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Educação Física

Capítulo 1 Lucas
Vieira

7ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO


Educação Física
capítulo 1
7o ano do Ensino Fundamental
Lucas Vieira

Editor
Lécio Cordeiro

Revisão de texto
Departamento Editorial

Capa e projeto gráfico


Amanda Travassos, Christiana Pacis e
Sophia Karla

Diagramação
Sophia Karla e Cynthia Rodrigues

Ilustrações
Rafael Silva

Direção de arte
Elto Koltz

Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos


textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.

O conteúdo deste livro está adequado à proposta da


BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.
1
Jogos Eletrônicos:
o virtual e a vida real

Capítulo
Vamos dialogar?
Olá! Neste capítulo, estudaremos os jogos eletrônicos.
Por estar inserido na sociedade tecnológica em que vivemos
hoje, provavelmente você já jogou alguns jogos eletrônicos.
Mas será que conseguiria conceituá-los? O que você conhece
sobre a história deles? Será que sempre foram assim com tan-
tas cores e jogabilidade? Será que apresentam algum perigo
para a nossa saúde?
Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos-
LUPE RODRIGUEZ | Stock.adobe.com

so diálogo neste capítulo. Vamos lá!

7 o Ano Educação Física 5


CONTEXTUALIZANDO
Antes de começarmos a falar sobre jogos eletrônicos, é preciso lembrar que eles
fazem parte de um evento maior: o jogo. O jogo é algo complexo de se conceituar, mas
podemos afirmar que se trata de uma invenção da humanidade e faz parte de uma cultura
corporal que foi acumulada ao longo dos anos.
Esse fenômeno apresenta alguns elementos marcantes, como a dinâmica dos partici-
pantes, as regras e o entretenimento.
Existem incontáveis jogos espalhados pelo mundo, e cada um deles apresenta carac-
terísticas que ora se assemelham, ora se diferenciam. Por isso, eles podem ser classifica-
dos de infinitas formas, dentre elas: populares e de salão.
Os jogos populares, como o próprio nome diz, são aqueles que fazem parte da cultura
popular de um povo; são ensinados de geração para geração; possuem regras que podem
ser criadas e alteradas pelos próprios participantes; e os seus nomes variam de acordo
com a região em que são praticados. Não se sabe ao certo quem, quando ou onde foi cria-
da boa parte deles. Não requerem materiais muito sofisticados. São exemplos de jogos
populares: queimado, pega-pega, amarelinha, barra-bandeira, etc.
Os jogos de salão, por sua vez, apresentam regras que dificilmente variam. Neles, ge-
ralmente o participante é representado por uma ou mais peças ou personagens, como no
baralho, no xadrez, no Jogo da Vida, no Banco Imobiliário e nos diversos jogos eletrônicos.
Eugenio Marongiu | Shutterstock.com

Mesmo com a tecnologização dos jogos,


ainda é possível que eles sejam praticados
em conjunto, com amigos e familiares.

O que são jogos eletrônicos?


Partindo do pressuposto de que você já fez uso de algum jogo eletrônico, so-
zinho ou com seus amigos e parentes, e provavelmente por diversão, certamente
você tem algo a dizer sobre eles.
6 Educação Física 7 o Ano
1. Escreva o que você entende por jogos eletrônicos.
ATIVIDADE Resposta pessoal. Espera-se que o aluno apresente um conceito para os jogos ele-

trônicos com base em suas experiências.

2. Quais os jogos eletrônicos que você já jogou ou joga? E de quais aparelhos eles
necessitam para serem colocados em prática?

Resposta pessoal.

3. Quando estamos tentando elaborar um conceito para algo, muitas vezes nós
descrevemos as suas características. Em sua opinião, quais são as características
marcantes dos jogos eletrônicos, ou seja, o que há de comum em boa parte deles?

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno inicie um processo de categorização, aglu-

tinando o que há de comum entre os jogos eletrônicos, para poder encontrar a sua

especificidade, o que o ajudará a ampliar o seu conhecimento acerca desse conceito.

Podemos afirmar que os jogos eletrônicos são aqueles em que o jogador ge-
ralmente é representado por uma ou mais peças ou personagens e que são joga-
dos por meio de aparelhos tecnológicos, como os arcades (fliperamas), consoles
(aparelhos de videogames), computadores de mesa, notebooks, tablets, smartpho-
nes, etc.
A seguir, podemos observar alguns jogos eletrônicos sendo praticados em di-
ferentes aparelhos:
Atmosphere | Stock.adobe.com
charnsitr | Stock.adobe.com

tomispin | Stock.adobe.com

Arena of Valor, popular jogo eletrônico Arcade Console


para smartphone. Jogos desse gênero
são chamados de MOBA, do inglês
Multiplayer Online Battle Arena. 7 o Ano Educação Física 7
Os jogos eletrônicos, como boa parte dos jogos de salão, são produzidos e
comercializados por empresas privadas. Representam, portanto, um produto de
mercado, diferentemente dos jogos populares como o queimado, o barra-bandei-
ra e o pega-pega.

PARA REFLETIR!
Como todo produto mercadológico, os jogos eletrônicos apresentam valores mone-
tários que são definidos pelas empresas que os produzem. Eles necessitam de um console,
o Xbox One, por exemplo, e dificilmente custarão menos de R$ 200,00 no seu lançamen-
to. Esse valor corresponde a aproximadamente 1/5 de um salário mínimo do trabalhador
brasileiro, que atualmente é de R$ 1.045,00. Vale lembrar que mais de 50% dos trabalha-
dores brasileiros recebem menos do que um salário mínimo.
Diante disso, percebemos que algumas classes sociais têm mais possibilidade de
acesso a esses bens de consumo do que outras. Você já refletiu sobre isso?

Evolução dos jogos eletrônicos


Você deve achar que os jogos eletrônicos sempre foram cheios de cores,
sons e emoção como os que se pode jogar hoje em dia, não é mesmo? A história
nos mostra que, no início, eles eram basicamente “pontinhos de luz” em um visor.
Acredita nisso?

4. O que você conhece sobre a história dos jogos eletrônicos?


ATIVIDADE

Resposta pessoal.

5. Qual o jogo eletrônico mais antigo que você conhece? Fale um pouco sobre ele.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno informe o nome de um dos primeiros jo-

gos eletrônicos que já jogou ou que já ouviu falar e, em seguida, comente um pou-

co sobre ele.

8 Educação Física 7 o Ano


As pesquisas destacam que não é possível ter certeza sobre qual foi realmen-
te o primeiro jogo eletrônico inventado pela humanidade. No entanto, estima-se
que eles surgiram a partir da década de 1950.
Acredita-se que o primeiro jogo dessa natureza foi o Tennis for Two, desenvol-
vido no ano de 1958. O seu inventor, William Higinbotham, era um físico nuclear
norte-americano que, entre outras façanhas, ajudou a criar o radar e a primeira
bomba atômica que atingiu as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki duran-
te a Segunda Guerra Mundial.

Equipamentos para o
Wikipedia.org

funcionamento do Tennis
for Two, 1959.

O Tennis for Two não chegou a ser comercializado, nem patenteado. William
Higinbotham o criou como uma forma de entretenimento para os jovens estudan-
tes que iriam para um evento no laboratório em que ele trabalhava, em Nova York,
nos Estados Unidos da América (EUA).
Esse jogo eletrônico simulava, de uma forma bem simples, uma partida de tê-
nis entre dois jogadores. Um “pontinho de luz” piscando representava a bola; uma
linha horizontal, a quadra; e uma linha vertical, a rede. Os jogadores controlavam
apenas a bola, a qual deveria passar por cima da rede.
Brookhaven National Laboratory (BNL) | wikipedia.org

Na imagem, osciloscópio sendo


usado para o jogo Tennis for Two.

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O Tennis for Two era jogado por meio da tela de um osciloscópio, um tipo de
máquina que mede sinais eletroeletrônicos e os mostra em forma de gráficos em
duas dimensões (2D). Para controlar a bola, ou seja, o pontinho de luz, os jogado-
res manipulavam um controle com apenas dois botões. Esse controle era ligado à
máquina por fios.
Desde a criação do Tennis for Two até os dias atuais, os jogos eletrônicos evo-
luíram muito e isso ocorreu em função dos estudos da humanidade em prol do
avanço da tecnologia, o que permitiu o aprimoramento das máquinas em que eles
são jogados.
A seguir, veremos algumas mudanças marcantes na evolução dos aparelhos
em que os jogos eletrônicos são praticados.
Os arcades foram comercializados primeiro, popularmente conhecidos por
fliperamas. As pessoas precisavam se deslocar até os estabelecimentos em que
eles se localizavam para poder comprar fichas e jogar.
Atmosphere1 | Shutterstock.com

Os fliperamas foram jogos eletrô-


nicos muito populares na década
de 1990. O primeiro representan-
te da empresa Atari no segmento
arcade foi o Pong, do ano 1972.

Pouco tempo depois, com a invenção dos consoles, as pessoas puderam prati-
car os jogos eletrônicos em suas residências.

Na imagem, o Odyssey,
Evan-Amos | Wikipedia.org

da empresa Magnavox
(1972), foi o primeiro
console a ser comercia-
lizado.

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Os primeiros consoles vinham com os jogos instalados na memória do próprio
aparelho. Não havia possibilidade de mudar os jogos, era preciso trocar o disposi-
tivo. Então, percebeu-se a necessidade de se criar um apetrecho portátil que fosse
capaz de comportar os jogos dos consoles.
Inicialmente, esses jogos eram armazenados e comercializados em mídias
físicas conhecidas por cartuchos ou fitas. Décadas depois, eles deram lugar aos
discos (CDs, DVDs, Blu-ray), que tinham maior espaço de armazenamento, o que
contribuía para melhorar as condições gráficas e auditivas dos jogos.
dannyburn | Stock.adobe.com

Na imagem, console da Atari, símbolo


do videogame retrô.
dannyburn | Stock.adobe.com

Na imagem, o PlayStation 1, ou PSOne,


primeiro console de videogame fabri-
cado pela Sony, lançado na década de
1990 no Japão, nos Estados Unidos e
na Europa, respectivamente.

VOCÊ SABIA?
Quando um cartucho não funcionava, era comum os jogadores soprarem o chip acre-
ditando que isso resolveria o problema. Pois é! Mas, hoje em dia, sabemos que essa práti-
ca não tinha o poder de fazê-lo voltar a ser executado normalmente, ou seja, não passava
de uma crença da época. Especialistas afirmam que ele funcionava em virtude do ato de
ser retirado e recolocado no console, e não por causa do “sopro milagroso”. Pergunte se os
seus amigos e parentes já fizeram isso e informe para eles o que especialistas dizem. Eles
irão se surpreender.

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Os aparelhos controladores dos personagens dos jogos eletrônicos também
evoluíram bastante, isto é, os joysticks. Antes, com pouquíssimos botões, eles se
conectavam ao console por fios. Atualmente, os novos joysticks possuem uma sé-
rie de botões, alavancas direcionais, gatilhos, dispositivos de vibração e funcio-
nam por conexão wireless.

alatielin | Stock.adobe.com

Na foto, modelo de joystick do Super


Nintendo, um dos primeiros consoles
a fazer grande sucesso no Brasil.

Por muitos anos, só era possível jogar sozinho ou com as pessoas ao seu lado.
Com o avanço da tecnologia, passou a ser possível jogar on-line com jogadores que
estejam em qualquer lugar do mundo.
Fala-se que estamos na oitava geração dos consoles. Dentre os muitos aper-
feiçoamentos que ocorreram até os dias atuais, um dos pontos mais marcantes foi
o surgimento dos jogos eletrônicos ativos, ou exergames, pois eles revolucionaram
a forma de jogar.

Os exergames proporcionam uma


rh2010 | Stock.adobe.com

imersão nos novos modelos de jo-


gos eletrônicos e já foram, inclusive,
tema de séries e filmes, como o Rea-
dy Player One: Jogador 1, obra de Ste-
ven Spielberg.

6. A Discovery Channel produziu um documentário chamado A história dos Videogames.


ATIVIDADE

Com ele, é possível ampliarmos o nosso conhecimento acerca do tema. Tenha acesso a
partir do QR Code indicado https://www.youtube.com/watch?v=O8X8cpsZqPg. Assis-
ta ao documentário e faça uma síntese sobre as principais informações veiculadas acer-
ca da origem dos jogos eletrônicos. Em seguida, escreva-a no espaço abaixo e acrescen-
te as informações que você conseguiu assimilar até aqui sobre o tema.

Espera-se que o aluno exercite a capacidade de síntese a partir do que assiste e

escuta. Por meio dessa atividade, é importante que ele perceba a influência do

avanço da tecnologia no aperfeiçoamento dos aparelhos.

12 Educação Física 7 o Ano


PESQUISA
Entreviste os seus pais ou responsáveis com o objetivo de adquirir respostas para as
seguintes perguntas:
» Eles já jogaram jogos eletrônicos?
» Quais os primeiros jogos eletrônicos com que tiveram contato?
» Eles jogam atualmente?
» Caso sim, quais são?
» Quais as principais mudanças que eles percebem entre os primeiros jogos eletrôni-
cos com que tiveram contato e os de hoje?
» Qual a opinião deles a respeito dos jogos eletrônicos? São a favor ou contra? Por quê?

Você conhece os jogos eletrônicos ativos?


Uma das críticas que grande parte dos jogos eletrônicos tradicionais recebe é
que eles contribuem para um estilo de vida sedentário, uma vez que os seus prati-
cantes, muitas vezes, passam horas sentados em uma cadeira ou deitados no sofá
ou na cama.
Diante dessa crítica e, é claro, pensando no aumento dos seus lucros, as em-
presas que os fabricam financiaram pesquisas com o objetivo de desenvolver
atualizações em que os praticantes tivessem que se movimentar para poder jogar.
Foi, então, que criaram os jogos eletrônicos ativos, ou exergames.
Existem jogos eletrônicos ativos para arcade e para consoles como o Nintendo
Wii, PlayStation 3, PlayStation 4, Xbox 360, Xbox One, entre outros mais sofis-
ticados. Esses jogos requerem do praticante um gasto energético maior quando
comparado aos jogos eletrônicos convencionais.
miff32 | Stock.adobe.com

O Nintendo Wii, lançado em 2006, foi o


quinto console da marca e faz parte da
sétima geração de videogames. Inovou
trazendo controles sem fio, capazes de
detectar movimentos.

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Estudos apontam que esses jogos têm ajudado a reduzir o comportamento
sedentário de crianças, adolescentes, adultos e idosos, aumentando o seu nível de
atividade física.
De acordo com um estudo realizado no Instituto de Performance Humana
da Universidade de Hong Kong, crianças queimam quatro vezes mais calorias por
minuto fazendo uso de jogos eletrônicos ativos do que com jogos eletrônicos con-
vencionais nos quais a atividade é realizada de forma sentada, sem grande movi-
mentação.
Segundo estudo desenvolvido na Universidade Federal de Viçosa (UFV), no
Estado de Minas Gerais, jogos eletrônicos ativos podem proporcionar gasto de
energia semelhante ao de uma caminhada de 5 km/h.
É fato que os jogos eletrônicos ativos chegaram para revolucionar a forma de
se praticar esse tipo de entretenimento.

VOCÊ SABIA?
A indústria dos jogos eletrônicos é uma das mais lucrativas do mundo. Em 2018, ela
arrecadou 134 bilhões de dólares ao redor do mundo. Para termos uma ideia do tama-
nho dessa quantia, ela equivale a três vezes mais do que a arrecadação da indústria do
cinema mundial.
O Brasil ocupa o 13º lugar entre os países que mais consomem esse tipo de produto.
De acordo com dados do Pesquisa Game Brasil (PGB), publicados em 2019, estima-se
que 63% dos brasileiros consomem jogos eletrônicos. Conforme a pesquisa; o aparelho
mais utilizado no País é o smartphone; em segundo lugar, estão os consoles; e, em tercei-
ro, os notebooks.
Estudos afirmam que 92% da população brasileira possui ou usa smartphones com
frequência. Estima-se que o Brasil possui mais de 230 milhões desses dispositivos em
uso, o que equivale a mais de um aparelho por brasileiro.
fotoinfot | Stock.adobe.com

14 Educação Física 7 o Ano


VAMOS PRATICAR?
O jogo eletrônico que iremos jogar desta vez se chama O que sou? Ele é muito diver-
tido e faz com que se exercite o pensamento por meio de expressões corporais, sem o
uso da fala. Em síntese, é um jogo eletrônico que envolve mímica e adivinhação.
As orientações são as seguintes:
1. Reúnam aproximadamente três colegas. Pelo menos um integrante do grupo preci-
sa estar com um smartphone.
2. Baixem o jogo e o instalem.
3. Leiam com atenção as regras do jogo.
4. Para testar os seus conhecimentos acerca dos jogos eletrônicos, escolham a opção
“jogos”.
5. Iniciem o jogo. É importante que todos os participantes do grupo experimentem a
função da mímica e da adivinhação.
6. Depois que todos vivenciarem a categoria escolhida, mudem para a de esportes e
joguem novamente.
7. Ao final, debatam rapidamente, entre o grupo, sobre as sensações que vocês tive-
ram durante a prática do jogo.

Faça o download do jogo por meio do link ou QR Code a seguir.


https://play.google.com/store/apps/details?id=com.twominds.HeadsUpCharadas
Barone Firenze | Shutterstock.com

Hoje já existe a profissionalização dos usuários de games eletrônicos, como


o instrutor de games, responsável por treinar jogadores de alta performance.

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7. Descreva quais foram as sensações que vocês experimentaram ao jogar o O que
ATIVIDADE
sou?

Espera-se que o aluno revele as sensações que o jogo pode proporcionar aos

seus praticantes, por exemplo, curiosidade e entusiasmo.

PESQUISA

Provavelmente, você e o seu grupo vivenciaram o jogo O que sou? de forma bastante
lúdica. Você já ouviu falar em ludicidade? Ela é uma das características marcantes dos
jogos.
Realize uma pesquisa com o seguinte tema: O que é ludicidade? Em seguida, produza um
texto com base nos conhecimentos que você adquiriu ao pesquisar e os agregue com as
sensações que experimentou durante a prática de tal jogo eletrônico.

Espera-se que o aluno, além de exercitar o ato de pesquisar, tão importante para a sua forma-

ção, perceba a ludicidade como um estado de espírito que o participante pode experimentar

ao participar de jogos. Além disso, espera-se que o discente relacione os achados da sua pes-

quisa com as suas próprias sensações corporais, o que dará sentido à sua pesquisa.

16 Educação Física 7 o Ano


VAMOS PRATICAR?
Combine com antecedência com o seu professor a possibilidade de reservar uma
sala de aula com um aparelho de projeção multimídia. Escolha uma data em que você ou
um dos seus colegas de turma possam trazer um console com um ou mais jogos eletrôni-
cos ativos. De acordo com as orientações do professor, experimentem alguns dos jogos.
Seguem abaixo algumas sugestões:
»
Kinect Adventures (Xbox 360).
»
Kinect Sports (Xbox 360).
»
EA Sports Active 2 (PS3, Xbox 360, Nintendo Wii).
»
Get Fit With Mel B (PS3, Xbox 360, Nintendo Wii).
»
Zumba Fitness 2 (Wii, Xbox 360).
» Just Dance 2019 (Wii, PlayStation 4, Xbox One, Xbox 360).
» Dance central Spotlight (Xbox One).
» Nike + Kinect Training (Xbox 360).
» UFC Personal Trainer (Xbox 360, PlayStation 3).
» Fruit Ninja (Xbox 360).
seanlockephotography | Stock.adobe.com

Fortnite é um jogo eletrônico


multijogador online que foi de-
senvolvido pela Epic Games, em
2011.

7 o Ano Educação Física 17


ATIVIDADE 8. Fazendo uso de um monitor cardíaco, de um relógio ou de um aplicativo de
celular que informe sobre o seu gasto energético, pratique um jogo eletrônico
tradicional por 10 minutos em casa (se dispor de um aparelho eletrônico) ou na
sala de informática da escola. Ao final dessa atividade, anote o resultado do seu
gasto energético aqui: _____________. Em seguida, pratique um jogo eletrônico ativo
pelo mesmo período de tempo e anote o resultado do seu gasto energético aqui:
____________. Logo após, compare os resultados das atividades e escreva um peque-
no texto sobre as sensações corporais que você teve em cada uma delas.

Espera-se que o aluno perceba que a prática dos jogos eletrônicos ativos apre-

senta maior gasto energético do que a vivência dos jogos eletrônicos tradicionais,

bem como revela a percepção do aumento da frequência cardíaca (FC) como uma

das sensações proporcionadas pelos jogos eletrônicos ativos, entendendo que há

relação entre FC e gasto energético.

Quais seriam os benefícios dos jogos eletrônicos?

Atualmente, os jogos eletrônicos estão presentes na sociedade em diferentes


contextos e, em cada um deles, é possível observar benefícios.
Crianças, adolescentes, adultos e idosos podem usufruir dos jogos eletrôni-
cos para diferentes fins. Porém, a forma mais utilizada é como atividade de entre-
tenimento, ou seja, de lazer.
Sozinhos ou em grupo, os seus praticantes têm a possibilidade de desfrutar
de sensações prazerosas ao jogar. Isso ocorre porque, quando estamos realizan-
do atividades que consideramos agradáveis, o nosso corpo libera uma substância
química chamada dopamina.
Além dos jogos eletrônicos convencionais, em que geralmente praticamos
sentados, existem hoje em dia os jogos eletrônicos ativos. Diversos estudos apon-
tam que a prática regular destes pode trazer benefícios para a saúde de pessoas
de todas as idades, como o combate ao sedentarismo.
Como você leu neste capítulo, os jogos eletrônicos representam uma mer-
cadoria que é comercializada por uma indústria altamente lucrativa e que está
em constante crescimento no Brasil e no mundo. Apesar de a maior parte desses
lucros se concentrarem nas mãos dos empresários, essa indústria também gera
trabalho e renda para a sociedade. Com isso, a produção desses jogos contribui
substancialmente para o crescimento da economia.
18 Educação Física 7 o Ano
Bodnarphoto | Stock.adobe.com

Alguns exemplos do crescimento do


mercado de jogos eletrônicos são
os constantes lançamentos de aces-
sórios e computadores específicos
para jogadores.

Quais seriam os riscos dos jogos eletrônicos para os seus


praticantes?
Apesar de sabermos sobre os benefícios que os jogos eletrônicos podem tra-
zer para quem os pratica, é preciso destacar que a presença deles na sociedade
tem sido um assunto polêmico e que divide opiniões.
Para alguns, eles representam um risco ao estilo de vida de milhares de pra-
ticantes espalhados pelo mundo. Para outros, esse risco depende da forma como
esses produtos são consumidos pela população.
Estudos apontam que os jogos eletrônicos convencionais têm contribuído
para o crescimento do número de casos de obesidade infantil em diversas partes
do mundo, pois estima-se que eles passaram a ser um dos principais meios de lazer
das crianças, as quais podem permanecer por horas e horas jogando sentadas.

7 o Ano Educação Física 19


Em 2018, na China, um jovem teve que ser internado após passar 20 horas
seguidas jogando, sem se levantar da cadeira. E, acredite, mesmo passando mal,
ele se recusava a parar.
Há relatos de que pessoas até morreram devido a esse uso exagerado. Um
exemplo é o caso do adolescente Chuang, de 18 anos, que faleceu após passar 40
horas jogando no computador, sem se alimentar. O garoto chegou a ser socorrido,
mas não resistiu. O fato ocorreu em Taiwan.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já classifica o vício em jogos eletrô-
nicos como distúrbio mental. O tema já é considerado um problema de saúde pú-
blica. A preocupação se dá pelo fato de alguns praticantes passarem tanto tempo
interagindo no ambiente virtual que acabam deixando de lado as outras possibi-
lidades de interação no ambiente real. Essas pessoas passam a ter problemas nos
seus relacionamentos familiares e interpessoais, além de um estilo de vida seden-
tário, que, por sua vez, traz riscos para a saúde. Já existem até instituições médicas
destinadas ao tratamento desse transtorno.
É fato que a prática exagerada de qualquer atividade humana pode trazer ris-
cos para a saúde — e com a dos jogos eletrônicos não é diferente. O seu uso exces-
sivo pode causar uma série de consequências para os seus praticantes.
Então, é preciso fazer uso consciente e moderado desses produtos, inclusi-
ve quando o assunto são os jogos eletrônicos ativos, pois as atividades de intera-
ção virtual, mesmo que apresentem um gasto energético significativo, não devem
substituir as diferentes possibilidades de práticas corporais no ambiente real,
como lutas, danças, ginásticas, jogos populares e esportes.

9. A presença dos jogos eletrônicos na sociedade atual é um tema polêmico. Ago-


ATIVIDADE

ra que você conheceu alguns dos seus possíveis benefícios e riscos, redija uma sín-
tese sobre a relação entre os jogos eletrônicos e o estilo de vida das pessoas.

Espera-se que o aluno perceba que a prática dos jogos eletrônicos apresenta be-

nefícios para os seus praticantes — por exemplo, uma possibilidade de lazer—, bem

como entenda que pode apresentar riscos para o estilo de vida daqueles que fa-

zem uso excessivo.

20 Educação Física 7 o Ano


Mircea Musat | Stock.adobe.com

Faz-se sempre necessário


que pais e/ou responsáveis
estipulem o período de
tempo que crianças e jovens
podem direcionar a jogos
eletrônicos.

PARA REFLETIR!
Você considera que faz uso de jogos eletrônicos de forma moderada ou excessiva? As
questões a seguir poderão lhe ajudar a responder tal pergunta. Responda-as e verifique
o resultado final.

» Geralmente você passa mais tempo jogando do que tinha combinado?


» Você percebe que a quantidade de horas que você joga por semana vem aumen-
tando?
» Você já deixou de estudar alguma matéria da escola para jogar?
» Você geralmente se interessa mais por jogar jogos eletrônicos do que por vivenciar
outros tipos de prática corporal, como lutas, esportes, ginásticas, jogos populares
e danças?
» Você já mentiu para ter a possibilidade de jogar jogos eletrônicos em algum mo-
mento?
» Você se chatearia se tivesse que passar um dia sem jogar?
» Você se chatearia se tivesse que passar uma semana sem jogar?
» Você se chatearia se tivesse que passar um mês sem jogar?

Quer saber o resultado? Se a maior parte das suas respostas foi “sim”, é bem provável
que você esteja fazendo um uso excessivo dos jogos eletrônicos. É preciso refletir sobre
o assunto e tentar mudar os seus hábitos, pois, como já sabe, esse excesso pode trazer
sérios riscos para o seu estilo de vida.

7 o Ano Educação Física 21


Educação Física
Capítulo 2 Lucas
Vieira

7ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO


Educação Física
capítulo 2
7o ano do Ensino Fundamental
Lucas Vieira

Editor
Lécio Cordeiro

Revisão de texto
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Capa e projeto gráfico


Amanda Travassos, Christiana Pacis e
Sophia Karla

Diagramação
Sophia Karla e Cynthia Rodrigues

Ilustrações
Rafael Silva

Direção de arte
Elto Koltz

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Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos


textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.

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BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.
2
esportes de precisão:
concentração, mira e arremesso

Capítulo

Vamos dialogar?
Olá! Neste capítulo, estudaremos os esportes de preci-
são, com ênfase no jogo de dardos. Você já ouviu falar nele?
Quais esportes de precisão você conhece e quais são as suas
principais características? Como eles surgiram? Próximo à sua
comunidade, há algum espaço público em que é possível pra-
ticá-los? Essas são algumas das perguntas que farão parte do
nosso diálogo neste capítulo. Vamos lá!
muratart | Shutterstock.com

22 Educação Física 7 o Ano


CONTEXTUALIZANDO
Antes de começarmos o estudo sobre os esportes de precisão, é necessário lem-
brar que eles fazem parte de um fenômeno maior: o esporte.
O esporte faz parte da cultura corporal da humanidade há muitos e muitos anos.
Ele não surgiu em um “passe de mágica”, é resultado de um longo processo de transfor-
mações que ocorreram durante a história.
No entanto, estudos apontam que o termo sport só apareceu no século XV, na Grã-
-Bretanha. As pessoas usavam essa palavra para se referir aos jogos que passaram a ter
as suas regras determinadas por instituições organizadoras (associações, federações,
confederações, etc.).
Podemos dizer que estamos falando de um fenômeno que envolve, entre outras
características: a) a comparação do desempenho dos participantes e b) as regras esta-
belecidas por instituições.
O esporte se expressa por meio de centenas de modalidades, como o basquete
de cadeira de rodas, o nado sincronizado, o handebol, o sumô, o salto ornamental, etc.
Há várias formas de classificá-las e alguns estudiosos o fazem em: a) esportes de mar-
ca; b) esportes de precisão; c) esportes de invasão; d) esportes técnico-combinatórios;
e) esportes de rede/parede; f) esportes de campo e taco; e g) esportes de combate.
Sobretudo, não podemos esquecer que ele é um direito de todos os brasileiros.
Portanto, fique ligado e o exerça!
Georgerudy | Stock.adobe.com

O boliche é um esporte
de precisão regula-
mentado no Brasil pela
CBBOL — Confederação
Brasileira de Boliche —,
fundada em 1993.

7 o Ano Educação Física 23


O que são esportes de precisão?
Podemos chamar de esporte de precisão as modalidades esportivas em que
objetos são arremessados/lançados visando acertar um alvo que se encontra pa-
rado ou em movimento.
Você se lembra de que uma das características do fenômeno esportivo é a com-
paração do desempenho entre os participantes? Nos esportes de precisão, geral-
mente, vence aquele que conseguir acertar o alvo com o menor número de tentati-
vas ou o que conseguir aproximar mais o objeto arremessado/lançado do alvo.

1. Considerando as características dos esportes de precisão, quais das práticas


ATIVIDADE

corporais que você conhece podem ser enquadradas nessa modalidade?

Resposta pessoal. Espera-se que o aluno informe exemplos como “tiro ao alvo”,

“arco e flecha”, etc.

2. De acordo com o conceito de esportes de precisão apresentado, quais são as prá-


ticas corporais a seguir que podem ser consideradas como tal? Indique-as com um X.

a) b) c)

sattahipbeach, Stuart Monk, Byjeng , EvrenKalinbacak | Shutterstock.com

X X
Benjamin /MPIX/CPB | Agencia do Brasil.ebc.com.br

d) e)

24 Educação Física 7 o Ano


3. No caça-palavras abaixo, é possível encontrar os nomes dos esportes de preci-
são apresentados nas imagens da atividade 2. Procure os nomes e os circule.
K U A T A I T L A R O K F K F A
U A P B P B B E P T U U B U B P
D B A F A F A R O F A D B D B A
U R G O G O M A R A C G O G O G
O T I R O C O M A R C O C O N O
O B D R D R B R E A K L K L K D
B G E O E O G O S P L F F F F E
F O B R B R O R C O P E M E M D
K T F W F W C W B H G K J K J F
W A O K O K A K P O A W A W A T
Y F R T R L A M A A D Y A Y A R
M A A R A R A C A T U M Z M Z A

Como surgiram os esportes de precisão?


Podemos afirmar que os esportes de precisão são resultado de um processo
histórico de transformações de práticas corporais humanas.
Desde os primórdios, homens e mulheres desenvolveram atividades com di-
ferentes objetivos, dentre elas as que se caracterizavam por arremessar/lançar
um objeto em um alvo.
Essas atividades que envolvem precisão foram inicialmente realizadas com o
intuito de ajudar na luta pela sobrevivência dos povos, por exemplo: lançar pedras
em frutos de árvores, atirar flechas em animais e soprar dardos em inimigos.
Com o passar dos anos, elas também passaram a ser vivenciadas em outro
contexto, o do jogo. Homens e mulheres passaram a arremessar/lançar objetos
em alvos com o objetivo de divertimento, de lazer. Foi quando criaram jogos que
envolvem o uso do arco e flecha, do estilingue, de dardos, a prática de tiros com
armas de fogo, etc.
À medida que os séculos passaram, esses jogos foram se popularizando cada
vez mais e, aos poucos, foram incorporados à lógica do esporte.
Alguns desses “jogos de precisão”, que antes tinham as suas regras defini-
das pelos seus próprios participantes, começaram a ter as regras determinadas
por instituições (associações, federações, etc.) que passaram a organizar os seus
eventos competitivos, transformando-os em esportes de precisão.
7 o Ano Educação Física 25
Atualmente, existem diversos esportes de precisão — alguns sendo de mo-
dalidades olímpicas e outros não. São exemplos: dardos, bocha, curling, golfe, tiro
com arco, tiro esportivo, boliche, etc.

4. As imagens a seguir mostram pessoas lançando dardos com a intenção de acer-


ATIVIDADE

tar um alvo. Porém, cada uma delas se passa em um contexto diferente. Indique
com um X a imagem em que o lançamento do dardo se dá no contexto do esporte.

a) b) c)
sattahipbeach, Pixel-Shot |

bokan | Stock.adobe.com
Shutterstock.com

Disponível em: http://globoesporte.globo.com/sp/sorocaba/noticia/2012/10/dardos-unem-diversao-matematica-e-sonho-de-disputar-olimpiadas.html

Você conhece o jogo de dardos?


Sabe aquela brincadeira de tentar acertar um pequeno dardo dentro de um
círculo? Esse é o jogo de dardos.
Não se sabe ao certo quando e como foi criado, mas acredita-se que pode
ter iniciado há muitos anos com soldados que, durante seu tempo livre, lançavam
objetos semelhantes a pequenos dardos em direção ao fundo de barris de vinho
emborcados.
Com o passar dos séculos, essa prática corporal foi se aperfeiçoando e os seus
praticantes foram criando regras para regular as disputas. Na medida em que o
tempo passava, o jogo de dardos foi se popularizando em diversos lugares do Pla-
neta, principalmente nos bares da Inglaterra.
Hoje em dia, ele também é vivenciado como um esporte. Devido às suas ca-
racterísticas, estamos falando de um esporte de precisão.
De acordo com pesquisa da jornalista Deise Voigt, o jogo de dardos é um es-
porte bastante praticado no mundo, principalmente na Europa. Seus praticantes
são chamados de dardistas.
Na Inglaterra, por exemplo, jogar dardos é quase tão popular quanto o fute-
bol. Inclusive, seus eventos competitivos são transmitidos pela TV, atingindo mé-
dia de audiência de mais de 2,5 milhões de espectadores nas finais dos principais
campeonatos.
26 Educação Física 7 o Ano
Como toda prática corporal que faz parte do fenômeno esportivo, esse espor-
te de precisão é regulamentado por uma instituição. Nesse caso, é a Federação
Mundial de Dardos (WDF, na sigla em inglês), criada em 1976, que determina as
regras das suas principais competições.
Essa instituição organizadora conta atualmente com quase 70 federações de
países associados, dentre elas a Federação Brasileira de Dardos (FBD).
Estima-se que existem por volta de 300 mil praticantes desse esporte em todo
o mundo. No Brasil, há cerca de 5 mil praticantes filiados às federações estaduais,
sendo a principal delas a Federação Paulista de Dardos (FPD).

5. Considerando a presença das instituições organizadoras/regulamentadoras


ATIVIDADE

no fenômeno esportivo, observe o esquema a seguir e analise as afirmações abaixo.


Responda (V) para as alternativas verdadeiras e (F) para as alternativas falsas.

V Há uma hierarquia entre as instituições de uma mesma modalidade esportiva.

V Existe submissão das federações estaduais à federação nacional.

F Existe submissão da federação nacional à federação internacional.

F As instituições são livres para definirem as regras do seu esporte, pois não há
nenhuma dependência em relação às orientações vindas da instituição que está
no topo da pirâmide.

V Na medida em que uma federação internacional de uma modalidade esporti-


va promove eventos competitivos em diferentes locais do Planeta, ela acaba con-
tribuindo para que mais pessoas conheçam essa prática corporal e tenham inte-
resse em vivenciá-la.
7 o Ano Educação Física 27
6. Uma das provas do atletismo é o lançamento de dardo. Nela, o participante ten-
ta lançar o dardo o mais longe possível para poder vencer a disputa. Devido às
suas características, considera-se um esporte de marca e as suas regras são deter-
minadas pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF).

No jogo de dardos, por sua vez, os participantes tentam lançar o dardo em


regiões específicas de um tabuleiro, que comumente é chamado de alvo. Por isso,
é considerado um esporte de precisão.

Embora utilizem um mesmo tipo de implemento, um dardo, são modalidades


esportivas diferentes. Analise as duas imagens a seguir e identifique qual modali-
dade cada uma delas representa.

a) b)

d-darts-championship-two-women-to-make-
Disponível em: https://www.dw.com/en/worl-
sirtravelalot | Shutterstock.com

-history-at-ally-pally/a-46705666
Lançamento de dardo Jogo de dardos

PARA REFLETIR!
É preciso estar filiado a uma instituição (associação, federação, confederação, etc.)
para poder praticar determinado esporte? Foram as federações que inventaram os es-
portes e, por isso, são donas deles?
Devemos lembrar que os esportes são práticas corporais que foram criadas por ho-
mens e mulheres ao longo dos séculos, por isso são patrimônio de todos e parte da cul-
tura corporal da humanidade. Portanto, todos podem praticá-los, independentemente
de estarem, ou não, filiados às federações.
Só necessitam se filiar os praticantes que desejarem participar dos eventos compe-
titivos (campeonatos, torneios, etc.) promovidos por essas instituições.

28 Educação Física 7 o Ano


PARA REFLETIR!
Segundo pesquisa do jornalista esportivo Marcelo Russio, a Federação Mundial de
Dardos (WDF, na sigla em inglês) promove diversos torneios pelo mundo, premiando
com cerca de R$ 200 mil os vencedores da categoria masculina e com apenas a metade
desse valor as vencedoras dos torneios femininos. Você acha isso justo?
Essa infeliz situação é um reflexo do que ainda acontece na maioria dos países do
mundo: mulheres recebendo menos do que homens para realizar o mesmo trabalho.
São casos de discriminação salarial por sexo.
Desde 1943, a legislação trabalhista brasileira afirma que deve haver igualdade
salarial entre homens e mulheres. Porém, na prática, nem sempre isso parece aconte-
cer. Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em
março de 2019, apontou que elas ainda têm um salário menor do que os homens no
mercado de trabalho.
Ainda em 2019, o Senado brasileiro aprovou um projeto de lei que pune as empre-
sas que pagarem salários diferentes para homens e mulheres que desempenham as
mesmas funções. Essa lei ainda precisa ser votada e aprovada pela Câmara dos Deputa-
dos e sancionada pelo presidente da República para entrar em vigor.
No Brasil, muito ainda é preciso ser feito por uma verdadeira igualdade salarial en-
tre os gêneros. É preciso fazer valer aquilo que é garantido em lei, os nossos direitos.
Pense nisso!

Alguns esportes, an-


tes vistos como ati-
vidades masculinas,
hoje já possuem ampla
viicha | Shutterstock.com

participação do públi-
co feminino em suas
modalidades. Na foto,
prática de tiro ao alvo.

7 o Ano Educação Física 29


PESQUISA
O jogo de dardos vive um dilema comum para muitas modalidades esportivas: não
ser esporte olímpico, isto é, não estar presente nas Olímpiadas. Realize uma pesquisa
com o objetivo de encontrar resposta para as seguintes perguntas:

a) Por que o jogo de dardos ainda não é um esporte olímpico?


Espera-se que o aluno identifique que é o COI (Comitê Olímpico Internacional) que de-

cide quais são os esportes que farão parte das edições dos Jogos Olímpicos Modernos

(Olimpíadas), e um dos argumentos desse comitê para impedir tal modalidade de estar pre-

sente nessa competição é o número limitado de federações filiadas à WDF. De acordo com

o COI, seria preciso que 74 países estivessem filiados a essa federação internacional.

b) Que outras práticas corporais que, embora sejam modalidades esportivas, não estão
presentes nas Olimpíadas?

Futsal, boliche e xadrez, por exemplo.

Como acontece o jogo de dardos?


Existem várias formas de praticá-lo. Pode ser vivenciado individualmente,
disputado entre dois jogadores ou duas equipes. Dependendo da modalidade que
se escolher, vence o participante que zerar a pontuação primeiro ou aquele que
conseguir somar mais pontos ao final das rodadas, por exemplo. Mas como assim?
Vamos com calma! Primeiro conheçamos o tabuleiro de dardos.
Pixel-Shot | Shutterstock.com

Os dardos já foram ilegais na Inglaterra por


serem considerados jogo de sorte.

30 Educação Física 7 o Ano


O tabuleiro de dardos, popularmente conhecido como alvo, é rodeado por
números de 01 a 20, distribuídos de forma não sequencial. O centro dele é cha-
mado de mosca. Esse tabuleiro é colocado a uma altura em que a mosca fica a 1,73
metros do chão. Além disso, ele deve se localizar a 2,37 metros de distância dos
jogadores. Mais ou menos assim:

No momento do lançamento do dardo, o praticante pode inclinar-se o máxi-


mo possível para frente, mas o seu pé não pode ultrapassar a linha limite. Caso isso
ocorra, o lançamento não será válido.
Sim, mas como e quando vencemos nesse esporte de precisão?
Isso dependerá da modalidade que se deseja praticar, pois existem várias. Ve-
jamos alguns exemplos:

a) High Score: cada participante inicia com zero ponto. Vence a disputa aquele que
conseguir somar o maior número de pontos ao final das rodadas. O número delas
pode variar entre 06 e 15, mas geralmente são 07 rodadas para cada participante.
Em cada uma, tem-se direito a lançar 03 dardos. É a categoria mais praticada pelos
iniciantes nesse esporte.

b) 301: cada participante inicia com 301 pontos. Os pontos obtidos a cada dar-
do lançado são subtraídos (diminuídos) dos 301 pontos iniciais. Cada participante
tem o direito de lançar 03 dardos por rodada. Aquele que zerar os seus pontos
primeiro vence a disputa. Porém, se passar de zero, ou seja, se ficar com uma pon-
tuação negativa, ele retorna aos pontos da rodada anterior.

c) 501: semelhante à modalidade 301, porém cada participante inicia com 501
pontos. Assim como a 301, a categoria 501 é uma das mais populares desse espor-
te, sendo utilizada em eventos competitivos espalhados pelo mundo inteiro.

7 o Ano Educação Física 31


d) Count Up: cada participante inicia com zero ponto. Vence quem chegar ou ul-
trapassar primeiro a pontuação combinada anteriormente, a qual pode variar en-
tre 100 e 900.
Na prática, funciona assim: o participante realiza os seus 03 lançamentos da
rodada, anotam-se os pontos e, em seguida, o participante vai até o tabuleiro re-
tirar os seus dardos para que o próximo participante inicie a rodada dele. Porém,
vale lembrar que, se o dardo cair do tabuleiro antes de o participante retirá-lo, os
pontos que ele tinha conquistado naquela rodada não serão contados.
Mas, afinal, como pontuamos? Se acertar na mosca, ganharemos quantos
pontos? Calma que você ainda irá se surpreender!

» Ao acertarmos a parte negra ou amarela, pontuamos exatamente o que diz


aquela região. No exemplo A, a seguir, o praticante conquistou 11 pontos e,
no exemplo B, 14 pontos.

Exemplo A Exemplo B

» Ao acertarmos alguma parte do círculo maior de cor verde ou vermelha, do-


bramos os pontos que constam naquela região. No exemplo C, a seguir, o pra-
ticante conquistou 22 pontos e, no exemplo D, 28 pontos.

Exemplo C Exemplo D

32 Educação Física 7 o Ano


» Ao acertarmos em alguma parte do círculo menor de cor verde ou vermelha,
triplicamos os pontos que constam naquela região. No exemplo E, a seguir, o
praticante conquistou 60 pontos e, no exemplo F, 42 pontos.

Exemplo E Exemplo F

» Ao acertarmos na mosca externa, ou seja, no círculo verde que fica ao redor do


círculo central vermelho, marcamos 25 pontos, como no exemplo G abaixo.

Exemplo G

» Ao acertarmos na mosca interna, ou seja, no círculo vermelho que fica exata-


mente dentro do círculo central verde, marcamos 50 pontos, como no exem-
plo H a seguir.
Exemplo H

7 o Ano Educação Física 33


Como se pode notar, acertar na mosca, isto é, acertar no círculo central,
não é a ação que pode nos render mais pontos nesse esporte. Está surpreso?

» Como era de se esperar, se lançarmos o dardo fora do tabuleiro ou fora do


círculo externo (maior círculo do tabuleiro), não pontuamos, como vemos no
exemplo I a seguir.

Exemplo I

7. Como vimos, não é à toa que o jogo de dardos é considerado um esporte de pre-
ATIVIDADE

cisão. Agora que você já sabe como ele funciona e como ocorrem as pontuações,
responda às seguintes perguntas:

a) Qual é o local do tabuleiro que vale mais pontos?


O “triplo vinte” (região do número 20 em que a pontuação é triplicada).

b) Qual o maior número de pontos que um jogador pode fazer numa única rodada,
ou seja, com 03 lançamentos?

180, acertando os 03 dardos no “triplo vinte”.

34 Educação Física 7 o Ano


PARA REFLETIR!
A depender do material em que o tabuleiro do jogo de dardos é produzido, os
seus dardos podem ser mais ou menos pontiagudos para conseguir se fixar nele. Por
isso, precisamos ter cuidado com certos dardos, já que, a depender do material em
que forem confeccionados, eles podem causar ferimentos caso atinjam alguém ou
algum ser vivo acidentalmente. Pense nisso!

VOCÊ SABIA?
Não sabemos ao certo qual foi o povo que inventou o jogo de dardos, mas é preciso
lembrar que, muito antes de os portugueses chegarem ao Brasil, os indígenas que aqui
já habitavam realizavam diferentes práticas corporais que faziam e fazem parte da sua
cultura. Uma delas é o lançamento de pequenos dardos através de uma arma artesanal
chamada zarabatana. Você já ouviu falar?
A zarabatana, originalmente utilizada para ajudar o povo indígena durante a caça,
a pesca e para se defender de inimigos, também é usada nos seus eventos competitivos.
Laszlo Mates | Shutterstock.com

Originalmente, a zaraba-
tana é feita de madeira,
com a utilização de um
caule oco, mas hoje é pos-
sível encontrá-la em metal
e em plástico.

Vence aquele que atingir o alvo o maior número de vezes. Nesse caso, o alvo é uma
melancia pendurada, localizada a 20 ou 30 metros de distância.

7 o Ano Educação Física 35


PESQUISA
O jogo de dardos é apenas um entre os vários esportes de precisão que a humanidade
inventou durante a sua história; é apenas uma das práticas que compõem a gigantesca
cultura corporal. Realize uma pesquisa para atender à seguinte tarefa:

a) Escolha um esporte de precisão (que não pode ser o jogo de dardos) e descreva, nas linhas
abaixo, a sua história, suas regras e os materiais necessários para a sua prática.

Resposta pessoal.

b) Observe os espaços públicos disponíveis próximos à sua comunidade ou à sua escola e ve-
rifique quais são os esportes de precisão que são possíveis de serem praticados nesses locais.
Por fim, descreva o resultado das suas observações.

Resposta pessoal.

36 Educação Física 7 o Ano


PARA REFLETIR!
Nem sempre próximo à nossa escola ou à comunidade em que moramos há espaços
públicos disponíveis e em boas condições para praticarmos as modalidades esportivas
que temos interesse. Por isso, muitas vezes precisamos reivindicar, aos nossos gover-
nantes, esses locais. Já que o acesso ao esporte é um direito de todos, não podemos nos
esquecer desse fato. Pense nisso!

Na sociedade em que vivemos, praticamente tudo é entendido como mercadoria,


inclusive as práticas corporais. Certamente você já viu, em locais como shopping centers,
estabelecimentos em que é possível praticar esportes de precisão como o airsoft, o bo-
liche e até mesmo o jogo de dardos. No entanto, como bem sabemos, só temos acesso a
essas práticas corporais mediante o pagamento de taxas que, muitas vezes, são elevadas.
Dessa forma, o nosso direito ao esporte fica condicionado às nossas condições de paga-
mento. Já pensou nisso?
Mikhail hoboton Popov | Shutterstock.com

O airsoft é um esporte de precisão


que simula uma situação de com-
bate militar na qual são disparadas
pequenas esferas de plástico com
o objetivo de atingir o oponente.

7 o Ano Educação Física 37


Educação Física
Capítulo 3 Lucas
Vieira

7ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO


Educação Física
capítulo 3
7o ano do Ensino Fundamental
Lucas Vieira

Editor
Lécio Cordeiro

Revisão de texto
Departamento Editorial

Capa e projeto gráfico


Amanda Travassos, Christiana Pacis e
Sophia Karla

Diagramação
Sophia Karla e Cynthia Rodrigues

Ilustrações
Rafael Silva

Direção de arte
Elto Koltz

Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos


textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.

O conteúdo deste livro está adequado à proposta da


BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.
3
esportes técnico- Capítulo

-combinatórios:
a beleza dos movimentos

Vamos dialogar?
Olá! Neste capítulo, estudaremos os esportes técnico-
-combinatórios. Você já ouviu falar neles? Quais você conhe-
ce? Saberia informar quais as suas principais características?
Próximo à sua comunidade, há algum espaço público em que é
possível praticá-los?
Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos-
so diálogo neste capítulo. Vamos lá!
Alex Bogatyrev | Shutterstock.com

38 Educação Física 7 o Ano


O que são esportes técnico-combinatórios?
Essas práticas corporais fazem parte de um grupo de modalidades esportivas
em que não há interação direta com o(s) oponente(s). Mas como assim?
Em oposição ao basquete e ao futebol, por exemplo, em que os participantes
das equipes envolvidas interagem durante a disputa, nos esportes técnico-com-
binatórios isso não acontece. Neles, não há contato corporal com os oponentes, a
exemplo do nado sincronizado.
Da mesma forma que ocorre em toda modalidade esportiva, nos esportes téc-
nico-combinatórios existe a comparação entre o desempenho dos participantes.
Porém, essa análise é feita com base na “beleza” e no grau de dificuldade dos
movimentos realizados.
Ou seja, nessas modalidades, geralmente vencem aqueles que realizarem os
movimentos mais difíceis e de forma mais bonita, de acordo com a opinião dos ava-
liadores. Estes acabam julgando a qualidade dos movimentos realizados com base
em uma lista de critérios, assim como ocorre na ginástica rítmica, por exemplo.
Podemos dizer que essas práticas corporais combinam esporte e arte ao mes-
mo tempo. Não é à toa que algumas delas englobam a palavra arte em seu nome,
como a ginástica artística e a patinação artística.

1. Agora que você aprendeu as características dos esportes técnico-combinató-


ATIVIDADE

rios, quais são as modalidades esportivas que você conhece que se encaixam nes-
sa classificação? Informe, pelo menos, um exemplo que ainda não foi citado.

Resposta pessoal. São exemplos de esportes técnico-combinatórios: patinação

artística, saltos ornamentais, ginástica rítmica, ginástica acrobática, etc.

2. Observe as práticas corporais a seguir e identifique com um X aquelas que


apresentam as seguintes características dos esportes técnico-combinatórios:

» Não há contato corporal com os oponentes.


» Há o julgamento da qualidade dos movimentos realizados.

a) b)

7 o Ano Educação Física 39


c) d)

X X

Ivica Drusany, Iurii Osadchi, testing, A.RICARDO | Shutterstock.com

Quais modalidades podem ser consideradas como es-


portes técnico-combinatórios?
Ao longo dos séculos, a humanidade acumulou muitos conhecimentos e de-
senvolveu diversas práticas corporais. Elas foram se transformando e se populari-
zando com o passar dos anos.
Hoje em dia, conhecemos muitas modalidades que podem ser consideradas
como esportes técnico-combinatórios, algumas são mais presentes no nosso con-
texto social do que outras. A seguir, veremos alguns exemplos.
A patinação artística no gelo é uma das modalidades esportivas mais antigas
da história e é a campeã de audiência nas Olimpíadas de Inverno.
sportpoint | Shutterstock.com

Existem movimentos que são proibidos


na patinação no gelo, como o mortal
para trás e combinações com mais de
quatro saltos.

Nas regiões em que o inverno não é tão rigoroso, a patinação artística sobre
rodas é praticada com mais frequência, se comparada à modalidade disputada so-
bre o gelo.
Fabian Ponce Garcia | Shutterstock.com

No Brasil, no início de 1900, a pati-


nação era uma atividade exclusiva-
mente recreativa, trazida da Europa
pelos filhos de famílias ricas.

40 Educação Física 7 o Ano


Nos saltos ornamentais, um dos esportes olímpicos mais técnicos, os partici-
pantes saltam de uma plataforma que pode variar entre 05 e 10 metros de altura
e realizam movimentos acrobáticos durante a queda até a água.
Disponível em: https://en.m.wikipedia.org/wiki/File:BRIT%C3%82NICOS_VENCEM_E_BRASI-
LEIROS_TERMINAM_EM_%C3%9ALTIMO_NO_TRAMPOLIM_DE_3M_SINCRONIZADO_DOS_
SALTOS_ORNAMENTAIS_(28868671296).jpg

Chineses Yuan Cao e Kai Qin levam bronze na categoria saltos ornamentais nos Jogos Olímpicos
Rio 2016, no Parque Aquático Maria Lenk.

Entre todas as modalidades que podemos chamar de técnico-combinatórias,


provavelmente as mais conhecidas são as ginásticas esportivas. Elas são ao mes-
mo tempo ginástica e esporte. São exemplos: ginástica artística, ginástica rítmica,
ginástica acrobática, ginástica de trampolim e ginástica aeróbica esportiva. Co-
nhecemos algumas delas mais do que outras, pois são veiculadas pela mídia tele-
visiva com mais frequência.
A ginástica artística (GA), inicialmente chamada de ginástica olímpica (GO),
certamente é uma das mais conhecidas pelo nosso povo. Alguns brasileiros e bra-
sileiras ficaram marcados na história dessa modalidade, como a gaúcha Daiane
dos Santos, que teve dois movimentos batizados com o seu sobrenome: Dos San-
tos e Dos Santos II.
A ginástica artística possui um conjunto de provas diferentes para homens e
para mulheres. Para eles, as provas são: barra fixa, barras paralelas, cavalo com al-
ças, argolas, salto sobre a mesa e solo. Para as mulheres: barras assimétricas, trave
de equilíbrio, salto sobre a mesa e solo.

7 o Ano Educação Física 41


A ginástica artística e os seus aparelhos

Barra fixa Barras paralelas

Cavalo com alças Salto sobre a mesa

Argolas Solo
sportpoint, anovva | Shutterstock.com

Barras assimétricas Trave de equilíbrio

42 Educação Física 7 o Ano


A ginástica rítmica (GR), ou ginástica rítmica desportiva (GRD), como era
inicialmente chamada, também é uma das mais populares. Disputada nas Olim-
píadas apenas por participantes do sexo feminino, ela engloba os seguintes apare-
lhos: fita, bola, arco, corda e maça.

A ginástica rítmica e os seus aparelhos

Fita Bola

Arco Corda
sportpoint, katatonia82, Alex Bogatyrev, BlueOrange Studio,
Just dance, Alex Bogatyrev | Shutterstock.com

Maça
7 o Ano Educação Física 43
VOCÊ SABIA?
Embora seja uma modalidade esportiva predominantemente exercida por
mulheres, a ginástica rítmica também é praticada por participantes do sexo mas-
culino, mas em menor escala.
Esses rapazes lutam para que a ginástica rítmica masculina seja reconhecida
como um esporte, pois a Federação Internacional de Ginástica (FIG) não a reco-
nhece como uma modalidade oficial.
Além disso, em alguns países, como no Brasil, eles também enfrentam certo
preconceito na sociedade por praticarem essa modalidade, que é comumente vi-
venciada pelo público feminino. Fato semelhante ocorre com as meninas que pra-
ticam modalidades de predominância masculina, como o futebol.

3. Qual a sua opinião com relação ao fato de pessoas do sexo masculino pratica-
ATIVIDADE

rem ginástica rítmica? Você é a favor ou contra? Apresente os seus argumentos.

Resposta pessoal.

4. Qual a sua opinião sobre a decisão da Federação Internacional de Ginástica


(FIG) de não reconhecer a ginástica rítmica masculina como uma modalidade ofi-
cial?

Resposta pessoal.

PARA REFLETIR!
Infelizmente, a nossa sociedade ainda possui vários preconceitos. Para alguns, existem
determinadas práticas corporais que “só meninos” ou “só meninas” deveriam praticar.
Esse equívoco pode ser perigoso, pois possivelmente afasta muitas pessoas de algu-
mas práticas corporais e dos benefícios que estas poderiam trazer para a vida delas.
A ginástica rítmica, por exemplo, faz parte da cultura corporal da humanidade e todos
têm o direito de usufruir dela, independentemente do sexo. Você concorda? Pense nisso!

44 Educação Física 7 o Ano


Na ginástica de trampolim, como o próprio nome já diz, os praticantes rea-
lizam saltos e acrobacias sobre um trampolim, popularmente chamado de cama
elástica. É uma das ginásticas esportivas que está presente nas Olimpíadas. No
entanto, por necessitar do trampolim e de toda uma estrutura de segurança, ge-
ralmente temos mais dificuldade para encontrar locais e pessoas que praticam
essa modalidade esportiva, se comparada às duas modalidades gímnicas apresen-
tadas anteriormente.
Vladimir Vasiltvich | Shutterstock.com

A palavra trampolim, dada à


cama elástica, teve origem
no nome de um francês
chamado Du Trampolin, o
primeiro a usar tal equipa-
mento.

A ginástica aeróbica esportiva provavelmente é a modalidade menos co-


nhecida entre as ginásticas esportivas, talvez pelo fato de compor a lista das
práticas corporais que ainda não são esportes olímpicos.
De todas as que foram apresentadas até aqui, a ginástica acrobática é a
modalidade mais recente da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Sua
prática acontece em pares ou em grupo.
Essencialmente, seus praticantes desempenham os papéis de base ou de
volante. Os volantes realizam os equilíbrios e as acrobacias, enquanto os que
estão fazendo a função de base, como o próprio nome já diz, servem de sus-
tentação para aqueles
Nesse esporte técnico-combinatório, a confiança entre os praticantes é
fundamental. Como se trata de uma prática corporal que requer pouquíssi-
mos materiais, a ginástica acrobática é bastante praticada por jovens e adul-
tos em vários lugares.

7 o Ano Educação Física 45


sergey pozhoga | Shutterstock.com

Na ginástica acrobática, os atletas,


em grupo, devem executar três roti-
nas: uma de equilíbrio, uma dinâmica
e uma combinada.

Em todos esses exemplos de esportes técnico-combinatórios que foram apresen-


tados, os participantes são avaliados conforme a estética e o grau de dificuldade dos mo-
vimentos que realizam durante a sua apresentação. Cada um deles possui um conjunto
de conhecimentos riquíssimos que podem e devem ser experimentados, aprendidos e
praticados regularmente por todos nós, pois fazem parte da nossa cultura corporal.

5. Agora que você já conhece bastante sobre essas práticas corporais, explique
ATIVIDADE

quais são as principais características dos esportes técnico-combinatórios.

Espera-se que o aluno descreva características como: não envolve contato corpo-

ral com o(s) oponente(s); e comparação entre os participantes baseada na beleza

e no grau de dificuldade dos movimentos realizados por eles.

LouisLotterPhotography | Shutterstock.com
O surfe fará parte nos Jogos Olímpicos a
partir de 2020, na edição de Tóquio, Japão.
O esporte também tem como base a análise
da precisão e da beleza dos movimentos
executados pelos atletas.

PESQUISA
Escolha um dos esportes técnico-combinatórios apresentados neste capítulo, realize
uma pesquisa sobre ele e, em seguida, escreva uma síntese em seu caderno sobre a sua
história, principais regras e os materiais necessários para a sua prática. Resposta pessoal.

46 Educação Física 7 o Ano


ATIVIDADE 6. Tendo em vista a grande variedade de ginásticas esportivas que temos hoje em
dia, muitas vezes nós misturamos as informações e acabamos confundindo uma
modalidade com outra. Vamos ver se você prestou atenção até aqui. Analise as
afirmações a seguir e assinale V para aquelas que julgar verdadeiras e F para as
falsas. Caso fique em dúvida, examine os textos deste capítulo novamente, pois
isso lhe ajudará a responder corretamente.

F A ginástica rítmica também é chamada de ginástica olímpica.

F Daiane dos Santos é uma das grandes personalidades da nossa ginástica rít-
mica.

O solo é um dos aparelhos da ginástica artística que está presente nas pro-
V
vas dos praticantes dos sexos masculino e feminino.

O salto sobre a mesa é um dos aparelhos da ginástica artística que está pre-
V
sente nas provas dos praticantes dos sexos masculino e feminino.

F A fita é um dos aparelhos da ginástica artística.

A ginástica rítmica é uma modalidade esportiva que é disputada por prati-


F
cantes de ambos os sexos nas Olimpíadas.

As três únicas ginásticas esportivas que estão presentes nos Jogos Olímpi-
V
cos são: ginástica rítmica, ginástica artística e ginástica de trampolim.

Ao lado de Daiane dos Santos, Daniele


Hypólito (foto) é um dos grandes nomes da
A. RICARDO | Shutterstock.com

ginástica artística brasileira. Na ativa desde


1994, Daniele já ganhou várias medalhas
para o País e conquistou a inédita oitava
colocação nos Jogos Olímpicos de Pequim,
em 2008, na China.

7 o Ano Educação Física 47


PARA REFLETIR!
Você percebeu que algumas práticas corporais que foram apresentadas neste capí-
tulo são mais conhecidas do que outras? Por que será que isso acontece? Será que a mídia
televisiva tem alguma coisa a ver com isso?
Embora estejamos na era da Internet, do smartphone e de tantos outros aparelhos
tecnológicos mais recentes do que a TV, estudos apontam que esta ainda é o principal e
mais acessível meio de informação e entretenimento para a maior parte dos brasileiros.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 97,2%
das residências brasileiras possuem TV, ou seja, em praticamente toda residência do País
há uma televisão.
Dessa forma, quanto mais uma modalidade esportiva for transmitida pela TV (veículo
de comunicação de massa), mais conhecida será pela população. O contrário também é
verdade, ou seja, quanto menos uma modalidade esportiva for televisionada, menos pes-
soas a conhecerão. E isso obviamente acaba interferindo diretamente no número de pra-
ticantes dessas modalidades esportivas.

Durante as Olimpíadas,
as competições esporti-
vas reúnem milhões de
pessoas ao redor do mun-
do em frente às televi-
sões. Para muitos, aquele
será o único contato com
alguns esportes não tão
Freer | Shutterstock.com
populares em seus países.

Dessa forma, percebemos o quanto a mídia televisiva tem poder para influenciar a
escolha dos esportes que praticamos. Por isso, é preciso usufruir das práticas corporais
de forma intencional, consciente e crítica, não apenas por apelo e influência da mídia
televisiva. Pense nisso!

48 Educação Física 7 o Ano


ATIVIDADE 7. Observe os espaços públicos (praças, parques, ginásios, quadras, etc.) que se lo-
calizam próximo à sua residência ou escola e tente identificar quais são os espor-
tes técnico-combinatórios que as pessoas geralmente praticam nesses ambientes.
Em seguida, liste-os aqui. Se você se interessar por algum(uns) deles, veja quais
são as possibilidades de praticá-lo(s) nesses locais, pois você poderá ter grandes
aprendizagens.

Resposta pessoal.

8. Entre uma nota de 0 a 10, como você avalia a qualidade dos espaços públicos,
localizados próximo à sua escola ou residência, em que é possível praticar espor-
tes técnico-combinatórios?

Resposta pessoal.

9. Visite clubes, associações ou outras instituições que se localizam próximo à


sua residência ou escola e que promovam esportes técnico-combinatórios. Em
seguida, liste quais são as modalidades ofertadas por eles e escreva-as aqui. Se
você se interessar por alguma(s) delas, veja as possibilidades de praticá-la(s) nes-
ses locais, pois você poderá aprender bastante com elas.

Resposta pessoal.

7 o Ano Educação Física 49


Educação Física
Capítulo 4 Lucas
Vieira

7ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO


Educação Física
capítulo 4
7o ano do Ensino Fundamental
Lucas Vieira

Editor
Lécio Cordeiro

Revisão de texto
Departamento Editorial

Capa e projeto gráfico


Amanda Travassos, Christiana Pacis e
Sophia Karla

Diagramação
Sophia Karla e Cynthia Rodrigues

Ilustrações
Rafael Silva

Direção de arte
Elto Koltz

Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos


textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.

O conteúdo deste livro está adequado à proposta da


BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.
Ginástica:
aprimoramentos das
capacidades físicas

4 Capítulo

Vamos dialogar?
Olá! Neste capítulo, estudaremos as ginásticas de condi-
cionamento físico. Você já ouviu falar nelas, certo? Você prati-
ca ou já experimentou alguma das suas modalidades? Saberia
informar as suas principais características? Próximo à sua resi-
dência, há algum espaço público em que é possível praticá-las?
Essas são algumas das perguntas que farão parte do
nosso diálogo neste capítulo. Vamos lá!
YanLev | Shutterstock.com

50 Educação Física 7 o Ano


Ginástica: uma cultura milenar
Ao longo da história, por meio das relações sociais, a humanidade produziu
e acumulou muitos conhecimentos relacionados às diversas áreas da vida. Pode-
mos chamar o conjunto desses conhecimentos de cultura.
No meio desse enorme conjunto de conhecimentos, estão as manifestações
culturais relacionadas ao corpo e ao movimento humano. A essa parte da cultura
da humanidade damos o nome de cultura corporal.
Essa cultura corporal vem sendo, historicamente, expressa pelo esporte, pela
luta, pela dança, pelo jogo e pela ginástica, que é o grande tema deste capítulo.
Praticamente, tudo o que vemos na sociedade atual é resultado de um longo
processo histórico de transformações. Estudiosos afirmam que a palavra ginástica
deriva dos termos gregos gymnikos, que se refere a exercícios do corpo, e gymnós,
que significa nu. Logo, para os gregos antigos, a palavra ginástica significava a arte
de exercitar o corpo nu.
Mas, como assim, nu? Sem roupas? Exatamente! Era comum, na sociedade da
Grécia Antiga, os homens se exercitarem pelados nos ginásios, importantes espa-
ços públicos da cultura grega.
Com o passar dos séculos, a humanidade criou diversas práticas corporais
que foram chamadas de ginástica. Na medida em que o tempo passava, elas foram
se transformando e se popularizando. Atualmente, existe uma grande variedade
delas.

Popularmente, muitos
possuem o hábito de
chamar de exercício físi-
Ivica Drusany | Shutterstock.com

co qualquer prática que


movimente o corpo, até
mesmo uma breve cami-
nhada sem objetivo de
melhoramento corpóreo.

7 o Ano Educação Física 51


Há diferentes formas de classificarmos as práticas corporais gímnicas. Den-
tre as possibilidades existentes de ginástica, podemos agrupá-las em categorias
como: esportivas, de condicionamento físico e de conscientização corporal.
Chamamos de ginásticas esportivas as modalidades que fazem parte do fe-
nômeno esportivo, as quais se caracterizam pela comparação do desempenho dos
participantes. Elas são, ao mesmo tempo, ginástica e esporte. São exemplos: ginás-
tica acrobática, ginástica aeróbica esportiva, ginástica artística, ginástica rítmica,
ginástica de trampolim.
As ginásticas de conscientização corporal, também conhecidas como ginás-
ticas alternativas, são práticas que englobam movimentos suaves e proporcionam
uma melhor percepção sobre o próprio corpo. Durante essas práticas corporais, é
comum a preocupação com a postura da coluna vertebral e com a respiração. São
exemplos: ginástica chinesa, ioga, tai chi chuan, etc.
Por sua vez, as ginásticas de condicionamento físico são um conjunto de
práticas corporais que se caracterizam pela exercitação corporal com o objetivo
de melhoria da condição física. São exemplos: ginástica aeróbica, ginástica locali-
zada, ginástica laboral, hidroginástica, etc.
Neste capítulo, estudaremos as ginásticas de condicionamento físico.

1. Observe as práticas corporais a seguir e classifique-as em ginástica esportiva,


ATIVIDADE

ginástica de conscientização corporal ou ginástica de condicionamento físico.

a) b)
fizkes, Lucky Business, Alex Bogatyrev, wavebreakmedia | Shutterstock.com

Conscientização corporal Condicionamento físico

c) d)

Esportiva Condicionamento físico

52 Educação Física 7 o Ano


4 PM production | Shutterstock.com
e) f)

A_Lesik | Shutterstock.com
Conscientização corporal Esportiva

Exercício físico ou atividade física?


Neste capítulo, citaremos bastante a expressão exercício físico, portanto é
preciso dialogarmos sobre o seu conceito.
Frequentemente, ouvimos pessoas se referindo a exercícios físicos e ativida-
des físicas como sinônimos, ou seja, como se fossem a mesma coisa. No entanto,
especialistas afirmam que são práticas diferentes. Você saberia explicar qual a
principal diferença entre elas?
De acordo com estudiosos do assunto, atividade física pode ser entendida
como qualquer movimento corporal que nos cause um gasto energético, como as
tarefas diárias de varrer a casa, lavar a bicicleta, carregar as sacolas de compras do
supermercado para o carro, etc.
Freedomz | Shutterstock.com

Limpar a casa é um exemplo muito


comum de atividade física.

Já o exercício físico é um tipo de atividade física que fazemos com a in-


tenção de melhorar a nossa condição corporal; por exemplo, realizar séries de
alongamentos, exercícios como polichinelos, prancha abdominal, agachamen-
tos, caminhar com o intuito de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, etc.
Então, percebemos que a diferença entre essas práticas está no objetivo,
ou seja, no propósito de cada uma delas.
7 o Ano Educação Física 53
2. Considerando os conceitos de exercício físico e atividade física apresentados
ATIVIDADE

anteriormente, analise com atenção as afirmações a seguir e assinale V para aque-


las que considerar verdadeiras e F para as falsas.

V Todo exercício físico é uma atividade física.

F Toda atividade física é um exercício físico.

F Nem todo exercício físico é uma atividade física.

V Nem toda atividade física é um exercício físico.

F Toda atividade física é um exercício físico, mas nem todo exercício físico é
uma atividade física.

V Todo exercício físico é uma atividade física, mas nem toda atividade física é
um exercício físico.

3. As alternativas a seguir retratam situações em que pessoas estão realizando


ora atividades físicas, ora exercícios físicos. Analise-as e informe se elas se refe-
rem a uma atividade física ou a um exercício físico.

a) Caminhar de casa até a parada de ônibus para pegar o transporte e, assim, po-
der ir para o trabalho.

Atividade física.

b) Ir à praça pública para caminhar.


Exercício físico.

c) Nadar na praia, durante 30 minutos, duas vezes por semana.


Exercício físico.

d) Realizar uma série de flexões de braços, aguardar um intervalo e reiniciar a


série.

Exercício físico.

e) Correr atrás dos amigos durante uma partida de pega-pega.


Atividade física.

54 Educação Física 7 o Ano


4. Analise as imagens abaixo. Em seguida, circule aquelas em que as pessoas apa-
rentam estar fazendo uma atividade física e marque com um X as que aparentam
realizar exercícios físicos.

a) b)
Anatoliy Karlyuk | Shutterstock.com

Liderina | Shutterstock.com
X X

c) d)

Liderina | Shutterstock.com
fizkes | Shutterstock.com

5. Tomando como base a sua vida cotidiana, descreva quais são as atividades físi-
cas e quais são os exercícios físicos que você costuma realizar durante a semana.

Resposta pessoal.

7 o Ano Educação Física 55


Ginásticas de condicionamento físico
Ao longo da sua existência, como vimos anteriormente, a humanidade inventou diversas for-
mas de ginástica, dentre elas as que estamos chamando de ginásticas de condicionamento físico.
Essas formas de ginástica são muito presentes nos dias de hoje e podem ser realizadas em
diversos locais, como na nossa própria casa, em praças públicas, nas academias de ginástica,
etc. De um modo geral, são práticas que se caracterizam pela realização de exercícios físicos
com o propósito de melhoria da condição física. Elas contribuem, por exemplo, para o apri-
moramento de capacidades físicas como força, flexibilidade, resistência cardiorrespiratória,
resistência muscular localizada, etc.
A ginástica localizada, a ginástica aeróbica, a ginástica laboral, a hidroginástica, entre ou-
tras, são práticas corporais que podem ser chamadas de ginástica de condicionamento físico.
Vamos conhecer algumas delas!

VOCÊ SABIA?
Atualmente, quando ouvimos alguém falando: “Estou indo para a academia”, apostamos
todas as nossas fichas que ela está se dirigindo a uma academia de ginástica, não é mesmo?
Mas sabia que nem toda academia é de ginástica? Você sabe a origem desse nome?
Assim como ginástica e ginásio, o termo academia tem origem na Grécia Antiga. De
acordo com o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de autoria de Antenor Nas-
centes, essa palavra vem do grego akademia.
Platão, filósofo grego que viveu entre 427 e 347 a.C., em um determinado período
da sua existência passou a reunir um grupo de estudiosos para debater sobre diversas
questões em um lugar conhecido como bosque de Academo, localizado na cidade de
Atenas. Academo tinha sido um herói grego. Tempos depois, o grupo ficou conhecido
por academia, a Academia de Platão.
Posteriormente, a reunião de pessoas de uma mesma área passou a receber esse
nome. De lá para cá, instituições e estabelecimentos em que algum conhecimento espe-
cífico é desenvolvido também passaram a ser chamados de academia. Por isso, hoje em
dia, conhecemos diversas instituições que se intitulam dessa forma, como a Academia
Brasileira de Letras, a Academia Militar das Agulhas Negras, a Academia Imperial de
Belas Artes, Academia Nacional de Medicina, as academias de ginástica, as academias
de luta, as academias de dança, etc.
Como vimos, academia e filosofia têm tudo a ver. Disso você não sabia, não é mes-
mo? Propague esse conhecimento para os seus amigos que frequentam academias de
ginástica. Eles também ficarão surpresos!

56 Educação Física 7 o Ano


A ginástica localizada é uma prática que envolve séries de exercícios para
uma determinada região do nosso corpo. Esses exercícios são realizados apenas
com o nosso peso ou com o uso de materiais que lhes são bastante característicos,
por exemplo, colchonetes, pequenos alteres, faixas elásticas, caneleiras e torno-
zeleiras de peso, etc.

Olena Yakobchuk | Shutterstock.com


Rocksweeper | Shutterstock.com

Peso do Corpo Corda


TORWAISTUDIO | Shutterstock.com

February_Love | Shutterstock.com

Colchonete Alteres

Essa modalidade pode ser vivenciada de forma individual ou em grupo e con-


tribui para fortalecer a musculatura, melhorando principalmente a capacidade fí-
sica que chamamos de resistência muscular localizada.
Essa capacidade física permite que nos mantenhamos realizando um exercí-
cio físico por determinado tempo. Quanto mais resistência temos, por mais tempo
conseguimos nos exercitar.

7 o Ano Educação Física 57


6. Como vimos, a ginástica localizada se caracteriza pela repetição de movimen-
ATIVIDADE

tos corporais que visam desenvolver determinadas regiões do nosso corpo. Cite
01 exercício físico, realizado apenas com o peso corpóreo, que pode ajudar a de-
senvolver os grupos musculares da região do/a(s):

a) Braços.
Flexões de braço.

b) Pernas.
Agachamentos.

c) Abdômen.
Prancha abdominal.

VOCÊ SABIA?
Durante a vida escolar, passamos muitas horas sentados estudando e, por vezes,
encontramo-nos com aquelas “dorezinhas” nas costas, não é mesmo? Você sabia que os
exercícios físicos realizados na ginástica localizada podem nos ajudar a nos livrar delas?
A prancha abdominal, por exemplo, é um ótimo exercício para isso, pois ajuda a for-
talecer os músculos de uma região corpórea popularmente chamada de core. O core en-
volve músculos da região lombar e do abdômen, importantes para a sustentação da parte
superior do nosso corpo.
Experimente realizar esse exercício por apenas 10 segundos. Certamente, você con-
seguirá! Quando perceber que já faz essa tarefa com facilidade, estipule uma nova meta,
como realizá-la por 20 segundos.

Em destaque, na imagem, mús-


culos que são trabalhados ao
praticar o exercício de prancha
abdominal.

58 Educação Física 7 o Ano


VOCÊ SABIA?
Talvez você já tenha ouvido falar que, ao realizar exercícios localizados, como os
famosos abdominais, conseguimos “queimar” a gordura localizada naquela região do
corpo. Porém, saiba que isso se trata de um mito.
Embora esses exercícios também contribuam para o emagrecimento, é preciso lem-
brar que a perda de gordura acontece de forma geral no nosso corpo, e não apenas em
um local ou em outro.

A ginástica aeróbica geralmente acontece ao som de música e envolve


sequências de exercícios ritmados, assemelhando-se a algumas danças. Ela
recebe esse nome porque exige uma maior quantidade de oxigênio no nosso
corpo. Durante uma sessão dessa prática corporal, os pulmões e o coração
precisam trabalhar com maior intensidade para levar oxigênio aos músculos.
Assim, ela contribui para melhorar, principalmente, a nossa capacidade física
conhecida como resistência cardiorrespiratória.
Tal competência está diretamente ligada com o tempo em que consegui-
mos nos manter realizando um exercício físico dessa natureza. Ou seja, quan-
to mais resistência cardiorrespiratória temos, por mais tempo conseguimos
nos exercitar.
Ao longo dos anos, a ginástica aeróbica foi incorporando diferentes exer-
cícios e formas de prática, por exemplo, aquelas que são popularmente co-
nhecidas como: aero step, aero dance, aero combat, aero jump, etc.

ESB Professional s, Giorgio Rossi | Shutterstock.com


David Pereiras, Syda Production | Shutterstock.com

Aero combat Aero dance

Aero step Aero jump


Cada uma delas apresenta características distintas, mas em todas há sequên-
cias de exercícios ritmados que requerem grande quantidade de oxigênio no nos-
so corpo para serem realizadas.
7 o Ano Educação Física 59
PESQUISA
Atualmente, a ginástica aeróbica vem sendo praticada em vários formatos. Realize
uma pesquisa com o objetivo de descobrir quais são as principais características do:

a) Aero step:
Chama-se assim porque inclui a utilização de um objeto popularmente conhecido como

step, o qual se assemelha a um degrau, uma pequena plataforma. Durante essa prática,

as pessoas realizam movimentos ritmados, alternando subidas e descidas nesse

objeto.

b) Aero dance:
É praticamente uma sessão de dança. Durante o aero dance, experimentam-se exercícios cor-

porais no embalo de ritmos musicais, como o axé, o samba, a salsa, o forró, o merengue,o funk,

etc.

c) Aero combat:
Combina movimentos ritmados de ataque e de defesa (socos, chutes, joelhadas, esquivas,

etc.), característicos de diversas lutas, como caratê, boxe, tai chi chuan e taekwondo.

d) Aero jump:
Inclui a utilização de pequenas camas elásticas individuais, também conhecidas por jump.

Durante essa prática, realizam-se movimentos ritmados sobre esse objeto, principalmen-

te na forma de pequenos saltos. Uma das principais capacidades físicas que esse exercício

desenvolve é o equilíbrio, tendo em vista que os praticantes necessitam se equilibrar a todo

instante para se manter no mini trampolim.

60 Educação Física 7 o Ano


7. As diferentes formas de ginástica de condicionamento físico fazem parte da
cultura corporal da humanidade. O acesso à cultura é um direito de cada cidadão
ATIVIDADE

brasileiro, de acordo com a Constituição da República Federativa do Brasil. Go-


vernantes de algumas cidades brasileiras direcionam parte do valor arrecadado
com os impostos pagos pelo povo para a construção de espaços públicos que pos-
sibilitem o acesso a essa cultura. Além disso, em algumas cidades, o poder público
promove programas/projetos em que são ofertadas aulas gratuitas das diversas
formas de ginástica de condicionamento físico para a população. Precisamos estar
atentos ao modo como os governantes das cidades em que moramos investem os
recursos públicos, ou seja, o nosso dinheiro.

Diante desse contexto, responda às perguntas a seguir:

a) Próximo à sua residência ou escola, há algum espaço público em que é possível


praticar alguma forma de ginástica de condicionamento físico? Se sim, qual(is)?

Resposta pessoal.

b) Próximo à sua residência ou escola, há algum projeto/programa promovido


pelo poder público em que são ofertadas aulas gratuitas de ginástica de condicio-
namento físico para a população? Se sim, qual(is)?

Resposta pessoal.

c) Em sua opinião, como podemos reivindicar locais públicos de qualidade para


nossos bairros, com o intuito de haver a oferta de programas/projetos que ofere-
çam aulas gratuitas, inclusive de ginástica, para a população?

Resposta pessoal.

7 o Ano Educação Física 61


VOCÊ SABIA?
Com o passar dos anos, a ginástica aeróbica se popularizou bastante. Muitas pessoas
passaram a praticá-la em diversos países do mundo.
Em um determinado momento, essa prática corporal, que até então era realizada com
o objetivo de melhoria da condição física, também passou a ser vista como uma ativida-
de em que era possível haver competição entre os seus participantes. Então, em diferen-
tes regiões do mundo, as pessoas passaram a criar regras para regular as disputas, assim
como organizar eventos competitivos (torneios e campeonatos). Nesse contexto, surgem
as suas primeiras instituições organizadoras, ou seja, as associações, federações, etc.
Percebendo o seu crescimento e potencial esportivo, a Federação Internacional de
Ginástica (FIG) criou a modalidade de ginástica aeróbica esportiva. Embora ainda não seja
uma das modalidades esportivas presentes nas Olimpíadas, ela já é praticada em mais de
45 países espalhados pelo mundo.
sergey pozhoga | Shutterstock.com

O Cristal Light foi o primeiro cam-


peonato de aeróbica no Brasil, rea-
lizado em 1987, em São Paulo. Dois
anos depois, surgiram as primeiras
competições internacionais, nas
quais participaram EUA, Canadá,
Argentina, Brasil e Japão.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças do coração estão em


primeiro lugar na lista das principais causas de morte no mundo inteiro.
A prática de exercícios aeróbicos contribui para exercitar o músculo do coração, tor-
nando-o mais eficiente para bombear o sangue para os pulmões e, em seguida, para os
músculos. Com isso, esses órgãos ficam mais fortalecidos, o que colabora para a diminui-
ção dos riscos de doenças cardiorrespiratórias.

62 Educação Física 7 o Ano


Educação Física
Capítulo 5 Lucas
Vieira

7ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO


Educação Física
capítulo 5
7o ano do Ensino Fundamental
Lucas Vieira

Editor
Lécio Cordeiro

Revisão de texto
Departamento Editorial

Capa e projeto gráfico


Amanda Travassos, Christiana Pacis e
Sophia Karla

Diagramação
Sophia Karla e Cynthia Rodrigues

Ilustrações
Rafael Silva

Direção de arte
Elto Koltz

Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos


textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.

O conteúdo deste livro está adequado à proposta da


BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.
5
Danças urbanas Capítulo

e a cultura do
brega-funk

Vamos dialogar?
Olá! Neste capítulo, estudaremos danças urbanas, com
ênfase no brega-funk. Você já ouviu falar nesta modalidade?
Poderia citar exemplos? O que você percebe que há de co-
mum entre as danças urbanas? Quais são as suas principais
características?
Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos-
so diálogo neste capítulo. Vamos lá!
Alex Bogatyrev | Shutterstock.com

7 o Ano Educação Física 63


CONTEXTUALIZANDO
A dança faz parte da história da humanidade desde os primórdios. É um com-
ponente da nossa cultura corporal, construída ao longo dos anos.
Ela pode ser entendida como uma forma de expressão corporal que a humani-
dade criou para representar os diferentes aspectos da vida. Por meio da dança, é
possível transmitir sentimentos encontrados em variados âmbitos sociais: na reli-
gião, no trabalho, na escola, nos costumes, na guerra, na comunidade, etc.
Adam Cuerden - Imperial War Museum | Wikipedia.com

Soldados neozelandeses dançando a


haka durante a Segunda Guerra Mun-
dial. Essa dança bélica teve origem com
os povos maoris, na Nova Zelândia.

VOCÊ SABIA?
A equipe de rúgbi neozelandesa há mais de 100 anos realiza a dança no começo de
suas partidas

A haka é uma dança bélica de origem maori e faz parte agora da cultura pop, e os
responsáveis por sua popularidade são os All Blacks. A equipe de rúgbi neozelandesa há
mais de 100 anos a realiza no começo de suas partidas e a transformou em sua marca
registrada.
Haka é o nome genérico pelo qual é conhecida toda a dança dos maoris, uma etnia
procedente da Polinésia. Os All Blacks (e muitas outras equipes neozelandesas) a uti-
lizam em suas partidas para mostrar sua força e unidade. A seleção é considerada um
exemplo de integração racial e cultural, que contribui para a unidade de neozelandeses
de diferentes origens, simbolizada na haka.
Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/19/cultura/1508405168_363160.html. Acesso
em: 28/04/2020. Adaptado.

64 Educação Física 7 o Ano


Ao passar dos séculos, diferentes formas de dança foram criadas. Mas, mesmo
diante de tamanha diversidade, podemos perceber que existem elementos que são
comuns à boa parte delas. De acordo com alguns estudiosos, esses elementos são:
a) Ritmo: envolve a cadência de movimentos.
b) Espaço: refere-se ao ambiente físico onde os praticantes se movimentam. En-
volve formas, trajetos, direções, etc.
c) Gesto: são movimentos que expressam significados.

Atualmente, homens e mulheres utilizam a dança para diversas finalidades, como:


festejar, interagir socialmente, trabalhar, divertir-se, melhorar a condição física, reve-
renciar deuses de algumas religiões (o candomblé e a umbanda, por exemplo), etc.
Podemos classificar as danças de várias maneiras, dentre elas:
Danças urbanas: também conhecidas como street dance, são aquelas que
surgiram em zonas periféricas e centros urbanos. Em geral, são praticadas em
espaços públicos. São exemplos: hip-hop dance, breaking dance, popping, brega-
-funk, etc.
AntonioDiaz | Stock.adobe.com

O breaking dance surgiu com os porto-ri-


quenhos no período da Guerra do Vietnã
(1955–1975), mas só repercutiu no final
dos anos 1960, nos Estados Unidos. A dança
tem como inspiração movimentos do kung fu.

Danças de salão: embora possam acontecer, em alguns casos, de forma in-


dividual, geralmente são dançadas em pares. Exemplos: forró, samba de gafieira,
salsa, valsa, etc.

O tango é uma dança de salão


Mihai Blanaru | Stock.adobe.com

que faz parte do Patrimônio


Cultural da Humanidade desde
2009. De acordo com o poeta
argentino Discépolo, "o tango
é um pensamento triste que se
pode dançar".

7 o Ano Educação Física 65


1. Os gestos corporais que realizamos durante uma dança expressam significados.
Cada dança urbana engloba uma infinidade de gestos, os quais podem ser criados
ATIVIDADE

e recriados por seus praticantes. Agora, releia o conceito de dança urbana apre-
sentado neste capítulo. Em seguida, analise as imagens a seguir e marque aquelas
que representam uma dança urbana.
Andrey Kiselev | Stock.adobe.com

ksi | Stock.adobe.com

X
Augustas Cetkauskas | Stock.adobe.com

alfa27 | Stock.adobe.com

66 Educação Física 7 o Ano


Brega-funk
O brega-funk nasceu na periferia da cidade do Recife, Pernambuco. Atual-
mente, é muito praticado no Brasil inteiro.
A sua repercussão nacional e internacional é recente, por volta de 2018,
influenciada pelo sucesso de três jovens artistas, MC Loma e as Gêmeas Lacração.
Outro fenômeno que contribuiu para a ascensão do ritmo foi a coreografia
conhecida popularmente por passinho dos maloka.
Akaberka | Stock.adobe.com

Os gestos corporais do passinho dos maloka são realizados predominantemente por ombros, braços
e região pélvica.

Ao som de um ritmo bastante característico, os praticantes do brega-funk


realizam movimentos ora improvisados ora coordenados com os demais integran-
tes do grupo.
De acordo com uma matéria publicada pela BBC News Brasil, em 2019, a pla-
taforma musical Spotify apontou um crescimento de 145% nas reproduções de
músicas do brega-funk em todo o País.
No entanto, apesar de todo esse sucesso, essa dança urbana é alvo de críti-
cas e divide opiniões. Enquanto uma parcela da sociedade reconhece o seu valor
cultural, a outra não reconhece que as letras da maioria das músicas e alguns dos
gestos corporais desse gênero agreguem valor cultural.

7 o Ano Educação Física 67


2. Devido à sua repercussão nacional, o brega-funk ganhou uma playlist oficial no
serviço de streaming musical mais popular do Planeta, o Spotify. Além disso, a re-
ATIVIDADE

ferida empresa internacional produziu um interessante documentário sobre essa


dança urbana, intitulado de O Brega Funk vai dominar o mundo. Resposta pessoal.

Essa produção audiovisual nos permite ampliar o nosso conhecimento acerca des-
sa manifestação cultural. Acesse o QR Code abaixo ou o canal do Spotify Brasil no
YouTube, assista ao curta-metragem e produza uma síntese sobre as informações
apresentadas. Use o seu caderno ou uma folha à parte para escrevê-la.
https://www.youtube.com/watch?v=3qLr-qILt1k

VOCÊ SABIA?
Muitos jovens pernambucanos, oriundos de bairros periféricos, geralmente de clas-
ses sociais economicamente desfavorecidas, veem o brega-funk como um meio para mu-
dar as suas condições econômicas e as da sua família.
Eles observam os casos de colegas que conseguem ascender financeiramente com
os valores que recebem por suas apresentações de dança nos grupos de brega-funk e,
assim, vivem com mais conforto.
Além disso, espelham-se naqueles que fizeram grande sucesso e conquistaram re-
cursos que lhes permitiram, por exemplo, melhores condições de moradia.

PARA REFLETIR!
Assim como ocorre no futebol e em outros esportes, alguns jovens abandonam a es-
cola para se dedicar ao sonho de se tornarem grandes astros do brega-funk e outros rit-
mos da periferia.
Essa é uma carreira que pode render bons cachês para aqueles que estão nos “topos” do
sucesso. Mas será que é possível se manter de forma permanente nesse lugar de destaque?
Qual é a sua opinião sobre abandonar os estudos para se dedicar integralmente a
esse sonho? Você conhece alguém que tornou esse tipo de decisão? Que implicações so-
ciais podemos perceber nesse desejo pelo sucesso? É preciso refletir sobre o assunto.
Pense nisso!

68 Educação Física 7 o Ano


PESQUISA
Você sabe como ocorreu esse processo do brega tradicional para o brega-funk? Pesquise
sobre a origem, os principais artistas, as transformações ocorridas e as influências que
esse gênero sofreu. Em seguida, escreva os resultados da sua pesquisa no seu caderno.

Não esqueça de citar a(s) fonte(s) através da(s) qual(is) você obteve sua resposta.

Resposta pessoal.

3. Boa parte dos bairros das periferias das grandes cidades apresenta altos índi-
ces de criminalidade. Há quem afirme que o brega-funk contribui para afastar os
ATIVIDADE

jovens residentes desses lugares do caminho do crime, uma vez que podem trans-
formar o tempo ocioso em práticas dessa dança.

Você concorda ou discorda desse ponto de vista? Qual o seu posicionamento so-
bre o assunto? Escreva no seu caderno. Resposta pessoal.

Projeto de lei contra gestos presentes no brega-funk


O brega-funk é uma dança urbana que divide opiniões na sociedade. Uma par-
cela da população a considera como uma importante manifestação cultural per-
nambucana — assim como o frevo, o maracatu e o caboclinho —, enquanto a outra
parte a compreende como uma dança imprópria, principalmente quando o assun-
to é a conhecida coreografia passinho dos maloka.
Os críticos entendem que as letras de grande parte dessas músicas abordam
o conteúdo sexual de forma pejorativa, sobretudo desvalorizando e objetificando
as mulheres. Assim também acontece com alguns gestos corporais considerados
inapropriados, pois, de acordo com esses críticos, incitam a sexualização precoce
de crianças e adolescentes. Inclusive, há até um projeto de lei que defende a sua
proibição nas escolas do Estado de Pernambuco.
O Projeto de Lei Ordinária 494/2019, da deputada estadual Clarissa Tércio,
entrou em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco. A proposta dis-
põe sobre a proibição de danças que contribuam para a sexualização precoce e a
erotização infantil nas escolas do Estado de Pernambuco.
No decorrer do texto, esse projeto de lei sugere a proibição da realização de
7 o Ano Educação Física 69
danças “cujas coreografias sejam obscenas, pornográficas, ou exponham as crian-
ças e adolescentes à erotização precoce”.
A autora justifica que “a erotização precoce de crianças e adolescentes é fa-
tor responsável diretamente pelo aumento da violação da dignidade sexual de
mulheres e também dos casos de estupro de vulnerável, por esse motivo, cabe às
escolas contribuir para combater os estímulos à erotização infantil no âmbito de
suas atividades culturais e pedagógicas proibindo a exposição precoce a danças
inadequadas que simulam movimentos de atos sexuais”.
De acordo com Clarissa Tércio, esses tipos de dança apresentam coreografias
“vulgares” que contribuem para “tirar a inocência de crianças e adolescentes”.
Por outro lado, há quem discorde da deputada. Segundo a Ordem dos Advo-
gados do Brasil (OAB) de Pernambuco, trata-se de um projeto inconstitucional,
ou seja, ele não está de acordo com a principal lei do nosso país: a Constituição da
República Federativa do Brasil.
Para alguns educadores, esse projeto de lei retira o direito da juventude de se
expressar por meio da dança e representar a cultura das comunidades na escola.
De acordo com os pensadores que são adeptos da ideia do relativismo cultu-
ral, não se pode julgar a cultura do outro a partir do nosso próprio ponto de vista.
É preciso tentar entender a cultura de determinado grupo social a partir das cren-
ças do próprio grupo.

4.Qual a sua opinião sobre o Projeto de Lei Ordinária 494/2019? Você é contra ou
a favor? Justifique a sua resposta.
ATIVIDADE

Esse projeto de lei pode ser acessado por meio deste link:

http://www.alepe.pe.gov.br/proposicao-texto-completo/?docid=4966&tipoprop=p.

Resposta pessoal.

VOCÊ SABIA?
Em resposta ao Projeto de Lei Ordinária 494/2019, os cantores de brega-funk Shevchenko
e Elloco e Maneiro na Voz lançaram a música Passinho não é crime.
Na letra da música, eles afirmam que o passinho é uma manifestação cultural pernambuca-
na, portanto não é crime.

70 Educação Física 7 o Ano


Proibição de encontros de passinho em espaços públicos
do Recife
A criação das redes sociais virtuais possibilitou marcar encontros presenciais
com um grande número de pessoas de forma rápida e fácil. Hoje em dia, é dessa forma
que os jovens marcam os encontros de brega-funk.
Como acontece com boa parte das danças urbanas, os seus praticantes optam
por realizar apresentações e encontros em ruas e praças das cidades, ou seja, em lo-
cais públicos.
Entretanto, há relatos de que, na cidade do Recife, os jovens advindos das peri-
ferias enfrentam grande repressão para usufruir do direito de ocupar determinados
espaços públicos para praticarem o brega-funk.
De acordo com a reportagem Passinho: racismo policial reprime encontros e já fez a
primeira vítima, da jornalista Mariama Correia, há registros de violentas abordagens
da polícia em encontros de passinho, principalmente quando eles são realizados em
espaços públicos de áreas turísticas e elitistas da cidade. Isso indica um preconceito
social com a classe economicamente mais desfavorecida.
No entanto, parece haver ainda outra forma de preconceito nesses casos. Na ava-
liação da Procuradora de Justiça do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ma-
ria Bernadete Azevedo, a repressão contra o passinho configura racismo institucional.
Para a procuradora, isso acontece em situações em que instituições, como a da polícia
militar, atuam de forma diferenciada em relação a algum grupo por questões raciais.
Nas palavras de Maria Bernadete Azevedo: “A juventude que está sofrendo violência
é majoritariamente negra. Porque se parte do pressuposto de que se for negro, se for
pobre, só pode ser bandido”. Ou seja, também há preconceito racial.

VOCÊ SABIA?
De acordo com o artigo 99 do Código Civil brasileiro, as ruas e praças são bens públi-
cos de uso comum do povo.

De acordo com a Art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente:


“É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público as-
segurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.

7 o Ano Educação Física 71


5.Qual a sua opinião sobre o uso de espaços públicos dos grandes centros urba-
nos para a realização de encontros de brega-funk?
ATIVIDADE

Resposta pessoal.

PESQUISA
O brega-funk é apenas uma dentre as várias danças urbanas que a humanidade criou ao
longo da sua história. Escolha uma dança urbana e realize uma pesquisa sobre ela, com o
objetivo de aprender sobre a sua história, o ritmo, principais gestos corporais, a temática
das letras das músicas, as roupas utilizadas, os espaços em que é praticada, etc. Em segui-
da, escreva uma síntese sobre a sua pesquisa no espaço a seguir.

Resposta pessoal.

72 Educação Física 7 o Ano


Educação Física
Capítulo 6 Lucas
Vieira

7ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO


Educação Física
capítulo 6
7o ano do Ensino Fundamental
Lucas Vieira

Editor
Lécio Cordeiro

Revisão de texto
Departamento Editorial

Capa e projeto gráfico


Amanda Travassos, Christiana Pacis e
Sophia Karla

Diagramação
Sophia Karla e Cynthia Rodrigues

Ilustrações
Rafael Silva

Direção de arte
Elto Koltz

Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos


textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.

O conteúdo deste livro está adequado à proposta da


BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.
6
Lutas do Brasil:

lo
tu
a capoeira e outras modalidades


Ca
Vamos dialogar?
Olá! Neste capítulo, estudaremos sobre tipos de lutas do
Brasil, destacando as principais características da capoeira.
Você sabe quais são as lutas brasileiras? Já praticou ou assis-
tiu a alguma delas? De qual você mais gosta? Quais são as suas
principais características? Já ouviu falar em capoeira de an-
gola? Você conhece os seus principais movimentos corporais?
Essas são algumas das perguntas que farão parte do nos-
so diálogo neste capítulo. Vamos lá!
Alex Bogatyrev | Shutterstock.com

7 o Ano Educação Física 73


A luta
Como destaca o Professor de Educação Física Flávio Roberto Carneiro de
Medeiros, podemos compreender a luta como uma disputa em que o contato cor-
poral entre os participantes é inevitável. Como acontece em toda disputa, na luta
os participantes objetivam vencer seu oponente. Entretanto, o que a diferencia
das demais práticas corporais é que, nela, os envolvidos realizam ações com a in-
tenção de atacar e/ou controlar o corpo do seu adversário, além de defender-se
dos golpes aplicados por ele.
Essas ações de ataque, controle e defesa se expressam em forma de movi-
mentos corporais como chutes, socos, empurrões, torções, imobilizações, esqui-
vas, bloqueios, etc. A depender da modalidade de luta, tais movimentos podem
envolver ainda o uso de objetos, como escudos, espadas, bastões, lanças, etc.
Pinturas rupestres presentes em parques arqueológicos de diferentes re-
giões do Planeta indicam que a luta faz parte da cultura corporal da humanidade
desde as épocas mais remotas.
Podemos dizer que, em cada período histórico, ela teve diferentes conota-
ções. Na Pré-História, por exemplo, era preciso lutar para sobreviver. Era necessá-
rio lutar contra animais para se obter alimento, travar batalhas pela liderança do
grupo, disputar com outros povos por melhores territórios. Ou seja, a luta surgiu
como uma necessidade humana.

frenta | Stock.adobe.com

Parte de escultura da parede do templo de Prasat Bayon, no Camboja, construído por volta do sécu-
lo XII. Nesse detalhe, podemos perceber a representação de uma disputa.

74 Educação Física 7 o Ano


Ao longo dos anos, os povos passaram a aperfeiçoar o modo como lutavam,
criando formas de luta mais organizadas. A partir de então, a luta passou a ser
utilizada para diversas finalidades, como: propagar a cultura do povo, exercitar o
corpo, participar de competições, defesa pessoal, entretenimento, trabalho.
Atualmente, contamos com um grande número de modalidades de luta. Po-
demos classificá-las de diferentes maneiras, por exemplo: de curta, média ou lon-
ga distância; olímpicas e não olímpicas; que envolvem armas ou não; orientais ou
ocidentais; indígenas; esportivas ou não. Enfim, as possiblidades são incontáveis.
Segundo a Base Nacional Comum Curricular, as lutas se classificam em:

a) Lutas do Brasil: àquelas criadas no território brasileiro, como o huka-huka, a


luta marajoara, a capoeira e o jiu-jitsu brasileiro.

Durante a luta de
capoeira, vários instru-
mentos são tocados
para compor o ritmo
dos movimentos do
Fred Pinheiro | Stock.adobe.com

corpo. Um deles, e um
dos mais conhecidos
hoje, é o berimbau, que
só foi incorporado a
essa luta no século XIX.

b) Lutas do mundo: àquelas que foram originadas em outros países, como o judô,
o taekwondo, o muay thai, o boxe, a esgrima, o kendo, etc.

Kendo, em japonês,
significa caminho
da espada. Surgiu a
partir dos samurais
e tem como objetivo
DebianOoM | Stock.adobe.com

desenvolver, além das


habilidades físicas para
a luta, aspectos morais
e espirituais para a vida
em sociedade.

7 o Ano Educação Física 75


VOCÊ SABIA?
Você sabe qual é a luta mais praticada no Brasil?
De acordo com uma pesquisa realizada pela agência de marketing esportivo e comuni-
cação FightCom, a modalidade de luta mais vivenciada no nosso país é o jiu-jitsu.

1. Ao longo da sua vida, certamente você adquiriu conhecimentos sobre a luta.


Mas talvez você não tenha organizado essas informações em forma de texto escri-
ATIVIDADE

to. Observe as perguntas a seguir e responda-lhes com as suas próprias palavras.

a) Se algum colega perguntasse a você o que é luta, qual resposta mais completa
você conseguiria lhe dar?

Resposta pessoal.

b) Quais exemplos de modalidades de luta você conhece?


Resposta pessoal.

c) Como você as classificaria?


Resposta pessoal.

d) Você já praticou alguma modalidade de luta? Quais?


Resposta pessoal.

e) Quais são os seus objetivos ao praticá-las?


Resposta pessoal.

f) Quais modalidades de luta você mais gosta de praticar/assistir?


Resposta pessoal.

76 Educação Física 7 o Ano


2. O que diferencia a luta dos demais componentes da cultura corporal da huma-
nidade? Por exemplo, o que diferencia a luta da dança?

Na luta, os praticantes realizam ações com a intenção de atacar e/ou controlar o

corpo do seu oponente, além de defender-se dos golpes aplicados por ele.

Lutas do Brasil
Embora estejamos na parte do Planeta conhecida mundialmente como País
do futebol, nosso povo também tem se mostrado bastante interessado nas lutas.
Pesquisas mostram que, a cada ano, mais brasileiros se tornam praticantes de al-
guma modalidade de luta.
Cada uma dessas modalidades de luta apresenta uma série de características
que lhes são particulares. Elas possuem diferentes origens, filosofias, rituais, nor-
mas de conduta, técnicas de ataque, defesa e controle, indumentárias, etc.
A capoeira, por exemplo, foi criada no período da escravatura. Ela é vivencia-
da ao som do berimbau e demais instrumentos que compõem a sua musicalidade.
Seus praticantes geralmente utilizam uma calça, chamada de abadá, com uma cor-
da amarrada na cintura.
Scott Griessel | Stock.adobe.com

É considerado um bom capoeirista aquele que se dedica tanto às habilidades da luta como à musica-
lidade dos instrumentos e dos cantos característicos.

7 o Ano Educação Física 77


A luta marajoara, ou agarrada marajoara, por sua vez, é uma prática corporal
típica da Ilha de Marajó, no Estado do Pará. Seu objetivo é derrubar o oponente
com as costas no chão e sujar as costas dele, por isso, procura-se não praticá-la em
locais de terreno sólido para evitar lesões nos participantes. É geralmente pratica-
da em areia fofa. Dadas as proporções, assemelha-se ao wrestling.

Nicholas Piccillo | Stock.adobe.com


Acredita-se que o wrestling tenha começado a ser praticado na Grécia Antiga. Essa luta
passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos no ano de 704 a.C., e os lutadores duelavam nus.

O huka-huka é uma luta indígena brasileira bastante praticada na região do


Alto Xingu, no Estado do Mato Grosso. Durante a sua prática, tenta-se levantar o
oponente, desequilibrá-lo e, então, derrubá-lo. Ela se inicia com os participantes
ajoelhados.

Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/sites/_agenciabra-


sil2013/files/fotos/982677-29102015_dsc_9262.jpg

O huka-huka está presente nos Jogos Mundiais Indígenas. Na foto, mulheres da etnia
Kuikuro fazem demonstração dessa modalidade.

78 Educação Física 7 o Ano


O jiu-jitsu brasileiro se assemelha ao judô, porém a sua ênfase é na aplicação
de técnicas de torções que visam levar o oponente a desistir da luta. Diferente-
mente do judô, essa modalidade de luta ocorre predominantemente no solo.

O jiu-jitsu original che-


gou ao Brasil no início do
século XX com o mestre
Mitsuyo Maeda, que pas-
Виталий Сова | Stock.adobe.com

sou seus conhecimentos


para a família Gracie, tor-
nando-a precursora do
sistema brasileiro desse
esporte no País.

À medida que estudamos cada uma dessas modalidades de luta, passamos a


compreendê-las e explicá-las melhor. Além disso, diminuímos as chances de rea-
lizarmos pré-julgamentos e, assim, assumirmos posturas preconceituosas para
com elas e seus praticantes. Concorda?
É preciso ampliar o nosso conhecimento sobre as práticas corporais histori-
camente criadas pela humanidade, pois só dessa forma poderemos praticá-las e
apreciá-las de forma crítica, consciente e autônoma.

PARA REFLETIR!
O nosso país possui uma enorme diversidade cultural, que deve ser respeitada e valo-
rizada. Não é porque a nossa cultura é diferente de outras que devemos desconsiderá-la.
Pelo contrário, devemos buscar conhecê-la. Essa atitude contribui para que não venha-
mos a formar preconceitos.
Nesse contexto, não há luta melhor ou pior, certa ou errada, bonita ou feia, que deve
ser mais ou menos praticada. Pois cada uma delas apresenta importantes significados cul-
turais para os seus praticantes. Pense nisso!

7 o Ano Educação Física 79


PESQUISA
Escolha uma luta do Brasil e realize uma pesquisa sobre a sua história, normas de conduta,
técnicas de ataque, defesa e controle, indumentárias, etc. Logo após, escreva no espaço a
seguir uma síntese dos resultados encontrados.

Resposta pessoal.

3. Cada modalidade de luta possui características que nos permitem identificá-la.


As imagens a seguir retratam algumas das mais praticadas no nosso país. Preen-
ATIVIDADE

cha as lacunas com o nome da modalidade de luta que cada imagem representa.
Considere as opções de respostas presentes no quadro abaixo

Capoeira Huka-huka Jiu-jitsu brasileiro Luta marajoara

default/files/thumbnails/image/uka_uka_kua-
2wal-jgsnw2CXgecfJjcQk=/770x0/ht-
h t t p s : // i m a g e n s . e b c . c o m . b r /G k X L s -

t p s : //a g e n c i a b r a s i l . e b c . c o m . b r /s i t e s /
Scott Griessel | Stock.adobe.com

rup_0508202919.jpg?itok=QiJ6jIF6

Capoeira Huka-huka
http://seel.pa.gov.br/sites/default/

Marek | Stock.adobe.com
files/img_9290.jpg

Luta marajoara Jiu-jitsu brasileiro

80 Educação Física 7 o Ano


Capoeira
Há diferentes narrativas que tentam explicar a origem da capoeira. A mais
aceita pelos estudiosos é que ela foi desenvolvida no Brasil, no Período Colonial,
pelos negros escravizados que vieram da África.
Como sabemos, no século XVI, Portugal passou a trazer pessoas de diferen-
tes países do continente africano para serem escravizadas no Brasil. No entanto,
quando aqui chegaram, os africanos não trouxeram consigo apenas a sua força de
trabalho, mas também a sua cultura.
Estudos revelam que, nesse período, no sul da Angola existia um ritual de luta
chamado de n’golo, também conhecido como dança das zebras. Esse ritual era
assim chamado porque os participantes realizavam golpes que se assemelhavam
aos movimentos utilizados pelas zebras, como coices e cabeçadas. Nele, os africa-
nos lutavam ao som de tambores para disputar as mulheres da tribo.
Diante do sofrimento e da opressão que aqui viviam, os negros passaram a se
rebelar contra os seus escravizadores brancos. A partir do n’golo, eles criaram uma
luta que pudesse lhes ajudar no processo de resistência e libertação: a capoeira.
Com o passar das décadas, a duras penas, a capoeira foi tomando outros sig-
nificados. O que antes era proibido por lei passou a ser praticado e ensinado li-
vremente. O que antes era tido como “coisa de escravo” passou a ser patrimônio
cultural brasileiro.
Cada vez mais, grupos de capoeira passaram a existir e a difundir essa luta no
Brasil e no mundo, por meio de aulas, apresentações, eventos, etc. Cada um com
sua forma de entender e ensinar capoeira.
Podemos dizer que existem dois estilos dessa modalidade de luta: a capoeira
de angola e a capoeira-regional. Cada uma delas apresenta uma série de peculia-
ridades. Neste capítulo, poderemos ampliar o nosso conhecimento acerca da ca-
poeira de angola.

VOCÊ SABIA?
A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma
de ludibriar (enganar) os escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam
dançando e cantando, quando, na verdade, treinavam capoeira. Ela determina o ritmo da
luta durante a roda, o qual pode variar entre bem lento e bastante acelerado.

7 o Ano Educação Física 81


PARA REFLETIR!
A capoeira pode ser considerada uma arte marcial? Para responder a essa pergunta,
precisamos saber o que esse termo significa. Concorda?
Estudos revelam que o termo arte marcial tem origem greco-romana e se refere à arte
da guerra. A palavra marcial é originada da palavra Marte, que, para os gregos, representa-
va o deus da guerra.
Assim sendo, as lutas que foram aperfeiçoadas para serem utilizadas em guerras
contra outros povos podem ser consideradas artes marciais. Outra forte característica
dessas práticas corporais é que cada uma delas carrega a essência filosófica e cultural do
povo que a criou, muitas vezes sendo vivenciadas como uma filosofia de vida.
Considerando que a capoeira foi criada, no Brasil, pelos escravos negros, como uma
luta a ser utilizada em combate contra os seus escravizadores, podemos considerá-la uma
arte marcial. Essa prática corporal traz consigo a história e a cultura afro-brasileira.
É preciso estarmos atentos ao contexto histórico em que as modalidades de luta fo-
ram criadas, pois, diferentemente do que a mídia informa, nem todas as lutas são artes
marciais. Fique ligado!

Capoeira de angola
Não há como falar da capoeira de angola sem pronunciar o nome do Mestre
Pastinha, considerado o pai dessa prática corporal.
Segundo o Mestre Pastinha, os negros advindos da Angola eram os que mais se
destacavam na prática da capoeira na Bahia, por isso o nome capoeira de angola.
Esse estilo de capoeira é considerado por alguns como o mais original. Os es-
tudiosos da área afirmam que esse é o estilo mais próximo de como os escravos
praticavam a capoeira. Ela se caracteriza por ser um pouco mais lenta e por se de-
senvolver mais perto do solo. O que não quer dizer que também não seja praticada
com a postura mais ereta e com movimentos mais rápidos.
Inicialmente, existem duas formas de se vivenciar a capoeira de angola: o jogo
de dentro e o jogo de fora.
No jogo de dentro, o objetivo dos praticantes é atingir a cabeça do camarada
(parceiro com quem se está lutando). É uma forma de luta mais rasteira. Já no jogo
de fora, luta-se com uma postura mais ereta e pode-se atingir qualquer parte do
corpo do camarada.

82 Educação Física 7 o Ano


Seus cânticos são acompanhados por um conjunto de oito instrumentos. São
eles: berimbau gunga (possui som mais grave, que faz a marcação do toque e rege
a roda de capoeira), berimbau médio, berimbau-viola (apresenta som mais agudo),
caxixi, atabaque, pandeiro, agogô e reco-reco.
O jogo de angola se inicia com dois camaradas agachados perto da pessoa que
está tocando o berimbau. Em seguida, eles se cumprimentam (geralmente dando
as mãos) e começam a vadiar (jogar capoeira de angola). Após jogarem, esses dois
camaradas devem retornar ao pé do berimbau para se saudarem novamente, dan-
do oportunidade para mais dois capoeiristas.

4. A música foi introduzida como forma de ludibriar (enganar) os escravizadores. Na


capoeira de angola, ela é acompanhada por uma bateria de oito instrumentos. Analise
ATIVIDADE

as imagens a seguir e responda a que instrumento cada uma delas corresponde.

BrunoMartinsImagens | Stock.
Joa Souza | Stock.adobe.com

adobe.com

Berimbau Agogô
Fred Pinheiro | Stock.adobe.com

Thiago | Stock.adobe.com

Atabaque Reco-reco

7 o Ano Educação Física 83


charnsitr | Stock.adobe.com
ibenk.88 | Stock.adobe.com

Pandeiro Caxixi

VOCÊ SABIA?
Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em
1889, é considerado o pai da capoeira de angola. Começou a treinar capoeira com um
africano, Mestre Benedito, que o viu apanhar de um rival em sua infância. Após as apren-
dizagens que obteve, Pastinha dedicou sua vida à capoeira. É reconhecido nacionalmente
por ter se empenhado na difusão da capoeira de angola.
http://www.palmares.gov.br/wp-content/uploads/2019/04/Pasti-
nha-1.jpg

Apesar da fama, o velho mestre terminou seus dias esquecido. Expulso do Pelourinho
em 1973 pela prefeitura, sofreu dois derrames seguidos que o deixaram cego. Morreu aos
93 anos.

84 Educação Física 7 o Ano


5. O Mestre Pastinha em muito contribuiu para a difusão da capoeira de angola
no Brasil e no mundo. Sobre a capoeira, uma das suas frases que ficou mais co-
ATIVIDADE

nhecida foi:

“Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu
fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista.”

Reflita sobre a frase do Mestre Pastinha. Em seguida, escreva no espaço a seguir


as conclusões às quais você chegou.

Resposta pessoal.

6. Em 1998, foi lançado um documentário chamado Pastinha, uma vida pela capoeira.
A obra narra a história do Mestre Pastinha e da capoeira no Brasil. Assista ao vídeo
com muita atenção, pois certamente você terá ricas aprendizagens. Em seguida, es-
creva uma síntese no seu caderno dos conhecimentos veiculados no documentário.

https://www.youtube.com/watch?v=RpBW7dlNqrI

Alguns movimentos corporais da capoeira de angola


A capoeira de angola dispõe de um vasto repertório de movimentos corporais
que passaram a compor a cultura corporal da humanidade. O nome desses movi-
mentos varia de acordo com a região e o grupo de capoeira onde são vivenciados.
Existem várias formas de se classificar os movimentos da capoeira de angola.
De acordo com o Mestre Bola Sete, podemos classificá-los em:

7 o Ano Educação Física 85


1. Movimentos defensivos:
» Ginga: é o movimento principal da capoeira. Por meio da ginga é que se reali-
zam os demais movimentos.
» Negativa: é uma esquiva que o praticante faz descendo ao solo. Apoia-se em
uma das pernas e deixa-se a outra estendida. As duas mãos vão ao chão. Utili-
za-se, por exemplo, para se defender de uma meia-lua ou rabo de arraia.
» Rolê: na posição agachada, com o auxílio das mãos, realiza-se um giro que
permite ao praticante se afastar ou se aproximar do camarada.
» Aú: em um movimento de rotação, apoia-se as mãos no solo, eleva-se as per-
nas e, em seguida, volta-se à posição ereta. Frequentemente usado para ini-
ciar a luta e para escapar de técnicas como a rasteira e a tesoura. Popularmen-
te conhecido como estrelinha.

2. Movimentos desequilibrantes:
» Rasteira: é uma espécie de “varredura”, na qual se encaixa o pé na altura do
calcanhar do camarada procurando derrubá-lo.
» Banda: aproxima-se do camarada, encaixa-se uma perna atrás do seu corpo e
procura-se derrubá-lo com o auxílio do braço ou da cabeça.
» Tesoura: encaixam-se as duas pernas na altura dos joelhos do camarada e,
com um movimento de rotação, tenta-se derrubá-lo.
» Boca de calça: em um rápido movimento, segura-se a boca de calça ou a perna
do camarada, puxando-a em sua direção, derrubando-o para trás.

3. Movimentos traumatizantes:
» Cabeçada: como o próprio nome já indica, lança-se a cabeça em direção ao corpo
do camarada.
» Meia-lua: consiste em lançar a perna de trás de forma estendida, em um movi-
mento de rotação, de fora para dentro.
» Rabo de arraia: agacha-se sobre a perna da frente e, com a outra perna livre, rea-
liza-se um movimento de rotação, varrendo na horizontal ou diagonal. Quando
se inicia o movimento de rotação, as duas mãos vão ao solo para melhor equilí-
brio. Atinge-se o camarada com o calcanhar. Também é conhecido por meia-lua
de compasso.
» Chapa de costas: é um golpe de coxa erguida, aplicado com a planta do pé.
» Ponteira: eleva-se a perna de forma estendida com bastante rapidez e recolhe-se
imediatamente. Desferido com a ponta do pé.
» Joelhada: só é aplicado quando o capoeirista está bem próximo do outro.
86 Educação Física 7 o Ano
7. Analise cada imagem a seguir e escreva a que movimento corporal da capoeira
angola ela corresponde. Para tanto, considere as opções de respostas a seguir.
ATIVIDADE

Joelhada Ponteira Chapa de costas Rabo de arraia Tesoura

Meia-lua Cabeçada Rolê Aú Banda

Ginga Negativa Rasteira Boca de calça

Rolê Negativa

Ginga Aú

Rasteira Banda

7 o Ano Educação Física 87


Tesoura Chapa de costas

Boca de calça Meia-lua

Cabeçada Ponteira

Rabo de arraia

88 Educação Física 7 o Ano


Mas, afinal, capoeira é luta, dança, jogo ou esporte?
Como diz o contramestre Henrique Kohl, (mais conhecido como Tchê), pro-
fessor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a capoeira é um fenôme-
no híbrido.
Para alguns, ela pode ser entendida como jogo, tanto que, por vezes, ouvimos
pessoas dizendo que irão “jogar” capoeira. Isso ocorre devido à sua atual possibili-
dade de prática com viés lúdico.
Para outros, a capoeira é vista como uma dança, pois, além de envolver músi-
ca, engloba os elementos: ritmo, espaço e gestos.
Atualmente, a capoeira também está inserida na lógica do esporte. Hoje,
temos diversas federações de capoeira no Brasil, as quais promovem diferentes
eventos competitivos.
Contudo, não devemos nos esquecer de que, antes de poder ser entendida
como jogo, dança e/ou esporte, a capoeira surgiu como uma arte marcial, ou seja,
uma prática corporal a ser utilizada com fins de guerra. Portanto, a capoeira é es-
sencialmente luta.

8. Em 1993, foi lançado um dos filmes que abordam o tema da capoeira de forma
bastante emocionante. O filme Only the Strong retrata a atuação de um professor
ATIVIDADE

que tenta ensinar capoeira para os alunos rebeldes de uma escola norte-ameri-
cana. Durante o filme, é possível ampliarmos o nosso conhecimento acerca dos
movimentos corporais da capoeira, seus instrumentos, musicalidade, etc. Assista
ao filme e, em seguida, escreva uma síntese das suas aprendizagens no espaço a
seguir.

Resposta pessoal.

7 o Ano Educação Física 89


Educação Física
Capítulo 7 Lucas
Vieira

7ENSINO FUNDAMENTAL - 7O ANO


Educação Física
capítulo 7
7o ano do Ensino Fundamental
Lucas Vieira

Editor
Lécio Cordeiro

Revisão de texto
Departamento Editorial

Capa e projeto gráfico


Amanda Travassos, Christiana Pacis e
Sophia Karla

Diagramação
Sophia Karla e Cynthia Rodrigues

Ilustrações
Rafael Silva

Direção de arte
Elto Koltz

Coordenação editorial
Multi Marcas Editoriais Ltda.
Rua Neto Campelo Júnior, 37 – Mustardinha – Recife/PE
Tel.: (81) 3447.1178
CNPJ: 00.726.498/0001-74 – IE: 0214538-37

Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos dos


textos contidos neste livro. A Editora pede desculpas se houve alguma omis-
são e, em edições futuras, terá prazer em incluir quaisquer créditos faltantes.

Para fins didáticos, os textos contidos neste livro receberam, sempre que
oportuno e sem prejudicar seu sentido original, uma nova pontuação.

O conteúdo deste livro está adequado à proposta da


BNCC, conforme a Resolução nº 2, de 22 de dezembro
de 2017, do Ministério da Educação.
7
práticas corporais Capítulo

de aventura:
Le Parkour

Vamos dialogar?
Olá! Neste capítulo, estudaremos a prática corporal de
aventura urbana chamada Le Parkour, ou Parkour. Você já ou-
viu falar nela? Sabe quando foi criada e qual é o objetivo dessa
atividade? Conhece alguém que já a praticou? Você sabe qual
é o significado da palavra parkour? Quais são os principais mo-
vimentos corporais dela? Onde podemos praticá-la?
Ao longo deste capítulo, você terá a oportunidade de am-
pliar os seus conhecimentos sobre essa prática corporal de
aventura urbana. Vamos lá!
YoraPechkin | Stock.adobe.com

90 Educação Física 7 o Ano


O que são práticas corporais de aventura?
As práticas corporais de aventura fazem parte da cultura corporal da humani-
dade e foram produzidas por homens e mulheres, em diferentes regiões do Plane-
ta, ao longo de vários séculos.
Embora nem toda prática corporal de aventura seja um esporte, elas podem
ser conhecidas como esportes de risco, esportes alternativos, esportes extre-
mos, esportes radicais, entre outras definições.
Essas práticas corporais se caracterizam por envolver riscos controlados e
situações de imprevisibilidade causadas pelo ambiente desafiador em que geral-
mente ocorrem. Por isso, o uso de equipamentos de proteção durante a realização
dessas atividades é imprescindível.
Podemos classificá-las com base em diferentes critérios, dentre eles o am-
biente em que são realizadas. Assim, podemos categorizá-las em: práticas corpo-
rais de aventura na natureza e práticas corporais de aventura urbana.

Práticas corporais de aventura na natureza


Como exemplos mais comuns que envolvem aventura na natureza, podemos
citar o rapel, o arborismo, a escalada, o bungee jump, o paraquedismo, o balonismo,
a pesca esportiva, entre tantos outros.
Delphine Poggianti | Stock.adobe.com

A tirolesa é um tipo de prática corporal de


aventura na natureza.
Dewald | Stock.adobe.com

A corrida de mountain bike, ou MTB, exige bas-


tante preparo físico e o uso de equipamentos
de segurança.

7 o Ano Educação Física 91


Práticas corporais de aventura urbanas
Já o skate, o ciclismo, o slackline, entre outros, fazem parte da modalidade de
práticas corporais de aventura urbanas.

Charles LIMA | Stock.adobe.com

A modalidade patins in-line é um exemplo de prática urbana (ou esporte radical).

No entanto, é preciso destacar que muitas dessas práticas corporais podem


ser realizadas tanto na natureza quanto em ambientes urbanos, como é o caso do
rapel, do bungee jump, da escalada e do slackline.
Fred Marie | Stock.adobe.com

Prática de slackline urbano. Paris, França.

1. Você já praticou alguma das modalidades de aventura que discutimos até ago-
ra? Se sim, cite-a(s) no espaço a seguir. Se não, compartilhe as que você possui in-
ATIVIDADE

teresse em conhecer. Se achar pertinente, pesquise em outras fontes.

Resposta pessoal.

92 Educação Física 7 o Ano


Você sabe o que é Parkour?
A palavra parkour vem de parcours, do francês, que significa percurso. Na divisão
de gênero, os praticantes homens são chamados de traceurs, e as mulheres, de tra-
ceuses. Na língua portuguesa, essa expressão se aproxima de percurso de obstáculos.
standret | Stock.adobe.com

Jacob Lund | Stock.adobe.com


Traceur. Traceuse.

O objetivo dessa atividade física consiste em realizar um percurso sem que


haja a necessidade de desviar dos obstáculos que estiverem no caminho. A ideia é
superar essas obstruções por meio de movimentos que envolvem corridas, saltos,
escaladas, rolamentos, etc.
No que diz respeito aos aspectos históricos dessa prática corporal, os estudos
afirmam que ela foi criada por David Belle e os irmãos Yahn, Frederic Hnautra e
David Malgogne, na França, na década de 1980.
Para estruturar o Parkour, David Belle teria se apropriado de uma prática cor-
poral bastante presente em instituições militares, chamada de Método Natural.

VOCÊ SABIA? Agence Rol - Bibliothèque nationale de France | Wikipedia.org

O Método Natural foi idealizado


por Georges Hébert, que, dentre outras
realizações, desenvolveu um percurso
de obstáculos para treinamento militar,
chamado de parcours du combattant,
bastante utilizado por soldados france-
ses na Guerra do Vietnã.

7 o Ano Educação Física 93


PARA REFLETIR!
a noite. Elas são resultado de um processo de trans-
Professor, espera-se que o aluno perceba que as
práticas corporais não foram inventadas do dia para

formações que ocorreram ao longo da história.

Como dizia o químico francês Antoine-Laurent Lavoisier (1743 – 1794): “Na natureza
nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”. Essa afirmação também pode ser aplica-
da às práticas corporais da humanidade, dentre elas o Parkour.
Como vimos em linhas anteriores, estudos categorizam David Belle o precursor do
Parkour, mas sabemos que os movimentos que deram origem a essa prática já existiam —
antes mesmo de o Método Natural. De acordo com essa linearidade, de que forma você
compreende a criação de práticas corporais? Pense nisso!

Movimentos básicos do Parkour


Toda prática corporal apresenta uma série de movimentos que lhes são carac-
terísticos. No Parkour não é diferente. Por ser uma atividade inserida na modalida-
de de aventura urbana, alguns movimentos são mais complexos e arriscados que
outros. A seguir, conheceremos os mais essenciais.
Arsenii | Stock.adobe.com

Arsenii | Stock.adobe.com

Wall run, ou escalada. Tic tac.


Eugenio Marongiu | Stock.adobe.com
Eugenio Marongiu | Stock.adobe.com

Salto de precisão. Cat leap, ou pulo do gato.


Dimco | Stock.adobe.com

Dimco | Stock.adobe.com

Monkey vault. Fast vault.


94 Educação Física 7 Ano
o
Rolamento, movimento realizado após uma aterrissagem.

2. Analise os movimentos corporais básicos do Parkour que foram apresentados.


Em seguida, separe uma folha à parte ou o seu caderno para desenhar um percurso
ATIVIDADE

com obstáculos encontrados em locais urbanos, como praças, parques, avenidas,


etc. Para finalizar essa atividade, informe quais são os movimentos que podem ser
realizados em cada obstáculo do seu percurso. Resposta pessoal.

3. Considerando os movimentos corporais básicos do Parkour que foram estudados,


analise, em grupo, os espaços da sua escola e identifique locais com potencial para a
realização dessa prática contemporânea. Em seguida, cite-os nas linhas a seguir.

Resposta pessoal.

7 o Ano Educação Física 95


PESQUISA

Em toda prática corporal de aventura urbana, há riscos que devem ser previstos e con-
trolados na medida do possível. Após analisar o espaço escolar junto aos seus colegas,
pesquise e descreva medidas de prevenção para cada lugar escolhido para a realização do
Parkour. Para facilitar, você pode especificar essas medidas de acordo com os movimentos
básicos da modalidade e seus respectivos riscos e as possibilidades de minimizá-los.

Resposta pessoal.

O Parkour e os equipamentos de proteção

Conforme estudamos, os praticantes de Parkour realizam movimentos cor-


porais que envolvem corridas, saltos, escaladas e rolamentos. Por isso, é preciso
tomar os devidos cuidados ao praticá-lo.
Como em toda prática corporal de aventura, essa atividade deve ser realizada
com o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Por mais que a execução
das suas técnicas necessite de um traje que não limite a amplitude dos movimentos
dos traceurs e das traceuses, não se pode abrir mão de, pelo menos, um par de tênis
adequado. Este acessório ajuda a amortecer os impactos nas articulações ao reali-
zar as aterrissagens e melhora a performance. Além disso, também é recomendado
o uso de munhequeiras para proteger os pulsos do contato com superfícies ásperas.

PARA REFLETIR!
Desde seu surgimento, o Parkour segue princípios filosóficos objetivando o bem-estar
e a qualidade de vida dos seus praticantes, que treinam suas habilidades motivados pela
superação pessoal e sempre incentivados pelos colegas do grupo ao qual pertencem. Essa
atividade se preocupa com a prevenção das lesões, mas não traz de forma organizada uma
metodologia de ensino sistematizada, e, por isso, o processo de aprendizagem em grupos
de praticantes é diferente de academias, clubes ou outros espaços de convivência social
em que o esporte costuma ser protagonista. De acordo com um famoso traceur, “viver o
Parkour é muito importante, porque ele não depende só do exercício físico, ele depende do
psicológico e dos valores que se desenvolvem com a prática.”
E você, o que acha da filosofia dessa prática corporal? Pense nisso!
Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/download/19690/16449/. Acesso em: 15/10/2020. Adaptado.

96 Educação Física 7 o Ano

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