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FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Apresentação........................................................................................... 11
Prática profissional.................................................................................131
Currículo do professor-autor...................................................................136
Palavra do
professor-autor
Caro estudante,
É um privilégio e uma grande satisfação participar desse projeto e poder ajudá-lo na
busca de conhecimento e de uma profissão, coisas as quais considero as mais importantes
da nossa sociedade.
A energia elétrica nos proporciona conforto, nos possibilita realizar trabalhos e nos
tornarmos mais eficientes nas nossas atividades. Ser um profissional dessa área é algo
gratificante, uma vez que, junto às famílias, essa função auxilia no desenvolvimento das
atividades no comércio e na indústria.
Espero que este livro não traga apenas sua qualificação profissional, mas também
traga a mim e a você a motivação de realizar nosso trabalho bem feito, de forma ética
e profissional, buscando o bem para as pessoas e sendo justo com os nossos clientes,
amigos, conhecidos e também com aqueles que não conhecemos.
Se errarmos que possamos aprender com nossos erros e consigamos perdoar aqueles
que nos prejudicaram de alguma forma, nos âmbitos profissional e/ou pessoal e que, a
cada dia, possamos ter uma nova chance e que todo amanhecer seja um novo dia para
sermos pessoas e profissionais melhores. Que possamos buscar sempre a realização de
nosso trabalho com profissionalismo, justiça e gratidão, com o intuito de solucionarmos
problemas e ajudarmos pessoas e, com isso, sermos remunerados justamente pelo o que
entregarmos.
Nesta unidade você terá conhecimento sobre a forma como que a energia elétrica
é produzida, transportada e como chega até os locais de uso, que são as residências,
comércios e indústrias. Após a conclusão deste capítulo, você será capaz de definir os
principais conceitos da eletricidade, como é o sistema elétrico e como é o padrão de
entrada de energia dos locais de utilização.
Já parou para pensar como seria a nossa vida sem a energia elétrica? Atualmente,
todos somos muito dependentes da energia elétrica, podendo ser de forma direta, como
na lâmpada para iluminação e no cozimento dos alimentos que comemos, por exemplo,
ou de forma indireta, como na impressão deste livro, na produção de bens de consumo,
entre outras possibilidades.
Trabalhar com a energia elétrica é um campo de atuação que vem crescendo nos
últimos anos, pois entender o funcionamento do sistema elétrico e conseguir exercer
atividades nesse campo de atuação é uma profissão que tem muita demanda.
De acordo com GUSSOW (1997), a energia é a capacidade de um sistema de realizar
um trabalho. A energia pode sofrer transformações, como por exemplo, uma lâmpada
incandescente que transforma a energia elétrica em energia luminosa e em calor, ou um
motor elétrico que transforma energia elétrica em energia mecânica e em calor.
Como visto nos exemplos dados, a energia luminosa e a energia mecânica são os
trabalhos que cada um desses sistemas realiza, e o calor são as perdas provenientes da
transformação dessa energia. Toda a transformação de energia possui perdas, que podem
ser na forma de calor ou de ruído. Tendo a energia elétrica como a principal forma de
energia que iremos trabalhar, na figura 01 podemos verificar os tipos de energia que
podem ser transformadas uma na outra.
13
Eletricista instalador predial de baixa tensão
14
Conceitos básicos sobre eletricidade
A lanterna é alimentada por quatro pilhas em série, em que cada pilha possui 1,5
Volts, totalizando um circuito com uma tensão de 6 Volts, e a lâmpada consome uma
potência elétrica de 2 Watts e uma chave simbolizada por CH.
Enquanto a chave CH está aberta, nada acontece, pois a corrente não tem caminho para
percorrer. Quando a chave CH é fechada, as pilhas fornecem uma corrente para a lâmpada,
transferindo a energia química das pilhas em energia elétrica e, consequentemente, em
energia luminosa. A lâmpada da lanterna só acende porque o circuito está fechado e a
corrente tem um caminho para percorrer. A lâmpada também é conhecida como carga
e possui uma resistência que produz trabalho.
Com essa reflexão, podemos fazer a seguinte analogia (comparação): um circuito
elétrico é como um sistema hidráulico, em que a chave CH é o registro da torneira, a
corrente é equivalente à água e a tensão é equivalente à força da água que, em uma
residência, é dada pela altura da caixa de água.
Perceba que a quantidade de corrente fornecida pelas pilhas depende da potência
da lâmpada e, consequentemente, da resistência da lâmpada. Se a lâmpada precisar de
mais corrente para acender, as pilhas farão o possível para entregar essa corrente.
Diante disso, podemos definir os principais conceitos de eletricidade de acordo com
HALLIDAY (2009):
GLOSSÁRIO
Elétrons: são as cargas elétricas negativas que todo material possui. Quando
as cargas negativas têm a mesma quantidade de cargas positivas em um certo
material, dizemos que ele está eletricamente neutro. Quando separamos ou
movimentamos as cargas elétricas, o material fica eletricamente carregado.
15
Eletricista instalador predial de baixa tensão
240 V / 120 V
SAIBA MAIS
A menção à tensão de 110V é muito comum, mesmo que esse nível não seja
mais padrão no Brasil, e sim o valor correto de 127V, você ainda ouvirá falar em
110V e 220V, mesmo sendo o correto 127V e 220V.
16
Conceitos básicos sobre eletricidade
üü
ü
ü ℜ (01)
Além dessa equação, temos a equação da potência como pode ser visto em (02).
üℜ (02)
Para facilitar a lembrança dessas duas relações, podemos utilizar um recurso visual:
ao colocarmos o dedo sobre a variável elétrica que queremos saber, conseguimos calcular,
através das outras variáveis sobre as quais sabemos, o valor. Por exemplo, um circuito
está ligado em 127 V e alimenta uma carga de 12,7 Ω, para sabermos a corrente que
passa nos condutores, isolamos a corrente I da equação (01), ou fazemos como na figura
04.a. Ou, se quisermos saber a corrente que um aparelho ligado em 127 V e que consome
uma potência de 1270 W, podemos fazer como na figura 04.b.
ü ℜ üℜ
17
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Calculando a corrente para os dois casos temos o seu valor nas equações (03) e (04).
(03)
(04)
+ -
C
Fonte: Elaborada pelo autor.
18
Conceitos básicos sobre eletricidade
19
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Além dos elementos passivos, são encontrados os elementos ativos nos circuitos
elétricos, que são os amplificadores e as chaves eletrônicas. A ligação dos elementos
com uma fonte de alimentação compõe os circuitos elétricos.
Resistência R Capacitor + -
Indutor L Terra
DC DC
20
Conceitos básicos sobre eletricidade
O circuito em aberto não tem funcionalidade, já o circuito em curto não pode ser
feito, pois não tem limitação para a corrente.
Os elementos de circuitos podem estar dispostos em série, em paralelo ou das duas
formas. Na figura 11 é mostrado um circuito com elementos em série, em paralelo e de
forma mista.
Z1 Z2 Z3
V V Z1 Z2 Z3
üüüüüüü ℜ (05)
üü
ℜ (06)
üüüüüüü
üüüüüüü ℜ (07)
21
Eletricista instalador predial de baixa tensão
üü
ℜ (08)
üüüüüüü
üüüüüüü ℜ (09)
üü
ℜ (10)
üüüüüüü
üüℜ ü (11)
üüℜ üü (12)
Quando temos a potência reativa no circuito, surge um ângulo θ e o termo cos (θ)
é o fator de potência do circuito e serve para sabermos a amplitude da potência reativa,
que não é bom para as instalações elétricas.
22
Conceitos básicos sobre eletricidade
üüüü
ℜ ü (13)
23
Eletricista instalador predial de baixa tensão
A relação entre as três potências é dada pela regra de Pitágoras, como mostra a
equação (14).
üℜ ü
(14)
• Geração;
• Transmissão;
• Distribuição;
O Sistema Elétrico de Potência possui três fases de tensão, ou seja, cada tensão é
defasada 120° uma das outras, como pode ser visto pela figura 14.
24
Conceitos básicos sobre eletricidade
25
Eletricista instalador predial de baixa tensão
A energia elétrica é gerada nas usinas de geração que, em sua maioria, são usinas
hidrelétricas onde o movimento e a força da água são captados por uma turbina e é
através do movimento de um gerador síncrono que a energia mecânica da turbina se
transforma em energia elétrica. Os níveis de tensão na geração varia de 6000 a 25000 V.
Após a geração dessa energia, temos a etapa de transmissão para as cidades onde
ela será utilizada. Da geração para a transmissão, são utilizados transformadores para
elevar os níveis de tensão e, consequentemente, baixar os níveis de corrente, para que
se possa transmitir mais corrente elétrica nos condutores. A energia é transmitida em
níveis de tensão de 138 kV a 765 kV (em que a letra k representa 1000 vezes).
Por questões de segurança, ao chegar perto das cidades, os níveis de tensão sofrem
diminuição por transformadores abaixadores, localizados em subestações nas entradas
das cidades.
A partir dessas subestações, o sistema de distribuição é considerado, e é dividido
em três níveis de tensão:
Dentro das cidades há subestações que passam da Alta Tensão para a Média Tensão,
de acordo com sua região. Nos locais de indústrias, a Média Tensão normalmente é
estabelecida em 35 kV a 69 kV, já nos locais comerciais e residenciais, a Média Tensão é
de 15 kV ou 25 kV. Em ambos os locais, há transformadores que fazem o abaixamento
para a Baixa Tensão e os valores mais comuns de Baixa Tensão é 127/220 V ou 220/380V.
A atuação de um Eletricista Instalador Predial é na distribuição em Baixa Tensão,
mas o conhecimento das outras etapas é imprescindível para o entendimento do sistema
elétrico como um todo.
1.5 TRANSFORMADORES
O fenômeno físico da eletricidade está intrinsecamente associado ao eletromagnetismo,
ou seja, quando há uma corrente elétrica, aparecerá um campo magnético que, por sua
vez, faz surgir uma corrente elétrica. Devido a esse fenômeno físico é possível realizar
conversões de energia sem contato elétrico, como é o caso dos transformadores.
Os transformadores são equipamentos elétricos que fazem a conversão de energia
em corrente alternada. O transformador pode elevar uma tensão, ou baixar uma tensão,
no entanto, ele só trabalha com tensões e correntes alternadas.
Quando o transformador faz a elevação de tensão, dizemos que ele é um
transformador elevador e quando o transformador faz o abaixamento de tensão, é
chamado de abaixador de tensão. Esse processo de elevação/abaixamento de tensão
ocorre por um processo magnético, em que um condutor é enrolado em um núcleo
ferromagnético, produzindo um campo magnético e, sem contatos elétricos, esse campo
magnético gera um campo elétrico do outro lado do transformador, em que a tensão
de saída dependerá da quantidade de voltas do condutor no núcleo ferromagnético,
como pode ser visto um esquema na figura 16.
26
Conceitos básicos sobre eletricidade
ü üü
ℜ ü
(15)
üü ü
Como exemplo, um transformador com uma tensão de 12700 V e com 2000 espiras
no primário e 20 espiras no secundário. Qual é a tensão no terminal do secundário?
Calculando usando a equação (16), temos:
üü
üü
üüüü (16)
ü
ü ü
Aqui foi utilizado apenas um exemplo numérico, no entanto, para uma quantidade
real de número de espiras, outros aspectos elétricos e mecânicos são considerados, mas
a relação é válida para todos os transformadores.
A corrente que o transformador processa também depende da tensão e do número
de espiras. Sabemos que o transformador não cria potência, portanto, um transformador
ideal (sem perdas) tem a mesma potência elétrica na entrada e a mesma potência na
saída, assim, podemos relacionar as tensões e correntes pela equação (17).
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
üü
üüℜ
üü
(17)
üü
üü
A equação (17) mostra que quanto maior a tensão, menor será a corrente e, quanto
menor a tensão, maior será a corrente. Isso justifica a utilização do transformador para
elevação e para o abaixamento de tensão, uma vez que as perdas elétricas nos fios são
proporcionais à corrente ao quadrado e, para uma menor quantidade de corrente, a bitola
do fio utilizada pode ser menor.
Ao olhar a imagem de um transformador abaixador conectado a um poste, podemos
verificar que a bitola do fio do primário é menor do que a bitola do fio do secundário. A
figura 17 mostra um transformador trifásico típico utilizado nas unidades de consumo,
com a identificação de alguns pontos.
No transformador nas unidades de consumo, que normalmente estão nos postes nas
entradas das unidades de consumo, há um transformador abaixador, em que o primário
está conectado à rede de Média Tensão e, no secundário, está a rede de Baixa Tensão. O
transformador mais comum utilizado é o transformador trifásico (três fases).
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Conceitos básicos sobre eletricidade
PARA REFLETIR
O primário é identificado por H1, H2 e H3, marcando que cada isolador deve ser
conectado em uma fase da rede de distribuição. O secundário é identificado por X0, X1,
X2 e X3, em que o X0 é o neutro do transformador, ao passo que os terminais X1, X2 e
X3 são as fases de saída.
Há três fios na Média Tensão, em que a ligação interna do primário do transformador
está em triângulo e há quatro fios saindo do transformador para o poste, pois o secundário
está com conexão em estrela.
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
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Conceitos básicos sobre eletricidade
De Fase De Linha
Ligação
Triângulo üü
Corrente üü üüüüü ℜ
üü
Tensão üü ü üüüü ℜ
Ligação
Estrela
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
1.6 ATERRAMENTO
Outro elemento importante na ligação da entrada de serviço de uma instalação
elétrica é o aterramento. O aterramento é um sistema funcional e de proteção que
estabelece a referência de tensão zero. A corrente de surto ou de fuga sempre vai para
o ponto de menor tensão, por isso, o aterramento é necessário nas instalações, sendo
ele normatizado de acordo com a norma NBR 5410. A NBR 5410 apresenta os tipos de
aterramento que podem ser utilizados em ligações elétricas.
Os esquemas de aterramento utilizam o sistema trifásico, onde as massas indicam
o conjunto de cargas ligadas. Nos esquemas de aterramento são utilizados os símbolos
mostrados na figura 21.
32
Conceitos básicos sobre eletricidade
De acordo com a NBR 5410, existem basicamente três tipos de aterramento, sendo
que cada um tem uma aplicação específica. Os aterramentos abordados na norma são o
TN, TT e o IT, além das suas complementações de acordo com as terceiras e quartas letras.
O aterramento mais utilizado em instalações prediais é do tipo TN-S, no qual o
condutor neutro e de proteção são distintos, como pode ser visto na figura 22.
Na figura 22 temos três fases designadas por L1, L2 e L3, o condutor de neutro N
e o condutor de terra PE. Como visto, no transformador, quatro condutores saem, na
entrada de energia de uma instalação predial chegam as fases e o condutor de neutro.
Após passar pelo quadro de medição na entrada predial, o condutor de neutro deve ser
aterrado, como pode ser visto na figura 23.
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
LEITURA COMPLEMENTAR
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Conceitos básicos sobre eletricidade
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
O material e as dimensões que devem ser utilizadas nos aterramentos são mostrados
no quadro 04.
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Conceitos básicos sobre eletricidade
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
SÍNTESE DA UNIDADE
Nessa primeira unidade você viu como é gerada a energia elétrica e o seu caminho
até as residências, comércios e indústrias. Aprendeu sobre a diferença entre corrente
alternada e corrente contínua, e se familiarizou com os elementos dos circuitos, como
os resistores, capacitores e indutores.
Conseguiu entender o que é a potência aparente, a potência ativa, que é medida
em watts, e a potência reativa, além da necessidade da correção da potência reativa,
aumentando o fator de potência. Essa potência chega nos pontos de utilização através
do sistema elétrico de potência, passando pelo transformador e chegando no padrão
de entrada das nossas casas. Por último, viu os tipos de aterramento e as formas como
eles podem ser implementados
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações Elétricas de
Baixa Tensão. Rio de Janeiro, set. 2004.
HAYT, William H. Análise de circuitos em engenharia. 8. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.
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Conceitos básicos sobre eletricidade
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Além das hidrelétricas, quais são as outras formas de geração de energia que você
conhece?
2. Um ferro de passar roupa possui uma potência elétrica de 1500 Watts, se ele estiver
ligado em 127 V, qual será a corrente que ele estará consumindo? E se ele for ligado em
220 V, qual será a corrente a ser consumida?
4. Um circuito com três resistências em paralelo é alimentado por uma fonte de tensão
eficaz de 127 V. Todas as resistências são iguais e de 30 ohms, qual será a corrente
fornecida pela fonte de 127 V ao circuito?
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Unidade 2
Projeto de Instalações Elétricas
Na segunda unidade deste livro, você aprenderá sobre o projeto elétrico, conhecendo
os principais elementos utilizados, tipos de cargas e de circuitos, dimensionamento dos
elementos e como fazer a leitura dos projetos elétricos, interpretando diagramas para
implementar na prática.
Até aqui você viu os principais conceitos que envolvem a eletricidade e que são
necessários para o entendimento de termos técnicos utilizados na profissão de eletricista
predial. Verificamos que o Sistema Elétrico de Potência começa nas usinas geradoras, passa
por subestações de energia, é transmitida em Alta Tensão e abaixada em transformadores
nas subestações e nos postes, até chegar nas residências, comércios e indústrias.
Agora vamos falar sobre os conceitos relacionados à instalação elétrica, quando um
eletricista atua de forma mais efetiva em uma instalação dentro da unidade consumidora.
A norma da ABNT NBR 5410:2004 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão - estabelece
as regras para a instalação em Baixa Tensão, apresentando de forma detalhada todos
os requisitos das instalações elétricas.
Uma instalação elétrica predial pode ser realizada em residências, comércios e
até em indústrias, cada instalação tem suas especificidades. No entanto, os conceitos
abordados nesta unidade valem para os três tipos de instalações. Basicamente, uma
instalação predial é composta pelos seguintes itens:
41
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Para uma instalação adequada é necessário ter conhecimento das cargas que serão
instaladas no local, para conseguir dimensionar os condutores, fazer a divisão correta
dos circuitos, dimensionar os elementos de proteção, entre outros fatores. Para isso, é
necessário fazer uma previsão de carga nas instalações novas.
• Circuitos de iluminação;
• Circuitos de Tomada de Uso Geral (TUG);
• Circuitos de Tomada de Uso Específico (TUE).
No quadro de distribuição geral, esses circuitos devem estar bem divididos, não
podendo misturar mais de um circuito em um único disjuntor, ou seja, não podemos
colocar iluminação junto às tomadas.
42
Projeto de Instalações Elétricas
• nos banheiros deve ser prevista no mínimo uma tomada perto do lavatório;
• nas cozinhas, lavanderias e locais análogos deve ser previsto um ponto de toma-
da para cada 3,5 metros de perímetro e acima da bancada da pia, devem ser
previstas no mínimo duas tomadas de uso específico;
• nas varandas deve ser previsto um ponto de tomada, ou próximo ao seu acesso;
• nas salas e dormitórios deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada a
cada 5 metros de perímetro.
Quando a corrente de cada tomada é menor do que 10A, as tomadas podem fazer
parte do mesmo circuito, separando o circuito de tomadas e de iluminação, no entanto,
a soma das correntes não deve ser maior que 16A para um mesmo circuito. Para tomadas
que irão alimentar um único equipamento com corrente acima de 10A, como ocorre com
forno elétrico e micro-ondas, deve ser instalada uma Tomada de Uso Específico.
43
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Os fios flexíveis são mais comumente utilizados em instalações elétricas devido à sua
flexibilidade para passar pelos eletrodutos. Já o fio rígido é mais utilizado em ambientes
externos, sujeitos à corrosão com o tempo.
Os condutores são especificados de acordo com a sua bitola interna, em que quanto
maior a bitola, mais corrente ele pode suportar. O quadro 01 apresenta as bitolas dos
condutores de cobre comerciais utilizadas em instalações elétricas.
16 25 35 50 70 95 120 150
44
Projeto de Instalações Elétricas
2 3 2 3
0,5 mm2 9 8 9 8
0,75 mm2 11 10 11 10
1,0 mm2 14 12 12 12
2,5 mm2 24 21 23 20
4,0 mm2 32 28 30 27
6,0 mm2 41 36 38 34
10,0 mm2 57 50 52 46
16,0 mm2 76 68 69 62
Fonte: NBR 5410 - Tabela 36
45
Eletricista instalador predial de baixa tensão
PARA REFLETIR
üü
üüüü ℜ üü (01)
ü ü
üü
üüüü ℜ üü (02)
ü ü
Lembre-se de que essa não é a corrente a ser usada para a escolha da bitola,
precisamos corrigi-la e faremos isso no dimensionamento dos condutores. Mas, para
termos uma ideia, no caso de 127V, precisaríamos no método B1 de um condutor
mínimo de 10mm² (que suporta até 57A para dois condutores carregados) e, no caso
de 220V, precisaríamos de um condutor mínimo de 4 mm² (que suporta até 32A para
dois condutores carregados).
A diferença na instalação de um chuveiro 127V ou 220V é apenas a espessura
do condutor e o disjuntor de maior corrente que deve ser utilizado, o consumo será
basicamente o mesmo, principalmente se o quadro de interruptores for próximo ao
chuveiro. Para escolher a bitola correta precisamos verificar a corrente que passará nesse
fio, utilizando os métodos de correção de corrente. Há dois métodos para correção da
corrente, o método de Capacidade de Corrente e o método da Queda de Tensão.
46
Projeto de Instalações Elétricas
10 1,22 1,15
15 1,17 1,12
25 1,06 1,04
35 0,94 0,96
40 0,87 0,91
45 0,76 0,87
Fonte: NBR 5410 – Tabela 40
Forma de 1 2 3 4 5 6 7 8 Método de
agrupamento referência
0,80
0,70
0,65
0,60
0,57
0,54
0,52
embutidos, B2, D.
em conduto
fechado
Fonte: NBR 5410 – Tabela 42
üüüüüüüü
üüü ℜ (03)
üüü
üüü
üüüü (04)
üüü
47
Eletricista instalador predial de baixa tensão
üü
üüüü ℜ üü (05)
ü ü
üüü üü
üüüüü ℜ üü (06)
üüü ℜ üü
Com essa corrente corrigida, verificamos o quadro 03 e podemos ver que a bitola
que atende de acordo com a correção por capacidade de corrente é de 6,0 mm², como
pode ser visto na figura 03.
48
Projeto de Instalações Elétricas
ℜ
é a resistividade do condutor ℜ üü ℜ ü
ℜ ü
ℜ ü
üü (07)
ü
é comprimento do circuito em metros
ü é a corrente nominal
Vamos utilizar o chuveiro do nosso exemplo para calcular a bitola do fio com o
método queda de tensão. Como estamos considerando o dimensionamento de um circuito
terminal, que sai do Quadro de Distribuição, a queda de tensão que pode haver é de até
ℜℜüü üüüüüüü . A corrente do chuveiro obtida pela equação (05)
é de 31,82A e, considerando que o fio do quadro de distribuição até o chuveiro tenha 10
metros, a seção mínima pode ser calculada pela equação (08).
ℜ ü üüüüℜ
üüü ℜℜ ü
üü (08)
üü
De acordo com o que estabelece a NBR 5410, deve ser utilizada uma bitola mínima
para tomadas de corrente,sendo as três bitolas:
49
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Entre essas bitolas, a maior bitola obtida deve ser a escolhida que, no caso do nosso
chuveiro, é de 6 mm2. Isso deve ser realizado para todos os circuitos, sempre escolhendo
a maior bitola obtida. Pode ser verificado que a maior bitola foi dada pelo método de
correção de capacidade de corrente ao invés do método de queda de tensão. Quando o
quadro de distribuição se encontra perto das cargas, estando bem distribuído, a queda de
tensão é pequena e não afeta os condutores da carga. Sempre que a carga for instalada
longe do quadro de distribuição (acima de 20 metros), é necessário se levar em conta a
queda de tensão.
Esses valores são os mínimos, no entanto, a bitola escolhida deve advir da consideração
do correto dimensionamento dos condutores. De acordo com o item 6.1.5.3 da NBR 5410
devem ser utilizados os condutores com as cores mostradas na figura 05.
50
Projeto de Instalações Elétricas
S ≤ 25 mm² S
35 mm² 25 mm²
50 mm² 25 mm²
70 mm² 35 mm²
95 mm² 50 mm²
O condutor de neutro, com bitola menor que 25 mm², deve ter a mesma bitola que o
condutor de fase, que é o que ocorre na grande maioria dos casos de instalação predial.
As bitolas do condutor de terra, ou de proteção, são mostradas no quadro 07.
S ≤ 16 mm2 S
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
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Projeto de Instalações Elétricas
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
LEMBRE-SE DE QUE
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Projeto de Instalações Elétricas
tomada monofásica, onde é colocada uma fase, um neutro e um terra. O neutro sempre
aponta para o quadro de distribuição, ou seja, de onde vêm os condutores.
55
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Como pode ser visto, no primeiro interruptor é conectado o condutor de fase e saem
dois retornos que estão conectados no segundo interruptor. No segundo interruptor
está um retorno para a lâmpada e na lâmpada está conectado o neutro. O diagrama
esquemático é mostrado na figura 11.
Pode acontecer a necessidade de acionar o mesmo ponto de luz por três ou mais
interruptores, usando interruptores Four-way. É utilizado um interruptor three-way em
cada extremidade e os demais interruptores são do tipo four-way, como pode ser visto
na figura 12.
56
Projeto de Instalações Elétricas
Nesse tipo de ligação é ligada a fase no primeiro interruptor e dois retornos que são
ligados no interruptor four-way. Além desses dois retornos, saem mais dois retornos do
interruptor do meio que são ligados no terceiro interruptor, este está ligado na lâmpada
por meio de um retorno, e o condutor neutro está no outro terminal do ponto de luz. O
diagrama esquemático é mostrado na figura 13.
Como foi visto, em todos os casos o condutor de fase está conectado no interruptor
e o condutor neutro está conectado no ponto de luz. Em alguns tipos de luminárias há
o terminal para conexão do terra, mas nem sempre isso acontece. O ideal é passar o fio
de terra e deixar disponível para futuras conexões.
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
2.4.1 Eletrodutos
Os eletrodutos são tubos, que podem ser de metal ou de PVC, que podem ser ainda
rígidos ou flexíveis. Eles possuem a função de proteção dos condutores contra choques
mecânicos e corrosão, e contra perigos de incêndio, resultante de superaquecimento
ou arcos dos condutores.
Os eletrodutos metálicos rígidos são feitos de aço galvanizado. Normalmente eles
são utilizados no ambiente industrial de forma aparente por apresentar uma grande
proteção mecânica aos fios, todavia, ele não deve ser utilizado em ambientes com
excessiva umidade ou utilizado com produtos corrosivos. Os eletrodutos de PVC rígidos
são fabricados com material isolante elétrico e não sofrem ação corrosiva, são indicados
para serem utilizados quando o metálico não é uma opção. Eles são recomendados para
utilização em pisos, lajes, linhas subterrâneas e superfícies concretadas.
Os eletrodutos metálicos flexíveis são fabricados com um revestimento em PVC
para proporcionar maior resistência mecânica e durabilidade, e podem ser utilizados em
instalações elétricas expostas e na instalação de motores devido à vibração. Por último,
temos os eletrodutos de PVC flexíveis que são utilizados em instalações residenciais,
comerciais e industriais, utilizados de forma embutida nas paredes de tijolos, lajes e
pisos. Na figura 14, estão alguns tipos de eletrodutos.
58
Projeto de Instalações Elétricas
• Luvas: são de formato cilíndrico com rosca interna, utilizadas para unir trechos
de eletrodutos e curvas pré-moldadas.
• Buchas: são peças para melhorar o acabamento das extremidades dos eletrodutos
rígidos, evitando a danificação da isolação dos condutores ao serem puxados
por rebarbas na extremidade do eletroduto.
• Arruelas: chamadas de contrabuchas ou de porcas, possuem rosca interna e são
colocadas externamente às caixas, servindo para contra-aperto com a bucha.
• Curvas: são utilizadas para fazer a mudança de direção em uma rede de eletrodutos.
• Braçadeiras: destinadas para a fixação de eletroduto rígido ou flexível em
paredes e tetos.
• Conectores ou adaptadores: são utilizados para ligação de eletrodutos rígidos
sem rosca e de eletrodutos flexíveis conectados às caixas ou aos quadros.
59
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Até 6 2
7 a 12 3
13 a 30 4
60
Projeto de Instalações Elétricas
61
Eletricista instalador predial de baixa tensão
4° passo: Para que não apareçam “calos” nos fios que dificultem a passagem,
não coloque todas as pontas juntas, deixando uma ponta distante no mínimo
quatro centímetros uma da outra, fazendo uma espécie de escada (figura 18.b).
5° passo: Passe a fita isolante de forma bem firme, juntando todos os cabos
paralelos ao passa-fio (figura 18.c e 18.d).
c) Prendendo todos os cabos no passa-fio. d) Passando fita isolante para deixar firme.
Fonte: Elaborada pelo autor.
Uma dica é não tirar os fios da embalagem para que não sejam embolados e sempre
começar pela ponta do meio do rolo de fio.
62
Projeto de Instalações Elétricas
LEMBRE-SE DE QUE
2° passo: Coloque os dois condutores lado a lado, de modo que as pontas este-
jam juntas. Em seguida, faça a emenda dos condutores cruzando as suas pontas
e enrolando. Vai ficar uma parte sem isolação e fora da emenda (figura 19.b).
3° passo: Junte a parte da emenda com o fio nu, dobrando a emenda sobre o fio
nu e passe fita isolante de maneira firme, dando três ou mais voltas, enrolando
de forma que a fita isolante fique em cima da isolação do fio dos dois lados, e
depois corte a fita isolante utilizando um estilete ou canivete (figura 19.c e 19.d).
Para realizar uma emenda de derivação com condutores flexíveis, precisamos seguir
as seguintes etapas:
2° passo: coloque o cabo de derivação por cima do cabo de onde sairá a derivação,
de forma que a isolação dos dois cabos estejam juntas (figura 20.b).
3° passo: Enrole o cabo de derivação, dando voltas por cima, até terminar o
cabo nu (figura 20.c).
4° passo: Junte o fio derivado ao fio com o fio derivador e passe fita isolante,
dando três ou mais voltas (figura 20.d).
63
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Há algumas outras formas de emendas, mas o importante em todas elas é que haja
uma boa resistência mecânica, de modo que se o fio for puxado, a emenda não se rompa;
outro requisito é que haja uma boa área de contato entre os condutores desencapados,
para não aquecer a emenda, além disso, é preciso que a isolação com fita isolante seja
realizada de forma correta, protegendo o fio para não entrar em contato com outros
fios e nem com outras partes.
Pode ser realizada uma soldagem no fio com estanho, antes de ser realizada a
isolação. Isso proporciona um melhor contato dos fios elétricos, no entanto, é necessário
ter cuidado para não haver solda fria.
Para cabos com bitola maior que 10 mm², o uso de conectores é aconselhável. Para
a instalação de chuveiros também se aconselha o uso de conectores, mas é preciso tomar
o cuidado de dar um bom aperto no parafuso, pois, se o parafuso ficar afrouxado, aquela
conexão derreterá e poderá dar curto no equipamento. Na figura 21, alguns conectores
utilizados podem ser vistos.
64
Projeto de Instalações Elétricas
65
Eletricista instalador predial de baixa tensão
2.4.6 Disjuntores
Os disjuntores termomagnéticos são elementos de proteção do circuito, eles são
alocados no quadro de distribuição de cargas. Eles são colocados nas fases dos circuitos,
podendo ser monopolares, bipolares ou tripolares. Eles atuam quando há uma passagem
de corrente superior ao que o fio suporta, protegendo o condutor de sobrecorrente ou
de curtos-circuitos. Na figura 23 é possível ver alguns modelos de disjuntores.
Os disjuntores devem ser conectados apenas nas FASES. Dois disjuntores unipolares
não é a mesma coisa que um disjuntor bipolar, portanto, se o circuito tem duas fases, deve
ser utilizado o disjuntor bipolar de maneira correta. Os disjuntores devem ser utilizados
de acordo com a bitola do fio do circuito, com a intenção de proteger o condutor, como
mostrado no quadro 10.
66
Projeto de Instalações Elétricas
1,5 mm2 15 10 10 10
2,5 mm2 20 15 15 15
4,0 mm2 30 25 20 20
6,0 mm2 40 30 25 5
10,0 mm2 50 40 40 35
16,0 mm2 70 60 50 40
67
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Figura 24: Interruptor Diferencial Residual para três fases mais o neutro
O IDR é instalado com as fases do circuito que ele quer proteger e o neutro, como
mostra o esquema elétrico em seu corpo. No caso da figura 24, o IDR de quatro terminais
serve para um circuito com 3 fases e o neutro (3F+N). O IDR pode ser utilizado apenas
nos circuitos terminais ou no circuito geral. Em instalações mais antigas, um DR geral
pode ocasionar acionamentos constantes a alguma possível fuga de corrente, por isso, é
recomendada a instalação em circuitos terminais com grande risco de choques elétricos.
LEMBRE-SE DE QUE
Os IDRs devem ser escolhidos de acordo com a corrente do disjuntor em que ele
está ligado e com a corrente de sensibilidade. A NBR 5410 recomenda a utilização de
dispositivos IDR de alta sensibilidade, com corrente de acionamento menor que 30 mA,
em tomadas de corrente em cozinha, lavanderias e áreas externas, ou em tomadas que
alimentarão equipamentos de uso em áreas externas e em circuitos de iluminação de
áreas externas.
LEMBRE-SE DE QUE
68
Projeto de Instalações Elétricas
69
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Há alguns elementos especiais, diferentes dos usuais, que fazem parte das instalações
elétricas de uma residência ou comércio, como minuteria, campainha, entre outros.
70
Projeto de Instalações Elétricas
No esquema, três lâmpadas são mostradas, mas poderiam ser mais ou menos
lâmpadas a serem acionadas. A minuteria M recebe uma fase e manda dois retornos
para as lâmpadas.
71
Eletricista instalador predial de baixa tensão
SÍNTESE DA UNIDADE
72
Projeto de Instalações Elétricas
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações Elétricas de
Baixa Tensão. Rio de Janeiro, set. 2004.
KANASHIRO, Nelson Massao. Instalações elétricas industriais. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
73
Eletricista instalador predial de baixa tensão
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
74
Projeto de Instalações Elétricas
75
Unidade 3
Eletrotécnica Básica
GLOSSÁRIO
77
Eletricista instalador predial de baixa tensão
SAIBA MAIS
Todos os motores possuem uma placa de identificação que apresenta as suas principais
características elétricas e o seu esquema de ligação, como pode ser visto na figura 01.
78
Eletrotécnica Básica
1. Código do motor
2. Número de fases
3. Tensão nominal
4. Regime de serviço
5. Rendimento
6. Modelo da carcaça
7. Grau de proteção
8. Classe de isolamento
9. Temperatura de isolamento
10. Frequência
11. Potência em kW e em CV.
12. Rotação nominal por minuto
13. Corrente nominal de operação
14. Fator de potência
15. Temperatura ambiente
16. Fator de serviço
17. Altitude
18. Massa
19. Especificação do rolamento dianteiro e quantidade de graxa
20. Especificação do rolamento traseiro e quantidade de graxa
21. Tipo de graxa utilizada nos rolamentos
22. Esquema de ligação para a tensão nominal
23. Tempo de lubrificação do motor (em horas)
24. Certificações
25. Relação da corrente de partida/ corrente nominal
26. Categoria de conjugado
27. Corrente no fator de serviço
Fonte: Elaborado pelo autor.
79
Eletricista instalador predial de baixa tensão
80
Eletrotécnica Básica
O motor universal possui baixas potências, até 0,5 CV, e são utilizados em
eletrodomésticos, como aspirador de pó, liquidificador e batedeira. Pode ser alimentado
com tensão alternada ou contínua e o seu rotor produz faiscamento interno, o que pode
provocar interferências na rede elétrica.
Como os motores de indução são os mais comuns nas indústrias e em aplicações
em instalação industrial, como bombas de piscinas, iremos focar nesse tipo de motor. Os
motores de indução apresentam uma curva de conjugado em função da sua velocidade,
mostrando as suas características de funcionamento. O gráfico do conjugado pela rotação
é mostrado na figura 03.
GLOSSÁRIO
81
Eletricista instalador predial de baixa tensão
• Fator de Serviço (FS) indica a sobrecarga permitida que o motor pode sofrer.
Se o FS de um motor é 1,2, quer dizer que ele permite uma sobrecarga de 20%.
• Velocidade síncrona (Ns) é a velocidade de rotação do campo girante, que
depende da quantidade de polos e da frequência de operação do motor, como
foi visto na equação (01).
• Escorregamento (S%) é a diferença entre a velocidade síncrona do motor de
indução e a velocidade do motor com carga, como mostrado na equação (02).
ü
üü ℜ (02)
• Corrente Nominal é a corrente drenada da rede elétrica que faz acionar o motor,
levando-se em conta o fator de potência e o rendimento. Para motor monofásico,
ela pode ser calculada pela equação (03) e, para motor trifásico, ela pode ser
calculada pela equação (04).
é o rendimento do motor
ü
ü (04)
ü
ℜ
82
Eletrotécnica Básica
Pode ser que os terminais já venham identificados, mas é necessário sempre verificar
se a marcação é a mesma apresentada. Para os casos de quatro terminais, e para alimentar
com a menor tensão disponível, precisamos ligar as bobinas em paralelo e, para alimentar
com a maior tensão, ligamos as bobinas em série, como mostra a figura 05.
Se o motor monofásico possuir seis terminais, ele deve ser ligado da forma apresentada
na figura 06, seguindo a numeração das bobinas dada na figura 04 anterior.
83
Eletricista instalador predial de baixa tensão
No caso dos motores trifásicos, temos os motores com seis terminais ou com doze
terminais. O motor de doze terminais pode ter suas bobinas ligadas em paralelo e em
série, conforme as ligações de cada motor permitem, e que é mostrado na sua placa de
identificação. A ligação dos motores trifásicos de seis terminais pode ser realizada em
triângulo ou estrela, com mostra a figura 07.
Mas, para ligar os motores os elementos de proteção, de acordo com o seu sistema
de partida, são necessários.
84
Eletrotécnica Básica
GLOSSÁRIO
85
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Os fusíveis devem ser dimensionados de acordo com a sua curva, pois é necessário
que ele suporte a corrente de partida do motor pelo seu tempo de duração
(chamado nos catálogos de tempo de fusão virtual), sem atuar no circuito. Com
os valores de Ip e Tp, observamos nas curvas e escolhemos o fusível correto para
essa finalidade.
Além disso, o fusível utilizado deve ter uma corrente de 20% acima da corrente
nominal do motor, ou seja, Ifusível = 1,2 * Inominal. Também é necessário que a
corrente do fusível seja menor do que a corrente dos contatores e dos relés, de
forma a protegê-los.
LEMBRE-SE DE QUE
Quando um fusível atua na proteção de um circuito, ele deve ser trocado por outro
com as mesmas especificações, pois ele se queima e não há como reutilizá-lo.
86
Eletrotécnica Básica
O contato elétrico NF deve ser ligado em série com a bobina do contator para que,
em caso de uma sobrecarga, o contato NF se abre, interrompendo a alimentação
da bobina e desligando a alimentação do motor. Ele deve ser dimensionado para
a corrente Irele = 1,15 à 1,25*Inominal.
87
Eletricista instalador predial de baixa tensão
5. Relés Temporizadores são aqueles utilizados para mudar algum tipo de ligação
depois de um certo tempo configurável. Após passar certo tempo T que o tem-
porizador foi alimentado, ele energiza os seus contatos, no entanto, quando a
alimentação é retirada do temporizador, ele desliga os seus contatos, o esquema
pode ser visto na figura 12.
88
Eletrotécnica Básica
89
Eletricista instalador predial de baixa tensão
NA
NF
A chave selo é composta por uma botoeira B0 que é NF, uma botoeira B1 que é
NA e o contator KM1. A botoeira B0 serve para abrir o circuito e desligar a chave
selo, já a botoeira B1 serve para ligar a chave selo que, ao ser acionada, alimenta
as bobinas do contator KM1 e as portas 13 e 14 do contator são fechadas,
produzindo um caminho para a corrente circular e para manter o circuito fechado
90
Eletrotécnica Básica
91
Eletricista instalador predial de baixa tensão
92
Eletrotécnica Básica
LEMBRE-SE DE QUE
üü
üü
ü
ü üü ℜ ü
Após a corrente estar em seu valor nominal, o motor é fechado em estrela, quando
a bobina é alimentada pela sua tensão nominal, que no exemplo é 220V. Para realizar
esse método de partida, sugere-se que o motor tenha a sua partida sem carga mecânica
no eixo (partida a vazio) ou que o conjugado na tensão menor seja suficiente para que no
motor seja dada a partida. Se a capacidade do motor for menor do que a carga necessita
para girar, a proteção do motor será acionada. O circuito de força e de acionamento
podem ser vistos nas figuras 19 e 20.
93
Eletricista instalador predial de baixa tensão
94
Eletrotécnica Básica
95
Eletricista instalador predial de baixa tensão
a) Ao fechar os disjuntores DJ1 e DJ2, o motor está apto para partir na chave
compensadora.
b) Ao acionar a botoeira B1 de ligar, o contator K3 será acionado, fechando o
autotransformador em estrela, acionando ao mesmo tempo os seus contatos
13 e 14, acionando a bobina do contator K2 e ligando o autotransformador na
rede elétrica, além de abrir os contatos 21 e 22 de K3, mantendo o contator K1
desligado.
c) Quando o contator K2 é acionado, os contatos 13 e 14 de K2 serão acionados,
ligando o temporizador RT1 através dos contatos 43 e 44 de K2.
d) Decorrido o tempo ajustado no temporizador RT1, o contato 16 passará para
18 do RT1, desligando o contator K3, abrindo a ligação do autotransformador,
retornando os contatos 21 e 22 de K3, ligando o contator K1 que, por sua vez,
acionará os contatos 13 e 14 de K1, fazendo uma chave selo e, com isso, ligando
o motor diretamente na rede elétrica.
96
Eletrotécnica Básica
97
Eletricista instalador predial de baixa tensão
A chave soft-starter tem suas funções programadas por meio de uma IHM (Interface
Homem-Máquina), em que pode ser configurado o controle das rampas de aceleração
e desaceleração, limitação de corrente, conjugado na partida (kick-start) e detecção de
desequilíbrio da rede elétrica. A instalação da chave soft-starter pode ser feita de acordo
com o diagrama da figura 24.
98
Eletrotécnica Básica
GLOSSÁRIO
99
Eletricista instalador predial de baixa tensão
SÍNTESE DA UNIDADE
REFERÊNCIAS
BASOTTI, Márcio Rogério. Eletricidade; instalações industriais. Sapucaia do Sul: Centro
de Educação Profissional SENAI de Eletromecânica, 2001.
FRANCHI, Claiton Moro. Acionamentos Elétricos. 4. ed. São Paulo: Érica, 2008.
KANASHIRO, Nelson Massao. Instalações elétricas industriais. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
KOSOVO, Irving L. Máquinas Elétricas e transformadores. 8. ed. São Paulo: Globo, 1989.
MAMEDE Filho, João. Instalações elétricas industriais: de acordo com a norma brasileira
NBR 5419:2015. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
NERY, N. Instalações Elétricas – Princípios e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Érica, 2012.
100
Eletrotécnica Básica
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Considere um motor com 12 terminais e seis bobinas, faça o desenho do seu fechamento
em estrela com todas as bobinas em série. Após isso, faça a ligação em triângulo com
as bobinas em pares paralelos.
4 5 6 4 5 6
7 8 9 7 8 9
10 11 12 10 11 12
101
Unidade 4
Medidas Elétricas
• Grandeza a ser medida: podendo ser amperímetro (que mede corrente), voltí-
metro (que mede tensão), ohmímetro (que mede resistência), wattímetro (que
mede potência) ou multímetro (que possui diversas funções de medidas);
• Tipo de Corrente: Corrente alternada, que mede a corrente e tensão da rede elé-
trica; e corrente contínua, que mede a corrente e tensão de uma bateria elétrica.
103
Eletricista instalador predial de baixa tensão
104
Medidas Elétricas
Para a obtenção da medida correta da tensão de que se deseja conhecer o valor, deve-
se selecionar o tipo de tensão, se alternada V~, ou contínua V–– , selecionar corretamente
o seu valor de fundo de escala (se for a tensão da tomada deve ser selecionado 600V)
ou o valor superior à tensão esperada da tomada.
Para a obtenção da medição correta com o voltímetro, ele deve ser conectado
corretamente ao local onde se deseja medir a tensão. O voltímetro deve ser conectado
em paralelo com os terminais que se deseja medir, como mostra a figura 03.
A tensão da tomada possui apenas valor alternado, para o qual, se houver tentativa
de medição da tensão contínua, ela será nula, da mesma forma, se tentarmos medir
a tensão da bateria do carro ou de uma pilha com a tensão alternada, o seu valor
será zero.
105
Eletricista instalador predial de baixa tensão
LEMBRE-SE DE QUE
106
Medidas Elétricas
Pela dificuldade muitas vezes de se abrir o circuito, pode ser utilizado o Alicate
Amperímetro para medir a corrente que passa em um certo condutor. Como todo fio
que conduz energia elétrica produz um campo magnético, esse tipo de amperímetro
faz a leitura do campo magnético e apresenta o valor de corrente que está passando
no condutor naquele momento. A forma correta de se utilizar o alicate amperímetro é
mostrado na figura 06.
Observe que na figura 06 que há dois fios, um azul e um vermelho. Vamos supor que
o fio vermelho é a fase e o fio azul é o neutro. Quando se quer medir a corrente com o
alicate amperímetro, ele deve circular apenas um dos condutores, podendo ser a fase ou
o neutro, e NUNCA os dois cabos, pois, em um cabo, a corrente vai e, no outro, a corrente
volta, apresentando a medida incorreta de corrente. Portanto, a corrente com o alicate
amperímetro deve ser medida em um cabo por vez.
Há situações em que é necessário medir baixas correntes, mas o fundo de escala de
um alicate amperímetro é alto. Para contornar isso, podemos dar voltas do condutor nas
garras do alicate amperímetro, mas lembre que a corrente real será o valor apresentado
no visor dividido pelo número de voltas. Mas essa forma de medição é apenas para medir
correntes na ordem de miliamperes de circuitos eletrônicos que operam em extra baixa
tensão (inferior a 50V alternada ou abaixo de 120V contínuo).
107
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Para se medir resistências, o circuito NÃO pode estar energizado, pois isso pode
fazer com que o multímetro se queime. Quando a medida apresentar o valor de zero
quer dizer que a resistência está em curto e quando ela não apresentar nenhum valor
quer dizer que o circuito está aberto.
Devido a isso, a função de ohmímetro do multímetro pode ser utilizada para
encontrar as pontas da bobina de um motor, já que quando dois terminais apresentam
uma resistência igual a zero ou muito baixa, quer dizer que aqueles são os terminais de
uma bobina, no entanto, quando aparecer que o circuito está em aberto, quer dizer que
aqueles terminais não são uma bobina. Em alguns casos pode ser usado o multímetro
na função de continuidade para descobrir quais são os terminais das bobinas do motor.
108
Medidas Elétricas
109
Eletricista instalador predial de baixa tensão
• Excelente para ℜ
• Bom para üℜℜ
• Razoável para üüℜℜ
• Condenável para ℜü
110
Medidas Elétricas
É importante que os eletrodos estejam alinhados e essa distância A deve ser variada
em múltiplos de 2 metros, ou seja, 2m, 4m, 8m, 16m e 32m. Os valores obtidos dirão
como está a resistência do solo, verificando a necessidade ou não de se fazer tratamento
do solo para montar a malha de terra no ambiente industrial.
111
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Na figura 10 é possível verificar que uma das fases que entra é conectada ao terminal
de fase do wattímetro, junto ao terminal de corrente, a outra fase S ou neutro é conectada
ao outro terminal de fase do wattímetro e ao equipamento que vai alimentar. A corrente
IR que entra no wattímetro irá sair em Ia, e vai para o equipamento. Dependendo do
fabricante, os nomes dos terminais podem ser diferentes, então vale a pena consultar o
que é cada terminal antes de realizar as conexões.
Os wattímetros podem ser utilizados para a medição de potência trifásica pelo
método dos dois wattímetros. Eles também podem medir o fator de potência de uma
carga, dependendo das suas funções internas.
SÍNTESE DA UNIDADE
REFERÊNCIAS
BELCHIOR, Fernando Nunes. Apostila ELE505 Medidas Elétricas. Universidade Federal
de Itajubá, Itajubá, MG, 2014.
MAMEDE Filho, João. Instalações elétricas industriais: de acordo com a norma brasileira
NBR 5419:2015. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
NAGEL, Márcio Luiz. Instalações Elétricas Industriais. Blumenau, SC: SENAI Nacional
de Aprendizagem Industrial, 2008.
112
Medidas Elétricas
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
113
Unidade 5
Saúde e Segurança do Trabalho
Nesta unidade você conhecerá os tópicos de segurança nas atividades com eletricidade.
Após a conclusão desta unidade, você será capaz de identificar os riscos inerentes às
atividades da área elétrica, como se prevenir de acidentes e quais as medidas existentes.
Você conhecerá os equipamentos de proteção coletiva e individual e a necessidade da sua
utilização para cada atividade a ser executada. Além disso, terá uma noção de combate
a incêndios, verificando a diferença entre os extintores.
Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas
e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, eliminar as condições inseguras do
ambiente e instruir ou convencer as pessoas da implantação de práticas preventivas. Ela
tem o objetivo de proporcionar condições de trabalho seguras e saudáveis para as pessoas.
Para regulamentar a segurança do trabalho, em 1978, o Ministério do Trabalho e
Emprego lançou as Normas Regulamentadoras, ou NRs, que trazem de forma detalhada
os mais diversos procedimentos para manter a segurança e saúde dos trabalhadores.
Para todos os profissionais da área de eletricidade, a Norma Regulamentadora
que estabelece os procedimentos de segurança é a NR 10, que tem como objetivo
estabelecer os requisitos para a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos, garantindo a segurança e saúde dos trabalhadores que realizam serviços
em instalações elétricas e serviços com eletricidade. Dessa forma, é muito importante
para a sua segurança o conhecimento dessa norma.
115
Eletricista instalador predial de baixa tensão
116
Saúde e Segurança do Trabalho
117
Eletricista instalador predial de baixa tensão
Além do caminho que a corrente elétrica pode percorrer, passando por órgãos
mais sensíveis à eletricidade, como o coração, a intensidade dessa corrente deve ser
considerada. O nosso corpo humano possui uma resistência que varia de aproximadamente
200.000 ohm na pele seca até 1.500 ohm com a pele molhada e, como vimos, a corrente
é a relação da tensão pela resistência, portanto, a sua intensidade dependerá da tensão
de exposição e das condições de nossa pele. Para se ter ideia, na equação (01) está
a corrente para a pele seca e na equação (02) está a corrente para a pele molhada,
considerando uma tensão de exposição de 127 V.
ü
Pele seca: ü ℜ üü (01)
üüü
ü
Pele molhada: ü ℜ üü (02)
üü
Em relação à intensidade de corrente, é possível verificar que, com a pele molhada, a
intensidade é muito maior. No quadro 01, é apresentado o dano biológico que a corrente
pode causar no corpo humano em função da sua intensidade.
118
Saúde e Segurança do Trabalho
Esses efeitos variam de pessoa para pessoa, é apenas uma aproximação, mas é
possível verificar que um choque de 127 V com a pele totalmente seca (condição difícil
de se conseguir) pode dar dor e ter uma contração muscular, podendo chegar até uma
parada respiratória se a pele estiver molhada.
Mas além do caminho que a corrente pode percorrer pelo nosso corpo e da intensidade
dessa corrente, é necessário considerar o tempo de exposição. Vamos supor que uma
pessoa tome um choque de 127 V e que os dedos sofram uma contração muscular, de
forma que a pessoa fique grudada na instalação. Dependendo da forma e da intensidade,
a pessoa pode não conseguir evitar a contração muscular e pode até vir a óbito. O choque
elétrico pode ocasionar acidentes indiretos, como batidas e quedas, queimaduras na
pele e nos órgãos internos.
LEMBRE-SE DE QUE
Ao presenciar uma pessoa que sofreu choque elétrico, ela deve ser isolada para longe
da fonte geradora de choque elétrico e nela deve ser aplicada massagem cardíaca, ao
mesmo tempo que aciona o sistema de emergência para prestar o devido atendimento.
Quando ocorrer queda de poste de energia, deve-se entrar em contato imediatamente
com a concessionária de energia da região, evitando se movimentar. Vamos supor que
um acidente com automóvel derrube um poste, as pessoas de dentro desse automóvel
não devem sair dele pois estão protegidas da instalação elétrica, devendo buscar ajuda
com a concessionária de energia. Caso seja realmente necessário sair do automóvel por
risco evidente de incêndio, orienta-se que saia do carro pulando com os dois pés juntos
para não estar exposto à tensão de passo que pode aparecer em acidentes desse tipo.
119
Eletricista instalador predial de baixa tensão
120
Saúde e Segurança do Trabalho
de pessoas ou trânsito de veículos, o local deve ser sinalizado e devem ser colocados
obstáculos para isolar o local.
As ferramentas utilizadas para o trabalho não devem estar soltas sobre a escada,
necessitando a utilização de uma bandeja apropriada. Na execução dos serviços, os
dois pés do trabalhador devem estar no degrau da escada e não se deve ficar no último
degrau de uma escada, deixando no mínimo dois degraus livres da extremidade superior
da escada.
LEMBRE-SE DE QUE
Após a execução de todos os serviços, as ferramentas e a escada devem
estar limpas e guardadas em locais corretos, não deixando o ambiente de
trabalho bagunçado.
Para algumas situações ou alturas muito altas podem ser utilizados Andaimes, que
também necessitam de atenção na sua utilização.
121
Eletricista instalador predial de baixa tensão
LEMBRE-SE DE QUE
Como eletricista é sua função atuar do relógio medidor para dentro do local da
instalação elétrica, e nunca para fora. Para atuar nos postes, transformadores,
média e alta tensão, os profissionais recebem treinamentos que os capacitam
sobre a atuação nesses locais. Alguns locais não possuem isolação elétrica, não
podem ser desconectados e precisam de equipamentos especiais. Sempre que
houver dúvida, consulte a concessionária da sua região pelo telefone.
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Saúde e Segurança do Trabalho
projeto elétrico adequado, ele pode ser fonte de ignição na área classificada. Para atender
o projeto elétrico à prova de explosões, os equipamentos e ferramentas devem possuir
classificações em relação à temperatura de operação, tipos de proteção, aterramento
com condutores com proteção e equipotenciais, separação de condutores de sistemas
de segurança, não deve ser utilizado ferramentas que geram faíscas (furadeira, serra
elétrica etc), nem ferramentas de impactos e nem devem ser utilizadas ferramentas de
materiais que podem gerar faíscas em quedas acidentais.
GLOSSÁRIO
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
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Saúde e Segurança do Trabalho
h) Isolação de partes vivas com materiais isolantes, para que serviços possam ser
executados sem o risco de contato com partes energizadas, como coberturas
circular de polietileno, mantas, tapetes e coberturas isolantes.
Na figura 03, podemos ver esses EPCs utilizados pelos profissionais de eletricidade.
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Sempre que surgir dúvida quanto aos procedimentos de trabalho, você deve buscar
o conhecimento para tomar as atitudes corretas e proteger a sua vida e a vida das outras
pessoas. O profissional que trabalha com eletricidade precisa fazer o curso de NR 10, que
trata das condições de segurança nos serviços com eletricidade.
LEITURA COMPLEMENTAR
SÍNTESE DA UNIDADE
Nessa unidade você discorreu sobre os acidentes de trabalho e os riscos que podem
levar a eles. Soube os tipos de riscos ambientais e como esses riscos são apresentados
aos trabalhadores dos setores que trabalham, através do Mapa de Riscos.
Você também viu os riscos que estão associados à área elétrica, os riscos adicionais
que podem surgir, dependendo da atividade a ser executada, e as medidas de controle
dos riscos elétricos, as formas de atenuar ou eliminar esses riscos com a utilização dos
equipamentos de proteção. E, por fim, foram apresentados os tipos de extintores utilizados
no combate a incêndios.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. IEC 60079-14. Equipamentos elétricos
para atmosferas explosivas. Parte 14: Instalação elétrica em áreas classificadas (exceto
minas). Rio de Janeiro, dez. 2016.
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM
1. Sabendo que a utilização correta dos EPIs evitam acidentes na execução dos serviços
com a rede elétrica, considere que um eletricista subiu em uma escada para realizar
reparos na luminária e devido a não utilização dos EPIs, ele tomou um choque e acabou
caindo da escada, se machucando no chão. Relacione os equipamentos de proteção que
poderiam ter sido utilizados para evitar esse acidente.
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PROPOSTA DE PRÁTICA PROFISSIONAL
Material utilizado:
• alicates • disjuntores
• barra de eletroduto • quadro de distribuição
• caixas de luz retangular • tarraxa de PVC
• caixas de luz octagonal • trena
• chaves de fenda • cabo-guia
Procedimentos:
• 1º Passo: Junto ao orientador, planeje a construção de uma bancada onde serão
realizadas as ligações. Ela deve ter no MÍNIMO um quadro de distribuição com
disjuntores, duas caixas octogonais, três caixas de luz retangular e curvas com o
eletroduto. A montagem deve ser realizada de acordo com o material disponível.
Na figura 01 é mostrado um modelo que pode ser montado.
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
Material utilizado:
• Fios
• Alicates
• Fita Isolante
Procedimentos:
• 1º Passo: Desencape as pontas dos dois condutores em que será feito o prosse-
guimento, retirando a cobertura isolante em PVC.
• 2º Passo: Faça a emenda, conforme foi visto na unidade 2.4.5 deste livro.
• 3° Passo: passe a fita isolante, dando pelo menos 3 voltas.
• 4° Passo: faça o mesmo para o processo de emenda de derivação.
Procedimentos::
• 1º Passo: Com o auxílio da chave teste, verificar se o circuito está desenergizado:
se estiver desenergizado, continue, se não, desligue o disjuntor.
• 2º Passo: Passar o cabo passa-fio pelo eletroduto.
• 3° Passo: Separe a fiação, que será passada, de acordo com o diagrama unifilar
da figura 02, em que F é a fase, R é o retorno e N é o neutro.
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Proposta de prática profissional
Material utilizado:
• Fios • 1 interruptor de duas seções (duas teclas)
• Alicates • 1 chave de teste
• Fita Isolante • 1 cabo-guia ou passa-fio
• 2 lâmpadas • chave de fenda
• 2 soquetes para a lâmpada
Procedimentos:
• 1º Passo: Com o auxílio da chave teste, verificar se o circuito está desenergizado:
se estiver desenergizado, continue, se não, desligue o disjuntor.
• 2º Passo: Passar o cabo passa-fio pelo eletroduto.
• 3° Passo: Separe a fiação, que será passada, de acordo com o diagrama unifilar
da figura 03, em que F é a fase, R é o retorno e N é o neutro.
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
Material utilizado:
• Fios • 2 interruptores paralelo de uma seção (uma tecla)
• Alicates • 1 soquete para a lâmpada
• Fita Isolante • 1 cabo-guia ou passa-fio
• 1 lâmpada • chave de fenda
• 1 chave de teste
Procedimentos:
• 1º Passo: Com o auxílio da chave teste, verificar se o circuito está desenergizado:
se estiver desenergiado continue, senão desligue o disjuntor.
• 2º Passo: Passar o cabo passa-fio pelo eletroduto.
• 3° Passo: Separe a fiação, que será passada, de acordo com o diagrama unifilar
da figura 04, em que F é a fase, R é o retorno e N é o neutro.
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Proposta de prática profissional
Material utilizado:
• Fios • 1 chave de teste
• Alicates • 1 cabo-guia ou passa-fio.
• Fita Isolante • chave de fenda
• 1 tomada (2P+T) • multímetro
Procedimentos:
• 1º Passo: Com o auxílio da chave teste, verificar se o circuito está desenergizado:
se estiver desenergiado continue, senão desligue o disjuntor.
• 2º Passo: Passar o cabo passa-fio pelo eletroduto.
• 3° Passo: Separe a fiação, que será passada, de acordo com o diagrama unifilar
da figura 05, em que F é a fase, R é o retorno e N é o neutro.
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Eletricista instalador predial de baixa tensão
Currículo do professor-autor
Charles William Polizelli Pereira
nasceu e vive no interior do Paraná, é formado em Engenharia
Elétrica, em Engenharia Civil e em Engenharia de Segurança
do Trabalho e atua como professor em cursos de graduação,
cursos técnicos e profissionalizantes, além de atuar como
engenheiro projetista.
Tem experiência na indústria como projetista de
Transformadores de Potência e como desenvolvedor de
sistemas embarcados utilizados para controle de energia
renovável. É autor de livros de circuitos elétricos e eletrônicos, sistemas de controle
realimentado e instrumentação industrial.
Gosta de ensinar e está em constante aprendizado, buscando conhecimento sobre novas
tecnologias e inovação que surgem dia a dia.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este livro, no decorrer do conteúdo técnico, trouxe desde onde a eletricidade é
gerada até os locais de consumo, os seus principais fundamentos físicos, os elementos
de uma instalação elétrica, comercial e industrial, as ferramentas da área elétrica, além
de apresentar os princípios de segurança da atividade do eletricista.
Para a execução de um bom trabalho, o profissional da área de instalações elétricas
precisa ter conhecimento de projeto, da execução correta das instalações, dos dispositivos
utilizados, de como projetar e especificar esses dispositivos e o seu correto meio de
instalação, precisa conhecer e conseguir utilizar as ferramentas e equipamentos, e
conhecer os riscos inerentes à profissão e as formas de evitar acidentes.
É uma profissão que requer constante atualização das novas tecnologias que surgem,
requer cuidado na sua execução e proporciona às pessoas atendidas mais conforto e
desenvolvimento.
Sempre faça com muito zelo as atividades de instalação, tomando cuidado com a
sua saúde, utilizando corretamente os equipamentos de segurança. Cuide também de
suas ferramentas de trabalho, pois elas te proporcionarão uma boa execução dos serviços
e te farão ser bem-sucedido. Esteja sempre informado e, se houver dúvida, busque as
respostas para exercer a sua profissão.
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