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4º Ano – laboral
Disciplina:
Empreendedorismo e Marketing
Tema:
Comercialização de Hortícolas
Discentes:
Específicos:
Caracterizar as causas das perdas dos produtos durante a comercialização no
mercado varejista;
Identificar os factores que fectam o lucro das horticulas;
Contextualização
A olericultura empresarial surge como resposta ao desenvolvimento económico e o
crescimento da consciência pela necessidade de qualidade na alimentação. Porém,
Segundo Oliveira e Campos (2007), é importante considerar que o agro negócio de
olerícolas tem pontos preocupantes, por se tratar de uma actividade de maior risco para
o empresário rural, como: incidência de pragas e doenças, maior sensibilidade às
variações climáticas, notória ocorrência de anomalias de origem fisiológica, baixa
durabilidade pós-colheita e maiores cuidados no transporte e manejo pós-colheita.
As hortaliças distinguem-se dos demais produtos da agricultura principalmente pela alta
perecibilidade. Um dos maiores problemas da cadeia produtiva está no nível de perdas
pós-colheita, que estão aliadas a factores como injúrias mecânicas causadas por
embalagens inadequadas e manuseios incorrectos que começam na propriedade rural, na
colheita do produto, na classificação e selecção das hortaliças, indo até aos
consumidores intermediários e finais.
No caso do mercado agrícola segundo Zuil e Queiroz, 2006, no processo de
comercialização os produtos podem receber maior ou menor grau de pré-processamento
e diferenciação antes de vendidos pelos agricultores, o que confere a esses produtos
melhor apresentação, diferentemente de quando estes estão em estado bruto.
A alface, por exemplo, após sua produção, não sofre processamento nem é diferenciada.
A alface é vendida pelos agricultores em estado bruto. Há alguns agricultores que
desenvolvem actividades de classificação e embalagem, e outros produzem a alface de
forma orgânica sem uso de agros tóxicos. Isso confere à alface características
diferenciadas (isenta de pesticidas) permitindo, neste caso, que o produto faça parte do
mercado de bens especiais.
Nos mercados de verduras (locais ou regionais) os compradores e vendedores
estabelecem contacto. Os produtores ocupam, geralmente, o entorno dos
centros consumidores urbanos, mas há os que vendem para outros estados e países, estes
se apoiam em uma estrutura logística apropriada. Seus compradores são empresas e
comerciantes de todos os tipos que, de modo geral, situam-se nos principais centros
comunitários. No caso das empresas líderes mundiais no varejo de alimentos (como
Carrefour e Walmart), suas actuações nos mercados locais se processam por meio de
suas lojas e centrais de compra e distribuição.
De acordo com Mendes & Padilha Junior (2007), a comercialização agrícola deve ser
entendida como um processo contínuo e organizado de encaminhamento da produção
agrícola ao longo de um canal de comercialização, no qual o produto sofre
transformação, diferenciação e agregação de valor.
Em outras palavras, há o conceito de comercialização ligado ao vínculo existente entre a
produção e o consumo dos produtos, incluindo-se a transferência de direitos de
propriedade, a manipulação de produtos e os arranjos que contribuem para a satisfação
dos consumidores.
Ainda de acordo com Mendes & Padilha Junior (2007), a comercialização agrícola
busca simplificar as características do conjunto de actividades necessárias para que os
produtos cheguem até o mercado.
Os agentes que formam os canais de comercialização como tradings, atacadistas,
varejistas, centrais de compra e distribuição e serviços de alimentação, transportadoras,
armazenadoras e agro-indústrias processadoras, exercem as funções de comercialização
agrícola em suas diversas fases. Canais de distribuição, de acordo com Kotler (1998),
“são os conjuntos de organizações interdependentes que estão envolvidos no processo
de tornar um produto ou serviço disponível para uso ou consumo”. O sistema de
comercialização se torna eficiente, em consequência do cumprimento de determinadas
acções por parte dos agentes que formam um canal de comercialização. De acordo com
Neves (2001), “Tais funções contribuem para o fluxo do produto, dos serviços e das
informações balizem as operações de mercado, ademais sirvam para a previsão dos
riscos envolvidos nas negociações de pedidos e nos financiamentos destas”. Com efeito,
conforme Sprosser aponta (1997):
Percebe-se, a partir das afirmações de Neves e Sprosser, que existe concordância com
relação aos benefícios que os agentes intermediários trazem ao processo visto que
ambos reconhecem a necessidades de tais agentes. Para Neves (2001), os intermediários
possibilitam maior acesso do consumidor aos produtos; Sprosser (1997) ressalta a
importância positiva de tais agentes na redução de custos, em que pese o mesmo
Sprosser (1997) ao analisar tal função intermediária de forma mais ampla, classifica-a
como danosa (a acção desses intermediários) quando trazem efeitos negativos à cadeia
produtiva. Mas não são apenas os intermediários que afectam a comercialização dos
produtos agrícolas, havendo todo um conjunto de acções que de forma directa (por meio
de agentes que trabalham directamente no processo de comercialização) ou de forma
indirecta (através de circunstâncias que escapam ao controle dos agentes responsáveis
pelo processo), ora facilitando ora dificultando a rapidez da entrega que marcam a
presença desses agentes no processo de comercialização. Trata-se dos canais e fluxos de
comercialização que serão objectos de um estudo mais detalhado a seguir.
Comercialização de hortícolas
No que diz respeito à comercialização, de maneira geral esta pode ser definida como a
troca de bens e serviços entre agentes económicos. Como fruto dessas trocas, os agentes
efectuam as chamadas transacções, as quais fundamentam o funcionamento do sistema
económico (ZYLBERSZTAJN, 2000 apud LOURENZANI; BATALHA, 2004).
Para que os bens e serviços reflictam a preferência do consumidor, a comercialização
começa antes da produção. Dessa maneira, a termo "transferência" não significa apenas
transporte, mas todas as demais operações físicas envolvidas desde a aquisição dos
insumos para a produção até o produto chegar a gôndola do mercado (PADILHA
JUNIOR, 2006). Os processos de comercialização são realizados por agentes que
constituem os canais de distribuição ou comercialização (fluxo de comercialização), que
por sua vez, é a sequência de etapas por onde passa o produto agrícola até chegar ao
consumidor final, configurando a organização dos intermediários, cada qual
desempenhando uma ou mais funções de comercialização, e o arranjo institucional que
viabiliza as relações de mercado nas cadeias produtivas agro-industriais (WAQUIL;
MIELE; SCHULTZ, 2010). Assim, os canais de distribuição são responsáveis por
tornar um produto ou serviço disponível para o uso ou consumo.
Geralmente, os canais de comercialização são caracterizados por seu comprimento, ou
seja, pelo número de integrantes, constituindo-se, dessa forma, em canais directos e
indirectos, conforme existam ou não intermediários nas relações que os produtores
rurais estabelecem com o mercado (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010). Eles,
desempenham funções que tornam o sistema de comercialização eficaz do ponto de
vista económico. Entretanto, essas funções não são todas exercidas pelos agentes dos
canais de comercialização, mas também pelos agentes (representantes) e facilitadores,
que podem ser: empresas transportadoras, empresas de estocagem, empresas de
comunicação, agências financeiras e de seguros, empresas de pesquisa de mercado e de
certificação de produtos e processos (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010).
Waquil, Miele e Schultz (2010) divide os canais de distribuição em 5 (cinco) níveis:
nível zero, produtor que vende directamente ao consumidor final (feirantes); canal de
um nível, que possui um intermediário (varejista) na comercialização dos produtos
agrícolas; canal de dois níveis, que possui dois intermediários (atacadista e varejista);
canal de três níveis, que possui três intermediários (processadora de alimentos,
atacadista e varejista); canal de quatro níveis, canal que possui quatro intermediários.
Desinfecção
A desinfeccao é a etapa subsequente a limpeza dos equipamentos e das instalações,
devendo ser realizadas para a manutenção da qualidade dos produtos frescos. A
desinfecção visa a redução da população de microrganismos presentes numa superfície
higienizada para níveis próximos a zero. Mesmo após a limpeza, há contaminação
imperceptível, isto é, os microrganismos podem estar presentes nas superfícies dos
equipamentos e instalações. Para tal, recomendase a desinfecção utilizando os diversos
produtos e recomendacoes constantes. Os procedimentos específicos de limpeza e
desinfecção para cada equipamento/contentor devem ser descritos, considerando-se
também o tipo de produto que está associado com estes.
A contaminação cruzada em produtos frescos é um problema que deve ser evitado
através de medidas preventivas. Portanto, devemos seguir as recomendações contidas no
ítem 3 deste documento e observar o seguinte:
frutas e hortaliças frescas que não se prestarem para o consumo humano devem ser
separadas durante os processos de produção e colheita;
os trabalhadores envolvidos com a colheita não devem carregar nos contentores
destinados à produtos colhidos outros materiais, como alimentos, agrotóxicos,
entre outros;
equipamentos e contentores utilizados previamente para o transporte de
substâncias tóxicas (agrotóxicos, esterco, lixo) não devem ser utilizados para o
manuseio de frutas e hortaliças frescas;
prevenir-se contra a contaminação das frutas e hortaliças frescas ao proceder a
embalagem no campo, tomando-se o cuidado de não contaminar o produto pela
exposição dos contentores ao solo, fezes de animais ou esterco.
As perdas pós-colheita das hortaliças podem ser de três tipos: a fisiológica, por dano
mecânico ou pela incidência de parasitas. Estima-se que as perdas acumuladas pós-
colheita em hortaliças oscilem entre 20 e 50% na maioria dos países em desenvolvimento.
Formas de comercializar
Directos:
Feiras livres;
Beira de estradas.
Complexos:
Intermediarios.
O preço pago pelo consumidor varia pouco ao longo do ano, enquanto que o
preço recebido pelo produtor sofre mais variações;
2. Reducao de Riscos.
Nb: A comercialização deve ser bem planeada para garantir um bom rendimento.
Formas de venda
CEASA- centra de abastecimemto;
Emporios e mercados;
Reastaurntes;
Delivery – entrega ao domcilio;
Feira;
CSA- Comunidade que sustenta agricultura.
Distribuicao e comercializacao em Mocambique
Distribuição e comercialização
No país não existe ainda um sistema logístico eficiente para recolha, embalagem,
armazenagem e transporte de produtos hortícolas. A pós-colheita é caracterizada por
perdas elevadas, devido à deficiência nos sistemas de transporte, conservação e
escoamento. No entanto, deve-se notar que o país dispõe de cadeias de valor de
hortícolas, nomeadamente de batata reno, que conseguem comercializar quantidades
maciças destes produtos à longa distância. Isso dá uma ideia do dinamismo que existe
nestas cadeias, apesar do seu informalismo evidente. A função de transporte é, no geral,
mantida separada da comercialização, mesmo sendo o transportador rodoviário elo
essencial da cadeia de valor, com papel fundamental na função de posto de observação
privilegiado, pelo acesso aos volumes que são transportados ao longo e por trecho. O
transporte rodoviário é responsável por mais de 95% de todo o transporte em
Moçambique. O sistema de transporte rodoviário em Moçambique funciona a três
níveis:
Nos três corredores leste-oeste (Maputo, Beira e Nacala) e no principal corredor
norte-sul que percorre do sul de Maputo a norte de Nacala, que em sua larga
extensão é feito na Estrada Nacional número 1;
Nas principais zonas urbanas e particularmente nas redondezas dos portos;
Nas zonas rurais que alimentam os principais corredores.
No geral, a distribuição de produtos agrícolas em Moçambique é realizada em três
formas:
Canais de comercialização
comerciantes informais (mercados municipais, mercados suburbanos, barracas e
vendedores ambulantes);
comerciantes formais (mercearias e supermercados; estes últimos têm ganhado
espaços principalmente nas cidades emergentes como Matola,Moatize e Palma);
importadores (“mukheristas” e supermercados); e
exportadores (que em muitos casos são vendedores ambulantes).
Conclusão
Na comercialização de hortaliças, o produtor participa menos nos preços impostos ao
consumidor, sendo assim os produtores (a maioria), devem concentrar se na actividade
agrícola e a comercialização deve ser deixada para outros profissionais, como, gerentes
comerciais ou organizações associativas.
Referencia Bibliográficas
WAQUIL, Paulo Dabdab; MIELE, Marcelo; SCHULTZ, Glauco. Mercados e
Comercialização de Produtos Agrícolas.