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D E D IS CI PL IN AR E

SOC IE D A
D AD E D E CO NT RO LE
SOC IE UIME
DRA. RAFAELE AQ
PROFA.
contemporaneidade e uso das tecnologias

Comunicação digital;
Sociedade disciplina (FOUCAULT, 2013):
hierarquia e disciplina; conjunto de leis,
diálogos e democracia;
Redes digitais (CASTELLS, 1999), “liberdade de
informação” e o capitalismo consumista;
contemporaneidade e uso das tecnologias

Espionagem e vazamentos de dados e


informações, desde pessoas comuns a órgãos
públicos;
Eleições e a disseminação de fake news;
A pós-verdade;
BREVIDADE HISTÓRICA

Século XVIII; Revolução Industrial, burguesia e a


concentração do poder no Estado em caráter
absolutista;

Força soberana e o suplício: revoltas populares;

“Vigiar e Punir”- Michel Foucault;


SOCIEDADE DISCIPLINAR
“Que as penas sejam moderadas e proporcionais aos
delitos, que a de morte só seja imputada contra os
culpados assassinos, e sejam abolidos os suplícios que
revoltem a humanidade” (FOUCAULT, 2013, p. 63);
Sociedade Disciplinar- técnicas: vigilância hierárquica,
sanção normatizadora e exame;
Fortalecimento dos Estados Nacionais e envolvimento
de várias pessoas produtivas e dóceis para a riqueza
da nação;
SOCIEDADE DISCIPLINAR
Instituições disciplinadoras: exército, escolas e
fábricas; o sujeito como elemento de produção;
Extrair o máximo de produtividade de sujeitos dóceis;
Infrapenalidades;
Instituições sociais em torno do urbano: fábricas,
escolas, prisões;
Poder Panópctico de Jeremy Benthan; modelo
arquetônico das prisões:
“O Panóptico de Bentham é a figura arquitetural dessa composição. O
princípio é conhecido: na periferia uma construção em anel; no centro,
uma torre; esta é vazada de largas janelas que se abrem sobre a face
interna do anel; a construção periférica é dividida em celas, cada uma
atravessando toda a espessura da construção; elas têm duas janelas,
uma para o interior, correspondendo às janelas da torre; outra, que dá
para o exterior, permite que a luz atravesse a cela de lado a lado. Basta
então colocar um vigia na torre central, e em cada cela trancar um
louco, um doente, um condenado, um operário ou um escolar”
(FOUCAULT, 2007, p. 165).
Prisão
Penitenciária Lemos Brito- Bahia
SOCIEDADE DISCIPLINAR
Na sociedade disciplinar o poder é econômico e as
instituições se valem de suas arquiteturas para facilitar a
sensação de vigilância múltipla e minuciosa;
O olho que tudo vê não é necessariamente de uma
pessoa, do outro, leva a uma autodisciplina. É a
vigilância hierárquica; observância de um superior e de
mim mesmo;
A sanção normalizadora vai além da punição. Ela
fiscaliza os desvios, pune, mas também treina, corrige e
reeduca as infrapenalidades (CANDIOTTO, 2012);
Normalizar e padronizar;

Exame: alcança o corpo individualizado, classificando


condutas e qualificando os comportamentos; avaliação,
mediação, diagnóstico (chefe, médico, psicólogo,
professor). Quanto mais desvio a norma, mais
individualizamos as condutas;

Século XIX: a ideia de periculosidade ganha força.


Preocupação não só com o crime cometido, mas o que o
sujeito pode vir a ser;
SOCIEDADE DISCIPLINAR
Segundo Souza (2015), a genealogia moral moderna
demonstra que o exame disciplinar é o agente
potencializador das ciências humanas, tais como são a
Psicologia, psiquiatria, criminologia e a pedagogia, por
meio da utilização de técnicas de investigação
disciplinares que propiciam a fabricação do criminoso;

Atuação no sistema de justiça;


sociedade disciplinar

Institucionalmente, objetiva-se um esquadrinhamento


de corpos individuais por meio de uma vigilância
permanente nas formas de funcionamento e
organização, agindo principalmente de modo a que
o indivíduo se sinta continuamente vigiado
(FOUCAULT, 1999).
sociedade disciplinar e sociedade de controle
Várias instituições seguem o modelo arquitetônico
do Panóptico; são observados, mas não observam;

Não somente o modelo econômico, mas o modelo de


poder: Panoptismo, eficiência e penetração no
comportamento humano. Ex: bater o ponto; escola
cada vez mais monitorada; lixeiras transparentes no
metrô de São paulo;
sociedade disciplinar e sociedade de controle
Produção capitalista das indústrias;
Tecnologias digitais pós Segunda Guerra Mundial-
controle cada vez mais sutil e invisível;

“máquinas de uma terceira espécie, máquinas de informática


e computadores, cujo perigo passivo é a interferência, e, o
ativo, a pirataria e a introdução de vírus. Não é uma evolução
tecnológica sem ser, mais profundamente, uma mutação do
capitalismo” (DELEUZE, 1992, p. 223);
Sociedade de controle
Máquinas fotográficas, Facebook, satélites, internet,
ramo da telefonia, gravadores, filmadoras, Twitter; e
a liberdade?
Nossos dados são compartilhados e somos
modulados a ter determinadas vontades e interesses,
inclusive a antecipar nossos pensamentos;
Somos mais consumidores do que cidadãos?
sociedade de controle
Deleuze expõe que a sociedade disciplinar se
encontra em instituições concretas, a sociedade de
controle é móvel, dispersa e fluida;
Publicidade e propaganda; notícias falsas
disseminadas. Ex: Vacinas;
Uma sociedade que já era vigiada, controlada e
punida, agora encontra-se uma nova roupagem,
inclusive com a promessa de liberdade de consumo;
sociedade de controle
O diagrama de controle o poder não acontece em
instituições fechadas, mas a céu aberto. Do homem
confinado ao home livre e endividado, que vive a
mercê do capital (HUR, 2018) ;
Modo de subjetivação ativados pelo consumo;
Desmonte do estado e das políticas públicas,
entrando em cena a privatização (DELEUZE, 1990);
sociedade de controle

A sociedade da informação (CASTELLS, 1999) parece


não agir para controlar, mas os usuários são
capturados, pois a internet não é um espaço livre, e
sim tem um funcionamento minuciosamente
detalhado;
O que importa na realidade é a liberdade e a
disputa de mercado, e tudo vem se transformando
em mercado;
sociedade de controle

Exposição exacerbada e inteligência artificial;


Em toda a relação de poder para Michel Foucault,
há contrapoderes e resistências;
Questionar é resistir!
A conscientização é resistência;
referências
CANDIOTTO, César. Disciplina e Segurança em Michel Foucault: a
normalização e a regulação da delinquência. Psicologia e Sociedade,
n.24, p. 18-24, 2012.

CASTELLS, Manuel. 1999. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra.

DELEUZE, Gilles. Post- Scriptum sobre as sociedades de controle. In:


Conversações, 1ª Edição, 3ª Reimpressão, Editora 34, Rio de Janeiro,
1990.

FOUCAULT, Michel. Em Defesa da Sociedade. São Paulo: Martins


Fontes, 2013.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto
Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2014.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Ed. Vozes: Petrópolis/RJ, 2007.

HUR, Domênico Uhn. Deleuze e a constituição do diagrama de controle. Fractal:


Revista de Psicologia, v.30, n2, p. 173-179, 2018, Rio de Janeiro.

ROCHA, R.S.; BARBOSA, P.H.B.; PERES, M.G.N. Sociedade disciplinar e sociedade de


controle: implicações políticas, sociais e culturais na contemporaneidade digital. Rev.
Tecnol. Soc., Curitiba, v. 18, n. 52, p.162-173, jul./set., 2022. Disponível em:
https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/view/14400. Acesso em: 9 de fev. 2024.

SOUZA, Joelmar Fernando Cordeiro de. Regimes de Verdade em Michel Foucault:


aparição e gênese de um conceito. Dissertação do Programa de Pós-Graduação em
Filosofia da Universidade de Brasília. 112 p., 2015.
OBRIGADA!

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