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que exprime um fato (ação, estado ou fenômeno)


representado no tempo.
VERBO
Flexões do Verbo
VERBO. s.m. Palavra; tom de voz; expressão: a segunda O verbo apresenta as variações de NÚMERO, de
pessoa da Santíssima Trindade, encarnada em Jesus Cristo; a PESSOA, de MODO, de TEMPO e de VOZ.
sabedoria eterna; (Gram.) palavra com que declaramos ação, Números do Verbo
estado ou qualidade, em geral, de um sujeito. Com as outras palavras variáveis, o verbo admite
DIC. DA LÍNGUA PORTUGUESA - MEC
dois números: o SINGULAR e o PLURAL. Dizemos que
um verbo está no singular quando ele se refere a uma
só pessoa ou coisa e, no plural, quando tem por sujeito
NOÇÕES PRELIMINARES mais de uma pessoa ou coisa. Exemplo:
 SINGULAR: estudo/estudas/estuda;
 PLURAL: estudamos/estudais/estudam.
Quando lemos as seguintes frases:
 Tio Cosme pegou em mim e escanchou-se em cima
da besta (Machado de Assis); Pessoas do Verbo
 Maria foi cercada pelos pirilampos (Graça Aranha); O verbo possui três pessoas relacionadas direta-
 Uma enorme cobra estava adormecida entre os mente com a pessoa gramatical que lhe serve de
juncos (Herberto Sales); sujeito.
 Há oito dias que relampejava nas cabeceiras (José  A primeira é aquela que fala e corresponde aos
Lins do Rêgo). pronomes pessoais eu (singular) e nós (plural):
estudo/estudamos;
Entendemos que:  A segunda é aquela a quem se fala e corresponde
a) Tio Cosme praticou determinadas ações; aos pronomes pessoais tu (singular) e vós (plural):
b) Maria sofreu uma ação; estudas/estudais;
c) A cobra encontrava-se num certo estado;  A terceira é aquela de quem se fala e correspon-
d) Há oito dias ocorria nas cabeceiras um dado de aos pronomes pessoais ele, ela (singular) e
fenômeno da natureza. eles (plural): estuda/estudam.
As palavras pegou, escanchou, foi cercada, estava
e relampejava são VERBOS. Verbo é, pois, a palavra Modos do Verbo

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Chamam-se MODOS as diferentes formas que b) Pessoal. Quando se refere a uma pessoa grama-
toma o verbo para indicar a atitude (de certeza, de tical, ou seja quando tem sujeito próprio: Ao nos
dúvida, de suposição, de mando, etc.) da pessoa que despedirmos, ele queixou-se de uma dor de
fala em relação ao fato que enuncia. cabeça (Ribeiro Couto)
Há três modos em português: 1)Indicativo; 2)Subjuntivo
e o 3)Imperativo. GERÚNDIO
1. Indicativo. O indicativo apresenta o fato de um
modo real, certo, positivo. Exemplos: Estudo O gerúndio equivale a um advérbio ou a um
português/Voltei ao colégio; adjetivo em forma oracional: Voltando [=quando voltou]
2. Subjuntivo. O subjuntivo é uma expressão de a si, viu que estava outra vez só (Machado de Assis)/Por
desejo, apresenta o fato como possível ou cima uma bola desgraciosa representando [=que
duvidoso: Meus pais desejam que eu estude representa] a cabeça (Euclides da Cunha).
português/Esperam que eu tenha voltado ao
colégio; PARTICÍPIO
3. Imperativo. O imperativo apresenta o fato como
objeto de uma ordem, conselho, exortação ou O particípio corresponde a um adjetivo e, como
súplica: Volta ao colégio (ordem)/Estuda portu- tal, pode flexionar-se, em certos casos, em número e em
guês, para que passes de ano (conselho)/Dorme, gênero: Sobre as paredes internas que restavam,
meu filhinho (exortação)/Senhor, tende piedade equilibravam-se pontas de vigamento, revestidas de um
de nós (súplica). bolor claro de cinza, tições enormes, apagados (Raul
Pompéia).
Formas Nominais do Verbo
São FORMAS NOMINAIS DO VERBO o Infinitivo, Tempos do Verbo
o Gerúndio e o Particípio. Tempo é a variação que indica o momento em que
se dá o fato expresso pelo verbo
INFINITIVO Os três tempos naturais são o PRESENTE, o
PRETÉRITO (passado) e o FUTURO, que designam,
O infinitivo equivale a um substantivo e pode ser: respectivamente, um fato ocorrido no momento em que
a) Impessoal. Quando não se refere a uma pessoa se fala, antes do momento em que se fala e após o
gramatical, isto é, quando não tem sujeito: Viver momento em que se fala.
não é obedecer às paixões, mas aborrecê-las ou O presente é indivisível, mas o pretérito e o futuro
sufocá-las (Machado de Assis); subdividem-se no modo Indicativo e no Subjuntivo,
como se vê adiante:
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1. Como praticado pelo sujeito, veja os exemplos:


INDICATIVO João feriu Pedro/Não vejo rosas neste jardim;
2. Como sofrido pelo sujeito: Pedro foi ferido por
 Presente: estudo; João/Não se vêem [=são vistas] rosas neste
 Pretérito: Imperfeito: estudava; Perfeito: estudei jardim;
(simples), tenho estudado (composto); mais-que- 3. Como praticado e sofrido pelo sujeito: João feriu-
perfeito: estudara (simples), tinha ou havia se/Dei-me pressa em sair.
estudado (composto);
 Futuro: do Presente: estudarei (simples), terei ou No primeiro caso, diz-se que o verbo está na voz
haverei estudado; do Pretérito: estudaria (sim- ATIVA; no segundo, na voz PASSIVA; no terceiro, na voz
ples), teria ou haveria estudado (composto). REFLEXIVA.
Como se verifica dos exemplos acima, o objeto
direto da voz ativa corresponde ao sujeito da voz
SUBJUNTIVO passiva; e, na voz reflexiva, o objeto direto ou indireto é
a mesma pessoa do sujeito. Logo, para que um verbo
 Presente: estude; admita flexão de voz, é necessário que ele seja
 Pretérito: Imperfeito: estudasse, Perfeito: tenha TRANSITIVO.
ou haja estudado, mais-que-perfeito: tivesse ou
houvesse estudado;
 Futuro: Simples: estudar, Composto: tiver ou VOZ PASSIVA
haver estudado.
Exprime-se a voz passiva:
a) Com o VERBO AUXILIAR ser e o PARTICÍPIO que
IMPERATIVO se quer conjugar: Pedro foi ferido por João;
b) Com o PRONOME APASSIVADOR se e uma
 Presente: estuda (tu, estude (você), estudemos terceira pessoa verbal, singular ou plural, em
(nós), estudai (vós), estudem (vocês). concordância com o sujeito: Não se vê [=é vista]
uma rosa neste jardim/Não se vêem [=são vistas]
rosas neste jardim.
Vozes do Verbo
O fato expresso pelo verbo pode ser representado VOZ REFLEXIVA
de três formas:

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Exprime-se a VOZ REFLEXIVA juntando-se às


formas verbais da voz ativa os pronomes oblíquos me, 3.Verbos Defectivos. São aqueles que não têm certas
te, nos, vos e se (singular e plural): Eu me feri [=a mim formas, como abolir, falir e mais alguns de que
mesmo]/Tu te feriste [=a ti mesmo]/Ele se feriu [a si trataremos adiante. Entre os defectivos costumam os
mesmo]/Nós nos ferimos [=a nós mesmos]/Vós vos gramáticos incluir os unipessoais, especialmente os
feristes [=a vós mesmos]/Eles se feriram [=a si impessoais, usados apenas na 3ª pessoa do singular:
mesmos]. chover, ventar, etc.

4.Verbos Abundantes. São os verbos que possuem


Classificação do Verbo duas ou mais formas equivalentes. De regra, essa
Vejamos agora as 2 formas em que o verbo se abundância ocorre no particípio. Assim, o verbo aceitar
classifica (quanto à flexão e função): apresenta os particípios aceitado, aceito e aceite; o
verbo entregar, os particípios entregado e entregue; o
QUANTO À FLEXÃO verbo matar, os particípios matado e morto.

Quanto à Flexão, os verbos podem ser: Regular, QUANTO À FUNÇÃO


Irregular, Defectivo e Abundante. Vejamos:
Quanto à Função, o verbo pode ser Principal ou
1.Verbos Regulares. Os Regulares flexionam-se de Auxiliar.
acordo com o Paradigma, modelo que representa o tipo
comum da conjugação. Tomando-se, por exemplo, 1.Principal. Principal é o verbo que, numa frase,
cantar, vender e partir como paradigmas da 1ª, 2ª e 3ª conserva sua significação plena. Assim:
conjugações:  Estudei português;
 Verificamos que todos os verbos regulares da 1ª  Haverá uma solução para o caso;
conjugação (ar) formam os seus tempos como
 Comprei um terno azul.
cantar;
 Os da 2ª conjugação (er), como vender; 2.Auxiliar. Auxiliar é aquele que, combinado com
 Os da 3ª conjugação (ir), como partir. formas nominais de um verbo principal, constitui a
conjugação composta deste, perdendo, com isso, o seu
2.Verbos Irregulares. São Irregulares os verbos que se significado próprio. Assim:
afastam do paradigma de sua conjugação, como dar,  Tenho estudado português;
estar, fazer, ser, pedir, ir e vários outros, que mais
 Há de haver uma solução para o caso;
adiante estudaremos.
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 Um terno azul foi comprado por mim.


Os auxiliares mais comuns são ter, haver, ser e estar,
de que apresentaremos adiante, a conjugação completa. Verificamos que todas as suas formas se
irmanam pelo RADICAL cant-, a parte invariável que
Conjugações lhes dá a base comum de significação.
Conjugar um verbo é dizê-lo em todos os modos, Verificamos também que a esse RADICAL VER-
tempos, pessoas, números e vozes. O agrupamento de BAL se junta, em cada forma, uma TERMINAÇÃO, da
todas essas flexões, segundo uma ordem determinada, qual participa pelo menos um dos seguintes elementos:
chama-se CONJUGAÇÃO. a) A vogal temática ( a ) característica dos verbos da
Há três conjugações em português, caracteriza- 1ª conjugação: cantA/cantAva/cantAra;
das pela VOGAL TEMÁTICA. b) O sufixo temporal (ou modo-temporal), que indica
o tempo e o modo: cantaVA/cantaRA;
 A 1ª conjugação compreende os verbos que têm a
c) A desinência pessoal (ou número-pessoal), que
vogal temática ( a ): estudAr; ficAr; remAr.
indica a pessoa e o número, veja os verbos:
 A 2ª conjugação abrange os verbos que têm a
cantO/cantaVAS/cantáraMOS.
vogal temática ( e ): recebEr; devEr; temEr.
 A 3ª conjugação pertencem os verbos que têm a
vogal temática ( i ): dormIr; partIr; sorrIr. Formação dos Tempos Simples
Com exceção do infinitivo pessoal, os tempos
simples dos verbos portugueses correspondem a
formações existentes no latim clássico ou no latim
TEMPOS SIMPLES vulgar, que sofreram, com os séculos, naturais
alterações fonéticas. O estudo dessa evolução é matéria
que pertence à chamada gramática histórica e excede,
Estrutura do Verbo naturalmente, os limites desta opúscula obra.
Examinemos os seguintes tempos do indicativo Podemos, no entanto, adotar aqui um vulgarizado
do verbo CANTAR: artifício didático para melhor apreendermos o mecanis-
PRESENTE PRET.IMPERF. PRET.MAIS-Q.PERF.
mo das conjugações.
cant-o cant-ava cant-ara Consiste tal artifício em admitir que o verbo
cant-as cant-avas cant-aras apresente três tempos PRIMITIVOS, sendo os outros
cant-a cant-ava cant-ara deles DERIVADOS.
canta-mos cant-ávamos cant-áramos São tempos primitivos: o Presente do Indicativo, o
cant-ais cant-áveis cant-áreis Pretérito perfeito do Indicativo e o Infinitivo Impessoal.
cant-am cant-avam cant-aram
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Para mostrar a valia didática do processo forma-


tivo, tomemos como exemplo os verbos cantar, fazer e OBSERVAÇÃO
ouvir, e separemos nos seus tempos simples o Fogem à regra acima os verbos ser, ter, vir e
pôr, que fazem no IMPERFEITO era, tinha, vinha e
RADICAL, ou o TEMA (=radical + vogal temática), da punha, respectivamente.
TERMINAÇÃO, incluindo nesta o SUFIXO TEMPORAL e
a DESINÊNCIA NÚMERO-PESSOAL. 2.Presente do Subjuntivo. Forma-se do radical da 1ª
pessoa do presente do indicativo, substituindo-se a
Derivados do Presente do Indicativo desinência – o pelas flexões próprias do presente do
Do Presente do Indicativo formam-se o Imperfeito subjuntivo: -e, -es, -e, -em, nos verbos da 1ª
do Indicativo, o Presente do Subjuntivo e o Imperativo. conjugação; -a, -as, -a, -amos, -ais, -am, nos verbos da
2ª e da 3ª conjugação. Assim:
1.Imperfeito do Indicativo. É formado do radical do 1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação
PRESENTE acrescido: Cant-o Vend-o Part-o
a) Na 1ª conjugação, das terminações – ava, avas, cant-e vend-a part-a
ava, ávamos, áveis, avam (constituídas da vogal cant-es vend-as part-as
temática – a + sufixo temporal – va - + cant-e vend-a part-a
desinências pessoais); cant-emos vend-amos part-amos
b) Na 3ª conjugação, das terminações – ia – ias, ia, cant-eis vend-ais part-ais
íamos, - íeis, - iam (constituídas da vogal cant-em vend-am part-am
temática – i - + sufixo – a - + desinências
pessoais); OBSERVAÇÃO
c) Na 2ª conjugação, das mesmas terminações da 1) Dentre todos os verbos da língua apenas os
3ª, por ter a vogal temática – e – passado a – i – seguintes não obedecem à regra anterior: haver, ser,
antes de – a -. estar, dar, ir, querer e saber, que fazem no presente
do subjuntivo: haja, seja, esteja, dê, vá, queira e
1ª conjugação 2ª conjugação 3ª conjugação saiba;
Cant- Vend- Part- 2) Os verbos defectivos em que a 1ª pessoa do
cant-ava vend-ia part-ia presente do indicativo caiu em desuso não têm
cant-avas vend-ias part-ias presente do subjuntivo.
cant-ava vend-ia part-ia
cant-ávamos vend-íamos part-íamos 3.Imperativo. O imperativo afirmativo só possui formas
próprias de 2ª pessoa do singular e 2ª pessoa do plural,
cant-áveis vend-íeis part-íeis
derivadas das correspondências do presente do
cant-avam vend-iam part-iam
indicativo com a supressão do –s final. Assim:
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VERBOS: TER E HAVER


cant ( a ) vende ( s ) parte ( s )
cantai ( s ) vendei ( s ) parti ( s ) Os verbos auxiliares: ter e haver empregam-se
nos seguintes casos:
OBSERVAÇÕES
1) Excetua-se o verbo ser, que faz sê (tu) e sede (vós); 1) Com o Particípio do verbo principal, para formar
2) Costumam perder o –e na 2ª pessoa do singular do os tempos compostos da voz ativa, denotadores
imperativo afirmativo os verbos dizer, fazer, trazer e
de um fato acabado: tenho estudado/havia
os terminados em –uzir: dize (ou diz) tu, faze (ou faz)
tu, traze (ou traz) tu, traduze (ou traduz) tu. estudado;
2) Com o Infinitivo do verbo principal antecedido da
As outras pessoas do imperativo afirmativo, bem preposição de, para exprimir, respectivamente, a
como todas as do imperativo negativo, são supridas obrigatoriedade ou o firme propósito de realizar o
pelas equivalentes do presente do subjuntivo, com o fato: tenho de estudar/hei de estudar.
pronome posposto, quando usado.
O USO DO VERBO SER

Ser emprega-se com o Particípio do verbo


VERBOS AUXILIARES E O SEU principal, para formar os tempos da voz passiva da
EMPREGO ação: A casa foi vendida/Fomos promovidos de ano.

O USO DO VERBO ESTAR


Denominam-se AUXILIARES os verbos que, des-
providos total ou parcialmente da acepção própria, se Estar emprega-se:
juntam a outro verbo, ao qual emprestam matizes 1) Com o Particípio do verbo principal, para formar
significativos especiais. tempos da voz passiva de estado: Estou
Os conjuntos formados de um verbo auxiliar com arrependido/Estamos impressionados com o fato;
um verbo principal chamam-se LOCUÇÕES VERBAIS. 2) Com o Gerúndio do verbo principal, para indicar
Nas Locuções Verbais conjuga-se apenas o auxiliar, uma ação durativa: Estou estudando/Estamos
pois o verbo principal vem sempre numa das formas esperando.
nominais: no PARTICÍPIO, no GERÚNDIO, ou no
INFINITIVO IMPESSOAL. Além dos quatro verbos estudados, outros há que
Os verbos auxiliares de uso mais freqüentes são: podem funcionar como auxiliares. Estão neste caso os
ter, haver, ser e estar. verbos ir, vir, andar e mais alguns que se ligam ao
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infinitivo ou ao gerúndio do verbo principal para


expressar matizes de tempo ou para marcar certos O verbo ANDAR emprega-se com o Gerúndio do
aspectos do desenvolvimento da ação. verbo principal, para indicar uma ação durativa
Entre os valores que assumem as locuções por (construção semelhante à de estar + GERÚNDIO): Ando
eles formadas devemos mencionar os seguintes: lendo os clássicos/Andava procurando um livro.

O VERBO IR CONJUGAÇÃO DOS VERBOS TER, HAVER, SER E


ESTAR (modo INDICATIVO)
O verbo IR emprega-se:
1) Com o Gerúndio do verbo principal, para indicar Presente
que a ação se realiza progressivamente ou por
etapas sucessivas: O navio ia encostando no tenho hei sou estou
tens hás és estás
cais (pouco a pouco)/Os convidados iam che-
tem há é está
gando de automóvel (sucessivamente); temos havemos somos estamos
2) Com o Infinitivo do verbo principal, para exprimir tendes haveis sois estais
o firme propósito de executar a ação, ou a têm hão são estão
certeza de que ela será realizada em futuro
próximo: Vou procurar um médico/O navio vai
Pretérito Imperfeito
partir.
tinha havia era estava
O VERBO VIR tinhas havias eras estavas
tinha havia era estava
tínhamos havíamos éramos estávamos
O verbo VIR emprega-se: tínheis havíeis éreis estáveis
1) Com o Gerúndio do verbo principal, para indicar tinham haviam eram estavam
que a ação se desenvolve gradualmente (compa-
re-se a construção similar com ir): Vinha rompen-
do a madrugada/Venho tratando desse assunto; Pretérito Perfeito
2) Com o Infinitivo antecedido da preposição a, para tive houve fui estive
expressar o resultado final da ação: Vim a saber tiveste houveste foste estiveste
dessas coisas muito tarde/Veio a dar com os teve houve foi esteve
burros n’água. tivemos houvemos fomos estivemos
tivestes houvestes fostes estivestes
tiveram houveram foram estiveram
O VERBO ANDAR
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MODO SUBJUNTIVO

Pretérito mais-que-perfeito Presente


tivera houvera fora estivera tenha haja seja esteja
tiveras houveras foras estiveras tenhas hajas sejas estejas
tivera houvera fora estivera tenha haja seja esteja
tivéramos houvéramos fôramos estivéramos tenhamos hajamos sejamos estejamos
tivéreis houvéreis fôreis estivéreis tenhais hajais sejais estejais
tiveram houveram foram estiveram tenham hajam sejam estejam

Futuro do Presente Pretérito Imperfeito


terei haverei serei estarei tivesse houvesse fosse estivesse
terás haverás serás estarás tivesses houvesses fosses estivesses
terá haverá será estará tivesse houvesse fosse estivesse
teremos haveremos seremos estaremos tivéssemos houvéssemos fôssemos estivéssemos
tereis havereis sereis estareis tivésseis houvésseis fosseis estivésseis
terão haverão serão estarão tivessem houvessem fossem estivessem

Futuro do Pretérito Futuro


teria haveria seria estaria tiver houver for estiver
terias haverias serias estarias tiveres houveres fores estiveres
teria haveria seria estaria tiver houver for estiver
teríamos haveríamos seríamos estaríamos tivermos houvermos formos estivermos
teríeis haveríeis seríeis estaríeis tiverdes houverdes fordes estiverdes
teriam haveriam seriam estariam tiverem houverem forem estiverem

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temente se erra. As formas que aqui faltem e se


MODO IMPERATIVO empregam são todas regulares.

1ª Conjugação
Afirmativo VERBO DAR
tem (tu) (desusado) sê (tu) está (tu)
tenha (você) haja (você) seja (você) esteja (você)  Pres. Ind.: dou, dás, dá, damos, dais, dão;
tenhamos (nós) hajamos (nós) sejamos (nós) estejamos (nós)  Pret. Perf. Ind.: dei, deste, deu, demos, destes,
tende (vós) havei (vós) sede (vós) estai (vós)
deram;
tenham (vocês) hajam (vocês) sejam (vocês) estejam (vocês)
 M.-que-perf. Ind.: dera, deras, dera, déramos,
déreis, deram;
 Pres. subj.: dê, dês, dê, demos, deis, dêem;
Negativo  Pret. Imperf. Subj.: desse, desses, desse,
déssemos, désseis, dessem;
não tenhas (tu) não sejais (tu)
não tenha (você) não seja (você)
 Fut. Subj.: der, deres, der, dermos, derdes,
não tenhamos (nós) não sejamos (nós) derem;
não tenhais (vós) não sejais (vós)
não tenham (vocês) não sejam (vocês) 2ª Conjugação
não hajas (tu) não estejas (tu)
não haja (você) não esteja (você) VERBO CABER
não hajamos (nós) não estejamos (nós)
não hajais (vós) não estejais (vós)  Pres. Ind.: caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis,
não hajam (vocês) não estejam (vocês) cabem;
 Pret.perf.Ind.: coube, coubeste, coube, coube-
mos, coubestes, couberam;
 M.-q.perf.Ind.: coubera, couberas, coubera,
CONJUGAÇÃO DOS VERBOS coubéramos, coubéreis, couberam;
IRREGULARES  Pret.imp.Subj.: coubesse, coubesses, coubesse,
coubéssemos, coubésseis, coubessem;
Nesta relação de verbos apresentamos, além das  Fut.Subj.: couber, couberes, couber, coubermos,
formas irregulares, algumas regulares em que freqüen- couberdes, couberem.
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 Pres.Subj.: veja, vejas, veja, vejamos, vejais,


VERBO CRER vejam;
 Pret.imperf.Subj.: visse, visses, visse, víssemos,
 Pres.Ind.: creio, crês, crê, cremos, credes, crêem; vísseis, vissem;
 Pret.perf.Ind.: cri, creste, creu, cremos, crestes,  Fut.Subj.: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem;
creram;  Part.: visto.
 Pres.Subj.: creia, creias, creia, creiamos, creiais,
creiam; 3ª Conjugação
 Pret.Imp.Subj.: cresse, cresses, cresse, crêsse-
mos, crêsseis, cressem; VERBO ACUDIR
 Fut.Subj.: crer, creres, crer, crermos, crerdes,
crerem;  Pres.Ind.: acudo, acodes, acode, acudimos,
 Imperativo: crê, crede; acudis, acodem;
 Particípio: crido.  Pret.perf.Ind.: acudi, acudiste, acudiu,
OBS: Por este conjuga-se o verbo descrer. acudimos, acudistes, acudiram;
 Pres.Subj.: acuda, acudas, acuda, acudamos,
VERBO VALER acudais, acudam;
 Pret.imperf.: acudisse, acudisses, acudisse,
 Pres.Ind.: valho, vales, vale, valemos, valeis, acudíssemos, acudísseis, acudissem;
valem;  Imperativo: acode, acudi;
 Pres.Subj.: valha, valhas, valha, valhamos,
valhais, valham. VERBO COBRIR
VERBO VER  Pres.Ind.: cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris,
cobrem;
 Pres.Ind.: vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem;  Pret.perf.Ind.: cobri, cobriste, cobriu, cobrimos,
 Pret.imperf.Ind.: via, vias, via, víamos, víeis, cobristes, cobriram;
viam;  Pres.Subj.: cubra, cubras, cubra, cubramos,
 Pret.perf.Ind.: vi, viste, viu, vimos, vistes, viram; cubrais, cubram;
 M.-q.perf.Imp.: vira, viras, vira, víramos, víreis,  Imperativo: cobre tu, cubra você, cubramos nós,
viram; cobri vós, cubram vocês.

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OBS: Por este se conjugam descobrir, dormir, (regular  Pret.perf.Ind.: fui, foste, foi, fomos, fostes,
no part.: dormido), encobrir, recobrir e tossir (regular no foram;
part.: tossido).  M.-q.perf.Ind.: fora, foras, fora, fôramos, fôreis,
foram;
VERBO CAIR  Fut.pres.: irei, irás, irá, iremos, ireis, irão;
 Fut.pret.: iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam;
 Pres.Ind.: caio, cais, cai, caímos, caís, caem;  Pres.Subj.: vá, vás, vá, vamos, vades, vão;
 Pret.imperf.Ind.: caía, caías, caía, caíamos,  Pret.imperf.Subj.: fosse, fosses, fosse, fôssemos,
caíeis, caíam; fôsseis, fossem;
 Pret.perf.Ind.: cai, caíste, caiu, caímos, caístes,  Fut.Subj.: for, fores, for, formos, fordes, forem;
caíram;  Imperativo: vai, vá, vamos, ide, vão;
 M.-q.perf.Ind.: caíra, caíras, caíra, caíramos,  Gerúndio: indo;
caíreis, caíram;  Part.: ido.
 Fut.pres.: cairei, cairás, cairá, cairemos, caireis,
cairão; VERBO MEDIR
 Fut.pret.: cairia, cairias, cairia, cairíamos,
cairíeis, cairiam;  Pres.Ind.: meço, medes, mede, medimos, medis,
 Pres.Subj.: caia, caias, caia, caiamos, caiais, medem;
caiam;  Pres.Subj.: meça, meças, meça, meçamos,
 Pret.imperf.Subj.: caísse, caísses, caísse, meçais, meçam.
caíssemos; caísseis, caíssem;
 Fut.Subj.: cair, caíres, cair, cairmos, cairdes, Assim se conjugam desmedir e pedir.
caírem;
VERBO PEDIR
OBS: Por este se conjugam atrair, contrair, distrair,
esvair, retrair, sair, subtrair, trair.  Pres.Ind.: peço, pedes, pede, etc;
 Pres.Subj.: peça, peças, peça, etc.
VERBO IR
Pedir serve hoje de modelo para desimpedir, despedir,
 Pres.Ind.: vou, vais, vai, vamos (ou imos), ides, expedir (que não são derivados de pedir).
vão;
 Pret.imperf.Ind.: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam; VERBO MENTIR

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 Pres.Ind.: minto, mentes, mente, mentimos,


mentis, mentem;  Pres.Ind.: progrido, progrides, progride,
 Pres.Subj.: minta, mintas, minta, mintamos, progredimos, progredis, progridem;
mintais, mintam;  Pret.imperf.Indicativo: progredia, progredias,
progredia, progredíamos, progredíeis, progrediam;
Por este verbo se conjugam consentir, desmentir,  Pret.perfeito.Ind.: progredi, progrediste, progre-
persentir (sentir profundamente), pressentir (prever), diu, progredimos, progredistes, progrediram;
ressentir, sentir.  Pres.Subj.: progrida, progridas, progrida, progri-
damos, progridais, progridam.
VERBO OUVIR
Por este verbo se conjugam agredir, denegrir, prevenir,
 Pres.Ind.: ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, regredir, transgredir. Remir, hoje mais usado como
ouvem; defectivo, seguia outrora o modelo de progredir: rimo,
 Pres.Subj.: ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, rimos, rime, remimos, remis, rimem.
ouçam.
VERBO RIR
Entre portugueses ocorre a variante oiço, ao lado de
ouço. Também no presente do subjuntivo: oiça, oiças,  Pres.Ind.: rio, ris, ri, rimos, rides, riem;
oiçamos, oiçais, oiçam.  Pret.imperfeito.Ind.: ria, rias, ria, ríamos, ríeis,
riam;
VERBO POLIR (=lustrar, civilizar)  Pret.perfeito.Ind.: ri, riste, riu, rimos, ristes,
riram;
 Pres.Ind.: pulo, pules, pule, polimos, polis,  Part.: rido.
pulem;
 Pret.perfeito: poli, poliste, poliu, polimos, Segue este modelo o verbo sorrir.
polistes, poliram;
 Imperativo: pule, pula, pulamos, poli, pulam. VERBO SERVIR

Por este verbo se conjugam despolir e sortir (=abastecer,  Pres.Ind.: sirvo, serves, serve, servimos, servis,
prover, misturar, combinar). Surtir (com u) é regular: servem;
surto, surtes, surte, surtimos, surtis, surtem.  Pres.Subj.: sirva, sirvas, sirva, sirvamos, sirvais,
sirvam;
VERBO PROGREDIR  Imperativo: serve, sirva, sirvamos, servi, sirvam.
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Por este verbo se conjugam aderir, advertir, aferir, Por este modelo se conjugam advir, avir-se, convir,
compelir, competir, conferir, conseguir, convergir, deferir, desavir, intervir, provir, sobrevir.
despir, digerir, divertir, expelir, impelir, inserir, perseguir,
preferir, repelir, seguir, sugerir, vestir.

VERBO SUBMERGIR
A ORAÇÃO E SEUS TERMOS
 Pres.Ind.: submerjo (ê), submerges (é), submerge
(é), submergimos, submergis, submergem (é); FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO
 Pres.Subj.: surmerja (ê), submerjas (ê), submer-
ja (ê), submerjamos, submerjais, submerjam (ê);
 Imperativo: submerge (é), submerja (ê) A FRASE E SUA CONSTITUIÇÃO
submerjamos, submergi, submerjam ((ê).
Quando expressamos os nossos pensamentos e
Seguem este modelo aspergir, emergir, imergir. sentimentos, servimo-nos de FRASES, que são as
enunciações de sentido completo, as verdadeiras
VERBO VIR unidades da fala.
As frases podem ser formadas:
 Pres.Ind.: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm; 1. De ma só palavra: Chove; Atenção!/Silêncio!;
 Pret.imperfeito Ind.: vinha, vinhas, vinha, 2. De várias palavras, entre as quais se inclui ou
vínhamos, vínheis, vinham; não um verbo:
 Fut.Pres.: virei, virás, virá, viremos, vireis, virão; a) Com verbo: Preste atenção!/Cai a chuva
 Fut.Pret.: viria, virias, viria, viríamos, viríeis, com fragor;
viriam b) Sem verbo: Que tristeza!/Que nada!/Noite
 Pres.Subj.: venha, venhas, venha, venhamos, linda!
venhais, venham;
OBSERVAÇÃO:
 Fut.Subj.: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, A frase é sempre acompanhada de uma melodia, de
vierem; uma entoação particular. A medida caracteriza a fim do
 Imperativo: vem, venha, venhamos, vinde, enunciado e, nas frases organizadas com verbo, enuncia
venham; geralmente a pausa forte que vem depois dele. É o caso, por
exemplo, das seguintes: Cai o crepúsculo/Chove/Sobe a
 Gerúndio: vindo; névoa.../A sombra desse.../Cai a tarde muda e calma..
 Part.: vindo.
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Quando a frase não possui verbo, a melodia é a b) Numa forma nominal (infinitivo ou gerúndio): Ah!
única marca por que podemos reconhecê-la. Sem ela, frases não poder dormir!.../doente, quase não podendo
como: Atenção!/Que tristeza!/Noite linda!
andar, fui ter com o Evaristo.
Seriam simples vocábulos, unidades léxicas sem
função, sem valor gramatical. ORAÇÃO E PERÍODO

FRASE E ORAÇÃO 1.Período é a frase organizada em orações. Pode ser:


a) SIMPLES, quando constituído de uma só oração:
A frase pode conter uma ou mais orações. Cai o crepúsculo/Chove;
1.Contém apenas uma oração, quando apresenta: b) COMPOSTO, quando formado de duas ou mais
a) Uma só forma verbal, clara ou oculta: Nós orações: Tomamos um chope/passeamos pela
seguíamos mudos e sozinhos.../Vida boa, a vida Avenida/e nos despedimos.
de cidade grande;
b) Duas ou mais formas verbais, integrantes de uma 2.O período termina sempre por uma pausa bem
locução verbal: A rua do Ouvidor foi perdendo o definida, que se marca na escrita com ponto, ponto de
seu prestígio. exclamação, ponto de interrogação, reticências e,
algumas vezes, com dois pontos.
2.Contém mais de uma oração, quando há nela mais de
um verbo (seja na forma simples, seja na locução
verbal): Desceram a ladeira/atravessaram o rio seco/ A ORAÇÃO E SEUS TERMOS
tomaram o rumo para o sul/o negrinho começou a ESSENCIAIS
chorar/enquanto os cavalos iam pastando.

NOTA IMPORTANTE: SUJEITO E PREDICADO


A locução verbal é o conjunto formado de um
verbo auxiliar + um verbo principal. Enquanto o último 1.São termos essenciais da oração o SUJEITO e o
vem sempre numa forma nominal (infinitivo, gerúndio, PREDICADO.
particípio), o primeiro pode vir: O sujeito é o ser sobre o qual se faz uma
a) Numa forma finita (indicativo, imperativo, declaração; o predicado é tudo aquilo que se diz do
subjuntivo): vais ser a nova mártir da sujeito. Aquele cacto lembrava os gestos desesperados
Igreja/estou vendo tudo, Cristina/vá deitar- da estatuária.
se/vá coçar as pulgas/e descansar/minha mãe Assim, na oração temos:
esperou/que os anos viessem vindo;
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 SUJEITO: aquele cacto; b) Os pronomes pessoais ele, ela (singular); eles,


 PREDICADO:lembrava os gestos desesperados da elas (plural): Ela aproximou-se, intrigada;
estatuária. c) Um pronome demonstrativo, relativo, interrogati-
vo, ou indefinido: Aquilo é terra benta/Qual é o
2.Apesar de serem termos essenciais da oração, o caminho que leva ao teu país?/Quem encabeçou o
sujeito e o predicado não precisam vir sempre movimento?/Ninguém traz a menor notícia;
materialmente expressos. d) Um numeral: Estamos ambos muito mudados,
não é verdade?;
Assim, nos exemplos: Quem chegou? – Carlos/Que faz e) Uma palavra ou uma expressão substantiva:
Carlos? – Estuda. Infanta, no exílio amargo, só o existirdes me
vemos que as duas orações que constituem as consola/O por fazer é só com Deus;
respostas às perguntas formuladas não apresentam, f) Uma oração substantiva subjetiva: Era possível
respectivamente, o verbo chegou e o sujeito Carlos, que não estivesse tudo perdido.
palavras que estão subtendidas no espírito dos
interlocutores. SUJEITO SIMPLES E COMPOSTO
As orações a que fala um termo essencial
chamam-se ELÍPTICAS. E diz-se, conforme o caso, que Sujeito Simples
o sujeito ou o predicado estão elípticos. Quando o sujeito tem um só núcleo, isto é,
quando o verbo se refere a um só substantivo, ou a um
só pronome, ou a um só numeral, ou a uma só palavra
O SUJEITO substantivada, ou a uma só oração substantiva, o
sujeito é simples. Esse é o caso do sujeito de todos os
exemplos atrás mencionados.
REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO
Sujeito Composto
Os sujeitos da 1ª e da 2ª pessoa são, É composto o sujeito que tem mais de um núcleo,
respectivamente, os pronomes pessoais eu e tu, no ou seja, o sujeito constituído de:
singular; nós e vós (ou combinações equivalentes: eu e a) Mais de um substantivo: O rapaz e a moça
tu, tu e ele, etc.), no plural. foram encostados ao muro;
Os sujeitos da 3ª pessoa podem ter como núcleo: b) Mais de um pronome: E assim galgamos ele e eu
a) Um substantivo: A notícia corria de boca em o rochedo;
boca; c) Mais de um numeral: Duas ou três fariam crer
nela aos outros, mas a língua que falam obriga
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muita vez a consultar os dicionários, e tal executa a ação, ou por não haver interesse no seu
freqüência é causativa; conhecimento. Dizemos, então, que o sujeito é
d) Mais de uma palavra ou expressão substantiva- indeterminado.
da, como no provérbio: Querer e saber querer Nestes casos em que o sujeito não vem expresso
são coisas distintas; na oração nem pode ser identificado, põe-se o verbo:
e) Mais de uma oração substantiva: Era melhor a) Ou na 3ª pessoa do plural: Anunciaram que você
esquecer o nó e pensar numa cama igual à de morreu;
seu Tomás de bolandeira (Graciliano Ramos) b) Ou na 3ª pessoa do singular, com o pronome se:
Não se falava dele no Ateneu.
NOTA IMPORTANTE
Outras combinações podem entrar na formação do ORAÇÃO SEM SUJEITO
sujeito composto, sendo particularmente comum a de
pronome + substantivo, ou vice-versa: Éramos meu pai e Não deve ser confundido o sujeito indeterminado,
eu/E um negro, negro cavalo (Vinícius de Morais)
que existe, mas não se pode ou não se deseja
identificar, com a inexistência do sujeito.
SUJEITO OCULTO (DETERMINADO) Em orações como as seguintes: Chove/ Anoitece/
faz frio.
É aquele que não está materialmente expresso na interessa-nos o processo verbal em si, pois não o
oração, mas pode ser identificado. A identificação se atribuímos a nenhum ser. Diz-se, então, que o verbo é
faz: impessoal; e o sujeito INEXISTENTE.
a) Pela desinência verbal: Adormeci num grande Eis os principais casos de inexistência do sujeito:
desânimo. O sujeito de adormeci, indicado pela a) Com verbos ou expressões que denotam
desinência i, é eu; fenômenos da natureza: Troveja fortemente/
b) Pela presença do sujeito em outra oração do Ontem fez calor no Rio;
mesmo período ou de período contíguo: Soropita b) Com o verbo haver na acepção de “existir”: Ainda
ali viera, na véspera, lá dormira; e agora retornava há jasmins/Ainda há rosas/Ainda há violões
a casa. (Guimarães Rosa). O sujeito de viera, modinhas em certas ruas saudosas. (Ribeiro
dormira e retornava é Soropita, mencionado na Couto);
primeira oração, antes de viera. c) Com os verbos haver, fazer e ir, quando indicam
tempo decorrido: Chegou há menos de três
SUJEITO INDETERMINADO meses/Conhecera-o assim, fazia quase vinte
anos/E há quanto tempo você mora aqui?/Vai
Algumas vezes o verbo não se refere a uma para uns quinze anos;
pessoa determinada, ou por se desconhecer quem
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d) Com o verbo ser, na indicação do tempo em geral: OBJETO DIRETO. Na voz passiva, o OBJETO (paciente)
Era inverno na certa no alto sertão?/Eram sete torna-se o SUJEITO do verbo.
horas da noite quando entrei no carro ali no
Jardim Botânico. COM OS VERBOS DE ESTADO

Quando o verbo evoca um estado, a atitude da


DA ATITUDE DO SUJEITO pessoa ou da coisa que dele participa é de neutralidade.
O sujeito, no caso, não é o agente nem o paciente, mas
a sede do processo verbal, o lugar onde ele se
COM OS VERBOS DE AÇÃO desenvolve:
 Pedro é magro;
Quando o verbo exprime uma ação, a atitude do  Antônio permanece doente;
sujeito com referência ao processo verbal pode ser de  O porteiro ficou pálido.
atividade, de passividade, ou de atividade e passividade
ao mesmo tempo. NOTA IMPORTANTE
Incluem-se naturalmente entre os verbos que
1.Neste exemplo: Maria levantou o menino. evocam um estado, ou melhor, uma mudança de esta-
o sujeito Maria executa a ação expressa pela forma do, os incoativos como adoecer, emagrecer, empali-
verbal levantou. O sujeito é, pois, O AGENTE. decer, equivalentes a ficar doente, ficar magro, ficar
pálido.
2.Neste exemplo: O menino foi levantado por Maria.
a ação não é praticada pelo sujeito o menino, mas pelo
agente da passiva – Maria. O sujeito, no caso, sofre a O PREDICADO
ação; é dela o PACIENTE.

3.Neste exemplo: Maria levantou-se.


Ao estudarmos a natureza do PREDICADO, vimos
A ação é simultaneamente exercida e sofrida pelo
que ele pode ser NOMINAL, VERBAL e VERBO-
sujeito Maria. O sujeito é então, a um tempo, o AGENTE
NOMINAL.
e o PACIENTE dela.

OBSERVAÇÃO
PREDICADO NOMINAL
Como vemos, na voz ativa, o termo que representa o
agente é o sujeito do verbo; o que representa o paciente é o O Predicado Nominal é formado por um verbo de
ligação + predicativo.
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1.O Verbo de Ligação pode expressar: O Predicativo Verbal tem como núcleo, isto é,
a) Estado permanente: A menina é alegre; como elemento principal da declaração que se faz do
b) Estado transitório: A menina está alegre/A sujeito, um Verbo Significativo.
menina anda alegre; VERBOS SIGNIFICATIVOS são aqueles que trazem
c) Mudança de estado: A menina ficou alegre/A uma idéia nova ao sujeito. Podem ser INTRANSITIVOS e
menina tornou-se alegre; TRANSITIVOS.
d) Continuidade de estado: A menina permanece
alegre/A menina continua alegre; 1.Verbos Intransitivos. Vejamos o seguinte: Cai o
e) Aparência de estado: A menina parece alegre. crepúsculo/Chove.
Verificamos que a ação está integralmente
Os VERBOS DE LIGAÇÃO servem para estabelecer contida nas formas verbais cai e chove. Tais verbos são,
a união entre duas palavras ou expressões de caráter pois, INTRANSITIVOS, ou seja NÃO TRANSITIVOS: a
nominal. Não trazem propriamente idéia nova ao ação não vai além do verbo.
sujeito; funcionam apenas como elo entre este e o seu
predicativo. 2.Verbos Transitivos. Vejamos: Não tenho dinheiro/O
Senhor te abençoe. Vemos aqui que as formas verbais
2.O Predicativo pode ser representado: tenho e abençoe exigem uma palavra para completar-
a) Por Substantivo ou expressão Substantivada: A lhe o significado.
principal moeda era o selo; Como o processo verbal não está integralmente
b) Por Adjetivo ou Locução Adjetiva: Moleque contido nelas, mas se transmite a outro elemento (o
Nicanor já estava imóvel/Ele ficou pasmo, sem substantivo dinheiro e o pronome te), estes verbos se
palavras; chamam TRANSITIVOS.
c) Por Pronome: Vou calar-me e fingir que eu sou
eu.../Nunca fora nada na vida...; Os Verbos Transitivos podem ser DIRETOS,
d) Por Numeral: Nós éramos cinco e brigávamos INDIRETOS ou DIRETOS E INDIRETOS ao mesmo
muito, recordou Augusto, olhos perdidos num tempo.
ponto X, quase sorrindo/Tua alma o um que são
dois quando dois são um...; 1.Verbos Transitivos Diretos. Vejamos: Abrirei o
e) Por Oração substantiva Predicativa: O pior é que portão/Verei meu filho?.
parti os óculos/O melhor é não pensar. A ação expressa por abrirei e verei se transmite a
outros elementos (o portão e meu filho) diretamente, ou
PREDICADO VERBAL seja, sem o auxílio de preposição. São, por isso,
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chamados TRANSITIVOS DIRETOS, e o termo da oração A este predicado misto, que possui dois núcleos
que lhes integra o sentido recebe o nome de OBJETO significativos (um verbo e um predicativo), dá-se o
DIRETO. nome de VERBO-NOMINAL.

2.Verbos Transitivos Indiretos. Vejamos: A população VARIABILIDADE DE PREDICAÇÃO VERBAL


da Vila assistia ao embarque/Um poeta, na noite
morta, não necessita de sono. A análise da transitividade verbal de acordo com
A ação expressa por assistia e necessita transita o texto e não isoladamente. O mesmo verbo pode estar
para outros elementos da oração (o embarque e sono) empregado ora intransitivamente, ora transitivamente;
indiretamente, isto é, por meio das preposições a e de. ora com objeto direto, ora com objeto indireto.
Tais verbos são, por conseguinte, TRANSITIVOS Comparem-se estes exemplos:
INDIRETOS. O termo da oração que completa o sentido  Perdoai sempre = (intransitivo);
do verbo transitivo indireto denomina-se OBJETO  Perdoai as ofensas = (transitivo direto);
INDIRETO.  Perdoai aos inimigos = (transitivo indireto);
 Perdoai as ofensas aos inimigos = (transitivo
3.Verbos Simultaneamente Transitivos Diretos e direto e indireto);
Indiretos. Vejamos: Capitu preferiu tudo ao  Por que sonhas, ó jovem poeta? = (intransitivo);
seminário/Não lhe arranquei mais nada (Machado  Sonhei um sonho guinolesco = (transitivo
de Assis). direto).
A ação expressa por preferia e arranquei transita
para outros elementos da oração, a um tempo, direta e
indiretamente. Por outras palavras: estes verbos
requerem simultaneamente OBJETO DIRETO e OBJETO A ORAÇÃO E OS SEUS TERMOS
INDIRETO para completar-lhes o sentido. INTEGRANTES
PREDICADO VERBO-NOMINAL
Examinemos as partes marcadas com negrita nas
Não são apenas os verbos de ligação que se orações abaixo:
constroem com predicativo do sujeito. Também verbos 1. Houve, após, o assalto aos aparelhos;
significativos podem ser empregados com ele. 2. Pereirinha estava ciente de tudo;
Veja este exemplo: As fisionomias respiram aliviadas. 3. Alguém abre uma porta;
O verbo respirar é significativo, e aliviadas refere- 4. Relativamente ao seu pedido, nada tenho que
se a fisionomias, de que é uma qualificação. comunicar.

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No primeiro exemplo, o substantivo aparelhos está


relacionado com o substantivo assalto por meio da Objeto Direto
preposição a; no segundo, o pronome tudo se relaciona OBJETO DIRETO é o complemento de um verbo
com o adjetivo ciente através da preposição de; no transitivo direto, ou seja o complemento eu normal-
terceiro, o substantivo porta integra o sentido da forma mente vem ligado ao verbo sem preposição e indica o
verbal abre; no quarto, o seu pedido prende-se ao ser para o qual se dirige a ação verbal.
advérbio relativamente por intermédio da preposição a. Pode ser representado por:
Vemos, pois, que há palavras que completam o a) Substantivo: Vou descobrir mundos, quero glória
sentido de substantivos, de adjetivos, de verbos e de e fama!;
advérbios. As que se ligam por preposição e substan- b) Pronome (substantivo): Os jornais nada publica-
tivo, adjetivo chamam-se COMPLEMENTOS NOMINAIS. ram;
Denominam-se COMPLEMENTOS VERBAIS as que c) Numeral: Daria cinco ou seis, se pudesse,
integram o sentido do verbo. respondeu Rubião;
d) Palavra substantivada: Como quem compõe
COMPLEMENTO NOMINAL roupas o outrora compúnhamos;
e) Oração substantiva (objetiva direta): - Já lhe
O Complemento Nominal vem, como dissemos, disse que não sei.
ligado por preposição ao substantivo, ao adjetivo ou ao
advérbio cujo sentido integra ou limita. Saliente-se, ainda, que na constituição do
Pode ser representado por: OBJETO DIRETO podem entrar mais de um substantivo
a) Substantivo (acompanhado de seus modificado- ou mais de um dos seus equivalentes: Voltou dali a
res): A notícia do rebate falso espalhou-se duas semanas, aceitou casa e comida sem outro
depressa; estipêndio, salvo o que quisessem dar por festas.
b) Pronome: Seria nojo de mim?;
c) Numeral: A órfã conhecia dois homens no mundo, Objeto Indireto
e cuidou que o segundo era igual ao primeiro; OBJETO INDIRETO é o complemento de um verbo
d) Palavra substantivada: E você tem medo transitivo indireto, isto é, o complemento que se liga ao
daquela maluca?; verbo por meio de preposição.
e) Oração completiva nominal: Comprei a Pode ser representado por:
consciência de que sou Homem de trocas com a) Substantivo: Teríamos de obedecer ao nosso
a natureza. papel;
b) Pronome (substantivo): Que ela afaste de ti
COMPLEMENTO VERBAL aquelas dores que fizeram de mim isto que sou!;
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c) Numeral: É preciso optar por um; SÍMILE


d) Palavra ou expressão substantivada: Seu
formidável culto solitário enche de estar presente A figura de retórica denominada símile procede
o mar e o céu; da palavra latina “similis” que significa semelhante ou
e) Oração substantiva (objetiva indireta): A mãe parecido a outro. A palavra é definida da seguinte
constava e recontava as duas malas tentando maneira pela Enciclopédia Brasileira Mérito: “Seme-
convencer-se de que ambas estavam no carro. lhante. Analogia; qualidade do que é semelhante; com-
paração de coisas semelhantes”.
Com o OBJETO DIRETO, o OBJETO INDIRETO Estabelece um termo de comparação entre dois
pode ser constituído de mais de um substantivo ou elementos através de uma qualidade. É uma compara-
mais de um dos seus equivalentes: Fechada a porta da ção expressa.
Casa Verde, entregou-se ao estudo e à cura de si Exemplos:
mesmo.  Pv 25.11 “maçãs de ouro”;
 II Pe 2.17 “fontes sem água...”;
NOTA IMPORTANTE  I Pe 1.24 “como a erva...”.
Não vem precedido de preposição o OBJETO
INDIRETO representado pelos pronomes pessoais
METÁFORA
oblíquos me, te, lhe, nos, vos, lhes, e pelo reflexivo se.
Note-se que o pronome oblíquo lhe (lhes) é
É uma comparação abreviada. Consiste quando
essencialmente OBJETO INDIRETO: Dei-lhe um livro.
um objeto é assemelhado ao outro, afirmando ser o
outro, ou falando de si como se fosse o outro.
Exemplos:
FIGURAS DE LINGUAGEM  Gn 49.9 “Judá é um leãozinho...”;
“AS PRINCIPAIS”  Is 40.6 “Toda a carne é erva...”;
 Mt 5.13 “Vós sois o sal da terra...”.

Vejamos agora na ESTILÍSTICA (uma parte) as METONÍMIA


principais figuras de linguagem, importantíssima para
uma boa conversação, um bom diálogo. Aprender essas
figuras é enriquecer-se e melhor apropriar-se daquilo
que melhor a língua tem a nos OFERECER.

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Consiste em designar um objeto por uma palavra É um exagero que extrapola o sentido literal para
designativa de outro objeto que tem com o primeiro uma destacar a idéia e chamar a atenção.
relação de causa/efeito; continente/conteúdo; lu-
gar/produto; matéria/objeto; abstrato/concreto; au-
tor/obra.
-A relação é mais mental do que física.
Exemplos:
 Lc 16.29 “Moisés e os Profetas”, significa seus
escritos – Velho Testamento;
 Sl 18.1 “Fortaleza minha” , como se diz: minha
segurança!; Exemplos:
 I Co 10.21 “Mesa do Senhor”, fala da comunhão  Nm 13.33 “Éramos como gafanhotos...”;
dos santos.  Gn 22.17 “como a areia... do mar”;
 II Cr 28.4 “debaixo de toda a árvore verde”.
PARÁBOLA
SINÉDOQUE
É uma espécie de alegoria apresentada sob a
forma de uma narração relatando fatos naturais ou Figura que se funda na relação de compreensão e
acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de consiste no uso do todo pela parte, plural pelo singular,
declarar ou ilustrar uma ou várias verdades gênero pela espécie e vice-versa.
importantes. -A relação é mais física do que mental.
Exemplos: Exemplos:
 Lc 18.1-7 “O Juíz iníquo”;  Sl 73.9 “sua língua”, língua aqui é palavra;
 Mt 13.3-8 “ O semeador”;  Sl 52.4 (língua aqui, está no lugar da pessoa);
 Mt 25.1-12 “as 10 virgens”.  Lc 2.1 (mundo aqui é: toda a pessoa).

HIPÉRBOLE PLEONASMO

É a figura pela qual se representa uma coisa como É a palavra ou expressão redundante: repetição
muito maior ou menor do que em realidade é, para da mesma idéia, com a finalidade de reforçar e avivar a
apresentá-la viva à imaginação. Tanto a ironia como a expressão e o pensamento.
hipérbole são pouco usadas nas Escrituras, porém, Exemplos:
alguma ou outra vez ocorrem.  Mt 13.15 “veja com os olhos”;
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 Js 7.25 “apedrejar com pedras; queimar com Usa-se esta figura quando se personificam as
fogo” coisas inanimadas, atribuindo-se-lhes os feitos e ações
 Jó 42.5 “ouvir dos ouvidos”. das pessoas.
Exemplos:
IRONIA  I Co 15.55 (fala da morte, como sendo uma
pessoa);
Expressão que contém censura ou ridículo sob a  Sl 85.10,11 (fala das bênçãos próprias do reinado
capa de louvor ou elogio. (Consiste em dizer o contrário do Messias.
do que pensamos e geralmente em tom de zombaria).
Exemplos: ALEGORIA
 Jó 12.2 “convosco morrerá a sabedoria”;
 II Sm 6.20 “quão honrado foi hoje o rei”; É uma seqüência de metáfora
 I Co 4.8 “já estais fartos...”. Exemplos:
 Sl 80. 8-15 (várias metáforas);
PARADOXO  Jo 10.1-18.

É uma proposição ou declaração oposta à opinião ANTROPOPATIA


comum; a uma afirmação contrária a todas as
aparência e á primeira vista absurda, impossível, ou em É a atribuição de emoções, paixões e desejos
contraposição, ao sentido comum. humanos a Deus.
Exemplos: Exemplos:
 Mt 23.24 “coais um mosquito e engolis um  Ex 34.14 “Deus zeloso”;
camelo”;  Gn 6.6 “arrependeu-se”;
 Lc 18.24 “camelo...do que um rico...”;  Ef 4.30 “não entristeçais”.
 Mc 8.35 (perder a vida para achar?.
ANTROPOMORFISMO
PROSOPOPÉIA
É atribuição de características corporais e
atividades físicas a Deus.
Exemplos:
 Tg 5.4 “ouvidos do Senhor”;
 Ex 15.16 “teu braço”;
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 Sl 8.3 “teus dedos”.


ANTÍTESE
ZOOMORFISMO
É a inclusão na mesma frase de duas palavras ou
dois pensamentos que faz um contraste um com o outro.
(O mau e o falso servem de contraste ou fundo que dá
realce ao bom e ao verdadeiro).
Exemplos:
 Mt 7.13 “porta estreita, porta larga”;
 Dt 30.15,19 “morte e vida”;
 II Co 3.6 “letra e espírito”.

SÍMBOLO

O símbolo é uma espécie de tipo pelo qual se


apresenta alguma coisa ou algum fato por meio de
outra coisa ou fato familiar que se considera a
propósito para servir de semelhança ou representação.
Exemplos:
 Ap 5.5 (O leão, símbolo de realeza);
 Mt 5.13 (sal, símbolo do crente que traz sabor).
É a atribuição de características animais a Deus.
Exemplos:
 Rt 2.12 “cujas asas”; Daniel 4
 Ap 5.5 “eis o leão”.

EUFEMISMO

Consiste em disfarçar, abrandar, suaviza expres-


sões rudes, chocantes, desagradáveis.
Exemplos:
 At 7.60 “não lhes imputes este pecado”;
 Lc 23.34 “perdoa-lhes...”.
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parábolas abreviadas ou condensadas; outros,


INTERROGAÇÃO metáforas; outros, símiles; e outros se têm estendido
até formar alegorias.
A palavra interrogação procede Exemplos:
de um vocábulo latino que significa  Lc 4.23;
pergunta. Mas nem todas as  Mc 6.4;
perguntas são figuras de retórica.  II Pe 2.22.
Somente quando a pergunta encerra
uma conclusão evidente é que é uma ACRÓSTICO
figura literária.
-A Enciclopédia Brasileira Mérito define a interrogação A palavra acróstico procede dos vocábulos gregos
da seguinte maneira: “Figura pela qual o orador se que significam extremidade ou verso. Temos vários
dirige ao seu interlocutor, ou adversário, ou ao público, exemplos de acrósticos no Velho Testamento. O mais
em tom de pergunta, sabendo de antemão que ninguém notável é o Salmo 119, com seus 176 versos.
vai responder”. -Contém 22 estrofes, e cada uma delas corresponde a
Exemplos: uma letra do alfabeto hebraico. Há 8 linhas duplas em
 Gn 18.25; cada estrofe.Cada uma das 8 linhas na primeira estrofe
 Hb 1.14; começa com uma palavra cuja primeira letra é “Aleph”,
 Lc 22.48. a primeira do alfabeto hebraico. E assim por diante...

PROVÉRBIO A maior parte das Lamentações


de Jeremias estão escritas em
Este vocábulo procede das palavras latinas pro, acrósticos, e alguns dos capítulos
que significa antes e verbum, que quer dizer palavra. repetem cada uma das letras, uma ou
Trata-se de um dito comum ou adágio. mais vezes.
-O provérbio tem sido definido como uma afirmação
extraordinária e paradoxal.
O livro dos Provérbios contém grande variedade Os cristãos da primeira Igreja, como o evidenciam
de provérbios adivinhações, enigmas e ditos obscuros. as catacumbas na cidade de Roma, empregavam
Neste último sentido da palavra usa-se o provérbio por comumente acrósticos nos epitáfios.
duas vezes consecutivas em João 16 (25,29). Em João -Um dos símbolos favoritos secretos de sua fé imutável
10.6 temos a mesma palavra grega, mas ali foi sob o fogo da perseguição era o desenho de um peixe. A
traduzida como parábola. Alguns provérbios são palavra grega equivalente a peixe era ichthus. O
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alfabeto grego consta de caracteres que nós UMA PALAVRA DO REITOR


apresentamos mediante duas letras. Desta maneira th e

O
ch são letras simples no alfabeto grego. Ao recordar este
homem não age diretamente sobre as coisas. Sempre
fato, o peixe simbólico era lido da seguinte maneira:
há um intermediário, um instrumento entre ele e
seus atos. Isto também acontece quando faz ciência,
quando investiga cientificamente. Ora, não é possível
I Iesous Jesus fazer um trabalho científico, sem conhecer os instrumentos.
CH CHristos Cristo E estes se constituem de uma série de termos e conceitos
TH THeou De Deus que devem ser claramente distinguidos, de conhecimentos a
U Uios Filho respeito das atividades cognoscivas que nem sempre entram
S Soter Salvador na constituição da ciência, de processos metodológicos que
devem ser seguidos, a fim de chegar a resultados de cunho
científico e, finalmente, é preciso imbuir-se de espírito
científico.
Nossas possibilidades de conhecimen-
to são muito e até, tragicamente, pe-
quenas. O que Sabemos é pouquíssi-
mo e, aquilo que sabemos, sabemo-lo
muitas vezes superficialmente, sem
grande certeza. A maior parte de nosso
conhecimento somente é provável.
Existem certezas absolutas, incondici-
onais, mas estas são raras.

Pr. Marcos Emmanuel


LICENCIADO EM LETRAS - pela Universidade Guarulhos/SP –
BACHAREL EM LETRAS
BACHAREL EM TEOLOGIA
Mestre em Ciências da Religião e Antigo Testamento
Professor de Língua Portuguesa
Professor de Hebraico e Grego – Reitor da FAETESP
Educador de Ensino Teológico.

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53 III
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BIBLIOGRAFIA Declaração Doutrinária – Cremos...

A Faculdade de Educação Teológica do Espírito - FAETESP, professa


sua Fé Pentecostal alicerçada fundamentalmente no que se segue:

CEGALA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática 1. Há um só Deus, poderoso, perfeito, santo e eternamente subsistente em três ( 3 ) pessoas:
Pai, Filho e Espírito Santo;
da Língua Portuguesa, Editora Nacional, 1990; 2. As Escrituras Sagradas, compostas do Antigo e Novo Testamentos, são inteiramente
inspiradas por Deus, infalíveis na sua composição original e completamente dignas de
confiança em quaisquer áreas que venham a se expressar, sendo também a autoridade final
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portugue- 3.
e suprema de fé e conduta;
Jesus – o Cristo, nasceu do Espírito Santo e da Virgem Maria, é o verdadeiro Deus e a vida
sa, Editora Nacional, 33ª edição, 1989; eterna; é o único mediador entre Deus (o Pai) e o homem; somente Ele foi perfeito em
natureza, ensino e obediência;
4. Nosso Senhor ressuscitou fisicamente dentre os mortos; ascendeu aos céus, está assentado
à direita do Pai e voltará;
CUNHA, Celso. Gramática do Português Contempo- 5. O Espírito Santo é o regenerador e santificador dos redimidos; o doador dos dons e frutos
espirituais; o Consolador permanente e Guia da Igreja;
râneo, Editora Bernardo Álvares S.A, 3ª edição, 6. Em Adão a humanidade foi criada à imagem e semelhança de Deus. Através da queda de
Adão, a humanidade tornou-se radicalmente corrupta, distanciada de Deus e desintegrada
1972; de seu coração. A necessidade premente do homem é a restauração de sua comunhão com
Deus, a qual o homem é incapaz de operar por si mesmo;
7. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do
BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar 8.
Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus;
No Perdão dos pecados, na Salvação presente e perfeita e na eterna Justificação da alma
da Língua Portuguesa, FAE, 11 ª edição, 1986; 9.
recebidos gratuitamente pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor;
Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória
e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do
Espírito Eterno, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do Poder de Jesus Cristo;
CEGALA, Domingos Paschoal. Minigramática da 10. No Batismo bíblico, efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou Nosso Senhor;
Língua Portuguesa, Editora Nacional, 2006; 11. No Batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão
de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a Sua vontade;
12. Na atualidade dos Dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua
XAVIER, Gilson. Manual de Hermenêutica Bíblica. 13.
edificação conforme a sua soberana vontade;
A tarefa da Igreja é ensinar a todas as nações, fazendo que o Evangelho produza frutos em
Apostila, 2003; cada aspecto da vida e do pensamento. A missão suprema da Igreja é a Salvação das almas.
Deus transforma a natureza humana, tornando-se isto então o meio para a redenção da
sociedade.
14. Na Segunda vinda pré-milenar de Cristo em duas fases distintas: a primeira – invisível ao
EMANUEL, Marcos, Manual de Hermenêutica. Apostila. mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; a segunda –
1999. visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil (1000)
anos;
15. Que todos os cristãos comparecerão ante ao Tribunal de Cristo para receber a recompensa
dos seus feitos em favor da causa de Cristo, na terra;
BÍBLIA SAGRADA, ARC, Rio de Janeiro: Imprensa 16. No comparecimento de todos os ímpios desde Caim ao último infiel, mesmo no Milênio
Bíblica Brasileira, 1995; 17.
perante o Juízo Final, onde receberão a devida punição final do Todo-Poderoso;
Na punição eterna que sofrerá Satanás, seus demônios, a Besta, o falso profeta e todos
aqueles que rejeitaram o Filho de Deus durante a sua existência na terra., onde serão
enviados ao Lago de Fogo e enxofre e serão eternamente separados de Deus.
18. E na Vida Eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza para os infiéis.

NISSO CREMOS...
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55 I
FAETESP Língua Portuguesa II FAETESP Língua Portuguesa II

Licença de Uso O CURSO É RECONHECIDO PELO MEC?


No dia 15 de Março de 1999 o Conselho Nacional da Educação aprovou o
Parecer CEC 241/99 que abre jurisprudência para o reconhecimento dos
cursos em Teologia.
Todos os Direitos são reservados. É proibida
a reprodução total ou parcial, por quaisquer NOTA:
meios ou sistemas, para distribuição, quer
 È importante salientar que o parecer possui vigor para as instituições
a título gratuito ou oneroso, sem a teológicas iniciem apenas, os seus processos de regulamentação junto ao
autorização prévia e por escrito. MEC. Um detalhe muito importante é que o Parecer pode ou não se tornar
Resolução ou Portaria, mas o fato dele ter sido dado, justifica a abertura
do processo ao possível reconhecimento ao curso teológico;
 Existem alguns problemas que as instituições teológicas ainda enfrentam,
o principal deles é a diretriz para o reconhecimento, (carga horária, corpo
A violação dos direitos autorais docente, acervo bibliotecário, etc), que até o momento não fora divulgado
está sujeita às penalidades pelo MEC, acredita-se que seja semelhante ao de bacharelado em filosofia
Legais de ordem civil e nível C;
 O DECRETO-LEI Nº 1051/69 autoriza a validação dos estudos “aos
Penal – Artigo 184 portadores de diploma de cursos realizados em Seminários Maiores,
Código Penal. Faculdades Teológicas ou instituições equivalentes de qualquer confissão
religiosa” (Art.1º);
 “Como o ensino militar, o ensino religioso foge as limitações dos sistemas
vigentes” (Par. 286/8). Tais cursos são ditos “livres”, não necessitando de
prévia autorização para funcionamento nem de posterior reconhecimento
do Conselho de Educação Competente;
 A jurisprudência do Conselho Federal de Educação tem sido no sentido de
declarar-lhes a equivalência, de acordo com regras amplas e flexíveis, é o
que se depreende da Lei 1821/53, do Decreto 34.330/53, dos pareceres
PARE!!! do CFE, nº 279-64 (doc.31, p.69) e nº 884/65 (doc.92, p.60) e nº 3174/77
Reprodução é Crime! (doc.204, p.17) entre outros;
 O parágrafo único do art. 7º da Lei 5.692/71 coloca o ensino Religioso
CONSELHO: como disciplina facultativa para os alunos, devendo obrigatoriamente
Faça um concerto com constar dos horários normais dos estabelecimentos oficiais do ensino de 1º
Deus. e 2º Graus. Tal Lei está respaldada e enfatizada hoje pelo art. 210,
parágrafo 1º da Constituição da República Federativa do Brasil;
 De acordo com o acima exposto e sendo a FAETESP registrada de acordo
com todas as normas do país e pertencendo a uma Confissão religiosa,
Igreja Evangélica Assembléia de Deus, tem o amparo da Lei para o
funcionamento, quanto ao RECONHECIMENTO DO MEC, como todas as
entidades que ministram teologia ainda está em andamento. (Processo de
Credenciamento).

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54 II
FAETESP Língua Portuguesa II FAETESP Língua Portuguesa II

“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que


não tem de que se envergonhar e que maneja BEM a Palavra
da Verdade” II Tm 2.15
ÍNDICE

VERBO,
PG 01 FAETESP
Faculdade de Educação Teológica do Espírito
Rua Muritiba, 98, Jd. Pres. Dutra
A ORAÇÃO E SEUS TERMOS, Guarulhos/SP CEP 07171-140
PG 28 6433-2574
E-mail:
faculdadefaetesp777@itelefonica.com.br
FIGURAS DE LINGUAGEM, O Caminho fácil para o Conhecimento
Visite nosso Site:
PG 43 www.faetesp.com.br

Aluno
______________________________________________________

Professor
Curso ______________________
_________________________________________
‫שלום‬

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IV

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