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E BookSadeMental Vol1 2021
E BookSadeMental Vol1 2021
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Editor Chefe:
Corpo Editorial:
CDD 610
CDU 616.08
PREFÁCIO
A Saúde Mental desde os primórdios tem despertado o interesse e questionamentos da
humanidade. Em sua essência recebe a definição atribuída pela Organização Mundial de Saúde
como sendo aquele estado de bem-estar no qual o indivíduo consegue perceber suas habilidades,
administrar os estresses do dia a dia e trabalhar de forma produtiva contribuindo para a sociedade.
Para uma efetiva atenção em saúde mental se faz necessário o empenho de uma equipe multi
e interdisciplinar, que atenda ao indivíduo, família e comunidade em sua integralidade, seja na esfera
pública ou privada. Ademais, as políticas de saúde devem garantir a prevenção e o tratamento dos
agravos de ordem psíquica dentro das condições mais humanizadoras possíveis. Sabe-se que a dor
e o sofrimento das pessoas acometidas é real e impacta familiares, amigos e a sociedade.
Frente a esses elementos, resolvemos dedicar este livro específico para a divulgação de
estudos sobre a temática, a fim de contribuir para a ampliação dos conhecimentos, dirimir dúvidas,
reduzir preconceitos e estigmas que circundam o tema. Acreditamos que, além de um veículo de
divulgação de pesquisas, poderá incitar a reflexão crítica dos leitores sobre as questões abordadas,
bem como estimular novas investigações.
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
TRANSTORNO DE PERSONALIDADE EM
ENFERMEIROS (AS): ANÁLISE A PARTIR DA SÉRIE
“NURSES WHO KILL” ................................................. 290
Capítulo 33
Capítulo 34
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM A PESSOAS COM DIAGNÓSTICO DE
TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR: RELATO DE
EXPERIÊNCIA ............................................................. 304
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
PSICOFARMACOTERAPIA ATRIBUÍDA À
IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA NA SAÚDE
MENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA DO COVID -19.
.................. ........................................................................330
Capítulo 38
Capítulo 39
AUTORES
FILIAÇÃO
1. Doutora em Ciências pela
MÁRCIA ASTRÊS FERNANDES¹
Universidade de São Paulo. MATEUS IBIAPINA VAZ DE SOUSA CRUZ²
Professora Associada da INGRID RAQUEL LIMA VIEIRA²
Universidade Federal do Piauí.
2. Acadêmico do Curso de
EUKÁLIA PEREIRA DA ROCHA³
Graduação em Enfermagem da TAINAN MOURÃO DE SOUSA²
Universidade Federal do Piauí. KAREN BEATRIZ OLIVEIRA DE ABREU²
3. Enfermeira. Mestranda em
Enfermagem da Universidade BRUNA VICTÓRIA DA SILVA PASSOS²
Federal do Piauí. MARIA EDUARDA PEREIRA CORREIA²
WELLINGTON MACÊDO LEITE²
DOUGLAS VIEIRA DE OLIVEIRA2
1
Capítulo 1
Saúde Mental
2
Capítulo 1
Saúde Mental
3
Capítulo 1
Saúde Mental
4
Capítulo 1
Saúde Mental
5
Capítulo 1
Saúde Mental
os efeitos colaterais do lítio, este deixou de ser disponíveis na rede pública de saúde em
a principal droga a ser administrada para diferentes setores a depender da distribuição,
pessoas com essa condição (KATZUNG & regulamentada pelos três âmbitos
TREVOR, 2017). governamentais: federal, estadual e municipal
Mais recentemente, o Ácido (BRASIL, 2020).
Valproico, Carbamazepina e Lamotrígina, Com vistas a sumarizar algumas
apesar de não possuírem um mecanismo de informações sobre os principais
ação bem esclarecido, em alternativa ao lítio, medicamentos utilizados no tratamento dos
vêm sendo bastante utilizados como usuários do serviço especializado, campo de
medicamentos de primeira escolha no realização do projeto de extensão, tomou-se
tratamento da fase maníaca, bem como na por base os autores Clark et al. (2013),
profilaxia da fase depressiva do transtorno Clayton et al. (2012), Barreto et al. (2010) e
afetivo bipolar (KATZUNG & TREVOR, Sweetman (2009) e construiu-se o Quadro 1.1,
2017). Tais psicofármacos são os principais que traz um consolidado sobre a classe
utilizados no tratamento de transtornos medicamentosa, nome genérico e comercial,
mentais mais frequentes e alguns estão além dos principais efeitos colaterais.
Nomes
Classe Principais efeitos colaterais
(genérico/comercial)
Diazepam/Valium Dependência física e psicológica e síndrome de abstinência.
Ansiolíticos
Clonazepam/Xanax Dependência física e psicológica e síndrome de abstinência.
Haloperidol/Haldol Pseudoparksonismo, vômito, disfagia, sialorreia, acatisia.
Antipsicóticos
Levomepromazina/Neozine Hipotensão ortástica, boca seca, prisão de ventre.
Típicos
Clorpromazina/Clorpromax Sedação, sonolência, xerostomia.
Quetiapina/Seroquel Sonolência, hipotensão, xerostomia e ganho de peso.
6
Capítulo 1
Saúde Mental
aos serviços de saúde, e gera o prolongando ou ao fato de os pacientes não fazerem uso
no tempo de permanência no hospital e ações diário destes medicamentos por um longo
com questões litigiosas (MINISTÉRIO DA período de tempo (XAVIER et al., 2014).
SAÚDE, 2014). Algumas condições induzem a uma
Comumente, os erros na boa adesão do paciente à terapia indicada, a
administração de medicamentos acarretam em exemplo de um bom diálogo entre equipe de
eventos adversos e como a equipe de enfermagem e o paciente com o intuito de
enfermagem é a principal encarregada desse estabelecer um vínculo eficaz, a conferência
procedimento, muitas vezes a culpa do evento do uso do psicofármaco, a não ocorrência de
recai sobre essa categoria. Chama-se a efeitos colaterais durante o tratamento, o
atenção, portanto, para a importância de uma apoio da equipe e/ou da família e a
comunicação clara e eficaz entre a equipe espiritualidade e fé, além da vontade do
multidisciplinar, sobretudo entre a equipe paciente de voltar à vida rotineira
farmacêutica e da enfermagem, com vistas a (CZARNOBAY et al., 2018).
prevenir possíveis erros na aplicação A fé e a religiosidade também têm
medicamentosa (OLIVEIRA et al., 2017). atuação bastante notável na adesão dos
Nesse contexto, destaca-se o relevante pacientes ao uso dos psicofármacos, em razão
papel da equipe de enfermagem no incentivo de seus valores que contribuem para o
à adoção de práticas saudáveis pelo paciente, enfrentamento do processo da doença que
como o estímulo à boa adesão ao tratamento deve ser encorajado pelos profissionais
farmacológico (CZARNOBAY et al., 2018), enfermeiros. Todavia, o fanatismo religioso
o que se torna imprescindível quando se trata pode ser um dos fatores que dificultam a
de psicofármacos, pois embora estes tragam adesão à terapia, assim, a religiosidade deve
importantes benefícios na vida da pessoa com ser encorajada quando praticada de forma
transtorno mental, também acarretam de saudável pelo paciente (CZARNOBAY et al.,
forma concomitante, intensos efeitos 2018). A família também representa um
negativos a partir de efeitos colaterais, a componente importante neste processo de
exemplo da lentificação psicomotora, tratamento, sendo fonte de segurança e apoio
sonolência, esquecimento, efeitos a seus entes, de partilha de afeição, ternura,
extrapiramidais, aumento do peso corporal, amor e respeito, funcionando como um forte
disfunção sexual e agravos na saúde física incentivo às práticas de autocuidado e o
(FERREIRA et al., 2017). sucesso na terapêutica medicamentosa
Outro problema bastante observado (BARRETO & MARCON, 2014).
diz respeito à baixa adesão ao uso dos Por fim, destaca-se que o profissional
psicofármacos, fato que se configura como enfermeiro tem a função de reconhecer as
uma importante barreira no tratamento em fraquezas e os pontos fortes do paciente no
saúde mental. Muitas causas são encontradas intuito de formular a melhor assistência
para o abandono à terapêutica possível para a reintegração do indivíduo no
medicamentosa, variando de acordo com as convívio familiar e social. Ademais, o
especificidades de cada indivíduo; contudo, conhecimento dos psicofármacos a serem
está frequentemente relacionada à administrados provê ao enfermeiro a
exacerbação de efeitos colaterais indesejáveis capacidade de orientação quanto aos efeitos
8
Capítulo 1
Saúde Mental
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Capítulo 1
Saúde Mental
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Capítulo 1
Saúde Mental
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11
Capítulo 1
Saúde Mental
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12
Capítulo 2
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
13
Capítulo 2
Saúde Mental
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Capítulo 2
Saúde Mental
15
Capítulo 2
Saúde Mental
revisão sistemática. Além disso, os artigos Figura 2.1. Fluxograma sobre procedimento de
foram analisados qualitativamente conforme seleção dos estudos, identificação e elegibilidade
amostra, escopo, desenho metodológico, para análise
resultados e conclusões por meio da técnica
AMSTAR (Assessment of Multiple Systematic
Reviews).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Capítulo 2
Saúde Mental
Artigo Resultados
WEERSING Amostra funcional de 79 pessoas, fomos capacitados para detectar um tamanho do efeito na
et al., 2017 ordem de 0,60 para a diferença na taxa de melhoria.
SIQUEIRA A atividade física não mostrou superioridade em relação ao grupo controle em relação à
et al., 2016 melhora do antidepressivo, mas melhorou o parâmetro VO2 máx.
Participaram da pesquisa 160 pessoas de 60 a 85 anos de idade, sendo 84 praticantes de tipos
variados de atividades físicas regulares e 76 sedentários. Para avaliar a depressão foi usada
Escala de Depressão para Idosos, constituída pelas dimensões cognitiva-afetiva e somática-
HIDALGO
motora. Nos resultados, os idosos sedentários apresentaram graus médios mais elevados sem
et al., 2019
todas as dimensões da depressão comparados com os praticantes de exercícios físicos
regulares. Na discussão, são abordadas as hipóteses neurofisiológicas e psicossociais para
explicar os efeitos positivos do exercício regular sobre o humor dos praticantes.
O grupo W (pontuação: 18,7 ± 6,9) teve uma pontuação significativamente maior (36,3%)
antes do treinamento em comparação com o Grupo C (11,9 ± 6,9). Para o grupo W, os níveis
VANCINI
de depressão diminuíram significativamente, em 35,2% após o treinamento (18,7 ± 6,9 antes
et al., 2017
vs. 12,1 ± 6,7 após o treinamento). No grupo P, o treinamento levou a um declínio significativo
(27,5%) nos níveis de depressão (16,7 ± 6,8 antes vs. 12,1 ± 6,4 após o treinamento).
AWICK As pontuações mais altas são indicativas de maior ansiedade e depressão. A linha de base
et al., 2017 como pós-intervenção (α = 0,78, 0,78 [ansiedade]; α = 0,70, 0,72 [depressão].
Houve diminuição significativa nas pontuações para depressão após o programa de exercícios
SILVA
aquáticos no grupo de depressão (-13,2 ± 3 pontos) quando comparado com pontuação antes
et al., 2019
do programa (pontuação de 28,5 ± 3,8).
Foi encontrado que os idosos do grupo G1 apresentaram melhores escores tanto na memória
como na qualidade de vida quando comparados aos do grupo G2. Já no quesito capacidade
funcional para atividades básicas de vida diária, avaliado pelo Índice de Katz, não houve
diferença estatisticamente significativa entre os grupos, mas quando observados os resultados
ARRIETA
da variável capacidade funcional avaliado pelo SF-36, o G1 apresentou melhores resultados
et al., 2018
com diferença estatisticamente significativa quando comparado ao G2. Devido à importância
da atividade física no retardo dos declínios decorrentes do envelhecimento, torna-se
necessário criar estratégias para a participação dos idosos em grupos de atividades,
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, independência e participação.
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Capítulo 2
Saúde Mental
O ES (d de Cohen; calculado usando médias e desvios padrão pós-teste) para BDI foi de 0,66,
WIPFLI
indicando que o grupo de exercícios mostrou maiores reduções na depressão do que o grupo
et al., 2018
de controle de alongamento.
MATHER
Não teve discordância entre o grupo prático e o grupo controle.
et al., 2015
Tanto a atividade aeróbia quanto a anaeróbia são eficazes, portanto, a escolha deve ser baseada
PELLETIER
na preferência do paciente; e em termos de duração e frequência, as sessões devem durar pelo
et al., 2017
menos 30 minutos, três vezes por semana.
Os resultados das entrevistas foram agrupados em oito categorias: as relações interpessoais; o
cotidiano; a autoimagem; o contato medicamentos psicoativos e outras drogas; história da
tentativa; a percepção, a atitude e os sentimentos dos adolescentes após a tentativa; o
HUGHES
acompanhamento terapêutico após a tentativa; a relação com os profissionais de saúde. A
et al., 2013
ambiguidade de sentimentos, a falta de diálogo e de intimidade e o cotidiano ocioso além da
sedação de conflitos, da inabilidade de comunicação e da sensação de não pertencimento
foram levantados como importantes condições na vida desses jovens.
NABKASORN Os participantes da intervenção tiveram BDI estatisticamente melhor [t = 2,638; df = 36; p =
et al., 2015 0,006; média de 95% (DP) 26,5 (10,7); CI-20,4 a -2,7; d = 0,86].
SAEED Taxas de recorrência de ansiedade foram significativamente menores entre aqueles no grupo
et al., 2019 de tai chi em comparação com o grupo de controle (9,09% vs. 42,86%, respectivamente).
Dentre os estudos avaliados, foi identificado que o exercício físico aeróbico de intensidade
SCHUCH &
média é o mais indicado para pacientes com depressão. Conclusão: Estes achados apontam
BRENDON, 2019
que o exercício físico é uma alternativa eficaz no tratamento de pacientes com depressão.
25 estudos e mais de 1.487 pessoas com depressão (757 randomizados para exercícios e 730
GUJRAL para condições de controle) identificados um efeito antidepressivo muito grande e
et al., 2017 significativo favorece o exercício (diferença média padronizada [SMD], 0,98; IC 95%, 0,68-
1,28; p < 0,001).
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Capítulo 2
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Capítulo 2
Saúde Mental
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Capítulo 2
Saúde Mental
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Capítulo 2
Saúde Mental
mudanças no condicionamento, sendo que bem-estar, e servem para reduzir os custos dos
uma explicação para isso é que as respectivas cuidados de saúde.
melhorias físicas os ajudaram a se sentir mais Ademais, existem evidências
confiantes e capazes de influenciar convergentes que sugerem que exercícios
positivamente o humor (NASSTASIA et al., aliviam a depressão por fatores diversos, em
2019). suma: aumento da expressão de fatores
Alguns resultados sugerem que os neurotróficos (isto é, BDNF), maior
médicos podem prescrever adequadamente disponibilidade de serotonina e norepinefrina,
exercícios para depressão leve a moderada em regulação de atividade do eixo HPA, ação
qualquer nível de preferência de intensidade. antioxidante e redução da sinalização
Embora haja algumas indicações de que inflamatória sistêmica. Esses processos
exercícios mais intensos podem levar a uma influenciam o desenvolvimento de novos
maior melhora na gravidade da depressão neurônios, aumentam as conexões sinápticas
(HUGHES et al., 2013). entre estes e melhoram a vasculatura cerebral.
Outro ponto de vista impactante a Por outro lado, pouco são os estudos
favor da inclusão do exercício físico na que discutem quanto ao melhor tipo de
prevenção e controle do TDM, é que a prática exercício, tempo de prática e intensidade,
tem um perfil de efeitos colaterais favorável, sendo que a maior parte possui limitações
baixo custo e é amplamente acessível. metodológicas, como o tempo de observação
Também pode ser adaptada às necessidades da pesquisa. Com isso, justifica apontarmos a
individuais, dependendo da idade, necessidade de novos estudos clínicos,
comorbidades médicas, estilo de vida e estado randomizados, prospectivos, controlados,
funcional (SIQUEIRA et al., 2016). com maior grau de evidências acerca dessa
Enquanto, as drogas antidepressivas têm temática.
efeitos indesejáveis, como ganho de peso, Para os acadêmicos de medicina,
hiperglicemia, hiperlipidemia, pressão arterial torna-se importante o conhecimento de mais
elevada e taxas aumentadas de suicídio e um dos benefícios da atividade física, tanto
pensamentos suicidas, principalmente entre a para controle quanto para prevenção da
população mais velha, com seu uso frequente depressão, para que, dessa forma, a atividade
sendo continuado indefinidamente e física seja uma ferramenta indispensável para
desnecessariamente (HIDALGO et al., 2019; o cuidado da saúde mental pessoal, assim
COSTIGAN et al., 2016). como de futuros pacientes na prática clínica.
Portanto, é importante compreender
CONCLUSÃO melhor esses aspectos para que os programas
de prevenção e controle do TDM com a
Tendo como base os estudos atividade física possam ser implantados de
analisados, conclui-se que, não se recomenda forma mais eficaz.
a substituição do tratamento medicamentoso
para a depressão por exercício físico,
entretanto, ele ajuda e impulsiona os efeitos
deles, sendo de grande valia para o organismo
humano. Este novo recurso terapêutico pode
ter um impacto favorável sobre a saúde e o
23
Capítulo 2
Saúde Mental
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25
Capítulo 3
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1 Enfermeira. Universidade Federal do
Piauí. Teresina, Piauí, Brasil. EUKÁLIA PEREIRA DA ROCHA1
2 Pós-Doutora. Professora Associada
AMANDA ALVES DE ALENCAR RIBEIRO1
da Universidade Federal do Piauí.
Teresina, Piauí, Brasil.
MÁRCIA ASTRÊS FERNANDES2
3 Mestre e Doutorando em CARLA DANIELLE ARAÚJO FEITOSA3
Enfermagem. Universidade Federal DANIEL DE MACÊDO ROCHA3
do Piauí. Teresina, Piauí, Brasil.
4 Doutora em Enfermagem.
LARISSA ALVES DE ARAÚJO LIMA3
Universidade Federal do Piauí. ANA LÍVIA CASTELO BRANCO DE OLIVEIRA4
Teresina, Piauí, Brasil.
5 Doutora em Enfermagem. Professora
CLAUDETE FERREIRA DE SOUZA
do Programa de Pós-Graduação em MONTEIRO5
Enfermagem da Universidade SANDRA CRISTINA PILLON6
Federal do Piauí. Teresina, Piauí,
Brasil.
6 Pós-Doutora. Professora Titular da
26
Capítulo 3
Saúde Mental
27
Capítulo 3
Saúde Mental
28
Capítulo 3
Saúde Mental
IDENTIFICAÇÃO
ESTUDOS TRIAGEM ELEGIBILIDADE INCLUSÃO
IDENTIFICADOS
(N = 132)
LILACS: 62 Estudos
selecionados Estudos para
para leituras avaliação de
dos títulos e elegibilidade
CINAHL: 1 resumos (N = 32)
(N = 113)
Estudos
incluídos na
MEDLINE: 12 análise
qualitativa
(N = 6)
Excluídos:
outros temas Excluídos: não
WOS: 44 e/ou não responderam à
atendiam ao questão de
objetivo da pesquisa
pesquisa (N = 19)
SCOPUS: 13 (N = 62)
Os artigos foram publicados nos anos documentos oficiais. Nos estudos, foi
de 2012, 2015, 2017, 2018 e 2019. Foram observada grande busca no meio científico
abordados aspectos relacionados ao pela compreensão da política, bem como da
desenvolvimento das políticas sobre drogas avalição de sua eficácia. Observa-se um
no Brasil (PEREIRA et al., 2012; COSTA et menor expoente de autores que trabalharam a
al., 2017b) e análise das políticas para álcool temática, o que pode influenciar em menor
e/ou outras drogas em diferentes cenários quantidade de atividades de gestão com
(COSTA et al., 2017a; SOUZA, 2018). embasamento científico e, consequentemente,
Quanto ao desenho metodológico, com resultados previsíveis (MEDEIROS et
houve uma predominância de estudos de al., 2019).
abordagem qualitativa, que avaliaram os
29
Capítulo 3
Saúde Mental
Quadro 3.1. Resumo das mudanças ocorridas na Política de Atenção Integral a usuários de Álcool
e outras Drogas
Predomínio da assistência
Políticas públicas brasileiras sobre
focada no desenvolvimento
drogas: uma análise considerando
Analisar a estrutura das de serviços de tratamento.
os aspectos de assistência, Estudo qualitativo
políticas de drogas no Maior atenção ao crack do
prevenção e controle de documental
Brasil que em outras drogas de
suprimentos
maior impacto na saúde
(SOUZA, 2018)
pública
30
Capítulo 3
Saúde Mental
Quadro 3.2. Resumo das mudanças ocorridas na Política de Atenção Integral a usuários de Álcool
e/ou outras Drogas
A III Conferência Nacional de Saúde Mental reforça a necessidade de construção de uma política de saúde
2001 mental para usuários de álcool e outras drogas.
Criação da Política Nacional Antidrogas (PNAD) com ênfase na prevenção de doenças infecciosas.
Implementação do Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada aos Usuários de Álcool e outras
2002 Drogas.
Criação dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAD).
2003 Implantação da Política de Atenção Integral aos usuários de álcool e outras drogas.
2004 A Portaria n° 2.197/2004 destaca a estratégia da redução de danos como eixo central da Política.
O Plano Emergencial de Ampliação do Acesso ao Tratamento e Prevenção em Álcool e outras Drogas,
2009
define entre suas prioridades a atenção à população infanto-juvenil.
É instituída a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e
com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.
2011
As comunidades terapêuticas são conveniadas ao SUS e passam a integrar como serviço de atenção da rede
pública.
Implantado o CAPSad III com funcionamento 24 horas.
2012 Lançado o programa Crack, é Possível Vencer – objetiva expandir a RAPS para usuários de álcool e outras
drogas e investir em capacitação profissional.
Lançamento do “Projeto Caminhos do Cuidado”, visando à qualificação de equipes de Saúde da Família
2013
no contexto das drogas.
A resolução nº 01/2018 diminui o espaço da estratégia de redução de danos e da ênfase à ampliação de
2018
leitos psiquiátricos e os investimentos e parcerias com as Comunidades Terapêuticas.
O Decreto 9.761 institui a Nova Política Nacional de Drogas que passa a promover a “abstinência total”,
2019
facilita internações involuntárias e fortalece o apoio e expansão das Comunidades Terapêuticas.
31
Capítulo 3
Saúde Mental
para o consumo por crianças e adolescentes, teor de “nocividade”. Estes resquícios ainda
grupo no qual as implicações do consumo de trazem dificuldades e limitações acerca do
drogas tendem a ter rápido crescimento tratamento, prevenção e o debate em geral
(BRASIL, 2011a; BRASIL, 2011b). Ações sobre o uso de drogas e as perspectivas
como esta representaram avanços na atenção relacionadas ao tema. O cenário atual é de
aos usuários de drogas e ainda se mostram tensões, com a política de atenção ao usuário
positivas para o contexto e para o cenário atual de um lado e o fortalecimento de forças
(HENRIQUES et al., 2018). proibitivas e punitivas do outro, assim, a
Quanto aos dispositivos e serviços saúde pública e a segurança pública no que
ofertados pela política, estão as Comunidades tange a temática das drogas apresentam
Terapêuticas, entidades que surgiram diante divergências importantes sobre o assunto,
da ausência de políticas formais e que tiveram sendo necessária aproximação mais estreitas
crescimento no Brasil a partir dos anos de entre teoria e prática (LOPES, 2019;
1990 (ALVES, 2009). Estas entidades, apesar SIEGFRIED & PARRY, 2019).
de reguladas oficialmente, ainda apresentam O estudo contribui para uma reflexão
fundamentos que divergem dos princípios e sobre a transversalidade e o desenvolvimento
diretrizes da Política de Atenção aos usuários das políticas sobre drogas no país, destacando
de drogas e dos princípios e diretrizes do os pontos que necessitam de melhorias e
Sistema Único de Saúde (SUS) (RIBEIRO & também ações que se mostraram positivas e
MINAYO, 2015; FOSSI & GUARESCHI, eficientes frente à temática. Portanto, torna-se
2015). Importa ainda destacar que as redes de necessário, no campo da saúde pública,
atenção devem ser constituídas por diferentes investimentos em pesquisas sobre o tema,
níveis e dispositivos, diversificando as com intuito de trabalhar os pontos frágeis e as
estratégias e modalidades de cuidado, e estratégias exitosas.
buscando o estabelecimento da integralidade Por fim, considera-se como limitação
de acordo com as características do estudo o número reduzido de artigos
socioculturais dos sujeitos (LOPES, 2019). primários, com recorte temporal recente,
Em relação às necessidades apontadas voltados à discussão do tema. Assim, chama-
pela política em sua implantação e também no se a atenção para a necessidade de maiores
cenário atual está a capacitação do pessoal de incentivos para o desenvolvimento de futuros
saúde que precisa acompanhar as estudos sobre a temática, tendo em vista sua
transformações no cenário das drogas para importância para saúde pública,
além dos muros das instituições. Estes são especialmente no contexto atual de mudanças
aspectos importantes e que devem ser no cenário de álcool e/ou outras drogas.
priorizados na formação de uma rede de
atenção sólida e eficaz (COSTA et al., 2017b). CONCLUSÃO
Desse modo, pontos como a escuta e a
valorização das vivências dos usuários Observa-se que ações da política no
precisam servir de base para a atuação dos Brasil seguem com resquícios de um modelo
profissionais da área (PEREIRA et al., 2012). pautado no proibicionismo e na busca de
Ao longo do século XX as questões soluções-fim, apesar dos avanços. As
relacionadas ao uso de drogas receberam um contradições no modelo de atenção aos
32
Capítulo 3
Saúde Mental
33
Capítulo 3
Saúde Mental
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confinamento. Barbarói (UNISC), p. 226, 2017.
34
Capítulo 3
Saúde Mental
35
Capítulo 4
Saúde Mental
36
Capítulo 4
Saúde Mental
37
Capítulo 4
Saúde Mental
Em território brasileiro existem sites e serviu apenas de parâmetro para ter-se a ideia
comunidades virtuais sobre o assunto, os do número de participantes com valor
quais se tornam espaços dialógicos em que os estatístico ideal para o tamanho da população.
usuários relatam suas práticas de autolesão e Vale ressaltar, que mediante a solicitação da
tentam se ajudar para cessar tal direção da escola, todas as turmas nos turnos
comportamento. Soma-se a este fato os manhã, tarde e noite foram abordadas, ou seja,
atendimentos psicológicos, onde em muitos todos os estudantes presentes em sala
casos o fenômeno é abordado (BARBOSA et receberam o convite para participação na
al., 2019). pesquisa.
Diante das evidências científicas, este Os critérios de inclusão foram:
estudo se justifica pela necessidade de estudantes regularmente matriculados, que
aprofundar o conhecimento sobre a trouxeram o termo de consentimento (TCLE)
percepção, os significados e os sentimentos da assinado pelos pais ou responsáveis, que
dor na autolesão. Neste cenário, o objetivo assinaram previamente o termo de
deste estudo é analisar o fenômeno da assentimento, que estavam presentes na sala
automutilação sem intenção suicida entre de aula no dia e horário da coleta de dados.
estudantes de uma escola de ensino médio Aos com idade acima de 18 anos não foi
pública do Município de Sobral, Ceará. solicitado o TCLE dos pais ou responsáveis.
Dos 1.280 estudantes de 14 a 25 anos
MÉTODO matriculados na escola, 259 não participaram
da pesquisa por falta de interesse ou porque
Estudo do tipo transversal descritivo e não se adequaram aos critérios de inclusão e
analítico com abordagem quantitativa. 26 responderam o instrumento de forma
Realizada entre janeiro e fevereiro de 2020. inadequada, deixando várias informações em
Foram avaliadas 995 estudantes de uma escola branco. Assim, a amostra foi composta por
de ensino médio da pública da cidade de 995 participantes, a que corresponde um erro
Sobral, Ceará. Esta contou com apoio de cinco amostral absoluto = 1,5%.
bolsistas de iniciação cientifica que receberam O instrumento utilizado foi Escala de
treinamento para abordagem e aplicação do Comportamento de Automutilação -
instrumento. Functional Assessment of Self-Mutilation
A população do estudo é constituída (FASM) – elaborada por Lloyd-Richardson
por 1.280 alunos, de 10 a 19 anos, (1997), traduzida e adaptada para o Brasil por
matriculados na escola. Para o cálculo do Giusti (2013). No Brasil, Escala de
tamanho da amostra, fixou-se uma proporção Comportamento de Autolesão (ECA) examina
de automutilação entre os adolescentes P de as formas e meios utilizados, frequência e
50%, pois, esse valor implicará tamanho razões do comportamento de autolesão. O
máximo de amostra; fixou-se o nível de instrumento investiga a ocorrência de 11 tipos
significância de 5% (α = 0,05) e um erro de autolesão durante o último ano e, nos casos
amostral relativo de 8% (erro amostral confirmados, investiga também: a frequência;
absoluto = 4%). Esses valores são indicados a necessidade de intervenção; o tempo gasto
para populações finitas (n = 1.280 alunos), entre pensar e se mutilar; a faixa etária de
proporcionando uma amostra de tamanho “n” início da autolesão; se há influência de drogas;
igual de 409 alunos. Este cálculo amostral se há a intenção suicida; a intensidade da dor
38
Capítulo 4
Saúde Mental
sentida no ato da autolesão e os aspectos ano e 38,7% (n = 385) são do 3º ano; a idade
motivadores (GIUSTI, 2013). apresenta uma média de 15,95 anos com um
Na escala, a questão 19 foi agrupada desvio padrão de 1,11 anos, variando entre 14
de acordo com Izadi-Mazidi et al. (2019) para e 25 anos, sendo as idades mais frequentes 15,
a classificação das seguintes dimensões: 16 e 17 anos; 51,5% (n = 512) são do sexo
reforço automático negativo; reforço masculino e os restantes 48,5% (n = 483) são
automático positivo; reforço social negativo e do sexo feminino; 26,6% (n = 265) não tem
reforço social positivo. Os dados foram religião e 73,4% (n = 730) tem religião, destes
codificados e digitados no programa 57,2% (n = 569) professam a religião católica,
Microsoft Excel® 2017 em planilha 14,7% (n = 146) responderam evangélico,
previamente programada, posteriormente 0,5% (n = 5) são umbandistas, também 0,5%
analisados no software Statistical Package for (n = 5) responderam mórmon, 0,4% (n = 4)
the Social Sciences (SPSS), versão 20.0 e professam espiritismo e 0,1% (n = 1) professa
licença de número 10101131007. Uma vez candomblé; 56,1% (n = 558) moram com os
que os grupos em estudo podem ser pais, 3,2% (n = 32) mora apenas com o pai,
considerados de grande dimensão, o estudo 30,4% (n = 302) moram apenas com a mãe e
das relações entre os reforços e o sexo e com 10,4% (n = 103) moram com outros; quanto
quem moram podem ser realizadas recorrendo ao estado civil, 96,9% (n = 964) são solteiros
a testes paramétricos. O teste t foi utilizado e 3,1% (n = 31) vivem em união estável.
para relacionar o sexo dos estudantes aos Para análise da prevalência de
reforços apresentados e o teste ANOVA para comportamentos automutiladores referentes
relacionar com que moram e as dimensões dos ao último ano, estes foram sumarizados em
reforços. uma tabela de frequências (Tabela 4.1).
Vale ressaltar que este estudo é um Pode-se observar que, na amostra
recorte de uma investigação mais ampla analisada, os comportamentos mais
intitulada: Automutilação em adolescentes de prevalentes foram: “8. Mordeu você mesmo
escolas públicas do Município de Sobral, (sua boca ou lábio)” 30,7%, 25,9% assinala
Ceará, aprovada no Comitê de Ética em “5. Cutucou um ferimento”, 19,8% assinala
Pesquisa da Universidade Vale do Acaraú “2. Bateu em você mesmo propositalmente”.
(UVA), com parecer n° 3.744.525. No O comportamento menos prevalente foi o 11
seguimento da pesquisa estava prevista a “Esfolou sua pele propositalmente”, com
devolução dos principais resultados para 1,5% assinala “12. Outros”.
gestão da escola, para que esta possa organizar Na amostra, relativamente a se não
um planejamento de atividades no contexto ocorreu no ano passado, alguma vez na vida já
escolar tendo como base o nas características teve algum dos comportamentos descritos
identificadas. acima, 22,6% (n = 224) responderam
afirmativamente. Referente a questão de
RESULTADOS E DISCUSSÃO número 15, a média de tempo gasto foi de 3,58
horas. Em relação à busca por tratamento, nem
A amostra foi constituída por 995 todos os participantes da amostra
estudantes de uma escola de ensino médio. Na responderam este questionamento, sendo que
amostra, relativamente à turma, 28,7% (n = a busca se deu na maior parte dos
286) são do 1º ano, 32,6% (n = 324) são do 2º respondentes quando se referia às questões de
39
Capítulo 4
Saúde Mental
Tabela 4.1. Distribuição dos comportamentos apresentados pelos estudantes do ensino médio
relativos ao ano anterior, Sobral, Ceará, Brasil (N = 995)
Não fez
Não Sim Fez Tratamento
tratamento
N % N % N % N %
1. Cortou ou fez vários
pequenos cortes na sua 814 81,8 181 18,2 18 62,1 11 37,9
pele
2. Bateu em você mesmo
798 80,2 197 19,8 14 53,8 12 46,2
propositalmente
3. Arrancou seus cabelos 919 92,4 76 7,6 7 77,8 2 22,2
4. Fez uma tatuagem em
953 95,8 42 4,2 6 100,0 0 0
você mesmo
5. Cutucou um ferimento 737 74,1 258 25,9 11 35,5 20 64,5
6. Queimou sua pele
(cigarro, fósforo ou objeto 869 87,3 126 12,7 4 30,8 9 69,2
quente)
7. Inseriu objetos embaixo
916 92,1 79 7,9 7 77,8 2 22,2
de sua unha ou sob a pele
8. Mordeu você mesmo (sua
690 69,3 305 30,7 18 45,0 22 55,0
boca ou lábio)
9. Beliscou ou cutucou áreas
879 88,3 116 11,7 16 80,0 4 20,0
de seu corpo até sangrar
10. Fez vários arranhões em
838 84,2 157 15,8 14 66,7 7 33,3
sua pele propositalmente
11. Esfolou sua pele
980 98,5 15 1,5 5 100,0 0 0
propositalmente
12. Outros 983 98,9 11 1,1 3 75,0 1 25,0
13. Se não ocorreu no ano
passado, você alguma vez
na vida já teve algum dos 769 77,4 224 22,6 10 40 15 60
comportamentos descritos
acima?
14. Quando fez alguns dos atos
acima, você estava 878 88,2 117 11,8 10 71,4 4 28,6
tentando morrer?
15. Quanto tempo você gasta
pensando em fazer o(s)
- - - - 3 14,3 18 85,7
ato(s) acima antes de
realmente executá-los?
16. Você teve algum destes
comportamentos quando
983 98,8 12 1,2 - - - -
estava sob efeito de drogas
ou álcool?
40
Capítulo 4
Saúde Mental
Tabela 4.2. Distribuição das justificativas utilizadas para automutilação dos estudantes do ensino
médio, Sobral, Ceará, Brasil (N = 995)
Desvio Coef.
N Média
Padrão Variação
Reforço automático negativo
2. Para aliviar sensações de "vazio" ou indiferença 995 0,52 0,93 180%
14. Para parar sentimentos/sensações ruins 995 0,48 0,94 197%
Reforço automático positivo
4. Para sentir alguma coisa, mesmo que fosse dor 995 0,31 0,71 232%
10. Para se castigar 995 0,36 0,82 228%
22. Para sentir-se relaxado 995 0,30 0,77 254%
Reforço social negativo
1. Para não ir à escola, trabalho ou outras atividades 995 0,09 0,39 425%
5. Para evitar ter que fazer algo "chato", que você não queria fazer 995 0,19 0,58 301%
9. Para evitar estar com outras pessoas 995 0,13 0,50 373%
13. Para evitar ser punido ou assumir as consequências 995 0,10 0,47 445%
Reforço social positivo
3. Para chamar a atenção 995 0,11 0,44 393%
6. Para controlar uma situação 994 0,46 0,92 200%
7. Para testar a reação de alguém, mesmo que esta fosse negativa 995 0,18 0,55 303%
8. Para receber mais atenção dos pais ou amigos 995 0,17 0,55 330%
11. Para fazer com que outra pessoa reagisse de outra forma ou mudasse 995 0,15 0,53 353%
12. Para se parecer alguém que você respeita 995 0,09 0,44 486%
15. Para mostrar aos outros o quão desesperado você estava 994 0,19 0,61 317%
16. Para se sentir fazendo parte de um grupo 995 0,08 0,38 471%
17. Para fazer seus pais entenderem melhor ou dar mais atenção a você 994 0,18 0,60 341%
18. Para fazer algo quando está sozinho 995 0,14 0,52 360%
19. Para fazer algo quando está com outros 995 0,06 0,33 560%
20. Para pedir ajuda 995 0,21 0,64 308%
21. Para deixar os outros com raiva 994 0,10 0,46 452%
Outros
23. Outra razão: 995 0,04 0,29 807%
Legenda: Os valores indicados reportam-se à escala de medida: 1- nunca; 2- raramente; 3- às vezes; 4 - frequentemente.
41
Capítulo 4
Saúde Mental
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Saúde Mental
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Capítulo 4
Saúde Mental
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Capítulo 4
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Capítulo 5
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1 Graduada em Educação Física VERÔNICA MOREIRA SOUTO FERREIRA1
(UFPA) e mestranda em Ciências do
Movimento Humano (UFPA). ADRIANO DIEGO OLIVEIRA RIBEIRO2
2 Graduado em Educação Física LUCAS GAMA PACHECO3
(UFPA), bacharel em Administração RAYSSA MARISE DA COSTA DOS SANTOS4
(FACI/FGV) e pós-graduando em
Treinamento Desportivo, ALINE DA SILVA OLIVEIRA4
Musculação e Condicionamento
Físico e Educação, Cultura e
Diversidade (UNIASSELVI).
3 Graduado em Educação Física e
graduando em Medicina (UFPA).
4 Discente em Educação Física
(UFPA).
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Saúde Mental
Avaliar o efeito da prática do Tai Chi Chuan na Significativo aumento dos escores de
GUIMARÃES
autoestima e autoimagem de idosos da área autoestima e autoimagem do grupo praticante
et al., 2017
urbana. de Tai Chi Chuan.
Avaliar a percepção da qualidade de vida dos A prática de exercício físico, seja em
ANDRADE
idosos praticantes de exercícios físicos em academias ou caminhada, gera manutenção da
et al., 2018
academias ao ar livre em um parque. saúde e qualidade de vida para idosos.
Outro aspecto psicológico relevante riscos para depressão”. Esse resultado está
diz respeito a imagem corporal, que pode relacionado com a rotina fisicamente ativa dos
influenciar a saúde, os relacionamentos e a indivíduos pesquisados, uma vez que “a
qualidade de vida dos indivíduos. Em se prática de exercício físico influencia
tratando da imagem corporal de mulheres positivamente a autoimagem e a satisfação
idosas, França et al. (2016) aponta corporal, melhorando o autoconceito da
consequências como isolamento social, sénior” (FRANÇA et al., 2016).
sentimentos de inferioridade, baixa Em consonância com os resultados já
autoestima, ansiedade e depressão, tendo em apresentados, a eficácia da prática de Tai Chi
vista as imposições socioculturais e Chuan na autoestima e autoimagem de
midiáticas. Segundo o artigo, “embora as pessoas idosas, tendo os seguintes aspectos
idosas não estejam satisfeitas com a sua relevantes associados a essa prática: “não ser
percepção corpórea, elas não apresentaram competitivo, não necessitar de equipamentos,
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atendimento às pessoas com comportamentos situação vivenciada (ROY et al., 2020; LEI et
de risco. al., 2020).
Nos transtornos depressivos, a
RESULTADOS E DISCUSSÃO redução do estado de humor prevalece, sendo
acompanhada pela perda de interesse e prazer,
Impacto da pandemia no risco de sentimento de culpa, baixa autoestima e as
suicídio perturbações do sono, constituindo-se como
condição de maior risco quando envolve o
A literatura evidencia que a pandemia comportamento suicida, que apesar de
por COVID-19, assim como as medidas de apresentar caráter evitável, apresenta elevados
isolamento e distanciamento social adotadas indicadores de incidência e de mortalidade
em diferentes países acarretam efeitos (KIM et al., 2018; O’TOOLE et al., 2019).
psicossociais, configura-se como condição Outros eventos que aumentaram risco
geradora de morbidade e determinante para de suicídio envolveram estresse, raiva e
comportamentos de risco e de violência comportamentos compulsivos caracterizados
autoprovocada (QIU et al., 2020; LAI et al., por pensamentos, impulsos ou atos mentais
2020). recorrentes, reconhecidos por seu curso
Nesse sentido, os impactos crônico e incapacitante, assim como pela
populacionais são expressos, na maioria das diminuição da autoestima e do bem-estar
vezes, por níveis elevados de ansiedade, subjetivo (XIAO et al., 2020; YUAN et al.,
estresse e depressão, bem como por 2020; KOOLAEE, 2020).
sentimento de frustração, solidão e raiva que Dentre os estressores associados ao
favorecem o desenvolvimento e a maior risco para suicídio e sofrimento
intensificação de transtornos mentais, psíquico, destacam-se a duração prolongada
principal fator de risco para o suicídio, das medidas de isolamento e distanciamento
configurando-o como problema de magnitude social, assim como a predisposição para o
global em meio aos impactos individuais, consumo de substâncias psicoativas, o
coletivos, sociais e epidemiológicos desconhecimento e incertezas que permeiam a
(ORNELL et al., 2020; SHIGEMURA et al., doença, a suspensão dos atendimentos em
2020). modalidade ambulatorial, a disseminação de
Consideradas as maiores causas de fake news, as possibilidades de contágio e as
sofrimento emocional e diminuição da instabilidades econômicas (XIAO et al., 2020;
qualidade de vida, os sintomas de ansiedade ROY et al., 2020; LEI et al., 2020).
representam as alterações mais incidentes na O impacto financeiro vivenciado em
população geral. Esses sintomas constituem diferentes países com fechamento dos
resposta adaptativa do organismo em meio a serviços não essenciais, refletiram
um sinal de perigo ou ameaça, essas reações diretamente no funcionamento familiar, no
são caracterizadas por alterações fisiológicas, atendimento das necessidades básicas e nos
comportamentais e cognitivas, e caracteriza- níveis de saúde mental levando a interrupção
se como condição patológica quando o nível das atividades laborais e a perda financeira
de ativação ou duração é desproporcional à sem planejamento prévio (KAWOHL &
NORDT, 2020).
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Capítulo 7
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente da Residência Multiprofissional GLEISSON FERREIRA LIMA 1
em Saúde Mental Escola de Saúde
Pública Visconde de Sabóia (ESPVS)
FRANCISCO ROSEMIRO GUIMARÃES
2. Docente da Universidade Estadual Vale XIMENES NETO 2
do Acaraú – UVA SILVINHA DE SOUSA COSTA 3
3. Docente da Escola de Saúde Pública
Visconde de Sabóia (ESPVS)
ANTÔNIA MÁRCIA MACÊDO DE SOUSA3
4. Docente da Universidade Estadual Vale ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA 4
do Acaraú (UVA) IVAN GABRIEL SOUSA FEIJÓ 5
5. Discente do Curso de Psicologia da
Universidade Federal do Ceará (UFC) LORENNA SARAIVA VIANA 6
6. Discente do Mestrado Acadêmico em HELIANDA LINHARES ARAGÃO6
Saúde da Família (UFC) EMÍLIA DO NASCIMENTO SILVA 7
7. Discente do Curso de Enfermagem da
Universidade Estadual Vale do Acaraú – LÍDIA CRISTINA MONTEIRO DA SILVA 7
UVA, Sobral, Ceará CARLA SUYANE GOMES DE ANDRADE 7
RAVENA SILVA DO NASCIMENTO 7
LETÍCIA MARA CAVALCANTE LIMA 7
CAIO SAN RODRIGUES7
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Saúde Mental
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Quadro 7.1. Descrição dos artigos conforme título, revista, ano e objetivo
67
Capítulo 7
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A partir dos artigos selecionados, atividade física é uma estratégia que auxilia na
foram construídas três categorias de análise, a melhora de hábitos pessoais, promove a
saber: Efeitos e benefícios da atividade física integração social e desencoraja o consumo de
no tratamento de dependentes químicos álcool e outras drogas.
(artigos: 1, 2, 4, 9, 11, 13 e 16). Atividade De acordo com Silva et al. (2014, p.
física e sua importância na reabilitação de 142), o consumo de substâncias psicoativas
dependentes químicos (artigos: 3, 6, 10, 14 e pode ser associado a um esforço por parte dos
15) e percepções de dependentes químicos usuários para evitarem emoções negativas,
sobre práticas de atividade física no além de uma busca por sensações prazerosas
tratamento (artigos: 7, 8 e 12). para fugirem do mal-estar de suas vidas. Pois,
a “busca em usar álcool e drogas é muitas
Atividade física e sua importância vezes vista como uma tentativa de regulação
na reabilitação de dependentes dos estados emocionais que provocam efeito
químicos momentâneo agradável”.
Neste sentido, a prática de atividades
Por conta da degradação causada pelas físicas pode ser utilizada na tentativa de
substâncias psicoativas no organismo de substituir e diminuir o consumo de
usuários, recomenda-se que, para a substâncias por parte dos usuários, tendo em
reabilitação de dependência química dos vista que as práticas corporais também geram
sujeitos, o estabelecimento de um processo de sensações prazerosas, mas que podem
recuperação lenta utilizando diversas práticas, prevenir condutas inadequadas e promoverem
como, por exemplo, a atividade física (SILVA saúde e bem-estar, além de serem utilizadas
et al., 2018). como um fator de prevenção e proteção ao
Atualmente, existem diversos estudos consumo de substâncias psicoativas (SILVA
que relacionam a prática de atividade física et al., 2014).
com uma saúde mental positiva e sua Silva et al. (2017, p. 175) apontam que
importância na reabilitação de várias doenças é importante a compreensão de que as
(BARBANTI, 2006), como a dependência atividades físicas são mecanismos que
química, sobretudo, porque a promoção da possibilitam um avanço na reabilitação de
68
Capítulo 7
Saúde Mental
usuários de substâncias psicoativas, pois estas também, uma melhora nos seus processos
práticas “podem proporcionar sensação emocionais.
prazerosa, além de outros benefícios psíquicos Outros resultados identificaram uma
e físicos para o cuidado geral com o corpo”. melhora em alguns setores da vida desses
Este fator se dá, pois, ao desencadear usuários, como aumento do grau de satisfação
diversos processos no corpo humano, como a da qualidade de vida; aumento da satisfação
liberação do hormônio endorfina, responsável com relação à saúde; aumento da aceitação da
pelo prazer, felicidade e satisfação, a prática aparência física e satisfação pessoal; melhora
de atividade física pode ser benéfica ao significante do grau de satisfação em suas
tratamento de doenças como depressão e relações sociais; e melhora do grau de
ansiedade, sendo uma alternativa frente ao satisfação referente ao acesso às informações
consumo de substâncias psicoativas (SILVA e lazer; destacando, novamente, a importância
et al., 2018). das práticas corporais para a reabilitação de
Em estudo realizado com usuários do dependentes químicos. Com isso, percebeu-se
CAPS-AD da cidade de Recife - PE verificou- que a prática de atividades físicas pode atuar
se que, de acordo com os próprios pacientes, como um instrumento favorável à adesão e
as práticas de atividade física aparecem como continuidade do usuário de substâncias
parte integrante do processo de reabilitação, psicoativas à reabilitação, como, também,
auxiliando, sobretudo, na mudança dos modos pode favorecer sua qualidade de vida
de vida desses sujeitos. De acordo com (OLIVEIRA et al., 2015).
autores, pacientes do serviço relataram que, Também foram encontradas melhoras
com o início das atividades físicas, físicas e emocionais em dependentes
diminuíram o consumo de substâncias químicos em um Centro de Reabilitação em
psicoativas, e que, a partir dessas afirmativas, Anápolis - GO, como apresentado em estudo
observa-se que as mudanças nos hábitos realizado por Silva et al. (2018). Aqui,
provocadas pelas práticas corporais e também observou-se significativa melhora tanto em
pelo estímulo a partir do Profissional de aspectos físicos, nos quais os usuários se
Educação Física possibilitam mudanças de mostraram com maior capacidade de flexão de
atitudes e hábitos advindos das novas formas braço e no teste de aptidão cardiorrespiratória,
de viver (SILVA et al., 2017). como no estado de humor após as atividades,
Estas afirmações vão ao encontro do sobretudo, após as partidas de futebol, em que
que é apresentado por Oliveira et al. (2015), verificou-se melhora nos escores de
em estudo realizado com um grupo de depressão, na convivência e socialização do
tabagistas, no qual verificou-se que a prática grupo, e “estima-se que tenha elevado
de atividades físicas auxilia na mudança de também a autoestima, melhorado a
hábitos e comportamentos dos usuários, fato coordenação motora, além de ajudar nos
que contribui para a redução de diversos distúrbios de sono” (SILVA et al. 2018).
agravos à saúde. Além disso, segundo esses Em relação aos tipos de exercício
autores, verificou-se que, com as práticas utilizados para as atividades físicas, Silva et
corporais, os sujeitos apresentavam uma al. (2018) indicam que devem ser utilizados
maior resistência física, sobretudo no que diz tanto exercícios anaeróbicos quanto aeróbicos
respeito ao sistema cardiorrespiratório, como, de forma gradual, pois estas atividades, ao
serem adaptadas de forma individual para
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Capítulo 7
Saúde Mental
cada usuário, mostram resultados positivos aspectos biológicos, sociais, psicológicos e/ou
para a saúde em geral, como segue: emocionais, dentre outros. Destaca-se a
atividade física como um fator positivo para a
Inicialmente as atividades devem obedecer a
uma progressão pedagógica para que se
reabilitação e tratamento de usuários, que
tornem prazerosas; após isso, toda a “pode atuar como um elo terapêutico
adequação de volume e intensidade deve ser importante por intervir no corpo do indivíduo
melhorada conforme o tratamento de
reabilitação vá avançando. Assim, os durante o processo de recuperação da
exercícios se tornarão não só um meio de dependência química” (HONORATO et al.,
aquisição de saúde, mas também de boa forma 2019).
e condicionamento físico (SILVA et al., p. 14,
2018). O uso de substâncias psicoativas pode
provocar inúmeras alterações psicológicas –
Neste sentido, Silva et al. (2018)
como depressão, ansiedade, insegurança, e
apontam terem observado que, com o uso de
físicas tais como a rinite, sinusite, asma,
atividades físicas do tipo aeróbias ou
transtornos de movimentos, aumento da
resistivas, houve uma melhora em relação aos
frequência cardíaca e da pressão arterial,
estímulos físicos, sociais e corporais dos
aguda ou crônica, em diversos graus de
usuários, sendo, estas atividades, auxiliadoras
intensidade (FERREIRA et al., 2012).
da recuperação e favorecedoras na
A prática de exercícios físicos se
reabilitação dos dependentes.
apresenta como uma intervenção terapêutica
A partir do exposto, percebe-se a
de grande potência no processo de
importância da atividade física na reabilitação
recuperação emocional, cognitiva, fisiológica
de dependentes químicos. Os resultados
e social dos usuários de substâncias
encontrados nestes artigos demonstram como
psicoativas, sendo capaz de promover
as práticas corporais podem ser consideradas
alterações qualitativas e significativas, tanto
ferramenta importante no tratamento da
em aspectos físicos como psicológicos
dependência química, ao “proporcionar ao
(FERREIRA et al., 2017).
indivíduo bem-estar, qualidade de vida e
Segundo Ferreira et al. (2012), a
reinserção à sociedade, e, quem sabe,
atividade física proporciona diversos efeitos e
preservando-o longe do mundo das drogas”
benefícios aos dependentes químicos, como
(SILVA et al., 2018)
diminuição da frequência cardíaca,
Reconhece-se que, como um fator de
manutenção da pressão arterial, diminuição da
importância na reabilitação de dependentes
fadiga central, melhoria na vascularização e
químicos, a atividade física possui diversos
na capacidade funcional respiratória, controle
efeitos e benefícios para o tratamento de
da depressão, ansiedade, e diminuição do
dependentes químicos (SILVA et al., 2018),
desejo de consumir a substância.
como será discutido na categoria a seguir.
Em relação ao último efeito citado, a
diminuição do desejo de consumir substâncias
Efeitos e benefícios da atividade
psicoativas, dados apresentados por Ferreira
física no tratamento de dependentes
et al. (2017) após estudo realizado com
químicos
pacientes de uma comunidade terapêutica vão
A dependência química compromete a ao encontro desta afirmação. Pois, observou-
vida dos sujeitos em diversos fatores, como se que houve, de fato, uma redução no desejo
após a prática de exercício físico. Vale
70
Capítulo 7
Saúde Mental
destacar que, os autores não acharam essa Assim, com a melhora de humor, outro
redução significativa em relação à avaliação benefício das atividades físicas aparece a
controle, sobretudo devido às características diminuição do estresse e da tensão. De acordo
do tratamento oferecido nas comunidades com Ferreira et al. (2017, p. 129), a partir da
terapêuticas, baseado na fé e na abstinência melhora do estado de humor dos sujeitos de
total. Porém, ainda assim, reconhece-se que a sua pesquisa, após a prática de exercício
prática de exercícios tem a capacidade de físico, observou-se uma redução significativa
reduzir o desejo de consumir substâncias nos níveis de tensão, o que significa “um
psicoativas, devido a uma modulação resultado positivo e possivelmente colabora
neurofuncional responsável pela redução no na redução no desejo de usar drogas”.
prejuízo funcional do córtex pré-frontal, Segundo Barbanti (2012), por estar em
observado durante o período agudo de estado de estresse, o sujeito tende a ficar
abstinência. tensionado, e, com a tensão, os músculos e as
Outro benefício da prática de articulações doem, e há o aumento da letargia,
atividades físicas para dependentes químicos o que pode resultar na drenagem de recursos
é a alteração e melhora de humor. Barbanti físicos e mentais do usuário. Quando isso
(2012, p. 4) indica que os sujeitos que acontece, é de interesse poder livrar-se da
praticam exercícios regularmente se sentem tensão e do estresse. Aqui, entra o exercício
mais autoconfiantes, otimistas, e menos físico, pois, ao procurar as substâncias
ansiosos. Isto tem relação não apenas “com o psicoativas a fim de fugir da sensação de
efeito da resposta do organismo durante o tensão e desconforto pelo estresse, o sujeito
exercício, mas também com sentimentos de entra na prática corporal uma forma de liberar
realização, orgulho e autoestima ao ver o o corpo e a mente da tensão. As “atividades
corpo se transformar”. como correr, levantar pesos ou mesmo
Em estudo realizado por Pereira e caminhar podem eliminar o estresse no corpo.
Gorski (2011) com dependentes químicos em Ao combinar estes exercícios com técnicas de
internação hospitalar, observou-se que, com alongamento e respiração adequadas, o corpo
apenas uma única sessão de exercícios físicos, pode aliviar-se do estresse”.
todos os sujeitos apresentam-se menos Percebe-se, também, que o uso de
confusos, raivosos, fadigados, tensos, substâncias psicoativas pode estar relacionado
apavorados, esgotados, deprimidos, irritados, a algum sentimento de desconforto ou dor
exaustos, inseguros; e mais animados, alertas, física, o que resulta no uso de droga a fim de
dispostos e com energia. obter um alívio. Assim, espera-se que, a partir
A partir disso, de acordo com estes da atividade física, o corpo libere endorfina e
autores: diminua dores, desconfortos ou sensações
ruins (SANTOS et al., 2020).
A prática de exercícios físicos foi percebida
como influenciador positivo na melhora do
A liberação da substância intitulada
humor, especialmente nas dimensões Raiva, endorfina também aparece como um efeito da
Depressão, Confusão, Fadiga, Tensão e Vigor. prática de exercícios em dependentes
Esta tendência a incremento no humor
positivo encontrada neste estudo pode ser químicos. Conhecida como analgésico natural
considerada como auxiliar na manutenção da que é liberado após a atividade física,
abstinência, sendo que, estados de humor causando uma sensação agradável de bem-
negativos são associados à recaídas
(PEREIRA & GORSKI, p. 12, 2011). estar (SILVA et al., 2015). Ao ser liberada,
71
Capítulo 7
Saúde Mental
essa substância, além de reduzir o incômodo 2020), como, por exemplo, a atividade de
causado pelo não-uso da droga, também tem a caminhada que pode servir como um
capacidade de aumentar o humor no momento em que usuários conseguem
funcionamento do cérebro (BARBANTI, interagir com pessoas para além do seu
2012). convívio regular.
O consumo excessivo de drogas Machado et al. (2016) apontam a
interfere na produção de substâncias caminhada como uma prática corporal
químicas, pelo organismo, responsáveis pelas importante para a atenção terapêutica dos
sensações de prazer, satisfação e felicidade. usuários. De acordo com esses autores, por
Assim, durante a prática de exercícios, com a meio dessa atividade, os usuários conseguem,
liberação de endorfinas naturais, o organismo além de interagir entre si, transitar por certos
consegue atingir sua capacidade de regulação locais do bairro, como alguns parques, praias,
química do cérebro e do humor de forma pontos turísticos e shopping. Para os autores:
saudável (BARBANTI, 2012). Ademais, o
A Educação Física neste ponto contribui ainda
corpo libera, por meio da prática de atividade para o acesso a outros espaços pois,
física, outro hormônio, chamado serotonina, diferentemente de outras atividades, estas são
que atua como neurotransmissor no Sistema realizadas em ambientes diversificados.
Experiências como a caminhada ainda
Nervoso Central, e que tem o acréscimo de sua possibilitam minimizar o estigma de doente e
concentração relacionado à felicidade, bom drogado que o usuário carrega sobre si e o qual
humor e bem-estar (SILVA et al., 2018). a sociedade lhe impõe, e ainda permitem que
diversifiquem o repertório das práticas de
Pesquisas de Barbanti (2012) e de lazer (MACHADO et al., p. 492, 2016).
Honorato et al. (2019) apresentam que a
Destaca-se que um importante efeito
melhoria na qualidade do sono aparece como
da prática de atividades físicas por parte de
mais um efeito da prática de atividade física
dependentes diz respeito a experimentar
para dependentes químicos. Estudos de
emoções e sentimentos que não somente por
actimetria, desenvolvidos por Ferreira et al.
meio do consumo de substâncias. Silva et al.
(2017), identificaram que uma prática regular
(2015) apontam que, na sociedade
de exercícios físicos tem a capacidade de
contemporânea, em que os sujeitos passam
aumentar a eficiência do sono nesses
por constantes e frequentes mudanças, as
indivíduos.
sensações prazerosas podem ser alcançadas
Além disso, praticar exercícios físicos
por meio da prática de esportes, como,
tem, também, benefícios no campo social.
também, do consumo de drogas. Assim,
Segundo Barbanti (2012), grande parte das
alguns usuários buscam o consumo de drogas
experiências vividas por dependentes
como um modo de prazer e de lazer, e uma
químicos em recuperação é marcada pela
alternativa viável a isto seria a prática de
dificuldade em ser sociável, sobretudo, devido
atividades físicas de aventura, como escalada
a esses sujeitos terem a sua socialização
ou paraquedismo, que também têm a
praticamente apenas com as substâncias,
capacidade de proporcionar sensação de
quase sempre sozinhos.
prazer nos sujeitos.
A prática de atividades físicas aparece,
Além disso, cabe pontuar que o
assim, como um importante instrumento de
consumo de substâncias psicoativas pode
inclusão social, capaz de estimular a cidadania
desencadear no usuário condutas desviantes,
e favorecer a autoestima (SANTOS et al.,
72
Capítulo 7
Saúde Mental
cansaços, oriundos, sobretudo do não costume organismos dos usuários, sendo, a atividade
desses sujeitos com as práticas. Porém, em sua física, uma ferramenta de grande valor para o
grande maioria, dependentes químicos tratamento e reabilitação desta população.
relatam perceberem uma melhora fisiológica, Neste sentido, a prática da Educação Física
como melhora nos aspectos gerais da saúde como um plano, auxilia na evolução de
(MOREIRA et al., 2013). hábitos pessoais, promove a integração social
Segundo Moreira et al. (2013), e desalenta o consumo de álcool e outras
observa-se que os entrevistados, de forma drogas.
geral, percebem benefícios a partir do início Nos estudos analisados, percebeu-se
das práticas de atividade física, como, por que, muitas vezes, a busca pelo consumo de
exemplo, esquecem dos problemas, substâncias psicoativas aparece como um
sentimento de bem-estar, e diminuição no interesse por parte dos usuários para evitarem
desejo de usar drogas – tendo destaque um dos emoções negativas, além de uma busca por
entrevistados, que relatou estar conseguindo efeitos prazerosas para fugirem do mal-estar
se manter em estado de abstinência por conta de suas vidas, tendo a prática de atividades
da prática regular de atividades físicas. físicas grande importância pela expectativa de
Nessa direção, alguns usuários ser empregada na tentativa de suprir e
relataram que as práticas corporais ajudam a diminuir o consumo de substâncias por parte
esquecer o desejo de consumir drogas; frisam dos usuários, tendo em vista que as práticas
a importância do preenchimento do seu tempo corporais também originam sensações
com atividades físicas, a fim de se prazerosas, mas que podem promoverem
distanciarem do uso de substâncias; indicam saúde e bem-estar, além de serem utilizadas
que as práticas corporais auxiliam no trabalho um fator de prevenção e proteção ao consumo
do corpo, da mente e da alma; além de de substâncias psicoativas.
reconhecerem que essas atividades ajudam a Verificou-se, também, que as práticas
tirar a fissura e a preencher o tempo vazio e de atividade física aparecem como parte
ocioso (SILVA et al., 2019). associado do processo de reabilitação,
Observa-se, com o exposto, que as assistindo, sobretudo, na permuta dos modos
práticas de educação física, em sua maioria, de vida desses sujeitos, e, por isso, podem
são bem aceitas pelos dependentes químicos, atuar como uma ferramenta favorável a
que se mostram, geralmente, interessados em engajamento e continuidade do usuário de
realizar as atividades e percebem os diversos substâncias psicoativas à reabilitação, como,
benefícios e efeitos advindos da prática também, pode favorecer sua qualidade de
corporal em suas vidas. vida.
Destaca-se que as práticas de
CONCLUSÃO atividades físicas, por serem consideradas
tratamento/terapêutica de grande potência no
O estudo aponta evidências da processo de reabilitação emocional, cognitiva,
associação das práticas de atividade física fisiológica e social dos usuários de
durante o tratamento de usuários de substâncias psicoativas, são responsáveis por
substâncias psicoativas. Observou-se que, por vários efeitos e benefícios para o organismo
conta da possibilidade de deterioração das de dependentes químicos, como, por exemplo,
drogas, diversas questões aparecem nos queda da frequência cardíaca, manutenção da
74
Capítulo 7
Saúde Mental
75
Capítulo 7
Saúde Mental
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76
Capítulo 8
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente do curso de Medicina JOEL ALVES DE SOUSA JÚNIOR¹
da Universidade de Rio Verde,
Campus Goianésia.
MATHEUS NERES BATISTA¹
2. Discente do curso de Medicina ELIANA ALMEIDA NAVES VELOSO¹
da Universidade de Rio Verde, LANNA DO CARMO CARVALHO¹
Campus Aparecida de Goiânia.
3. Discente do curso de Medicina
CARLA AZEVEDO ZAIBAK¹
da Universidade de Rio Verde, AMANDA CAROLINA DE MELO GONÇALVES¹
Campus Rio Verde. KAROLINNE DORNELES DIAS¹
RAFAEL SALLES DE MELO GONÇALVES¹
MARCOS VINÍCIOS DE FREITAS²
DJONATHAN DANIEL FRANKE¹
KEISCIELLY ASSUNÇÃO FARIA SILVEIRA³
RENATA CRISTINA VIEIRA DE BRITO²
JEHOVAHNNA ANTTONIONI SANTOS¹
ANA CLARA PUGLIA¹
ELISAMA PEREIRA PINHEIRO¹
CAMILA LUÍZA PERES²
MARCELLA MACIEL RIOS¹
PEDRO VINÍCIUS TELES GOMES¹
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Saúde Mental
78
Capítulo 8
Saúde Mental
acometidas direta ou indiretamente pelo uso Álcool (TMDUA). Com isso, conseguiu-se
do álcool e, nisso, seus entes queridos observar pela segmentação dos dados por
contemplam a estatística nacional de morbi- região que o norte representa 1,1% dos casos,
mortalidade. nordeste 17,3%, sudeste 35,6%, sul 38% e a
Discutindo sobre os transtornos região centro-oeste 8% (Gráfico 8.1).
mentais em meio psiquiátrico, é banal que,
estes, quando interligados ao consumo de Gráfico 8.1. Casos confirmados de TMDUA
álcool, existem simultaneamente com outras no período entre janeiro a novembro de 2020
morbidades psiquiátricas. De maneira geral, o
consumo de bebidas contendo essa substância, 8% 1%
mesmo que em pequenas quantidades (tanto 17%
no teor de composição quanto no volume de
ingesta) pode gerar desfechos mais sérios que 38%
36%
os vistos em pacientes com ausência de
comorbidade, dado importante para não
subestimar uma substância que é tão difundida
e utilizada indiscriminadamente (DRAKE et
al., 1989; MENEZES et al., 1996). Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-oeste
Circunstâncias clínicas utilizadas no Total de casos: 26.976
diagnóstico e observação dos pacientes com
transtornos mentais estão cada vez melhores, Fonte: TABNET, 2021.
esse pode ser, sozinho, o motivo pelo qual há
um aumento na incidência dessas doenças. Tais divergências, estão relacionadas a
Acerca de tudo isso, acredita-se que em torno diversos fatores, sendo eles climáticos, uma
de 50% dos indivíduos com transtornos vez que a bebida alcóolica é vista, por parte da
mentais mais graves evoluem com disfunções população, como um produto que aquece o
ligadas ao consumo de álcool (CUPFFEL, corpo em dias de frios, oferecendo energia e
1992). motivação, além disso, fatores culturais e
No Sistema Nervoso Central (SNC), o religiosos, fácil acesso ao álcool, falha no
álcool provoca amnésias anterógradas engajamento das políticas de promoção da
(blackouts alcoólicos) assim como déficits saúde e de conscientização e o pequeno poder
cognitivos temporários, dificuldades de de regulação do estado brasileiro se tratando
resolução de problemas, de abstração, de no uso de álcool por jovens-adolescentes
memória e aprendizado. Em linhas gerais, o (FERREIRA et al., 2011), influências de
uso continuado de álcool aumenta, em 3 a 4 círculos de amizades, também, a própria fase
vezes, a taxa de morte precoce e a mortalidade da adolescência e juventude, já que o uso de
por álcool tem contribuído para 2 a 4% das bebida alcoólica pode estar associado às
mortes entre adultos (SCHUCKIT, 2009). descobertas e prazeres e a sensação de
Nesse sentido, foram notificados no independência e amadurecimento, entre
Brasil, no período de janeiro a novembro de outros.
2020, um total de 26.976 casos confirmados Ademais, quanto a frequência de
de Transtornos Mentais Devido ao Uso de consumo, um estudo transversal, realizado na
região Nordeste, demonstrou que 50,5% dos
79
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Saúde Mental
80
Capítulo 8
Saúde Mental
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Research, Clinical and Forensic Applications. New
Jersey: Humana Press, 2001, 425 p.
81
Capítulo 9
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1 Enfermeira. Mestre em Saúde da
Família pelo Centro Universitário CRIS ARAGÃO MELO1
UNINOVAFAPI.
2 Doutora
LUCÍOLA GALVÃO GONDIM CORRÊA
em Políticas Públicas.
Professora do Mestrado Profissional
FEITOSA2
em Saúde da Família do Centro MÁRCIA ASTRÊS FERNANDES3
Universitário UNINOVAFAPI.
3 Doutora em Ciências. Professora
IVONIZETE PIRES RIBEIRO4
Associada do Departamento de
FABRÍCIO IBIAPINA TAPETY5
Enfermagem da Universidade AMANDA ALVES DE ALENCAR RIBEIRO6
Federal do Piauí.
4 Doutora em Medicina Tropical.
Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde; Estratégia Saúde da Família; Assistência à Saúde Mental.
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Saúde Mental
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Saúde Mental
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Capítulo 9
Saúde Mental
ESTRATÉGIA DE BUSCA:
PubMed: 0 (zero)
LILACS: 26
Publicações excluídas após a
SciELO: 17
leitura de títulos e resumos: 06
O estudo não recebeu nenhum tipo de 2012, e finalizando em A16, do ano 2018
financiamento para sua elaboração; ademais, (Tabela 9.1).
não houve conflito de interesses na condução Os manuscritos selecionados foram
de sua construção. sumarizados e classificados de acordo com os
seguintes critérios: ano e tipo de publicação,
RESULTADOS E DISCUSSÃO abordagem temática e categoria profissional
foco da aplicação. Segundo o ano de
A partir da busca nas bases de dados publicação, obteve a seguinte distribuição:
estabelecidas, obtiveram-se 43 estudos. 2012 (2), 2013 (3), 2014 (3), 2015 (1), 2016
Procedeu-se, então, a leitura de todos os (1), 2017 (5) e 2018 (1).
títulos e resumos, respeitando-se os critérios Os manuscritos selecionados foram
de inclusão e exclusão, assim, 16 estudos sumarizados e classificados de acordo com os
foram selecionados para análise detalhada. seguintes critérios: ano e tipo de publicação,
Para melhor identificação dos artigos, foram abordagem temática e categoria profissional
organizados em sequência crescente conforme foco da aplicação. Segundo o ano de
o ano de publicação, iniciando em A1, de publicação, obteve a seguinte distribuição:
85
Capítulo 9
Saúde Mental
2012 (2), 2013 (3), 2014 (3), 2015 (1), 2016 pesquisas; organizaram-se os estudos
(1), 2017 (5) e 2018(1). selecionados em três categorias por adesão
Os resultados foram apresentados em temática ao público-alvo de cada pesquisa, a
categorias de análise e confrontados com a saber: Matriciamento na visão dos
literatura, a fim de se obterem conclusões profissionais; Matriciamento na visão dos
relevantes para a prática profissional e para o usuários e familiares e; Experiências sobre
desenvolvimento de políticas e novas Matriciamento (Tabela 9.2).
N° AUTOR/ANO TÍTULO
Apoio matricial como dispositivo do cuidado em saúde mental
PINTO
A1 na atenção primária: olhares múltiplos e dispositivos para
et al., 2012.
resolubilidade.
BELOTTI & Apoio matricial: cartografando seus efeitos na rede de cuidados
A2
LAVRADOR, 2012. e no processo de desinstitucionalização da loucura.
JORGE Apoio matricial: dispositivo para resolução de casos clínicos de
A3
et al., 2013. saúde mental na Atenção Primária à Saúde.
AZEVEDO Apoio matricial em saúde mental: percepção de profissionais
A4
et al., 2013. no território.
QUINDERÉ Acessibilidade e resolubilidade da assistência em saúde mental:
A5
et al., 2013. a experiência do apoio matricial.
GERHARDT NETO Apoio matricial em saúde mental na percepção dos
A6
et al., 2014. profissionais especialistas.
AZEVEDO Atenção básica e saúde mental: um diálogo e articulação
A7
et al., 2014. necessários.
FORTES Psiquiatria no século XXI: transformações a partir da
A8
et al., 2014. integração com a Atenção Primária pelo matriciamento.
MOURA & SILVA, Saúde mental na atenção básica: sentidos atribuídos pelos
A9
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A10
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O "cabo de força" da assistência: concepção e prática de
KLEIN &
A11 psicólogos sobre o Apoio Matricial no Núcleo de Apoio à
OLIVEIRA, 2017.
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BRANDAO JUNIOR Entre saúde e educação: sobre um ambulatório de saúde mental
A12
et al., 2017. infanto-juvenil.
DANTAS & Apoio Matricial em Saúde Mental no SUS de Belo Horizonte:
A13
PASSOS, 2017. perspectiva dos trabalhadores.
IGLESIAS &
A14 O matriciamento em saúde mental na perspectiva dos gestores.
AVELLAR, 2017.
GARCIA Apoio Matricial na Atenção à Saúde Mental em uma regional
A15
et al., 2017. de saúde, Paraná, Brasil.
BISPO JÚNIOR & Núcleos de Apoio à Saúde da Família: concepções, implicações
A16
MOREIRA, 2018. e desafios para o apoio matricial.
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Capítulo 9
Saúde Mental
CATEGORIAS
ARTIGOS Os dois artigos incluídos nessa
SELECIONADOS
categoria são de análise qualitativa e tiveram
Matriciamento na visão A4, A6, A9, A10, A11, como entrevistados os usuários e os
dos profissionais A13, A14, A15 e A16
familiares. Os principais assuntos
Matriciamento na visão
dos usuários e familiares
A1 e A5 identificados foram: a superação das práticas
medicalizantes e a importância da integração
Experiências sobre
Matriciamento
A2, A3, A7, A8 e A12 das ações de saúde mental na ESF,
estabelecendo inovação das abordagens
psicossociais pela assistência compartilhada
Matriciamento na visão dos
entre equipe, familiares e usuários. Dessa
profissionais
forma, constitui-se uma atenção integral à
saúde, reconhecendo o campo psicossocial
Os nove artigos incluídos nessa
como enfoque indispensável em todas as
categoria são de análise qualitativa,
ações assistenciais e de promoção à saúde,
correspondente a entrevistas com os
estando de acordo com os princípios e
profissionais. Os principais assuntos
diretrizes do SUS.
identificados foram: formação acadêmica,
processo de trabalho em saúde, educação
Experiências sobre matriciamento
permanente, gestão, dificuldades e clínica
ampliada. Essas pesquisas apontam que os
Os cinco artigos dessa categoria são
profissionais pesquisados desenvolvem um
pesquisas qualitativas, nas quais há descrição
cuidado fragmentado e pouco articulado, além
do matriciamento a partir de estudos de casos
de não reconhecerem o matriciamento como
e relatos de experiências. Em uma das
prática do processo de trabalho em saúde;
pesquisas utilizou-se a cartografia –
evidenciam ainda que existe uma
desenhada através dos encontros de
centralização dos cuidados em saúde mental
matriciamento – como método para
nos CAPS, assim como há dificuldades dos
acompanhar os movimentos de transformação
profissionais em exercerem o matriciamento
da paisagem psicossocial. As pesquisas fazem
por sentirem-se despreparados e/ou possuírem
reflexões sobre a importância do cuidado em
pouca infraestrutura nas instituições de saúde.
saúde mental na rede de cuidados primários,
Os artigos sugerem que, para uma
tendo por base o trabalho de apoio matricial
atuação voltada à integralidade, a existência e
na ESF. Mostra-se, portanto, a contribuição
o fortalecimento da educação permanente em
do matriciamento para a interlocução da
saúde possibilitam iniciativas de aproximação
Saúde Mental com a ESF, proporcionando
entre os serviços de saúde mental, a atenção
fortalecimento da rede de cuidados e do
primária e o compartilhamento dos saberes
processo de desinstitucionalização dos
entre os profissionais, contemplando assim a
usuários com transtornos mentais.
metodologia do matriciamento.
Dentre os trabalhos analisados,
percebeu-se a importância do matriciamento
utilizado como ferramenta para articulação e
87
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Saúde Mental
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Capítulo 9
Saúde Mental
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Capítulo 9
Saúde Mental
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Apoio à Saúde da Família: concepções, implicações e FURTADO, J.P. Equipes de referência: arranjo
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Saúde e Educação, Botucatu, v. 11, p. 239, 2007.
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91
Capítulo 10
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
Palavras-chave: Idosos; Depressão; Doenças Crônicas não Transmissíveis; Estratégia Saúde da Família.
92
Capítulo 10
Saúde Mental
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Capítulo 10
Saúde Mental
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Capítulo 10
Saúde Mental
Tabela 10.1. Distribuição do número de idosos acompanhados pela Estratégia Saúde da Família,
segundo o grupo e as variáveis sociodemográficas
Ca Co
Variáveis Valor de p
N % N %
Masculino 31 29,2 50 48,1
1. Sexo 0,005
Feminino 75 70,8 54 51,9
60-69 57 53,8 60 57,7
2. Idade 70-79 39 36,8 37 35,6 0,726
80-98 10 9,4 7 6,7
Solteiro 6 5,7 14 13,5
Casado 59 55,7 62 59,6
3. Estado civil 0,127
Separado/divorciado 13 12,3 9 8,7
Viúvo 28 26,4 19 18,3
Nenhum 28 41,5 42 40,4
1a4 44 41,5 26 25,0
4. Anos de estudo 0,058
5a9 23 21,7 24 23,1
10 a 22 11 10,4 12 11,5
Bairro Alto Novo 36 34,0 23 22,1
5. Procedência Bairro Coelce 35 33,0 36 34,6 0,128
Sítio São Francisco 35 33,0 45 43,3
< 1 salário 10 9,4 7 6,7
6. Renda Familiar
1 salário 57 53,8 47 45,2 0,243
(SM)
> 1 salário 39 36,8 50 48,1
1a2 40 37.7 43 41,3
7. Nº de moradores
3a4 45 42,5 40 38,5 0,825
na casa
5 a 10 21 19,2 21 20,2
95
Capítulo 10
Saúde Mental
Tabela 10.2. Distribuição do número de idosos com sintomas de depressão segundo o grupo, EDG-
15 e variáveis sociodemográficas
Ca Co
Variáveis RC IC P
N % N %
EDG-15 Com indícios de depressão (≥6) 57 53,8 22 21,2 4,3 2,3-7,9 0,003
Masculino 14 45,2 8 16 4,3 1,5-12 0,004
Sexo
Feminino 43 57,3 14 25,9 3,8 1,7-8,2 <0,001
Solteiro 3 50,0 3 21,4 3,6 0,473-28,4 0,201
Casado 29 49,2 11 17,7 4,48 1,9-10,25 <0,001
Estado civil
Separado/Divorciado 7 53,8 2 22,2 4,08 0,603-27,6 0,138
Viúvo 18 64,3 6 31,6 3,9 1,1-13,4 0,028
<1 salário 7 70,0 3 42,9 3,1 0,414-23,3 0,263
Renda
1 salário 30 52,6 16 34,0 2,1 0,971-4,8 0,057
Familiar
>1 salário 20 51,3 3 6,0 16,5 4,4-62 <0,001
Nenhum 15 53,8 14 33,3 2,308 0,865-6,15 0,092
Anos de 1a4 26 59,1 2 7,7 17,33 3,63-82,7 <0,001
estudo 5a9 13 56,5 6 25,0 3,90 1,13-13,1 0,028
10 a 22 3 27,3 0 0 2,5 1,46-4,27 0,052
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Capítulo 10
Saúde Mental
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Capítulo 11
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1Discente do curso de Medicina da
Faculdade de Medicina de Jundiaí.
LÍVIA BONIN FERREIRA1
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fortemente do campo da saúde mental, propõe que a ELA seja uma doença de caráter
envolvendo tanto a Psicologia quanto a multifatorial que envolve, portanto, tanto
Psiquiatria, tendo em vista o sofrimento fatores ambientais quanto genéticos (Figura
emocional que a ELA impõem ao paciente 11.1). Vários fatores parecem contribuir para
desde os primeiros sintomas até a morte. o desencadeamento e evolução da doença,
Trata-se de uma sequência irreparável de incluindo radicais livres oxidativos,
perdas com consequências na vida pessoal, agregados proteicos intracitoplasmáticos,
familiar e social do sujeito, caracterizando apoptose, excitotoxicidade mediada pelo
uma morte lenta, gradativa e dolorosa glutamato e deficiência de fatores
(VOLTARELLI, 2004). neurotróficos. Ressalta-se, ainda, que a
mutação na região q21 do cromossomo 21 está
Etiologia associada a 20% das famílias com ELA de
herança dominante (LEITE et al., 2015).
Apesar de apresentar etiologia ainda
indefinida, a comunidade científica acredita e
Figura 11.1. Pesquisadores tentam identificar marcadores genéticos para a Esclerose Lateral
Amiotrófica
104
Capítulo 11
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Capítulo 11
Saúde Mental
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Capítulo 11
Saúde Mental
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FILIAÇÃO AUTORES
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MÉTODO
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NETO & ELKIS, 2007). De acordo com a 33 bilhões de dólares por ano (HALES et al.,
pesquisa feita no DATASUS, os índices de 2012), o que os especialistas têm chamado de
internações também são prevalentes nas “crise da saúde mental”, em que projeções do
regiões Sul e Sudeste com as taxas de 37,3% The Lancet apontam que as consequências
e 34,5%, respectivamente. Isso comprova que econômicas dos baixos investimentos são
a cultura e o clima são fatores desencadeantes impressionantes, com uma perda estimada de
para o transtorno de humor, de forma que os 16 trilhões de dólares para a economia global
índices do Centro-Oeste e do Nordeste têm devido a problemas mentais (no período de
valores mais baixos por terem características 2010-30) (PATEL et al., 2018),
diferentes. impulsionados em parte pela idade precoce de
O TAB é um problema médico início e perda de produtividade em todo o
crônico, no qual a intervenção farmacológica curso de vida, salientando a necessidade do
é necessária e imprescindível, mas não diagnóstico precoce em suas fases mais
suficiente para a recuperação e sua brandas, triagem, rastreamento e
manutenção. A psicoeducação do paciente, da encaminhamento para o tratamento adequado
família ou do cuidador é fundamental e tem com o especialista a fim de melhor qualidade
por objetivo oferecer informações sobre a de vida dos acometidos e seus impactos na
doença, seu prognóstico e as opções de economia.
tratamento, propiciando maior entendimento
do processo terapêutico e aumentando a CONCLUSÃO
adesão (ROSO et al., 2005). Isso pode ser
feito diretamente pelo médico ou por meio de Os transtornos de humor são um
encontros psicoeducacionais, muitas vezes problema de Saúde Pública e afetam
promovidos por associações de pacientes ou negativamente a qualidade de vida do
instituições da rede pública assistencial, assim indivíduo. Dessa forma, é fundamental a
como pelo fornecimento de folhetos compreensão por parte da população,
educativos, livros e sites na internet familiares e profissionais de saúde.
(MORENO & ANDRADE, 2005; LOUZÃ Ademais, conforme foi observado, a
NETO & ELKIS, 2007). De forma que essas Região Sul foi a que apresentou maior número
medidas preventivas servem para as outras de internações por transtornos de humor,
formas de transtornos, além do TAB visando enquanto que o menor número esteve presente
evitar problemas futuros. na Região Norte. Isso nos mostra que o
Nos Estados Unidos, o custo destinado conhecimento epidemiológico é importante
ao tratamento dos transtornos de humor é para que os gestores municipais façam
estimado em 12 bilhões de dólares por ano, e planejamento de ações em saúde e trabalho,
o custo da perda de renda e de produtividade para maior qualidade dos serviços oferecidos.
em decorrência desses é de aproximadamente
111
Capítulo 12
Saúde Mental
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112
Capítulo 13
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente – Medicina da PRISCYLLA FRAZÃO RODRIGUES1
Universidade Federal do Delta do
Parnaíba. OLÍVIO JOAQUIM FONSECA NETO1
2. Discente – Medicina da JOÃO VICTOR CARVALHO BARBOSA1
Universidade Estadual do Mato
Grosso do Sul
ISABELLA CABRAL FERRAZ1
3. Discente – Medicina na CLÁUDIO VINÍCIUS BARROSO QUEIRÓS
Universidade Federal de Alagoas DE LIMA1
4. Discente – Medicina no Centro
Universitário CESMAC
PEDRO HENRIQUE DE SOUZA2
5. Discente – Medicina no Instituto RAPHAELA DA PENHA LINS3
Tocantinense Presidente Antônio RONALDO DE ATAIDE NICACIO SILVA3
Carlos
EVELYN AMORIM DIAS PASSOS3
MANOEL PEDRO DE FARIAS SEGUNDO4
ELLEN DAYANNE BARROS SILVA3
GUILHERME SILVA DE MELO5
NADILLY SOBRAL MONTEIRO DOS
SANTOS3
NATHÁLIA LOPES DE OLIVEIRA3
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Capítulo 13
Saúde Mental
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Capítulo 13
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Figura 13.1. Fluxograma das etapas do processo de seleção dos artigos para revisão
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Capítulo 13
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Capítulo 13
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quando os dados são divulgados pelas redes potencial de amadurecimento físico, mental e
sociais (CHASSIAKOS, 2016; LA TORRE et psicossocial evitando, ao máximo, as
al., 2020). consequências catastróficas desses problemas.
De acordo com os estudos analisados,
CONCLUSÃO o acesso facilitado não deve estimular
posturas não educacionais e atitudes
Diante dos objetivos delineados pelo antissociais - visto que observamos, por vezes,
presente artigo, observa-se que, apesar dos o afastamento do “mundo real” e a
variados benefícios adquiridos com advento e dependência das mídias sociais - assim como
evolução das novas tecnologias - como a engatilhar sofrimento psicológico,
possibilidade infinita de aprendizado e desencadeado por comparações e percepções
aproximação de pessoas -, há uma intrínseca errôneas de um mundo online perfeito. Essas
relação entre o aumento de distúrbios de questões, comumente presentes, apenas
desenvolvimento e de saúde mental no contribuem para o desenvolvimento das
público infantojuvenil e o uso desenfreado das enfermidades supracitadas. Em virtude disso,
mídias digitais. a participação familiar se constitui como
A exposição excessiva, cada vez mais essencial nesse controle, sempre considerando
cedo, às novas mídias sociais está associada às a idade e o tipo de conteúdo consumido
crescentes taxas de distúrbios de ansiedade, adequados em cada caso.
pânico, depressão e ideação suicida. Assim, Sugere-se, por fim, maior exploração
urge que o seu uso seja realizado junto aos deste importante tema como forma de, no
pais, com equilíbrio e moderação, a fim de que futuro, melhor apoiar a saúde mental das
crianças e adolescentes apresentem pleno novas gerações na era digital.
119
Capítulo 13
Saúde Mental
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120
Capítulo 14
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente do Curso de
Fisioterapia da Universidade VITÓRIA GABRIELE BARROS DE ARAÚJO¹
Estadual do Piauí - UESPI
2. Discente do Curso de JORGYANNE GONZALEZ COSTA1
Fisioterapia do Centro BÁRBARA LEITE DA SILVA1
Universitário UniFacid. ALANA MENESES LEAL FONSÊCA1
3. Fisioterapeuta pelo Centro
Universitário Santo Agostinho JOÃO VICTOR VIEIRA DE BRITO SILVA1
ALICE BENICIO DO NASCIMENTO1
MARIA CLARA GOMES DOS REIS1
ANA PAULA DE CARVALHO SOUZA1
RAMIRES DOS SANTOS MORAES2
NÁGILA SILVA ALVES3
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Capítulo 14
Saúde Mental
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126
Capítulo 15
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1 Discente do Curso de Medicina da LARA ALIPRANDI ROCHA¹
Universidade Vila Velha.
ENZO BOECHER HORSTH 1
CINDY SICYLIA DAMM SEPÚLVIDA1
EDUARDO CASELLA MARQUES1
LUISA COLNAGHI PADILHA1
CARLOS EDUARDO FAVORETTI DE SOUZA1
127
Capítulo 15
Saúde Mental
128
Capítulo 15
Saúde Mental
psiquiátricos, por volta do século XII, eram indivíduo reorganiza diversos elementos de
utilizadas manifestações artísticas como sua prática, agregando-os de modo
dança música, narrativas de contos e diferenciado e, dessa maneira, criando o novo.
espetáculos como forma de cura da alma Pode-se concluir que, para facilitar o trabalho
(PEREIRA & FIRMINO, 2010). em arteterapia é importante a utilização de
Pode-se entender que, uma condição materiais expressivos diversos, pois assim,
fundamental para a criação em arte é formar abrange muitas possibilidades e propicia
uma reflexão de sentido, talvez um centro liberdade de escolha aos pacientes. Esses
interior avaliador. Então a criação instrutiva materiais podem servir para estimular a
torna-se terapêutica. Neste sentido, entende-se criatividade, e posteriormente desbloquear e
que as práticas artísticas podem funcionar trazer à consciência informações
como terapia, pois, a viabilidade e anteriormente inutilizadas.
importância da arte como tratamento na área Este lado inexplorado da psique
de saúde mental é uma prática que vem somar humana ao se externar poderá contribuir para
ao acompanhamento medicamentoso e a expansão de toda a estrutura psíquica.
tratamento psicoterápico individual, propondo Através destes materiais, tintas, pincéis, dos
uma quebra das práticas psicológicas materiais para colagens, da modelagem, da
convencionais. dobradura, máscaras, de materiais naturais,
como folhas, flores, sementes, cascas de
Prática da Arteterapia árvores ou da aproximação e experimentação
com elementos vitais como a água, o ar, a terra
Embora haja possibilidade de e o fogo e inúmeras outras possibilidades
desenvolvimento a partir de inúmeros criativas, talvez assim surjam as
alusivos teóricos, a arteterapia é definida em características necessárias, para que cada
todos eles por uma característica comum: a indivíduo entre em contato com aspectos a
utilização da arte como meio à expressão da serem aprendidos e moldados (PEREIRA &
subjetividade. O guia central é que a FIRMINO, 2010).
linguagem artística contempla as experiências Portanto, entende-se a arteterapia
interiores, ampliando, dessa maneira, a como prática que tem por finalidade resgatar
consciência acerca dos fenômenos subjetivos. a criatividade na vida, ou seja, somar para que
A arteterapia não tem como finalidade a o indivíduo aprenda a lidar com as limitações
produção estética em si, ou seja, a produção que a vida lhe impõe, tomando o
artística não visa ser perquirida por seu valor protagonismo de sua própria vivência.
estético como obra de arte, ainda que
subsequentemente possa ser reconhecida Arteterapia e a saúde mental
como tal pelo público (REIS, 2014).
Outro ponto pertinente as variadas A arteterapia, embora seja uma prática
abordagens é o reconhecimento da função relativamente nova no Brasil, já possui
terapêutica inerente à própria laboração comprovação experimental de sua eficácia.
artística e profundamente ligada à Tomando por objeto a experiência de um dos
criatividade. A criação, propriamente dita, é grupos terapêuticos desenvolvidos no Centro
entendida como um processo no qual o de Atenção Psicossocial (CAPS) da Secretaria
129
Capítulo 15
Saúde Mental
Executiva Regional III - órgão da Prefeitura suas criações, ponderando sobre suas
Municipal de Fortaleza -, que funciona em essências, desde os primórdios da
parceria com a Universidade Federal do Ceará representação artística. É possível afirmar,
(UFC). Esse grupo se utiliza dos processos de através de tais resultados, que as pessoas
criação artística e de ações culturais como submetidas ao processo de criação da arte
meios de promover a saúde mental apresentaram melhoras expressivas em seus
(COQUEIRO et al., 2010). quadros de sofrimento psíquico, visto que a
Em fevereiro de 2008, foi criado o arteterapia tem como base a promoção de
grupo de arteterapia intitulado Amigos da relações interpessoais e o autoconhecimento,
arte. A princípio, o grupo contava com 15 características que por sua vez são
membros, dentre homens e mulheres, com fundamentais para ressignificar a ótica pela
idades variando de 20 a 54 anos. O estímulo qual enxerga-se o mundo e suas imposições.
terapêutico inicial teve duração de oito meses,
apresentando resultados com níveis Musicoterapia
empiricamente satisfatórios quanto à
constância psíquica dos integrantes do Conceito
projeto. Apesar de não ter critérios específicos
para o ingresso nesse grupo, priorizou-se Musicoterapia é a utilização da música
aqueles que manifestavam algum interesse e dos seus elementos por um musicoterapeuta
pela arte, visto que para um estudo qualificado com um cliente ou grupo como
experimental, esses indivíduos poderiam ser facilitadora e promotora da comunicação,
melhor avaliados já que traziam consigo, relação, aprendizagem, mobilização,
maior apreço pela produção artística. expressão, organização, integração intra e/ou
Durante as sessões, foram utilizadas interpessoal no sentido de alcançar
duas maneiras diferentes, a proceder de necessidades físicas, emocionais, mentais,
acordo com o estado mental dos participantes sociais e cognitivas para uma melhor
no momento da reunião, ou seja, se a maior qualidade de vida por meio da prevenção,
parte das pessoas apresentava certo grau de reabilitação ou tratamento (REJANE et al.,
inquietação, era utilizada a técnica de 1996).
relaxamento com sons instrumentais, visando
a redução dos níveis de tensão entre aqueles História
pacientes, permitindo maior fluência
emocional e criando um ambiente de profundo A música foi utilizada de diferentes
contato com os sentimentos. De maneira formas ao longo da história até ser
distinta, se os participantes demonstravam profissionalizada como uma terapia. Na pré-
prostração do humor, eram empregadas história existiam dois pensamentos sobre a
técnicas de expressão corporal através de música: (1) servia para exprimir sentimentos
interações coletivas, agitações corporais com (PAHLEN, 1965); (2) estava ligada aos rituais
músicas, visando aperfeiçoar os potenciais e à comunicação diária (SCHNEIDER, 1957,
emocionais. apud HOLANDA & PUCHIVAILO, 2014).
Ao fim de todo o fazer criativo, os Na Antiguidade, ela era relacionada à
participantes eram impulsionados a observar magia e às divindades, havendo mais indícios
130
Capítulo 15
Saúde Mental
de seu uso no Egito e na Grécia Antiga. No da música poderiam recuperar normas morais,
Egito é onde se encontrou o primeiro comportamentos socialmente adaptáveis e
documento escrito registrando a influência da despertar emoções em seus pacientes, logo,
música no corpo humano (BLASCO, 1999; ele a recomendava aos seus pacientes como
SCHNEIDER, 1957, apud HOLANDA & forma de tratamento psiquiátrico, o que foi
PUCHIVAILO, 2014). disseminado na época (COSTA, 1989).
Na Grécia Antiga ela era considerada A musicoterapia usada como profissão
a Arte das Musas, forma de revelação divina teve seu início em meados do século XX, no
importante para harmonização do corpo e da contexto da Segunda Guerra Mundial, quando
mente (TYSON, 1981), o que chama atenção, foi usada para recondicionamento físico e
pois, Platão já a considerava importante para educacional por meio de terapia ocupacional,
a obtenção da saúde mental e física, sendo que de reabilitação e de recuperação física e
o primeiro uso terapêutico da música vem dos emocional dos soldados egressos da Segunda
gregos Zenocrates, Sarpender e Arion, os Guerra Mundial (TYSON, 1981; BRUSCIA,
quais tocavam harpa para reduzir os surtos 2000; CHAGAS & PEDRO, 2008). Em 1950
violentos de pessoas com manias, evitando o foi criado A Associação Nacional para
uso da força física (PODOLSKY, 1954, apud Musicoterapia (NAMT) em Nova Iorque,
HOLANDA & PUCHIVAILO, 2014). tendo como objetivos comuns em hospitais
Na Idade Média a música era utilizada psiquiátricos: aliviar tensões, estabelecer
quase estritamente para fins religiosos, relações interpessoais, promover o
entrando para os currículos das faculdades autoconhecimento e melhorar a autoestima
relacionando-a com a teologia no século XII (GASTON, 1968, apud HOLANDA &
(COSTA, 1989). No século XIII (“epidemia PUCHIVAILO, 2014).
da dança”) creu-se que a música e a dança, Na década brasileira de 1970 surgiram
curavam o tarantismo. o primeiro curso de especialização em
Na renascença a música e a medicina musicoterapia na Faculdade de Artes do
eram associadas através do resgate da teoria Paraná, e o primeiro curso de graduação em
dos quatro humores por meio da musicoterapia no Conservatório Brasileiro de
correspondência entre a música e o equilíbrio Música (CBM) no Rio de Janeiro. Alguns
dos quatro elementos (água, fogo, terra e ar) nomes importantes para a musicoterapia no
comparados aos quatro humores e Brasil foram Professora Clotilde Leinig e o
temperamentos, sendo ela utilizada como médico, psiquiatra, psicanalista e
prevenção de doenças na época (TYSON, musicoterapeuta Rolando Benenzon. A
1981). primeira abordava as ações da musicoterapia
Com o advento do Empirismo no fim nas neuroses e nas psicoses esquizofrênicas e
do século XVIII era abordando os efeitos dos maníaco-depressivas em seu “Tratado de
sons no sistema sensorial humano (TYSON, Musicoterapia”. O segundo descrevia como
1981), sendo que Pierre-Joseph, Buchooz objetivos da musicoterapia a abertura de
investigou sobre a ação da música sobre as canais de comunicação para facilitar a
fibras musculares de melancólicos. Nos introdução de outras terapias, de forma que,
séculos XVIII e XIX, o médico Jean-Étienne assim, a musicoterapia estaria atuando como
Esquiron acreditava que a ordem e a métrica coadjuvante e potencializadora de catarses.
131
Capítulo 15
Saúde Mental
Prática da musicoterapia
Musicoterapia e saúde mental
A prática da Musicoterapia se utiliza
de alguns caminhos nomeados por Bruscia No tópico sobre a história da
(2000) como “experiências musicais” musicoterapia foi possível entender como a
(recreação; improvisação; composição e música estava relacionada à saúde das pessoas
experiências receptivas) os quais são de forma que as comunidades se beneficiavam
associados a diferentes metodologias de da música para harmonizar o corpo e mente,
aplicação: Metodologia Benenzon - reduzir surtos e prevenir doenças, por
musicoterapia como campo da medicina exemplo. Além da atuação técnica, por meio
acreditando que todo indivíduo possui uma dos métodos musicoterápicos, ela pode atuar
identidade sonora singular e exclusiva que socialmente ligada à promoção de saúde
pode ser herdada de forma gestáltica, coletiva como musicoterapia comunitária
universal, cultural, grupal e complementar; (ARNDTL & MAHEIRIE,2019) no cotidiano
Modelo Nordoff-Robins - musicoterapia de comunidades para recriar realidades de
criativa que acredita que todo sujeito possui vulnerabilidade, garantir cidadania, parceria e
musicalidade e dedicou estudos a crianças coletividade investindo em processos de
portadoras de necessidades especiais emancipação de grupos subordinados por
utilizando da improvisação para transpor os meio do trabalho nas formas como os sujeitos
limites dos quadros patológicos, colocando-a são historicamente vistos, ouvidos e
no lugar de criadora ativa; Imagens guiadas e compreendidos considerando seu contexto
música - prática clínica individualista e comunitário, aspectos culturais e sociais.
subjetiva em que a música exerce um papel de A revisão de artigos científicos quanto
coterapeuta induzindo uma experiência a tratamentos musicoterápicos mostra que a
atemporal e estados de consciência que musicoterapia traz um atendimento mais
favorecem a criação de imagens; não é humanizado e restaura funções fisiológicas.
indicada para pacientes portadores de Isso é possível pois a música estimula
transtorno mental grave; Musicoterapia diferentes áreas cerebrais resultando em
Analítica - música de forma analítica por meio potencial relaxamento corpóreo, o qual
de improvisações como ferramenta para influencia diretamente no ritmo respiratório,
acessar conteúdos inconscientes, batimentos cardíacos, secreções glandulares e
possibilitando sua externalização para hormonais. Observou-se que os benefícios
posterior análise; Modelo de Musicoterapia que se destacam nos pacientes que adotaram a
Behaviorista - assume que o comportamento musicoterapia foram: recuperação da
humano é resultado dos estímulos ambientais autoconfiança e autoestima, alívio do estresse,
externos, colocando a música como potencial conforto, redução da ansiedade e angústia,
modificador comportamental objetivando o melhora do humor, serenidade, sistema
controle de comportamentos agressivos ou imunológico fortalecido e, bem-estar
estereotipados por parte de sujeitos com psíquico, fator primordial no conceito de
deficiência mental (ARNDTL & saúde.
MAHEIRIE,2019).
132
Capítulo 15
Saúde Mental
combatentes feridos com o intuito de trazer mais aprofundados perante sua utilização na
um alívio para eles, ela formou um obstetrícia, após indícios de benefícios na
“microambiente” adequado para o processo utilização de óleos essenciais refletindo na
de cura. Ao trazermos para os cuidados com a diminuição da ansiedade e da dor no pré e pós-
Saúde Mental, podemos por meio da parto.
aromaterapia alterarmos ambientes opressivos Mesmo cada indivíduo possuindo uma
e monótonos como por exemplo: hospitais e vivência diferente, gerando memórias afetivas
centros de saúde, ao em conjunto com os únicas, foram observados padrões de reações
pacientes escolhermos aromas que evoquem de melhora perante a administração de alguns
memórias e bons sentimentos. óleos durante aromaterapia no cuidado da
A segunda teoria de Enfermagem a saúde mental de diversos paciente.
respeito da Aromaterapia é a teoria de Jean Em pacientes com ansiedade, diversos
Watson. Segundo Watson a cura é otimizada óleos podem ser utilizados. Os óleos de
pelo cuidado transpessoal, pelo toque, de lavanda, camomila, manjerona doce e
modo que a aromaterapia deve ser exercida bergamota aumentam o relaxamento do
em conjunto com toque, massagem ou indivíduo, sendo muito utilizado para o
aplicação suave na pele para que haja essa tratamento de ansiedade. Pacientes com
conexão humano. Ainda na perspectiva desta relatos de traumas emocionais passados são
teoria vale ressaltar que o objetivo final não é normalmente manejados com óleos essenciais
apenas a cura, mas sim uma restauração do de melissa, gerânio e Ylang-Ylang, pois esses
ser. OE estabilizam os eventos emocionais, além
A terceira teoria é baseada no de aumentar a autoestima destes pacientes.
princípio que não é possível separar o ser Pacientes com depressão são submetidos a
humano do meio que ele vive, onde há uma óleos de Ylang-Ylang, bergamota pois esses
constante troca de energia. Ao partir do possuem ação normalizadora e relatos de
princípio supracitado a aromaterapia melhora dos estados de depressão e tristeza
representa a inter-relação das pessoas e (TABATABAEICHEHR & MORTAZAVI,
plantas. As plantas estão representadas nos 2020).
OE onde o padrão de energia da planta está Outros óleos podem ainda trazer maior
codificado e realiza uma troca com o padrão segurança ao paciente (Patchouli), entre
de energia das pessoas. outras alterações de humor.
134
Capítulo 15
Saúde Mental
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Capítulo 15
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Capítulo 15
Saúde Mental
tratamento homeopático na depressão restrito disseminadas para o Ocidente foi a Ioga, uma
(PILKINGTON et al., 2005). prática que foi transmitida por meio da fala
Corrobora-se essa linha de por milhares de anos, na qual concede ao
pensamento a partir de uma investigação de desfrutador um caminho para a alegria interior
casos controlados aleatórios que avaliaram a e uma harmonia exterior. No início, além do
eficácia do tratamento homeopático ao caráter oral, ela era explicada por meio de
transtorno de déficit de atenção com analogias e símbolos, por isso sua origem
hiperatividade (TDAH), em que os grupos exata é complexa e ainda misteriosa, com
participaram das mesmas reuniões com o relatos de ser um “presente divino”.
homeopata, o qual podia manejar as drogas No Brasil, a Ioga ainda é algo recente,
homeopáticas e sua concentração no datando pouco menos de cem anos. A
transcorrer das 18 semanas de teste (JACOBS disseminação dessa prática no país é algo
et al., 2005). Os participantes foram ainda incerta, pois foi marcado por uma
selecionados aleatoriamente para receber o integração de costumes nacionais com os
medicamento homeopático ou o placebo. textos indianos traduzidos de forma não
Observou-se que ambos os grupos evoluíram fidedigna.
no decorrer da pesquisa, entretanto, sem uma Por conta de sua origem milenar, a
diferença significativa entre o grupo placebo e Ioga possui inúmeras vertentes que combinam
o grupo com medicamento homeopático ativo. características e objetivos distintos, o que leva
É evidente a existência de eficácia da ao praticante escolher a que mais se enquadra
homeopatia na saúde mental, tanto no nos ideais a serem alcançados. Dentre elas, as
tratamento da depressão, quanto em ansiedade principais são: raja (a Ioga real); hatha (a Ioga
e no TDAH. Muitos estudos abrangem essa do esforço extremo, ou, na tradução literal,
problemática, apesar de alguns demonstrarem Ioga do Sol e Lua); jnana (a Ioga do
risco de serem tendenciosos. Apesar disso, a autoconhecimento); mantra (a Ioga das
homeopatia se depara diante de um grande palavras sagradas, servindo como uma prática
impasse no que tange aos métodos de devocional) e laya (a Ioga da dissolução
comprovação tradicionais, como o estudo com através de uma concentração profunda)
um grupo de controle placebo em detrimento (SARASWATI, 2004). Dentre essas, a hatha
de análises de caso, o que coloca em xeque Ioga é a mais conhecida atualmente, embora
suas bases metodológicas. tenha se adaptado e adquirido abrangências
maiores que a prevista na Antiguidade.
Ioga A hatha Ioga é uma forma mais
voltada para as posturas corporais – asanas –
A prática da ioga que se adaptam de acordo com as condições
físicas do indivíduo, mas sempre de acordo
A civilização da Índia antiga, com as diretrizes anatômicas especificas.
principalmente através do Hinduísmo, é muito Quando feitas da maneira correta, as asanas
conhecida por suas práticas e rituais são um poderoso e eficaz modo de refinação
espirituais, por serem capazes de desbravar o da fisiologia, sendo capazes de tratar diversas
interior para conhecer melhor o exterior. Uma disfunções fisiológicas. É importante salientar
dessas conquistas mais fortemente que a Ioga sozinha, embora se envolva com a
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Capítulo 15
Saúde Mental
mente e o corpo físico, não é capaz de curar municípios do país e em todas as capitais
definitivamente o indivíduo afetado por (BRASIL, 2020).
comorbidades psíquicas.
Na contemporaneidade, a Ioga como Ioga e a saúde mental
forma terapia física e mental, através de seus
ideais holísticos de harmonia e unificação é Um estudo clínico indiano comparou a
algo poderoso e eficaz. Já existem relatos de evolução de pacientes do ambulatório de
eficácia, associado ao trabalho medicinal, de psiquiatria com depressão: um grupo recebeu
doenças como asma, diabetes, hipertensão tratamento exclusivamente com
arterial, artrites, depressão, síndrome do medicamentos e outro teve, aliado à
pânico, dentre inúmeras outras na qual a medicação, a prática de Ioga. Ao longo de três
ciência convencional – sozinha – não obtém meses, foram observadas melhoras
êxito (SARASWATI, 2004). Além disso, significativas no curso da depressão nos
também se observa a Ioga como uma válvula pacientes que realizaram a prática da Ioga
de escape para a atual e estressante vida (HALAPPA et al., 2018).
moderna, em que o praticante pode se Paralelo ao estudo acima, foi
reconectar consigo mesmo e realinhar o corpo observado os efeitos da Ioga em pacientes
após horas sentados em posições hostis de com depressão severa em São Francisco,
frente para computadores, por exemplo. Califórnia. Foi separado um grupo de 38
Como forma de incentivo e pacientes com Inventário de Depressão de
propagação, em 2014, a Assembleia Geral da Beck (BDI) médio de 20,98 pontos, e ofertou
ONU (Organização das Nações Unidas) durante 8 semanas aulas de Ioga. Após o
reconheceu a Ioga como uma abordagem tempo estabelecido, mediu-se novamente as
holística para a saúde e bem-estar, e pontuações do BDI e foi exibido um declínio
determinou o 21 de junho como o dia drástico apontando uma nova média de 11,51
internacional da Ioga. Em paralelo a isso, o pontos no grupo praticante (PRATHIKANTI
órgão na ONU, a UNESCO elegeu a Ioga et al., 2017). Existem diversos estudos que
como um dos 13 patrimônios imateriais da apontam resultados semelhantes a esse,
humanidade, ressaltando seus ganhos trazidos associando a Ioga como algo extremamente
para a sociedade ao longo de toda a sua benéfico para a terapia contra à depressão.
história. Em segunda instância, foi publicado
Na esfera brasileira, o Ministério da um ensaio clínico na revista JAMA Psychiatry
Saúde por meio das Práticas Integrativas e que analisou a eficácia da prática de Ioga no
Complementares em Saúde (PICS), tratamento do transtorno de ansiedade
reconheceu alguns recursos terapêuticos como generalizada. O resultado confirmou a
forma de prevenção de doenças e recuperação hipótese de que a Ioga, quando aliado a terapia
de saúde. Dentre as práticas abordadas está a cognitivo-comportamental, garante eficácia
Ioga, o que a torna presente, segundo a no controle e redução da ansiedade em adultos
política, em todas os pontos de atenção à (SIMON et al., 2020).
saúde do SUS, principalmente na Atenção Em um estudo envolvendo apenas
Primária. Embora ainda esteja longe do ideal, pacientes do sexo feminino, promovido pela
as PICS estão presentes em 77% dos Universidade de Hong Kong e pela
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Capítulo 15
Saúde Mental
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Capítulo 15
Saúde Mental
ocorre uma sensação chamada Deqi, que tratamentos a fim de obter uma boa saúde
significa captura de energia vital e que é mental. Conforme Han Jisheng, fundador do
descrita como um “choque”, considerada Centro de Pesquisa em Neurociências da
essencial para a obtenção dos efeitos Universidade de Beijing (China), descobriu
analgésicos da acupuntura. em 1972, a acupuntura é capaz de modificar
A região do acuponto está em relação neuroquimicamente o sistema límbico
íntima com terminações nervosas sensoriais, (relacionado às emoções) ao induzir o
nervos, vasos sanguíneos, tendões, periósteos encéfalo e a medula espinhal a produzir uma
e cápsulas articulares (WU, 1990). Dessa ou mais substâncias capazes de modificar o
maneira, sua estimulação possibilita acesso limiar da dor (aumento do nível de
direto ao sistema nervoso central (FARBER & serotonina), sendo, desse modo, indicada para
TIMO-IARIA, 1994). o tratamento de depressões, enxaquecas e
Estudos morfofuncionais alguns quadros de esquizofrenia, evitando os
identificaram plexos nervosos, elementos efeitos colaterais dos antidepressivos
vasculares e feixes musculares como sendo os tricíclicos. Ademais, outros estudos
mais prováveis sítios receptores dos constataram o aumento da melatonina e a
acupontos. Outros receptores encapsulados, significativa redução da insônia e ansiedade
principalmente o órgão de Golgi do tendão e em pacientes tratados com acupuntura durante
bulbos terminais de Krause também podem cinco semanas (SPENCE et al., 2004).
ser observados. Além disso, diversos O reconhecimento dessa prática
trabalhos têm demonstrado grande número de alcança a Atenção Primária do SUS que a
mastócitos nos acupontos (HWANG, 1992). oferece em razão das Política Nacional de
A estimulação dos pontos de Práticas Integrativas e Complementares
acupuntura resulta em degranulação de (PNPIC), política pública da qual integram 29
mastócitos, ativação da cascata inflamatória, procedimentos incluindo os citados nesse
alterações de fluxo sanguíneo e linfático e na capítulo. Para ter acesso a uma das práticas
condução de impulsos nervosos ao sistema integrativas basta procurar a Unidade de
nervoso central. Ocorre então, uma resposta Saúde Básica (UBS) mais próxima, se
local que se espalha ao longo de tempo por informar sobre disponibilidade e horários e
todo eixo neural, provocando diversas marcar uma consulta, ainda que nem todas as
alterações bioquímicas no sistema nervoso e atividades previstas pelo SUS estejam
muitas vezes em todo o corpo (XIE & presentes em todas as unidades.
PREAST, 2007).
Benefícios e contraindicações
Acupuntura e a saúde mental
Quanto às vantagens da acupuntura
No que concerne a desordens temos: aplicabilidade em diversas doenças;
psicoterápicas, ao averiguar a literatura é tratamento seguro e simples; dispensar o alto
nítido como a acupuntura tornou-se objeto de consumo de fármacos em certas doenças;
pesquisa e investigação por muitos melhor prognóstico dos que a utilizam; efeitos
especialistas da área da saúde, destacando positivos na qualidade de vida. É
evidências da sua eficácia em diversos contraindicado o tratamento com acupuntura
140
Capítulo 15
Saúde Mental
141
Capítulo 15
Saúde Mental
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Capítulo 16
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1Médica.
HANNAH BARBOSA LOPES DOS ANJOS1
ICS-Funorte, 2020. Montes
Claros, MG.
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Capítulo 16
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145
Capítulo 16
Saúde Mental
C. Essas queixas não podem ser com TDC tinham algum familiar de primeiro
caracterizadas como outro transtorno mental, grau com TOC (GABBAY et al., 2003).
como a anorexia nervosa (DSM-IV, 1994). A teoria psicanalítica sugere que o
TDC emerge de situações em que indivíduos
Os defeitos concentram-se
ansiosos, perfeccionistas e tristes são mais
principalmente na cabeça e no rosto. Porém,
suscetíveis a desenvolver esse transtorno. A
qualquer parte do corpo pode ser foco de
isso acrescentam-se as experiências vividas,
preocupação, podendo, inclusive, acometer
criando-se personalidades suscetíveis com
múltiplas áreas simultaneamente. A queixa,
baixa autoestima, insegurança, introversão,
pode ainda, se apresentar de forma vaga como
dificuldade para as relações interpessoais,
um sentimento de feiura generalizada
neuroses, obsessões, pais críticos e severos, e
(BARROS, 2014). Em mulheres, pode
traumas infantis (ROSS & GOWERS, 2011).
associar-se a transtornos alimentares ao passo
O tratamento da patologia envolve
que, nos homens, a preocupação com os
farmacoterapia associada a psicoterapia .O
genitais e a dismorfia muscular, é comum,
tratamento farmacológico mais promissor
gerando a falsa ideia de possuir uma estrutura
parece ser dos inibidores da recaptação da
corporal muito pequena ou insuficientemente
serotonina, como clomipramina e fluoxetina,
musculosa (SHEVAUGN et al., 2018).
os antidepressivos mais comumente usados.
Estima-se que 1% a 3% da população
Em se tratando de psicoterapia, de maneira
geral sofram de TDC e estudos concluem que
geral, os sintomas psicológicos e a autoestima
homens e mulheres apresentam similaridades
apresentam alguma recuperação com a terapia
quanto à maior parte dos aspectos clínicos e
cognitivo-comportamental (TCC).
demográficos. Em geral tem origem na
Nesse tipo de tratamento, é dada uma
adolescência, época em que o indivíduo está
nova forma ao TDC, por meio de mudanças
mais preocupado com a autoimagem e com a
de pensamento acerca da aparência física. O
vida social, embora existam relatos da sua
paciente é desestimulado a buscar defeitos no
ocorrência na infância. A média de idade de
próprio corpo e incentivado a diminuir a
início é aos 17 anos, e os pacientes podem
importância das características físicas. Outros
sofrer por até 11 anos antes de procurar por
tipos de terapia psicológica podem ser
tratamento específico.
utilizados, como a psicanálise, dependendo do
Pode ocorrer um segundo pico de
grau do comprometimento psicológico do
incidência, somente em mulheres, durante a
paciente com TDC e as limitações sociais e
menopausa (AMERICAN PSYCHIATRIC
relacionais que provoca em seus portadores,
ASSOCIATION, 2000).
levando-se em conta também a própria
Dentre as principais causas do TDC
escolha do paciente pela linha de tratamento
estão os fatores genéticos. Dentre os
em saúde mental e a disponibilidade de
indivíduos acometidos, 8% têm algum
profissionais preparados para receber esse
membro da família com esse diagnóstico
tipo de demanda (NEZIROGLU & CASH,
durante a vida, o que representa de 4 a 8 vezes
2008).
a prevalência na população geral. O TDC
Diante desses dados e ciente do
compartilha a hereditariedade com o
impacto negativo que o TDC produz,
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), com
associado ao desconhecimento por parte de
estudos demonstrando que 7% dos pacientes
146
Capítulo 16
Saúde Mental
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Capítulo 16
Saúde Mental
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Capítulo 16
Saúde Mental
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149
Capítulo 17
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Pós-graduada em ALINE NELI DOS SANTOS¹
Neuropsicopedagogia Institucional
pelo Instituto Nacional de Ensino e
Metodologia do Ensino de Artes pela
FAVENI/ES.
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Louv (2016) registrou que as pesquisas Que se pode referir ao holismo, à filosofia que
busca tudo abranger. Etimologia (origem da
também mostraram que apesar das meninas palavra holístico). Holista + ico (HOLÍSTICO,
terem menos propensão a desenvolverem o 2020)
TDAH, elas são beneficiadas com a interação
A palavra holístico vem do termo
com a natureza em muitos aspectos positivos,
holos, que em grego significa "todo" ou
dentre eles: ter mais controle dos seus
"inteiro".
impulsos, melhoras no aprendizado escolar e
Podemos refletir por meio do conceito
mais segurança para enfrentarem a pressão
da palavra holístico como é fundamental
dos colegas, resolvendo os conflitos de
entender os fenômenos inteiramente, em seu
maneira mais inteligente e harmoniosa. A
estado completo. Assim sendo, é possível
melhora que a natureza proporcionou no
relacionar a necessidade de estender a
comportamento das crianças em relação aos
compreensão holística ao ser humano e todas
adultos é muito instigante, pois muitas vezes
as suas dimensões integradoras que
há dificuldades geracionais que permeiam a
possibilitam a construção do seu processo de
relação dos adultos com os mais jovens e dos
aprendizado que é único e singular para que
mais jovens com os adultos, pelo próprio
ocorra o seu desenvolvimento total. O
contexto histórico da humanidade e pelos
desenvolvimento humano holístico por visar à
ciclos distintos de existência.
formação do cidadão integral está integrado
Um dos fatores interessantes também
com a vida no mundo e no universo.
que a pesquisa da Universidade de Illinois
A Neurociência está contribuindo
evidenciou foi à estratégia de envolver os pais
muito com o conhecimento sobre o SNC, por
nas ações da escola através da orientação
investigar como o cérebro funciona e opera,
informal para que os mesmos continuem
estabelecendo ligações com todo o corpo
estimulando os filhos e filhas a permanecerem
humano. A pesquisadora Marta Pires Relvas
cada vez mais conectados com a natureza para
(2015, p. 35) diz que “o sistema nervoso
contribuir com o desenvolvimento saudável e
coordena as atividades externas e internas do
prazeroso dos filhos e filhas. O último item da
organismo, produzindo uma integração e a
orientação, por exemplo, estimula as crianças
busca em manter a homeostase (equilíbrio) do
e as famílias a zelarem pela vida ao relacionar
indivíduo com o mundo externo”. Dessa
o cuidado das árvores com o cuidado à vida
forma compreende-se que o próprio sistema
das pessoas.
nervoso age de maneira coordenada e possui
Este estudo pretende trazer reflexões
partes integradoras que visam buscar o nosso
sobre a importância da natureza para a
equilíbrio com o mundo externo. É como se o
formação do cidadão holístico. Segundo o
microuniverso corporal humano buscasse
DICIO, dicionário online de português, o que
sintonia e harmonia com o macro universo.
significa o conceito holístico?:
Segundo Relvas:
[Adjetivo] Que considera o todo não somente
como uma junção de todas as partes; que busca (...) é fato que diversas dificuldades de
aprendizagem poderão ser resolvidas ou
entender os fenômenos por completo,
amenizadas quando os educadores tiverem seus
inteiramente. [Medicina] Tratamento que tem
em consideração a pessoa como um todo, não olhares focalizados na promoção do
somente como um conjunto de seus sintomas; desenvolvimento de diversos estímulos neurais
geralmente, tem métodos diferentes dos que se expõem de forma que se compreendam
os processos e os princípios das estruturas do
tradicionais.
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Capítulo 17
Saúde Mental
cérebro, conhecendo e identificando cada área cada cérebro possui. Compreender o cérebro
funcional visando estabelecer rotas alternativas
para aquisição da aprendizagem, utilizando-se
humano é um exercício contínuo, segundo as
de recursos sensoriais, como instrumento do pesquisas em Neurociências.
pensar e do fazer. É fundamental que Os estudos de Neurociência estão
educadores conheçam as estruturas cerebrais
como interfaces da aprendizagem e que sejam contribuindo muito com os avanços de como
sempre um campo a ser explorado. Para isso, os o cérebro aprende. Relvas (2015) destaca que
estudos da biologia cerebral vêm contribuindo a biologia cerebral está ajudando muito na
para a práxis em sala de aula, na compreensão
das dimensões cognitivas, motoras, afetivas e prática da sala de aula no entendimento das
sociais no redimensionamento do sujeito dimensões cognitivas, motoras, afetivas e
aprendente e suas formas de interferir nos
ambientes pelos quais perpassam. A formação sociais e menciona como a formação do
do sistema nervoso nos faz entender melhor a sistema nervoso nos faz entender melhor a
adaptação sensório-motor dos seres vivos e, por adaptação sensório-motor dos seres vivos e o
consequência, dos sujeitos aprendentes, haja
vista que os mais primitivos dos humanos e os processo evolutivo cerebral mostrando que
atuais ajustam-se continuamente ao meio assim como os cérebros mais primitivos
ambiente, que é mutável, com a finalidade de
humanos que se adaptaram ao meio ambiente
preservação da espécie (RELVAS, 2015, p. 34).
que sofreu mudanças, os cérebros atuais
Relvas (2015) defende a ideia que também ajustam-se ao meio ambiente que
quando os professores tiverem mais sofre mudanças com objetivo da preservação
conhecimentos, sensibilidade e foco no estudo da própria espécie.
do SNC e o seu funcionamento, mais eles Através dos estudos apresentados,
conseguirão desenvolver atividades que pretende-se fazer refletir a importância de
potencializem as formas de aprender de cada criar estratégias e ações educativas para
sujeito, levando em consideração sempre a estimular o aprendizado através do meio e das
potência cerebral de cada indivíduo e não relações que estabelecemos no mundo. Os
somente as dificuldades. É importante estímulos positivos e os negativos interferem
planejar as atividades pedagógicas levando na nossa vida de formas diferentes e opostas.
em consideração as dificuldades, mas o ser Se um professor inferioriza um estudante por
humano não pode ser reduzido apenas as suas não entender a forma como o cérebro de tal
dificuldades, é preciso criar uma cultura que estudante aprende, ele pode gerar traumas que
valorize os fatores positivos que cada pessoa podem resultar em bloqueios, principalmente
possui para poder aprender. Se os professores no cotidiano escolar quando o educando não
conseguirem estimular o processo de consegue aprender determinado conteúdo;
aprendizado de cada sujeito, poderão mas se um professor se aprofundar em
contribuir com a construção da autonomia do conhecer o estudante, o cérebro humano, as
educando e a inteligência do mesmo, sendo emoções, as potencialidades do mesmo e
assim, o educando conseguirá substâncias como o corpo pode funcionar e aprender de
educativas para a construção do próprio diferentes formas, o professor terá mais
aprendizado. Quando se foca na potência chances de encontrar estratégias que
cognitiva e emocional de cada sujeito, consigam estimular o educando a aprender.
consegue-se fomentar, investigar e investir em As pesquisas apresentadas no presente artigo
estratégias que possibilitam o aprendizado mostram como a natureza presente na vida dos
pessoal de cada sujeito buscando formas de educandos pode estimular e melhorar a
estimular as diferentes potencialidades que
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Krenak (2019) reflete em seus textos O sensível força o sujeito a lidar com as novas
como a natureza não está fora, mas também possibilidades geradas na experiência. Por isso,
tenho interesse pela experiência estética, pois o
dentro. Segundo o autor, o ser humano é que ela provoca em nossos sentidos e nossa
natureza porque seres humanos são seres imaginação tem uma força irresistível na
ampliação das relações com o mundo, inclusive
biológicos, históricos, sociais e culturalmente
com a ética. Essa força tem mais efetividade
construídos. Ele menciona como é importante para ampliar nossa sensibilidade moral que a
reordenar as relações humanas e dos espaços justificação racional de regras. E a experiência
estética ocorre em vários âmbitos da vida, na
para imaginarmos um outro mundo possível, natureza, no esporte, na pintura corporal, nas
referindo-se a um mundo integrado com a tatuagens primitivas em diferentes cenas do
essência da natureza humana em equilíbrio e cotidiano, na música, no cinema e na televisão,
na leitura de um livro, no jogo com uma criança
relação com a biodiversidade global. O autor (TIBURI e HERMANN, 2014, p. 85).
faz críticas às invocações que as sociedades
Tiburi e Hermann (2014) consideram
fazem das atitudes de gerações antepassadas
que a sensibilidade auxilia o sujeito com as
que viviam sobre o domínio das elites
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FILIAÇÃO AUTORES
1
Discente do curso de Medicina, CARLA CAROLINA ALVES LOPES1
Universidade Federal de São João BEATRIZ PELLEGRINI CASTRO1
del-Rei, Campus Centro-Oeste Dona CAMILA DA COSTA PAULA1
Lindu.
GABRIEL BUFFON CUPERTINO1
LARISSA OTTONI ESTEVANIN DE PAULA1
ISABELA PIMENTA SANNA1
LEONARDO ISOLANI E ANDRADE1
PAULO JOSÉ SOARES ANDRÉ OLIVEIRA1
TAMARA RODRIGUES FONSECA SOUZA1
RHODOLFO CAMPOS SIQUEIRA DINIZ1
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procuram tardiamente ajuda profissional amplo uso das redes sociais e estão mais
(PRISCO et al., 2013). sujeitas ao julgamento da pressão estética.
Nesse âmbito, é fundamental salientar Autores ressaltam que a passividade, a
a importância de um acompanhamento clínico necessidade de aprovação social e a busca por
longitudinal a fim de reverter as possíveis pertencimento aliados a ao fluxo de
complicações sistêmicas (SANGVAI, 2016). informações da mídia possuem papel
A figura da equipe multidisciplinar é essencial importante no acometimento psiquiátrico do
para tratar os diversos prejuízos psicológicos público (VALENTE et al., 2017).
e orgânicos gerados a partir dos transtornos Portanto, novos estudos devem ser
alimentares, na intenção de garantir uma realizados no que tange os transtornos
melhor qualidade de vida e um tranquilo alimentares, porém considerando as
processo de desenvolvimento e particularidades de cada etnia, gênero, idade,
amadurecimento dos jovens acometidos. fatores psicológicos, contexto cultural e
O aumento de casos dessa condição é condição socioeconômica, haja vista que estas
multifatorial, contudo, um fator contribuinte, características podem contribuir para melhor
atualmente, é a intensa utilização das redes entendimento do quadro, riscos e
sociais pela sociedade em geral, o que envolvimento com as mídias sociais (OPARA
invariavelmente acarreta uma maior & SANTOS, 2019). Além disso, é essencial
exposição à mídia e sua influência. No fomentar ampla discussão com a sociedade a
entanto, devido a sua fase de construção de fim de que seja reconhecido os perigos do uso
personalidade e imaturidade emocional, os problemático das redes sociais e como isso
adolescentes são os mais afetados, afeta as dimensões biopsicossociais.
principalmente mulheres jovens que fazem
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Capítulo 18
Saúde Mental
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Desenho do
Autor Amostra Resumo dos achados
estudo
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184
Capítulo 20
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente de Medicina do LAYNE MENDONÇA SCHMITT¹
Centro Universitário de ESTHER CARDOSO DOS SANTOS SOUZA1
Anápolis – UniEVANGÉLICA.
2. Discente de Medicina da CAROLINA BRAGANÇA E SILVA1
Universidade de Rio Verde, IARGRAM LEITE PEREIRA1
Campus Goianésia, Goiás,
Brasil.
LUCAS CALDAS LÉON1
3. Discente de Medicina da WEBERTON DORÁSIO SOBRINHO2
Universidade Federal de MATHEUS RODRIGUES DE ARAÚJO ESTRELA1
Goiás, Campus Goiânia (UFG).
4. Médica Especialista em
ANA CAROLINA TOCANTINS ALBUQUERQUE1
Psiquiatria e Docente do Curso LUCAS LAFAERTO FELIX MAIA1
de Medicina no Centro GABRIEL BARCELOS DE FREITAS2
Universitário de Anápolis –
UniEVANGÉLICA.
ANNA PAULA AMARAL NASSARALLA1
YANA MAÍLLA PAMPLONA COSTA1
PAULO VITOR CARVALHO DUTRA1
LUÍS GUILHERME RASSI MAHAMED DAHER3
TALITA BRAGA4
185
Capítulo 20
Saúde Mental
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Capítulo 20
Saúde Mental
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Capítulo 20
Saúde Mental
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Capítulo 20
Saúde Mental
maus hábitos alimentares e físicos (MACIEL, mostraram-se como fator de risco (GULLICH
2010). et al., 2016). O processo de envelhecimento
Em pesquisa, encontraram índices de necessita, portanto, da manutenção do corpo
38,2% de inatividade física entre os idosos, em atividade para a conservação das funções
que é um número um tanto quanto e favorecimento do melhor desempenho nas
considerável. Esse valor deve ser encarado atividades da vida diária (CASAGRANDE et
com cuidado já que a prática de atividades al., 2013).
físicas é, sim, um caminho para diminuição e Além disso, deve-se considerar a
prevenção da incapacidade funcional fisiopatologia da depressão para se
associada ao envelhecimento, mas a sua compreender como preveni-la com a atividade
ausência pode dar origem a patologias que física. Em 1960, foi desenvolvida a teoria das
influenciam negativamente na autonomia do monoaminas (dopamina, serotonina e
idoso além de poder propiciar o surgimento de noradrenalina), que postulava que a depressão
pensamentos suicidas (MACIEL, 2010; seria causada pela falta dessas monoaminas
BRASIL, 2015). cerebrais. A teoria leva em conta os efeitos
As vantagens funcionais consequentes dos medicamentos antidepressivos, que atuam
da atividade física na terceira idade são inibindo a recaptação de serotonina,
significativas e cabe citar o desenvolvimento noradrenalina e/ou dopamina. Dessa forma, a
da massa muscular; a diminuição da taxa de atividade física faz um efeito semelhante ao
morbimortalidade; melhora das taxas do aumentar a quantidade de monoaminas
lipidograma; previne e controla Diabetes biogênicas na fenda sináptica, bem como
Mellitus tipo 2 e hipertensão arterial aumenta a quantidade de ß-endorfinas, o que
sistêmica; reduz incidência de acidente propicia melhora em sintomas depressivos e
vascular cerebral e de demência; diminuição dos pensamentos suicidas
desenvolvimento positivo da autoestima e do (OLIVEIRA et al., 2010).
humor; redução da ansiedade e do estresse. O envelhecimento, apesar de se tratar
Portanto, são evidentes os benefícios da de um fenômeno fisiológico, é muitas vezes
realização regular de atividades físicas associado a fatores negativos. Por isso, a
claramente proporcionando melhorias na prevenção da capacidade funcional e a
qualidade de vida bem como na saúde mental independência física e psíquica são
dos idosos (MACIEL, 2010). necessários para um envelhecimento saudável
Sendo assim, a atividade física é, e para a manutenção da qualidade de vida.
também, um fator protetor para doenças Práticas de atividades físicas e recreativas,
psiquiátricas, em especial a depressão. E sensação de autonomia vêm de encontro com
percebe-se que um em cada cinco idosos sofre os principais problemas dessa população
de depressão em estudo promovido no estado (GULLICH et al., 2016).
de Santa Catarina. A participação em eventos A necessidade de identificação e
religiosos e a realização de alguma atividade tratamento de pessoas idosas com problemas
física regular mostraram-se protetores contra de saúde mental tem aumentado cada vez
a ocorrência da doença depressiva. Em mais, com isso, estratégias específicas são
contrapartida, indivíduos do sexo feminino, necessárias para se envolver com pacientes
com pior renda familiar, fumantes e solteiros suicidas idosos. Logo, muito se debate sobre a
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Capítulo 20
Saúde Mental
atenção do apoio familiar e social como meios de anos vividos com incapacidade (MAIA et
de prevenção para o combate ao suicídio. Em al., 2016; POSSATTO & RABELO, 2017).
um estudo na China, América Latina e Índia Além disso, foi verificado em alguns
evidenciaram que os baixos níveis de apoio casos especiais a experiência de perdas que
social podem aumentar o risco de morte entre levaram ao sentimento de solidão, como
idosos (SANTINI et al., 2015). Além disso, idosos que perderam o único filho, os que
outros estudos descobriram que o apoio migraram para outras cidades e aqueles com
familiar, de amigos e vizinhos ninhos vazios, os quais tornaram-se grupos
desempenhavam um papel importante na vulneráveis em saúde mental (ZHAI et al.,
saúde mental desta população, revelando um 2019). Assim, a solidão seria responsável por
fator positivo para o cuidado contra o suicídio aumentar o desamparo do indivíduo, levando
(ZHAI et al., 2019). o idoso a perceber-se como excluído da
O apoio social consiste não apenas em família e da sociedade. Tal situação reforça a
fornecer assistência emocional ou necessidade de fatores de proteção e
instrumental para o idoso, como na rede prevenção na saúde mental e no
familiar ou de amigos e nas relações de comportamento suicida, para tanto, é
confiança, ele emprega o conceito de rede fundamental buscar estratégias de
social, que abrange centros de convivência, enfrentamento funcional e o exercício da
atividades religiosas, voluntárias ou afetividade entre os idosos que estão em
comunitárias e serviços de apoio que na momentos de solidão.
maioria das vezes oferecem atendimento Outro ponto observado como entrave
multidisciplinar. A união dessas assistências para o bom desenvolvimento da saúde mental
impacta na saúde global da pessoa idosa e do idoso foi a questão da falta de investimento
reforça o apoio, o senso de pertencimento em acolhimento, rodas de conversa, grupos,
social, o bem-estar e a satisfação com a vida terapias, fóruns e conferências de saúde como
(MAIA et al., 2016; POSSATTO & equipamentos para cuidados em saúde. A
RABELO, 2017). carência de um espaço de acolhimento e
Os impactos positivos do suporte escuta nos serviços de saúde e convivência, e
social da saúde mental do idoso é unânime na também de um apoio profissional no qual o
literatura e abrangem além da redução da idoso possa encontrar ajuda podem ampliar a
incidência de doenças psiquiátricas, o vulnerabilidade dos idosos em relação ao risco
incentivo ao envelhecimento saudável e a de suicídio (CHEN et al., 2011). Dessa forma,
profilaxia e/ou tratamento das síndromes observa-se a importância da construção de
geriátricas. No entanto, quando se trata do espaços de convivência que ofereçam
oposto, a ausência do apoio social, leva as atividades físicas e de lazer, acesso à atenção
repercussões como: aumento de estresse, à saúde em todos os níveis de complexidade,
ansiedade e tensões e dificuldade para exercer suporte social e familiar evitando o
tarefas mais complexas, sinalizando um isolamento e solidão e colaborando com a
problema de saúde pública, visto que, os minimização da ideação suicida entre os
transtornos mentais são responsáveis por idosos.
grande parte do aumento do número de Ademais, o envelhecimento produz
suicídios, evidenciados na população idosa, e modificações no organismo do indivíduo,
190
Capítulo 20
Saúde Mental
191
Capítulo 20
Saúde Mental
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193
Capítulo 21
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente do curso de Enfermagem CARLOS HENRIQUE NUNES PIRES¹
da Faculdade Pitágoras-Instituto
Camilo Filho. MIRIAM ELAYNE MACËDO DE SOUSA2
2. Discente do curso de Enfermagem THAYANNE SOUSA DE FREITAS2
do Centro Universitário NATALIA DA SILVA TEIXEIRA2
UNINOVAFAPI.
3. Discente do curso de Enfermagem MILENA THAISA RODRIGUES DE ARAUJO3
do Centro Universitário Santo LAISA FERNANDA DOS ANJOS GOMES3
Agostinho. EMYLLA DE SOUSA SILVA3
4. Discente do curso de Enfermagem
da Cristo Faculdade do Piauí. ISRAELE PAZ DE MORAES4
5. Discente do curso de Enfermagem DÉBORA VIRGÍNIA CASTELO BRANCO
do Centro Universitário Uninassal. SALES ARAÚJO5
6. Discente do curso de Enfermagem
do Centro Universitário UniFacid. MÁRCIA DE SOUSA SILVA6
7. Discente em Enfermagem pelo JORDEILSON LUIS ARAÚJO SILVA7
Instituto de Ensino Superior Múltiplo.
8. Pós-graduado em Gestão em Saúde
WELBER SILVA ARAÚJO8
Pela UESPI.
194
Capítulo 21
Saúde Mental
195
Capítulo 21
Saúde Mental
Enfermagem (BDENF), Medical Literature 2016 sendo 5 artigos (51,67%), já nos anos de
Analysis and Retrieval System Online 2017, 2018 e 2019 foram encontrados
(MEDLINE), Bibliografía Nacional en somente 2 artigos (16,66%) de cada ano sobre
Ciencias de la Salud (BINACIS) e Índice o assunto.
Bibliográfico Espanhol em Ciências da Saúde
(IBECS) via Biblioteca Virtual em Saúde Tecnologias no o alcance do
(BVS) usando os descritores em saúde (Decs): processo de humanização em UTI
“Assistência à Saúde”, “Humanização da
Assistência” e “Unidades de Terapia Para Pereira et al. (2019), a qualidade
Intensiva”, utilizando o operador booleano da assistência empregada pela instituição e
“END”. nos setores de terapia intensiva comprometem
Portanto elaborou-se a seguinte as visões e ações dos enfermeiros no tocante a
pergunta norteadora desta pesquisa: Quais as implantação prática de humanização bem
principais evidências científicas sobre a como visões holísticas dos processos saúde-
humanização do cuidado nas UTIs. Como doença, sendo necessária uma mudança
critérios de inclusão foram: estudos institucional do ponto de organização e
disponíveis na integra, publicados no período reorganização caracterizada por essa linha de
de 2016 a 2021, no idioma português, que pensamento.
abordem o tema da pesquisa. Foram excluídos Ao tentar aproximar o cuidado de
da pesquisa capítulos de livros, dissertações, resultados possíveis com os alcançados
resumos, textos incompletos, teses, pretende-se de modo assistencial a busca pela
monografias, relatos técnicos e outras formas qualidade da assistência, entretanto para que
de publicação que não eram artigos científicos se lancem mão de melhoras dos cuidados, são
completos ou que não apresentavam os necessários além de profissionais qualificados
descritores selecionados. que livrem os pacientes de danos
Na busca inicial a partir dos desnecessário, uma estrutura adequada e
descritores e do operador booleano “AND” recursos humanos condizentes para os
foram encontrados 90 artigos. Aplicando os processos assistenciais empregados
critérios de inclusão, selecionou-se artigos na (PEREIRA et al., 2019).
LILACS, BDENF, totalizando 23 artigos. A UTI, caracteriza-se por ser um
ambiente especializado em pacientes de alta
RESULTADOS E DISCUSSÃO complexidade, e por essa razão houve a
necessidade de uma demanda de tecnologias
Os resumos de todos os artigos foram para auxiliar na assistência. Essas tecnologias
lidos na íntegra e avaliados. Após a análise podem ser divididas em três categorias, a
dos resumos, estudos responderam à questão primeira, tecnologia leve: consiste em
norteadora, compondo, desta forma, a amostra comunicação, escuta, vínculo, ou seja,
final desta revisão. Os 12 artigos foram então oferecida pelo próprio profissional; a segunda,
lidos integralmente. Destes, 7 (68,33%) foram tecnologia leve-dura: consiste na parte clínica
encontrados na LILACS, 5 (41,67%) na e epidemiológica bem como produções
BDENF. Quanto ao ano, os que apresentaram técnicas; e a terceira, tecnologia dura: consiste
mais publicações eram referentes ao ano de em equipamentos, máquinas e outros
196
Capítulo 21
Saúde Mental
materiais utilizados durante o cuidado que precisa ser atendido de forma integral e
(ALMEIDA & FÓFANO, 2016; DONOSO et não só no que se refere ao seu quadro
al., 2017). patológico (CASTRO et al., 2019).
Com o passar do tempo, a UTI tornou- Segundo Santos et al. (2018), a
se um local em que a técnica se sobrepôs aos humanização ganhou destaque no âmbito da
aspectos relacionados ao cuidado, uma vez saúde nos últimos anos, para promover uma
que os profissionais que ali desenvolvem suas transformação no modo de cuidar do
ações estão sobremaneira envolvidos com profissional de saúde. Este destaque foi
máquinas e monitores e tendem a esquecer promovido pela criação da PNH, que trouxe
que, além dos problemas de doença, existem uma proposta política transversal, com
um paciente, sua família e o contexto social conjuntos de princípios e diretrizes traduzidos
que esta inserido (VICENSI, 2016). nas práticas de saúde, serviços e instâncias do
Mediante a estas situações entendeu- sistema, caracterizando como uma construção
se que cuidar de forma humanizada é uma coletiva, envolvendo paciente e profissional.
necessidade atual, visto que, o cuidado acaba Com base na Figura 21.1 é possível
sendo a aplicação de uma técnica. Entretanto, identificar conceitos chaves compreendidos
para que se possa humanizar, é importante pelos diversos autores na busca por uma
compreender que o ser ao qual está sendo humanização nas UTIs.
aplicada a técnica é um agente biopsicossocial
Figura 21.1. Principais pontos abordados pelos autores sobre a humanização em UTI
197
Capítulo 21
Saúde Mental
198
Capítulo 21
Saúde Mental
o olhar da saúde, esse objeto ainda se mostra do setor bem como a capacitação continuada
fundamentado e significado no interior de de forma regular.
conceitos hegemônicos, racionalizadores e A implementação de discussões
“biologizantes”, que não comportam sua favoráveis a ampliação do conhecimento por
gênese e neutralizam práticas mais ampliadas, profissionais que prestam a assistência,
humanizadas e integrais que poderiam ser aproximando as práticas já implementadas as
mais efetivas. A fim de melhorar o ambiente necessidades dos pacientes e familiares, bem
de trabalho como reestruturação para acolher como a adequação dos setores para o
os familiares, a flexibilização de horários, favorecimento da assistência, são importantes
capacitação dos profissionais e ferramentas de medidas a serem planejadas pelos
comunicação. coordenadores, visando a
A visita aberta é um facilitador entre multidisciplinaridade e o concatenamento dos
profissional-paciente-família, para aproximar diversos profissionais com base na política
os pacientes e profissionais das suas reais nacional de humanização. Como fator que
necessidades. Sendo importante para a dificultou o estudo apresenta-se poucas bases
coordenação da UTI locais para a troca de de dados e a busca em somente uma língua,
experiências e discussão de casos e a dinâmica porém apresentaram-se pesquisas resultados
relevantes sobre o tema.
200
Capítulo 21
Saúde Mental
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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estudo transversal. Fisioterapia Pesquisa. v. 23, p. 294,
2016.
201
Capítulo 22
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1 Discentedo Curso de Medicina da
Faculdade Ciências Médicas de MARIA FERNANDA FIGUEIREDO LANZA DIAS1
Minas Gerais AMANDA DUARTE BRETAS1
FERNANDA PIMENTA FERNANDES1
AMANDA CAMBRAIA FERREIRA1
202
Capítulo 22
Saúde Mental
203
Capítulo 22
Saúde Mental
descritores utilizados na busca, de maneira Tabela 22.1. Descrição das Práticas Integrativas e
combinada e isolada, foram: “Terapias Complementares da PNPIC
Complementares”, “Atenção Primária em
Saúde” e “Serviços de Saúde Mental”, por Prática Número de Infectados
meio dos operadores “AND” e “OR”,
respectivamente. Sistema médico integral, originado há milhares de anos
na China. Utiliza linguagem que retrata simbolicamente
Dentro desta busca, foram as leis da natureza e que valoriza a inter-relação
encontrados 349 artigos, nos quais foram harmônica entre as partes visando à integridade. Como
fundamento aponta a teoria do Ying-Yang e a dos cinco
aplicados filtros, a fim de restringir a elementos (madeira, fogo, terra, metal, água). Utiliza
Medicina
pesquisa apenas para artigos em inglês e Tradicional
como elementos a anamnese, palpação do pulso,
observação da face e língua em suas várias modalidades
português, publicados entre 2008 e 2021. Chinesa
de tratamento (acupuntura, plantas medicinais,
(Acupuntura)
Dentre esses artigos, 10 foram selecionados dietoterapia, práticas corporais e mentais). A
Acupuntura compreende um conjunto de procedimentos
após passarem por uma análise minuciosa, que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos
levando em consideração o conteúdo e a definidos por meio da inserção de agulhas filiformes
metálicas para promoção, manutenção e recuperação da
relevância de cada um. saúde, bem como para prevenção de agravos e doenças.
em vista seu reforço aos princípios do SUS: Terapêutica caracterizada pelo uso de plantas
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas,
universalidade, acessibilidade, equidade, Plantas
sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda
Medicinais e
vínculo e continuidade do cuidado que de origem vegetal. O uso de plantas medicinais na
Fitoterapia
arte de curar é uma forma de tratamento de origem muito
(SANTANA, 2017). O fato de a PNPIC antiga, relacionada aos primórdios da sociedade.
estimular o acesso dessas práticas à atenção
O uso das Águas Minerais para tratamento de saúde é
básica contribuiu fortemente para a um procedimento dos mais antigos, utilizado desde a
ampliação e disseminação das mesmas, época do Império Grego. Foi descrita por Heródoto (450
a.C.), autor da primeira publicação científica termal. O
resultando, desta forma, em um cuidado Termalismo compreende as diferentes maneiras de
Termalismo –
contínuo, integral e humanizado utilização da água mineral e sua aplicação em
Crenoterapia
tratamentos de saúde, seja para recuperar ou tratar a
(CARVALHO & NÓBREGA, 2017). saúde, assim como preservá-la.
As PICs constituintes do PNPIC A Crenoterapia consiste na indicação e uso de águas
minerais com finalidade terapêutica atuando de maneira
mais disseminadas são acupuntura, complementar aos demais tratamentos de saúde
homeopatia, plantas medicinais e
fitoterapia, termalismo e medicina Abordagem médico-terapêutica complementar, de base
vitalista, cujo modelo de atenção está organizado de
antroposófica (Tabela 22.1) (CARVALHO maneira transdisciplinar, buscando a integralidade do
Medicina
& NÓBREGA, 2017; SCHVEITZER et al., Antroposófica
cuidado em saúde. Dentre os recursos que acompanham
a abordagem médica destaca-se o uso de medicamentos
2012). baseados na homeopatia, na fitoterapia e outros
Os benefícios dessas práticas específicos da Medicina Antroposófica
incluem alívio da ansiedade, relaxamento,
Fonte: SCHVEITZER et al., 2012.
descontração, aumento da coordenação
204
Capítulo 22
Saúde Mental
205
Capítulo 22
Saúde Mental
seu valor na área da saúde (AGUIAR et al., sobre o assunto e crie interesse em adotá-la
2019). Atualmente, são raros os cursos de (TESSER et al., 2018; CARVALHO &
graduação e pós-graduação - públicos ou NÓBREGA, 2017).
privados - que incluem essa temática no
ensino. Sendo assim, há uma carência de CONCLUSÃO
profissionais que conhecem sobre o assunto e
que são qualificados para colocá-lo em prática A saúde, portanto, deve ser
e, desta forma, estes não serão capazes de interpretada como um processo dinâmico da
oferecer esse tipo de terapêutica aos clientes e sociedade, buscando-se sempre adotar
nem de sensibilizá-los sobre sua importância estratégias que possibilitem a inclusão de
(MAGALHÃES & ALVIM, 2013). todos no meio. Dessa forma, a implementação
De acordo com os desafios de das PICs corrobora com esse objetivo, uma
implantação das PICs explicitados acima, vez que apresenta resultados positivos nas
evidencia-se a necessidade de algumas dimensões psicológica, física e emocional dos
medidas para que essas práticas sejam usuários.
reconhecidas e valorizadas no Brasil. Estão Ressalta-se que as PICs devem ser
entre as principais: o investimento do introduzidas como complemento ao
Ministério da Saúde em espaços físicos e tratamento biomédico, buscando uma
recursos para que os postos de saúde possam qualificação e humanização do cuidado
garantir o fornecimento dessa terapêutica, o prestado pela equipe assistencial e resultados
investimento do Ministério da Educação e de efetivos. No entanto, ainda há desafios que
instituições privadas em cursos de capacitação impedem sua plena execução, cabendo às
e inclusão dessa temática na graduação e pós- variadas esferas da sociedade se mobilizarem
graduação dos cursos relacionados à área da para que as PICs sejam amplamente aceitas e
saúde, além da divulgação em massa por parte implantadas no Sistema Único de Saúde,
do governo ressaltando os benefícios e a proporcionando uma atenção integral e
importância das PICS no contexto sanitário, universal aos pacientes.
para que a população adquira conhecimento
206
Capítulo 22
Saúde Mental
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anna Nery, v. 17, p. 646, 2013. Complementares na Atenção Primária à Saúde
brasileira. Saúde Debate, v. 42, p. 174, 2018.
207
Capítulo 23
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente – Graduação em Medicina GRACE ELLEN PEREIRA COSTA¹
na Universidade Federal do Pará.
2. Discente – Graduação em ANA CECILIA CARDOZO SOARES2
Enfermagem na Universidade da RITA DE CÁSSIA LOIOLA ALVES³
Integração Internacional da POLIANA ZANOTTO MANOEL4
Lusofonia Afro-Brasileira.
3. Discente – Graduação em Nutrição VINÍCIUS GRANGEIRO LEITE BEZERRA5
na Universidade Federal do Piauí. NATHANAEL DE SOUZA MACIEL6
4. Discente – Graduação em Medicina
na Faculdade Evangélica
CIDIANNA EMANUELLY MELO DO
Mackenzie Paraná. NASCIMENTO7
5. Discente – Graduação em
Odontologia na Universidade
Federal de Campina Grande.
6. Discente – Graduação em
Enfermagem na Universidade da
Integração Internacional da
Lusofonia Afro-Brasileira.
7. Discente – Doutoranda em Saúde
Coletiva na Universidade Estadual
do Ceará.
208
Capítulo 23
Saúde Mental
209
Capítulo 23
Saúde Mental
foram seguidas seis etapas para a realização Rayyan®, desenvolvido para auxiliar
desta revisão integrativa: identificação do pesquisadores na organização de artigos para
tema para elaborar a pergunta norteadora da revisão, com painel de avaliações que facilita
pesquisa, busca nas bases de dados, o trabalho em equipe.
categorização dos estudos, análise crítica dos Para a construção deste artigo, houve
estudos elegidos, sumarização e interpretação uma seleção prévia de pesquisas que incluíam
dos resultados obtidos e, por fim, tais termos no título, resumo ou palavra-chave
apresentação da revisão integrativa e, posteriormente, artigo na íntegra. Os
(MENDES et al., 2008). critérios de inclusão aplicados foram: artigos
Para guiar a revisão integrativa, completos, disponíveis de forma gratuita e na
formulou-se a questão norteadora íntegra, publicados entre os anos de 2020 e
fundamentada na estratégia PICO 2021, nos idiomas português, inglês e
(STILLWELL et al., 2010), em que o espanhol. Para exclusão utilizou-se os
elemento P (população) refere-se aos critérios: relatos de experiência, revisões,
estudantes universitários de cursos da saúde, I teses, monografias, editoriais e literatura
(intervenção) fatores relacionados, o elemento cinzenta, artigos duplicados, bem como os
C (comparação) não foi considerado, o artigos que não respondiam à questão
elemento O (resultado) consistiu na depressão norteadora da pesquisa.
e/ou ansiedade no contexto da pandemia da Os dados em análise foram coletados a
COVID-19. Assim, foi elaborada a seguinte partir de ferramenta que recolheu informações
questão norteadora: “Quais os fatores sobre país de origem do estudo, ano,
relacionados à depressão e ansiedade em plataforma de publicação, tipo de estudo e
estudantes universitários de cursos da saúde principais resultados e conclusões. Ademais,
no contexto da pandemia da COVID-19?”. foram compiladas informações a respeito de
No tocante aos descritores, foram qual o curso da área da saúde os acadêmicos
realizadas buscas no Medical Subject investigados nos artigos pertenciam. Os
Headings (MeSH) e nos Descritores em artigos selecionados foram agrupados em
Ciências da Saúde (DeCS) e apresentaram duas categorias temáticas: Fatores
seguintes resultados em comum: relacionados à depressão entre estudantes
"Coronavírus"; “Depression”; “Anxiety”; e universitários de cursos da saúde no contexto
“Students”. Ademais, os operadores da Pandemia da COVID-19 e Fatores
booleanos AND e OR foram utilizados para relacionados à ansiedade entre estudantes
refinar a busca da seguinte combinação: universitários de cursos da saúde no contexto
(“Anxiety” or “Depression”) AND da Pandemia da COVID-19. Assim, os
“Coronavírus” AND “Students”. resultados foram apresentados em quadros
A busca de artigos ocorreu no mês de sinópticos.
fevereiro de 2021 nas seguintes bases: Para a categorização, avaliou-se os
Scientific Electronic Library Online estudos conforme o nível de evidência
(SciELO), Literatura Latino-Americana e do proposto por Stillwell et al. (2010), sendo este
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e um sistema de classificação que enquadra os
Scopus. Para o gerenciamento dos artigos estudos em sete níveis, com as evidências
identificados foi utilizado o software obtidas a partir de: nível 1 - revisões
210
Capítulo 23
Saúde Mental
Figura 23.1. Fluxograma de identificação do processo de seleção dos estudos para compor a revisão
de escopo
Artigos excluídos na
Artigos rastreados leitura de títulos e resumos
(n=475) (n=376)
Estudos incluídos na
síntese
(n=16)
211
Capítulo 23
Saúde Mental
Quadro 23.1. Síntese dos estudos selecionados, por autor, local de publicação, curso e nível de
evidência
Nível de
Código Autor, ano Local de publicação Curso
evidência
A1 S et al., 2020 Índia Medicina VI
A2 AKINKUGBE et al., 2020 EUA Odontologia VI
A3 SAVITSKY et al., 2020 Israel Enfermagem VI
A4 NAKHOSTIN-ANSARI et al., 2020 Irã Medicina VI
A5 SUN et al., 2020 China Enfermagem VI
A6 SAFA et al., 2021 Bangladesh Medicina VI
A7 SARASWATHI et al., 2020 Índia Medicina IV
A8 SARAVIA-BARTRA et al., 2020 Peru Medicina VI
A9 PATELAROU et al., 2021 Espanha, Grécia e Albânia Enfermagem VI
A10 HAKAMI et al., 2020 Arábia Saudita Odontologia VI
A11 ESSANGRI et al., 2020 Marrocos Medicina VI
A12 XIAO et al., 2020 China Medicina VI
A13 MEDEIROS et al., 2020 Brasil Odontologia VI
A14 UĞURLU et al., 2020 EUA Enfermagem VI
Medicina e
A15 DHAHRI et al., 2020 Paquistão VI
Odontologia
A16 TORUN & TORUN, 2020 Turquia Medicina VI
212
Capítulo 23
Saúde Mental
COVID-19 (A6), agitação dos alunos perante Quadro 23.2. Fatores relacionados à depressão
o contato humano (A6) e contato com entre estudantes universitários de cursos da
pacientes infectados pela COVID-19 (A7), o saúde no contexto da Pandemia da COVID-19
que pode ser explicado pelo fato de os
estudantes da saúde terem um contato direto Identificação
Fatores
dos artigos
com pacientes contaminados ou A1, A6, A10,
Ser do sexo feminino
potencialmente contaminados com o novo A11, A12, A14
coronavírus e, em decorrência disso, ocorrer Menor média de notas acadêmicas A4
um alto grau de estresse por parte destes, o que Experiência com sintomas da
A4, A15
COVID-19
pode desencadear sintomas depressivos Medo de adquirir a COVID-19 A6
(NAKHOSTIN-ANSARI et al., 2020). Agitação dos alunos perante ao
Já com relação à moradia, observou-se contato humano no início da A6
pandemia
que morar em áreas de alta prevalência da Contato com pacientes infectados
A7
COVID-19 (A11), morar com indivíduos que pela COVID-19
são grupos de alto risco para a COVID-19 Idade menor A9
(A9) e morar sozinho (A10) apresentaram-se Nível de educação do pai A9
como fatores de risco para a depressão. O fato Morar com indivíduos que são grupo
A9
de alto risco da COVID-19
de os estudantes que moram com indivíduos Trabalho durante a pandemia A9
de risco apresentarem-se com depressão pode Morar sozinho A10
demonstrar correlação como o medo de os Cursar o nível pré-clínico da
A11
estudantes contaminarem amigos e familiares graduação
Morar em área com alta prevalência
(SARASWATHI et al., 2020). Já a situação da COVID-19
A11
dos estudantes que moram sozinhos pode ser Pensamentos ou atitudes negativos A12
explicada pelo fato de a solidão pode levar ao Possuir transtorno de ansiedade A12
desenvolvimento de distúrbios mentais, como Maior idade A14
a depressão (JACOB et al., 2019). Sobrepeso/Obesidade A14
No Quadro 23.3, são apresentados os Estudar em instituição privada A15
fatores relacionados à ansiedade nos Atraso no oferecimento de aulas
A15
estudantes universitários de cursos da saúde online pela instituição de ensino
213
Capítulo 23
Saúde Mental
Quadro 23.3. Fatores relacionados à ansiedade estudo A14 considera, como fator
entre estudantes universitários e cursos da relacionado, morar com a família, o qual pode
saúde no contexto da Pandemia da COVID-19 estar relacionado aos estudos A6 e o A16, que
consideram o fator desencadeante a
Identificação dos
Fatores
estudos preocupação de infectar os familiares e o fato
A1, A2, A3, A4, A6, de morar com familiares pertencentes ao
Ser do sexo feminino A7, A8, A10, A11, grupo de risco, respectivamente.
A12, A13, A14, A15.
Ser do sexo masculino A5
Três estudos apresentados no Quadro
Mudança no plano de 23.1 (A3, A6, A7), indicaram o medo de se
A2
graduação infectar pelo Sars-CoV-2 como responsável
Estar cursando os últimos anos
de graduação
A2, A12, A14 pelo aumento da prevalência de ansiedade
Falta de Equipamentos de entre os participantes da pesquisa. Esses
A3
proteção individual resultados podem estar relacionados aos
Preocupação com o futuro A3
descritos pelos estudos A2, A12 e A14 que
Ser pai de criança A3
abordaram o fato de os participantes estarem
Preocupação/Tensão/Apreensã
A3, A6, A7. cursando os últimos anos de graduação. Isso
o/Medo de se infectar
Menor média de notas
A4 pode ser explicado pelo fato de que nos
acadêmicas
últimos anos dos cursos de saúde é dedicado à
Experiência sintomática da
A4 vivência prática clínica, por meio do contato
COVID-19
Estar cursando os anos iniciais pessoal com os pacientes e, dessa forma, estão
A5, A10
de graduação
mais expostos ao contágio quando comparado
Baixo nível de prevenção A5
a outros grupos da sociedade.
Preocupação com os familiares A6
Medo de ser agredido ou Esses dados vão de encontro ao estudo
humilhado no caminho para A6 de Ornell et al. (2020) que aborda como a
casa ou para o hospital pandemia da COVID-19 impactou a saúde
Preocupação com contato
A6 mental, o qual apresenta que, durante uma
humano
Menor concentração nos pandemia, o medo é capaz de aumentar os
A6
estudos
níveis de ansiedade e estresse em indivíduos
Residir em centro urbano A7
saudáveis e intensificar os sintomas daqueles
Morar sozinho A10
Morar/Estudar em região com que já apresentam transtornos psiquiátricos
A11, A12
alta prevalência da COVID-19 pré-existentes.
Pensamento/Ações negativas A12 As evidências mostraram que os
Morar com a família A14 receios e as preocupações em torno da
Sobrepeso/Obesidade A14 COVID-19 se relacionam tanto a episódios
Morar com pessoas do grupo ansiosos quanto depressivos. O estudo A6
A16
de risco
Ser solteiro A16 mostrou que o medo de se infectar foi fator
Possuir doença crônica A16 significativo para o aumento da ocorrência
Não saber formas de destes problemas. Em consonância, o trabalho
A16
prevenção/transmissão realizado com acadêmicos de enfermagem em
Ter parentes infectados ou
falecidos em virtude da A16 Israel (A3), confirmou que a apreensão em
COVID-19 contrair a doença correlaciona-se com o
Renda familiar baixa A16 aumento do escore de ansiedade e indicou que
214
Capítulo 23
Saúde Mental
215
Capítulo 23
Saúde Mental
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Capítulo 23
Saúde Mental
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SUN, Y. et al. Disease Prevention Knowledge,
Anxiety, and Professional Identity during COVID-19
217
Capítulo 24
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente do curso de Medicina JÚLIA VIEIRA FERREIRA CÔRTES¹
da Universidade José do ALEXYA CAROLINE DELMONTE LIMA¹
Rosário Vellano.
2. Docente do curso de Medicina CAROLINA KOBBAZ FERRARESSO¹
da Universidade José do MATHEUS SANTOS VIANA¹
Rosário Vellano.
TALES VILELA ROCHA²
ALESSANDRA DOS SANTOS DANZINGER
SILVÉRIO²
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Capítulo 24
Saúde Mental
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Capítulo 24
Saúde Mental
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Capítulo 24
Saúde Mental
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Capítulo 25
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
224
Capítulo 25
Saúde Mental
e câncer”. Os critérios de inclusão foram tumor que se infiltram nos vasos sadios do
artigos no idioma português, publicados a corpo” (FONTES et al., 2005, p. 13).
partir dos anos 2000 e que abordavam a De acordo com estimativas mundiais
temática proposta para este estudo. Os do projeto Globocan 2012, da agencia
critérios de exclusão foram: artigos internacional para pesquisa em câncer da
incompletos em forma de resumo, que não Organização Mundial de Saúde (OMS), houve
abordavam diretamente a proposta estudada e 14,1 milhões de novos casos de câncer e um
que não atendiam aos demais critérios de total de 8,2 milhões de mortes em todo o
inclusão. Para apresentar os resultados foram mundo no ano de 2012 (INCA, 2014).
selecionados 11 artigos para a revisão que As causas do câncer podem ser
abordavam a temática escolhida para a externas, quando relacionadas ao ambiente,
construção deste trabalho. Os resultados hábitos ou costumes de uma sociedade
foram apresentados de forma descritiva, especifica, ou internas quando ligadas a
divididos em subtítulos com a temática predisposições genéticas e à capacidade do
proposta. organismo de se defender de agressões
externas (INCA s/a).
RESULTADOS E DISCUSSÃO O estudo dos fatores de risco isolados
ou combinados tem permitido estabelecer
O câncer relações de causa-efeito entre eles e
determinados tipos de câncer. Dois pontos
O câncer é um conjunto de doenças
devem ser enfatizados em relação aos fatores
causadas pela multiplicação de células
de risco: primeiro, que o mesmo fator pode ser
anormais, sendo a segunda maior causa de
de risco para várias doenças, como o
morte nos países industrializados, ficando
tabagismo, por exemplo, que é fator de risco
atrás apenas das doenças cardiovasculares,
para diversos canceres, doenças
onde uma em cada quatro pessoas adquire a
cardiovasculares e respiratórias; segundo, que
doença, e uma em cinco morrerá. Os três
vários fatores de risco podem estar envolvidos
principais tipos de tratamento envolvem
na origem de uma mesma doença, que são
radioterapia, quimioterapia e a cirurgia, sendo
chamados de agentes causais múltiplos. A
esta última, objeto de estudo nas últimas
multicausalidade é frequente na formação do
quatro décadas (FONTES et al., 2005).
câncer e isso pode ser exemplificado pela
Por doença crônica entende-se uma
associação entre o álcool, o tabaco, residência
enfermidade de longo curso, incurável, que na
em zona rural e o câncer de esôfago, e entre o
maioria das vezes causa sequelas e limitações
álcool, tabaco, chimarrão, churrasco, o
funcionais que demandam adaptações
cozimento de alimentos em fogão a lenha e o
individuais e familiares. O câncer, por ser uma
câncer da cavidade bucal (INCA, s/a).
enfermidade que possui sintomas e
incapacidades que exigem controle de longo
O impacto psicológico do
prazo, enquadra-se como doença crônica diagnóstico de câncer no paciente e
(FERREIRA et al., 2010). “A palavra câncer na família
vem do latim “cancer”, que significa
caranguejo. Esse nome se deve à semelhança O paciente com câncer enfrenta
entre as pernas do crustáceo e os vasos do mudanças no seu estilo de vida provocadas
226
Capítulo 25
Saúde Mental
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Capítulo 25
Saúde Mental
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Capítulo 25
Saúde Mental
disse que estavam se reorganizando para vínculo. Com a esposa do paciente também
poder priorizar ele, porque agora ele era a aconteceu o mesmo, o vínculo emocional foi
prioridade. Ferreira et al. (2010), afirmam que forte e de muita confiança, a ponto de ela dizer
é neste momento que as famílias precisam se que quando quisesse chorar e conversar iria
reorganizar e mudar os papéis para ajudar me chamar, e eu sempre ofereci escuta quando
aquele familiar, e também é neste momento ela precisasse.
que muitas famílias se aproximam Ao receber alta, o paciente e a familiar
afetivamente do paciente, dando apoio relataram que voltariam ao hospital para V.
emocional e carinho. realizar as sessões de quimioterapia e
A minha relação com o paciente e com agradeceram por todo o meu apoio e da equipe
a sua esposa foi muito satisfatória. Com o naquele momento, pontuando que nós
paciente, acolhi, fiz escuta terapêutica, seriamos pessoas jamais esquecidas. Assim,
orientei (Psicoeducação), estimulei V. a fechei o atendimento Psicológico com ele e
perguntar para os médicos sobre suas dúvidas sua esposa, dando meu feedback e desejando
quanto aos procedimentos a serem realizados, futuras melhoras.
pois assim ele se se tornaria ativo no seu
processo de tratamento. De acordo com CONCLUSÃO
Venâncio (2004) e com Sebastiani e Maia
(2005), o Psicólogo sempre deve checar se as Como vimos na literatura e na prática,
informações dadas pela equipe foram o câncer é uma doença que além de afetar o
compreendidas e que a escuta atua para paciente com sintomas físicos, também o afeta
minimizar os sentimentos negativos advindos com sintomas psicológicos que precisam do
do diagnóstico e do processo de autocuidado de todos os profissionais da
hospitalização. oncologia, incluindo o Psicólogo. Este
Validei a espiritualidade e a fé que o profissional tem o foco nas sequelas
paciente e sua esposa relatavam, pois é um emocionais do paciente advindas do
importante recurso de enfrentamento. Com a diagnóstico da doença, diferentemente dos
familiar também acolhi, orientei a não chorar outros profissionais.
na frente do paciente e que quando quisesse O hospital é um local onde paciente e
fazer isso, saísse para chorar lá fora, para não família não tem privacidade. Nas enfermarias
afetar o emocional de V. e se quisesse me junto aos outros pacientes acabam por ver
chamar no horário em que eu estagiava, iria certos procedimentos que são realizados,
estar com ela neste momento, então ela disse alguns chegam a ver a morte de outros
que iria me chamar quando precisasse. Como pacientes que estão no leito ao lado ou
a familiar era bastante presente, estava sempre próximo ao seu. Existem regras e horas certas
ao lado dele e ressaltava que jamais iria deixá- para comer, tomar banho, tomar remédios,
lo sozinho naquele momento, apenas reforcei fazer procedimentos como exames médicos,
seu pensamento sobre a importância da sua cirurgias, etc. É um ambiente que deixa o
presença naquele momento junto do seu paciente e seu familiar inseguros e ansiosos.
marido. Muitas vezes o paciente começa a apresentar
Os atendimentos com o paciente sintomas de depressão, agressividade,
foram fluindo tranquilamente e criamos um negação, raiva, etc.
231
Capítulo 25
Saúde Mental
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Capítulo 25
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Capítulo 26
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FILIAÇÃO AUTORES
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Capítulo 26
Saúde Mental
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Capítulo 26
Saúde Mental
236
Capítulo 26
Saúde Mental
Tabela 26.1. Caracterização entre os artigos selecionados, pela Base de dados, Autor, Ano, Título
e Principais resultados
Base de
Autor e Ano Título Principais Resultados
dados
Através de um estudo de caso com 9 crianças que apresentavam
CALDERARO
Depressão na infância: um núcleos depressivos significativos, mostrou-se que a depressão infantil
SciELO & CARVALHO,
estudo exploratório se manifesta de forma significativa, com intenso sofrimento psíquico
2005
e necessidade de encaminhamento.
Como a pandemia de As crianças respondem diferentemente a situações estressantes,
MIRANDA, COVID-19 está impactando a dependendo do seu estágio de desenvolvimento, condições
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Depressão infantil e A depressão infantil tem grande influência negativa no
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adolescentes
Saúde mental das crianças Diversos fatores associados à quarentena da COVID-19 podem
Google AYDOGDU, durante a pandemia causada influenciar crianças e adolescentes à depressão, como: a quarentena, a
Scholars 2020 pelo novo corona vírus: infecção pelo vírus, o contágio ou a morte dos pais, a crise econômica
revisão integrativa e o aumento do tempo em aparelhos eletrônicos conectados à internet.
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Saúde Mental
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Saúde Mental
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241
Capítulo 27
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente do curso de Medicina da FERNANDA PIMENTA FERNANDES¹
Faculdade Ciências Médicas de
Minas Gerais (FCMMG). MARCELLA LOURENÇO WINTER¹
2. Docente do curso de Medicina da AMANDA DUARTE BRETAS¹
Faculdade Ciências Médicas de
Minas Gerais.
CHRISTIANE CARVALHO RIBEIRO²
242
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Capítulo 27
Saúde Mental
considerando sua grande prevalência e seu 15 artigos, que foram incluídos nesta revisão.
impacto em todos os âmbitos da vida da Os artigos finais possuem os descritores
mulher moderna. Portanto, o objetivo do incluídos no tema e/ou resumo e foram
estudo foi coletar as informações disponíveis selecionados através dos critérios acima
sobre o assunto e condensá-las para uma citados e por melhor se enquadrar no objetivo
melhor disseminação de informação, além de proposto pelas pesquisadoras.
fomentar a busca por novos conhecimentos e
estudos acerca do assunto. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Capítulo 28
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Mestre – em Biologia Parasitária pela THAYANE SANTOS SIQUEIRA¹
Universidade Federal de Sergipe.
2. Discente – Residência em Saúde da ANDRIELLY KÉSIA SANTOS DIAS 2
Família pela Universidade Federal de ARIEL OLIVEIRA CELESTINO3
Sergipe.
3. Doutoranda do Programa de pós MARIANA DO ROSÁRIO SOUZA3
graduação em Ciências da Saúde- ALEXRANGEL HENRIQUE CRUZ SANTOS1
Universidade Federal de Sergipe.
4. Mestranda em Enfermagem pela BEATRIZ ALMEIDA SANTOS4
Universidade Federal de Sergipe. ÍTALO FERNANDO LISBOA DE MELO1
5. Docente do Departamento de
Morfologia da Universidade Federal LUCIENE BARBOSA5
de Sergipe. CINDY MENEZES SILVA1
6. Docente do Departamento de
Enfermagem da Universidade Federal DÉBORAH DANIELLY TERTULIANO
de Sergipe. MARINHO6
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Capítulo 28
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de Sergipe, sob o nº 1.874.101. Além disso, mesmo, as medicações, acesso venoso, então,
acredito que em pronto socorro estamos sim
foi lido e fornecido ao participante da pesquisa capacitados, poderia melhorar. (E10)
o TCLE. O sigilo dos participantes do estudo
foi preservado pela codificação alfanumérica As falas dos profissionais
dos entrevistados, conforme o exemplo: E1, entrevistados, em sua maioria, revela um
E2 (enfermeiros). déficit de treinamento e capacitação, o que
consequentemente leva a insegurança para
prestar assistência direcionada a esses
RESULTADOS E DISCUSSÃO
pacientes. Muitos dos profissionais atuam
apenas nos cuidados emergenciais com o
Participaram da pesquisa 10
intuito de salvar a vida do indivíduo,
enfermeiros, sendo 9 do sexo feminino e 1 do
esquecendo que, o acolhimento à pessoa que
sexo masculino. Com relação à idade dos
tentou suicídio e aos familiares embasam a
mesmos, houve uma variação entre 26 e 50
integralidade das ações em saúde.
anos. Quanto ao tempo de trabalho na
Os enfermeiros salientam a
instituição hospitalar, a maior parte dos
importância de uma abordagem que ultrapasse
entrevistados relataram trabalhar entre 2 a 6
os cuidados técnicos, com ênfase nos
anos no local. Dentre os 10 entrevistados, 9
cuidados psicológicos e subjetivos de cada
possuíam alguma especialização nas áreas de
indivíduo, visto que, existe uma consciência
Urgência e Emergência, Saúde do
por parte da equipe que novas tentativas de
Trabalhador, Obstetrícia e em Unidade de
suicídio podem ser frequentes.
Terapia Intensiva.
Quando há uma necessidade de maior
Para a avaliação da categoria temática
permanência do paciente no ambiente
Percepção dos enfermeiros sobre a qualidade
hospitalar e melhor acompanhamento deste, a
da assistência hospitalar prestada à pacientes
equipe tem dificuldades em lidar com esse
que cometeram tentativa de suicídio,
tipo de demanda, que requer uma atenção
utilizamos os seguintes questionamentos:
humanizada e interdisciplinar, gerando muitas
I. A equipe multidisciplinar é vezes rejeição por parte da equipe para com
capacitada para este tipo de aquele indivíduo. A indiferença por parte dos
atendimento? profissionais com esse tipo de demanda é
notória nas falas subsequentes, a equipe não
Não. A equipe multidisciplinar não é capacitada consegue lidar com o sofrimento psíquico,
pra esse tipo de atendimento, nós somos
capacitados pra o que der e vier. Porém, o que tornando o atendimento mecanicista e movido
der e vier pra gente são pessoas que precisam de por preconceitos e estereótipos. Algumas falas
ajuda por causa de alguma doença, de alguma expressam essa percepção:
patologia que venha ter acometido aquela
pessoa e que a gente possa resolver [...] Esses
tipos de pessoas não precisam só de Um paciente que incomoda muito, chamando
medicamentos, eles precisam de palavras, eles toda hora, sente muita dor, medo, [...], eles ficam
precisam de conforto, de sentir emoção e isso a carentes de tudo, com medo de tudo, medo da
gente não tá preparado. (E8) morte, toda hora eles ficam solicitando,
chamando, aí a equipe não gosta muito, a
Então, trazendo agora na pesquisa, acaba realidade é essa né, ninguém quer ser chamado
despertando que falta mais a parte psicológica, toda hora, toda hora. (E3)
uma vez que esse paciente vai com certeza
retornar com a mesma tentativa. Mas, por se
tratar sempre de emergência, o cuidado é o
252
Capítulo 28
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Dentro do hospital eu acho que fica muito No discorrer das opiniões sobre
fechado na busca dessa habilidade da
humanização, de ter esse olhar humanizado pra
medidas tomadas para tentar diminuir as
o paciente que alguma forma buscou isso pra possíveis e subsequentes tentativas de
poder tirar seu sofrimento. Na pratica eu vejo suicídio, que é um dos principais fatores de
boa vontade, mas capacitação técnica, científica,
eu ainda acho que é muito escassa, bem escassa, risco para ocorrer o suicídio consumado, foi
então assim, tem a boa vontade, mas o olhar é observado mais uma lacuna quanto à
muito pessoal, não profissional. (E5) qualidade assistencial. Foi mencionada a falha
[...] incomoda, até porque foi ele que tentou na preparação do profissional desde a
suicídio, ele que buscou, aí fica a questão, por
que fez isso? Se quisesse viver não fazia isso
faculdade, por não serem ofertadas disciplinas
[...]. (E3) específicas para atuar futuramente frente a
Eu acho que deveríamos ter uma capacitação pacientes com algum tipo de transtorno ou
tanto para atuar em pacientes vítimas de desequilíbrio mental.
tentativa de suicídio, quanto a humanização em A partir dos trechos citados, pode-se
relação a qualquer outro paciente. (E3)
observar as dificuldades encontradas e
II. Quando os pacientes já estão despreparo dos profissionais de saúde quanto
estáveis, você consegue e/ou se ao aconselhamento direcionado ao indivíduo
sente preparado para realizar que tenta suicídio e necessita de cuidados
aconselhamento? especiais. Outro ponto supracitado, é a falta de
Não me sinto totalmente preparada pra realizar preparação durante a graduação, com poucas
um aconselhamento não, porque a gente teve disciplinas direcionadas para saúde mental,
poucas aulas de psicologia na faculdade pra
poder preparar a gente frente a isso[...]a gente
por isso, a equipe acredita que o respaldo
pode conversar de maneira superficial, a gente psicológico deve partir de outras áreas como a
não sabe até que ponto toca nele, a parte que psicologia.
encoraja ou a parte que a gente está o
prejudicando ou martirizando, ou magoando, Para a discussão da categoria temática
então fica difícil a gente conversar. (E8) da visão do enfermeiro sobre as possíveis
abordagens no ambiente hospitalar para
A gente tenta fazer um aconselhamento, mas
preparada acredito que nós não estamos. Mas, diminuir a recorrência das tentativas de
tentamos conversar, orientar que não vale a suicídio foi feita a seguinte pergunta:
pena, né? E que existem outras formas de
resolver o problema sem ser tirando a própria
vida. (E4)
I. Existe algum plano de cuidados e
encaminhamentos para pacientes
A gente até tenta, isso já aconteceu, começa a pós-alta hospitalar com o intuito
tentar buscar uma forma de valorização, seja ela de diminuir recorrências de
por que estuda, por que tem alguma expectativa tentativas de suicídio? Que
como mãe, mas em si, passa desapercebida, a
maioria das vezes a gente termina dando
sugestões você daria para a
cuidados. Mas a gente sabe que é o paciente que melhoria desse trabalho?
vai ter outras tentativas e acaba acontecendo o
óbito. (E10) Aqui não existe, temos psicóloga, acho que 2 a
3 vezes por semana que ela vem fazer
[...] na medida do possível a gente tenta atendimento na amarela e na vermelha [...]
aconselhar, claro que não é o suficiente para esse Gostaríamos, tanto que o pessoal da vermelha
paciente. Esse paciente vai precisar depois de quanto da amarela implantasse algum cuidado
um acompanhamento com um profissional da com relação a esses pacientes, tipo um psicólogo
área mais aguçado que realmente compreenda o sempre aqui, certo, e um acompanhamento em
que fez ele cometer isso e tentar ajudar casa, aí teria que ser uma junção do hospital com
juntamente com os familiares. (E7) a prefeitura, os postos de saúde, PSF. (E3)
253
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FILIAÇÃO AUTORES
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Enfermagem, seguidos por 16% Enfermeiros publicados até novembro de 2020. A pergunta
e 13% Médicos, acometidos pela doença norteadora da pesquisa foi elaborada através
(BRASIL, 2020). Devido a esse rápido do método PICO (SANTOS et al., 2007).
crescimento do número de profissionais de Segundo o autor o método PICO “representa
saúde infectados e todo o estresse e pressão um acrônimo para Paciente, Intervenção,
que têm sofrido, a saúde mental desses Comparação e “Outcomes” (desfecho).”
profissionais tem sido apontada como uma Sendo esta “Como a pandemia da COVID-19
grande preocupação (PRADO et al., 2020). transformou o quadro global dos serviços de
Por isso, é imprescindível que os saúde e como afetou a saúde mental dos
profissionais de enfermagem se preparem profissionais de saúde”.
para enfrentar esta ameaça, buscando a A busca dos artigos foi através e
informação sobre os fatores de risco e de quatro bases de dados, sendo estas: Biblioteca
proteção em relação à pandemia e o que ela Virtual em Saúde (BVS), na base de dados
acarreta em suas rotinas, buscando estratégias Latino-americanos e do Caribe em Ciências
de enfrentamento, como apoio psicológico da Saúde (LILACS), Sistema Online de Busca
especializado, atendimento por telefone que e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e
realiza escuta diferenciada, sigilosa e gratuita, Scientific Electronic Library Online
realização de práticas integrativas (SciELO), sendo utilizado os seguintes
complementares e realização de exercícios de descritores: “pandemia”, “saúde mental”,
relaxamento, a procura por serviços públicos “profissionais da saúde”, “serviços de saúde”,
de saúde mental disponíveis, a fim de obterem sendo realizada também nas línguas Inglês e
melhoria em suas condições de trabalho e, Espanhol, foram utilizados também os
consequentemente, em sua saúde física e operadores booleanos “AND” e “OR”.
mental (SANTOS et al., 2020). Foi utilizado como critérios de
Diante disso, o objetivo dessa pesquisa inclusão artigos originais, de revisão de
foi entender, através de uma revisão literatura e relatos de experiência, nos idiomas
integrativa da literatura, como a COVID- 19 de português, inglês e espanhol, no espaço
afeta a saúde mental dos profissionais da área temporal de 2015 a 2020 e que respondiam à
da saúde e quais os impactos no serviço de pergunta norteadora, foram excluídos os
saúde, visto que esta os colocou sob extrema artigos duplicados, relatos de caso, artigos que
pressão, com alto potencial de afetar a saúde antecediam o tempo estipulado para inclusão
física e mental. O ambiente de trabalho coloca e artigos pré-prints.
os profissionais em alto risco para a infecção
pelo novo corona vírus, estes são prejudicados RESULTADOS E DISCUSSÃO
ao tentar realizar suas funções com segurança,
sem as condições organizacionais e Após as buscas pelas bases de dados
ferramentas de trabalho adequadas (SILVA et foram selecionados apenas artigos entre 2015
al., 2020). e 2020, foram selecionados 750 artigos, após
a leitura dos títulos foram separados 52 artigos
MÉTODO para a leitura dos resumos, após foram
selecionados 42 artigos para a leitura na
Este estudo consiste em uma revisão
íntegra, e desses apenas 8 foram selecionados
integrativa da literatura, com base em artigos
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para compor a discrição acerca do tema, como Impactos da pandemia aos serviços
demonstrado na Figura 29.1. de saúde
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Quadro 29.1. Apresentação dos estudos incluídos na revisão integrativa, segundo o título, autores, ano da publicação, nacionalidade, metodologia e
nível de evidência
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COVID-19 isso é ainda mais perceptível, uma que a depressão afeta, em sua maioria,
vez que pouco se sabe e muito se especula. O mulheres, desde a adolescência, sendo
ritmo de disseminação é muito rápido e não há consideradas pela sociedade como sexo frágil
tratamento específico. A equipe de saúde e submissas. Nesse contexto, sendo a
apresentou níveis elevados de ansiedade e enfermagem composta, majoritariamente, por
depressão, isso porque estando mais expostos mulheres jovens, estudo retrata um
correm mais riscos e sentem medo por si e desequilíbrio na carga entre o trabalho e a vida
pelos familiares. Falta de apoio de doméstica, desencadeando exaustão e
comunicação e de treinamento são fatores de podendo levar à depressão grave e síndrome
risco que aumentam a possibilidade do de Burnout (TOESCHER et al., 2020).
desenvolvimento de doenças psicológicas. Saúde mental significa flexibilidade,
Durante as pandemias o foco está na doença opondo-se à rigidez. Ao fixar-se numa postura
em si e não nos transtornos mentais que dela repetitiva e paralisadora, o profissional de
possam advir (BARBOSA et al., 2020). enfermagem em sofrimento se vê impedido de
Entretanto, a COVID-19 trouxe a exercer as múltiplas possibilidades de sua
necessidade de se pensar sobre as questões de vida. Não negando os polos negativos da
saúde mental, uma vez que se observou a existência, tais como a resistência,
crescente sobrecarga desta. O medo de inflexibilidade, mecanismos de defesa,
contaminar seus familiares com a doença inadequação e mal-estar, a concepção adotada
desconhecida, utilização de medidas estritas enfatiza as condições positivas, facilitadoras
de segurança e o aumento na necessidade de de uma relação que delineia uma configuração
concentração e vigilância também foram mais plena, satisfatória e saudável.
fatores levantados, no tocante ao estresse Durante os atendimentos, foram
emocional dos enfermeiros, que é acentuado revelados os sentimentos, que foram
pela falta de informações a respeito dos modos organizados em: ansiedade, estresse, saúde
de transmissão e tratamento. Ademais, o mental, medo, ambivalência, depressão,
modo alarmista como a mídia aborda o exaustão. Ansiedade causada por falta de
problema, sobre as formas de transmissão, por EPIs; pressão por parte da chefia imediata,
exemplo, geram pavor e sofrimento nos com as notícias disponibilizadas pela mídia. O
indivíduos, provocando receio de estresse devido todo tempo chegando gente;
contaminação pela simples proximidade a morte como nunca houve. O medo do risco de
pessoas da família (DAL’BOSCO et al., se infectar; de infectar familiares (HUMEREZ
2020). et al., 2020).
O esgotamento físico, emocional e A insegurança por parte da população
mental ao qual o profissional de enfermagem, (vizinhos, amigos) que os aplaudem, mas os
durante seu turno de trabalho está exposto, discriminam, evitando contato. Depressão
pode desencadear apatia, irritabilidade, causada pela solidão, afastamento das
desânimo, ansiedade e depressão. Em relação famílias, morte dos companheiros de trabalho,
ao perfil destes profissionais com presença de e a exaustão ou esgotamento emocional com o
depressão, a literatura constata que a maioria volume de trabalho muito maior do que
são mulheres, relacionando ao ato de cuidar e estavam acostumados (PRADO et al., 2020).
grande carga de estresse. Pesquisas mostram
265
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diversas, mas, ainda assim, implica na tomada da psiquiatria. No segundo, a saúde é mais
de decisão e ação estratégica global, a fim de complexa que as manifestações das doenças e
dirimir maiores comprometimentos na força inclui aspectos sociais, econômicos, culturais
de trabalho em saúde (SAIDEL et al., 2020). e ambientais. Neste paradigma, loucura é
Em virtude dos fatos mencionados, muito mais que um diagnóstico psiquiátrico,
para melhor entendimento das repercussões pois os pacientes com um transtorno
psicológicas e psiquiátricas de uma pandemia, psiquiátrico podem ter qualidade de vida,
é preciso levar em consideração as principais participar da comunidade, trabalhar e
implicações e emoções envolvidas antes, desenvolver seus potenciais.
durante e após o evento. Assim, mais De outro modo que, Barbosa et al.
pesquisas sobre os impactos da pandemia da (2020) afirma que as premissas expostas nos
COVID-19 na saúde mental dos profissionais fizeram questionar como o cuidado a esta
de enfermagem precisam ser realizadas, uma doença - permeada de incertezas sobre as
vez que a utilização do conhecimento e formas de transmissão, tempo de incubação
experiência prévia de situações semelhantes do vírus, letalidade, tratamento eficaz, formas
auxilia no direcionamento de ações e recursos de diagnóstico seguro, uso correto, adequado
efetivos (TOESCHER et al., 2020). e racional de EPIs - pode influenciar na saúde
mental dos profissionais de saúde?
Resquícios da pandemia na saúde Como foi abordado nessa pesquisa, o
mental dos profissionais de saúde aspecto psicológico leva consigo uma
sobrecarga imensa quanto ao profissional que
Após as evidências científicas atua constantemente presenciando casos de
demostrarem que a equipe de saúde tem óbito e de enfermidades, temendo pela sua
passado por sofrimento psicológico com a própria vida, cuidando dos outros e
pandemia da COVID-19, percebeu-se a esquecendo-se do seu bem-estar (MOREIRA
importância de tratamentos psicológicos ou et al., 2020).
psiquiátricos à essa população, uma vez que, De acordo com Moreira et al. (2020) é
o cuidado em saúde mental favorece a atuação comum que durante surtos de doenças
do profissional no seu local de trabalho, e a infecciosas, os danos à saúde mental sejam
ausência disso reduzirá o seu potencial de negligenciados, em comparação ao risco
cuidado, aumentarão as chances de biológico e às medidas de tratamento.
afastamentos, disseminações, mortes e Entretanto, podem acometer um maior
consequências posteriores à esta número de pessoas e permanecer mesmo após
crise(PRADO et al., 2020). o fim de epidemias. Tais impactos
Frente ao exposto, Teixeira et al. psicológicos podem, porém, ser minimizados
(2020) entende que há dois paradigmas e até mesmo evitados por meio de cuidados
principais para discussão dos conceitos de em saúde mental e psiquiatria. A necessidade
saúde e saúde mental, ou seja, o paradigma desses cuidados foi evidenciada em crises
biomédico e o da produção social de saúde. epidemiológicas precedentes e é agora
No primeiro, o foco é exclusivamente na reforçada diante do contexto da COVID-19.
doença e em suas manifestações, a loucura Com a necessidade do distanciamento
como sendo essencialmente o objeto de estudo social, tornou-se obrigatório o modelo
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Recurrence Inventory (FCRI) de 42 itens, que desenvolver uma morbidade psíquica, que
consiste em um questionário compreende ao período desde o rastreamento
psicometricamente sólido usado para avaliar até o tratamento do câncer. Alguns dos
aspectos multidimensionais do medo de problemas psicológicos que são comumente
recorrência do câncer (VAN DE WAL et al., vistos no câncer de próstata são ansiedade
2016). relacionada ao câncer e sua cura, depressão e
Ainda é possível verificar a Escala de sintomas depressivos, culpa e remorso após
Impacto de Eventos (IE S), que mede o um diagnóstico, medo em relação à avaliação
sofrimento relacionado ao câncer e até que do PSA, medo em relação à recorrência do
ponto os pacientes têm pensamentos câncer após tratamento, um medo iminente e
intrusivos sobre o câncer e evitam pensar reconhecimento da morte, fadiga e dor, que
sobre o câncer (VAN DE WAL et al., 2016). podem ser agravados por fatores sociais e
O bem-estar psicológico foi avaliado usando a psicológicos e os problemas sexuais
versão de 21 questões da Escala de Ansiedade, decorrentes durante e após o tratamento
Depressão e Estresse (DASS-21) e inclui três (SOUSA et al., 2012).
subescalas relacionadas a estados emocionais A ansiedade pode ser observada
negativos autorrelatados de depressão, durante o teste de câncer de próstata (teste
ansiedade e estresse (DRUMMOND et al., PSA), o diagnóstico, durante o tratamento, ao
2016). lidar com o estigma social, pode estar
Por outro lado, a Escala de relacionado à função sexual e uma ansiedade
Autoavaliação de Depressão de Zung (SDS) com um medo relacionado à recorrência do
consiste em 20 itens e os entrevistados são câncer após o tratamento. A ansiedade pelo
solicitados a indicar a frequência de cada um diagnóstico do câncer, a falta de consciência,
dos sintomas depressivos "durante as últimas as complicações médicas decorrentes, o medo
duas semanas" (SHARPLEY et al., 2011); o da morte e os encargos financeiros são alguns
Questionário de Saúde do Paciente (PHQ ‐ 9), dos fatores que levam à depressão entre os
uma ferramenta de triagem autoadministrada, pacientes com câncer de próstata (SOUSA et
avalia os sintomas depressivos, bem validada al., 2012).
e confiável, cujos itens representam os Choque, descrença, ansiedade, medo,
critérios diagnósticos para depressão maior tristeza e perda de controle são emoções
(PUNNEN et al., 2013); a escala de transtorno comuns promotoras de estresse. Sentimentos
de ansiedade geral 7 (GAD-7), um de traição, raiva porque isso poderia acontecer
questionário autoaplicável, que mede os mais de uma vez, raiva dirigida ao médico por
sintomas de ansiedade, com excelente não curar o câncer na primeira vez ou raiva de
validade e confiabilidade para medir a si mesmos são respostas comuns e normais ao
ansiedade generalizada em populações que pode ser uma experiência especialmente
médicas (PUNNEN et al., 2013). difícil (SOUSA et al., 2012).
Visto que os transtornos psicológicos Além de seu potencial impacto
são mensurados através de uma série de psicológico em pacientes, o câncer de próstata
escalas de medição, pôde-se observar a pode afetar também seus cuidadores, que
presença de certos fatores que levam o geralmente são a família e o cônjuge, pois seus
paciente idoso com câncer de próstata a próprios problemas se somam às
276
Capítulo 30
Saúde Mental
277
Capítulo 30
Saúde Mental
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278
Capítulo 31
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente do Centro Universitário ANA LUISA DE OLIVEIRA ROCHA1
de Belo Horizonte - UniBH. Belo BRENO HENRIQUE COLARES SILVA1
Horizonte, MG.
2. Médica, Doutora em Patologia CAROLINA NUNES DUTRA1
pela UFMG, 2013. Professora LUAAN SILVA ROSSATI1
adjunta de Anatomia Patológica na
Faculdade de Medicina da UFMG
LUIZA PEDROSA GOMES1
e no Centro Universitário de Belo MARIA EDUARDA CUNHA BERNARDES1
Horizonte – UniBH. Belo Horizonte. SUELLEN CRISTINE COSTA1
MG.
3. Doutora em Biologia Celular.
CRISTIANA BUZELIN NUNES2
UFMG, 2006. Professora assistente JANAINA CLAUDIA DA SILVA SALDANHA3
do Centro Universitário de Belo
Horizonte - UniBH. Belo Horizonte,
MG.
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Capítulo 31
Saúde Mental
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Capítulo 31
Saúde Mental
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Capítulo 31
Saúde Mental
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Capítulo 31
Saúde Mental
KOURKOUMP
Pathogenesis of Alcoholic Atualizações na patogênese da doença hepática alcoólica na
ETIS & SOOD
Liver Disease: An Update. medicina.
(2019).
Legenda: ¹Artigo acrescentado da revista World Journal of Hepatology; ²Artigo acrescentado da revista Clinics in Liver
Disease.
283
Capítulo 31
Saúde Mental
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Capítulo 31
Saúde Mental
baloniforme dos hepatócitos, devido a uma Segundo Bruha et al. (2012), as lesões
combinação de danos no citoesqueleto e hepáticas podem manifestar-se de forma
edema oncótico, eventualmente levando à aguda, como HA, ou doenças crônicas,
necrose de hepatócitos. A ocorrência de representada pela esteatose, esteato-hepatite,
apoptose nessa doença também é possível de fibrose e cirrose. As alterações crônicas,
ser observada, consequente ao efeito principalmente a esteato-hepatite e fibrose,
inflamatório que está presente. O diagnóstico são as formas encontradas com maior relação
dessa doença se confirma, principalmente, com o uso excessivo de álcool, podendo
pela marcação imuno-histoquímica e pela propiciar à cirrose tardiamente. A esteatose
evidência dos corpos de Mallory-Denk simples é uma doença reversível em casos de
(ROTH & QIN, 2019). abstinência de álcool por algumas semanas.
A degeneração espumosa relacionada Entretanto, cerca de 20% dos pacientes com
ao álcool é uma doença aguda, com clínica essa lesão hepática, em um período de 10
semelhante a HA, e que é caracterizada, anos, tem risco de desenvolver fibrose ou
principalmente pela presença abundante de cirrose. Outra alteração observada em alguns
gordura microvesicular, conferindo uma alcoolistas é a esteato-hepatite, que também
aparência espumosa acometendo os pode ocasionar em cirrose, devido à indução
hepatócitos centrolobulares e às vezes, pelo processo fibrogênico. Essa lesão é um
também, da zona média. Histologicamente, os processo reversível, porém pode haver
corpúsculos de Mallory-Denk e a presença de persistência de fibrose.
hepatócitos balonizados são raros, por outro Com relação às fibroses hepáticas, é
lado, a presença de alterações no retículo descrito que, quanto mais espessas, mais
endoplasmático e, principalmente, nas sugestivo de terem sido provocadas por
mitocôndrias, é bem detectada através de álcool. Ao que se refere a esteatose, é relatado
coloração histoquímica enzimática (ROTH & que as lesões começam a se resolver
QIN, 2019). totalmente dentro de 6 a 8 semanas por efeito
O trabalho de Roth e Qin (2019) de lipases hepáticas. Por fim, é concluído
reitera, ainda, que boa parte dos achados pelos autores que, mesmo com todos esses
histológicos, como hepatócitos balonizados e achados prescritos, o uso de biópsias e de
corpúsculos de Mallory-Denk apenas exames histopatológicos são dispensáveis
corroboram com o diagnóstico de DHA, haja para o diagnóstico da maioria das DHA, mas
visto que pacientes obesos ou com uso de se fazem bastantes úteis para definir o
certas drogas que afetam o metabolismo tratamento e o estadiamento de pacientes com
hepático, também podem apresentar esses esteato-hepatite, degeneração espumosa
achados. Por outro lado, é descrito, ainda, que relacionada ao álcool e esteatose hepática
a necrose hialina esclerosante é o único padrão relacionada ao álcool com colestase (ROTH &
de lesão hepática que pode ser quase QIN, 2019).
patognomônico para DHA. Sendo assim, é de
Diagnóstico e tratamento das lesões
imprescindível importância que, além do
hepáticas
exame histopatológico, a história clínica se
faça presente para diagnosticar a doença que Como forma de medir o dano hepático
acomete o paciente. associado à história alcoólica do paciente, são
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Capítulo 31
Saúde Mental
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Saúde Mental
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289
Capítulo 32
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente - Enfermagem do Centro RITA TRACZ¹
de Ensino Superior dos Campos
Gerais-CESCAGE. ANA FLÁVIA GONÇALVES1
2. Docente – Departamento de LUANA LIMA BOSCA1
Enfermagem do Centro de Ensino TAISA CAROLINE METRING DE MATOS1
Superior dos Campos Gerais-
CESCAGE. GABRIELE DE VARGAS MARCOVICZ2
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Capítulo 32
Saúde Mental
1
A Netflix é um serviço de transmissão online que permite conectados à internet. Pode assistir ao conteúdo de forma
aos assinantes assistir a uma ampla variedade de séries, filmes ilimitada e sem comerciais (NETFLIX).
e documentários premiados em milhares de aparelhos
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Capítulo 32
Saúde Mental
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Capítulo 32
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NÚMERO DE MODUS
NOME ASSINATURA COMPORTAMENTO PRISÃO
VÍTIMAS OPERANDI
Escolheu as
crianças de A presença em Gentil, atenciosa, muita
Beverley Allitt famílias Injeção todos os plantões dedicada ao trabalho, era No ano de 1993, foi
(Grantham - carentes, sendo 4 contendo no Hospital quando prestativa, entusiasmada, presa e condenada a
Inglaterra) óbitos e mais 7 Insulina. as crianças inteligente gostava de ser o 30 anos.
com sequelas evoluíam ao óbito. foco das atenções.
graves.
Escolheu os
idosos matando Gostava da ação, era muito Desde o ano de 2004
Foram encontrados
Benjamin Geen 2 pacientes e Aplicava-lhes prestativo, entusiasmado, está cumprindo
restos desses
(Banbury - deixando Midazolam e inteligente e o foco das prisão perpétua.
medicamentos em
Inglaterra) sequelas graves Vecurônio. atenções. Encantador sabia Declarando-se
suas roupas.
em mais 15 identificar as crises. inocente.
pacientes.
Tinha suas próprias regras e
não lidava bem com
Um total de 11
Genene Jones Injeção com Roubo de objetos autoridades e Em 1982 foi presa, é
crianças vieram
(Texas- Estados Heparina e dessas crianças em questionamentos. Esperta, fria, calculista e
a óbito sob seus
Unidos) Succinilcolina. cemitérios. narcisista e manipuladora, ausência de remorso.
cuidados.
buscou atenção das famílias
mais carentes.
Calma, manipuladora,
Injeção Seringas com água
estava sempre sorrindo,
Kimberly Saenz Foi condenada contendo água sanitária em sua Sentenciada a prisão
fazia piadas, mãe de 2
(Massachusetts, por 5 sanitária em bolsa e pesquisa na perpétua no ano de
filhos, frequentava a igreja,
EUA) assassinatos. pacientes internet sobre 2012.
ausência de culpa ou
dialisados. envenenamento
remorso e de empatia.
Mais de 83
pacientes Injeção Pessoa fria, manipuladora,
Preso em 2004 disse
morreram sob contendo Estava de plantão extremamente calculista,
Stephan Letter que sentia pena das
seus cuidados. anestésicos e todas as vezes e o dificuldade em simpatia e
(Herdecke - vítimas alegou
Foi condenado posteriormente roubo de empatia, e, um nível
Alemanha) sendo mortes
por matar 28 a medicamentos. elevado de isolamento e
piedosas.
pessoas, adultos Succinilcolina. manipulação.
e idosos.
293
Capítulo 32
Saúde Mental
calculistas, perigosos e que desprezam a vida perceber que a maioria teve grandes
humana e são capazes de torturar e mutilar problemas com violências durante a infância,
suas vítimas (SILVA, 2018). entretanto não se deixe enganar, pois um
Sempre demonstram indiferença e a indivíduo não se torna psicopata ele é
diversão com seus atos brutais que levam a um psicopata desde sua formação e já vem com
misto de satisfação, prazer e sensação e poder essa personalidade. Os mesmos não tem
sobre as vítimas. As mesmas são consideradas consciência, mas estão conscientes de tudo o
como objetos que satisfazem o prazer desses que realizam para prejudicar o outro, e o
psicopatas e por onde passam deixam rastros fazem sem o menor sentimento de culpa, pois
de destruição e desordem (SILVA, 2018). não o possuem (SILVA, 2018). O Quadro
Durante o percurso dos indivíduos 32.2 apresenta as características dos Super vis.
aqui descritos nesse subtítulo é possível
NÚMERO DE MODUS
NOME ASSINATURA COMPORTAMENTO PRISÃO
VÍTIMAS OPERANDI
Era a palhaça da ala, alegre,
cheia de energia, dedicada ao Foi condenada à prisão
Fala de forma trabalho, com boa formação, perpétua no ano de
Foi responsável por Utilizava injeção sútil sobre matar por meio de seu humor ácido 2014 apresentando
Daniela Poggiali
mais de 93 mortes de com o Cloreto de os pacientes e era obcecada por fotos, onde ausência de culpa ou
(Itália)
pacientes idosos. Potássio. evidências no sorria e gargalhava com os remorso e tornou-se
equipo polegares positivos ao lado uma celebridade na
de pacientes terminais ou já prisão.
falecidos.
Está preso desde o ano
Manipulador habilidoso,
de 2008, demonstrando
Colin Norris dizia querer fazer a diferença
Injeção contendo Todas as vezes arrogância exacerbada,
(Milton - 4 pacientes idosas. e sendo dedicado tanto no
insulina. estava de plantão. manipulação da cena e
Escócia) estudo como no trabalho os
ataques histéricos de
colegas gostavam dele.
raiva.
Não possuía um Narcisista, com orgulho da
Rastros de vários
padrão de vítimas. Já Seu método foi profissão gostava de ser o
frascos dessa
são 30 o número de aplicar um foco das atenções.
Niels Hogel droga na lixeira e
óbitos e as medicamento Apresentava problemas Desde o ano de 2008
(Wilhelmshaven a fala em
exumações dos para o coração de familiares e viu-se está preso.
- Alemanha) expressar-se
corpos continuam e a nome alemão dependente de
sobre ser o herói
contagem de vítimas Algemin 10 g. medicamentos e uso de
do paciente.
sempre aumenta. álcool.
Sua arma de Victorino era estressado, e
escolha foi a tinha um complexo de
Victorino Chua 2 pacientes morreram Condenado à prisão
aplicação de Insulina nas superioridade, sentia-se
(Manchester - e deixou sequelas perpétua no ano de
insulina em bolsas de soro. muito importante e
Inglaterra) graves em mais 19. 2015.
bolsas de soro acreditava ser melhor que
fisiológico. outros.
Seu padrão era
Sofreu bullying toda a
adultos e idosos. Utilizou a injeção Presença em Preso em 2003, não
Charles Cullen infância tentou suicídio duas
Admitiu 40 mortes, contendo todos os plantões aceita o título de ‘serial
(Nova Jérsei - vezes, viu-se no álcool. Só
mas investigações digoxina e em que ocorriam as killer’ por acreditar que
EUA) admitiria as mortes caso
mostram que podem outros a insulina. mortes. é diferente.
fosse convencido.
ultrapassar 400.
294
Capítulo 32
Saúde Mental
295
Capítulo 32
Saúde Mental
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296
Capítulo 33
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1Discente - Centro Universitário LARISSA REZENDE LIMA PEREIRA¹
de Caratinga.
2Discente – Pontifícia MAYRA LOURES DE OLIVEIRA1
Universidade Católica de Minas ANDRÉ LUIS FERREIRA SIQUEIRA1
Gerais. CAIQUE PEREIRA DE PAIVA3
3Discente – Centro
Universitário Claretiano. CARLOS EDUARDO CORRÊA LOUZADA2
4Discente – Universidade do
DÉBORA RIBEIRO DUTRA1
Vale do Sapucaí. JONAS EDUARDO DO PRADO NASCIMENTO4
5Discente – Faculdade de
Medicina de Taubaté. JÚLIA ALVES DE PAROLIS2
LAION ROBERTO FERREIRA DA SILVA2
LÍVIA PIERAZOLI DE CARVALHO GUERRA2
MANUELA MOREIRA GUERREIRO5
MARIA MARIANA ABRAS FERREIRA1
PEDRO HENRIQUE FONSECA NOGUEIRA2
SÉRGIO ÍTALO BLASI NETO2
STEFÂNIA MARIA MAGALHÃES DE CARVALHO2
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Saúde Mental
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303
Capítulo 34
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Doutora em Ciências pela MÁRCIA ASTRÊS FERNANDES¹
Universidade de São Paulo. BRUNA VICTÓRIA DA SILVA PASSOS2
Professora Associada da
Universidade Federal do Piauí. MARIA EDUARDA PEREIRA CORREIA2
2. Discente do Curso de Graduação KAREN BEATRIZ OLIVEIRA DE ABREU2
em Enfermagem da Universidade
Federal do Piauí.
INGRID RAQUEL LIMA2
3. Enfermeira. Mestranda em EUKÁLIA PEREIRA DA ROCHA3
Enfermagem pela Universidade DOUGLAS VIEIRA DE OLIVEIRA2
Federal do Piauí.
WELLINGTON MACÊDO LEITE2
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Capítulo 34
Saúde Mental
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Capítulo 34
Saúde Mental
Estado do Piauí. Tendo como base para coleta Diretrizes da Política Nacional sobre Drogas,
dos dados relatos registrados em diário de reinserindo o Hospital Psiquiátrico e não
experiência, onde foram registradas todas as incentivando seu fechamento (BRASIL,
atividades realizadas durante as 12h semanais, 2019). Tal compreensão sobre a rede
de março de 2019 a março de 2020. assistencial se torna importante para fins de
Os principais diagnósticos de esclarecimentos e encaminhamentos desses
enfermagem foram elencados, conforme a usuários quando cessarem os sintomas mais
taxonomia dos Diagnósticos de Enfermagem graves do Transtorno Afetivo Bipolar e a
da North American Nursing Diagnosis pessoa possa dar seguimento nos serviços
Association International (NANDA-I, 2018). comunitários.
Para as intervenções foi utilizada a Durante o período da extensão foi
Classificação das Intervenções de possível observar o fluxo de atendimento
Enfermagem e para os resultados a dentro da rede e, principalmente, dentro da
Classificação dos Resultados de Enfermagem instituição, por meio do acompanhamento dos
(NIC, 2010; NOC, 2016). profissionais de enfermagem durante a
Não se fez necessária a submissão avaliação do paciente, desde sua chegada ao
deste trabalho para aprovação pelo Comitê de serviço de pronto atendimento com sinais e
Ética e Pesquisa, pois não houve sintomas psiquiátricos. A assistência, que se
envolvimento direto ou indireto com o inicia com o processo de admissão e segue até
paciente, nem foram coletados dados pessoais o momento de sua liberação, podendo ser
para utilização na elaboração, apenas limitada apenas a observação no pronto
informações de interesse fisiopatológico e/ou atendimento ou internação propriamente dita
epidemiológico. Porém, ressalta-se que todos nas enfermarias.
os aspectos éticos e legais presentes na Dessa forma, a avaliação da equipe de
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de enfermagem inclui a necessidade de
Saúde foram respeitados. conhecimentos psiquiátricos, psicopatologia e
psicofarmacologia, alicerçadas nos princípios
RESULTADOS E DISCUSSÃO da Reforma Psiquiátrica e Reabilitação
Psicossocial. Também, utiliza-se como
A experiência possibilitou um fundamento para nortear a avaliação
conhecimento abrangente e prático sobre as psiquiátrica a Sistematização da Assistência
pessoas em tratamento com diagnóstico de de Enfermagem (SAE). De forma que,
Transtorno Afetivo Bipolar. Ademais, foi seguem descritos a seguir os principais
possível compreender melhor o resultados alcançados.
funcionamento da Rede de Atenção
Psicossocial (RAPS), principalmente no Sistematização da Assistência de
serviço de saúde mental de alta complexidade. Enfermagem pelo olhar dos
Seu pleno exercício além de se basear nos extensionistas
pressupostos da RAPS, também se firma na
Nota Técnica nº 11/2019. Ambos trazem Mediante verificação dos registros de
esclarecimentos sobre as mudanças na enfermagem, os discentes observaram a
Política Nacional de Saúde Mental e nas frequência dos diagnósticos de enfermagem,
intervenções e resultados esperados, os quais
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Capítulo 34
Saúde Mental
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Capítulo 34
Saúde Mental
Quadro 34.1. Diagnósticos de Enfermagem de acordo com a taxonomia NANDA-I, NOC e NIC,
identificados em pacientes com transtorno afetivo bipolar
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Capítulo 34
Saúde Mental
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Capítulo 35
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente do curso de Medicina do BRUNA MESQUITA CAMPOS FERREIRA¹
Centro Universitário de Belo IGOR GONÇALVES CASTRO¹
Horizonte.
2. Docente – Graduado em Medicina JULIA CARVALHO SILVA¹
pelo Cento Universitário de Belo LETÍCIA DOS SANTOS DINIZ¹
Horizonte, Residência em LÍVIA DOS SANTOS ABREU LACERDA¹
Psiquiatria pelo Hospital de Ensino
Raul Soares MARIA GABRIELA COSTA¹
TAMIRIS SILVA ÁVILA¹
BRUNO DAMACENO DE FARIA²
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Saúde Mental
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Capítulo 35
Saúde Mental
esses atos eram vistos, na Idade Média, e deve ser considerado um evento individual, e
busca entender o motivo pelo qual as pessoas sim, um fato social, uma vez que é vinculado
que atentavam contra a própria vida eram à sua multicausalidade e dependente do grau
vistas de forma negativa pelo corpo social de interação social dos indivíduos com a
(OLIVEIRA, 2016). sociedade (DE ALMEIDA, 2018).
De acordo com Durkheim, cada
A indagação segue ao longo dos séculos, as
autoridades civis e religiosas não escaparam a
sociedade tem em sua trajetória, um grupo de
esse paradoxo: o infeliz que se mata para indivíduos com características que predispõe
abreviar os seus sofrimentos e os dos próprios ao suicídio e que eles devem ser amparados.
familiares é um criminoso, enquanto o crime
de milhões de jovens em plena inocência, Ele evidencia a necessidade estudar não só as
contra a sua vontade, nos campos de batalha, é características biológicas, mas também o
aceito como um ato meritório (MINOIS, 1998, ambiente em que os indivíduos estão
p. 40).
inseridos, já que tanto o espaço como o corpo
Ao longo de sua obra, o autor social podem favorecer contextos repressores,
evidencia a visão negativa propagada pela que, somados a outros fatores, desencadeiam
sociedade medieval, que acaba o suicídio (RODRIGUES, 2009).
negligenciando, dessa forma, a busca por Durkheim ainda cita que, uma quebra
razões pelas quais o homem recorria à morte na coesão social pode levar a causas
voluntária (OLIVEIRA, 2016). específicas que caracterizam diferentes tipos
de suicídio como, o suicídio egoísta, suicídio
Uma visão ideológica acerca do altruísta e o suicídio anômico. O suicídio
suicídio egoísta, pode ser exemplificado pela questão
religiosa que muitas vezes em oposição ao
No contexto da virada do século XIX progresso da ciência, enfraquecia a coesão
para o século XX, o sociólogo Émile social com seus fiéis, deixando-os vulneráveis
Durkheim, empenhado na busca pela criação diante da dúvida de suas crenças e tradições
de uma nova ciência engajada nas (DE ALMEIDA, 2018).
investigações sobre a sociedade, define como
objeto de seus estudos sociológicos os fatos Quanto mais numerosas são as maneiras de
agir e de pensar, marcadas por um caráter
sociais, que são a junção de determinações religioso, subtraídas, por conseguinte, ao livre
constituintes do corpo social que exercem exame, mais a ideia de Deus está presente em
todos os detalhes da existência e faz convergir
poder sobre todos os participantes dessa para um único e mesmo objetivo as vontades
sociedade, fazendo com que, muitas vezes, o individuais. Inversamente, quanto mais um
indivíduo realize ações contra a sua vontade, grupo confessional deixa ao julgamento dos
indivíduos, mais ele está ausente de sua vida,
submetendo-o à sistematização social, antes menos tem coesão e vitalidade (DURKHEIM,
mesmo de nascer (DE ALMEIDA, 2018). 2004, p. 188).
A partir de sua teoria, Durkheim
Dessa forma, entende-se por suicídio
elabora um estudo minucioso sobre o suicídio,
egoísta, aquele que é motivado pelo
expondo a necessidade de analisar a maneira
enfraquecimento dos grupos sociais ao qual o
que a sociedade induz o indivíduo mediante a
indivíduo pertence, podendo ser de caráter
consciência coletiva. Com uma percepção
religioso, político ou familiar. Quanto maior o
antropológica, ele afirma que o suicídio não
afastamento, mais o indivíduo coloca sua
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Capítulo 35
Saúde Mental
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Capítulo 35
Saúde Mental
ilegal em alguns países. É provável que haja sendo considerada o primeiro "passo" para sua
um número significativo de subnotificações efetivação (WERLANG et al., 2005). Assim,
de casos em países como o Brasil por a decisão de cometer o ato não ocorre de
exemplo, uma vez que a possibilidade da forma rápida, mostrando que, com frequência,
perda de seguros e de direitos gera ainda mais o indivíduo que comete o suicídio manifestou
insegurança dos familiares em relatar o anteriormente algum sinal da intenção de
ocorrido (DE FRAGA et al., 2016). Além realizá-lo. Da mesma forma, a literatura
disso, a presença da desmoralização e da aponta que existe uma grande probabilidade
vergonha que a repercussão de um suicídio de, após uma primeira tentativa de suicídio,
pode causar, lembram o fato de este assunto outras virem a surgir, até que uma possa ser
ainda ser um tabu no cenário brasileiro fatal (BORGES et al., 2008; DUTRA, 2002;
(MARCOLAN & SILVA, 2019). ESPINOZA-GOMEZ et al., 2010).
Acredita-se que anualmente, 800 mil Em adolescentes, muitas das tentativas
pessoas morrem por suicídio e, a cada ato de suicídio são realizadas com automutilação.
concebido, outros 20 adultos atentam contra a Entretanto, deve-se ter cuidado com esse
sua própria vida. De acordo com a conceito, pois também existem manifestações
Organização Mundial da Saúde (apud de automutilação não suicida (NSSI), ou seja,
BRASIL, 2017, p. 1), o suicídio tornou-se, em realizadas sem intenção de morrer. Por mais
2012, a 15ª causa de mortalidade no mundo que a NSSI seja realizada sem a intenção de
todo, representando 1,4% das mortes no provocar a própria morte, ela se mostrou
mundo. Entre os jovens de 15 a 29 anos, essa amplamente relacionada com as tentativas de
é a 2ª causa de morte. suicídio propriamente ditas uma vez que,
Quando comparado aos demais países, frequentemente, elas coocorrem.
o Brasil apresenta dados que permitem Notavelmente, pesquisas vêm mostrando que
estimar que o fenômeno do suicídio, não se o NSSI é uma das advertências mais
situa entre as faixas etárias mais elevadas. contundentes de tentativas de suicídio futuras,
Além disso, verifica-se um destaque relativo estando acima do comportamento suicida
ao alto crescimento das taxas entre as anterior (GUAN et al., 2012; SCOTT et al.,
populações mais jovens (RIBEIRO & 2015).
MOREIRA, 2018). Sabe-se que o suicídio exitoso
predomina em homens, geralmente idosos ou
A ideação e o ato suicida na de meia idade, enquanto as tentativas de
adolescência e suas suicídio são mais comuns em mulheres
multicausalidades jovens, sendo a segunda maior causa de
internações na população de 10 a 19 anos do
O suicídio é um fenômeno sexo feminino na rede SUS (FREITAS &
multifacetado que envolve fatores biológicos, BOTEGA, 2002). Segundo um estudo de
sociais e emocionais. O comportamento Ficher e Vansan (2008), a distribuição das
suicida pode ser dividido em ideação suicida tentativas de suicídio por idade apontou uma
(pensamentos, ideias, planejamento e desejo proporção mais elevada de casos em
de se matar), tentativa de suicídio e suicídio adolescentes com idades entre 15 e 19 anos
consumado. A ideação suicida é um (43,5%). O estudo verificou ainda que a
importante preditor de risco para o suicídio,
315
Capítulo 35
Saúde Mental
maioria dos meninos atendidos por tentativa combinação destes três papéis sociais.
de suicídio encontrava-se na faixa etária de 20 Entretanto, aqueles adolescentes com
a 24 anos, já as meninas encontravam-se na múltiplos papéis sociais estiveram
faixa dos 15 aos 19 anos. significativamente mais propensos a
Ademais, tentativas de suicídio pensamentos suicidas.
anteriores associadas a depressão maior estão No ambiente domiciliar, faz-se
entre os sinais preditores mais fortes de necessário salientar a importância da família
suicídio completo em jovens e a presença de enquanto estabelecedora das primeiras
sintomas depressivos como sentimentos de relações de afeto e de vínculo social. Dessa
tristeza; solidão; desesperança; humor forma, qualquer alteração nesse ambiente
depressivo e instável; episódios de explosão e familiar pode ser de suma importância para a
raiva; falta de motivação; diminuição do percepção de alterações comportamentais e no
interesse ou prazer; perda ou ganho desenvolvimento do adolescente. Partindo
significativo de peso; problemas de sono; desse pressuposto, Prieto e Tavares (2005),
capacidade diminuída de pensar ou verificaram a presença de várias experiências
concentrar-se devem ser avaliados. Conclui- adversas ou estressoras na esfera doméstica
se, portanto, que a adolescência é considerada durante o desenvolvimento de indivíduos que
um período propício tanto para a ideação tentam o suicídio, dentre elas: situações de
quanto para as tentativas de suicídio, violência física, verbal, sexual, ausência de
principalmente quando associada à depressão suporte social, negligência e rejeição na
(ARAÚJO et al., 2010). infância e na adolescência. A partir disso,
Além da depressão, outros transtornos Espinoza-Gomez et al. (2010) investigaram as
psiquiátricos podem estar presentes em consequências dos diferentes tipos de
indivíduos com ideação suicida. Prieto e violência doméstica na vida dos jovens e
Tavares (2005), em uma revisão de literatura, verificaram uma forte associação delas com
verificaram que o comportamento suicida têm todas as formas de manifestação e conduta
uma correlação com a presença de desordens suicida, sobretudo em meninas.
psiquiátricas, tais como transtorno de humor, A vulnerabilidade propiciada pelas
transtorno relacionado ao uso de substâncias, situações de pobreza é um outro fator que
esquizofrenia e transtorno da personalidade. pode gerar instabilidade familiar, uma vez que
Para Lauridsen e Tanaka (1999), o o desemprego e o estresse econômico
maior índice de queixas e entristecimentos da aumentam os patamares de ansiedade dos
vida de adolescentes entre 14 e 19 anos refere- indivíduos (MENEGHEL et al., 2004). Além
se a “alterações no ambiente familiar” e disso, adolescentes com pais divorciados ou
“problemas na escola/trabalho”, sendo esses que tiveram experiência de morte na família
fatores possíveis desencadeantes de uma têm atitudes mais permissivas ao suicídio.
potencial depressão e consequente tentativa Caso a morte do familiar ocorra por suicídio,
de suicídio. No ambiente escolar, Rivers e o jovem pode desenvolver um comportamento
Noret (2010) concluíram que a maioria dos de imitação e repetir o mesmo ato. O
adolescentes do estudo já haviam se envolvido comportamento de imitação pode ocorrer
em episódios de bullying na escola, seja como tanto por conhecer alguém que cometeu o
agressores, vítimas, testemunhas ou uma suicídio como também pela veiculação de
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Capítulo 35
Saúde Mental
notícias de pessoas famosas que cometeram o busca para a conquista de alívio para o
ato suicida (WERLANG et al., 2005). Nesse sofrimento emocional. Contudo, ao mesmo
sentido, o impacto que as notícias de suicídio tempo que ela proporciona a aproximação
veiculadas pela mídia exercem sobre algumas social e democratiza o acesso à informação,
pessoas tem sido apontado por alguns estudos desempenha caráter influenciador sobre como
como um importante fator de risco para o o corpo social pensa, se comunica e socializa.
suicídio (DABER & BAPTISTA, 2004), Assim, usuários que são inseridos
principalmente em adolescentes e adultos precocemente em um campo cibernético
jovens. permeado de relações e vínculos frágeis,
Tem sido verificado, também, que o alicerçam sua personalidade neste meio
uso de substâncias tanto lícitas quanto ilícitas (ABREU & SOUZA, 2017).
está intimamente associado aos pensamentos “As mídias digitais acabam sendo
autodestrutivos, bem como a frequência e a prejudiciais a partir do momento em que são
intensidade do uso dessas drogas durante seu usadas de uma forma que reestrutura a
desenvolvimento. realidade de quem usa tal ferramenta de
Ademais, há alguns outros fatores de maneira onipresente, baseando nela suas
risco menos discutidos, mas que devem ser decisões” (ABREU & SOUZA, 2017, p. 164).
levados em consideração tratando-se de Isto, porque, ao mesmo tempo que a internet
suicídio em adolescentes como: decepção desempenha, em um primeiro momento, o
amorosa, gravidez na adolescência, papel de uma rede de apoio emocional em
localização geográfica, cultura, meio à fuga do caos mental, ela proporciona
homossexualidade, cyberbullying, oposição um bombardeamento de informações e
familiar a relacionamentos sexuais, condições opiniões, que, na maioria das vezes, não
de saúde desfavoráveis, baixa autoestima, passam pelo crivo qualitativo, o que faz com
dificuldade de aprendizagem, dentre outros. que as verdades alheias sejam aceitas como as
próprias verdades, sejam elas construtivas ou
A influência da internet depreciativas. O que preocupa é esse meio
propiciar o aparecimento de ameaças
Adolescer implica um processo anônimas, como o cyberbullying e a
complexo de formação individual, que se exposição à conteúdos constrangedores,
desdobra em insegurança, declínio da insultuosos e impróprios para adolescentes,
autoestima e o estabelecimento da ideia de contribuindo, assim, para uma piora do quadro
que, como indivíduo, cada um se percebe e se emocional de quem procura essa ferramenta
determina no mundo de uma forma, como ponto de apoio ou último pedido de
independente do que os pais possam pré- ajuda.
determinar. Entretanto, toda essa trajetória Portanto, devido à vulnerabilidade
não se traduz em um processo linear ou emocional e ao contato tão íntimo e obstinado
inteiramente coerente, pelo contrário, ela pode com a internet, o adolescente é apontado como
ser angustiante e desencadeadora de principal alvo para conteúdos digitais de
sentimentos de desilusão e depressão. ideação suicida e, dessa maneira, a internet
O uso das mídias digitais pelo não atua como a causa, mas como uma
adolescente, poderia ser um dos meios de
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321
Capítulo 35
Saúde Mental
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Capítulo 36
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
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Saúde Mental
Tabela 36.1. Resultados dos artigos sobre o papel do Reiki na redução da ansiedade
Autor/ano de
Título do artigo Objetivo do artigo Resultados
publicação
Effect of Reiki Therapy on
O objetivo deste artigo foi Apesar de o número de estudos ser
Pain and Anxiety in Adults:
calcular, por meio da análise de limitado, baseado nas estatísticas
THRANE & An In-Depth Literature
ensaios clínicos randomizados, o de Cohen, há evidências sim que
COHEN 2014 Review of Randomized
efeito da terapia Reiki para dor e sugerem que a terapia Reiki pode
Trials with Effect Size
ansiedade. ser eficaz para dor e ansiedade.
Calculations.
O Reiki, enquanto dispositivo de
O objetivo é identificar a cuidado, provoca mudanças
O Reiki como forma
produção científica sobre a significativas no indivíduo,
FREITAG et al., terapêutica no cuidado à
terapia complementar Reiki, a principalmente em relação à
2014 saúde: uma revisão
partir de uma revisão narrativa ansiedade, dores, estresse,
narrativa da literatura
da literatura. aumento das células de defesa e
diminuição dos níveis pressóricos
O objetivo do artigo foi avaliar a
Massagem e Reiki para efetividade da Massagem e Reiki A Massagem e a Massagem
KUREBAYASHI redução de estresse e na redução de estresse e combinada ao Reiki se mostraram
et al., 2016 ansiedade: Ensaio Clínico ansiedade em clientes do efetivas na redução dos níveis de
Randomizado Instituto de Terapia Integrada e estresse e ansiedade.
Oriental, em São Paulo (Brasil).
O objetivo do manual é sugerir Por ser uma nova área de atuação
aos gestores do SUS um modelo dos profissionais de saúde, ainda
Manual de Implantação de de Plano de Implantação das não há resistências, porém, trata-se
MINISTÉRIO
Serviços de Práticas PICS, facilitando, assim, o de uma importante ferramenta na
DA SAÚDE,
Integrativas e desenvolvimento dessas práticas busca pela prevenção, promoção e
2018
Complementares no SUS de cuidado em seu território, tratamento dos usuários de saúde,
além de descrever os passos de entendendo o ser humano de forma
cadastramento dos serviços. integral e holística.
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Saúde Mental
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Capítulo 36
Saúde Mental
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Capítulo 37
Saúde Mental
FILIAÇÃO
AUTORES
1. Discente do Curso de Farmácia do JOELMA MARIA DOS SANTOS DA SILVA
Centro Universitário Maurício de
Nassau - UNINASSAU – Campina APOLINÁRIO¹
Grande, PB. LUANA MARIA APOLINÁRIO ANANIAS2
2. Graduada de Educação Física da
Universidade Estadual da Paraíba
– UEPB.
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de ataques de pânico. Em outros, como nas importante a ser observado, uma vez que a
fobias específicas, transtornos de nova rotina proposta pela pandemia pode ser
personalidade, problemas situacionais as um fator estressante e gatilho para a
psicoterapias podem ser a primeira opção. E ansiedade.
em muitas situações o ideal talvez seja a Nesse sentido, manter a prática de
combinação de ambos os métodos, sempre atividade física regular, exercitar-se
levando em consideração a medicalização de rotineiramente em um ambiente doméstico
primeira escolha, iniciando sempre em doses seguro é uma estratégia importante para uma
menores até o aumento da mesma caso a vida saudável e ajudará no retorno das
necessidade do paciente. atividades de vida diária após o período crítico
Esta percepção condiz com a ideia de de disseminação do novo Coronavírus. E as
que é necessário compreender a adesão do vantagens valem para crianças, adultos e
paciente ao tratamento como um processo. idosos e devem ser acompanhadas por um
Este processo possui três componentes profissional capacitado. Então, empurre os
principais: a noção que o paciente tem de móveis da sala e aproveite o espaço para se
doença, a sua ideia de melhora ou de cura movimentar!
dessa doença e o lugar em que o médico ocupa O uso dos psicofármacos é atual e
como imaginário para este paciente. Ou seja, presente como opção de tratamento nos
a adesão do paciente trata-se de um processo sintomas dos sofrimentos mentais, seja pela
complexo, condizente com as respostas dos praticidade e rapidez na obtenção de
pesquisados. satisfação, ou amenização desses sintomas.
No tratamento de depressões leves ou Finalmente, o uso de medicamentos
moderadas, resultantes de problemas neupsicológicos e a psicoterapia psicanalítica
situacionais, relacionados a eventos vitais ou apresenta-se como uma associação benéfica,
em resposta a estressores ambientais deve-se capaz de absorver e integrar os aspectos da
dar preferência ao uso de alguma modalidade personalidade e da estrutura psíquica do
de psicoterapia: terapia psicodinâmica, sujeito. A implantação de cuidados integrais
cognitiva, interpessoal, comportamental ou ao indivíduo com sofrimento
até mesmo o simples apoio psicológico, mental/emocional são processos urgentes e
associando-se, eventualmente, por curto necessários no campo da assistência à saúde,
espaço de tempo um ansiolítico, se houver visto possuir potencialidades para diminuição
ansiedade ou insônia associadas. do sofrimento cotidiano dos sujeitos
Manter a rotina da prática regular de acometidos por esses transtornos, uma equipe
atividade física pode oferecer também multidisciplinar faz toda a diferença no que
benefícios psicológicos, como promover a diz respeito à integralidade do indivíduo
sensação de bem-estar. Esse é um fator perante a família e sociedade.
339
Capítulo 37
Saúde Mental
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341
Capítulo 38
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Discente –Centro Universitário de MAYRA LOURES DE OLIVEIRA1
Caratinga.
2. Discente – Pontifícia Universidade LARISSA REZENDE LIMA PEREIRA1
Católica de Minas Gerais. AGDA LOUISE CARDOSO MALTA3
3. Discente – Faculdade Dinâmica do
Vale do Piranga.
ANDRESSA OLIVEIRA RIBEIR2
4. Discente – Universidade Federal da EMILLY ANDRADE MARTINS2
Integração Latina Americana. GABRIELA BERCHIOL VIEIRA4
5. Discente – Universidade Iguaçu
Itaperuna.
IZABELLA DE CASTRO CABRAL KNEIP1
JÚLIA PEREIRA SOARES2
LARISSA MARTINS QUINTANA1
LEONARDO GALVÃO ALBANO2
LETÍCIA CASTRO DE SOUZA RODRIGUES1
MARIANE MERCHED LIMA2
MIKAELLY FARIA DE SOUZA5
RHAIMEI IZORAI GONÇALVES BARBOSA2
YARA MARTINS CERQUEIRA2
342
Capítulo 38
Saúde Mental
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Capítulo 38
Saúde Mental
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Capítulo 38
Saúde Mental
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Capítulo 38
Saúde Mental
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Capítulo 38
Saúde Mental
que é considerada uma das psicoterapias ainda, agir de forma efetiva no emocional e no
padrão-ouro de intervenção para a BN psicológico do doente (MANOCHIO et al.,
(PEREIRA et al., 2020; COPETTI & 2018). Por fim, o objetivo primordial da
QUIROGA, 2018). terapêutica baseia-se na busca por ganhos que
Para que haja um auxílio mais viabilizem a redução dos sintomas e uma vida
funcional para os sintomas acometidos, é mais funcional (PEREIRA et al., 2020).
preciso que o profissional, que realiza o
acompanhamento, identifique as distorções CONCLUSÃO
que o paciente apresenta, sendo que os
mesmos possuem uma visão errônea acerca do Nesse cenário, observa-se grande
próprio peso e da forma corporal. Outro ponto relevância clínica acerca da assistência ampla
relevante nesse processo, é a psicoeducação, a multidisciplinar, com a finalidade de amenizar
qual desempenha o papel de estabelecer um os desafios encontrados no cuidado dos TAs,
vínculo terapêutico satisfatório que favorece a enfatizando AN e BN na sociedade moderna.
uma boa adesão ao tratamento (PEREIRA et Dessa forma, pode-se ressaltar a importância
al., 2020). do diagnóstico precoce baseado no DSM-5
Ademais, é de suma importância associado a um tratamento preciso que melhor
ressaltar que a inserção familiar é um fator adapte as individualidades de cada paciente
crucial na eficácia de resultados do tratamento que manifesta a doença.
dos TAs, uma vez que auxilia em uma Sendo assim, a conduta terapêutica
formação de uma boa disposição de deve abranger os fenômenos sintomatológicos
assistência, a qual os pais/cônjuges se tornam orgânicos e psíquicos, não focando apenas na
facilitadores de mudanças. Esse vínculo, patologia propriamente dita, mas também em
família e paciente, propicia uma relação de diminuir os prejuízos e as consequências
apoio moral e psicológico, favorecendo a físicas e emocionais que corroboram para
busca por resultados positivos na terapêutica desistência do tratamento.
(PEREIRA et al., 2020; SOUZA et al., 2019; Portanto, é imprescindível que ocorra
COPETTI & QUIROGA, 2018). mais investimentos em estudos voltados para
Sabe-se que o tratamento dos TAs, de a discussão de uma intervenção precoce das
uma forma geral, é longo, árduo e muitas manifestações clínicas da AN e da BN,
vezes apresenta resultados insatisfatórios. Isso buscando garantir um tratamento ainda mais
ocorre pois além de promover a reabilitação eficaz para obter remissão do quadro, ou até
nutricional, interromper os comportamentos mesmo, de condutas preventivas eficientes,
que modificam o peso e melhorias nos hábitos uma vez que o tema tem ganhado destaque na
alimentares, a equipe multidisciplinar deve, contemporaneidade.
347
Capítulo 38
Saúde Mental
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348
Capítulo 39
Saúde Mental
FILIAÇÃO AUTORES
1. Enfermeira. Mestre em Saúde da
Família pelo Centro Universitário ROBERTA CRISTINA GOMES FRANCO
UNINOVAFAPI. MOURA FÉ1
2. Pós-doutora pela Universidade de
Brasília. Professora Adjunta da
ELIANA CAMPÊLO LAGO2
Universidade Estadual do MÁRCIA ASTRÊS FERNANDES3
Maranhão. CARMEN VIANA RAMOS4
3. Doutora em Ciências pela
Universidade de São Paulo.
IVONIZETE PIRES RIBEIRO5
Professora Associada da AMANDA ALVES DE ALENCAR RIBEIRO6
Universidade Federal do Piauí.
4. Nutricionista. Professora Titular do
Centro Universitário
UNINOVAFAPI.
5. Enfermeira. Professora Titular do
Centro Universitário
UNINOVAFAPI.
6. Enfermeira pela Universidade
Federal do Piauí.
349
Capítulo 39
Saúde Mental
350
Capítulo 39
Saúde Mental
351
Capítulo 39
Saúde Mental
352
Capítulo 39
Saúde Mental
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356
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ÍNDICE REMISSIVO
Adolescência, 312 Mutação MTHFR, 219
Adolescente, 36 Natureza, 151
Álcool, 78 Neoplasias da Mama, 243
Alcoolismo, 280 Neoplasias da Próstata, 271
Anorexia Nervosa, 343 Neurociência, 151
Ansiedade, 209, 280, 325 Pandemias, 259
Aspectos Psicológicos, 48, 225 Pessoal de Saúde, 259
Assistência à Saúde, 195 Políticas Públicas, 26
Assistência à Saúde Mental, 83, 243 Prevenção, 13, 312
Atenção Primária à Saúde, 83 Processo de Enfermagem, 305
Atenção Primária em Saúde, 203 Processos de Aprendizado, 151
Atividade Física, 13, 65, 331 Profissionais de Saúde, 122, 250
Automutilação, 36 Psicofarmacoterapia, 331
Body Dysmorphic Disorders, 145 Psicopatas, 291
Bulimia Nervosa, 343 Psicotrópicos, 1
Câncer, 225 Psiquiatria, 298
Consumo de Bebidas Alcoólicas, 26 Quetamina, 173, 298
Coronavírus, 122, 209 Reiki, 325
COVID-19, 58 Risco de Suicídio, 36
Criança, 114, 235, 350 Saúde da Família, 350
Criminologia, 291 Saúde da Mulher, 243
Cuidados de Enfermagem, 250 Saúde Holística, 128
Depressão, 93, 114, 209, 235, 305, 325 Saúde mental, 1
Depressão Refratária ao Tratamento, 173 Saúde Mental, 36, 65, 122, 128, 186, 219, 331
Depressão Resistente, 219, 298 Self Concept, 163
Diagnóstico, 225 Semiologia, 109
Disfunção Cognitiva, 271 Serial killer, 291
Doença Neurodegenerativa, 103 Serviços de Saúde Mental, 203
Doenças Crônicas não Transmissíveis, 93 Social Media, 163
Doenças Hepáticas, 280 Sofrimento Psicossocial, 103
Drogas Ilícitas, 26 Suicídio, 58, 173, 186, 250, 312
Enfermagem, 1, 291 Sujeito Holístico, 151
Envelhecimento, 48, 271 Tecnologia, 114
Epidemias por Novo Coronavírus 2019, 235 Terapias Alternativas, 128
Epidemiologia, 78, 109 Terapias Complementares, 128, 203
Esclerose Lateral Amiotrófica, 103 Transtorno Bipolar, 305
Estratégia Saúde da Família, 83, 93 Transtorno de Humor, 109
Estresse Psicológico, 280 Transtorno Depressivo, 13
Exercício Físico, 48 Transtorno do Déficit de Natureza, 151
Fatores de Risco, 58 Transtorno do Espectro Autista, 350
Feeding and Eating Disorder, 163 Transtorno Mental, 78
Humanização da Assistência, 195 Transtornos Dismórficos Corporais, 145
Idoso, 186 Transtornos Psiquiátricos, 343
Idosos, 93 Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias, 65
Indústria da Beleza, 145 Tratamento, 13
Infecções por Coronavírus, 259 Unidades de Terapia Intensiva, 195
Medicamentos, 331
361