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A influência das cores em ambientes residenciais


Suiane Pessoa Costa – suianepc@gmail.com
Design de interiores, ambientação e produção do espaço
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Fortaleza, CE, 03 de setembro de 2021

Resumo
Durante a fase de concepção do projeto de design de interiores, a escolha das cores
que iram compor os ambientes é considerada de fundamental importância na
arquitetura devido sua influência na maneira como o usuário interage com o espaço e
os objetos a sua volta. Com este trabalho, pretende-se entender como a utilização de
uma cor específica pode influenciar nas sensações e emoções do usuário, e como o
arquiteto e design de interiores pode utilizar o estudo das cores durante a fase
concepção dos projetos. Acredita-se que para planejar um ambiente interno que, além
de atender às necessidades funcionais, leve em consideração o conforto do usuário,
é necessário entender o impacto psicossocial das cores no dia a dia. O objetivo
principal deste trabalho é apresentar os aspectos que caracterizam as cores e sua
relação psicológica com os usuários com enfoque na análise sociocultural e nas
vivências da sociedade. Para isso, foi realizado um levantamento bibliográfico das
principais cores utilizadas no projeto de ambientes internos, assim como os métodos
de combinação e associação para a geração de composições. Concluiu-se que a as
cores exercem uma influência de caráter psicológica sobre a percepção dos usuários,
e que podem alterar de forma significativa a maneira como o entorno é sentido pelos
mesmos, não só pela escolha da cor propriamente dita, mas também pela sua
vivência.

Palavras-chave: Cores. Design de interiores. Caráter psicológico.

1. Introdução
A cor tem uma grande importância na nossa construção econômica e cultural. No caso
do Brasil, o primeiro produto explorado pelos portugueses foi um corante vermelho
usado para pigmentar as vestes dos mais nobres na Europa, extraído da árvore que
deu origem ao nome do país, o pau brasil (DALLAGO et al.,2005). E, com isso,
podemos dizer que a cor também é responsável pela nossa origem e multiplicidade
cultural. Nesta perspectiva, a cor já definiu gêneros e status, onde a utilização de uma
determinada cor era sinônimo de privilégio da realeza, podendo ser aplicada a pena
de morte para quem utilizasse essa mesma cor.
Neste contexto, o desenvolvimento deste trabalho não poderia ser baseado somente
na pesquisa das características técnicas das cores, como o conceito de frequência e
comprimento de onda da luz, assim como a entrada dos raios solares na pupila, sendo
transmitido para o cérebro por meio do nervo óptico, e sim na influência das cores
sobre o conceito cultural e econômico no design de interiores, envolvendo a
percepção do usuário no espaço que, ao passar dos anos, tende a permanecer por
mais tempo em ambientes internos, principalmente em suas residências.
No cenário de pandemia, estudos científicos mostram que o isolamento social é
essencial para o combate a disseminação dos vírus, o que altera de forma significativa
a relação da sociedade com suas moradias. Neste sentido, arquitetos e design de
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interiores tendem a combater um grande desafio, visando atender essa demanda de


transformações rápidas com baixo custo para ambientes internos. Diante de tal
desafio, visando proporcionar boas sensações e o bem-estar dos usuários, a
utilização das cores tem sido fundamentada na sua influência sobre o comportamento
humano, e não somente como elemento decorativo.
Diante do que foi apresentado, surgem as problemáticas deste trabalho representadas
pelas seguintes questões: o poder da cor na modelagem dos ambientes, como a
utilização de uma cor específica, pode influenciar nas sensações e emoções sobre
um usuário de um espaço? Como o arquiteto e design de interiores pode utilizar o
estudo das cores durante a concepção dos projetos de ambientes internos?

2. Características físicas das cores


Primeiramente, vamos entender um pouco sobre a cor do ponto de vista físico que
nada mais é do que luz, ou seja, ondas eletromagnéticas com frequências visíveis ao
olho humano, conforme comprovado por Isaac Newton em seu experimento do prisma
(ver Figura 1), realizado durante o século XVII. Neste experimento, o cientista
demonstrou que a luz inserida em um meio dispersivo e transparente separa o feixe
em diferentes cores mudando a velocidade da luz; um fenômeno óptico semelhante
ao que acontece no arco-íris.

Em 1665, Newton realizou seus próprios experimentos, refratando luz através


do prisma sobre uma superfície muito mais afastada. Os resultados
confirmaram que, em lugar de colorir a luz, o prisma a estava dividindo nas
cores do arco-íris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta.
(FRASER e BANKS, 2007:22).

Figura 1 – Experimento da decomposição da luz realizado por Newton


Fonte: Fraser e Banks (2007)

Já no século XIX, o cientista Thomas Young realizou experimentos acerca da


superposição da luz, onde verificou que as cores visíveis para os seres humanos
seriam a combinação de três cores primárias, o vermelho, o amarelo e o azul, trocando
posteriormente o amarelo pelo verde “A teoria tricromática de Young inicialmente
identificou as três cores vermelho, amarelo e azul, mas ele mais tarde mudou o
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amarelo para verde.” (FRASER e BANKS, 2007:24).


Segundo o cientista, isso seria possível por conta da anatomia do sistema visual
humano, onde a luz entra pela pupila e passa para a retina, composta por inúmeros
sensores, os bastonetes, e os três tipos de cones, onde cada tipo é responsável por
um comprimento de onda diferente; ondas curtas para a cor azul, intermediárias para
a cor verde e longas para a cor vermelha, convertendo em impulsos luminosos e
transmitindo-os através do nervo óptico para o sistema nervoso (ver Figura 2). Com
isso surgiu a teoria tricromática.

Figura 2 – Entrada da luz no olho através do nervo óptico


Fonte: Fraser e Banks (2007)

As cores primárias aditivas e subtrativas são diferenciadas por seus processos, seja
físico-óptico ou físico-químico, onde, com isso, possuem combinações diferentes,
conforme ilustrado na Figura 3. As aditivas, também conhecidas como cores de luz,
são representadas pelas cores primárias azul, verde e vermelha, que ao se
misturarem obtém-se a cor branca.

Cada um deles absorve mais luz do que reflete: então, misturar as duas só
pode produzir uma cor mais escura. A combinação de vermelho e verde, de
fato, produz um marrom cor de lama. Mistura as tintas das três cores
primárias, em lugar de produzir branco, como a luz, fará surgir alguma cor
próxima do preto. (FRASER e BANKS, 2007:26).

Tais cores são usadas em equipamentos eletrônicos como monitores de computador


e televisões na transmissão de luzes, compondo o sistema RGB (do inglês red, green
e blue). As subtrativas correspondem a mistura de pigmentos, conceito utilizado nas
pinturas e impressões gráficas, cujas cores primárias são azul, amarela e vermelha,
que ao se misturem resultam na cor preta, que para muitos representa a ausência de
cor. Para impressões, o principal sistema é o CMYK (do inglês cyan, magenta, yellow
e black).
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Figura 3 – Mistura aditiva (esquerda) e subtrativa (direita)


Fonte: Fraser e Banks (2007)

O método do círculo cromático é bastante utilizado por profissionais de arquitetura e


design de interiores para obter combinações de cores e pigmentos (Figura 4). Dividido
em 12 partes, cada uma representada por cores, o círculo possui três cores primárias
(amarelo, vermelho e azul), três secundárias (junção de duas primárias que resulta
em laranja, verde e roxo) e seis terciárias, que são as combinações das primárias com
as secundárias. “Os círculos cromáticos produzidos por teóricos mais recentes foram,
quase sempre, baseados numa distribuição equidistante das cores primárias-
quaisquer que fossem elas.” (FRASER e BANKS, 2007:40).

Figura 4 – Círculo cromático


Fonte: Fraser e Banks (2007)

O esquema de harmonização de cores é um processo que utiliza o círculo cromático,


conforme ilustrado na Figura 5, relacionando as cores de maneira equilibrada, assim
dividindo nos seguintes esquemas: monocromático, complementar, análogo e triádico.
O monocromático é a aplicação de uma única cor, cuja variação é feita pelo brilho e
saturação. O esquema complementar é composto por duas cores que são contrárias
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no círculo cromático, e apresenta um grande contraste entre elas, bastante utilizado


em ambientes mais descontraídos e vibrantes. Com relação ao esquema análogo, são
utilizadas duas cores consecutivas do círculo cromático; a escolha desse esquema
pelo profissional pode deixar o ambiente mais sofisticado. E finalmente, o esquema
triádico é formado por três cores igualmente espaçadas no círculo cromático,
formando um triângulo, geralmente usando as cores secundárias e terciárias.

Figura 5 – Técnicas de harmonização de cores


Fonte: Fraser e Banks (2007)

A temperatura das cores, em relação ao círculo cromático, pode ser definida pela sua
disposição no círculo cromático. De um lado estão as cores quentes, que representam
a afetividade, calor e o fogo como as cores vermelho, amarelo e laranja. Utilizando
estas cores, é possível tornar o ambiente mais íntimo e, ao mesmo tempo,
estimulante. Por outro lado, as cores frias são constituídas pelos tons de azul, violeta
e verde, que transmitem a sensação de frígido, frio, água e gelo. Desta configuração,
quando utilizamos cores frias em ambientes internos, é possível torná-los mais leves,
serenos, tranquilos, e também mais distantes. “As cores quentes parecem nos dar
uma sensação de proximidade, calor, densidade, opacidade, secura, além de serem
estimulantes. Em contraposição, as cores frias parecem distantes, leves,
transparentes, úmidas, aéreas, e são calmantes” (TISKI-FRANCKOWIAK, 2000:169).
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“A cor é mais do que um fenômeno óptico, mais do que um instrumento técnico”


(HELLER, 2013:18). As cores psicológicas não são mais classificadas por serem
aditivas ou subtrativas, e nem por primárias, secundárias ou terciárias, como já vimos
na teoria das cores. Essa linha de estudo se aprofunda em como o nosso cérebro
reconhece e transforma as cores em sensações e perspectiva, além de ajudar a
compreender como essas sensações podem influenciar no comportamento dos
indivíduos que utilizam tais ambientes, justificando assim a importância desse estudo
para os profissionais de arquitetura, design de interiores e decoradores, e com isso,
permitir a utilização das cores também como uma ferramenta para a transformação
de ambientes. “A cor influencia tudo, modelando, acidental ou intencionalmente, nossa
percepção. Pode comunicar complexas interações de associação e simbolismo ou
uma simples mensagem, mais clara que as palavras.” (FRASER e BANKS, 2007:6).

3. Descrição psicológica das cores


Neste trabalho, será realizado um estudo das cores com relevância na área da
arquitetura, principalmente no design de interiores, conforme apresentado por Eva
Heller (2013), socióloga e psicóloga, especialista em teoria das cores. A autora aborda
um total de treze cores psicológicas como fundamentais para caracterizar a sua
relação com os sentimentos em nossa sociedade. São elas: azul, vermelho, amarelo,
verde, preto, branco, laranja, violeta, rosa, ouro, prata, marrom e cinza. A seguir, será
apresentada uma breve descrição sobre cada cor psicológica, respectivamente.

3.1 Azul
Sendo a cor mais preferida de todas, conforme ilustrado na Figura 6, o azul passa
uma grande percepção de confiança, simpatia e fidelidade, além de ser bastante
associada ao lúdico pelo fato de relacionar com o céu e com os sonhos. Nos
ambientes internos, o azul está relacionado aos dormitórios por conta da sensação de
conforto e repouso, mas existem pontos pouco citados pela literatura, como o fato do
excesso do azul passar a deprimir o indivíduo devido a sensação de frio e do
distanciamento que remete a solidão. Porém, para alcançar tais sensações, é
necessário considerar as tonalidades, além dos aspectos físicos e culturais do
entorno.

Como cor para ambientes, o azul não é aconchegante, pois ele dá a


impressão visual de abrir o espaço, deixando entrar o frio. Quem deixar um
espaço pintado de rosa ou amarelo e adentrar um espaço azul,
espontaneamente sentirá que ali faz mais frio. [...]. Nos países quentes, esse
efeito pode ser desejado, pois o azul desperta a impressão de um agradável
frescor (HELLER, 2013:27).
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Figura 6 – As cores preferidas


Fonte: Heller (2013)

3.2 Vermelho
O vermelho é uma das cores mais extraordinárias, é a primeira cor a ser vista na hora
do nascimento. Além de ser uma das cores primárias, é a cor mais enxergada e a que
é mais ensinada para nossas crianças. “Foi a primeira cor que o homem batizou, a
mais antiga denominação cromática do mundo. Em muitas línguas, a palavra
hispânica ‘colorido’ é a mesma que para cor vermelha, assim como na palavra
hispânica ‘colorado’” (HELLER, 2013:53).
A cor vermelha é logo associada ao fogo, sangue, poder, ousadia, coragem, paixão e
guerra, ou seja, tudo que tenha muita intensidade e dramaticidade. Também é
utilizada em correções e na negação como nas placas de sinalização de pare e
proibido. Um outro ponto são as sensações de dinamismo e velocidade, muito
utilizados nas indústrias dos automóveis e de produtos estimulantes como
refrigerantes e bebidas energéticas.
Em ambientes internos, principalmente residencial, a cor vermelha é evitada a ser
usada como pintura de parede por ser associada a violência e a possibilidade de
aumento da adrenalina dos moradores dessa residência.

Quando Antonioni dirigiu seu filme O Deserto Vermelho – um filme com um


colorido totalmente artificial, fora do habitual – a cantina em que os atores se
alimentavam também foi pintado de vermelho o que teria levado todo o set
de filmagem a uma disposição mais agressiva. Somente quando a cantina foi
pintada de verde foi que a paz teria voltado a reinar (HELLER, 2013:77).

Existem formas de empregar o vermelho em espaços internos, essas formas são


muito utilizadas pelos arquitetos e design de interiores, se trata da inserção em alguns
pontos de cor em portas, tapetes e almofadas, passado a sensação positiva da cor e
deixado o ambiente com mais energia e percepção de confiança e segurança. “As
pessoas frequentemente se encontram em ambientes vermelhos sem se tornarem
agressivas. Os teatros de óperas, tradicionalmente, são decorados em vermelhos,
com poltronas” (HELLER, 2013:77).

3.3 Amarelo
Luminoso, quente e vibrante, a cor amarela remete ao otimismo, recreação e
vitalidade, sendo assim, a cor mais alegre das treze cores estudadas. Porém, em
alguns casos, pode transmitir a sensação negativa de envelhecimento, inveja,
advertência e de azedo, este associado às frutas cítricas.
Em ambientes internos, a cor amarela pode causar efeitos conforme descrito a seguir:
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“Um quarto com o teto amarelo tem um efeito agradável, como se estivesse inundado
por luz solar. Também a luz de uma lâmpada parece; quanto mais amarela, mais
natural e bonita” (HELLER, 2013:86). O amarelo é ideal para ambientes de atividades
ativas como home-office, escritório e espaços para atividades físicas, por ter um poder
de estimular a concentração, mas é necessário ter bastante cuidado com a sua
aplicação em excesso, pois pode causar irritabilidade, agressividade e o aumento do
estresse, e consequentemente, causar diversos malefícios para o usuário do
ambiente.

3.4 Verde
Verde, a cor do equilíbrio, se encontra entre o frio do azul e o calor do amarelo, sendo
então intermediária, passando a sensação do frescor da primavera, fertilidade,
esperança, juventude, liberdade, sorte, vegetação e a natureza, interligada com a
sociedade, a consciência ambiental e a sustentabilidade do meio ambiente. “O verde
é mais do que uma cor, o verde é a quintessência da natureza. O verde é uma
ideologia, um estilo de vida: consciência ambiental, amor à natureza, ao mesmo tempo
a recusa a uma sociedade dominada pela tecnologia” (HELLER, 2013:105). Apesar
de poucos, existem pontos negativos associados ao verde como ser algo venenoso,
apodrecido e imaturo, ou seja, algo que ainda está no processo de desenvolvimento.
Com relação a sua aplicação em ambientes internos, a cor verde é muito utilizada por
ter uma grande neutralidade e variedade em tonalidades, além de transmitir as
sensações de tranquilidade, repouso e conforto. Por apresentar essas características,
é muito indicado no uso dos ambientes de sala de estar, por conta do efeito de conforto
e ainda ser convidativa para as visitas. Sendo assim, podemos utilizar a cor verde em
dormitórios, auxiliando os usuários no relaxamento e na calmaria. Outro cômodo
indicado seria o lavatório, pelo frescor que o verde transmite. “Nos teatros ingleses,
os camarotes dos atores são sempre verdes, por isso são chamados de green rooms.
Num aposento verde, os atores podem descansar seus olhos da luz dos holofotes,
constantemente lançada sobre o palco” (HELLER, 2013:120).
Se utilizada em excesso, ou de forma inadequada, a cor verde pode causar algumas
sensações negativas para os usuários desses ambientes, como o aborrecimento, a
estagnação, o desinteresse e a depressão. Por conta disso, os profissionais que
trabalham com cores, antes de especificar as tonalidades, precisam estar atentos aos
detalhes do ambiente.

3.5 Preto
Para alguns teóricos, o preto é somente a falta parcial ou completa da luz, e para
outros seria a combinação de todas as cores, porém, neste trabalho, esse debate não
será abordado, e sim, será considerado o preto como uma cor, pesquisando suas
simbologias e influências.

Essa é uma das perguntas preferidas, se o preto é uma cor. Alguns estão
totalmente convencidos de que o preto não é uma cor – porém não sabem
dizer por quê. Contudo, ainda que o neguem, essas pessoas sem sombra de
dúvida veem o preto e lhe conferem uma simbologia que não pode ser
comparada à de nenhuma outra cor (HELLER, 2013:127).

A cor preta é a mais estimada entre os jovens e muito associada a sofisticação,


glamour e elegância. “Elegância significa abrir mão da pompa, do desejo de chamar
atenção. Quem usa preto abre mão até da cor. O preto é garantia da elegância”
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(HELLER, 2013:141). O lado negativo do preto é a sua associação ao fim, dor, azar,
morte e negação, além de estar sempre ligado a superstição como nos casos do gato
preto e da magia negra.
Em ambientes internos, o preto é empregado em pontos específicos, pois a utilização
em grandes áreas pode causar a sensação de opressão, frieza, angústia e de espaços
apertados. Com relação à móveis, o preto deixa o objeto mais elegante, pesado e
duro, tornando o objeto visualmente mais resistente. O preto exalta o lado negativo de
todas as cores, por exemplo, o vermelho do lado da cor branca pode ser associado
ao sentimento de amor, já o vermelho próximo do preto é relacionado ao sangue e
violência.

3.6 Branco
O branco, do mesmo modo que a sua cor contrária, o preto, em diversos aspectos,
não é considerado para muitos teóricos como sendo uma cor propriamente dita. “O
branco é uma cor? Não – se acaso estivermos falando das cores da luz. Pois no
sentido da física, na teoria da Óptica, o branco é mais do que simplesmente uma cor,
ele é a soma de todas as cores da luz” (HELLER, 2013:155). Como dito anteriormente,
neste estudo não será abordada essa questão, se as cores são ou não consideradas
cores na física ou em outras teorias, mas sim que essas cores passam sensações
sem sombra de dúvidas para os seus usuários.
A cor branca, na sua grande maioria, será associada aos mais puros e inocentes
pensamentos, além de sensações como: o bem, a bondade, a perfeição, a limpeza, a
paz, a luz e aos seres divinos como deuses, anjos e o Espírito Santo que é
representado com uma pomba branca. Seus significados negativos são quase nulos,
somente presente ao seu uso em grande excesso.
Uma das cores mais utilizadas na arquitetura e no design, principalmente no estilo
minimalista, que, pelo próprio conceito, utiliza poucas cores e formas geométricas. No
design escandinavo, o branco pode ser bastante representado, pois o mesmo é
constituindo pela funcionalidade, a simplicidade e o minimalismo.

O estilo minimalista do desenho técnico conceitua a estética como uma


libertação de todos os ornamentos, de todas as cores. Os arquitetos
minimalistas criaram edifícios inteiramente brancos, por dentro e por fora,
desviando toda atenção para a condução das linhas arquitetônicas – mas
frequentemente dando menos atenção às necessidades dos moradores e
visitantes dessas construções (HELLER, 2013:168).

Em diversos conceitos de design, o branco foi deixando de lado. Apesar da cor branca
ter uma qualidade essencial, tornando os objetos e os espaços atemporais, o uso do
branco pode passar a falta de personalidade e ausência de sentimentos. Na
atualidade, os moradores querem, cada vez mais, mostrar suas personalidades
através do design dos seus lares.

O design pós-modernista trouxe de volta as cores e a ornamentação. Cores


e ornamentos são agora expressão de vitalidade e sagacidade. Contudo, o
branco permanece como cor principal também no design da pós-
modernidade – tendo se tornado agora a cor de fundo, sobre a qual as demais
cores ganham maior destaque na expressão de sua beleza (HELLER,
2013:169).
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3.7 Laranja
Laranja, a cor que surgiu com a descoberta da fruta. Resulta da junção das cores
vermelho e amarelo. “Antes que a fruta laranja se tornasse conhecida por toda a
Europa, a cor laranja não existia; pode-se procurar em vão pela cor laranja nos livros
antigos” (HELLER, 2013:182). Cor conhecida por ser exótica, extravagante e por
distribuir energia, o laranja representa: o calor, o fogo, a diversão, a versatilidade, a
sociabilidade, a recreação, a transformação, e está muito relacionada a indústria de
alimentos.
A cor laranja é penetrante, intensa e intrusiva, muito adorada pelas crianças, sendo
assim diretamente ligada ao espaço lúdico. Mesmo com toda essa potência, a cor
laranja não é considerada com a devida importância por muitos, por isso não é
empregada em artigos de luxo e de prestígio, sendo pouco usada no design, exceto
em raras exceções, quando se pretende avançar no contra fluxo da maioria da
sociedade. Neste caso, a utilização ideal no design de interiores e arquitetura é em
varandas gourmet, hall, lojas infantil, brinquedoteca e para demais ambientes lúdicos.

Não é uma cor em que não se correm riscos, como o preto ou o branco, que
combinam com tudo, que servem para todas ocasiões. Quem usa o laranja
quer sobressair. Assim o laranja é também a cor dos inconformistas, dos
originais (HELLER, 2013:185).

3.8 Violeta
O violeta é resultado da junção de duas cores antagônicas: o vermelho, uma cor
ardente com sua sexualidade, ligado ao feminismo; e o azul, uma cor frígida,
masculina, conectado ao divino, céu e aos sonhos. Essa junção torna o violeta uma
cor ambivalente, juntando qualidades tão opostas. A cor violeta está associada a
violência, hematomas, poder, autenticidade, qualidade, magia, mistério, sexualidade,
vaidade, consciência espiritual e teologia, principalmente para o catolicismo. O tom da
cor violeta, a púrpura, significava o poder no império romano, onde só a família do
imperador poderia utilizar essa cor. Caso alguém fora da família real fosse vista
utilizando esse tom, sem permissão, poderia ser condenado a sentença de morte.

O violeta é a mais singular das cores. Nada do que vestimos, nada do que
nos rodeia é violeta por natureza. O que existe na cor violeta existe sempre
também em muitas outras cores. O violeta denuncia que a escolha foi
conscientemente direcionada para uma cor especial. Ninguém usa o violeta
de forma impensada, como se usa bege, o cinza ou o preto (HELLER,
2013:200).

A cor dos movimentos de luta por direitos e ampliação de cidadania, o violeta


representa o movimento feminista que, desde os anos de 1870, luta pelos direitos das
mulheres na sociedade. “O violeta, com cor dos soberanos, simboliza o sangue real
que corre pelas veias de cada mulher que lute pelo direito ao voto, simboliza sua
consciência da liberdade e da dignidade” (HELLER, 2013:206). No movimento social
LGBTQIA+, sigla que significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais,
Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexuado e mais) o violeta simboliza a união do
masculino e feminino na cor.
Espaços de uso interno que utiliza o violeta é relacionado aos ambientes elegantes,
não convencionais, sofisticados de elevada grandeza e de uma estética artificial,
antinatural, assim sendo ideal para espaços de sala de estar, hall e salão de festas e
reuniões. Porém, o violeta também pode estar ligado a espaços para atividades
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espirituais e de meditações, ou seja, em ambientes mais calmos. A cor e o material


dos itens que irão compor os ambientes são fundamentais para definir que aspecto
será relacionado a cor violeta.

3.9 Rosa
O rosa é resultado da mistura da cor vermelha com a cor branca, misturando a
sensualidade, o calor e o fogo do vermelho com os aspectos do branco: paz,
tranquilidade e pureza. “O rosa não é somente um meio-termo entre o vermelho e o
branco. O rosa tem seu caráter próprio. Existem sentimentos e conceitos que só se
podem descrever pelo rosa” (HELLER, 2013:213).
O rosa é caracterizado pelos seguintes aspectos: delicadeza, chame, afeto, gentileza,
suavidade, aconchego, ternura, romantismo, feminilidade, além de ser considerada
uma cor artificial, aspecto que todas as cores mistas possuem. Para os tons com maior
pigmentação do vermelho, em relação a cor branca, representam comidas com sabor
de doce, nudez e erotismo. “As características gerais que são atribuídas ao rosa são
tipicamente femininas. A cor simboliza a força dos fracos, como o chame e a
amabilidade” (HELLER, 2013:213).
Quando o rosa é empregado contra a expectativa convencional, podem ser
criadas marcas e proposições bem interessantes e intrigantes. Combinar, ao
contrário do que se espera, uma cor suave com alguma coisa dura,
espinhenta: um cacto, um ouriço, um martelo cor-de-rosa. Ao invés de
combinar o rosa com coisas pequenas, combiná-lo com coisas grandes:
elefantes e dinossauros cor-de-rosa (HELLER, 2013:220).

No design de interiores a cor rosa é uma cor difícil de ser usada, pois qualquer exagero
pode deixar o ambiente carregado e muito cansativo. Dependendo do tom de rosa, é
possível tornar o ambiente vulgar. Um tom de rosa bastante utilizado é o rosa
desbotado, que remete a nostalgia, bastante presente na decoração retrô. Ambientes
ideais para a cor rosa são as salas de estar, quartos e banheiros.

3.10 Ouro
O ouro, que provem das pedras, se tornou um objeto de muito desejo e sinônimo de
riqueza. Possui semelhança com a cor amarela, porém suas simbologias são
completamente diferentes. Tudo aquilo que remete a ganho de dinheiro é associado
ao ouro, como por exemplo: pés de ouro para jogadores de futebol, ouro negro para
o petróleo e ouro branco para extração de marfim. Ouro é a cor do luxo, do dinheiro,
da sorte, da felicidade, da fama, da transformação, do sagrado, do poder e da
durabilidade. “Além disso, nem tudo quando é associado ao ouro é positivo – o ouro
é materialista demais para que assim o fosse, e também pretensioso em excesso”
(HELLER, 2013:227).
A cor dourada possui um tom muito versátil na decoração de interiores, se aderir ao
conceito do menos é mais. Desta forma, é bastante utilizada para destacar pequenos
detalhes. Um dos grandes benefícios é a sua luminosidade e a percepção de
amplitude que o dourado passa aos ambientes, oferecendo um amplo requinte nas
composições dos mesmos. A associação do dourado com diferentes cores cria
atmosferas diferentes para cada cor, como a conexão com o rosa, que transmite o
glamour, no caso do preto, exprime a sensação de um ambiente misterioso, e em
relação ao violeta, proporciona o sentimento de luxúria. Quando o dourado não é
utilizado em pequenas peças e detalhes, se tornado abundante em um ambiente,
pode causar uma sensação de distanciamento, deixando o ambiente tenso pela
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associação do ouro com o poder e autoritarismo.

O protótipo da coisa barata é o “selo de ouro’’, feito de plástico. A publicidade


transformou o ouro em algo completamente corriqueiro. E por isso o dourado
é também a cor da cafonice. O ouro, combinado com o amarelo, o ouro falso,
é o acorde da ostentação (HELLER, 2013:239).

3.11 Prata
A prata, metal mais usado no mundo, dificilmente será a protagonista de um ambiente
por se tratar de uma cor vista como secundária; continuamente é relacionada e
comparada com o ouro. “As propriedades conferidas à prata frequentemente não são
características dela, mas apenas contrastes em relação ao ouro” (HELLER,
2013:243). É composta pelas as cores branco, azul e cinza, a tornado uma cor fria e
mais singular, ao contrário da cor dourada.
O prateado remete a velocidade, muito usado na indústria automotiva, a lua e ao
gênero feminino. Porém, mais uma vez, sendo o oposto do dourado que é
representado pelo sol e o gênero masculino. É representante também do dinamismo,
do dinheiro, da leveza, do brilho, da tecnologia, da funcionalidade, das festividades,
do intelectual, além de estar muito associado aos objetos com formas pontiagudas.

A neve tem reflexos prateados, e também por isso a prata é uma cor invernal.
Como cor das coisas resfrias, experimentamos essa verdade no dia a dia:
alimentos resfriados são embalados em alumínio, pois a prata reflete o calor.
A cor prata é adotada como cor da marca de muitos produtos que devem ser
consumidos gelados, especialmente bebidas com a vodca (HELLER,
2013:249).

A cor prata, assim como a cor dourada, é usada em objetos e detalhes, sendo que a
presença do prateado é muito mais abundante pelo fato da utilização do espelho prata
que proporciona a amplitude para os ambientes. O prateado em objetos e ambientes
é relacionado ao moderno e a tecnologia, por isso evita-se a utilização dessa cor em
espaços com no estilo retrô e rústico. O seu excesso pode deixar o ambiente
metalizado e passar uma sensação de espaço artificial, frio e sem sentimentos.

3.12 Marrom
O marrom é a cor mais rejeitada, ou seja, menos apreciada pela sociedade moderna
(ver Figura 7), e isso é decorrência do ajuntamento de todas as cores. “O marrom é
mais propriamente uma mistura de cores do que uma cor” (HELLER, 2013:255). A cor
marrom tem diversas exterioridades negativas, principalmente pela ocorrência de ser
associada ao envelhecimento, a decomposição, a sujeira, a falta de sofisticação, a
preguiça, a burrice, a falta de personalidade, o ante erotismo, além de ter o potencial
de diminuir o brilho de outras cores. “A própria cor marrom não somente tem um efeito
adaptativo, como também retira a força de todas as cores. Perto do marrom, até o
vermelho fica apagado; o azul perde claridade, e o amarelo perde o seu brilho”
(HELLER, 2013:255).
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Figura 7 – As cores menos apreciadas


Fonte: Heller (2013)

Os aspectos positivos são geralmente ligados ao fato da cor marrom ser encontrada
na natureza. Ela está associada ao aconchego, a segurança, a simplicidade, a
seriedade, a confiabilidade, a afetividade e a resistência. “Na decoração de moradias,
o marrom é avaliado positivamente. A sua naturalidade, a sua falta de artificialidade
faz do marrom a cor do aconchegante. Semelhante a ele é também o acorde do
sentimento de estar em segurança” (HELLER, 2013:255). O marrom é um dos
símbolos do estilo rústico pelo fato de ser a cor dos principais matérias crus como a
madeira, o material mais importante para o estilo rústico, além do couro e do algodão
cru, sendo assim, ideal para ambientes que precise de concentração e que tenha uma
ligação com a afetividade como escritórios, bibliotecas, quartos, cozinhas e sala de
estar. Porém, é de fundamental importância ter cuidado com excesso para não deixar
o ambiente pesado e estreito, principalmente ao utilizar o marrom ao lado da cor preta.

3.13 Cinza
O cinza, a cor acromática e intermediária, não é fria nem quente, uma cor sem força,
e tem poder de conseguir tirar o brilho de outras cores além de tornar os componentes
invisíveis. Possui grande associação ao céu em dias nublados, dias cinzentos,
névoas, nuvens e sombras, ou seja, quando o sol está sem brilho. “O cinza é uma cor
sem força. No cinza, o nobre branco está sujo e o poderoso preto está enfraquecido.
O cinza não é meio-termo dourado, é simplesmente medíocre. O cinza é o velho, sem
nenhum embelezamento” (HELLER, 2013:269).
Os aspectos da cor cinza estão bem mais relacionados com o lado negativo do que o
positivo, já que o cinza está associado com o tédio, antiquado, crueldade, avareza,
inveja, mediocridade, tristeza, vago, antipático, hostil, insensível, sujeira, ao
esquecimento, ou seja, é uma cor com caráteres pouco ligados com embelezamento
e a felicidade.

Toda cor que se mistura ao branco ou ao preto fica turva, sombria. Existe o
cinza azulado, avermelhado e amarelado – mas não existe o cinza luminoso.
Os contrários psicológicos mais forte do cinza são o amarelo e o laranja, cores
da luminosidade e da alegria de viver. Cinza-amarelo-laranja é uma
combinação percebida como provocativa, algo imprópria – e essa
combinação de cores não foi encontrada em nenhum dos conceitos
(HELLER, 2013:270).

O cinza na arquitetura é bastante vinculado a arquitetura brutalista, que tem estética


crua e minimalista, assim como o concreto em pilares aparentes, sem muitas cores.
“O cinzento dá a impressão de grosseiro, bruto. É a cor do anguloso. O cimento cinza
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dos prédios das fábricas e dos edifícios funcionais, ou seja, da realidade sem enfeites.
Em nossa representação, as casas de campos são brancas, os quartéis são sempre
cinzentos” (HELLER, 2013:281).
No design de interiores, a cor cinza é bem aceita, não só por conta da sua versatilidade
na composição de ambientes, mas também pela sua neutralidade muito necessária
em espaços com muitas cores. O estilo industrial, que a cada dia vem ganhado mais
força no âmbito residencial, tem como sua grande cor o cinza. Tal cor tem o potencial
de neutralidade psicológica, tornando-se um grande trunfo para os profissionais de
arquitetura e design de interiores. Desta forma, é possível neutralizar ambientes que,
por algum motivo, podem estar passando uma sensação inadequada, de forma rápida
e com baixo custo.

4. As cores no design de interiores


Conforme apresentado, no estudo das cores e suas percepções, foi possível notar
que para utilizar as cores e fazer valer todas as suas consequências em um ambiente,
é preciso entender como essas mesmas cores vão influenciar nos usuários e na
concepção espacial do ambiente. “Entender as cores e suas características é
fundamental para o sucesso de um projeto de interiores. Usar as cores a favor dos
usuários, e não contra eles, deve ser o alvo de qualquer projeto” (RIBEIRO, 2004:95).
Sendo assim, percebe-se a importância das cores no design de interiores, tornando
viável modificar a estrutura básica de um projeto de interiores, evitando a necessidade
de demolições excessivas e os problemas associados em uma obra. Por
consequência, o projeto adquire um caráter sustentável, pois reduz a geração de
resíduos, responsáveis por uma série de problemas ao meio ambiente.
Em casos específicos, o próprio morador, que em muitas vezes também é o cliente,
poderia executar a pintura sem a necessidade de uma mão de obra especializada do
pintor, e desta forma, utilizar a pintura para dividir, determinar e associar setores de
uma residência como: sala de estar, cozinha, home office, e hall de entrada. Além
disso, alterar a sensação de alongamento e estreitamento de um ambiente apenas
com a aplicação de cores nas paredes, no teto, nas esquadrias e no piso.
Outra característica que torna importante o entendimento das cores é a
ressignificação de objetos para um novo propósito, de tal maneira que seja possível
alterar o estilo original, ou até a percepção que tem de um objeto, apenas com a
alteração da sua cor. Desse modo, a necessidade de comprar novos objetos de
decoração pode ser reduzida, reafirmando o caráter sustentável do projeto de
interiores, além de melhorar a viabilidade econômica para a sociedade.

Das muitas diferentes maneiras de ver a cor surgem modos de usá-las para
modelar o ambiente, e seguimos explorando a aplicação da cor no lar, nos
edifícios, na arte e no design. Por meio da história, nossas atitudes – pessoais
ou profissionais – em relação à cor são moldadas pelos gostos e normas
dominantes. (FRASER e BANKS, 2007:6).

4. Conclusão
A partir dos levantamentos teóricos realizados durante a pesquisa, e de estudos
bibliográficos, podemos observar o elevado grau de complexidade do estudo das
cores de maneira psicológica e sociológica, e como o arquiteto, o design de interiores
e o decorador exercem um papel fundamental no cotidiano das pessoas que solicitam
seus projetos e consultorias para suas residências, pois um simples equívoco na
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escolha das cores, texturas ou tecidos, pode gerar um desequilíbrio no ambiente,


causando inúmeros desconfortos para os moradores.
Foi possível notar também que, a escolha incorreta, ou seja, não adequada, de uma
cor para a atividade na qual se pretende exercer pelo ambiente, todo o projeto poderá
ser questionado sobre sua propriedade. Como, por exemplo, um quarto que tem o
propósito de atender o ato de dormir, ou apenas o descanso, ao se utilizar a cor laranja
nesse ambiente, o usuário não terá a devida sensação de relaxamento, pelo contrário,
será estimulado a sentir irritação, podendo provocar até distúrbios de sono. Não
existem regras para o uso de cores, mas o estudo sobre elas ajuda muito na
percepção dos profissionais da área do design de interiores.
As cores estão ligadas diretamente com a história da humanidade e a percepção que
o homem tem sobre o mundo, como sua mente interage com o entorno, processos
fundamentais para a geração das sensações, dos sentimentos, das emoções, dos
pensamentos e até das memórias afetivas. Assim, podemos perceber a importância
que o tema tratado nesta pesquisa tem para várias áreas de estudo, mas que muitas
vezes não é levado em consideração na elaboração dos projetos de interiores, os
quais tem uma forte ligação com a percepção visual.

Referências
DALLAGO, Rogério Marcos; SMANIOTTO, Alessandra; OLIVEIRA, Luiz Carlos Alves
de. Resíduos sólidos de curtumes como absorventes para a remoção de
corantes em meio aquoso. Revista Química Nova, São Paulo, v.28, n.3, p. 433-437,
2005.

FRASER, Tom; BANKS, Adam. O guia completo da cor. São Paulo: Editora Senac
São Paulo, 2007.

HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão.
São Paulo: Gustavo Gili, 2013.

QUAKERDECOR. Como a psicologia das cores influencia no design de


interiores. Disponível em: <https://quakerdecor.com.br/psicologia-cores-design-de-
interiores/>. Acessado em: 22 de julho de 2021.

RIBEIRO, Gislene Passos. Conforto Ambiental e Sustentabilidade na Obra de


João da Gama Filgueiras Lima (Lelé): os hospitais da Rede Sarah. São Paulo:
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), 2004.

TISKI-FRANCKOWIAK, Irene T. Homem, comunicação e cor. São Paulo: Ícone,


2000.

VIVADECORA. Cores na arquitetura: descubra o significado de cada uma e como


aplicar nos ambientes! Disponível em: <https://www.vivadecora.com.br/pro/
curiosidades/cores-na-arquitetura/>. Acessado em: 08 de agosto de 2021.

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