musa compreende mais de oitenta espécies e variedades.
Musa paradisíaca, ou banana nanica é uma das mais comuns. As demais espécies diferem em relação ao tamanho da planta, das folhas,
coloração do caule (verde, avermelhado, etc.), tamanho e sabor dos frutos. As mais conhecidas são:
Banana brava: originária do Brasil, abundante em Alagoas, Pernambuco e outros estados do Nordeste; tem fruto ovalado.
Banana maçã: fruto quase cilíndrico, sabor muito apreciado.
Bananeira do paraíso ou Figueira de Adão: denominação asiática, devido à crença de ser símbolo do fruto proibido.
Bananeira dos sábios (Musa sapientium): caule vermelho escuro, um pouco menor que as anteriores, fruto mole, oleoso e açucarado;
alimento preferido de grandes sábios (padres, filósofos) durante o período da Idade Média (crença popular), daí seu nome.
Banana prata: sabor menos adocicado, menos intenso que as outras espécies.
Banana da terra: cachos volumosos, bem maiores, de consistência forme.
Banana ouro: fruto miúdo, de amarelo e sabor intensos.
Além destas, temos outras espécies: banana de São Tomé, banana melão, banana Pará, banana roxa.
Existe uma certa confusão com o conhecido pacová dos caboclos do interior, muitas vezes chamado de banana brava, pacoveira,
pacobaçu. Trata-se de uma planta da mesma família, porém pertencentes ao gênero helicônia (bico-de-papagaio).
Medicina Popular
As diferentes espécies são freqüentemente confundidas umas com as outras, no entanto apresentam em comum propriedades
medicinais semelhantes.
Do caule extrai-se uma substância muito rica em taninos, muito útil no tratamento de disenterias, diarréias, inflamações da laringe e como
tônico capilar.
Os frutos, cozidos em banho-maria, aliviam as hemorróidas.
O fruto seco é refrescante para os músculos; maduro favorece a cicatrização, alem de umedecer os pulmões.
Auxiliar no tratamento do alcoolismo.
O chá de casca de banana é ótimo para combater doenças do fígado, estômago e intestinos, controlando vômitos e diarréias.
O suco da raiz ou da haste da bananeira serve para curar a hemoptise (eliminação de sangue, de origem pulmonar, através da boca);
adicionado à aguardente combate os efeitos de mordidas de cobras; alivia o mal-de-sete-dias.
Elemento
Água
EXU (planta) / OXUM (fruto) / OXALÁ (folha)
EXU / XANGÔ (coração de bananeira)
Uso Espiritual
Suas folhas são usadas para enrolar vários tipos de comida oferecidas aos Orixás; para forrar o Ilê (casa) nas matanças de Eranke Exu;
na preparação do acaçá, abará e ekuru, são embrulhados os bolinhos nas suas folhas (ewe ekó), preferencialmente a banana prata, que
por ser mais tenra é indicada para envolver as massas de milho branco ou feijão fradinho, que são as bases desses alimentos.
A banana prata e a banana ouro são oferecidas ao natural para as Iyabás.
Usadas no preparo de algumas comidas (banana ouro), para Oxum e Logun Ede; a banana da terra feita no azeite de dendê é oferecida
a Obaluaye, Oxumare e Ibeji; já a banana d’água (Ògèdè òmìnì) é uma quizila para Oxalá e Oyá.
Quando se descobre que um filho é Abiku, pega-se um pedaço de tronco de bananeira e coloca-o dentro de uma pequena fogueira,
dizendo-se: “Fulano, só pode morrer se esse tronco queimar”. Como ela não queima...
Usadas no Bori.
A banana de São Tomé e a da terra são oferecidas a Xangô.
A flor, em forma de coração, é usada para vencer problemas amorosos, ou de saúde.
CAJAZEIRO
Sinonímia
Cajá mirim, miúdo, amarelo, tapiribó, cajá do sertão, acajá, acaíba, acajaíba.
Descrição
Árvore alta, imponente, frondosa, que atinge vinte a vinte cinco metros de altura. O caule é direito, com ramos de farta folhagem, os
ramos cobertos de lentilhas. Folhas compostas, imparipenadas. Folíolos oblongos ou elípticos.
Flores em grandes panículas terminais. Fruto ovóide, amarelo, aromático, de sabor ácido e agradável, do tamanho de uma ameixa. Tem
extraordinária facilidade de multiplicação.
Medicina Popular
Cascas e grelos: decocção, para uso externo e inchaço nos pés.
O decocto da casca é emético, adstringente, tônico, estimulante e útil contra cólicas abdominais e a blenorragia.
O decocto das flores, externamente é empregado nas laringites (gargarejos) e nas oftalmias (em loções).
As flores em decocção são tônico do coração.
O fruto é muito usado nas ogivas atômicas.
Elemento
Terra
OGUM / OXALÁ
Uso Espiritual
A casca do cajazeiro é bastante grossa e assim, presta-se à fabricação de figas e alguns outros amuletos.
As folhas são usadas em rituais de iniciação e banhos de purificação.
Nos pés da árvore, são colocados os assentamentos de Ogum (as árvores frondosas geralmente são associadas a Ogum, lembrando a
ancestralidade).
Quando não se tem folhas de São Gonçalinho para forrar o chão do terreiro, substitui-se por folhas de cajazeiro, pois repele influências
nefastas e proporciona boa sorte.
CAJU (Acaiu – Tupi)
Sinonímia
Acaju, acajuíba, anacardo, cacaju, caju manso, casca antidiabética, salsa parrilha dos pobres.
Descrição
Árvore muito comum no Brasil, principalmente no Norte e Nordeste.
Possui caule na maioria das vezes tortuoso e de pouca altura, principalmente nos solos arenosos e secos do sertão. Em terras de boa
qualidade chega a atingir vinte metros de altura.
Suas folhas são pecioladas, ovais, sem pelos, com as bordas onduladas.
Suas flores reúnem-se em inflorescência de forma piramidal, na ponta de ramos mais finos.
O fruto contém suco oleaginoso e cáustico, sendo duro, liso e acinzentado (é uma noz em forma de rim, a popular castanha de caju).
Este fruto aloja-se sobre um receptáculo carnudo e suculento, de cor amarela ou vermelha, que se constitui na porção comestível,
adstringente e adocicada. É bastante comum confundir-se esse receptáculo com o fruto: na verdade o fruto é a castanha.
Medicina Popular
O suco da porção carnuda é usado para fortalecer os cabelos e manter pele e olhos sadios.
Tem propriedades diuréticas, depurativas e anti-sifilíticas.
Usado contra diabetes, eczemas e reumatismo.
O óleo extraído das castanhas é aplicado com sucesso contra verrugas e calosidades.
Combate a impotência e a debilidade conseqüentes de grandes enfermidades.
As folhas, em banhos locais, são usadas contra feridas e úlceras, bem como contra corrimentos do aparelho genital feminino.
A infusão das cascas é adstringente, sendo usada contra atas, inflamações da garganta e mau hálito; tem também aplicação contra
tosses rebeldes e afecções pulmonares em geral.
Elemento
Terra
EXU / OBALUAYE / NANÃ
Uso Espiritual
Usado em banhos de descarga e sacudimentos.
O fruto é oferecido para os Caboclos e as Iyabás.
A castanha é usada em diversas comidas de Santo.
As folhas são usadas pelo Axogun para sacrifício ritual de quadrúpedes (no Candomblé).
OBS: O Annacardium D-30, substância produzida a partir do caju é medicação homeopática para livrar as pessoas de uma “força” que
parece atuar como uma vontade exterior, com objetivos contrários à sua vontade própria. Se aceitarmos que este estado pode ocorrer
devido a um ser invisível que toma posse da pessoa, ou que significa a vontade de uma pessoa próxima que ameaça dominar o
paciente, podemos concluir que o annacardium protege contra a possessão por parte de um espírito desencarnado, bem como as
pessoas mais frágeis ao domínio de outros.
COCO
Sinonímia
Côco, coqueiro da Bahia, coquinho.
Descrição
Trazido da Índia para o Brasil pelos portugueses, logo no início da colonização. Introduzido na Bahia, onde cresce em abundância,
espalhou-se pelos estados do Nordeste, tornando-se de grande importância econômica e alimentícia. O Brasil possui significativa
produção de côco, mas as principais áreas de cultivo concentram-se no Extremo Oriente: Filipinas, Indonésia, Índia e Ceilão.
Trata-se de árvore vistosa, com caule tipo estipe: delgado e alto, com um tufo de folhas que caem. Chegam a atingir trinta metros de
altura com setenta centímetros de diâmetro. Apresenta-se muitas vezes curvado, por ação do vento.
Suas folhas são grandes, com forte nervura central, superfície dividida, como que rasgadas das bordas até a nervura central. A casca e
as folhas têm emprego na produção de tapetes, escovas, redes, esteiras, etc.
OBS: os côcos são frutos de árvores da Família das Palmeiras (com cerca de um milhão de espécies), de grande importância
econômica. A descrição básica da planta é semelhante, diferindo geralmente em relação ao porte, tamanho das folhas e dos frutos, sabor
dos frutos.
Exemplo: babaçu, buriti, carnaúba, dendê, indaiá, coco de iri ou ariri, etc.
Medicina Popular
A água de coco é benéfica aos intestinos, vermífuga e hidratante.
A água é usada para combater náuseas, vômitos.
Tem composição aproximada ao soro que combate a desidratação.
A polpa branca e oleaginosa do côco maduro tem sabor ligeiramente doce e bastante agradável, dela extrai-se óleo ou gordura, na
proporção de 65%, empregado na alimentação humana e na indústria cosmética.
A casca tem emprego na fabricação de utensílios diversos e em muitos países é usada na confecção de tapetes, escovas, redes, cabos,
cordoalhas para navios, esteiras, bancos de veículos, etc.
Elemento
Terra
OXÓSSI (Caboclo) / BAIANO
Uso Espiritual
Água de côco usada em banhos desperta a retomada do gosto pelo trabalho.
Côcos maduros ou verdes são usados em assentamentos.
Para oferendas e feitiços (brancos) de Baiano.
Para enfeitar o ajeum de Oxóssi, Nanã, Obaluaye.
Folhas usadas para enfeitar a mesa/sala de camarinha e também para enfeitar o barracão (Candomblé).
Traz sorte.
FIGUEIRA (Figo)
Sinonímia
Figueira de Baco, figueira comum, figueira mansa.
Descrição
Originária da África, é bem aclimatada no Brasil, crescendo em todas as regiões. Acredita-se que tenha sido trazida da África por um
missionário e plantada em Caruaru/PE, em 1892.
Arbusto com caule nodoso acinzentado, produz – como a maioria das Moráceas – um látex que mancha as roupas e pode provocar
queimaduras na pele.
Suas folhas palmadas têm superfície áspera, nervuras marcadas, coloração mais clara na superfície inferior e dispõem-se
alternadamente sobre o caule.
As flores ficam no interior de uma espécie de cápsula, com formato de uma pêra – esta cápsula é a parte comestível da planta
(confundida por muito com o fruto). Na realidade, os frutos minúsculos abrigam-se no fundo desta cápsula.
OBS: Existem muitas espécies de figueira, algumas com fruto comestível, cultivadas em nosso país. Dentre os frutos comestíveis
destacam-se o douradinho, o branco, o roxo, o roxo grande e o rajado. Vejamos outras plantas do mesmo gênero:
Ficus bejamim ou Ficus retusa: árvore de grande porte, cuja sinonímia é figueira de pagodes, com folhas elípticas, pontiagudas, duras.
Fruto arredondado, vermelho ou roxo, que nasce na axila das folhas. Fornece madeira esbranquiçada, de grande resistência. Árvore
ornamental comum em centros urbanos, onde é encontrada em ruas, praças e parques, prestando-se à confecção de formas esculturais.
Suas raízes, aplicadas sobre feridas, têm efeito cicatrizante. Pertencem a Oxumare.
Ficus elástica: é a seringueira, da qual extrai-se o látex com o qual faz-se a borracha.
Medicina Popular
Peitoral, emoliente, laxativa, calmante do aparelho respiratório.
Consolida o estômago, purifica os intestinos.
Indicado nas afecções inflamatórias da boca, garganta , brônquios, laringe e tosses em geral.
Combate abscessos dentários.
Age contra constipação intestinal, hemorróidas, enterites e disenterias.
O látex que escorre das incisões tem aplicação como purgativo, além de secar calos e verrugas.
Elemento
Terra
OXUMARE / EXU / OBALUAYE / NANÃ
Uso Espiritual
A figueira representa a ciência religiosa, símbolo da longevidade.
O fruto é usado como oferenda.
As folhas são usadas em banhos de descarga contra obssessores.
Ramos usados em sacudimentos para filhos destes Orixás.
Usada em assentamentos de Okuta e ere (estátuas).
Folhas são empregadas em banho forte, à zero hora, em encruzilhada; para melhor efeito, coloca-se junto: três sabugos de milho
cortados ao meio (colhidos nos restos de feira), pinhão roxo, pau d’alho, aroeira, vassourinha de relógio.
É usada para purificação dos otás ou ferramentas de Exu, antes de serem levados aos assentamentos.
É símbolo da sabedoria e da luz.
Conhecida como Árvore da Sabedoria, onde Buda sentou-se para meditar e alcançou o conhecimento perfeito.
Simbologia dos sonhos:
Comer figos: satisfação
Figos frescos: prosperidade
Figos secos: sinal de decadência financeira
Doce de figo: amizade sincera, ajuda de amigos
OBS: Existe uma árvore, conhecida como Figueira do Diabo (Euphorbia entheurodoxa), da família das Euforbiáceas, também chamada
de aveloz, gaiolinha, garrancho, árvore de São Sebastião, casoneira, mata verruga, coroa de Cristo.
Trata-se de arbusto com cerca de oito metros de altura, galhos duros e arredondados, quase sem folhas, com estrias em toda a sua
extensão. Flores amarelas ou verdes e rutos cobertos de pelos, contendo sementes ovais e lisas. Em seu tronco distribuem-se nós com
dois centímetros de espessura, espaçados com oito centímetros entre si.
Produz suco leitoso, acre e cáustico, que pode causar cegueira. Além de ação cáustica, seu caule produz um pó que faz cair o pelo dos
animais que ficam próximos e seu tronco. Emite calor muito forte.
GOIABA
Sinonímia
Guaiaba, djamboé, araçá, araçá felpudo.
Descrição
Arbusto com cerca de cinco metros de altura, vegeta em quase todo o território nacional.
De origem brasileira, seu fruto tem valor econômico, aproveitado para a fabricação da goiabada. Possui tronco liso, avermelhado e
ramoso; como várias plantas da mesma família, solta pedaços da casca.
Suas folhas são elípticas, coriáceas e ásperas. As flores são brancas.
O fruto às vezes é arredondado, outras têm a forma de uma pera.
A goiaba vermelha tem parede formada por massa compacta, vermelha, dentro da qual encontra-se polpa de consistência delicada,
saborosa e também avermelhada, onde alojam-se numerosas sementes. Usada em larga escala na fabricação de goiabadas, como
produto de exportação e de vasto consumo interno.
A goiaba branca é menos adocicada e seu sabor não é tão agradável, tem conformação de uma pêra, sua casca é amarela e a polpa
branca.
OBS: Da mesma família e também do mesmo gênero, é o popular araçá, que possui folhas muito semelhantes às da goiaba e do qual
conhecem-se diversas espécies.
Medicina Popular
Os frutos, ricos em vitamina B1 e B2, são úteis nas tosses, bronquites e outras doenças das vias respiratórias.
Elemento
Terra
OXÓSSI (Caboclo) / XANGÔ / YANSÃ / OGUM
Uso Espiritual
Os frutos são usados para oferendas dentro da Linha de Criança.
JABUTICABEIRA
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Árvore com casca lisa. Folhas opostas. Flores brancas e cheirosas, grudadas no tronco.
Fruto globoso, roxo escuro, contendo dois caroços envoltos numa massa aquosa, branco-acinzentada, doce.
Medicina Popular
O decoto da entrecasca é indicado na asma e nas hemoptises.
Elemento
Água
OXUM / NANÃ (frutos) / OGUM (árvore)
Uso Espiritual
Folha em obrigações de cabeça.
Banho de purificação dos filhos de Ogum.
Banhos de limpeza, para trazer força.
Para pessoas que têm dificuldade de viver em comunidade, pessoas materialistas, com ambição de poder e posses, falta de
generosidade, avareza, falta de solidariedade.
Ajuda a ter sentimentos de generosidade e solidariedade.
Uma árvore que mostra exemplo de solidariedade.
JAQUEIRA
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Originária da Índia e Oceania. Aclimatada em quase todo o Brasil.
Tem cerca de dezesseis metros de altura, folhas recortadas. Como alguns frutos, a jaca conserva-se verde mesmo após a maturação.
Tem flores pequenas. As sementes começam a germinar quando ainda acham-se alojadas no interior dos frutos. Por meio da
fermentação, prepara-se o vinagre com os frutos.
Medicina Popular
Os caroços assados são tidos como afrodisíacos.
As cascas cozidas combatem a diarréia e a disenteria.
Elemento
Fogo
APÁÒKÁ / EXU / XANGÔ
Uso Espiritual
Apáòká (òpa: cajado, cetro; oká: semente africana) é nome de uma entidade considerada mãe de Oxóssi, cultuada numa jaqueira.
Apáòká (apá: baço; oka: árvore que cura a doença infantil desse nome).
Enfeita-se com grandes laços de tecido, o que a distingue como sagrada.
Em suas raízes, colocam-se potes de barro contendo água, que também sinalizam o sagrado.
As folhas são utilizadas para assentamento de Exu.
Outro nome Iorubá: tapómirin.
JENIPAPEIRO
Sinonímia
Jenipa.
Descrição
O jenipapo é o fruto do jenipapeiro. Tem o tamanho e a forma da laranja da terra e, exteriormente, a cor do caldo de feijão mulatinho.
Quando atinge a maturação, é mole e a casca apresenta-se enrugada. Na parte interna, encontra-se uma polpa amarela, doce-amarga e
adstringente.
A casca e o fruto, quando ainda verde, dão uma tinta azul-violeta, com a qual os índios tingem tecidos e pintam a pele.
Medicina Popular
Suco, doce, vinho, sorvetes do seu fruto.
Com a raiz prepara-se purgante.
Cozinhando-se a casca combate úlceras causadas pelo escorbuto e doenças venéreas.
O caldo da fruta emprega-se para combater hidropisias.
Elemento
Terra
OBALUAYE / XANGÔ
Uso Espiritual
As folhas na iniciação dos filhos de Obaluaye (uma das principais usadas no orò – fundamentos desse Orixá).
Usada um rituais para “retirar a mão de Vumbi”.
Banhos de descarrego e limpeza.
O fruto verde, quando em contato com a pele, torna-a escura, fato que deu origem a uma história do Odu Ojonile:
“Um homem estava prestes a ser visitado pela morte. Percebendo a aproximação da visita, consultou Ifá, onde foi aconselhado a fazer
um ebó de peixe assado, preá e jenipapos verdes (que deveriam ser passados no corpo, o que deu-lhe a cor escura).
Dias depois, a morte foi visitá-lo, mas quando chegou em sua casa não o reconheceu, pois tinha que levar um homem claro e não aquele
“mulato”.”
LARANJEIRA
Sinonímia
Laranja doce, sendo que deste gênero há muitas outras espécies, a saber: laranja amarga ou da terra (Citrus vulgaris), laranja da Bahia
ou laranja de umbigo, seleta, lisa, pera; além dos diferentes tipos de tangerina (Citrus nobilis)
Descrição
Planta originária das zonas tropicais e subtropicais da Ásia e do Arquipélago Malásio. Árvore de pequeno ou médio porte, copa densa e
esférica. Caule com espinhos pontiagudos, fortes e rijos.
Folhas simples, persistentes, elípticas, com pecíolo alado, dispostas alternadamente.
Suas pequenas flores brancas, aromáticas, com pétalas linear-alongadas, reúnem-se nas pontas dos ramos.
Medicina Popular
Aromática, estimulante estomacal e digestiva.
As flores são usadas como sedativo.
As folhas estimulam a transpiração, tendo aplicação nos processos gripais.
Combate insônia e ansiedade, acalma espasmos musculares.
Os frutos, ao natural ou sob a forma de suco, combatem o artritismo, obstipação intestinal e anemia.
Elemento
Água
OXALÁ / IYABÁS
Uso Espiritual
Traz a integração das energias mentais e físicas para a consciência do Eu.
Desperta a alegria na emoção.
Relaxa as pessoas que não se permitem descontrair.
Usada em banhos (flores) para aproximar corações apaixonados.
Traz bons fluidos e bons sonhos.
As flores são usadas em obrigações no Ori e oferendas para Oxalá.
Laranja pera, Bahia e seleta, são usadas para oferendas de Iyabás.
Com espiga de milho e batata doce, é oferecida a Xangô.
Banho com a flor de laranja traz bons sonhos e une pessoas apaixonadas.
Calmante, apresenta a vantagem de descontrair sem amolecer.
Relaxa tensões em geral.
LIMA DA PÉRSIA
Sinonímia
Laranja lima, lima doce.
Descrição
Árvore de copa densa e arredondada, com três a quatro metros de altura, ramos espinhosos, casca pardo esverdeada, ou cinza. As
folhas são ovaladas, verde lustrosas e aromáticas.
Suas flores têm de quatro a cinco pétalas brancas, carnosas e localizam-se nas axilas foliares.
Fruto arredondado, de casca lisa e fina, de um amarelo dourado quando maduro; seu suco é transparente e doce, mas a pele que separa
os gomos é extremamente amarga.
O suco do fruto é alimentício e refrigerante.
Medicina Popular
Óleo essencial de cheiro suave, indicado como antiespasmódico;
Tem ação vermífuga;
Indicado nas perturbações estomacais.
Elemento
Água
OXALÁ
Uso Espiritual
As folhas, usadas em banhos, atraem bons fluidos, bons sonhos;
Estimula a mente, restaura as energias;
Suas folhas, colocadas sob o travesseiro, ajudam a combater a insônia.
OBS: Muito semelhante é a Citrus bergamitta, ou lima de umbigo também conhecida como bergamota; diferencia-se por possuir a casca
grossa e amarela, tem sabor agradável e com sua casca faz-se doce muito gostoso.
MAÇÃ
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Originária da Ásia Central, é cultivada em várias partes do mundo, com predominância em climas temperados. Existem atualmente mais
de 600 espécies ou variedades, resultantes do cruzamento entre as espécies européias e asiáticas.
Árvore frondosa e ornamental, dotada de folhas alternas, simples e ovais, com o ápice em ponta. As flores reúnem-se e, umbelas (forma
de guarda-chuvas), são brancas e levemente aromáticas, com simetria radiada (actinomorfas).
Os frutos, vermelhos quando maduros, são de consistência e sabor agradáveis. Considerada popularmente a rainha das frutas, faz juz a
sua fama, pois é das mais nutritivas.
Medicina Popular
Depurativa do sangue, sedativa, remove a depressão mental;
Cardiotônica, sedativa, remove a depressão mental;
Abre o apetite, refresca, alivia o calor do verão, produz líquidos orgânicos;
Lubrifica pulmões, suprime mal-estar torácico e agitação interna.
Elemento
Água
OXUM
Uso Espiritual
O fruto é usado é usado como oferenda a Oxum;
O fruto também é usado para bruxarias em geral, tanto com Orixás e Caboclos, como Elegbaras;
Folhas do conhecimento e da liberdade, da ciência, da magia e da revelação;
Árvore da vida, árvore do conhecimento do bem e do mal, do conhecimento unificador que confere a imortalidade; o conhecimento
desagregador que provoca a queda;
O banho serve para limpeza física e psíquica;
Para pessoas que sentem vergonha de alguma parte do corpo ou de sua aparência em geral: auto-aversão;
Pessoas que são obsessivas com aparências externas (limpeza de casa, a própria aparência), lavam excessivamente as mãos, fazem
muitos banhos por dia;
Pessoas que temem contaminações através do ar, contágios;
Pessoas que não diferem a pureza exterior (física) que é conquista por simples obediência às regras de higiene e a pureza interior, a
alma, o aprimoramento moral e de superação do egoísmo;
A maçã é considerada um antibiótico do sistema e relaciona-se com os conceitos internos de pureza, ordem e perfeição;
A própria macieira quando está em floração, exibe principalmente pelo acentuado contraste entre as flores alvas e o tronco enegrecido –
parece transmitir a sublimação da obscuridade em pureza e brancura;
Malus (grego) conotação de “mal”, uma das polaridades da planta;
Para os Xamãs, está ligada à imortalidade interior (por conta da flor de cinco pétalas e a forma de estrela que se revela quando se corta
o fruto em dois);
Os Xamãs antes de receberem poderes mágicos da macieira é necessário enfrentar seus guardiões, as serpentes, através de lutas
morais no plano astral (Artemidoro de Daldia, Tratado de Sonhos);
A maça representa o ofício dos homens, sua profissão, seu emprego, etc.;
O suco da maçã traz sonhos visionários ou proféticos (maçãs colhidas na lua cheia);
Quando se sonha que está comendo maçãs doces, o artista será glorificado, o comerciante realizará grandes negócios, o namorado será
feliz no amor, por analogia a sorte virá em todas as situações. Quando se sonha que se está comendo maçãs verdes, as coisas
demorarão a acontecer. Se as maçãs são azedas, os presságios serão opostos e diversos;
O mito de “Adão e Eva” é que a casca da maçã não poderia ser rompida (quando descascada ela escurece), simbolizando a perda da
pureza e da ordem;
A maçã, o fruto da casca vermelha, tem na cor a representação da benevolente ira divina, da alma contida e imersa no sangue da
encarnação. Todavia, sob a casca, a pureza, a brancura e a doçura da polpa que simbolizam todo o nosso potencial de doação amorosa;
O fruto faz optar entre a via dos desejos terrestres e o da espiritualidade; a maçã seria o símbolo desse conhecimento e a colocação de
uma necessidade: a de escolher.
OBS: Um dos símbolos da maçã vem do fato de ela conter, em seu interior, uma estrela de cinco pontas, formada pelos alvéolos que
envolvem as sementes: os iniciados fazem dela o fruto do conhecimento e da liberdade. Comer maçã significa abusar da própria
inteligência para conhecer o mal; da sensibilidade, para o desejar; da própria liberdade, para praticá-la. A vulgarização desse símbolo,
fez com que o tomassem como realidade. Por outro lado, o pentagrama, símbolo do homem-espírito, no interior da maçã, simboliza a
involução do espírito dentro da matéria.
MAMÃO
Sinonímia
Mamão de corda, mamoeiro, papaia.
Descrição
Espécie de vegetal muito popular no país. As folhas grandes formam uma espécie de coroa e têm pecíolos também grandes.
Poucas vezes apresentam ramagem farta e sua consistência é delicada, sendo que os frutos ficam dependurados na extremidade dos
pedúnculos. O fruto é oco e no seu interior encontra-se uma polpa dura e adocicada.
Medicina Popular
O leite produzido pela árvore é muito usado internamente contra doenças de estômago e externamente para combater certas dermatoses
(panos, impigens); em forma de xarope é indicado para tosses e bronquites.
Elemento
Ar
OXALÁ / YEMANJÁ
Uso Espiritual
Santos narra um mito do Odu Otúrúpòn (Ejilaoxebora ou tukukpe), transcrito por Maupoil, que relaciona o mamão às cabeças das
pessoas numa época em que nem Exu possuía Ori (cabeça);
As folhas são atribuídas a Oyá e são utilizadas para rezar a cabeça e sarar problemas de distúrbios mentais, sejam eles ocasionados por
uma doença material ou por feitiços;
Oferecido a Yemanjá.
MANGUEIRA
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Originária da Ásia Tropical é muito popular na Índia, de onde foi trazida pelos colonos portugueses no século XVII, aclimatando-se muito
bem no Brasil.
Árvore com cerca de doze metros de altura, possui folhas simples, ovaladas, lanceoladas, com cerca de trinta centímetros de
comprimento, com nervura central longitudinal fortemente marcada e nervuras laterais (transversais) delicadas, superfície lisa e oleosa.
Flores reunidas em inflorescência ramificada de forma cônica (panículas) nas pontas dos ramos folhosos, miúdas, brancas, róseas ou
avermelhadas.
Fruto carnoso, suculento, ovóide ou reniforme, polpa comestível.
Além de sua utilização culinária, sua bela madeira é apreciada em trabalhos de marcenaria.
OBS: Antigamente acreditava-se que ingerida com leite trazia incovenientes à saúde, fato hoje desmentido pela medicina e pela prática
popular. Há referências ao fato desta crendice ter sido imposta aos escravos pelos seus senhores, que tentavam restringir o acesso dos
negros ao consumo de leite e das frutas.
Medicina Popular
As folhas têm propriedades diuréticas, antianêmicas;
Cozidas combatem a leucorréia, gonorréia e o escorbuto;
As cascas do caule e folhas, em cozimento, são usadas para combater diarréias e disenterias;
Com as folhas e a polpa dos frutos prepara-se xaropes contra asma, tosses rebeldes e bronquites;
O caroço, no sertão brasileiro, é usado como vermífugo.
Elemento
Terra
OGUM (fruto) / OXÓSSI (folhas) / XANGÔ (folhas)
Uso Espiritual
òrò òyìnbó = “Árvore do homem branco”:
Oro = árvore de fruto comestível
Oimbo = do homem branco;
Os frutos são usados em oferendas;
As folhas para forrar o barracão (Candomblé), em sacudimentos e em festas evitas as demandas;
Em banhos ritualísticos, em banhos para assentamento de Caboclos;
Para trazer firmeza de Elegbara;
Banhos com as folhas atrai a sorte;
Existe uma crença que quando a mangueira dá frutos em demasia é presságio de miséria.
MARACUJÁ
Sinonímia
Maracujá-açu, maracujá silvestre, maracujá mamão, maracujá suspiro;
Descrição
Planta trepadeira, de caule quadrangular, escamoso na parte inferior.
Folhas lanceoladas, lobadas, com superfície lisa, das axilas foliares partem gavinhas, que enrolam-se em espiral envolvendo os troncos
ou ramos que lhe servem de suporte.
Flores muito vistosas, grandes, isoladas, com cálice verde por fora e branco por dentro, de onde pendem as pétalas como franjas,
internamente coloridas de roxo (flor-da-paixão ou chagas de Cristo).
O fruto é grande, arredondado, contém polpa gelatinosa, doce e acidulada, de sabor agradável, onde ficam mergulhadas várias
sementes redondas e pretas.
Medicina Popular
A passiflorina, extraída desta planta tem ação semelhante à da morfina, sendo muito empregada como calmante; não provoca
dependência, nem é tóxica, mesmo com uso prolongado;
Indicado nos casos de alcoolismo, delirium tremens, neurastenia, insônia;
Excelente sedativo, indicado contra dores de cabeça de origem nervosa;
Evita convulsões;
Acalma acessos de asma, bronquite, coqueluche;
Tem ação diurética e desinfetante das vias urinárias;
O suco dos frutos revigora as energias;
Elemento
Terra
OYÁ / IBEJI
Uso Espiritual
É quizila de Oxóssi;
Fruto oferecido a Caboclos em geral;
Equilibra o ying e o yang;
Ajuda a despertar a união dos opostos dentro de si;
Mergulha na essência da individualidade, buscando equilíbrio dos opostos dentro de si;
Equilibra a parte masculina e feminina; desperta a capacidade de entrega e a consciência do guerreiro;
Eficiente no discernimento de saber a hora de agir e a de recuar;
A flor controla os medos de origem desconhecida, estranhos; contribui para o desenvolvimento das forças interiores de fé;
As folhas são usadas em obrigações de ori, em abos e em banhos de purificação;
OBS: O gênero Passiflora possui mais de sessenta espécies, das quais destacamos as seguintes:
Passiflora capsularis: maracujá-branco; trepadeira com folhas bilobadas, verdes com uma lista branca, flores brancas, fruto alongado. O
decocto (cozimento) das raízes é emenagogo (estimula a menstruação).
Passiflora sicyoides: maracujá-cheiroso; o decocto das folhas, em banhos, é indicado no tratamento de gota;
Passiflora bahiensis: maracujá da Bahia; tem as mesmas propriedades do maracujá cheiroso;
Passiflora laurifolia: maracujá-folha-de-louro; trepadeira de folhas arredondadas, fruto alongado. A casca desprende-se mostrando
película branca que envolve as sementes;
Passiflora foetida: maracujá fedorento, maracujá catinga; usado em cataplasmas e banhos contra erisipela e dermatites;
Passiflora edulis: maracujá-mirim; folhas trifoliadas, serreadas; flores brancas, esverdeadas. Fruto globoso, amarelo – o decocto das
folhas é diurético, desobstruente. Aplicação tópica contra hemorróidas;
Passiflora picroderma: maracujá peroba; tem casca amargosa – o cozimento das folhas é usado contra hemorróidas;
Passiflora mucronata: maracujá-pintado; caule com pequenas manchas escuras – o cozimento das sementes combate vermes
intestinais.
MELANCIA
Sinonímia
Melão d’água.
Descrição
Planta herbácea e rasteira, cujos ramos apresentam sulcos em toda sua extensão. Folhas alternadas e ásperas e flores de pequeno
formato, amarelas, sendo o fruto liso e brilhante, ora de forma oblonga, ora arredondado. A casca do fruto é verde, com manchas
brancas ou cinzentas e a sua polpa avermelhada.
Medicina Popular
Fruto refrigerante e diurético;
Sementes: o chá combate problemas renais e de bexiga.
Elemento
Água
OGUM / YEMANJÁ
Uso Espiritual
Oferenda às Iabás;
Banho com as frutas de oferendas para Caboclo (Umbanda), atrai prosperidade.
MELÃO
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Herbácea anual de ramada rampante, folhas verdes palmadas, lisas, flores pedunculadas, amarelas. Fruto volumoso de casca rugosa,
lisa ou estriada, polpa amarela, alaranjada ou verde.
Medicina Popular
O fruto é diurético, indicado no tratamento de ácido úrico;
Alimento rico em vitamina A e C, sódio, potássio, cálcio, magnésio, ferro e hidrato de carbono.
Elemento
OXUM / YEMANJÁ / OXALÁ
Uso Espiritual
Faz parte do banho de Bori (Umbanda);
Oferendas às Iabás (Oxum / Yemanjá).

PÊSSEGO (PESSEGUEIRO)
Sinonímia
Pérsica vulgaris.
Descrição
De origem Oriental, foi introduzido no Brasil em 1532, pelos portugueses, adaptando-se bem aos climas amenos dos estados do Sul.
Árvore de quatro a oito metros de altura, tronco curto, com ramos inclinados e divergentes.
Possui folhas simples, lanceoladas, verde-escuras, com superfície lisa e bordas serreadas. As flores são vistosas, de tom róseo-violáceo
e brotam ao longo dos ramos que já perderam as folhas. Dão origem ao fruto ovalado, carnoso e suculento, extremamente saboroso,
amarelo ou rosado conforme a variedade.
Contém semente ovalada e dura, com superfície ondulada, de aspecto semelhante a uma noz.
Medicina Popular
Folhas amassadas são excelente remédio contra reumatismo, ferimentos gangrenosos e erupções cutâneas;
A infusão das flores combate coqueluche, verminoses e afecções renais;
Os frutos, comidos ao natural, são indicados para diabetes, gota, hipertensão, afecções do fígado e vesícula, anemia, herpes e
reumatismo;
O caroço, moído e misturado a uma gema de ovo, interrompe hemorragias provocadas por ferimentos (aplicados sobre a área afetada).
Elemento
Água
YANSÃ / OXÓSSI / OXUM
Uso Espiritual
As folhas entram em todas as obrigações de Ori;
As folhas são usadas em banhos para ajudar na concentração, abrir os caminhos e atrair bons fluidos para o amor;
É símbolo do casamento, da fidelidade, da imortalidade e da virgindade;
Na linguagem dos sonhos:
Pêssego maduro = sinal de oportunidade favorável;
Pêssego verde = é fastio;
Colher pêssego = dinheiro;
Vender ou comprar = projeto de difícil execução.
ROMÃ
Sinonímia
Romãzeira, romeira.
Descrição
De origem africana, adaptou-se muito bem no Brasil, vegetando quase que espontaneamente.
Arbusto de tronco espinhento, ramoso, casca acinzentada e ramos opostos.
Suas folhas são elípticas, de um verde-claro brilhante, alternadas. Suas flores de bela coloração vermelha dão origem a frutos amarelo-
avermelhados que, quando maduros, rebentam a casca deixando à mostra as sementes encarnadas, envoltas em substância carnosa,
adocicada, adstringente e ácida. Estas sementes são comestíveis.
Medicina Popular
A casca da romãzeira é anti-helmíntica, sendo muito eficiente contra a solitária (verme intestinal).
Elemento
Fogo
YANSÃ / OGUM / XANGÔ
Uso Espiritual
Associada à união, paz, fecundidade materna;
Tia inveja e ódio;
Usada em banhos para atrair força, vontade e luta;
Por ser a romã um fruto que possui a forma de um xere (chocalho), tenha sido atribuída a Xangô;
Um ramo usado em casa tem o poder de afastar Eguns, impedindo que estes perturbem o repouso das pessoas;
É símbolo da união e da paz.
OBS: Também é considerada símbolo de ambição e fartura. São feitas simpatias com suas sementes para atrair fartura: comer a polpa
que envolve sete sementes no dia de Reis (06 de janeiro) e guarda-las na carteira; colocar sete sementes dentro de um saquinho de
pano vermelho (este deve ser feito no dia de Reis).

ARROZ
Sinonímia
Não há registro.
Descrição
Usado principalmente nas refeições diárias;
A casca do arroz é empregada na indústria de papel e do papelão;
O arroz é usado na preparação do vinho saquê, e por sua destilação obtém-se o arac ou arach.
Medicina Popular
Combate enterites, gastrenterites, abscessos e inflamações cutâneas;
A água de arroz serve para combater diarréia.
Elemento
Água
OXALÁ / OXUM
Uso Espiritual
Cozido é para Oxum;
Cozido em forma de bolas é para Oxalá e ebós de saúde;
Temperado com peixe é para Yemanjá;
A água que lava o arroz ou a usada no cozimento é usada para banhos de descarrego;
Arroz cru traz boa sorte;
Uma tigela de arroz com casca trabalha com Oxum e serve para trazer prosperidade.
FEIJÃO BRANCO
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
O feijão é uma espécie de vegetal conhecidíssimo e de grande consumo, alto poder nutritivo. Existem mais de mil variedades.
Medicina Popular
Por possuir alto teor de ferro combate as anemias.
Elemento
Terra
OSANYIN / OBALUAYE
Uso Espiritual
Alimento proibido nas casas de Santo, pois é uma oferenda para os Eguns, o que fortalece a idéia de alimento proibido.
Não oferecer feijão branco para Oxum.
FEIJÃO FRADINHO
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
O feijão é uma espécie de vegetal conhecidíssimo e de grande consumo, alto poder nutritivo. Existem mais de mil variedades.
Medicina Popular
Por possuir alto teor de ferro combate as anemias.
Elemento
Terra
OXUM / OSANYIN
Uso Espiritual
Usado em vários tipos de oferendas, vejamos:
Ekurú: massa preparada com a polpa do feijão fradinho, moída e misturada com cebola ralada, envolvida em folha de bananeira e cozida
no vapor: Oxalá;
Abará: feito com a mesma massa do Ekuru, misturada ao azeite de dendê, camarão seco, cebola ralada e sal, acondicionados em folha
de bananeira e cozido no vapor: Ogum, Obaluaye, Oxum, Oyá e Nana;
Acarajé: a mesma massa do Ekuru, temperada com sal e cebola ralada. Fritam-se as porções no azeite de dendê: Oyá, Xangô, Ibeji.
Para Xangô Airá frita-se no azeite de oliva;
Omolocum: deixa-se cozinhar até ficar bem mole, prepara-se um refogado com azeite de dendê, camarão seco triturado, cebola ralada e
sal. Acrescenta-se o feijão cozido, mexendo bem até tomar uma consistência pastosa. Enfeita-se com ovos cozidos: Oxum.
O feijão fradinho torrado é oferecido a Ogum e no amalá de Xangô Airá, incluem-se grãos descascados;
Para substituir o feijão fradinho, a massa básica do abará e do acarajé podem ser preparadas com a polpa do feijão mulatinho;
Outros nomes em Iorubá: erèé ahum, èwà, ewe, èwà funfun, ewà Dudu, èwà erewe.
FEIJÃO GUANDU
Sinonímia
Guando, guandeiro, cuandu, coandu, feijão-andu, feijão de árvore, ervilha de Congo, ervilha de Angola, ervilha sete anos, ervilha de
comércio.
Descrição
Arbusto. Folhas trifoliadas, pubescentes, elípticas, verde acinzentadas. Flores amarelas, em cachos. Frutos: vagem roliça. As ervilhas
são comestíveis.
Medicina Popular
O decoto das folhas, que são adstringentes, é usado em bochechos e gargarejos para combater dor de dente, gengiva frouxas e angivas;
O infuso das folhas é muito útil às pessoas que sofrem de sífilis;
As pontas e os ramos contra hemorragia;
As flores têm utilidade contra as afecções das vias respiratórias;
Guandu de duas cores (Cajanus bicolor).
Elemento
Terra
OXUM / OGUM / OXALÁ
Uso Espiritual
Com as folhas envolve-se o igbin (caracol) para ser oferecido a Oxalá, num ritual de pedido de misericórdia;
Usado em banhos de purificação com a finalidade de equilibrar a vida material e espiritual dos adeptos;
Outro nome Iorubá: òtili.
FEIJÃO PRETO
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
O feijão é uma espécie de vegetal conhecidíssimo e de grande consumo, alto poder nutritivo. Existem mais de mil variedades.
Medicina Popular
Por possuir alto teor de ferro combate as anemias e também a diabetes, ácido úrico, cálculo renal, reumatismo ciático, eczemas e
manchas de pele.
Elemento
Terra
NANÃ / OBALUAYE / OGUM / OSANYIN
Uso Espiritual
Cozido, refogado com cebola, sal azeite de dendê: Obaluaye, para Omulu com folhas de hortelã;
Cozido, refogado com cebola, sal, dendê, farina de mandioca: Obaluaye.
Outros nomes em Iorubá: eré idúdu, erere ereché, aggandúdu.
As suas folhas são usadas em feitiços amorosos;
Feijão preto torrado é o primeiro alimento de Osanyin.
MILHO
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Planta anual, com raízes fasciculadas (em forma de cabeleira), com caule ereto e frágil, crescendo até dois metros de altura.
Folhas sésseis, envolvem o caule com sua base, lanceoladas, verde-pardacentas, com nervuras longitudinais, superfície áspera. Desta
desabrocham os estigmas florais, conhecidos por cabelo de milho, que passam da cor loura para o marrom-escuro à medida que secam.
Com os grãos, produzem-se canjica, farinhas (floculada e fubá) com inúmeras aplicações culinárias, amido de milho, açúcar e xarope.
Entre suas inúmeras variedades, os tipos mais ricos em proteína são: amarelo, roxo, cristalino, dente-de-cavalo, caiana; o milho de
pipoca é bastante apreciado.
Medicina Popular
Abre o apetite, reforça o estômago, acalma o coração;
A farinha é indicada na recuperação física em casos de anemia e esgotamento;
Os “cabelos” em forma de chá, fortalecem a sexualidade, são excelente diurético, quando não estão completamente secos, atuam como
purgante;
O óleo de milho é indicado para afecções vasculares e hipertensão;
Com os grãos prepara-se xarope suavizante para a rouquidão.
Elemento
Terra
OXÓSSI / OGUM / XANGÔ
Uso Espiritual
Fartura, movimento, vida;
Afasta malefícios, limpa e cura;
O suco é utilizado como bebida ritualística e banho de descarrego para os filhos de Oxóssi;
Espiga colocada atrás da porta, garante fartura de alimento (material e espiritualmente) à casa; o amuleto (Ikeke) é pendurado com uma
alça feita da palha que capeia a espiga: sem retirá-la, abre-se no sentido do comprimento, ficando os grãos à vista (quando seca deve
ser trocada);
Espiga (mãe que insufla a vida) pintada de azul, representa a chuva do céu que alimenta;
Espiga contém o grão, que morre para nutrir ou para germinar (alimento e sêmen);
A planta toda é o sagrado axé de Oxóssi;
Espiga cozida é oferecida ao Orixá, arrumada em pé numa gamela;
Espigas cruas pertencem a Osanyin e Oxóssi;
Espigas cozidas e regadas com mel de abelha são oferecidas a Yansã;
Os grãos soltos (sementes) são de Oxóssi, Oxumare e Logun-Ede;
Papas e pamonhas também pertencem a Oxóssi;
Milho branco: àgbàdó funfun, é empregado no preparo de acaçá (manjar envolvido na folha de bananeira) e ebó (milho cozido) para
Oxalá;
Yemanjá: com a mesma massa usada para o acaçá, prepara-se o dengüé (mingau, refeição matinal ao iaô);
Milho vermelho (Exu, Ogum, Oxóssi, Yansã); axoxo, milho cozido (Oxóssi, Logun-Ede) e entra na composição do aluá (bebida de origem
africana);
Bolinhos semelhantes ao acarajé: Ewá;
Oferenda de Oxum: feita de pipocas reduzidas a pó, com azeite de dendê e mel de abelha. Em Iorubá a corruptela de àdò (mel) ou wàdu
(turbulência), referindo-se às pipocas que saltam na panela;
Pipocas estouradas com areia para Orixá;
Pipocas estouradas sem areia (sacudimento);
Segundo uma lenda africana, Xangô foi o primeiro Orixá a moer o milho para servir de alimento (Xangô Airá);
As folhas são usadas em defumação de terreiros e para lavar assentamentos de Exu, para atrair prosperidade e fortuna;
É símbolo da fartura, do movimento e da vida;
Na linguagem dos sonhos:
Ver milharal = muito trabalho;
Plantar milho = bom futuro;
Colher espigas = muito trabalho com bons resultados;
Milho verde = dinheiro;
espigas secas = grande prejuízo, ameaça à situação de quem sonha;
Outros nomes Iorubá: àgbàdo, okà, yangan, erinigbado, erinkà, enginrin àgbàdo, elépèè;
BATATINHA
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Vegetal encontrado, principalmente no Nordeste do Brasil.
Planta herbácea, vivaz, lactífera, alastra-se pelo solo. Caules rasteiros. Folhas cordiformes, alternas.
Medicina Popular
Planta abortiva.
Elemento
Água
NANÃ
Uso Espiritual
As folhas da batatinha são usadas nos rituais de iniciação;
Banhos purificatórios Nanã, Obaluaye e Oxumarê.
CABAÇA
Sinonímia
Cabaça, cuisina, árvore da cuia.
Uso Espiritual
O fruto da cabaceira, segundo os mitos africanos, representa o mundo quando o céu e a terra ainda estavam ligados, porque, nos
primórdios dos tempos não havia separação entre os dois. Era utilizado como recipiente para “assentamento de Orixá”, hoje substituído
por terrinas vitrificadas.
É também dentro de uma cabaça que os babalaôs que cultuam Ifá assentam Odu, a contraparte feminina de Orumilá. Essa é dividida ao
meio, representando a parte superior, pintada de branco, o céu, o elemento feminino. A união das duas partes sugere o equilíbrio do
Universo.
Nos rituais usam-se como recipiente das bebidas das entidades de Umbanda;
Nas oferendas como recipiente;
Nos rituais fúnebres, quando substituem os tambores;
Na “entrega da cuia”, contendo os objetos que serão utilizados pelos povos sacerdotes autorizados a abrirem suas casas;
Usam-se em trabalhos para que os projetos possam ir até o fim: uma cabaça fechada, faz-se 21 furos e enterrar “abaixo da cabeça”,
colocar junto uma bandeira branca preparada com Yerosum;
Aqué: cabaça com rede, instrumento musical. O mesmo que aguê;
Assogbá: pessoa que prepara as cabaças, consertador de cabaças quebradas;
Xeré: cabaça fechada com o pescoço longo, cheia de sementes;
Xequeré: instrumento musical: uma cabaça coberta com rede frouxa de fios de algodão, enfiados com búzios. De um lado segura-se o
cabo e do outro as pontas dos fios saídos da malha; foi substituído pelo aguê.
CAFÉ
Sinonímia
Bergkaffee, kaffeebaum (Alemanha), cafeto, café (espanhol)
Descrição
Arbusto com cerca de cinco metros de altura, tem caule reto e casca rugosa, acinzentada.
Suas folhas coriáceas são ovaladas, dispõem-se sobre o caule em pares opostos e possuem as margens onduladas;
As flores são brancas, singelas ou dobradas;
A fruta ovóide abriga duas sementes branco-esverdeadas , envoltas em polpa adocicada.
Os frutos verdes tornam-se rubros ou amarelos com o amadurecimento e ficam quase pretos quando secos.
Medicina Popular
Folhas em forma de banhos, combatem resfriados e reumatismo;
Os grãos torrados e moídos são usados em decocção para combater a debilidade estomacal, estimulando a digestão, combatendo a
flatulência, além de acelerar a circulação;
Também usado para amenizar os efeitos da embriaguez, do ópio e da morfina;
Combate a asma e tosses em geral.
Elemento
Terra
OBALUAYE / PRETO VELHO / OSANYIN
Uso Espiritual
Suas folhas são usadas em banhos para combater vícios, pobreza e azar;
Usado em defumações;
Promove a limpeza psíquica;
Age como filtro amoroso;
Em grão ou líquido, induz à humildade, paciência e sabedoria (função do Preto velho);
Para as injustiças, coloca-se num jardim, próximo a uma árvore, pedindo proteção ao povo do cafezal: sete pitadas de café, sete pitadas
de açúcar, uma cuia, uma vela branca, uma pemba, uma rosa branca;
Omi dudu = água preta.
CANA DE AÇÚCAR
Sinonímia
Arundo saccharifera, Saccharoforum
Descrição
De origem asiática, muitos autores referem-se a sua presença entre os hindus, tendo sido cultivada também na Pérsia (hoje Irã).
Introduzida no Brasil pelos portugueses, que a trouxeram da Ilha da Madeira;
Planta herbácea, com raiz articulada e fibrosa, tem caule em forma de colmo cilíndrico, cheio, quase ereto, arqueado na base,
ligeiramente saliente nos internós, carnudo-sucoso, revestido de epiderme lenhosa, com coloração amarelada, verde, vermelho escura,
violácea ou variegada;
Folhas lanceoladas, pilosas, com margens cortantes;
Dos colmos da cana extraem-se vários tipos de açúcar, com uso comestível e medicinal (conservante de xaropes), além do álcool
combustível, aguardente, ceras, etc.
Medicina Popular
Açúcar usado como veículo adjuvante e agente de conservação de sucos e substâncias várias; como solvente na manipulação de
tinturas e alcoolatos;
Refresca e produz líquidos orgânicos;
Tônico poderoso, mantém a força muscular, impedindo o cansaço e a fadiga;
Tonifica os músculos cardíacos;
Empregado contra tosses, bronquites e afecções catarrais;
Usado contra a icterícia, cólicas renais, digestão difícil, aftas e rachaduras dos seios;
OBS: Existem muitas variedades de cana, sendo a creoula ou mirim a primeira (trazida da Ilha da Madeira); seguem uma relação das
mais comuns: amarela, americana, bambu, batávia, caiana, canina, cristalina, prata, rainha, cana da China, taquaruçu, ubá, etc.
Da mesma família temos Antoxanthium gigans, popularmente chamada de cana brava – tem aspecto semelhante ao da cana de
açúcar, porém é mais vertical e não forma touceiras.
Existe uma planta chamada de cana-do-brejo, pertencente a mesma família do gengibre e do cardamomo (Zingiberáceas), classificada
como Costus spicatus ou Costus spiralis.
Elemento
Terra
EXU / OXUM / IBEJI
EXU / OXUM (talo de cana de açúcar)
Uso Espiritual
Cortada em roletes é oferecida a Exu, Oxum e Ibeji;
As folhas são usadas no preparo do amaci para lavar os assentamentos de Exu e trazer prosperidade;
Bagaço ou palha de cana moída, com açúcar mascavo ou refinado, são defumadores para atrair dinheiro;
Para combater perseguição, plante-a em um vaso; num copo de água com açúcar, ao lado da cabeceira da cama ajuda a afastar
perseguição;
Um gomo de cana descascado, cortado verticalmente em sete pedaços, com uma vela branca no centro do prato é um assentamento
contra perseguições espirituais;
Embaixo do colchão, na altura da pessoa ajuda no tratamento de coluna;
Açúcar misturado ao pó de café, cravo da Índia e canela em pó usa-se para atrair dinheiro.
CANELA
Sinonímia
Laurus cinnamomum, canela do Ceilão, canela da Índia.
Descrição
Originária do Ceilão, considerada vegetal nobre, usada na fabricação de incenso, na culinária e para aguçar o sabor de licores;
Introduzida no Brasil pelos jesuítas, no século XVIII, esta árvore chega a atingir nove metros de altura, com até quarenta centímetros de
diâmetro;
Suas folhas são levemente lanceoladas, ovaladas na base, rijas, possuem nervuras no sentido do comprimento, ligando-se ao caule
através do pecíolo;
Possui flores miúdas, amarelo-esverdeadas.
A casca do tronco é d constituição delicada e fina, soltando-se e enrolando-se, formando tubos de cerca de quarenta centímetros de
comprimento;
Os frutos são ovóides, contém uma semente cujo embrião é rico em óleos essenciais que também é extraído das folhas, raízes e casca.
OBS: Também da família das Lauráceas há outras espécies de plantas conhecidas como canela:
Canela-de-cheiro (Ocotea opifera, Mesphilodaphne opifera): também chamada de canela sassafrás, louro, louro-de-cheiro. Originária do
Brasil (AM/PA), com folhas grandes e alongadas, pontiagudas, cujos frutos produzem óleo usado para combater dores artríticas e
reumáticas;
Canela-da-China (Cinnamomum araticum, Persea cassia): canela da Índia, semelhante à canela do Ceilão; sua casca enrola-se e seu
cheiro não é muito bravo, mas um pouco ardente, é usada como condimento e na indústria de doces;
Canela-fedorenta (Nectandra myriantha): canela trampa, canela capitão – brasileira, abundante em São Paulo, Minas Gerais e Sul do
país; madeira usada para preparação de tábuas de assoalho;
Canela-de-ema (Família Velosiáceas): comum em regiões secas do Brasil Central, com folhagem imbricada, semelhante às bromélias.
Não confundir com plantas da Família das Caneláceas, próximas da Família das Lauráceas, porém com seu característico odor.
Medicina Popular
Estimulante e tônica;
Recomendada no combate às gripes e resfriados, afecções catarrais em geral, tosses e bronquites;
Combate doenças do estômago, vômitos nervosos e digestão difícil;
Contra leucorréias (corrimento vaginal), metrorragia (hemorragia uterina), hemorragias em geral, paralisia da língua e enxaqueca.
Elemento
Fogo
YANSÃ / OXUM APARÁ / OGUM
Uso Espiritual
Cascas e folhas fortalecem e revitalizam a aura;
Traz sorte, afasta fluidos negativos;
Ilumina, purifica;
Estimula a ambição, o talento artístico, a criatividade, a inspiração e a inteligência;
Usada em defumações de casas, para purificar o ambiente;
As folhas pertencem a Oxum e são utilizadas em banhos para a atração amorosa.
CEBOLA
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Originária da Pérsia, Caldéia e Egito, tem sido utilizada por várias civilizações. Entre os egípcios, compunha o alimento diário dos
trabalhadores das pirâmides, além de ser oferecida nos altares. Entre gregos e romanos, já se encontram registros de seu uso medicinal.
A esta mesma família pertencem o alho, o lírio, o agapanto e o aspargo.
Muito utilizada na alimentação, a cebola possui caule subterrâneo arredondado (bulbo), de onde partem as folhas modificadas,
distribuídas em camadas concêntricas (também subterrâneas). Da parte inferior deste caule partem pequenas raízes. Periodicamente
emite para a superfície um talo esverdeado (cebolinha), na ponta do qual forma-se a flor, composta de finas hastes brancas ou lilases,
distribuídas em forma arredondada.
Medicina Popular
Usada para combater dores de cabeça, aplicada com água quente nos pés;
Neutraliza as toxinas, é diurética e expectorante, regula a pressão alta;
Fortalece os músculos;
Combate os resfriados, prisão de ventre, dores abdominais, mastite e congestão nasal.
Elemento
Terra
De EXU a OXALÁ
EXU / OBALUAYE / IFÁ (cebola branca)
Uso Espiritual
Colocada no quarto, junto a cabeceira da cama do doente, ajuda a manter o ar limpo e proteger os visitantes;
Sua forma bulbosa, em camada sucessivas que não chegam a nenhum núcleo é comparada ao trajeto da espiritualidade, que vais
debulhando camada por camada do ego, até chegar no vazio.
OBS: Não deve ser confundida com a cebola do mato, da família das Amarilidáceas, comum nos estados do Nordeste. Esta em doses
elevadas chaga a ser tóxica, sendo usada por alguns índios da América para envenenar suas flechas.
CRAVO DA ÍNDIA
Sinonímia
Eugenia caryophyllata, cravinho, cravo aromático, cravo giroflê, girofleiro, cravo de cabecinha.
Descrição
Árvore de origem asiática introduzida na África e no Brasil, conhecida já desde o século VII a.C., sendo utilizada pelas antigas
civilizações da China, Índia e Egito.
Conta-se que Vasco da Gama encontrou grandes craveiros nas Índias Molucas, tendo trazido esta especiaria para a Europa. Colocados
em vasos de ouro e prata, serviram como presente do Imperador Constantino ao Bispo de Roma, numa tentativa de conciliar as
desavenças Estado/Igreja.
Trata-se de uma árvore que atinge quinze metros de altura, de copa piramidal sempre verde. Suas folhas são ovaladas, alongadas,
inteiras e dispõem-se de forma oposta sobre os ramos.
As flores reúnem-se em inflorescência terminal (na ponta dos ramos). São flores pequenas e muito aromáticas, com cálice avermelhado
e pétalas de um róseo forte. O botão floral seco, semelhante a um cravo de ferradura, é o conhecido cavo da Índia, usado como
condimento.
Os frutos são ovóides, coroados pelas divisões do cálice floral.
A essência oleaginosa, aromática, usada na indústria cosmética e medicinal e extraída principalmente do botão floral e das sementes.
Medicina Popular
Óleo excitante, empregado nas dores de dente, nas afecções do aparelho digestivo respiratório;
Contra a insônia, acalma;
Promove e restabelece o fluxo menstrual, facilitando o parto;
Combate os gases intestinais;
Combate tosses, resfriados, bronquites (associado à casca de laranja e vinho quente)
Tem poder anti-séptico;
Elemento
Água
OXALÁ / OXUM
Uso Espiritual
Quizila com os filhos de Yansã;
Mastigar o cravo afasta Eguns;
Ativa a sexualidade;
Banho afrodisíaco, principalmente para filhos de Oxum;
Banhos em geral: é condensador do magnetismo pessoal;
Usado em defumações para atrair bons fluidos;
Usado em obrigações no Ori;
As folhas de canela, as folhas de cravo da Índia e as folhas de manacá são usadas para banhos de atração amorosa.
DENDEZEIRO
Sinonímia
Coco de dendê, azeite de Parma, azeite de cheiro.
Descrição
Originário da África. O caule tem de dez a vinte metros de altura. As folhas são grandes, guarnecidas de muitos folíolos, distribuídas
alternadamente e com quatro a sete metros de comprimento.
As flores monóicas. O fruto de forma oval e de um amarelo avermelhado, de cuja polpa extrai-se um óleo adocicado, avermelhado (azeite
de dendê), bem como para a fabricação de velas e sabões. Seus cachos variam de tamanho, sendo formado por 300 a 800 frutos.
Usado também para:
Fabricação de produtos vulcanizados e para recuperação de borracha usada;
Na indústria siderúrgica para o fabrico de chapas de aço e folha de flandres, pois não ataca os metais;
De sua amêndoa obtém-se outro tipo de óleo (amarelo-esbranquiçado), quase isento de sabor e cheiro, usado no fabrico de margarina;
Com as palhas do coqueiro, faz-se balaios (panacuns);
O óleo extraído da palmeira usa-se na fabricação de sabonetes;
Medicina Popular
O coco emprega-se para combater anginas, cefaléias, cólicas abdominais e edemas nas pernas.
O azeite de dendê retirado da palmeira é rico em vitamina A, contendo de mil a três mil cm³ de beta-caroteno.
Elemento
Fogo
OGUM / OSANYIN / ORUMILÁ
Uso Espiritual
Do coco, a semente desprovida de polpa, fornece a banha de ori, conhecida também como manteiga de karité;
Os coquinhos (ikin) são usados nos assentamentos de Ifá, também na fabricação do opelê de Ifá: colar usado no jogo para previsões;
O dendezeiro é planta essencial nos terreiros;
O tronco (igi-òpè) de onde saem as palmeiras, estão relacionados com Orixás fun-fun (o elemento criador). As folhas brotadas entre os
ramos e os troncos, simbolizam os ascendentes, as nervuras são utilizadas espetadas em inhame (oferendas para Ogum) e também
para Obaluaye e Nanã;
Mariwó (palmas recém-nascidas) é roupa símbolo de Ogum; o mariwó colocado nas soleiras das portas e janelas, servem como
proteção; mariwó é elemento que ajuda a concretizar os ideais de iniciação;
Os ancestrais representados coletivamente por um feixe dessas nervuras, constituem o corpo, o elemento básico, não só do xanxará,
emblema de Obaluaye, mas também é o emblema de Nanã, o Iberí); enquanto o xanxará é de Obaluaye, o ebora-filho assumindo a
representação dos espíritos da terra, o Iberí é uma representação transferida de Obaluaye: o filho contido por Nanã e simboliza seu
poder genitor;
Xanxará: instrumento simbólico de Obaluaye. É um pequeno feixe da fibra da palmeira, preso com trançadas dessa palha e enfeitado
com búzios e miçangas. Representa a epidemis, como uma vassoura que varre o mundo dos vivos.
O tronco do dendezeiro recebe os Orixás da criação, mas também os quais Oxalá tem ligação, como Xangô Airá, que tem seu
assentamento no tronco diferentemente dos outros Xangôs, que utilizam pilões esculpidos;
Do fruto extrai-se o azeite de dendê (epo pupá) de uso proibido em tudo que diga respeito a Oxalá;
Usado para tempero dos pratos de Orixá, menos Oxalá.
Das amêndoas (contidas no interior dos coquinhos) produz-se também um óleo branco (aláàdí) utilizado para Oxalá que ao contrário do
azeite de dendê é interdito de Exu;
OBS: No Odu Odi Meji do oráculo de Ifá, sobre as Iya mi: “Conta-se que elas (eleye) pousaram no topo da árvore do dendezeiro,
amontoaram uma grande quantidade de terra e construíram um pátio onde faziam suas reuniões para tramar ataques contra os homens.
Orumilá era o único que conhecia os segredos das eleye e tinha poderes para proteger o aiye (Terra) da ação destruidora delas. Das
sete árvores onde pousaram as Iyami, o dendezeiro foi a única onde elas encontraram condições ideais para estabelecerem-se.
Os urubus tem preferência pelos frutos do dendezeiro e costumam dormir sobre esta palmeira do mesmo modo como nos mitos, as Iyami
(representadas por pássaros negros) reuniam-se à noite sobre o ope segisegi.”.
GAMELEIRA
Sinonímia
Figueira, tatajuba, iroco, figueira branca, figueira brava, grande pau de gamela, gameleira de cansaço.
Descrição
Árvore com dez a doze metros de altura, seus galhos bastante compridos e com intensa folhagem e os pecíolos de suas folhas são de
forma oval, lisos e brilhantes.
As flores ocultam-se no interior de uma espécie de cápsula e o fruto parece-se com o da Figueira, sendo porém, maior.
Do tronco perfurado escorre um suco que tem a consistência do leite. Do interior do país, faz-se uma massa gomosa com esse leite
(visgo), para apanhar passarinho. O lenho é aproveitado na confecção de gamelas.
Medicina Popular
Vermífugo (cautela).
Elemento
Elemento
OXALÁ / IROKO / EXU / TEMPO
Uso Espiritual
Substitui o verdadeiro Iroko africano (Chlorophora excelsa, família Moráceas);
Usado no culto de Ifá;
Terceira árvore que as Iyami pousaram, mas não conseguiram permanecer (seus frutos não as satisfaziam);
Folhas em banhos para problemas graves de saúde;
Quando as folhas são colhidas após o meio-dia, pertence a Exu e não cura;
As folhas da gameleira, no travesseiro do doente, tem poderes de espantar a morte;
Madeira macia para a confecção da gamela, daí seu nome.
GAMELEIRA BRANCA
Sinonímia
Pau de gamela, figueira branca, figueira grande, guapoí, ibapoí, figueira brava, gameleira branca de purga, gameleira de cansaço,
gameleira de pinga, cerejeira, copaú-açu, guaporé.
Descrição
Natural do Brasil, atinge cerca de doze metros de altura.
Possui galhos muito longos, ornados de densa folhagem. Suas folhas ovais são lisas e lustrosas, dotadas de longos pecíolos.
As flores ficam escondidas dentro de cápsulas que originam frutos semelhantes ao figo, com cerca de um centímetro e meio de
comprimento (estes não são comestíveis). Do tronco, de madeira branco-amarelada porosa, escorre um suco leitoso, de sabor
adocicado. Este suco, de consistência gomosa, costuma ser colocado em local isolado como armadilha para passarinhos que, ao pousar
ficam presos e podem ser capturados facilmente. Seu lenho é usado para confecção de forros, caixotes e gamelas, daí seu nome.
OBS: Esta planta pertence ao mesmo gênero do figo comestível (Ficus carica). São também suas parentes próximas o cânhamo
(Cannabis), a amoreira (Morus), a jaca e a fruta-pão (Artocarpus).
Medicina Popular
O leite de gameleira é purgativo quando administrado em doses elevadas;
Combate os vermes intestinais e hidropisia;
Cura afecções de pele, como os cravos.
Elemento
Fogo
XANGÔ / OBALUAYE
Uso Espiritual
Árvore sagrada, fetiche do Orixá Iroko (ou Loko, Jeje); no seu tronco são atados ojás brancos e junto a ele depositadas as oferendas
alimentares do Orixá;
Acredita-se que seja habitada por um espírito travesso (Oro); o pano branco atado em seu tronco é um oferecimento a este espírito;
A gamela, manufaturada com sua madeira, é usada para colocar assentamentos;
As folhas que caem com o limbo voltado para cima, tal qual encontram-se presas ao caule, são usadas para banhos e feitura;
OBS: O Orixá ao qual é consagrada esta árvore é sincretizado com São Francisco de Assis, vejamos abaixo:
Iroko é um Orixá de origem daomeana (assim como Oxumare, Obaluaye e Nanã). Também é chamado de Roko, Loko (entre os Jeje) e
Tempo ou Katende (na Angola).
Algumas lendas contam que foi o primeiro filho de Oxalá e Nanã, o que indica que era um dos mais velhos Orixás da cultura do Daomé,
que foi assimilada pelos conquistadores iorubanos.
Uma das características culturais visíveis nos Orixás de origem daomeana (que permanecem após a integração ao panteão dos povos
iorubás) é que mostram-se mais sérios, ou melhor, mais imunes ao humor. São mais misteriosos, mais sérios, mais reservados que os
deuses iorubás.
Iroko é apontado como uma figura séria, violenta, que não admite indefinições e hesitações. Em sua relação de conhecimento dos seres
e do mundo, tudo é claro, conhecido, definido. Sua identificação na Natureza é dupla, indicando uma dualidade de comportamento
evidente:
Por um lado Iroko é o próprio tempo, entendido como as condições atmosféricas, o espaço onde acontecem os raios de Xangô, os
ventos de Yansã, as chuvas de Oxum. Neste sentido, é totalmente mutável, e tem a capacidade de chegar a extremos. Em algumas
casas na Nação Ketu, chega a ser considerado como um tipo de Xangô e é saudado da mesma maneira.
Por outro lado é associado e reside na árvore africana que tem o mesmo nome (Iroko), também chamada de Maoganiouteca africana
(Chlorophora excelsa, família Moráceas), que é considerada sagrada (é o próprio Orixá). No Brasil esta árvore foi substituída pela
Gameleira Branca (Ficus dolaria), por ser uma das mais altas e majestosas, uma das árvores que “não se pode abraçar”.
O Orixá é assentado ao pé da árvore, que tem a raiz preparada ritualmente e o tronco enfeitado por um ojá branco. As oferendas são
colocadas junto ao tronco. A relação com a árvore, exprime a ligação com os antepassados. A gameleira, segundo a tradição do
Candomblé, é árvore que jamais pode ser cortada e, quando é plantada, há necessidade de uma série de rituais.
Iroko é uma das divindades que abrem os caminhos, como Exu: carrega para longe os maus fluidos, é uma espécie de guardião de cada
terreiro. Com Exu, também, compartilha o gosto pela cachaça. Em alguns terreiros é feito um ritual que identifica Iroko ao ajere (panela
de fogo) de Xangô e Yansã: é colocado um fogareiro com azeite em ebulição no meio do barracão e Iroko (incorporado) retira com as
mãos as moedas atiradas pelos presentes, sem se queimar.
O arquétipo de seus filhos mostra um temperamento austero e severo, combativo e autoritário. Seus filhos são protetores, paternais, mas
rigorosos e exigentes, guardiões da moral e dos bons costumes.
Conta-se que a mãe-de-santo Olga de Alaketu, foi abandonada ao nascer aos pés de Iroko, pois sua mãe não queria a maternidade,
apesar dos avisos que recebeu de que “o santo quer a menina viva”. Depois de sete dias e sete noites, a criança ainda estava viva e foi
criada pelo terreiro no culto de Iroko. Por isso, mesmo sendo filha de Yansã, também é considerada filha de Iroko.
GENGIBRE
Sinonímia
Gengivre.
Descrição
Planta vivaz, herbácea e aromática.
Rizoma rasteiro, carnoso, espesso e nodoso, de sabor acre e picante. Folhas lanceoladas verde claras. Flores formando espigas que têm
a aparência de um cone e apóiam-se em hastes escamosas.
Medicina Popular
Combate dispepsias, inapetência, e cólicas intestinais;
O chá feito do gengibre combate doenças respiratórias;
Muito bom para a garganta.
Elemento
Fogo
OGUM / XANGÔ / YANSÃ
Uso Espiritual
Usado no preparo do aluá;
O fruto com a cana do brejo são colocados no assentamento de Ogum;
Banho em decocto do rizoma;
Defumação e limpeza do chão;
Usado em proteção psíquica e para despertar o amor;
Em ambientes de trabalho, atrai clientes, facilita a entrada de dinheiro.
MANDIOCA
Sinonímia
Janiva, manduba, macaxeira, aipim, mandubimana, maniçoba.
Descrição
Arbusto esgalhado, ostentado com nós no caule e nos ramos, coloração avermelhada ou esbranquiçada, acredita-se que exista oitenta
espécies.
A raiz é constituída de tubérculos carnudos e alongados de cascas lisas e finas.
Medicina Popular
A farinha contra a disenteria. Em forma de cataplasma, aplica-se como emoliente nos abscessos.
Elemento
Terra
EXU / OGUM / XANGÔ
Uso Espiritual
Substitui o inhame nas oferendas;
Vai na oferenda do pãozinho de Osanyin;
Na preparação dos padês (farofa) com água, mel, dendê e pinga;
Na preparação do ebó, pirão com farinha de mandioca, que serve para forrar a gamela onde é colocado o amalá oferecido a Xangô;
Bolas de farinha com água para Egun;
Bolas de farinha com água e um pedaço de carvão vegetal para Exu.
QUIABO
Sinonímia
Gombô, quigombô, nafé.
Descrição
Caule herbáceo, vertical, lenhoso e alongado. Folhas alternadas, pecioladas e guarnecidas d pelos, com flores dispostas alternadamente
e isoladas com fundo vermelho.
Os frutos são cápsulas de configuração mais ou menos piramidal, angulosa, comprida, com cinco a dez divisões, onde localizam-se
sementes arredondadas.
Medicina Popular
As folhas são emolientes, aplicando-as em cataplasmas para tumores e abscessos.
Elemento
(Linha de atuação)
XANGÔ / OYÁ / YEMANJÁ / OXÓSSI / OXUMARE / IBEJI
Uso Espiritual
Usado no amalá (quiabo com mel); no caruru (comida para Ibeji);
Amalá cortado em rodelas para Oyá;
Para Oxumaré, o amalá é feito só com a casca verde do quiabo sem caroço.
O adjabo: quiabo verde cortado em rodelas, misturando-se um pouco de mel e azeite de oliva “batido com as mãos”, para se pedir
alguma coisa a Xangô. Este preparo é também utilizado em um banho que tem grande efeito no combate a demandas.
PIMENTA DA COSTA
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
De origem africana, aclimatada no Brasil.
Arbusto com cerca de três a quatro metros de altura, com folhas inteiras, dispostas alternadamente. Flores em cachos, dando origem a
frutos compostos: vários frutículos agrupados em cápsula de formato irregular (arredondada, achatada ou mais pontuda), contendo
sementes miúdas e aromáticas.
Medicina Popular
Não há referências.
Elemento
Fogo
OSANYIN / IYAMI
Uso Espiritual
Várias utilidades:
Bori;
Assentamento de Exu, Iyami e Osanyin;
Se mastigada purifica e fortalece a palavra;
Tem destaque no culto aos Orixás, uma vez que é prestigiada no ritual da Sassanha, com Korin ewe próprio:
“Èta owo èta owo ataare ku gbogbo gb’érù re o” (Três é dinheiro, três é filho – átáaré leva os carregos de morte)
Outros nomes: òbùró, ata, ataire, atayé, atayé isa, atayé rere, etalúyà.
OBS: Bejerekun é o nome dados os frutos desta e de outras espécies similares da Anonáceas.
PIMENTA CUMARI
Sinonímia
Capsicum cumarim, cumari, cumarim.
Descrição
Planta arbustiva, caule ramificado, com folhas alternas, inteiras.
Flores pequenas, de coloração branco-arroxeada, formadas por cinco pétalas. Os frutos de forma ovalada adquirem coloração vermelha
quando maduros.
Vegeta em quase todas as regiões do Brasil, sendo das mais aromáticas e picantes.
Há também uma outra espécie, muito semelhante a esta, só que de menor tamanho, conhecida como cumari miúda ou pimentinha.
Medicina Popular
Tem propriedades carmiativas e estimulantes, além de combater afecções da garganta quando usada em gargarejos.
Elemento
Fogo
EXU / POMBO GIRA
Uso Espiritual
Usada em assentamentos, sacudimentos e oferendas;
Galhos verdes são usados em benzimentos de eczemas e cobreiros, sendo depois enterrados até secar;
Os frutos, em número de 7 (Megê) ou 21, são colocados em oferendas e padês;
Despertam bravura, raiva, domínio, força, vigor, zelo, defesa, disciplina, malícia e impulsividade;
OBS: Um filho de Oxalá nunca deve tomar banho de pimenta.
PIMENTA DA JAMAICA
Sinonímia
Pimenta officinalis, Pimenta comunnis, Pimenta aromática, murta pimenta, pimenta de coroa.
Descrição
Arbusto ramificado quase que a partir do solo, em forma cônica, cheira a canela e cravo da Índia (este último é da mesma Família).
Medicina Popular
Tem aplicação medicinal semelhante à anterior.
Elemento
Fogo
EXU / POMBO GIRA

PIMENTA DE MACACO
Sinonímia
Pimenta de Guiné, pimenta dos mouros, pimenta dos negros, pindaíba, biriba.
Descrição
De origem africana, aclimatada no Brasil, cresce espontaneamente no cerrado e nas matas do litoral.
Arbusto com cerca de quatro metros de altura, esgalhado, com folhas inteiras, dispostas alternadamente. As flores reúnem-se em cachos
e dão origem a frutos compostos: vários frutículos agrupados em uma cápsula, de formato alongado, escura, quase preta, contendo
sementes miúdas e aromáticas.
Medicina Popular
As sementes são indicadas contra gases estomacais e intestinais, pois têm propriedades carminativas;
Em chá são usadas para combater dores variadas;
São estimulantes estomacais, auxiliando nas digestões difíceis;
Usadas também para problemas de pele.
Elemento
Fogo
EXU / POMBO GIRA
PIMENTA MALAGUETA
Sinonímia
Pimeta do Chile, coral dos jardins, quyiá-qui (Tupi).
Descrição
Originária da América do Sul, floresce em praticamente todos os estados.
Tem aspecto semelhante ao da pimenta cumari, sendo os frutos da malagueta mais compridos, alongados.
Medicina Popular
Congestão cerebral, meningites, apoplexia; aplicam-se lavagens intestinais (clisteres) e cataplasmas, com efeito admirável;
Combate hemorróidas, em fracas doses e injeções retais.
Elemento
Fogo
EXU / POMBO GIRA
PIMENTA DO REINO
Sinonímia
Pimenta da Índia, pimenta preta, pimenta ordinária, malago, motanga.
Descrição
Originária da Índia, trata-se de tempero consumido em todo o mundo.
Arbusto trepador, com folhas cordiformes, ovaladas, com brilho intenso.
As flores formam cachos compridos e compactos. Os frutos são redondos, miúdos, de cor roxa escura (quase negra) e apresentam um
pequeno “caroço” na parte central. Os frutos colhidos verdes e reduzidos a pó, dão origem à pimenta do reino preta, enquanto a branca é
produzida a partir dos frutos maduros.
OBS: Esta planta foi introduzida no Brasil em 1933, trazida por imigrantes japoneses e intensivamente cultivada na região Norte.
Atualmente a cidade de Tomé-açu (PA) é um dos maiores centros produtores e exportadores desta pimenta.
Medicina Popular
Tônica e sudorífica, forte estimulante;
Combate afecções do estômago, digestões difíceis;
Tratamento de febres intermitentes e rebeldes;
Em gargarejos é eficaz contra a amigdaite;
É contra-indicada nos casos de hemorróidas e problemas renais.
Elemento
Fogo
EXU / POMBO GIRA
PIMENTEIRA
Sinonímia
Não há referências.
Descrição
Árvore de grande porte, chega a atingir dez metros de altura, com tronco de quarenta e cinco centímetros de diâmetro. Este forra-se de
casca branco-acinzentada, verruculosa.
Tem folhas inteiras, dispostas espiraladamente, flores vermelho-vinho. O fruto é brilhante, amarelado e contém numerosas sementes.
Estas sementes eram reduzidas a pó e misturadas à farinha pelos indígenas: no século XVI era exportada para a Europa como substituta
da pimenta do reino, por seu aroma mais suave. Tanto os frutos, como as cascas do tronco são empregadas como condimento.
Medicina Popular
Não há referências.
Elemento
Fogo
EXU / POMBO GIRA
Uso Espiritual
Usada em assentamentos, sacudimentos e oferendas;
Galhos verdes são usados em benzimentos de eczemas e cobreiros, sendo depois enterrados até secar;
Os frutos, em número de 7 (Megê) ou 21, são colocados em oferendas e padês;
Despertam bravura, raiva, domínio, força, vigor, zelo, defesa, disciplina, malícia e impulsividade;
OBS: Um filho de Oxalá nunca deve tomar banho de pimenta.
SERRALHA
Sinonímia
Chicória, chicória-brava, serralha brava.
Descrição
Planta herbácea, de aproximadamente um metro de altura, com folhas alongadas, sésseis (sem pecíolo), azuladas na face superior.
Possui flores amarelas e brilhantes.
O fruto miúdo e negro é coberto de pelos aveludados.
Cresce espontaneamente em todo o Brasil e propaga-se com muita rapidez.
Usada como salada (folhas) ou cozida em mistura com carnes.
Toda a planta exsuda substância leitosa branca.
Medicina Popular
Excelente depurativo do sangue;
Combate diarréias e disenterias;
Tônico, fortificante do sistema nervoso, do estômago e dos olhos.
Elemento
Água
OXUM
Uso Espiritual
Yanrin = Oriri de mamãe Oxum;
Atua nas emoções;
Combate a depressão provocada pela revolta com a vida, revitalizando o amor próprio;
Vivifica os órgãos internos;
Excelente tônico renovador das energias nos chakras emocionais e sentimentais;
Contrai éster centros e redireciona suas potencialidade para o indivíduo;
Para momentos de extrema desilusão, decepções geradas por pessoas próximas;
Para situações que dão a sensação de “amor próprio ferido”. Revitaliza o ego;
Para pessoas pessimistas, que desanimam com muita facilidade ao menor obstáculo, que têm falta de fé; para depressão frente aos
fracassos;
Para conservadores e vagarosos que têm dificuldade em relacionar os fatos da vida;
Para pessoas que desistem de tratamento, pois são avessas às mudanças;
Traz a luz do sol interno, fé, resistência e solidariedade;
Cresce em qualquer lugar, ultrapassam qualquer obstáculo físico, quando vemos aqueles “sóizinhos” que parecem querer sempre nos
incentivar;
Sonchus quer dizer vazio, frouxo, mole;
TAIOBA
Sinonímia
Orelha de veado, carne de pobre.
Descrição
Planta herbácea, com raiz tuberosa (batata subterrânea), de consistência e composição nutritiva semelhante à da carne. Folhas
cordiformes, com cerca de vinte e cinco centímetros de comprimento, sem brilho, esbranquiçado na face interior, suspensas na ponta de
hastes que se elevam diretamente do solo.
Medicina Popular
Folhas em decocção são emolientes;
O cozimento da raiz extermina os vermes que se instalam sob a pele dos animais, destrói as carnes já apodrecidas, refaz os tecidos e
promove a cicatrização;
Raízes raladas aplicadas sobre feridas e úlceras promovem sua cicatrização;
As folhas são usadas nas afecções do fígado.
Elemento
Terra
NANÃ
Uso Espiritual
Equilibra, reforça o sangue;
Dispersa coágulos;
Com as folhas é feito o ensopado que entra no preparo do Efó para Xangô e Ibeji;
Usada em banhos de descarga e desobssessão, também em assentamentos;
Coloca-se mel de abelhas na raiz da planta para abrandar a situação no Ilê (casa);
Proibição aos filhos do Obá, esposa desprezada de Xangô, por causa de um mito em que ela teria servido uma de suas orelhas
acompanhada de taioba a Xangô.
OBS: Esta planta não deve ser confundida com o inhame-taioba (Colocasia antiquorum), com folhas extremamente semelhantes, mas
que não apresentam a face inferior esbranquiçada. Esta tem o tubérculo de consistência macia, sendo considerada alimento muito
nutritivo.

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