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por exemplo o Estados Unidos, Canadá e outros no continente Europeu.

Isto quer dizer que a partir de então, a mulher passou a ser vista com outros
olhos por empresários e políticos, já nos anos 50 do século passado, elas alçaram
posições de destaques em áreas que eram da hegemonia masculina, e logo já
mostraram competência profissional, ate então as mulheres seguiam o rígido padrão
bíblico – judaíco e portanto cuidavam de suas casas, dos filhos e do marido; o trabalho
era coisa de homem.

Desde a queda, a mulher passou a possuir um papel mais tímido quanto a


questões sociais: política, religião e profissional, não se sabem ao certo como seria a
posição feminina “se não houvesse a queda”, isto é subjetivo, mas é certo que houve
mudanças oriundas da queda.

A mulher possuía um papel claramente estabelecido, cuidar dos afazeres


domésticos, (do lar), a teologia hebraica que por muitas vezes foi e é acusada de
machista pela sociedade pós moderna, ensina em abundancia a posição feminina em
sua sociedade, e isto com respaldos mosaico, perceberemos no decorrer de nosso
tema que a questão esta definida na Bíblia, mas que a modernização busca
forçosamente uma mudança.

MULHERES NA BÍBLIA

As Escrituras relatam em abundancia participações femininas em muitas


ocasiões, podemos citar aqui várias mulheres que se destacaram, ate mais que muitos
homens, cada uma delas com suas particularidades, a própria Eva, acusada de ser a
pandora bíblica, tem seus créditos reconhecidos, como mediadora, por exemplo, entre
o marido e seus filhos, o primeiro casal viveram séculos juntos sem que a Bíblia faça
uma referência a conflitos entre eles.
Hagar a escrava Egípcia, pobre, serva de Sara e nascida no período patriarcal,
teve um papel importante na vida do maior personagem Veterotestamentário (Abraão),
ela falou com Deus, e Ele lhe salvou da morte, a própria Sara companheira de Abraão,
alias companheira vem do latim e significa aquele (a), que partilha o pão, também teve
participação decisiva na vida do grande homem de Deus, nos períodos que se segue
muitas mulheres são citadas em destaques, poderia citar Mirian, que em tempos de
guerra e perseguição, intercedeu a filha de Faraó pelo menino Moisés, Maala, Noa,
Hogla, Milca, Tirza mulheres que lutaram pelo direito da terra, Ruth que com Noemi
protagonizaram uma bela história de perseverança e fé, isto sem falarem Débora juíza
e guerreira, Jael astuta e corajosa, isto sem contar as mulheres anônimas que
marcaram a história bíblica com muita coragem e força.

No novo Testamento encontramos muitas Marias. A de Magdala, esposa de


Cleópas, irmã de Lazaro, mãe de Thiago e é claro a mãe de nosso Salvador Jesus,
mulheres fortes e decididas como Marta e a Samaritana, Joana, todas elas
indiscutivelmente deixaram um legado, temos ainda as mulheres dos Atos, que
atuaram na formação do primeiro ministério cristão, e do ministério Paulino (At 1.14;
2.1-47), e por falar em Paulo, este foi pioneiro em muitas coisas, dentre elas atuar com
a colaboração ministerial de mulheres (Gl 3.28; At. 16.11-15), é importante ressaltar
que Paulo iniciou seu trabalho evangelístico na Europa em uma Sinagoga de mulheres
e que Lídia foi a primeira mulher a se converter ao evangelho, Paulo lhe dá a
incumbência de liderar grupos de oração e assim nasceu a igreja de Filipos, que
posteriormente, tornou-se uma grande apoiadora do ministério Paulino.
Ainda poderíamos citar Febe, Priscila, Junia, Trifena e Trifosa, Pérside, mãe de
Rufo, Olimpas citadas com louvor em Rm 16. Torna-se inegável a importância e valor
de uma mulher, principalmente se é virtuosa (Pv 31.10).

Nos idos de 1712 na Inglaterra, temos o primeiro registro de uma mulher a


exercer o ministério pastoral, era a irmã Susana Wesley, esposa do famoso
evangelista John Wesley, ela vendo a necessidade da obra e as constantes viagens
de seu marido, deu início a uma reunião em sua casa, considerando que tinha 19
filhos, uma casa grande, que era versada no grego e latim, que dominava bem o
ingles, estava à altura do desafio.
Sabemos que Jonh Wesley é considerado o fundador da igreja Metodista, e
que tradicionalmente essa igreja foi a primeira a ordenar mulheres ao ministério. Ainda
que a princípio houve grande resistência até por parte do próprio Wesley,
posteriormente, ele mesmo declarou: “o chamado ordinário de Deus para o ministério
era para os homens e o chamado extraordinário era para mulheres”, assim nascia o
ministério feminino, o qual foi copiado por vários outros ministérios e gerou
repercussão na Europa e América.

TEOLOGIA
Romanos 16.7. A base do argumento a favor do ministério feminino é um texto
de saudação do Apóstolo a muitos irmãos e irmãs, Paulo faz referencia a um “casal”,
conhecidos por: Andrônico e a Júnias, a questão é que Paulo cita que eles se
distinguem entre os apóstolos, nenhuma versão bíblica desfaz a referencia da forma
como conhecemos, Paulo ainda declara que “eram antes de mim”, declarando que
eles tinham um ministério mais antigo e por isso ainda mais respeitável, porém ai
nasce algumas questões:

1 Andrônico era apóstolo?


Nos escritos antigos não constam registros algum deste dito apóstolo,
pode-se supor isto, mas nada em concreto, como boa parte do ministério
paulino é cercado de polêmicas, segue mais uma.

2 Junia era apóstola?


Para além do debate sobre o nome e o gênero, a forma como Paulo reconhece
o apostolado de Júnia, indica que o apostolado do casal não afetou o
reconhecimento de seu status junto a Paulo, e que isto não explica outra questão,
se houve apostolado, quem os consagrou? Se este ‘reconhecimento’ era literal,
certamente alguém a altura o fez. Há duas principais discussões sobre as
intenções de Paulo neste cumprimento ao par:

A primeira propõe que Júnia era uma judia helenizada e que ela era parte da
atividade missionária de Paulo aos gentios, livre da Lei. Neste cenário, Paulo
estaria reforçando a atividade do casal, elogiando-os. Este ponto de vista é mais
aceito pelos diferencialistas.

A outra possibilidade é que Júnia fosse parte do grupo mais conservador do


movimento inicial no cristianismo primitivo, como os judeu-cristãos (judeus que
ainda consideravam importante a manutenção dos preceitos da Lei) e que Paulo
estava pedindo-lhes que o aceitassem.
Martin Hengel propôs que a congregação romana fora originalmente fundada
por helenistas, que era o grupo de judeus que falavam grego e que pertenciam à
sinagoga do "homem-livre", associada com Estevão, que abertamente abandonara
a lei judaica. As evidências apontam para Júnia como parte deste movimento e
sua localização geográfica indicam que ela teria sido uma das primeiras
fundadoras da comunidade cristã de Roma.

Porém, não importando com quem ela teria se associado, todas as conjecturas
sobre suas afiliações pressupõem que ela era uma mulher de grande prestígio. Ser
chamada de "apóstolo" significaria que ela teria tido uma experiência de Jesus
pós-ressurreição e seria parte da "comissão divina". Ela provavelmente estava
entre os quinhentos que Paulo menciona terem recebido uma visão de Jesus em 1
Coríntios 15:6.
É também notável que Júnia possua um nome latino que possa ter derivado de
suas origens servis. Isso pode significar que ela era uma escrava liberta que adotara o
nome de seu patrão. Alternativamente, como já mencionado, ela poderia ter pertencido
a uma família de judeus helenizados. De acordo com Harry Leon, era comum nesta
época que famílias judias falantes do grego batizar suas filhas com nomes latinos e
seus filhos, com nomes gregos (daí o nome grego "Andrônico").
A relação de Júnia com Andrônico também é algo ambígua. Enquanto em geral
se aceita que eles eram um casal, eles podem também ter sido irmãos ou
simplesmente um par de evangelistas. O que é importante é que Júnia é referida
nominalmente e não como um apêndice de outro. Isto significa que ela teria merecido
o título e a posição por seus próprios méritos ao invés de aceitá-los por derivação do
status de seu marido.

OUTRAS REFERENCIAS

A maior parte dos estudos, porém, estão preocupados com o "gênero" do


nome, assumindo que a sua posição como apóstolo não está em dúvida. Burer e
Wallace propõem exatamente o inverso, concordando que Júnia era uma mulher e
afirmando que a correta tradução do original grego a coloca como "bem conhecida"
dos apóstolos ao invés de "proeminente entre" os apóstolos. Esta transliteração
indicaria que ambos, Andrônico e Júnia, não eram apóstolos, mas tinham uma boa
reputação entre eles. Outra possibilidade sugerida é a de que Paulo usa a palavra
"apóstolo", ao designar Andrônico e Júnia, em seu sentido mais amplo, significando
simplesmente missionários a serviço da Igreja Cristã.
A classicista Evelyn Stagg e o estudioso do Novo Testamento Dr. Frank Stagg
acreditam que Paulo tinha competência para endossar o casal como "apóstolos" com
base em seu próprio envolvimento com eles.
Suas referências à prisão deles junto com a sua e ao período em que se
converteram (em relação à sua própria conversão) lhe seriam suficientes para que ele
não proferisse sua opinião pessoal como fonte deste tipo de credencial. O Stagg
mantém ainda que tanto o contexto quanto o conteúdo deste versículo requerem que
ele seja lido claramente como a recomendação de Paulo de que Andrônico e Júnia
seriam não só cristãos notáveis, mas como também membros de um grupo maior de
"apóstolos", no qual também se encontravam Silas, Timóteo e outros.
A aclamação entusiástica de Paulo sobre Júnia fez com que João Crisóstomo,
um proeminente doutor da Igreja, se maravilhasse com sua devoção aparente a ponto
de afirmar que "...ela deveria ser contada como merecedora do título de apóstolo".
Este mesmo autor vê este trecho de Romanos como prova de que Paulo encorajava
mulheres como líderes da igreja antiga.
É certo afirmar que não há um documento conclusivo sobre essa questão, mas
que considerações e respeito à cerca da irmã Junia, é inegável que ela gozava do
respeito de Paulo, que merecia até ser apostola, mas afirmá-lo, pode ser perigoso e
beirar a heresia.

QUANTO AOS GRUPOS EM DISCUSSÃO

Refiro-me à igualitaristas e diferencialistas, que ambos possuem razões; fica


evidente que Deus criou o homem e a mulher para serem livres, e também diferentes,
mas que a queda ocasionou mudanças acentuadas em ambos, e que a mulher levou a
pior, ficou com a dor e a submissão. Que ainda em ambos os pontos de vista,não
anulam as verdades acentuadas: o castigo foi aplicado e se a dor do parto continua, o
que dize do resto?

A verdade é que há pontos a se considerar, a mulher foi peça fundamental na


queda (1 Tm 2.-13,14), Deus criou a mulher para o homem, isto por si só responde
muitas questões (Gn 2.20-22).

Os movimentos modernistas, encabeçados pelas feministas, usam de


argumentos falhos para afirmar que a Bíblia é machista, antiquada e que não serve de
base para estabelecer o certo e errado nos dias atuas. Isto não se sustenta! A Bíblia é
mais atual que o jornal de amanhã, ela estabelece regras, costumes e tradições,
sobretudo um modelo sadio a seguir, o homem foi estabelecido por cabeça, por líder,
a falta de competência e liderança eficaz, produz situações inesperada e contraria o
ideal, não foi assim com Débora e Baraque?

Os adjetivos usados por Paulo [a meu ver], não serve como via de regra para
se estabelecer modelos, ou seja, um texto isolado não fala por toda a Bíblia, desde
Genesis, a hierarquia é sempre seguida por sufixo masculino, o homem foi
estabelecido por líder, isto não é privilégio é ordem (1 Co 11.3; Ef 5.23).

No entanto, há mulheres notáveis, que brilham com seu talento e que possuem
valores inestimáveis, que como mães, esposas e filhas se destacam, como servas de
Deus, que atuam como as Marias no ministério de Jesus e Paulo, que mesmo não
tendo intitulações, são verdadeiras colunas.

CONCLUSÃO
Não há proibição bíblica à consagração de mulheres, mas também não há
nenhum que categoricamente ordene consagrá-las, conjecturas e subjetividades têm
muitas, mas nada de concreto, o que vejo é muitos forçando os textos ao ponto de
estrangulá-lo, a fim de adaptá-lo a agrados e inovações, visando bajular pessoas,
mesmo que para isso contrarie as Escrituras.
Concluo agradecendo ao nobre pastor Enilson Heiderick pela preciosa
oportunidade e aos seletos membros deste grupo

Pr. Carlos Wagner S. Bomfim

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