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ALÈO em 10 de novembro de 1945.

Távora ensaia:

Nos fins do séc. 19, apesar das novas soluções que surgiam e ajudavam a arquiteturas, toda a
europa incluindo Portugal vinham a sofrer uma perca de caracter nas suas arquiteturas, vindo a
perder formas velhas e consagradas.

A solução (romântica na sua essência) foi procurar no passado a solução do problema. Essa
procura não passou de uma “falsa interpretação da arquitetura antiga para resolver problemas
vivos e do presente”

Com isso Aplicou-se formas do passado sem logica e forma, o que só agravou o problema. Em
Portugal “A casa antiga não veio introduzir nada de novo ainda atrasando o desenvolvimento
da nossa arquitetura.

Na europa nascia a arquitetura moderna, enquanto em Portugal a procura de uma arquitetura


de caracter local e independente não se relacionavam com o mundo em redor.

Criou-se um impasse pois se a arquitetura nascia da espontaneidade do povo o nosso povo


estava preso num estilo ausente de qualquer sentido vivo.

Infelizmente por Casa Portuguesa marcou-se uma obsessão pelo decorativo e pormenores
inúteis, manifestação barroca. Não se aprendeu nessa viagem ao passado que tal ida só nos é
útil se nos resolver problemas do presente. “Um auxílio e não uma obsessão”.

Uma Boa arquitetura existe de uma boa logica dominante, uma íntima e constante força que
unificam entre si todas as formas, sendo casa e difícil um corpo vivo.

Proteger o conceito de “Casa Portuguesa” (da época) é legalizar uma mentira. E na arquitetura
a uma ética onde sendo o homem a unidade de escala, devemos exigir as mesmas qualidades
quando analisamos o “Homem Verdadeiro”.

Para a Arquitetura de Hoje Távora escreve:

As casas de hoje terão que nascer de nós, das nossas condições e circunstâncias em que
vivemos no tempo e espaço. Isso causa causara soluções reais bem diferentes dos até agora
presentes na nossa arquitetura.

A empreitada será grande e de todos, pois é algo superior aos arquitetos (meramente estética
ou formal).

impõe-se um trabalho sério, conciso, bem orientado e realista, cujos estudos poderiam, talvez,
agrupar-se em três ordens: a) do meio português; b) da Arquitetura portuguesa existente; c) da
Arquitetura e das possibilidades da construção moderna no mundo.

do meio português – 2 elementos fundamentais, Homem e a Terra. Pois variam as condições e


as circunstâncias, os homens não são os mesmos e os meios mudaram, as ideias sociais,
políticas e económicas mudaram. Para quê teimar em permanecer, quando tudo 5 nos convida
para um caminho diferente?

O estudo da Arquitetura portuguesa, ou da construção em Portugal - A casa popular fornecer-


nos-á grandes lições quando devidamente estudada, pois ela é a mais funcional e a menos
fantasiosa, numa palavra, aquela que está mais de acordo com as novas intenções. Apesar que
o atual estudo do «pitoresco» para exposições para nacionais e estrangeiros: conduz ao beco
sem saída da mais completa.
Somos homens duma época, trágica talvez, muito triste porventura, decadente mesmo, mas na
qual nem tudo é decomposição e ruína- MAS Na arquitetura contemporânea acharemos a
prometedora solides, e como as suas condições também nos afetam não devemos ter receio
de entroncar a arquitetura portuguesa na contemporânea, pois não perderemos nosso
caracter.

O caminho a trilhar é único e não poderemos estagnar, a posteridade não perdoa.

“É impossível, para os homens de hoje, poderem ver o resultado completo dos seus esforços;
porém as grandes obras e as grandes realidades pertencem não a indivíduos, mas a uma
comunidade constituída não só pelos presentes como pelos que hão de vir, e dentro deste
espírito ficaremos contentes em saber que as gerações vindouras obterão as soluções que
sonhamos e para as quais colaboramos, sem, no entanto, ter o prémio da usa completa
realização”

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