Você está na página 1de 15

Processos

Metalúrgicos
de Fabricação

Aula 18 – Conformação mecânica-Parte I

MURILO PARRA CUERVA


Objetivo

Conhecer os processos de conformação por


compressão direta, além de suas variantes.

Nesta aula

 Conformação mecânica

 Temperatura homóloga

 Laminação

 Forjamento
Conformação mecânica

Existem vários processos de conformação mecânica e,


dependendo do esforço aplicado, eles podem ser
classificados em cinco categorias:

a) Processos de compressão direta

 Laminação

 Forjamento

b) Processos de compressão indireta

 Trefilação

 Extrusão

c) Processos de tração

 Estiramento de peças

d) Processos de dobramento

 Calandragem

e) Processos de cisalhamento

 Estampagem de corte
Figura 1: Processos de conformação.
Fonte: https://cutt.ly/KgGuqkR Acesso: 04/11/2020.

As operações de conformação mecânica são processos


de trabalho dentro da fase plástica do material, desta forma
o material permanece na forma na qual foi conformado.

É importante entendermos este processo para


entrarmos no assunto de conformação.
Temperatura homóloga

Primeiro temos que entender o que é a temperatura


homóloga:

𝑻𝑻
𝑻𝒉 =
𝑻𝑭

Onde:

Th Temperatura homóloga

TT Temperatura de trabalho

TF  Temperatura de fusão

O processo de conformação pode ser classificado como


trabalho a frio, a morno ou a quente, dependendo da
temperatura homóloga.

 Trabalho a quente (TQ): é o trabalho feito quando a


temperatura homóloga vale mais do que 0,5.

 Trabalho a morno (TM): é o trabalho feito na faixa da


temperatura homóloga de 0,3 e 0,5.

 Trabalho a frio (TF): é feito em temperaturas homólogas


menores do que 0,3.
Figura 2: Escala de temperatura homóloga.
Fonte: https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6469-aspectos-de-
temperatura-na-conformacao Acesso: 04/11/2020.

Conformação e encruamento

A conformação em temperatura ambiente provoca um


fenômeno que se chama encruamento, ou seja, quando
aplicado uma pressão, há o estiramento do material,
quebrando seus grãos.

Figura 3: Tensão x deformação x encruamento.


Fonte: https://cutt.ly/2gGuieJ Acesso: 04/11/2020.
Trabalho mecânico primário:

É aquele realizado em lingotes, com o objetivo de


produzir formas simples, tais como placas, tarugos, barras,
chapas.

Trabalho mecânico secundário:

É aquele que leva os produtos do trabalho mecânico


primário a formas e objetos definitivos.

Laminação

É um processo de conformação mecânica em que o


material é forçado a passar entre dois cilindros, girando em
sentido oposto com a mesma velocidade superficial,
distanciados entre si a uma distância menor do que o valor
da espessura da peça a ser deformada.

Ao passar pelos dois cilindros o material sofre


deformação plástica, sendo a espessura reduzida e o
comprimento aumentado. Como exemplo, chapas, perfis,
tarugos.

A zona de deformação é a região correspondente ao


volume de metal, limitado pelo arco de contato do cilindro
com o metal e pelos planos de entrada e saída. Na zona de
deformação existe um ponto onde a velocidade periférica “V”
dos cilindros é igual à velocidade da placa, este ponto é
chamado de “ponto neutro” ou “ponto de não deslizamento”.

Tipos de laminadores

O laminador é constituído de uma estrutura metálica que


suporta os cilindros de laminação. Existem vários tipos de
laminadores, como veremos nas figuras a seguir.

a) Laminador Duo e Duo reversível

Dois cilindros dispostos na mesma direção, girando em


sentidos opostos.

Figura 4: Laminador duo e duo reversível.


Fonte: https://cutt.ly/KgGuqkR Acesso: 04/11/2020.
b) Laminador trio

Composto de três cilindros dispostos na mesma direção.


O material a ser laminado passa entre o cilindro inferior e o
intermediário e, na volta, passa entre o intermediário e o
cilindro superior.

Figura 5: Laminador trio.


Fonte: https://cutt.ly/KgGuqkR Acesso: 04/11/2020.

c) Laminador quádruo

É formado por quatro cilindros na mesma direção. O


material a ser laminado passa entre os dois cilindros
intermediários, os cilindros externos servem como apoio aos
cilindros intermediários, evitando que se deformem e
deformem a chapa durante a laminação.
Figura 6: Laminador quádruo.
Fonte: https://cutt.ly/KgGuqkR Acesso: 04/11/2020.

d) Laminador universal

É um tipo de laminador onde se tem uma combinação de


cilindros horizontais e verticais. É empregado na fabricação
de perfilados.

Figura 7: Laminador universal.


Fonte: https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6476-laminadores
Acesso: 04/11/2020.
Abaixo, vemos através da figura todo o processo de
obtenção de produtos acabados.

Figura 8: Produção por laminadores.


Fonte: http://www.mecanica-
ufrj.educacao.ws/util/b2evolution/media/blogs/joseluis/4-Conformacao-
Plastica-2016-1.pdf Acesso: 04/11/2020.
Forjamento

É um processo de deformação mecânica a quente


através da aplicação de força dinâmica (martelos) ou força
estática (prensa), pelo qual se modifica a forma de um bloco
metálico. Veremos dois tipos, o forjamento livre, ou de matriz
aberta, e de matriz fechada.

Figura 7: Forjamento em matriz aberta.


Fonte: http://www.mecanica-
ufrj.educacao.ws/util/b2evolution/media/blogs/joseluis/4-Conformacao-
Plastica-2016-1.pdf Acesso: 04/11/2020.
Figura 8: Forjamento em matriz fechada.
Fonte: https://maisoffroad.com/mitos-e-verdades-sobre-forjamento/ Acesso:
04/11/2020.

Projeto de uma matriz de forjamento:

Deve ser levado em consideração:

- Contração do metal

- Ângulos de saída

- Sobremetal para usinagem

- Raio de arredondamento

- Tolerância
Algumas dicas:

 Contração do metal 1% para aços

 Ângulo de saída  Geralmente 7°

 Sobremetal  Valores tabelados

 Tolerância  Com o desgaste da matriz, pode ocorrer o


desalinhamento entre a parte superior e inferior, além do
desgaste natural.

Conclusão

Na aula de hoje, aprendemos um pouco sobre conformação


mecânica, além do processo de forjamento e laminação. Na
próxima aula, estudaremos os outros tipos de conformação
plástica dos materiais.
Referências

CAMPOS FILHO, M. P.; DAVIES, G. J. Solidificação e Fundição


dos Metais e suas Ligas. São Paulo: Livros Técnicos e
Científicos, 1981.

GARCIA, A. Solidificação Fundamentos e Aplicações. 2. Ed.


Campinas: editora da Unicamp, 2011.

Você também pode gostar