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1◦ Relatório: Experimento de Franck-Hertz

João Victor Azevedo Goncalves 1* 1 and Alexsander Ruy Lima Passos 2†2
1,2
Universidade Federal do Amazonas - UFAM , Departamento de Física , Curso de Licenciatura em Física ,
Laboratótio de Física Moderna II

Resumo
O experimento de Franck-Hertz é um experimento clássico da física moderna que foi realizado em 1914 por James Franck e
Gustav Hertz. Ele foi projetado para estudar a natureza do átomo e confirmar a teoria quântica. O experimento consistia em um tubo
de recipientes contendo gás em baixa pressão, com eletrodos em cada extremidade. Os elétrons são emitidos do cátodo em direção
ao ânodo, mas eles precisam de uma certa quantidade de energia para superar a energia de ligação do átomo de mercúrio. Isso pode
ser conseguido aplicando uma diferença de potencial elétrico entre os eletrodos.
Quando a energia dos elétrons é suficiente para ionizar o átomo de mercúrio, eles colidem com o átomo e perdem sua energia
cinética. Isso resulta em um aumento na temperatura do átomo de mercadoria. À medida que a tensão aumenta, a corrente elétrica
através do tubo varia periodicamente. Isso ocorre porque os elétrons só ganham energia suficiente para ionizar o átomo de alimentação
em certos níveis de energia, que correspondem aos estados de energia quantizados do átomo.
Palavras-chave: Quantização de energia, colisão de elétrons, energia de excitação.

Abstract
The Franck-Hertz experiment is a classic experiment in modern physics that was performed in 1914 by James Franck and Gustav
Hertz. It was designed to study the nature of the atom and confirm quantum theory. The experiment consisted of a tube of containers
containing gas at low pressure, with electrodes at each end. Electrons are emitted from the cathode towards the anode, but they need
a certain amount of energy to overcome the binding energy of the mercury atom. This can be achieved by applying an electrical
potential difference between the electrodes.
When the energy of the electrons is sufficient to ionize the mercury atom, they collide with the atom and lose their kinetic energy.
This results in an increase in the temperature of the commodity atom. As the voltage increases, the electrical current through the tube
varies periodically. This is because the electrons only gain enough energy to ionize the feeder atom at certain energy levels, which
correspond to the quantized energy states of the atom.
Keywords: Energy quantization, electron collision, excitation energy.

1 Introdução uma queda repentina na corrente elétrica. Isso ocorre porque os


elétrons não têm energia suficiente para excitar os átomos de mer-
O experimento de Franck-Hertz é um experimento clássico da cúrio para um nível de energia mais alto. Em vez disso, a energia
física quântica que foi controlado em 1914 pelos motores físicos é gerada pelos átomos de fonte sem ser externa e a corrente elé-
James Franck e Gustav Hertz. Este experimento foi importante trica diminui.
para entender a natureza quântica dos elétrons e estabelecer a te- Essa queda repentina na corrente elétrica é conhecida como
oria dos níveis de energia em átomos. "pico Franck-Hertz"e ocorre quando a tensão aplicada é igual à
O experimento consiste em um tubo de vidro evacuado con- energia necessária para excitar os átomos de mercúrio para o pró-
tendo vapor de mercadoria, no qual uma corrente elétrica é apli- ximo nível de energia. A partir deste experimento, foi possível
cada entre um catodo e um anodo. Quando a corrente elétrica determinar o valor da energia necessária para excitar os átomos
passa pelo vapor de mercúrio, os elétrons colidem com os áto- de mercúrio e o espaçamento entre os níveis de energia.
mos de mercúrio, transferindo energia para eles e fazendo com O experimento de Franck-Hertz foi um marco importante na
que eles se excitem para níveis de energia mais altos. Durante física quântica, pois ajudou a confirmar a teoria de que os átomos
essas colisões, alguns elétrons perdem energia, fazendo com que têm níveis discretos de energia e os registros só podem ocupar
a corrente elétrica diminua. Quando a tensão aplicada é aumen- esses níveis discretos. Este experimento também foi importante
tada, a corrente elétrica aumenta novamente, indicando que os para o desenvolvimento da mecânica quântica e da eletrônica,
elétrons adquiriram energia suficiente para excitar os átomos de tendo sido utilizado em tecnologias como tubos de TV e semi-
fonte para um nível de energia mais alto. condutores.
Quando a tensão aplicada atinge um valor específico, ocorre
* azevedogoncalvesj2@gmail.com, 21950569
† alexsanderruy@gmail.com, 21950568

Report sent to Prof. Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro May 14, 2023
Figura 1: Tubo de vácuo usado para o experimento Franck- gia cinética desses elétrons é suficiente para transferir o elétron
Hertz. de valência do átomo de Hg para o primeiro nível excitado 63P1
por meio de colisões inelásticas. Devido à perda de energia ci-
nética após colisão, o elétron não consegue mais vencer o campo
elétrico opositor entre o anodo A e o eletrodo coletor S, provo-
cando assim a queda da corrente e IS para um valor mínimo.
Se a tensão do anodo continua crescendo, a energia cinética dos
elétrons é novamente suficiente para sobrepujar o campo elétrico
opositor e a intensidade de corrente IS volta a crescer. Quando
UA = 2x4, 9V a energia cinética de um mesmo elétron é alta o
suficiente para excitar até dois átomos em sucessivas colisões,
provocando o surgimento de um segundo mínimo. O gráfico
IS × UA apresenta assim uma sequência de mínimos e máxi-
mos equidistantes. [2]
Esses mínimos não são, entretanto, muito bem definidos de-
vido à distribuição térmica inicial das velocidades dos elétrons.
A tensão UA entre o anodo e o catodo é definida por:

Esses resultados experimentais provaram ser consistentes com UA = U + (ϕA − ϕB ) (1)


o modelo de Bohr para átomos que havia sido proposto no ano Onde U é a tensão aplicada,e ϕA e ϕC a ddp das funções tra-
anterior por Niels Bohr. O modelo de Bohr foi um precursor balho do anodo e catodo respectivamente. Uma vez que a energia
da mecânica quântica e do modelo da camada eletrônicade áto- de excitação é obtida pelas diferenças de tensões no anodo entre
mos. Sua principal característica era que um elétron dentro de mínimos consecutivos, os valores de ϕA e ϕC não são necessá-
um átomo ocupa um dos ”níveis de energia quântica” do átomo. rios aqui.
Antes da colisão, um elétron dentro do átomo de mercúrio ocupa De acordo com a teoria clássica, os níveis de energia para
seu nível de energia mais baixo disponível. Após a colisão, o elé- os quais os átomos de mercúrio poderiam ser excitados são um
tron dentro ocupa um nível de energia mais alto com 4,9 elétron- contínuo. Entretanto, de acordo com a teoria quântica, níveis
volts(eV) a mais de energia. Isso significa que o elétron esté mais discretos e bem definidos de energia associados ao átomo s~ao
frouxamente ligado ao átomo de mercúrio. Não havia níveis in- alcançados por meio de processos individuais e súbitos.
termediários ou possibilidades no modelo quântico de Bohr. Esse O comportamento da curva IS × UA foi inicialmente expli-
recurso era ”revolucionário” porque era inconsistente com a ex- cado em termos destas últimas idéias e desse modo representa
pectativa de que um elétron pudesse ser ligado ao núcleo de um uma confirmação da teoria quântica.
átomo por qualquer quantidade de energia. [1] Os átomos excitados de Hg liberam (se desexcitam) em se-
guida a energia absorvida com a emissão de um fóton. Com uma
a energia de excitação EA de 4,9 eV, o comprimento de onda
2 Teoria e Análise desse fóton é:
Os elétrons emitidos por um catodo termiônico são acelera- hc
dos, do catodo C para o anodo A, no tubo contendo vapor de λ= = 253nm (2)
EA
mercúrio e espalhados por colisões elásticas com os átomos de
Hg, de acordo com a figura 2. Onde c = 2, 9979 × 108 m/s e h = 4, 136 × 10−15 eV

Figura 2: Princípio de medição.


3 Parte Experimental
3.1 Material Necessário
• Handbook Science Cobra3;

• Chave On/off ;
• Termômetro digital;
• Cabo de conexão, 250mm, vermelho;
• Cabo de conexão, 250mm, azul;

• Cabo de conexão,500mm, vermelho;


• Cabo de conexão,500mm, azul;
Entretanto, a partir de uma tensão no anodo de 4, 9V ,a ener-

2
• Cabo de conexão,750mm, vermelho; Seguindo o esquema de montagem abaixo:
• Cabo de conexão,750mm, azul; Figura 4: Diagrama de ligações do experimento
• Cabo de conexão,2000mm, vermelho;
• Cabo de conexão,2000mm, azul;

• Cabo blindado, BNC, l750mm;


• Tubo de Franck-Hertz no prato;
• Forno de Franck-Hertz;

• Fonte de alimentação para tubo de F-H;


• Interface Cobra 3;
• Fonte de alimentação;
Assim para gerar uma tensão UA na grade (anodo), que cresce
• Termopar NiCr-Ni,500 C máx;
com o tempo, usa-se a fonte de tensão para o tubo FH alimen-
• Amplificador de medidas DC; tado por uma tensão constante (50V,da unidade de alimentação
0...600V). Enquanto a chave S estiver fechada,a tensão do anodo
• Fonte de alimentação, 0...600 V-DC; se mantém em torno de 0,5V. Ao abrir S,a tensão cresce de forma
logarítmica. Para que possa ser medida pela interface COBRA3
• Software, xyt-recorder;
(escala ± 30V), a tensão UA na grade deve ser reduzida na razão
• Cabo de dados PC COBRA RS232, 2m; 1:2. Isto é feito, por um divisor de tensão (2x100K) integrado à
fonte de alimentação para o tubo F-H, ligando-se a saída UA /2 ao
• Capacitor eletronitico PEK 100mmF/35 V. conectoR IN2 da interface COBRA3.
A tensão de ajuste da fonte de alimentação, de 0 a 12V, é
3.2 Montagem e Procedimento Experimental demasiada alta para a tensão de oposição US que é consequente-
mente reduzida por um divisor de tensão na fonte de alimentação
O experimento ocorreu de forma presencial no Laboratório para o tubo. Quando U=12V, então US = 3V .
de Física Moderna II no departamento de Física da Ufam – Uni- A tensão de oposição US pode ser ajustada entre 0 e 3V.
versidade Federal do Amazonas, sendo auxilidado pelo professor Deve-se ajustar inicialmente 0,5V para a medição,ou seja, U =
Dr. Haroldo de Almeida Guerreiro. Os equipamentos utilizados 2V .
no experimento de Franck-Hertz manitorado por um computador, A corrente IS gerada pelos elétrons que atingem o eletrodo
está ilustrado na Figura 3: coletor S é da ordem de 10 a 9. Esta é amplificada e enviada à
interace COBRA3 através do conector IN1. Logo, inicia-se com
Figura 3: Montagem do experimento de Franck-Hertz o aquecimento do forno do tubo de Franck-Hertz até equilibrar a
temperatura em aproximadamente 175.6C. O termopar deve ser
mantido próximo ao eletrodo coletor, porém sem tocar o aloja-
mento do forno. Após cerca de 15 a 20 minutos haverá suficiente
mercúrio vaporizado e o aparato estará pronto para ser usado.
Ajustase o amplicador DC para I e 0,1 µA (ou 10nA....10µA).

4 Resultados e Discussões
4.1 Tratamento de Dados
Através dos dados coletados, apartir do experimento pelo pro-
grama "Mesure" em conjunto a interface COBRA3, foi gerado o
gráfico 1. Como pode ser observado, em destaque no gráfico
abaixo, os dois valores de vale escolhidos.

3
Gráfico 1: Corrente em função da tensão
0, 66
EA = Erel1 = · 100 = 13%
4, 93
27
λ = Erel2 = · 100 = 9%
290
Como pode ser observado o desvio percentual da energia de
excitação, EA , e do comprimento de onda, λ, (resultado final)
está elevadoa em relação a precisão dos equipamentos utilizados.

5 Conclusão
O experimento de Frank-Hertz, conduzido em 1914 por Ja-
mes Franck e Gustav Hertz, utilizou um tubo de vácuo contendo
vapor de mercúrio em baixa pressão para estudar a natureza da
interação entre elétrons e átomos.
Os dados obtidos foram próximos aos valores esperados na li-
teratura, com uma energia de excitação de 4, 27 eV e um compri-
mento de onda de 253 nm, com uma propagação de erro de 13%,
9%, respectivamente. Houve algumas dificuldades na precisão
dos dados, mas ainda assim o experimento foi bem sucedido.
O experimento mostrou que a energia dos elétrons era quanti-
Para encontrar a energia de excitação, EA , pegou-se a dife- zada, fornecendo evidências para a teoria da quantização de ener-
rença do maior pelo menor vale fazendo a divisão pelo número gia de Max Planck e abrindo caminho para o desenvolvimento da
de picos entre essa distância. mecânica quântica.

U − U0
EA =
n Referências
39, 3 − 22, 2
EA = [1] Robert Eisberg and Robert Resnick. Quantum physics of
4
atoms, molecules, solids, nuclei, and particles. 1985.
EA = 4, 27 eV
Assim, utilizando a equação descrita na seção de teoria e aná- [2] David J Griffiths and Darrell Schroeter. Instructor’s Soluti-
lise (eq.2) foi feito o cálculo do comprimento de onda, apartir do ons Manual: Introduction to Quantum Mechanics. Pearson
valor encontrado da energia de excitação do átomo de mercúrio. education, 2005.

hc
λ=
EA
(4, 136 × 10−15 )(2, 9979 × 108 )
λ=
4, 27
λ = 290 nm
Para a análise dos resultados é necessário calcular o erro rela-
tivo, pois esse método permite determinar o quão próximos estão
os valores (teórico e medido) em forma de porcentagem.
Assim, Erel é o erro relativo,
Eabs
Erel = · 100 (3)
atr
Em que Eabs , erro absoluto, atr é o valor teórico, am é o
valor medido,

Eabs = |atr − am |
EA = Eabs1 = |4, 93 − 4, 27| = 0, 66 eV
λ = Eabs2 = |253 − 290| = 27 nm
Deste modo,

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