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Ementa

Conceitos e Dimensões. A construção do conceito de agribusines. Sistemas


agroindustriais. Cadeias produtivas. Arranjos produtivos locais. Importância do
agronegócio. Visão sistêmica do agronegócio. Avanços futuros para o agronegócio
brasileiro. Agronegócio na Economia Brasileira. A importância do agronegócio na
economia brasileira: desempenho e crescimento. Segmentos dos Sistemas
Agroindustriais. Setores Ligados ao Agronegócio Verticalizações e Integrações
Agroindustriais. Competências do Agronegócio Brasileiro. Agricultura Familiar e
Agronegócio

Indicação de ícones

Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.

Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou


“curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado

Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão


utilizada no texto.

Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam


atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente e
outras.

Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de


aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio
do tema estudado.

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Sumário
1.0 Palavra do professor-autor.................................................................4

2.0 Introdução à Disciplina de Segurança do Trabalho............................5

3.0 Aula 1 – Introdução à segurança do trabalho.....................................7

3.0.1 Para começo de conversa............................................................7

3.0.2 O que é segurança e saúde no trabalho?..................................13

3.0.3 O homem e o trabalho...................Erro! Indicador não definido.

3.0.4 Histórico da segurança e saúde do trabalho.Erro! Indicador não


definido.

4.0. Atos e condições inseguras.............................................................18

4.0.1 O que é um ato inseguro?..........................................................18

4.0.2 Como evitar o ato inseguro?......................................................20

4.0.3 O que é uma condição insegura?..............................................22

4.0.4 Como evitar a condição insegura?.............................................23

5.0 Acidente do Trabalho........................................................................27

5.0.1 Conceito legal de acidente de trabalho......................................27

5.0.2 Conceito prevencionista do acidente de trabalho.Erro! Indicador


não definido.

5.0.3 Divisão do acidente de trabalho....Erro! Indicador não definido.

5.0.4 Acidente típico...............................Erro! Indicador não definido.

5.0.5 Acidente de trajeto.........................Erro! Indicador não definido.

5.0.6 Doenças ocupacionais..................Erro! Indicador não definido.

5.0.7 Comunicação do acidente.............Erro! Indicador não definido.

6.0 Riscos Ocupacionais........................................................................33

7.0. Introdução às Normas regulamentadoras do ministério do trabalho e


emprego............................................................................................................ 42

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8.0 Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho...............44

9.0 Definição das atribuições do Técnico de Segurança do Trabalho....48

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1.0 Palavra do professor-autor
É com grande entusiasmo que lhe dou as boas-vindas a esta jornada de
descoberta e aprendizado sobre o fascinante mundo do agronegócio. Nesta
apostila, vamos explorar os fundamentos e as nuances desse setor vital da
economia global.
O agronegócio desempenha um papel fundamental na nossa sociedade,
não apenas fornecendo alimentos essenciais para a humanidade, mas também
impulsionando o crescimento econômico, gerando empregos e promovendo o
desenvolvimento sustentável.
Ao longo deste curso, iremos abordar uma ampla gama de tópicos,
desde a produção agrícola e pecuária até a distribuição e comercialização de
produtos agrícolas. Vamos explorar as complexidades das cadeias produtivas,
examinando como os produtos agrícolas passam por diversas etapas até
chegar às mãos do consumidor final.
Além disso, discutiremos os desafios enfrentados pelo agronegócio,
como as mudanças climáticas, a volatilidade dos preços das commodities e a
necessidade de práticas agrícolas sustentáveis. Não podemos deixar de
destacar as oportunidades emocionantes que estão surgindo com as inovações
tecnológicas, como a agricultura de precisão, a biotecnologia e a digitalização.
À medida que avançamos neste curso, convido você a se envolver
ativamente, fazer perguntas, participar de discussões e compartilhar suas
ideias e experiências. Acredito firmemente que o aprendizado é uma jornada
colaborativa, na qual todos têm a oportunidade de contribuir e aprender uns
com os outros.
Espero que esta apostila seja uma fonte valiosa de conhecimento e
inspiração para você enquanto exploramos juntos as infinitas possibilidades do
agronegócio.
Estou ansioso para embarcar nesta jornada de aprendizado com você!

Amanda Tallita Amorim Souza

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2.0 Introdução à Disciplina
Caros alunos do Colégio Líder, bem-vindos à disciplina de Introdução ao
Agronegócio. Ao longo desta disciplina, exploraremos temas fundamentais para
ser explorados dentro da disciplina de agronegócio, oferecendo aos alunos
uma compreensão abrangente e aprofundada deste setor vital da economia.
Vamos começar nossa jornada abordando os seguintes tópicos:
1. Histórico e conceitos do agronegócio
Exploraremos as mudanças significativas que ocorreram ao longo do
tempo e as influências culturais, políticas e econômicas.
2. A construção do conceito de agribusiness
Identificaremos a construção do conceito de agribusiness com uma visão
mais ampla e interdisciplinar das atividades relacionadas ao setor agrícola e
suas interações com a economia como um todo.
3. Sistemas agroindustriais
Analisaremos os tipos de sistemas agroindustriais e as diferentes
atividades econômicas ao longo da cadeia de produção agropecuária e
industrialização de produtos agrícolas.
4. Cadeias produtivas
Estudaremos as etapas e os processos envolvidos na produção de um
bem ou serviço, desde a matéria-prima até o consumidor final.
5. Arranjos produtivos locais
Entenderemos as características, dinâmicas, impactos e oportunidades
de desenvolvimento de empresas e instituições em setores específicos da
economia dentro de uma determinada região.
6. Importância do Agronegócio
Abordaremos a importância em diversos aspectos, tanto em nível
nacional quanto global.
7. Visão sistêmica do agronegócio
Examinaremos as complexidades e as interconexões dentro do setor,
identificar oportunidades de otimização e inovação, e promover o
desenvolvimento sustentável e resiliente do agronegócio.
8. Avanços futuros para o agronegócio brasileiro

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Investigaremos as estratégias que impulsionem o crescimento e a
competitividade do agronegócio brasileiro no cenário global.
9. Agronegócio na Economia Brasileira
Abordaremos o papel crítico que o setor desempenha no
desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil, bem como as
oportunidades e desafios que enfrenta no cenário global.
10. Segmentos dos Sistemas Agroindustriais: Antes, dentro e
depois da porteira.
Compreenderemos uma série de segmentos que estão envolvidos desde
a produção primária até a distribuição e comercialização dos produtos
agrícolas.
11. Setores Ligados ao Agronegócio
Estudaremos a ampla gama de atividades que estão diretamente
envolvidas na produção, processamento, distribuição e comercialização de
produtos agrícolas
12. Verticalizações e Integrações Agroindustriais
Entenderemos as estratégias adotadas pelas empresas do agronegócio
para ampliar sua atuação na cadeia produtiva, aumentando sua
competitividade e garantindo o controle sobre diferentes etapas do processo
produtivo.
13. Competências do Agronegócio Brasileiro
Abordaremos as diversas competências que o tornam o Brasil um dos
mais competitivos do mundo.
14. Agricultura Familiar e Agronegócio
Estudaremos as relações entre agricultura familiar e agronegócio sendo
essencial para a economia brasileira e para o desenvolvimento sustentável do
setor agrícola como um todo.

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Durante esta disciplinas, exploraremos os fundamentos essenciais que
impulsionam esse setor vital da economia. Vamos mergulhar em conceitos-
chave, tendências atuais e melhores práticas para entender melhor como o
agronegócio funciona. Vamos aproveitar ao máximo essa oportunidade de
crescimento e desenvolvimento profissional!

Seja bem-vindo!

3.0 Aula 1 – Introdução ao Agronegócio.


3.0.1 Para começo de conversa
Caro aluno, esta é a primeira aula da disciplina Introdução ao
Agronegócio. Nesta disciplina, vamos introduzir conceitos básicos relacionados
ao curso que você escolheu para se profissionalizar. Nesse aspecto, para que
você possa começar a entender o que é agronegócio, observe a letra de uma
música bastante conhecida que exemplifica um pouco do contexto agro do
brasil

[...] Nóis é bão' de pinga


Na soja passamo' a gringa
E o Brasil agradece
Por isso, eu sou caipira
Caipira Forever [...]
(Caipira Forever – letra e música das duplas sertaneja Hugo & Castellari,US)

A música Caipira Forever, das duplas Hugo & Castellari e Us Agroboy,


está gerando polêmica nas redes sociais e levantando discussões sobre a
importância do agronegócio no Brasil. A letra exalta o setor e sugere hipocrisia
de quem a crítica, mas usufrui dos produtos oriundos da atividade econômica.
A participação do Brasil nas exportações mundiais deve passar de 57,18%
em 2024/25 para 60,1% em 2033/34, disse o USDA (Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos) em relatório.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a
cultura da soja continua sendo a mais lucrativa do que outras na maior parte
das áreas do Brasil. E disse: “Com o aumento do plantio na região do Cerrado

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e a produção se estendendo para a Amazônia Legal, a taxa de crescimento da
área plantada com soja deve aumentar de forma constante durante a próxima
década”, disse o USDA. [...]”
Referindo-se ao pintor Cândido Portinari, brasileiro, como aquele que
[...] a obra de Cândido que retrata, um dos principais produtos de exportação
do século XIX do Brasil “o café” também tinha o seu recanto nas predileções do gênio.
Prova disso é a tela que o projetou para o mundo [...], [cuja afirmação está retratada
na obra “Café”].

Atividades de aprendizagem

1. Antes de nos aprofundar nos fundamentos teóricos da disciplina


introdução ao Agronegócio, faz-se necessário captar o que cada um sabe a
respeito desse conceito, então, com os conhecimentos adquiridos na sua
experiência de vida, responda:
a) Para você, o que é Agronegócio?

b) Cite alguns produtos agrícolas que você tenha conhecimento, que se


importante para o agronegócio brasileiro?

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De onde surgiu o conceito atual de agronegócio? Você sabe como surgiu
o agronegócio? Tudo começou com a agricultura. Há milhares de anos os
homens viviam em bandos, percorrendo lugares distantes, sempre em busca
de alimentos ofertados pela natureza e, também, movidos pela necessidade de
caça e pesca. Durante essas jornadas, vivenciava-se tanto períodos de grande
fartura quanto períodos de total escassez devido às condições climáticas
adversas.
Com o passar do tempo, esses homens entenderam que, se eles
lançassem as sementes ao solo, elas germinariam, cresceriam e dariam frutos
que serviriam para a sua alimentação. Além disso, eles descobriram que era
possível domesticar os animais e que eles poderiam ajudá-los sem suas
tarefas no campo (ARAÚJO, 2010). Podemos considerar que esse é o início da
agropecuária, o que permitiu que o homem se fixasse em lugares
preestabelecidos, deixando de se deslocar por grandes distâncias em busca de
comida, um marco significativo na história da humanidade. Todo o necessário
para a produção de subsistência estava disponível nesses espaços fixos, ainda
que na época fossem muito precárias as condições em termos de
infraestrutura, o que impossibilitava, por exemplo, a conservação dos
alimentos.
Avançando séculos e mais séculos nessa história, com a diversificação
da produção de várias culturas, as criações de animais e o desenvolvimento
tecnológico, foi ocorrendo a integração das atividades agropecuárias com as
atividades industriais (ARAÚJO, 2010). E como será que se desenvolveu essa
integração e onde estamos hoje nesse importante capítulo da história do
homem e do agronegócio?
Para contar esta parte recente da história da agricultura, veremos quatro
marcos temporais: as décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990.

1960 – A modernização da agricultura


Um exemplo de como era o processo agrícola no Brasil na década de
1960 são as propriedades rurais de Minas Gerais, que produziam café, milho, e
cana-de-açúcar, e também criavam porcos, e gados de corte e de leite. Nessas
propriedades, o leite era utilizado para a produção de queijos e manteiga; o

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algodão, para o tecido, que se transformava em roupas; e, ainda, da cana-de-
açúcar se faziam a cachaça e o melaço.
Já a segunda metade da década de 1960 é marcada por um processo
de modernização da agricultura brasileira, na qual se intensificam as relações
entre a agricultura e a indústria (MAZALLI, 2000).
Durante os anos seguintes, com a grande evolução socioeconômica e
tecnológica que ocorreu nos diversos setores da economia, iniciou-se um
processo de especialização em determinadas atividades, o que fez com que as
propriedades rurais se tornassem dependentes de insumos e serviços que elas
mesmas não eram mais capazes de produzir. Parte disso ocorreu, também, em
função de um forte movimento de êxodo rural, já que a cidade se tornou
atrativa com a oferta de empregos e as propriedades rurais foram perdendo
sua autossuficiência (ARAÚJO, 2010).

Aqui temos um marco fundamental na história do desenvolvimento


agrícola brasileiro. Com essa evolução agrícola, o termo “agricultura” deixou de
abranger a complexidade do setor. “Já não se tratava mais de propriedades
autossuficientes, mas de todo um complexo de bens, serviços e infraestrutura
que envolve agentes diversos e interdependentes” (ARAÚJO, 2010). O
conceito de setor primário, ou de agricultura, perdeu sentido, pois passou a

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envolver muitos setores e não era mais classificado como rural, agrícola, ou
primário (ARAÚJO, 2010)
Nesse período, o governo brasileiro atuou fortemente concedendo o
crédito agrícola e fornecendo financiamentos com taxas de juros subsidiadas,
sendo os principais objetivos:
 Modernização da Agricultura
 Incentivo à Produção de Alimentos
 Administração dos Preços Agrícolas

A modernização da agricultura necessitava de investimentos em


tecnologia, pois a estrutura agrária existente era arcaica. Dessa forma, em
1965, o Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR) foi estruturado, com o
objetivo de acelerar esse desenvolvimento tecnológico na produção agrícola
nacional.
Em suma, a década de 1960 é considerada como uma referência no processo
de modernização da agricultura brasileira, pois, nesse período, delineou-se um
novo modo de produção agrícola, ocorrendo um aumento das relações entre
agricultura e indústria, no qual a produção agrícola passou a depender dos
insumos que recebia de determinadas indústrias.

1970 – Investimentos e crédito facilitado para a agricultura

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Alguns anos mais tarde, já na década de 1970, os financiamentos foram
facilitados e proporcionaram maior capitalização aos produtores e às
agroindústrias de modo geral. Esse fato acabou prejudicando os pequenos
produtores no mercado e favorecendo os médios e grandes produtores com
maior poder de capitalização.
O crédito fácil para os agricultores impulsionou a expansão de culturas
de larga escala e a utilização de grandes áreas em uma mesma propriedade,
devido à mecanização e ao aumento do consumo de insumos agrícola,
ocorrendo também um incentivo à exportação (KAGEYAMA ET AL., 1987;
GRAZIANO DA SILVA, 1998; RAMOS, 2007).
É importante lembrar que, no período entre 1950 e 1975, o Estado
Brasileiro promoveu a política de Substituição de Importações (SI), pela qual se
implantaram as indústrias de insumos e as máquinas para a agricultura no
território brasileiro.

1980 – Crise mundial e seus impactos na agricultura

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Nos anos 1980, o mundo e o Brasil passavam por uma forte crise
econômica, e nesse período foi realizada a Reforma da Política Agrícola
Brasileira, que levou a uma drástica redução do crédito oficial do SNCR. Com a
crise dos mecanismos tradicionais de apoio ao setor (crédito governamental,
política de garantia de preços mínimos, estoques reguladores etc.), o Estado
passou a priorizar ações estratégicas dirigidas a segmentos específicos, como:
• as linhas especiais para agricultores familiares;
• o programa de reforma agrária;
• a solução de endividamento de produtores e cooperativas;
• os fundos regionais de investimento.

1990 – Neoliberalismo e agricultura


Durante os anos 1990, o Brasil aderiu a uma polí- tica neoliberal, e
nesse período ocorrem vários avanços tecnológicos que permitiram a
estruturação dos agentes necessários para atender aos mercados interno e
externo. Houve uma política de incentivo às importações durante o Governo
Collor o que gerou a necessidade de a indústria local se modernizar, para se
tornar competitiva em relação aos produtos importados.

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Neste período há um aumento da ação dos capitais privados no campo,
que proporcionam um aumento do financiamento privado da agricultura,
substituindo em parte o crédito do governo. Em paralelo cresce os mecanismos
privados de financiamento para a agricultura vindos das agroindústrias,
tradings e de outros agentes financeiros.
Assim, grandes empresas multinacionais chegaram ao Brasil e
compraram fábricas que estavam em operação.

3.0.2 Definição de Agronegócio?


O conceito de agronegócio vem do inglês agribusiness, proposto por
Davis e Goldberg, em 1957. Ao estudar os Sistemas Agroindustriais (SAG), os
autores desenvolveram uma ferramenta para analisar a importância de cada
elo do agronegócio e concluíram que um dependia do outro. Isso levou à
definição de agribusiness como:
A soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos
agrícolas, das operações de produção nas unidades agrícolas, e do
armazenamento, do processamento e da distribuição dos produtos agrícolas e
dos itens produzidos a partir deles.
O conceito de agribusiness passou a ser difundido no Brasil somente a
partir da década de 1980; e foi apenas a partir da década de 1990 que a
tradução do termo para o português (agronegócio) passou a ser aceita e
utilizada no país (ARAÚJO, 2010).
No conceito de agronegócio, também são consideradas as exigências do
consumidor final, que muitas vezes é o responsável por decisões dentro da

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cadeia produtiva. Atualmente, o consumidor está cada vez mais exigente,
procurando consumir produtos que tenham qualidade garantida pelo seu
fabricante.

Podemos citar como exemplo, a questão da carne bovina. O


consumidor, ao exigir uma carne com qualidade melhor ou da qual o animal a
ser abatido sofra o menos possível, está influenciando diretamente na
produção da carne. Se o frigorífico não atender a essas exigências, poderá
perder mercado. Alguns países importadores como os da União Europeia,
exigem que toda a carne que for exportada pelo Brasil seja certificada e
rastreada desde o início do processo de produção, que ocorre na propriedade
rural. Ou seja, é uma tendência do mercado mundial da qual não se pode ficar
para trás.

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Ao analisarmos uma cadeia produtiva, é preciso ter uma visão sistêmica;
todos os elos estão interligados e são monitorados pelo governo, sob a pressão
exercida pelos consumidores.
Observe com atenção à figura anterior pois ela exemplifica a visão
sistêmica do agronegócio. Repare que há vários elementos interligados e
interdependentes, como os dos fornecedores de insumos agropecuários
(fertilizantes, defensivos, rações, crédito e sementes), dos produtores rurais,
dos processadores, dos transformadores, dos distribuidores e das revendas de
produtos agropecuários.
Devemos considerar todos aqueles que estão envolvidos antes da
produção, durante a produção e no fluxo dos produtos agrícolas até chegar ao
consumidor
Também fazem parte desse complexo os agentes que afetam e
coordenam o fluxo dos produtos, como o governo, os mercados, e as entidades
comerciais, financeiras e de serviços (MENDES; PADILHA JUNIOR, 2007, p.
48). E você? A qual parte desse sistema pertence?

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Ao analisar novamente a figura anterior, observamos que existe uma
interligação entre os elementos da cadeia produtiva, havendo a necessidade de
uma coordenação da cadeia, pois como todos os elementos estão
relacionados, caso ocorra algum problema em algum deles, toda a cadeia será
afetada. Os sistemas agroindustriais assemelham-se às redes de
relacionamento, sendo que nestas cada agente tem contato com um ou mais
agentes.

Pode-se, também, definir o agronegócio de uma maneira mais


esquemática de modo a facilitar sua compreensão. Sendo assim, podemos
considerá-lo baseado em cinco setores principais (MENDES,2007):
• fornecedores de insumos e bens de produção;
• produção agropecuária;
• processamento e transformação;
• distribuição e consumo;
• serviços de apoio.

Atividades de aprendizagem.

1- Elabore uma cronologia de acontecimentos e a importância no


contexto históricos do Agronegócio.
2- (PUC-RS) Sobre a produção agrícola brasileira é INCORRETO
afirmar que:
a) os derivados de cana-de-açúcar estão entre os produtos agrícolas
incluídos na pauta de exportação nacional.

b) o arroz produzido no Brasil, principalmente em pequenas


propriedades, é exportado para os países asiáticos.

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c) o café está entre os produtos agrícolas nacionais que têm garantia
de colocação no mercado externo.

d) os cítricos estão entre os produtos que têm boa colocação no


mercado mundial

4.0. A construção do conceito de agribusiness


O conceito de agribusiness refere-se à integração de atividades
agrícolas e empresariais, envolvendo todos os aspectos do sistema
agroindustrial, desde a produção agrícola até a distribuição e comercialização
dos produtos finais. Esse termo surgiu pela primeira vez na década de 1950,
através de um economista da Universidade de Harvard, John Davis, que o
utilizou para descrever a interação entre agricultura e negócios.
O agribusiness amplia a visão tradicional da agricultura, que muitas
vezes é vista apenas como a produção de alimentos. Ele reconhece que a
agricultura é apenas uma parte de um sistema maior que inclui várias etapas,
como o fornecimento de insumos agrícolas, a produção, o processamento, a
distribuição, a comercialização e o consumo de produtos agrícolas.
Conceito de agribusiness está intrinsecamente ligada à comercialização,
pois uma das principais motivações por trás do desenvolvimento desse
conceito foi entender e otimizar os processos comerciais dentro do setor
agrícola. A comercialização no contexto do agribusiness abrange todas as
atividades relacionadas à venda, distribuição e promoção de produtos agrícolas
e seus derivados.

4.0.1 ESTUDO DA COMERCIALIZAÇÃO


Entre as várias situações que levam à geração e implementação de um
programa de desenvolvimento agrícola estão o desajuste entre o crescimento
da demanda e o da produção e o desequilíbrio entre a produção para o
mercado interno e a do externo.
Esta falta de resposta da produção ante uma demanda crescente pode
ser devido a: falta de incentivos econômicos (relação preço-custo), escassez
de recursos, características estruturais (desajuste na estrutura de propriedade
da terra), estabilidade monetária, e sistema de comercialização ineficientes. O

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sistema de comercialização inclui desde a existência de uma rodovia ou
ferrovia, ao estabelecimento e funcionamento de um poder comprador, ou a
instalação de uma planta agroindustrial ou de um centro de armazenamento.
Este aspecto é de extraordinária importância e muitas vezes constitui um
dos principais pontos para a expansão da produção nos países
subdesenvolvidos. Com efeito, pode existir demanda efetiva e condições de
disponibilidade de recursos, técnica e capacidade empresarial para fazer
crescer a oferta com relação a essa demanda. Mas, geograficamente, o
crescimento da demanda pode estar concentrado em um ponto (zonas
urbanas) e o crescimento da oferta em outro (zonas rurais), freqüentemente
muito distanciadas dos centros de consumo, e sem as conexões físicas e
comerciais adequadas entre elas.
E, nesta situação, a oferta não crescerá, ainda que haja uma adequada
relação preços-custos e não existam obstáculos do tipo institucional para
impossibilidade de comunicação. Este fato que vale, em geral, para todo tipo
de produção, adquire uma extraordinária importância na produção agrícola.
Nesta, por exemplo, a demanda de certos produtos pode crescer menos
que sua oferta e, além disso, ainda que demanda e produção cresçam
igualmente nos mesmos períodos, a grande perecibilidade dos produtos
agropecuários faz com que não possam ser enviados dos centros de produção
aos centros de consumo se não há meios de transporte adequados e rápidos,
ou se não os submete a certos processos de transformação que aumentam sua
durabilidade. Isto explica o extraordinário efeito dinâmico e mutiplicativo do
processo de desenvolvimento que tem, para certas regiões agrícolas, a
construção de um rodovia ou ferrovia, a instalação de um frigorífico ou de uma
indústria de processamento de frutas ou a industrialização do leite.
Em todos estes casos existiam condições de demanda efetiva e oferta
latente, mas faltava o meio adequado de comunicação entre elas. E apenas
este meio se instala e começa a funcionar, a oferta se desenvolve quase que
automaticamente.
Neste assunto vale a pena mencionar que não é só a falta de meios
físicos de comunicação, industrialização ou razões de armazenamento que
pode constituir um obstáculo ao maior desenvolvimento da produção
agropecuária. O funcionamento ineficiente do sistema de comercialização,

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ainda que existam os meios físicos, pode atuar no mesmo sentido. Falta, por
exemplo, de recursos econômicos suficientes, próprios ou obtidos em forma de
crédito, do poder comprador, pode inibir o crescimento da produção, ainda que
todas as demais condições favoráveis sejam dadas. Da mesma forma, pode
atuar um poder comprador do tipo monopsônico para o mercado interno ou a
exportação que pretenda deprimir os preços que obtêm os produtos em seu
próprio benefício, ou um poder comprador que não consiga regular os preços
de modo a evitar as excessivas flutuações destes, dando assim, insegurança
aos produtores.

4.0.2 DO SISTEMA DA COMERCIALIZAÇÃO


A análise histórica do desenvolvimento das atividades de
comercialização auxilia explicar alguns conceitos e instituições
contemporâneas, principalmente no caso específico do Brasil, onde segmentos
ainda muito primitivos, se mantém ao lado de setores ultramodernos.
Historicamente, a comercialização apresentou seis estágios:
a) Auto-suficiência (econômica dentro do grupo).
b) Produção de excedente para o mercado local (era medieval).
c) Produção de excedente para o mercado externo (era mercantilista).
d) Melhoria na produção da utilidade de forma (revolução industrial).
e) Empresariado voltado para o setor de consumo.
f) Empresariado voltado para o "marketing".

BREIMEYER classifica a evolução do processo de comercialização em


quatro estágios:
a) Auto-suficiência
b) Organização agrária
c) Organização Agrícola
d) Organização Industrial
No primeiro estágio, mesmo os mais elementares tipos de mercado
eram inexistentes. A auto-suficiência era obtida dentro do grupo social. A
característica dos três primeiros estágios é que os recursos produtivos e a
demanda eram variáveis puramente exógenas, onde o mercado não

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funcionava como coordenador das atividades de produção. Conforme
COELHO, a natureza exógena da produção e da demanda juntamente com a
doutrina de uma economia auto-regulada veio a perder substância no último
estágio de evolução do sistema de comercialização.
Neste estágio, o advento de unidades econômicas integradas e o uso
intensivo de capitalvieram reduzir, substancialmente, não somente o papel do
mercado como regulador da economia, mas também a "separação"
anteriormente existente entre produção e demanda. Particularmente, as
empresas passaram a ter maior poder de decisão e o sistema econômico como
um todo passou a depender mais do esquema de comercialização. A utilização
de meios para influenciar o comportamento do mercado gradativamente
transformou a comercialização de um papel meramente passivo, de
subordinação completa às forças de oferta e demanda, em uma força
operacional e dinâmica com muito mais instrumentos e áreas de ação,
traduzidos em maior poder. A utilização de recursos, tecnologia, planejamento e
o papel crescente do setor público são as características básicas da
organização industrial.
Neste último estágio duas atividades têm sido largamente
desenvolvidas. A primeira é o uso intensivo de capital e tecnologia visando a
transformação dos recursos disponíveis e faze-los capazes de usos altamente
variados. A segunda envolve o uso de técnicas de persuasão para criar e/ou
modificar a escala de preferências dos consumidores, a fim de induzi-los a
desejar o que seja mais factível de ser produzido. Uma outra característica
deste estágio é a tendência das empresas tornaremse de maior tamanho e
mais integradas, ou seja, na direção da integração horizontal e vertical. Está-se
passando, portanto, de um sistema composto por firmas independentes
orientadas para o mercado para um sistema de firmas integradas orientadas
também para o mercado.

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Em conclusão, constata-se que o início da comercialização começou
com a geração de excedente de produção, fruto em parte da especialização e
em parte da tecnologia. Um outro aspecto da especialização é o conseqüente
crescimento das áreas urbanas, que por seu turno irão aumentar a demanda
por alimentos. Daí, a tendência de se ter uma maior separação geográfica
entre a produção e o consumo, o que implica no aumento da importância e o
desenvolvimento da comercialização.

4.0.3 Conceitos básicos


 Comercialização
Segundo BRANDT "entende-se por comercialização o desempenho de
todas as atividades necessárias ao atendimento das necessidades e desejos
dos mercados, planejando a disponibilidade da produção, efetuando
transferência de propriedade de produtos, provendo meios para a sua
distribuição física e facilitando a operação de todo o processo de mercado". Em
outras palavras, é o desempenho de todas as funções ou atividades envolvidas
na transferência de bens e serviços do produtor ao consumidor final. Para que
os bens e serviços reflitam a preferência do consumidor, a comercialização
começa antes da produção. Dessa maneira, o termo "transferência" não
significa apenas transporte, mas todas as demais operações físicas e envolve
as ações desde a aquisição dos insumos para a produção.
 Mercado
Refere-se a uma área, na qual compradores e vendedores tem as
facilidades para negociar um com o outro e onde as forças de oferta e
demanda atuam de modo a determinar os preços. O tamanho desta área é

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limitado pelo sistema de comunicação, transporte e características do produto.
Por exemplo, produtos com grandes volumes ou perecíveis apresentam um
mercado com área mais restrita.
É dentro desta visão ampla do que se chama de setor de
comercialização, desde os insumos para a agricultura até o produto para
consumo final, que se desenvolveu o conceito de Agribusiness, termo
cunhado por dois economistas norte-americanos (Ray Goldberg e John H.
Davis) num congresso sobre distribuição de alimentos, marcando
definitivamente a forma moderna de pensar a agricultura. Agribusiness seria a
soma do setor de comercialização (insumos e produtos) e da própria agricultura
(produção)

4.0.4 Conceito de Agribusiness?


Por agribusiness deve-se entender a soma total das operações de
produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção
nas unidades agrícolas, do armazenamento, do processamento e distribuição
dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles. Estão,
consequentemente, neste conjunto todos os serviços financeiros, de transporte,
classificação, marketing, seguros, bolsas de mercadorias, entre outras. Todas
essas operações são elos de cadeias que se tornaram cada vez mais
complexas à medida que a agricultura se modernizou e a realização de seu
produto no mercado passou a depender mais e mais de serviços que estão fora
da fazenda.
Dessa forma, o conceito engloba os fornecedores de bens e serviços
para a agricultura, os produtores rurais, os processadores, os transformadores
e distribuidores e todos os envolvidos na geração e fluxo dos produtos de
origem agrícola até o consumidor final. Participam também desse complexo, os
agentes que afetam e coordenam o fluxo dos produtos, tais como o governo, os
mercados, as entidades comerciais, financeiras e de serviços. Essa forma
moderna de pensar a agricultura é a visão sistêmica, onde o todo é maior do
que a soma de suas partes.

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Essa visão contrapõe à tradicional, que se concentra nos elementos do
sistema, como segmentos independentes de um todo, desconsiderando o que
há de mais importante num sistema: o mecanismo de interação entre os vários
elementos que o compõem e, mais do que isso, os efeitos que as mudanças de
um elemento podem trazer ao sistema com um todo. Para os empresários, o
estudo do agribusiness não é um mero exercício acadêmico, mas um
instrumental de grande importância para o planejamento estratégico de suas
empresas.
A partir da matriz de insumo-produto de cada setor que é levantada pelo
censo econômico, é possível, por exemplo, inferir o efeito multiplicador na
cadeia, de cada alteração da demanda. É possível, para um determinado
cenário sobre o comportamento da renda nacional, projetar, por exemplo, como
se comportaria o consumo de frangos a um estímulo de renda e, a partir daí,
estimar, segundo a análise de insumo-produto, quanto será necessário
aumentar a oferta de rações e, em consequência, de milho e soja, ou quanto se
utilizará a mais de insumos nessas lavouras. Informações como esta ou sobre
as tendências de consumo são um importante sinalizador para investimentos
das empresas.
O termo agroindústria não deve ser confundido com agribusiness, pois o
primeiro faz parte do segundo. No agribusiness, a agroindústria é a unidade
produtora integrante dos segmentos localizados nos níveis de suprimento à
produção, transformação e acondicionamento, e que processa o produto
agrícola, em primeira ou segunda transformação, para sua utilização
intermediária ou final.

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O agribusiness envolve os agentes que produzem, processam e
distribuem produtos alimentares, as fibras e os produtos energéticos
provenientes da biomassa, num sistema de funções interdependentes. Nele
atuam os fornecedores de insumos e fatores de produção, os produtores, os
processadores e os distribuidores. As instituições e organizações do
agribusiness podem ser enquadradas em três categorias majoritárias.
Na primeira, estão as operacionais, tais como os produtores,
processadores, distribuidores, que manipulam e impulsionam o produto
fisicamente, através do sistema.
Na segunda, figuram as que geram e transmitem energia no estágio
inicial do sistema. Aqui aparecem as empresas de suprimentos de insumos e
fatores de produção, os agentes financeiros, os centros de pesquisa e
experimentação, entidades de fomento e assistência técnica e outras. Por
último, situam-se os mecanismos coordenadores, como o governo, contratos
comerciais, mercados futuros, sindicatos, associações e outros, que
regulamentam a interação e a integração dos diferentes segmentos do sistema.
As funções do agribusiness podem ser descritas em sete níveis, a saber:
- Suprimentos à produção;
- Produção;
- Transformação;
- Acondicionamento;
- Armazenamento;
- Distribuição e,
- Consumo.

Atividades de aprendizagem.

1. 1 Qual é a importância da comercialização no contexto do agribusiness?


Como ela contribui para a integração de todas as etapas da cadeia
produtiva?
2. Explique como a evolução do conceito de agribusiness influenciou as
estratégias de comercialização no setor agrícola ao longo do tempo.

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3. Quais são os principais desafios enfrentados pelas empresas de
agribusiness na comercialização de produtos agrícolas? Como esses
desafios impactam a eficiência e a competitividade do setor?
4. Como as tendências de consumo e as preferências dos consumidores
influenciam as estratégias de comercialização no agribusiness? Dê
exemplos de como as empresas se adaptam a essas mudanças.
5. Discuta o papel da tecnologia na comercialização de produtos agrícolas
no contexto do agribusiness. Como a adoção de novas tecnologias afeta
os canais de distribuição, o marketing e as estratégias de vendas no
setor?
6. Quais são as principais diferenças entre a comercialização de produtos
agrícolas convencionais e os produtos agrícolas orgânicos ou
sustentáveis? Como essas diferenças impactam as estratégias de
marketing e os canais de distribuição utilizados pelas empresas de
agribusiness?
7. Como as regulamentações governamentais e as políticas agrícolas
influenciam a comercialização de produtos agrícolas? Quais são os
principais desafios enfrentados pelas empresas de agribusiness em
relação à conformidade regulatória e à certificação de qualidade?
8. Explique como a globalização da economia afeta a comercialização de
produtos agrícolas no contexto do agribusiness. Quais são os benefícios
e desafios de acessar mercados internacionais para as empresas do
setor?
9. Como a sustentabilidade está moldando as estratégias de
comercialização no agribusiness? Discuta iniciativas sustentáveis
adotadas pelas empresas para promover práticas ambientalmente
responsáveis em toda a cadeia produtiva.
10. Quais são as oportunidades emergentes na comercialização de produtos
agrícolas no contexto do agribusiness? Como as empresas podem
aproveitar essas oportunidades para expandir seus negócios e aumentar
sua competitividade no mercado?

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5.0 Sistemas agroindustriais
O Sistema Agroindustrial (SAI) pode ser considerado o conjunto de
atividades que concorrem para a produção de produtos agroindustriais, desde
a produção de insumos (sementes, adubos, máquinas agrícolas, etc.) até a
chegada do produto final (queijo, biscoito, massas, etc.) ao consumidor. Ele
não está associado a nenhuma matéria-prima agropecuária ou produto final
específico.
O SAI pode ser visto como sendo composto por seis conjuntos de
atores: 1. agricultura, pecuária e pesca;
2.indústrias agroalimentares;
3.distribuição agrícola e alimentar;
4.comércio internacional;
5.consumidor;
6.indústrias e serviços de apoio (transportes, combustíveis, indústria química,
indústria mecânica, embalagens, etc.)
O Sistema Agroindustrial pode ser dividido nos seguintes elementosque
são visualizados na Figura:
Elementos que fazem parte do sistema agroindustrial

5.0.1 Especificidades da produção Agropecuária


Para alcançar os objetivos, é necessário o correto gerenciamento de
processos e especificidades dos sistemas agroindustriais de produção.
Podemos citar como especificidades:

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 Sazonalidade da produção
A produção agropecuária é dependente das condições climáticas de cada
região, apresentando períodos de safra e de entressafra, ou seja, períodos de
abundância de produtos alternados com períodos de falta de produção, salvo
raras exceções.
Com isso surgem algumas implicações: variações de preços: mais elevados
na entressafra e mais baixos nos períodos de safra; necessidade de infra
estrutura de estocagem e conservação; -períodos de maior utilização de
insumos e fatores de produção; características próprias de processamento e
transformação das matérias-primas; logística mais exigente e mais bem
definida.
 Sazonalidade do consumo
A grosso modo, não há grande variação ao longo do ano nas quantidades
procuradas de produtos agropecuários pelos consumidores, que permanecem
mais ou menos constantes. No entanto, algumas demandas aumentam em
datas específicas (páscoa ou réveillon) ou de acordo com variações climáticas
nas estações do ano (alternância de períodos de seca ou chuva).
O impacto dessas variações de demanda compromete diretamente o
planejamento e o controle da produção, afetando o abastecimento dos
produtos para o varejo e o atacado.
 Variações de qualidade do produto agropecuário
A qualidade do produto final se encontra intimamente ligada a sua matéria-
prima, proveniente da empresa rural. Portanto, a qualidade do produto está
sujeita às variações climáticas, técnicas de cultivo, e aos manejos empregados.
No desenvolvimento dos produtos na propriedade rural, a matéria-prima
proveniente do campo afeta positiva ou negativamente a qualidade dos
produtos que serão manufaturados. Padrões tecnológicos cada vez mais
rígidos deverão ser adotados na propriedade rural, por meio de selos de
garantia de qualidade e sistemas de rastreabilidade.
 Influência de fatores biológicos: doenças e pragas
Tanto no campo como após a colheita, os produtos agropecuários estão
sujeitos ao ataque de pragas e doenças que diminuem a quantidade produzida

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e a qualidade dos produtos, ou podem até mesmo levar à perda total da
produção.
A ocorrência de pragas ou doenças assume importância com relação
não somente às perdas diretas dos produtos nos locais onde são produzidos
ou comercializados, mas também, à possibilidade de levar as pragas ou as
doenças para outros locais, onde poderão provocar perdas. Daí, a grande
importância dada atualmente às pragas e às doenças dos produtos
agropecuários nas relações comerciais entre regiões e entre países, chegando
ao ponto de exclusão comercial de países onde elas ocorrem. A partir do
momento em que as pragas ou doenças provocam danos econômicos, há a
necessidade de combatê-las, sob pena de perda da produção.
Consequentemente, o combate às mesmas implica o uso de insumos
(inseticidas, fungicidas e outros), predominantemente químicos, cuja aplicação
resulta em:-elevação dos custos de produção e, consequentemente, redução
dos lucros da atividade; riscos para os operadores e para o ambiente;
possibilidade de resíduos tóxicos nos produtos, que serão levados até os
consumidores. Obviamente, nenhuma região ou país tem interesse na entrada
de pragas ou doenças originárias de outras regiões. Portanto, surgem outras
demandas como:-pesquisas específicas; desenvolvimento e produção de
produtos para controlá-las ou combatê-las, e de máquinas, equipamentos e
implementos apropriados; serviços especializados.
 Perecibilidade rápida da matéria-prima
Mesmo após a colheita, a atividade biológica dos produtos agropecuários
continua em ação. Com isso, a vida útil desses produtos tende a ser diminuída
de forma acelerada. Grandes partes dos produtos processados não podem ser
estocados por prazos longos, devendo ser manufaturados rapidamente após a
colheita e distribuídos ao mercado. O estoque desses produtos pode ser
realizado, porém aumenta os custos de produção, podendo ser inviável essa
prática. Sem cuidados específicos, esses produtos, depois de colhidos, podem
durar poucas horas, dias ou poucas semanas.
 Perecibilidade dos bens especiais agroalimentares
A maioria dos produtos processados apresenta alto grau de perecibilidade.
Geralmente a qualidade desse tipo de produto encontra-se intimamente
associada à velocidade com a qual ele é posto à disposição do consumidor
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final. Nesses casos, questões ligadas à logística de distribuição assumem
importância vital para o sucesso do negócio.
 Qualidade e vigilância sanitária
O consumidor final exige qualidade e quantidade dos alimentos que sejam
seguros ao seu consumo. Essa posição faz com que os agentes que compõem
esse sistema agroalimentar sejam objetos de intensa vigilância do ambiente
institucional. Os mais diversos critérios relacionados à segurança dos alimentos
e vem ser respeitados pelo produtor rural, por meio da adoção de padrões de
qualidade institucionais e/ou privados. No caso do processo de
desenvolvimento de produto na propriedade rural, o produtor terá de atender à
legislação sanitária vigente, empregando ferramentas ligadas à segurança do
alimento como APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle), BPF
(Boas Práticas de Fabricação), BPH (Boas Práticas de Higiene) e sistemas de
rastreabilidade.
* Aspectos sociológicos dos alimentos
Está ligado à noção de que “nós somos o que comemos”. É uma linha de
pesquisa que está sendo atualmente estudada e possui o objetivo de explicar
as rápidas mudanças sociais e culturais que vem atravessando a sociedade, e
a qual ponto influência de maneira incisiva a produção dos alimentos. Devido a
essas especificidades, o agronegócio passa a envolver outros segmentos da
economia, tornando-se muito mais complexo que a produção agropecuária
propriamente dita e passando a necessitar de uma compreensão muito mais
ampla, envolvendo desde o desenvolvimento de tecnologia, colheita cuidadosa,
classificação e tratamento dos produtos, estruturas apropriadas para
armazenagem e conservação, embalagens mais adequadas, logística
específica para distribuição, etc.
 Visão sistêmica do agronegócio
É fundamental compreender o agronegócio dentro de uma visão de sistemas
que engloba os setores denominados “antes da porteira”, “durante a porteira” e
“após a porteira”, ou ainda, significando a mesma “a montante da produção
agropecuária”, “produção agropecuária propriamente dita” e “a jusante da
produção agropecuária”. Os setores “antes da porteira” ou “a montante da
produção agropecuária” são compostos basicamente pelos fornecedores de
insumos e serviços, máquinas, implementos, defensivos, fertilizantes,
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corretivos, sementes, tecnologia, financiamento. “Dentro da porteira” ou
“produção agropecuária” é o conjunto de atividades desenvolvidas dentro das
unidades produtivas agropecuárias que envolve o preparo e manejo –solos,
tratos culturais, irrigação, colheita, criações e outras. “Após a porteira” ou “a
jusante da produção agropecuária” refere-se a atividades de armazenamento,
beneficiamento, industrialização, embalagens, distribuição, consumo de
produtos alimentares, fibras e produtos energéticos provenientes da biomassa.
A concepção de sistemas agroindustriais tem evoluído. Em 1991, Shelman
propôs um fluxograma objetivando visualizar melhor o assunto.

Logo, podemos distinguir os seguintes agentes:

 Fornecedores de insumos: referem-se às empresas que têm por


finalidade ofertar produtos tais como: sementes, calcário, adubos,
herbicidas, fungicidas, máquinas, implementos agrícolas e tecnologias.

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 Agricultores: são os agentes cuja função é proceder ao uso da terra para
produção de Commodities tipo: madeira, cereais e oleaginosas. Estas
produções são realizadas em sistemas produtivos tipo fazendas, sítios
ou granjas.
 Processadores: são agroindústrias que podem pré-beneficiar, beneficiar
ou transformar os produtos in natura. Exemplos:
I. pré-beneficiamento – são as agroindústrias encarregadas da
limpeza, secagem e armazenagem de grãos.
II. beneficiamento – são as agroindústrias que padronizam e
empacotam produtos como: arroz, amendoim, feijão e milho de
pipoca.
III. transformação – são as agroindústrias que processam uma
determinada matéria-prima e a transforma em produto acabado, tipo:
óleo de soja, cereal matinal, polvilho, farinhas, álcool e açúcar
 Comerciantes: são os atacadistas os grandes distribuidores que
possuem por função abastecer redes de supermercados, postos de
vendas e mercados exteriores. Os varejistas constituem os pontos cuja
função é comercializar os produtos junto aos consumidores finais.
 Mercado consumidor: é o ponto final da comercialização constituído por
grupos de consumidores. Este mercado pode ser doméstico, se
localizado no país, ou externo quando em outras nações.
Em 1993, a Associação Brasileira da Indústria da Alimentação (ABIA,
1993) concebeu diferenças entre “Sistema Agroalimentar” (SAA) e “Sistema
Agroindustrial Não Alimentar”, da seguinte maneira:
Sistema Agroalimentar: é o conjunto das atividades que concorrem à
formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência,
o cumprimento da função alimentação.
Sistema Agroindustrial Não Alimentar: é o conjunto das atividades que
concorrem à obtenção de produtos oriundos da agropecuária, florestas e
pesca, não destinados à alimentação, mas aos sistemas energéticos
madeireiro, couro, calçados, papel, papelão e têxtil.

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Atividades de aprendizagem

1. Quais são os principais componentes de um sistema agroindustrial?


2. Como a tecnologia tem influenciado os sistemas agroindustriais nas
últimas décadas?
3. Quais são os desafios ambientais enfrentados pelos sistemas
agroindustriais e como eles podem ser abordados?
4. Quais são os diferentes tipos de cadeias produtivas dentro dos sistemas
agroindustriais e como elas se relacionam?
5. Como as políticas governamentais podem afetar os sistemas
agroindustriais em diferentes países?
6. Quais são as tendências atuais na gestão da cadeia de suprimentos
dentro dos sistemas agroindustriais?
7. Quais são as implicações socioeconômicas da globalização nos
sistemas agroindustriais?
8. Como a agricultura de precisão está sendo aplicada nos sistemas
agroindustriais para aumentar a eficiência e a produtividade?
9. Quais são os principais fatores que influenciam a escolha das culturas
ou produtos em um determinado sistema agroindustrial?
10. Como a segurança alimentar é abordada nos sistemas agroindustriais e
quais são os principais desafios nesse sentido?

6.0 Cadeias Produtivas


Agronegócio brasileiro é a principal fonte de produção e de
desenvolvimento econômico no Brasil, movimentando 1,6 bilhões de toneladas
em grãos, refletindo na necessidade de contratação da mão de obra e de
transporte para manutenção e aprimoramento da cadeia produtiva. Como
principal modal de transporte, conta para o escoamento dos grãos com as
rodovias, possibilitando a contratação de mais de 43milhões de fretes. Neste
cenário, junto à evolução tecnológica e o aprimoramento constante em gestão
voltada à compreensão da cadeia produtiva do agronegócio, é importante
conhecer os desafios que esse setor enfrenta para desenvolver-se (ARIERA et
al., 2019).

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Conceito de agronegócio e de cadeias produtivas. Os conceitos de
agronegócio (ou negócio agrícola), de cadeia produtiva, sistema produtivo
constituem aplicações da teoria geral dos sistemas, ou enfoque sistêmico. Um
sistema é, na definição de Sppeding (1975), "um conjunto de componentes
interativos".
A caracterização de um sistema (ou sua análise) inicia-se com o
estabelecimento de seus objetivos, seguida da definição de seus limites,
subsistemas e entidades componentes e contexto externo. Ao definir limites e
hierarquias, estabelecem-se as interações de seus subsistemas componentes,
mensuram-se suas entradas e saídas e respectivos desempenhos
intermediários (subsiste- mas) e final (sistema).
A agricultura como um todo compreende componentes e processos
interligados que propiciam a oferta de produtos aos seus consumidores finais,
através da transformação de insumos pelas entidades ou organizações
componentes. Este conjunto de processos e instituições ligadas por objetivos
comuns constitui um sistema que, por sua vez, engloba outros sistemas
menores, ou subsistemas. O sistema maior é o chamado negócio agrícola,
"agribusiness", ou agronegócio, termo que será adotado por este trabalho
(Castro et aI.,1996)
O agronegócio compõe-se de cadeias produtivas, e estas possuem entre
seus componentes os sistemas produtivos, que operam em diferentes ecos-
sistemas ou sistemas naturais. No ambiente externo ou contexto do
agronegócio, existe um conglomerado de instituições de apoio, composto de
organizações de crédito, pesquisa, assistência técnica, entre outras, e um

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aparato legal e normativo, exercendo forte influência no seu desempenho
(Davis & Gold- berg, 1957; Araujo et aI., 1990).
Consequentemente, a gestão do agronegócio busca mobilizar conceitos e
instrumentos de intervenção nas cadeias produtivas, como o crédito agrícola, a
inovação tecnológica e gerencial, as normas de taxação, serviços de apoio etc.
para melhorar o desempenho em relação a algum indicador específico. Estas
intervenções, entretanto, só se tomam eficazes quando é possível
compreender sistematicamente, não só o que ocorre nos limites das
propriedades rurais, mas em todos os segmentos em que a produção
agropecuária se insere.

O agronegócio é definido como um conjunto de operações de produção,


processamento, armazenamento, distribuição e comercialização de insumos e
de produtos agropecuários e agroflorestais. Inclui serviços de apoio e objetiva
suprir o consumidor final de produtos de origem agropecuária e florestal.
A cadeia produtiva é o conjunto de componentes interativos, incluindo os
sistemas produtivos, fornecedores de insumos e serviços, industriais de
processamento e transformação, agentes de distribuição e comercialização,
além de consumidores finais. Objetiva suprir o consumidor final de
determinados produtos ou sub produtos (Castro etaI. 1994; 1996).As cadeias
produtivas agrícolas devem suprir o consumidor final de produtos em qualidade
e quantidade compatíveis com as suas necessidades e a preços competitivos.
Por esta razão, é muito forte nelas a influência do consumidor final sobre os
demais componentes e é importante conhecer as demandas desse mercado
consumidor. O processo produtivo deve ter seu desempenho orientado e
aferido por um conjunto de critérios. De forma geral, os principais marcos de
referência para valorar demandas de uma cadeia produtiva podem considerar

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como critérios: competitividade, eficiência, qualidade e/ou equidade (Castro et
al.,1996)

Atividades de aprendizagem

1. Quais são os principais componentes de um sistema agroindustrial?


2. Como a tecnologia tem influenciado os sistemas agroindustriais nas
últimas décadas?
3. Quais são os desafios ambientais enfrentados pelos sistemas
agroindustriais e como eles podem ser abordados?
4. Quais são os diferentes tipos de cadeias produtivas dentro dos sistemas
agroindustriais e como elas se relacionam?
5. Como as políticas governamentais podem afetar os sistemas
agroindustriais em diferentes países?
6. Quais são as tendências atuais na gestão da cadeia de suprimentos
dentro dos sistemas agroindustriais?
7. Quais são as implicações socioeconômicas da globalização nos
sistemas agroindustriais?
8. Como a agricultura de precisão está sendo aplicada nos sistemas
agroindustriais para aumentar a eficiência e a produtividade?
9. Quais são os principais fatores que influenciam a escolha das culturas
ou produtos em um determinado sistema agroindustrial?
10. Como a segurança alimentar é abordada nos sistemas agroindustriais e
quais são os principais desafios nesse sentido?

6.0.1 Custo de produção


A maximização dos resultados de uma empresa ocorre na
realização de sua atividade produtiva, pois ela procurará sempre obter a
máxima produção possível em face da utilização de certa combinação
de fatores. Os resultados ótimos poderão ser conseguidos quando
houver a maximização da produção para um dado custo total ou

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minimizar o custo total para um dado nível de produção
(VASCONCELOS e GARCIA2004). Na produção, o custo mede a
renúncia ao emprego dos recursos produtivos (homens, máquinas, etc)
em outro uso alternativo melhor (RAMIZ, 1988).
Assim, o custo total de produção pode ser definido como o total
das despesas realizadas pela firma com a combinação mais econômica
dos fatores, por meio da qual é obtida determinada quantidade do
produto (VASCONCELOS e GARCIA, 2004).Outra definição podemos
encontrar em REIS (2007), que especifica o custo de produção como a
soma dos valores de todos os recursos (insumos e serviços) utilizados
no processo produtivo de uma atividade agrícola, em certo período de
tempo e que podem ser classificados em curto e longo prazos. Comenta
que a estimativa dos custos está ligada à gestão da tecnologia, ou seja,
à alocação eficiente dos recursos produtivos e ao conhecimento dos
preços destes recursos.

Em termos econômicos, a questão relativa ao curto ou longo


prazo refere-se à possibilidade de variação dos fatores de produção.
Considera-se curto prazo se pelo menos um dos fatores de produção
não puder variar no período considerado, quando no longo prazo, todos
os fatores podem variar (CASTRO et al, 2009).Outro conceito importante
é o de custo operacional, que é o custo de todos os recursos que exigem
desembolso monetário por parte da atividade produtiva para sua
recomposição, incluso a depreciação; e a sua finalidade na análise é a
opção de decisão em casos em que os retornos financeiros sejam
inferiores aos de outras alternativas, representadas pelo custo de
oportunidade (REIS, 2007)Os custos de produção são divididos em dois
tipos.
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Os custos variáveis totais (CVT) são a parcela dos custos totais
que dependem da produção e por isso mudam com a variação do
volume de produção. Representam as despesas realizadas com os
fatores variáveis de produção. Na contabilidade empresarial, são
chamados de custos diretos (VASCONCELOS e GARCIA, 2004).
Os custos fixos totais (CFT) correspondem às parcelas dos custos
totais queindependem da produção. São decorrentes dos gastos com
os fatores fixos de produção.
Na contabilidade privada, são chamados de custos indiretos (VAS
CONCELOS e GARCIA, 2004). O custo total (CT) é a soma dos custos
fixos totais e variáveis totais, não de tecnologia; o uso dos fatores, com
maior ou menor eficiência, intensidade ou produtividade; o volume de
produção e o preço dos fatores (RAMIZ, 1988).
É considerando o curto prazo que se define o custo total da firma.
Na análise de curto prazo, o que se observa são os custos variáveis
e fixos, pois o comportamento do custo total de produção, que varia com
os insumos, determina o nível de produção ótima – aquela que maximiza
os lucros (CASTRO et al, 2009).
Outros fatores importantes que impactam os custos de produção
são os encargos de depreciação, de amortização e de exaustão dos
recursos utilizados na produção. Mesmo sendo classificados como
custos fixos, são componentes do custo total que influenciam tomadas
de decisão das empresas (OLIVEIRA NETO, JACOBINA, FALCÃO,
2008)

6.0.2 Cadeia de Suprimentos


O conceito de cadeia de suprimentos é o ato de acompanhar o negócio
desde o momento da compra de matéria-prima (caso seja necessário),
produção, colheita, venda, distribuição e demais atividades que envolvem o
setor agro. Ou seja, a logística da cadeia de suprimentos visa acompanhar
todos os procedimentos do início ao fim. Considera-se que cadeias de
suprimentos reconhecidamente desenvolvidas no aspecto gerencial e em
termos de competitividade podem servir de referência para outras com menor

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grau de eficiência e eficácia em suas respostas e pobremente interligadas,
existentes no agronegócio do Brasil. Assim, as cadeias de menor destaque, até
mesmo as oriundas de outros setores industriais, poderiam “aprender” com as
experiências das cadeias desenvolvidas. Para Neves, Zylbersztajn e Neves
(2005) a especificidade da cadeia de suprimentos do agronegócio tem fortes
implicações para os gestores das empresas desse segmento, pois eles
precisam explorar e estar envolvidos em estratégias de melhoria do
desempenho delongo prazo de suas empresas.
A indústria de alimentos e o agronegócio mundial estão envolvidos em
grandes mudanças (cujo ritmo parece aumentar) relacionadas a: características
do produto; distribuição e consumo mundial; tecnologia; tamanho e estrutura
das empresas do setor; localização geográfica de produção e processamento.
No início dos anos 1990, o conceito de cadeias de agronegócios
difundiu-se no Brasil. A discussão não mais era apenas sobre o setor agrícola
isoladamente, mas também relativa a suprimentos e distribuição, tanto para
definir políticas agroindustriais como para a definição de estratégias privadas.
No entanto, o enfoque dado ao tema das cadeias era centrado no debate das
políticas públicas a estratégia privada ficava em segundo plano(NEVES,
ZYLBERSZTAJN; NEVES 2005).
O termo cadeia de suprimentos surgiu em meio a um contexto marcado
por transformações significativas nos anos de 1980, como mudanças na
regulamentação do transporte, comercialização do microcomputador, revolução
da informação, adoção dos movimentos de gestão de qualidade e
desenvolvimento de parcerias e alianças estratégicas (BOWERSOX; CLOSS,
2001; COOPER; LAMBERT; PAGH, 1997De acordo com Beamon e Ware
(1998), cadeia de suprimentos é um conjunto integrado de funções de negócios
que abrange todas as atividades de aquisição de matéria prima até a entrega
do produto ao cliente final.

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Os gestores devem desenvolver habilidades para construir as alianças
necessárias para integrar as empresas envolvidas nesses processos,
comprometendo-se com o planejamento e integração dos fluxos de
informações. Cada componente da cadeia de suprimentos pode estar envolvido
em vários processos que ultrapassam suas fronteiras.
Esses processos estão sujeitos a desvios e interrupções pela ocorrência
de falhas de comunicação ou de coordenação entre as várias empresas. Por
essa razão, uma boa integração entre as operações e processos dos diferentes
componentes torna-se crítica para a eficiência e a eficácia de uma cadeia
(SWEENEY,2013).

6.0.3 Arranjos Produtivos

Arranjo Produtivo Local (APL), por definição, é um conjunto de agentes


de natureza diversa, que participam das tarefas principais de uma aglomeração
produtiva (empresas produtoras e fornecedoras específicas, centros de
pesquisa, agentes do governo, instituições do terceiro setor e universidades),
que tenham uma governança e
evidenciem relações de cooperação, trocas e aprendizado constantes
em um determinado território evidenciem relações de cooperação, trocas e
aprendizado constantes em um determinado território. O objetivo da criação e
fomento aos APLs é desenvolver as cadeias produtivas, aumentar a
competitividade das micro, pequenas e médias empresas, estimular o
empreendedorismo, baseado na interação e na cooperação, descentralizar o
desenvolvimento produtivo para fortalecer a economia regional e fomentar
projetos de desenvolvimento produtivo nos APLs paulistas.

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Dentre as vantagens de ser um APL reconhecido, está o acesso às
políticas de fortalecimento dos APLs, participação em editais de fomento
promovidos pela SDE, acesso a linhas de crédito específicas para as empresas
inseridas em APLs e possibilidade de participação em editais e demais projetos
promovidos por entidades parceiras do estado. Um arranjo produtivo local tem
foco na melhoria da competitividade do produto, balizado por pressupostos
como conhecimento, inovação e mercado; a vocação setorial é marcada pelos
atributos territoriais e pelas capacidades humanas, físicas, institucionais. Além
disso, um APL articula aspectos normalmente tratados de forma isolada, como
governança, identidade e local, capacidade de inovação, aprendizado e visão
de mercado

Atividades de aprendizagem

1. Quais são os principais componentes do custo de produção agrícola e


como eles variam entre diferentes culturas e regiões?
2. Como as estratégias de suprimento de insumos afetam os custos de
produção agrícola?
3. Quais são os desafios enfrentados pelos produtores agrícolas na gestão
dos custos de produção?
4. Quais são os impactos dos avanços tecnológicos, como automação e
agricultura de precisão, nos custos de produção agrícola?
5. Como a sazonalidade afeta a gestão de custos na cadeia produtiva do
agronegócio?

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6. Quais são os principais desafios na gestão do suprimento de insumos
agrícolas, como fertilizantes e defensivos agrícolas?
7. Como os produtores agrícolas podem otimizar seus custos de transporte
e logística na cadeia produtiva?
8. Quais são os diferentes modelos de arranjos produtivos na cadeia do
agronegócio, e como eles impactam os custos de produção?
9. Como as estratégias de gestão de riscos, como o seguro agrícola,
influenciam a análise de custos na produção agrícola

7.0. Arranjos Produtivos

Arranjo Produtivo Local (APL), por definição, é um conjunto de agentes


de natureza diversa, que participam das tarefas principais de uma aglomeração
produtiva (empresas produtoras e fornecedoras específicas, centros de
pesquisa, agentes do governo, instituições do terceiro setor e universidades),
que tenham uma governança e evidenciem relações de cooperação, trocas e
aprendizado constantes em um determinado território evidenciem relações de
cooperação, trocas e aprendizado constantes em um determinado território.
O objetivo da criação e fomento aos APLs é desenvolver as cadeias
produtivas, aumentar a competitividade das micro, pequenas e médias
empresas, estimular o empreendedorismo, baseado na interação e na
cooperação, descentralizar o desenvolvimento produtivo para fortalecer a
economia regional e fomentar projetos de desenvolvimento produtivo nos APLs
paulistas.

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Dentre as vantagens de ser um APL reconhecido, está o acesso às
políticas de fortalecimento dos APLs, participação em editais de fomento
promovidos pela SDE, acesso a linhas de crédito específicas para as empresas
inseridas em APLs e possibilidade de participação em editais e demais projetos
promovidos por entidades parceiras do estado. Um arranjo produtivo local tem
foco na melhoria da competitividade do produto, balizado por pressupostos
como conhecimento, inovação e mercado; a vocação setorial é marcada pelos
atributos territoriais e pelas capacidades humanas, físicas, institucionais. Além
disso, um APL articula aspectos normalmente tratados de forma isolada, como
governança, identidade e local, capacidade de inovação, aprendizado e visão
de mercado.

Atividades de aprendizagem

1. Quais são as características dos arranjos produtivos locais no


agronegócio e como eles se comparam aos modelos de produção mais
tradicionais?
2. Como a cooperação entre diferentes agentes dentro de um arranjo
produtivo local pode influenciar a competitividade e a sustentabilidade no
agronegócio?
3. Quais são os principais desafios enfrentados pelos produtores ao
participarem de arranjos produtivos locais?
4. Como a proximidade entre os diferentes elos da cadeia produtiva dentro
de um arranjo local afeta a logística e os custos de produção?
5. Quais são as oportunidades de inovação e desenvolvimento tecnológico
dentro dos arranjos produtivos locais no agronegócio?
6. Como os arranjos produtivos locais podem contribuir para a inclusão
social e o desenvolvimento econômico das comunidades rurais?
7. Quais são os principais critérios para avaliar a eficiência e a eficácia de
um arranjo produtivo local no agronegócio?
8. Quais são os impactos ambientais associados aos arranjos produtivos
locais e como podem ser mitigados?

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9. Como a governança e a gestão dos arranjos produtivos locais
influenciam seu desempenho e sua sustentabilidade?
10. Quais são os exemplos de sucesso de arranjos produtivos locais no
agronegócio em diferentes regiões do mundo e quais lições podem ser
aprendidas com eles?

8.0 Importância do agronegócio.


Atualmente, muito se tem falado sobre a importância do agronegócio
brasileiro. Você sabe por quê? Eventos específicos e alguns números podem
ajudar nessa resposta.
Um bom exemplo é o aumento considerável das exportações brasileira
de grãos, em especial a exportação de soja para a China, uma das principais
economias do mundo. Foram 2,85 milhões de toneladas exportadas em janeiro
de 2024, volume 240,0% superior quando comparado com 839,59 mil
toneladas exportadas em 2023.

As exportações aumentaram 1,7%, em relação a ano de 2022,


alcançando US$ 339,7 bilhões, segundo os dados do governo.
O setor agropecuário respondeu por 24% das exportações brasileiras,
somando US$ 81,5 bilhões em 2023. O crescimento no ano foi de 9%.

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Já o setor extrativista registrou participação de 23,2% no resultado do
ano, com US$ 78,8 bilhões. Em relação a 2022, houve aumento de 3,5%.
A indústria extrativa, por sua vez, registrou queda de 2,3% no ano, com
exportação de US$ 177,2 bilhões. O setor tem a maior parcela das exportações
nacionais, com 52,2%.
Os itens mais exportados foram:
1. soja, com 15,6% de participação;
2. óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus (12,52%);
3. minério de ferro e seus concentrados (8,98%);
4. açúcares e melaços (4,64%);
5. óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto
óleos brutos) (3,9%)
O ano de 2023 também estabeleceu um novo recorde de exportação
para um único parceiro comercial: o Brasil exportou mais de US$ 100 bilhões
para a China.

O Brasil registrou superávit recorde de US$ 98,8 bilhões em 2023 – o


maior da série histórica, que começa em 1989. Os dados foram divulgados
nesta sexta-feira (5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços (MDIC).
O saldo positivo superou o de 2022 em 60,6%. Naquele ano, o Brasil
registrou superávit de US$ 61,5 bilhões.
O superávit ocorre quando o valor exportado pelo Brasil supera as
importações. Do contrário, se as importações forem maiores, é registrado
déficit na balança comercial.

Balança comercial atinge o maior superávit na série histórica anual


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Dada a proximidade com o fechamento da balança comercial de 2023,
optei por apresentar uma síntese dos resultados até novembro e uma análise
detalhada será apresentada na edição de janeiro de 2024 do ICOMEX. Antes,
porém, iremos destacar alguns pontos que marcaram a agenda do comércio
exterior do Brasil, em dezembro.
Em dezembro foi realizada a 63ª Cúpula dos Chefes de Estado do
Mercosul. Destacamos três fatos. Foi assinado o acordo Mercosul-Singapura.
O país é o oitavo no ranking do destino das exportações brasileiras com
participação de 2,3% e o 41º nas importações. Até novembro de 2023, 65%
das exportações brasileiras eram de óleos combustíveis e 15% de óleo bruto. É
pouco provável, pelo menos num horizonte de curto a médio prazo, que se
diversifique essa pauta. O acordo pode ser um facilitador para as empresas
brasileiras que utilizam as vantagens tributárias oferecidas pelo país e um sinal
do interesse do Mercosul na Ásia. Acordos com as grandes economias da
região como a China, Coreia do Sul e Japão, por exemplo, suscitam reações
de proteção por parte do setor industrial no Mercosul, em especial Brasil e
Argentina, ou tem se mostrado difíceis na conciliação dos interesses
defensivos (caso da Índia).
Foi também assinado o Protocolo de Adesão do Estado Plurinacional da
Bolívia ao Mercosul. A Bolívia é o 35º destino das exportações brasileiras e o
30º país de origem das importações brasileiras. As importações de gás natural
representam 87% das compras brasileiras e a pauta de exportações é
diversificada predominando produtos da indústria de transformação. O país
possui diversidade de reservas minerais tradicionais como zinco, estanho,
antimônio, prata e minerais raros como lítio. Sob esse aspecto, a entrada da
Bolívia pode estimular parcerias para exploração desses minerais e acordos
para transição energética.
O terceiro foi a não assinatura do Acordo Mercosul-União Europeia, que
seria um fecho que marcaria o término da presidência pró-tempore do Brasil no
Mercosul. Num mundo de incertezas de alianças políticas e econômicas, o
acordo teria uma contribuição positiva para o multilateralismo, afastando-se da
polarização entre Estados Unidos e China. Do ponto de vista do comércio,
garantiria maior grau de previsibilidade para o setor agropecuário, pois as
negociações da Organização Mundial do Comércio estão estagnadas. Para a

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indústria, as tarifas de importações sobre produtos industriais já são baixas na
União Europeia, o maior impacto seria o acesso a bens de capital e
intermediários a custos mais baixos que poderiam ter um impacto positivo na
redução dos custos de produção da indústria brasileira. Além disso, poderia
facilitar parcerias nas áreas de investimentos em transição energética. Outro
ponto a destacar: num cenário em que a União Europeia opta por medidas
unilaterais que fazem parte da sua agenda de mudança climática, como a taxa
de carbono na fronteira (Carbon Border Adjustment Mechanism -CBAM) e listas
relacionados de mercadorias produzidas em áreas de desmatamento, um
diálogo permanente com a União Europeia é importante.
Observa-se que as negociações irão continuar, segundo os governos da
União Europeia e do Mercosul, mas as incertezas parecem ter aumentado.

Resultados da Balança Comercial de novembro


O cenário das exportações e importações do Brasil em 2023 reflete uma
série de tendências e mudanças nos mercados internacionais. O volume
exportado manteve uma trajetória positiva, com um aumento de 4,7%,
enquanto as importações continuaram a tendência de queda, diminuindo 3,2%.
No entanto, os preços enfrentaram um declínio ao longo do ano, com exceção
dos primeiros meses, impactando tanto as exportações quanto as importações.
Especificamente em novembro, houve uma diminuição nos preços
exportados em 4,2% e nos importados em 8,3% em comparação ao ano
anterior. No acumulado do ano até novembro, o aumento no valor das
exportações foi modesto, 1,0%, devido à queda nos preços (7,0%), que
compensou em parte o aumento no volume (8,7%). Por outro lado, as
importações viram uma queda significativa no valor, diminuindo 11,8%, devido
a uma queda nos preços (9,5%) e no volume (2,4%).
O aumento nas exportações foi impulsionado pelo desempenho das
commodities, com um aumento de 21,2% no volume em novembro. No
acumulado do ano, as exportações de commodities aumentaram 13,5%,
enquanto as não commodities diminuíram 1,7%. Os preços das commodities
caíram 9,5%, enquanto os das não commodities aumentaram 0,5%.
Em novembro, o volume exportado de produtos como soja aumentou
significativamente, enquanto o de petróleo e derivados diminuiu. No entanto, ao

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longo do ano, as exportações de petróleo e derivados e o complexo de soja
lideraram em termos de quantidade exportada.
Apesar das dificuldades, as perspectivas para o setor agropecuário
continuam favoráveis para 2024, com previsões de uma safra robusta. A China
desempenhou um papel significativo no superávit da balança comercial do
Brasil, contribuindo com mais da metade do saldo positivo. Enquanto isso,
outros mercados como os Estados Unidos e a Argentina também influenciaram
nas mudanças no saldo comercial.
Em resumo, apesar dos desafios enfrentados, o Brasil continuou a se
destacar como um importante jogador no comércio internacional,
especialmente no que diz respeito ao agronegócio, e está em uma posição
favorável para capitalizar as oportunidades futuras.

Atividades de aprendizagem

1. Qual é o principal setor responsável pelo superávit da balança


comercial do Brasil?
2. Explique como o agronegócio brasileiro contribui para o
desenvolvimento econômico de diferentes regiões do país.
3. Discuta a importância das exportações agrícolas brasileiras para
a balança comercial e para a economia nacional.
4. Quais são os principais desafios enfrentados pelo agronegócio
brasileiro atualmente e como eles podem ser superados?

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9.0 Visão Sistêmica do Agronegócio

A visão sistêmica do agronegócio reconhece que todas as atividades


relacionadas à produção, processamento, distribuição e comercialização de
produtos agrícolas estão interconectadas e interdependentes. Ela enfatiza a
importância de entender o agronegócio como um sistema complexo, no qual
cada componente influencia e é influenciado por outros, e onde as relações
entre esses componentes são dinâmicas e interativas. Aqui estão alguns
aspectos chave da visão sistêmica do agronegócio:

 Interdependência entre os Setores: O agronegócio é composto por


diferentes setores, como agricultura, pecuária, agroindústria, logística e
comércio. Cada um desses setores depende dos outros para funcionar
de forma eficiente e sustentável.

 Cadeia Produtiva Integrada: A visão sistêmica considera o agronegócio


como uma cadeia produtiva integrada, na qual cada etapa do processo,
desde a produção agrícola até a comercialização final, está interligada e
interdependente.

 Impacto Socioeconômico e Ambiental: A visão sistêmica do agronegócio


reconhece o seu impacto não apenas na economia, mas também na
sociedade e no meio ambiente. Ela considera questões como geração
de empregos, distribuição de renda, segurança alimentar, conservação
dos recursos naturais e sustentabilidade.

 Dinâmica de Mercado: A visão sistêmica leva em conta a dinâmica do


mercado, incluindo fatores como oferta e demanda, preços, políticas
governamentais, condições climáticas e flutuações econômicas, e como
esses fatores afetam o agronegócio como um todo.

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 Inovação e Tecnologia: Reconhece a importância da inovação e da
tecnologia na melhoria da eficiência e da produtividade no agronegócio,
bem como na busca por soluções sustentáveis e na adaptação às
mudanças no mercado e no ambiente.

 Gestão Integrada: Uma abordagem sistêmica requer uma gestão


integrada de todas as atividades relacionadas ao agronegócio, com a
coordenação eficaz de diferentes agentes e recursos para alcançar
objetivos comuns.

Em resumo, ter uma visão sistêmica do agronegócio, ou seja, jamais um


elo pode ser analisado separadamente. Por exemplo, no SAG da laranja é
preciso analisar o elo dos insumos de produção, como fertilizantes, o elo do
fornecedor de matéria-prima, o elo da produção de laranja e, depois, o elo da
indústria processadora de suco de laranja. Também devem ser analisados os
elos da distribuição (que farão a venda do suco) e o consumidor.
Dentro dessa perspectiva, é preciso analisar as ações do governo e das
instituições responsáveis pela comercialização (como as bolsas
de mercadorias), a logística, a tecnologia, a pesquisa etc. A ação de cada elo
do SAG influencia outros elos e sofre influência deles.
Sendo assim, a visão sistêmica do agronegócio busca entender e
abordar o setor de forma holística, reconhecendo suas interconexões,
interdependências e complexidades, e buscando soluções que levem em conta
não apenas aspectos econômicos, mas também sociais, ambientais e
tecnológicos.

Atividades de aprendizagem

Caros alunos, com base nos seus conhecimentos e com tudo que foi aprendido
até o dado momento dessa apostila, responda com riqueza de detalhes as
perguntas a baixo.

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1. Quais são os principais riscos e vulnerabilidades enfrentados pelo
agronegócio, e como eles podem afetar o funcionamento do
sistema como um todo? Como desenvolver estratégias de gestão
de riscos que considerem os diferentes componentes e interações
dentro do agronegócio?
2. Como o agronegócio brasileiro pode manter sua competitividade
no mercado global, levando em consideração as tendências de
comércio internacional, acordos comerciais, padrões de qualidade
e exigências dos consumidores? Quais estratégias podem ser
adotadas para ampliar a participação do Brasil no comércio
agrícola internacional?
3. Como garantir que todas as etapas da cadeia produtiva do
agronegócio, desde a produção agrícola até o consumo final,
sejam realizadas de forma sustentável, levando em consideração
aspectos ambientais, sociais e econômicos? Quais práticas
sustentáveis podem ser adotadas em cada fase da cadeia?

9.0 Avanços futuros para o agronegócio brasileiro


1. Tecnologia e Inovação: Continuar investindo em tecnologias
emergentes, como agricultura de precisão, Internet das Coisas (IoT),
drones e inteligência artificial, para aumentar a eficiência, a
produtividade e a sustentabilidade no campo.
2. Sustentabilidade Ambiental: Intensificar práticas agrícolas
sustentáveis, como o manejo integrado de pragas, a conservação do
solo, a agricultura de baixo carbono e a recuperação de áreas
degradadas, visando a redução do impacto ambiental e a preservação
dos recursos naturais.
3. Gestão Inteligente de Dados: Utilizar análise de dados e sistemas de
informação para aprimorar o planejamento, a tomada de decisões e o
monitoramento das operações agrícolas, permitindo uma gestão mais
eficaz e assertiva.
4. Diversificação de Culturas: Explorar novas culturas e cadeias
produtivas com potencial de mercado, como frutas tropicais, produtos
orgânicos, biotecnologia agrícola e produtos de alto valor agregado,

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buscando diversificar a produção e aumentar a competitividade no
mercado internacional.
5. Infraestrutura e Logística: Investir em infraestrutura de transporte,
armazenamento e distribuição, incluindo estradas, portos, ferrovias e
silos, para reduzir os custos logísticos e melhorar a eficiência na
movimentação de produtos agrícolas.
6. Qualidade e Segurança Alimentar: Fortalecer sistemas de
rastreabilidade, controle de qualidade e segurança alimentar ao longo de
toda a cadeia produtiva, atendendo aos padrões nacionais e
internacionais e garantindo a confiança dos consumidores.
7. Acesso a Mercados Internacionais: Expandir e diversificar os
mercados internacionais para os produtos agrícolas brasileiros, por meio
de acordos comerciais, parcerias estratégicas e promoção da imagem
do agronegócio brasileiro no exterior.
8. Apoio ao Pequeno Produtor: Implementar políticas e programas de
apoio ao pequeno produtor, incluindo acesso a crédito, assistência
técnica, capacitação e inclusão em cadeias produtivas mais sustentáveis
e rentáveis.
9. Resiliência a Desafios Globais: Desenvolver estratégias para enfrentar
desafios globais, como mudanças climáticas, pandemias, volatilidade
dos preços de commodities e instabilidade geopolítica, visando a manter
a resiliência e a competitividade do agronegócio brasileiro.

Esses avanços futuros podem ajudar o agronegócio brasileiro a


enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do mercado global,
garantindo seu crescimento sustentável e contribuindo para o desenvolvimento
econômico e social do país.

Atividades de aprendizagem
Agora é a hora de colocar em pauta esse discursão!
Criar uma apresentação dos Avanços do Agronegócio Brasileiro:
Inicie o workshop com uma apresentação sobre os avanços
significativos alcançados pelo agronegócio brasileiro nas últimas décadas.

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Destaque aspectos como o aumento da produtividade, a adoção de tecnologias
inovadoras, a expansão dos mercados internacionais e a contribuição para a
economia nacional. Ilustre como esses fatores impulsionaram o crescimento e
a competitividade do agronegócio brasileiro, transformando-o em um dos
principais protagonistas do cenário global.

Discussão dos Desafios Atuais:


Em seguida, promova uma discussão sobre os desafios atuais
enfrentados pelo agronegócio brasileiro. Inclua temas como mudanças
climáticas, pressões ambientais, infraestrutura deficiente, questões trabalhistas
e acesso a mercados internacionais. Encoraje os participantes a
compartilharem suas experiências e perspectivas sobre esses desafios,
identificando os impactos e as possíveis soluções.

Grupos de Trabalho: Identificação de Soluções:


Divida os participantes em grupos e atribua a cada grupo um dos
desafios discutidos anteriormente. Peça que discutam possíveis soluções para
enfrentar esse desafio específico, levando em consideração diferentes
perspectivas e abordagens. Eles podem elaborar propostas concretas e
recomendações para superar o desafio em questão.

Apresentação e Discussão das Soluções Propostas:


Após um período de trabalho em grupo, permita que cada grupo
apresente suas soluções e recomendações para o restante dos participantes.
Promova uma discussão aberta e construtiva sobre as propostas apresentadas,
incentivando a troca de ideias e o debate sobre a viabilidade e eficácia das
soluções propostas.

Plenária: Plano de Ação Conjunto:


Encerre o workshop com uma plenária na qual os participantes
trabalham juntos para desenvolver um plano de ação conjunto para enfrentar
os desafios identificados. Isso pode incluir a definição de metas específicas, a
alocação de recursos, a identificação de parcerias estratégicas e a elaboração
de estratégias de implementação.

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9.0 Agronegócio na Economia Brasileira
Os fatores que impulsionaram a modernização da produção agrícola
nacional e o resultado da incorporação dessas inovações tecnológicas, fizeram
o setor dar um salto no país entre 1975 e 2017.
A produção de grãos, que era de 38 milhões de toneladas, cresceu mais
de seis vezes, atingindo 236 milhões, enquanto a área plantada apenas
dobrou. Esse desenvolvimento consolidou o agronegócio no Brasil como um
dos pilares da economia do país.
O crescimento da relevância do agro no PIB do país ainda chama a
atenção. Para se ter uma ideia, em 1970, a participação do agro no PIB era de
apenas 7,5% em 2023 a participação do setor no Produto interno bruto foi de
24,1%.
O avanço do setor é evidente quando se compara o crescimento da
produção em relação à área ocupada pelo agribusiness. Basta conferir o
rendimento médio (quilos por hectare) das lavouras de arroz, feijão, milho, soja
e trigo, entre a década de 70 e os anos 2000.
Destaque para os aumentos de rendimento de 346% para o trigo, de
317% para o arroz e de 270% para o milho, segundo a Embrapa.
A revolução agrícola dos últimos 40 anos teve um grande efeito
transformador na sociedade brasileira e é, de acordo com a CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o fato mais importante da
história econômica recente do Brasil.

10. A Importância do Agronegócio na Economia


Brasileira
Qual é a importância do agronegócio no Brasil?
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do
mundo. Além de abastecer o mercado interno, cerco de 312,3 milhões de
toneladas de produtos agropecuários foram exportados apenas em 2023,
segundo dados da CNA.
A maior parte dessa produção à China, principal importador do Brasil,
além de Estados Unidos e países da União Europeia.

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Graças a essas negociações, a produção agropecuária brasileira
impacta não só na balança comercial, mas também na geração de empregos e
no desenvolvimento do país.
Para comprovar essa informação, basta observar os dados sobre o
desempenho dos principais produtos do setor.
Os principais produtos agrícolas brasileiros
A produção agropecuária brasileira abastece tanto o mercado interno
quanto o externo. Os destaques dessa produção são as commodities agrícolas,
especialmente oleaginosas. Para entender a relevância dessas commodities
para a economia do país, confira abaixo o desempenho dos principais produtos
agrícolas brasileiros.

Atividades de aprendizagem

 Análise do Papel do Agronegócio na Economia Brasileira

 Objetivo: Compreender a importância do agronegócio na economia


brasileira, explorando seu desempenho e crescimento ao longo do
tempo.

Divida os participantes em grupos para fazer uma pesquisa de dados


sobre o desempenho do agronegócio brasileiro ao longo do tempo, incluindo
informações sobre produção, produtividade, exportações, investimentos e
impactos socioeconômicos.
Peça aos grupos que analisem os dados pesquisados e identifiquem
tendências, padrões e fatores que influenciaram o crescimento do agronegócio
no Brasil.
Incentive os grupos a discutir como o agronegócio brasileiro se posiciona
em relação aos desafios globais, como mudanças climáticas, volatilidade dos
preços de commodities e demandas dos consumidores.
Convide cada grupo a apresentar suas análises e conclusões para os
demais participantes.

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Promova uma discussão em grupo sobre as principais conclusões e
insights obtidos a partir da análise dos dados.
Estimule os participantes a compartilharem suas opiniões sobre o futuro
do agronegócio brasileiro e as oportunidades e desafios que ele enfrentará nos
próximos anos.
Faça uma reflexão final sobre a importância do agronegócio na
economia brasileira e seu potencial de crescimento e desenvolvimento.

11. Segmentos dos Sistemas Agroindustriais


O sistema agroindustrial pode ser visto como um conjunto de seis
grupos de atores econômicos diferentes: agricultura e pesca, indústrias
agroalimentares, distribuição agrícola e alimentar, consumidor final, comércio
internacional e indústria e serviços de apoio. Somente os agentes industriais
deste conjunto representavam, em 1985, 20,8% dos estabelecimentos
industriais do país, empregando aproximadamente 13,3% do total do pessoal
ocupado (ABIA, 1994). Estes números tornam o sistema responsável pelo
maior setor da indústria de transformação brasileira. Sua participação no
Produto Interno Bruto se eleva a 11%, praticamente o dobro, por exemplo,
daquela da indústria automobilística.

As características estruturais da indústria agroalimentar lhe conferem


algumas características que ajudaram, e tendem a continuar ajudando, a
amortizar as bruscas variações que a economia brasileira vem sofrendo nos
últimos anos. O aumento da população, aliado à baixa sensibilidade dos
consumidores em relação ao consumo de grande parte dos gêneros
alimentícios, faz com que o comportamento deste setor esteja menos sujeito a

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fortes oscilações de demanda. Em 1981, por exemplo, enquanto o PIB caía
4,4% e a indústria de transformação em geral tinha queda de 10,2%, a
produção de alimentos agro industrializados tinha um aumento de 2,7% (ABIA,
1994).
Cabe mencionar que, ao contrário do que muitos pensam, 97,5% do
número total das agroindústrias nacionais são constituídas de micro e
pequenas empresas, com até 99 empregados. É evidente que quando se
analisa o valor da produção industrial esse número se altera substancialmente.
Neste caso, as grandes e médias empresas são responsáveis por 63% do valor
da produção industrial. Em relação ao número de empregados a situação
praticamente se equilibra: 50,4% dos empregos do setor são gerados pelas
micro e pequenas empresas agroindustriais. Esta característica do parque
agroindustrial torna-se relevante na medida em que são conhecidas as
deficiências administrativas das P.M.E. nacionais, ao mesmo tempo que se
reconhece sua existência como extremamente importante para o bom
desempenho sócio-econômico do país (BATALHA, 1990).
Apesar do enorme potencial do mercado agroalimentar brasileiro (em
produção e em consumo) o Brasil ocupa uma posição relativamente modesta
no comércio agroalimentar mundial. Em 1989 ele era responsável por 3% do
valor gerado pela agricultura mundial. Alguns autores estimam que esse valor
sobe para 9% se considerarmos somente os produtos agrícolas que já tenham
sofrido uma primeira transformação industrial (JANK, 1990). No entanto, essa
produção é suficiente para colocar o Brasil entre os principais produtores
mundiais de vários produtos agrícolas (café, suco de laranja, cana de açúcar,
banana, mandioca, soja, cacau, ...) e entre os oito primeiros países
exportadores de alimentos.
A exportação de produtos agroalimentares continua sendo uma fonte
importante de divisas para o pais. Em 1990 esses produtos foram responsáveis
por 31% do total das exportações brasileiras (JANK, 1990). A importância
estratégica do SAI para o Brasil pode ser visualizada segundo dois enfoques
diferentes.
O primeiro deles é garantir um nível de abastecimento alimentar
adequado à população brasileira. Para isso, não é suficiente somente uma
agricultura forte, mas é necessário também um setor agro-industrial eficiente e

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dinâmico. No Brasil, como em outras partes do mundo, existe uma tendência
de consumo que se distancia cada vez mais dos produtos in natura para se
aproximar dos produtos agroindustriais. O consumo de produtos alimentares
industrializados no Brasil é da ordem de 49,31%, havendo, portanto, um grande
potencial a ser explorado para que seja alcançado o patamar dos países ditos
desenvolvidos (ABIA, 1994). Estudos têm mostrado que processos
agroindustriais adequados permitem diminuir o desperdício, regularizar os
picos de produção e consumo e, ao contrário do que muitos pensam, oferecer
produtos de maior qualidade para a população.
Aliado a este fator de abastecimento interno, o setor agroindustrial
sempre desempenhou, e deve continuar desempenhando, um papel de
destaque no equilíbrio do comércio exterior brasileiro. No entanto, a moderna
visão de agribusiness, que vem norteando o desenvolvimento do setor nas
economias mais fortes do ocidente, coloca novos desafios para o setor
agroindustrial brasileiro. A integração crescente da produção de insumos, da
produção agropecuária, da agroindústria e da distribuição e armazenamento,
bem como as constantes mudanças nos hábitos dos consumidores, tornam
cada vez mais complexa a gestão das unidades de produção pertencentes ao
SAI.
A situação no mercado externo, submetido a uma concorrência feroz,
não é menos complexa. Ao mesmo tempo que a oferta se multiplica em vários
dos mercados em que o Brasil mantém uma posição privilegiada, os países
ditos desenvolvidos levantam barreiras à importação, como forma de preservar
o seu mercado interno. De qualquer maneira, o Brasil não pode ficar alheio a
essa tendência de internacionalização cada vez maior da economia mundial e
de todas as consequências que ela acarreta.
A todos estes fatores, inerentes ao SAI, deve-se acrescentar a
instabilidade econômica que vem assolando o país por um longo período, e
que dificulta sobremaneira o gerenciamento das unidades produtivas nacionais.
É dentro desse contexto que a formação de recursos humanos
competentes para abordar esta problemática resgata toda a sua importância.
Vencer os desafios impostos pela necessidade de ser competitivo no âmbito
internacional, não só pela exportação de commodities mas também, e
principalmente, pela exportação de produtos com maior valor agregado, bem

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como garantir o abastecimento interno segundo as necessidades nutricionais e
os anseios do consumidor brasileiro, exige, necessariamente, a formação de
um corpo gerencial bem treinado e sintonizado com as peculiaridades da
moderna visão de agribusiness.

12. Setores ligado ao Agronegócio


O objetivo do agronegócio é levar um produto agrícola ao mercado.
Envolve todas as etapas necessárias, como produção, processamento e
distribuição. O setor sustenta o crescimento da agroindústria, fundamental para
o crescimento econômico. Os negócios agros podem melhorar potencialmente
a produtividade agrícola.
Essa é uma das razões pelas quais os governos costumam oferecer
subsídios aos negócios agrícolas. Aliás, o setor desempenha um papel crucial
no crescimento dos países em desenvolvimento.
As atividades agrícolas também contribuem para um sistema aprimorado
de segurança alimentar e produção sustentável de alimentos. No entanto, vale
ressaltar que muitas atividades agrícolas aumentam a emissão de gases de
efeito estufa (GEE), contribuindo para o aquecimento global. É justamente por
isso que a inovação é importante para o setor, sendo essencial no
enfrentamento desses problemas.
Quais são os 5 setores do agronegócio?
O mercado agro é dividido em cinco setores produtivos principais, são
eles: insumos, produção, processamento e transformação, distribuição e
consumo e serviços de apoio.
 Setor de insumos: inclui todos os produtos e serviços necessários para
a produção agrícola, tais como sementes, fertilizantes e pesticidas;
 Setor de produção: corresponde à atividade de produção de culturas e
gado;
 Setor de processamento e transformação: é composto por indústrias
que recebem matérias-primas do setor de produção e as transformam
em intermediários ou produtos finais, tais como a indústria de
processamento de alimentos;

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 Setor de distribuição e consumo: este setor está encarregado de
disponibilizar os produtos ao consumidor final, por meio de canais de
marketing e distribuição;
 Setor de serviços de apoio: inclui todos os serviços necessários para
o bom funcionamento do mercado agro, tais como serviços financeiros,
de seguros e de consultoria.

Atividades de aprendizagem
Essas perguntas abordam questões complexas e multifacetadas
relacionadas aos setores ligados ao agronegócio, estimulando a reflexão e o
debate sobre os desafios e oportunidades enfrentados pelo setor.
1. Como a bioprospecção pode ser utilizada como uma ferramenta para
impulsionar a agricultura sustentável no Brasil? Quais são os principais
desafios éticos, legais e científicos envolvidos na pesquisa e
desenvolvimento de novos produtos biotecnológicos para o setor
agrícola?
2. Como a digitalização e a automação estão transformando a
agroindústria brasileira? Quais são os benefícios e desafios associados
à implementação de tecnologias digitais, como IoT, big data e machine
learning, em toda a cadeia de valor do agronegócio, desde a produção
agrícola até a distribuição e comercialização de produtos?
3. Qual é o papel do Brasil na garantia da segurança alimentar não apenas
a nível nacional, mas também regional e global? Como as políticas
agrícolas, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, e os
acordos comerciais podem influenciar a capacidade do país de garantir
a soberania alimentar e atender às demandas crescentes por alimentos
em escala global?
4. Quais são os principais desafios e oportunidades para o
desenvolvimento sustentável da pecuária brasileira? Como conciliar a
necessidade de aumentar a produção de proteína animal para atender à
demanda crescente com a redução dos impactos ambientais, como

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desmatamento, emissões de gases de efeito estufa e uso excessivo de
recursos naturais?
5. Como o Brasil pode impulsionar a inovação e a competitividade no setor
de agroenergia, incluindo biocombustíveis e bioenergia? Quais são os
desafios tecnológicos, regulatórios e de mercado que precisam ser
superados para promover uma transição mais ampla para fontes de
energia renovável e sustentável na matriz energética do país?

13. Verticalizações e Integrações Agroindustriais.


As exigências impostas pelo mercado têm proporcionado aos
gestores do agronegócio buscar formas estruturais de cooperação que
melhor atendam aos elevados padrões de qualidade e produtividade,
nos quais os diversos agentes envolvidos tornam-se cada vez mais
interdependentes.
Estas modalidades de integrações segundo Callado (2009, p.17) são:
integração horizontal e integração vertical. As integrações representadas
na Figura 5.6 são lideradas por grandes empresas que assumem a
responsabilidade de ordenar harmonicamente os agentes envolvidos.

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Integração horizontal
As integrações horizontais são formas de cooperação pelas quais as
cooperações se dão em níveis semelhantes entre agentes que atuam
em uma mesma cadeia produtiva, bem como em cadeias distintas,
compartilhando tecnologias, habilidades e infraestrutura, agregando
valor e proporcionando benefícios mútuos aos envolvidos.
As principais vantagens desta integração, segundo Callado (2009, p.17),
são:
a) compartilhamento de assistência técnica;
b) alternativas comerciais para produtos e serviços;
c) geração de rendas adicionais;
d) maior especialização de competências.
Integração vertical
As integrações verticais são cooperações que se verificam em níveis
diferentes de uma mesma cadeia, compartilhando informações,
tecnologias, habilidades e infraestrutura que permitam padrões de

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qualidade e especificações definidas. Logo, seus benefícios decorrentes
são:
a) assegurar suprimentos futuros;
b) garantir padrões de qualidade;
c) reduzir custos e desperdícios;
d) baixar o nível do estoque;
e) promover a permuta de experiências;
f) maximizar a curva de aprendizagem.

Atividades de aprendizagem
1. O que é uma integração de sistema agroindustrial?
2. Quais as principais vantagens de uma integração horizontal? E de
uma integração vertical?
3. É possível estabelecer integração horizontal e vertical num sistema
agroindustrial, simultaneamente?

14. Agricultura Familiar e Agronegócio


Após aprender a respeito dos fatores mais mercadológicos sobre o
agronegócio, é preciso considerar outro aspecto: a importância do papel da
agricultura familiar no desenvolvimento do país em função da relevância de
questões como desenvolvimento sustentável, geração de renda e de emprego,
segurança alimentar e desenvolvimento local. A expressão “agricultura familiar”
passou a ser utilizada no Brasil a partir de meados da década de 1990. Nesse
período, ocorreram dois eventos que impactaram social e politicamente o meio
rural, em especial a região Centro-Sul (SCHNEIDER, 2006)

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O primeiro deles refere-se à questão política, pois, nesse período,
ocorreu a mobilização de diversos movimentos sociais no campo liderados pelo
sindicalismo rural ligado à Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura – CONTAG. Esses movimentos produziram diversas formas de
manifestação (que ocorrem até hoje, basta acompanhar os noticiários), como o
“Grito da Terra”, e os principais motivos eram (SCHNEIDER, 2006):
• a falta de crédito do governo para o meio rural;
• a queda dos principais produtos agrícolas de exportação, além de
outras questões econômicas. Como resposta às manifestações sociais da
década de 1990, foi criado o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar PRONAF com o objetivo principal de prover crédito agrícola
e apoio institucional às categorias de pequenos produtores rurais, que estavam
sendo preteridas das políticas públicas desde a década de 1970, e por conta
disso não estavam conseguindo se manter na atividade (SCHNEIDER, 2006).
O PRONAF firmou a agricultura familiar no cenário político e social do Brasil.
I. A agricultura familiar, então, pode ser definida a partir de três
características principais (INCRA,1995):
II. A administração da unidade produtiva e os investimentos nela
realizados devem ser feitos por indivíduos da mesma família; A
maior parte do trabalho deve ser realizada pelos membros da
família;
III. A propriedade dos meios de produção, mas nem sempre a terra,
deve pertencer à família e deverá ser feita no interior da
propriedade a transmissão desses meios de produção caso
ocorra o falecimento ou a aposentadoria dos responsáveis.
Mas como é a produção dentro desse sistema mais familiar? Na
maioria das propriedades de agricultores familiares, são plantadas grandes
variedades de produtos, além de serem utilizadas sementes e espécies
tradicionais existentes há centenas de anos, consideradas mais resistentes às
pragas e às mudanças climáticas (SALCEDO, 2014). De acordo com dados do
MDA, o segmento da agricultura familiar conta com mais de 4,3milhões de
unidades produtivas, que correspondem a 84% do número de
estabelecimentos rurais brasileiros. Segundo a FAO, considerando apenas os

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países do MERCOSUL, o segmento da agricultura familiar emprega
diretamente cerca de 10 milhões de pessoas.
No mundo, a Organização das Nações Unidas estima que existam cerca
de 500 milhões de pequenas propriedades, sendo que, na América Latina e no
Caribe, elas representam cerca de 80% das propriedades agrícolas e
produzem mais de 60% dos alimentos consumidos na região, além de
empregar mais de 70% da mão de obra do setor:

A grande concentração de agricultores familiares está na Ásia: o


continente concentra 87%dos pequenos agricultores do mundo – a China
possui 193 milhões, e a Índia, 93 milhões. Na África, a agricultura familiar é
responsável pela produção de 80% dos alimentos consumidos no continente.

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