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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AMBIENTAL E DOS RECURSOS NATURAIS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

ENGENHARIA AGRÍCOLA AMBIENTAL

4º Ano – laboral

Disciplina:
Empreendedorismo e Marketing
Tema:
Comercialização de Hortícolas

Discentes:

Anastácia Carlitos João

Antonio Manhica Gande

Gabriel Rui Eduardo

Stephan Constâncio José Gulengue Doente:

Engª: Regina Aleixo(Msc )

Chimoio, Setembro de 2022


Índice
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................1
Objectivos:...................................................................................................................................2
Geral.........................................................................................................................................2
Específicos...............................................................................................................................2
Contextualização..........................................................................................................................3
Comercialização de hortícolas......................................................................................................5
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PRÉ-COLHEITA......................................................................6
CONSIDERAÇÕES SOBRE A COLHEITA...............................................................................6
Limpeza e desinfecção.................................................................................................................7
Seleção e Classificação do Produto..............................................................................................8
Influência da comercialização nos produtores..............................................................................8
Perdas das hortícolas....................................................................................................................9
Principais funções da comercialização.......................................................................................10
Formas de comercializar............................................................................................................10
Formação do preço da comercialização......................................................................................10
Escolha do momento de venda...................................................................................................11
Formas de venda........................................................................................................................11
Distribuicao e comercializacao em Mocambique.......................................................................12
Distribuição e comercialização...............................................................................................12
Canais de comercialização.....................................................................................................13
Conclusão...................................................................................................................................14
Referencia Bibliográficas...........................................................................................................15
INTRODUÇÃO
A produção de hortícolas, tanto comercial como para a subsistência, possui um papel
importante para a actividade do sector agrícola familiar, contribuindo para o seu
fortalecimento e sua sustentabilidade.
Em África, a agricultura desempenha um papel preponderante na economia, tanto como
fonte de emprego para maioria da sua população assim como fonte de receitas de
governo através de exportação de produtos agrários.
A prática da agricultura constitui um dos pilares para assegurar o crescimento e
desenvolvimento e melhoria dos índices de produção e produtividade de hortícolas e
outras culturas associadas à cadeia de valores de hortícolas.
A horticultura é uma actividade que se desenvolve, fundamentalmente, com o uso de
tecnologias como, por exemplo, irrigação gota a gota, adubação, sombrite, fertilizantes
químicos, sementes melhoradas, e outras tecnologias que asseguram a melhoria dos
sistemas de produção.
Define se comercialização: ``o conjunto de actividades realizadas por instituições que se
acham empenhadas na transferência de bens e serviços desde o ponto de produção
inicial ate que eles atinjam o consumidor final `` (PIZA e WELSH, 1968).
A crescente demanda por produtos orgânicos está fortemente relacionada ao aumento da
exigência dos consumidores, internos e externos, com a qualidade dos alimentos e com
os impactos da agricultura sobre o meio ambiente (GOVERNO, 2005).
O interesse dos consumidores por novidades na área alimentar, tem contribuído para
que o mercado de hortaliças se estruture em vários segmentos, principalmente na
produção orgânica (MELO; VILELA, 2016).
Objectivos:
Geral:

 Descrever o processo de comercialização das hortícolas.

Específicos:
 Caracterizar as causas das perdas dos produtos durante a comercialização no
mercado varejista;
 Identificar os factores que fectam o lucro das horticulas;
Contextualização
A olericultura empresarial surge como resposta ao desenvolvimento económico e o
crescimento da consciência pela necessidade de qualidade na alimentação. Porém,
Segundo Oliveira e Campos (2007), é importante considerar que o agro negócio de
olerícolas tem pontos preocupantes, por se tratar de uma actividade de maior risco para
o empresário rural, como: incidência de pragas e doenças, maior sensibilidade às
variações climáticas, notória ocorrência de anomalias de origem fisiológica, baixa
durabilidade pós-colheita e maiores cuidados no transporte e manejo pós-colheita.
As hortaliças distinguem-se dos demais produtos da agricultura principalmente pela alta
perecibilidade. Um dos maiores problemas da cadeia produtiva está no nível de perdas
pós-colheita, que estão aliadas a factores como injúrias mecânicas causadas por
embalagens inadequadas e manuseios incorrectos que começam na propriedade rural, na
colheita do produto, na classificação e selecção das hortaliças, indo até aos
consumidores intermediários e finais.
No caso do mercado agrícola segundo Zuil e Queiroz, 2006, no processo de
comercialização os produtos podem receber maior ou menor grau de pré-processamento
e diferenciação antes de vendidos pelos agricultores, o que confere a esses produtos
melhor apresentação, diferentemente de quando estes estão em estado bruto.
A alface, por exemplo, após sua produção, não sofre processamento nem é diferenciada.
A alface é vendida pelos agricultores em estado bruto. Há alguns agricultores que
desenvolvem actividades de classificação e embalagem, e outros produzem a alface de
forma orgânica sem uso de agros tóxicos. Isso confere à alface características
diferenciadas (isenta de pesticidas) permitindo, neste caso, que o produto faça parte do
mercado de bens especiais.
Nos mercados de verduras (locais ou regionais) os compradores e vendedores
estabelecem contacto. Os produtores ocupam, geralmente, o entorno dos
centros consumidores urbanos, mas há os que vendem para outros estados e países, estes
se apoiam em uma estrutura logística apropriada. Seus compradores são empresas e
comerciantes de todos os tipos que, de modo geral, situam-se nos principais centros
comunitários. No caso das empresas líderes mundiais no varejo de alimentos (como
Carrefour e Walmart), suas actuações nos mercados locais se processam por meio de
suas lojas e centrais de compra e distribuição.
De acordo com Mendes & Padilha Junior (2007), a comercialização agrícola deve ser
entendida como um processo contínuo e organizado de encaminhamento da produção
agrícola ao longo de um canal de comercialização, no qual o produto sofre
transformação, diferenciação e agregação de valor.
Em outras palavras, há o conceito de comercialização ligado ao vínculo existente entre a
produção e o consumo dos produtos, incluindo-se a transferência de direitos de
propriedade, a manipulação de produtos e os arranjos que contribuem para a satisfação
dos consumidores.
Ainda de acordo com Mendes & Padilha Junior (2007), a comercialização agrícola
busca simplificar as características do conjunto de actividades necessárias para que os
produtos cheguem até o mercado.
Os agentes que formam os canais de comercialização como tradings, atacadistas,
varejistas, centrais de compra e distribuição e serviços de alimentação, transportadoras,
armazenadoras e agro-indústrias processadoras, exercem as funções de comercialização
agrícola em suas diversas fases. Canais de distribuição, de acordo com Kotler (1998),
“são os conjuntos de organizações interdependentes que estão envolvidos no processo
de tornar um produto ou serviço disponível para uso ou consumo”. O sistema de
comercialização se torna eficiente, em consequência do cumprimento de determinadas
acções por parte dos agentes que formam um canal de comercialização. De acordo com
Neves (2001), “Tais funções contribuem para o fluxo do produto, dos serviços e das
informações balizem as operações de mercado, ademais sirvam para a previsão dos
riscos envolvidos nas negociações de pedidos e nos financiamentos destas”. Com efeito,
conforme Sprosser aponta (1997):
Percebe-se, a partir das afirmações de Neves e Sprosser, que existe concordância com
relação aos benefícios que os agentes intermediários trazem ao processo visto que
ambos reconhecem a necessidades de tais agentes. Para Neves (2001), os intermediários
possibilitam maior acesso do consumidor aos produtos; Sprosser (1997) ressalta a
importância positiva de tais agentes na redução de custos, em que pese o mesmo
Sprosser (1997) ao analisar tal função intermediária de forma mais ampla, classifica-a
como danosa (a acção desses intermediários) quando trazem efeitos negativos à cadeia
produtiva. Mas não são apenas os intermediários que afectam a comercialização dos
produtos agrícolas, havendo todo um conjunto de acções que de forma directa (por meio
de agentes que trabalham directamente no processo de comercialização) ou de forma
indirecta (através de circunstâncias que escapam ao controle dos agentes responsáveis
pelo processo), ora facilitando ora dificultando a rapidez da entrega que marcam a
presença desses agentes no processo de comercialização. Trata-se dos canais e fluxos de
comercialização que serão objectos de um estudo mais detalhado a seguir.

Comercialização de hortícolas
No que diz respeito à comercialização, de maneira geral esta pode ser definida como a
troca de bens e serviços entre agentes económicos. Como fruto dessas trocas, os agentes
efectuam as chamadas transacções, as quais fundamentam o funcionamento do sistema
económico (ZYLBERSZTAJN, 2000 apud LOURENZANI; BATALHA, 2004).
Para que os bens e serviços reflictam a preferência do consumidor, a comercialização
começa antes da produção. Dessa maneira, a termo "transferência" não significa apenas
transporte, mas todas as demais operações físicas envolvidas desde a aquisição dos
insumos para a produção até o produto chegar a gôndola do mercado (PADILHA
JUNIOR, 2006). Os processos de comercialização são realizados por agentes que
constituem os canais de distribuição ou comercialização (fluxo de comercialização), que
por sua vez, é a sequência de etapas por onde passa o produto agrícola até chegar ao
consumidor final, configurando a organização dos intermediários, cada qual
desempenhando uma ou mais funções de comercialização, e o arranjo institucional que
viabiliza as relações de mercado nas cadeias produtivas agro-industriais (WAQUIL;
MIELE; SCHULTZ, 2010). Assim, os canais de distribuição são responsáveis por
tornar um produto ou serviço disponível para o uso ou consumo.
Geralmente, os canais de comercialização são caracterizados por seu comprimento, ou
seja, pelo número de integrantes, constituindo-se, dessa forma, em canais directos e
indirectos, conforme existam ou não intermediários nas relações que os produtores
rurais estabelecem com o mercado (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010). Eles,
desempenham funções que tornam o sistema de comercialização eficaz do ponto de
vista económico. Entretanto, essas funções não são todas exercidas pelos agentes dos
canais de comercialização, mas também pelos agentes (representantes) e facilitadores,
que podem ser: empresas transportadoras, empresas de estocagem, empresas de
comunicação, agências financeiras e de seguros, empresas de pesquisa de mercado e de
certificação de produtos e processos (WAQUIL; MIELE; SCHULTZ, 2010).
Waquil, Miele e Schultz (2010) divide os canais de distribuição em 5 (cinco) níveis:
nível zero, produtor que vende directamente ao consumidor final (feirantes); canal de
um nível, que possui um intermediário (varejista) na comercialização dos produtos
agrícolas; canal de dois níveis, que possui dois intermediários (atacadista e varejista);
canal de três níveis, que possui três intermediários (processadora de alimentos,
atacadista e varejista); canal de quatro níveis, canal que possui quatro intermediários.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PRÉ-COLHEITA


As boas práticas agrícolas são indispensáveis para a obtenção de uma matéria-prima de
qualidade, principalmente do ponto de vista das contaminações por produtos químicos e
de natureza microbiológica. As principais fontes de contaminação microbiológica são o
uso inadequado de esterco não curtido na adubação, a água de irrigação contaminada e
as mãos de manipuladores não adequadamente lavadas e limpas. O uso indiscriminado
de agrotóxicos, sem obedecer o período de carência dos mesmos, pode provocar a
presença de resíduos químicos em concentrações superiores aos limites recomendados
pela legislação, e, consequentemente, oferecer riscos ao consumidor. O uso de sistemas
de garantia de qualidade que visam o equilíbrio dos ecossistemas e o uso racional dos
recursos naturais, contribuem para a qualidade pós-colheita dos produtos. Ao contrário,
os produtos serão expostos a doenças ou pragas no campo, deteriorando mais
rapidamente na fase pós-colheita. Medidasm de controle preventivo como o cultivo
protegido, a higiene no campo, com a remoção e destruição de material vegetal como
folhas, ramos e frutos doentes e infectados, bem como espaçamento
adequado e boa condução das árvores, adubação balanceada em nutrientes,
reduzem o ataque de pragas e doenças e aplicações de agrotóxicos, aumentando a
qualidade e o período de conservação pós-colheita dos mesmos.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A COLHEITA


A colheita dos vegetais deve ser realizada nos horários mais frescos do dia e os produtos
mantidos protegidos de temperaturas elevadas. Deve-se evitar colher após chuvas
intensas, bem como quedas excessivas das frutas e hortaliças e o super enchimento das
caixas no campo. Portanto, a colheita requer alguns cuidados para evitar danos e perdas
na pós-colheita. Alguns produtos são facilmente danificadas, tais como morango,
cerejas, amoras, etc. Neste casos, os cuidados devem ser redobrados para que não
ocorram danos mecânicos que possam afetar a integridade e a aparência do produto.
Esta prática também requer um bom padrão de higiene no campo, como o uso de
embalagens adequadas (normalmente caixas plásticas), limpas, desinfetadas, empilhadas
de forma a não estar em contato com o solo e transportadas o mais rápido possível para
o processamento
Limpeza e desinfecção
Limpeza
Os equipamentos utilizados na limpeza dos diversos utensílios utilizados na colheita e
no manuseio das frutas e hortaliças devem estar em bom estado de conservação para
facilitar as etapas de limpeza e desinfecção. Os contentores utilizados e reutilizados na
colheita, transporte e estocagem de produtos frescos devem ser limpos e, quando
necessário desinfetados. Para a limpeza utiliza-se água com a adição de detergentes, que
podem ser classificados, conforme suas propriedades em:
Tensoativos: melhoram a qualidade umectante;
Alcalinos: favorecem a ação dissolvente sobre resíduos sólidos e fornecem
boa capacidade emulsionante;
Ácidos: retiram incrustações e removem depósitos de sais;
Sequestrantes: evitam depósitos de sais nas superfícies;
Fosfatos: dispersam os resíduos proteicos.

Desinfecção
A desinfeccao é a etapa subsequente a limpeza dos equipamentos e das instalações,
devendo ser realizadas para a manutenção da qualidade dos produtos frescos. A
desinfecção visa a redução da população de microrganismos presentes numa superfície
higienizada para níveis próximos a zero. Mesmo após a limpeza, há contaminação
imperceptível, isto é, os microrganismos podem estar presentes nas superfícies dos
equipamentos e instalações. Para tal, recomendase a desinfecção utilizando os diversos
produtos e recomendacoes constantes. Os procedimentos específicos de limpeza e
desinfecção para cada equipamento/contentor devem ser descritos, considerando-se
também o tipo de produto que está associado com estes.
A contaminação cruzada em produtos frescos é um problema que deve ser evitado
através de medidas preventivas. Portanto, devemos seguir as recomendações contidas no
ítem 3 deste documento e observar o seguinte:
 frutas e hortaliças frescas que não se prestarem para o consumo humano devem ser
separadas durante os processos de produção e colheita;
 os trabalhadores envolvidos com a colheita não devem carregar nos contentores
destinados à produtos colhidos outros materiais, como alimentos, agrotóxicos,
entre outros;
 equipamentos e contentores utilizados previamente para o transporte de
substâncias tóxicas (agrotóxicos, esterco, lixo) não devem ser utilizados para o
manuseio de frutas e hortaliças frescas;
 prevenir-se contra a contaminação das frutas e hortaliças frescas ao proceder a
embalagem no campo, tomando-se o cuidado de não contaminar o produto pela
exposição dos contentores ao solo, fezes de animais ou esterco.

Seleção e Classificação do Produto


Uma vez colhido, o produto deve ser colocado em embalagens apropriadas, devendo-se
evitar mistura de produtos doentes com sadios. Produtos com diferentes graus de
maturação e tamanho devem ser separados. Uma seleção por maturação, tamanho,
forma, bem como a remoção dos produtos injuriados, devem ser feitos com rigor.
Um dos principais fatores que infuencia na comercialização é a classificação dos
produtos, que por sua vez, depende de um bom controle de qualidade. Os produtos com
características de tamanho e peso padronizados são mais fáceis de serem manuseados
em grandes quantidades, pois apresentam perdas menores, produção mais rápida e
melhor qualidade. Portanto, deve-se selecionar com rigor de acordo com o grau de
maturidade, o tamanho e a forma. Deve-se dar atenção quanto à quantidade e à
uniformidade dos frutos nas embalagens. Os produtos danificados ou injuriados devem
ser removidos.

Influência da comercialização nos produtores


No que tange a comercialização de hortaliças orgânicas, esta teve origem em dois
sistemas principais: as feiras livres e a entrega de cestas a domicílio, os quais, apesar do
sucesso inicial, têm representado dificuldades para a expansão da horticultura orgânica
para um grande número de agricultores (AMARAL, 1996). No entanto com a crescente
demanda de produtos hortícolas as redes de supermercado e os varejistas entram como
opções de canais de comercialização.
No que diz respeito a comercialização dos produtos agrícolas o tamanho do canal
influencia directamente no preço final dos produtos.
Perdas das hortícolas
As hortaliças são órgãos que continuam vivos depois de sua colheita,
mantendo ativos todos os seus processos biológicos vitais após a colheita. Avaliar a
pós-colheita de hortaliças é de grande importância para produtores e comerciantes,
pois possibilita estabelecer um tempo de armazenamento que não acarrete prejuízos
financeiros e não comprometa a qualidade dos produtos. (CEREDA, 2002).

Para prolongar o tempo de conservação e reduzir as perdas pós-colheita, é importante


que se conheçam e se utilizem práticas adequadas de manuseio durante as fases de
colheita, armazenamento, comercialização e consumo (RINALDI, 2011). Dentre os
fatores que provocam perdas de produtos olerícolas in natura, destacam-se:
a) as condições ambientais (altas precipitações, altas temperaturas e elevadas taxas de
umidade do ar) que são favoráveis ao desenvolvimento de fungos e bactérias que
depreciam a qualidade das hortaliças;
b) embalagens inadequadas, manejo e acondicionamento incorretos durante o fluxo de
comercialização;
c) estrutura e instalações dos equipamentos de comercialização insuficientes;
d) agrotecnologia insuficiente no campo, classificação e padronização insatisfatórias;
e) distância dos fornecedores (LOURENZANI e SILVA, 2004; LUENGO et al., 2001;
VILELA et al. 2003a; VILELA et al., 2003b).
Soares (2009) acrescenta: transporte inadequado; o não uso da cadeia do frio; a
comercialização a granel; desconhecimento de técnicas de manuseio pré e pós-colheita;
excesso de “toque” pelos consumidores nos produtos; acúmulo de produtos nas
gôndolas de exposição de varejo; deficiência gerencial e administrativa nos centros
atacadistas.
Segundo Soares (2009), as perdas estão distribuídas da seguinte forma: 10% no campo;
50% no manuseio e transporte; 30% nas centrais de abastecimento e comercialização e
10% nos supermercados e consumidores. De acordo com Carmo (2004), não adianta
emprego de tecnologias para aumentar a produção, se nada for feito para reduzir as
perdas. Nogueira (2000) afirma que 40% desta produção deixam de ser consumidas no
Brasil e que 64% destas perdas ocorrem na fase pós-colheita antes do produto chegar ao
local de comercialização. Segundo Vilela et al. (2003b), as perdas pós-colheita geram
graves consequências econômicas e sociais por proporcionarem variação no
comportamento do mercado induzindo mudanças em importantes parâmetros
econômicos, como redução no volume ofertado e consequente aumento do preço.
Desta forma, o consumidor é quem paga o custo das perdas que é embutido no preço
final do produto. De forma geral, qualquer nível de perda é prejudicial para os
consumidores.

As perdas pós-colheita das hortaliças podem ser de três tipos: a fisiológica, por dano
mecânico ou pela incidência de parasitas. Estima-se que as perdas acumuladas pós-
colheita em hortaliças oscilem entre 20 e 50% na maioria dos países em desenvolvimento.

Principais funções da comercialização


A comercialização tem como funções as seguintes: Compra, Venda, Colecta,
Estocagem, Reunião, Transporte, Beneficiameto, Padronização, Classificação,
Embalagem, Financiamento, Assunção de riscos, Informação do mercado, e Assunção
de perdas.

 As funções são executadas pelos diversos agentes de comercialização


 Quanto maior o numero de agentes envolvidos entre os dois extremo (produtor e
consumidor), menor e a participação do produtor no preço final;
 A eliminação do intermediário somente e viável em situações especiais;
 O produtor e responsável pelas actividades de campo e comercialização.

Formas de comercializar
 Directos:

 Feiras livres;

 Beira de estradas.

 Complexos:

 Intermediarios.

Formação do preço da comercialização


 O preço determina a rentabilidade do produtor ;
 Geralmente o produtor tem uma participação pequena no preço pago pelo
consumidor. Para minimizar é necessário reduzir o custo de comercialização
porque melhora a eficiência do sistema com beneficio , tanto para o produtor
quanto ao consumido ;

 O preço pago pelo consumidor varia pouco ao longo do ano, enquanto que o
preço recebido pelo produtor sofre mais variações;

 Agentes de comercializacao tem ganhos excessivos quando adequirem


mercadorias a precos baixos, neste caso os produtores poderiam estocar e vender
na entressafra;

 Modelo economico ideal do mercado de competicao perfeita, todos dispoem de


boa informacao, mas isso não funciona no mercado de hortalicas;

 Producao e oferta de hortalicas dependem das condicoes agro-ecologicas nas


estacoes do ano.

Escolha do momento de venda


Factores:

1. Momento mais oportuno da venda;

2. Reducao de Riscos.

Nb: A comercialização deve ser bem planeada para garantir um bom rendimento.

Formas de venda
 CEASA- centra de abastecimemto;
 Emporios e mercados;
 Reastaurntes;
 Delivery – entrega ao domcilio;
 Feira;
 CSA- Comunidade que sustenta agricultura.
Distribuicao e comercializacao em Mocambique

Distribuição e comercialização
No país não existe ainda um sistema logístico eficiente para recolha, embalagem,
armazenagem e transporte de produtos hortícolas. A pós-colheita é caracterizada por
perdas elevadas, devido à deficiência nos sistemas de transporte, conservação e
escoamento. No entanto, deve-se notar que o país dispõe de cadeias de valor de
hortícolas, nomeadamente de batata reno, que conseguem comercializar quantidades
maciças destes produtos à longa distância. Isso dá uma ideia do dinamismo que existe
nestas cadeias, apesar do seu informalismo evidente. A função de transporte é, no geral,
mantida separada da comercialização, mesmo sendo o transportador rodoviário elo
essencial da cadeia de valor, com papel fundamental na função de posto de observação
privilegiado, pelo acesso aos volumes que são transportados ao longo e por trecho. O
transporte rodoviário é responsável por mais de 95% de todo o transporte em
Moçambique. O sistema de transporte rodoviário em Moçambique funciona a três
níveis:
 Nos três corredores leste-oeste (Maputo, Beira e Nacala) e no principal corredor
norte-sul que percorre do sul de Maputo a norte de Nacala, que em sua larga
extensão é feito na Estrada Nacional número 1;
 Nas principais zonas urbanas e particularmente nas redondezas dos portos;
 Nas zonas rurais que alimentam os principais corredores.
No geral, a distribuição de produtos agrícolas em Moçambique é realizada em três
formas:

1. Carregamento à cabeça por grossistas que compram ao produtor, das


machambas de sua produção, a preços irrisórios, vendendo em seguida nos
mercados retalhistas formais e informais encontrados um pouco por todo lado;
2. Carrinhas de 1 tonelada ou viaturas de 5 toneladas usadas para transportar dos
mercados secundários para os principais, que estão nas capitais provinciais;
3. Viaturas de 6 eixos usadas para o transporte das capitais provinciais para
Maputo, portos de Moçambique e por vezes via rodoviária para exportação.
Mercado
O mercado interno caracteriza-se por baixo poder de compra geral e grande incidência
da pobreza, desenvolvendo-se a actividade de uma forma quase integralmente
“informal”. Actualmente, o mercado abastecedor de hortícolas em Moçambique
encontra-se praticamente confinado aos grandes regadios na zona sul como os da
Moamba e Chókwè, às Zonas Verdes próximas dos grandes centros consumidores,
designadamente Maputo, Beira, Chimoio e Nampula.

Canais de comercialização
 comerciantes informais (mercados municipais, mercados suburbanos, barracas e
vendedores ambulantes);
 comerciantes formais (mercearias e supermercados; estes últimos têm ganhado
espaços principalmente nas cidades emergentes como Matola,Moatize e Palma);
 importadores (“mukheristas” e supermercados); e
 exportadores (que em muitos casos são vendedores ambulantes).
Conclusão
Na comercialização de hortaliças, o produtor participa menos nos preços impostos ao
consumidor, sendo assim os produtores (a maioria), devem concentrar se na actividade
agrícola e a comercialização deve ser deixada para outros profissionais, como, gerentes
comerciais ou organizações associativas.
Referencia Bibliográficas
 WAQUIL, Paulo Dabdab; MIELE, Marcelo; SCHULTZ, Glauco. Mercados e
Comercialização de Produtos Agrícolas.

 CEREDA, M. P. (Coordenadora). Agricultura: tuberosas amiláceas


Latinoamericanas. São Paulo: Ed. Fundação Cargill, 2002.

 LOURENZANI, A. E. B. S e SILVA, A. L. Um Estudo da Competitividade dos


Diferentes Canais de Distribuição de Hortaliças. Gestão e Produção, São
Carlos, SP, v.11, n.3, p.385-398, 2004.

 RINALDI, M. M. Perdas pós-colheita devem ser consideradas. Planaltina,


DF: Embrapa Cerrados, 2011.

 SOARES, A. G. Perdas pós-colheita de frutas e hortaliças. Fórum Agronegócios


da UNICAMP – Qualidade e Segurança de Alimentos. Mesa Redonda – Qual o
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 Horticultura em Moçambique: características, tecnologias de produção e de pós-


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 CENCI, S. A. . Boas Práticas de Pós-colheita de Frutas e Hortaliças na
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