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1.

Como a política organizacional pode ser vista como um aspecto inevitável da vida
corporativa, e de que maneira os líderes eficazes podem utilizar o conflito como uma
força positiva dentro de uma organização?
Quando nas instituições é lançado um olhar organizacional sobre as relações
interpessoais, a política é algo inevitável a se observar nas relações entre seus integrantes. É
possível reconhecer padrões de interesses conflitantes, pois os indivíduos possuem interesses
divergentes uns dos outros, maneiras de coordenar e liderar distintas, chegando a travar
disputas entre si, levando a manobras de poder, para alcançar o que desejam. Pode-se afirmar
que o interesse divergente de uma pessoa ou de um grupo é o que leva a politização da
instituição, onde o conflito é algo que todas as instituições possuem.
O conflito em si não é negativo, contudo, as instituições necessitam de líderes
habilidosos, que façam articulações política e identifiquem quais os interesses individuais e
coletivos em jogo, vindo a incluí-los em suas negociações e acordos, para chegar em uma via
específica de promoção de interesses.
Essas atitudes de negociar, muitas vezes são veladas nas instituições, pois muitos
enxergam a política com algo sujo, contudo, esquecem que o termo política diz respeito a
ideia de ordem, em que quando há interesses diferentes, deve-se encontrar uma via onde as
diferenças sejam discutidas e acertadas por meio da comunicação e negociação.

2. Explique as diferenças entre autocracia, burocracia, tecnocracia e democracia como


formas de governo ou gestão em organizações. Em que contexto cada uma dessas formas
pode ser mais apropriada?
Autocracia é o sistema de governo em que o poder e autoridade se concentram em
apenas um indivíduo. Nesse regime o líder possui o poder absoluto. A burocracia é o sistema
que se caracteriza por uma series de procedimentos, regras, normas e hierarquia, tal sistema
pode prejudicar ou atrasar o funcionamento de processos devido ao seu acesso administrativo.
A burocracia surgiu com a intenção de criar uma estrutura organizacional eficiente e
equitativa, garantindo a igualdade de tratamento e a transparência entre os diferentes setores
da sociedade. Como com os governos, empresas e instituições políticas. A tecnocracia é um
sistema de governo em que especialistas técnicos e profissionais altamente qualificados
assumem o poder das decisões políticas e econômicas, tal poder é exercido por indivíduos
com conhecimentos especializados em suas determinadas áreas, este poder tem o objetivo que
especialistas possuam o conhecimento e a experiência visando tomar as melhores decisões
para o bem comum.
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A democracia é o regime que tem o propósito de promover a participação de todos os


indivíduos envolvidos, a igualdade dos seus direitos e a representatividade na política. A
democracia é valorizada e conhecida por tais características, incluindo a prestação de contas
dos líderes políticos. Contudo, esse regime pode ser criticado por ser lento na tomada de
decisões devido à necessidade de consenso e ao processo deliberativo.
Todos esses regimes podem ser aplicados e apropriados em diferentes contextos, de
acordo com necessidades e características de cada sociedade.
A autocracia é mais comum em países autoritários, onde os líderes governam de forma
despótica. É mais apropriada em sociedades onde existe a falta de consenso político,
instabilidade social ou ameaças à segurança, pois um líder forte pode garantir a estabilidade e
a segurança.
A burocracia é associada a governos ineficientes, lentos, com regulamentos em
excesso. Contudo, em alguns contextos em que a estabilidade institucional é valorizada e deve
se tomar as decisões de forma imparcial e estruturada a burocracia pode ser mais apropriada.
A tecnocracia é frequentemente considerada como uma alternativa à democracia em
sociedades onde a tomada de decisões é complexa, como em questões científicas,
tecnológicas e ou econômicas. A tecnocracia pode ser mais apropriada em contextos em que é
necessária uma abordagem tecnicamente especializada para enfrentar desafios específicos.
A democracia pode ser apropriada em contexto em que a Liberdade e a igualdade de
direitos, a justiça social e a participação política são valorizadas. Contudo, é importante
ressaltar que tal regime pode ser um processo desafiador de se estabelecer e manter,
principalmente em âmbitos com conflitos étnicos, religiosos ou políticos polarizados.

3. Como os interesses individuais e coletivos influenciam a formação de coalizões


políticas em ambientes de trabalho? Forneça exemplos para ilustrar como as coalizões
podem impactar a dinâmica organizacional.
A formação de coalizões políticas em ambientes de trabalho é um fenômeno comum e
pode ser influenciada por uma variedade de interesses. Elas podem ser temporárias, surgindo
em uma resposta a uma questão específica, ou mais permanentes, operando continuamente
para promover objetivos compartilhados.
No individual pode-se destacar a busca por poder e promoção, onde os indivíduos
muitas vezes formam coalizões para ganhar poder e influência dentro da organização. Por
exemplo, dois gerentes de departamentos distintos podem se unir para aumentar suas chances
de obter promoções ou recursos adicionais para seus setores.
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Temos ainda a proteção de interesses pessoais, em que os funcionários podem se unir


em uma coalizão para proteger seus interesses. Um exemplo disso seria um grupo de
funcionários que compartilham a mesma especialização se unindo para garantir que suas
posições não sejam eliminadas durante uma reestruturação.
Já nos interesses coletivos, podemos destacar as melhorias das condições de trabalho,
em que os funcionários podem formar coalizões para pressionar a administração por melhores
condições no ambiente. Por exemplo, um sindicato pode ser uma coalizão que busca
aumentos salariais, benefícios adicionais e melhores políticas de segurança no trabalho. Outro
aspecto é a mudança na política organizacional, onde grupos de funcionários podem se unir
para promover mudanças nas políticas da empresa. Por exemplo, um grupo de funcionários
pode se unir para promover políticas de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa
dentro da organização.
Portanto, é importante que as organizações estejam cientes desses fenômenos e saibam
como gerenciá-los de maneira eficaz para promover um ambiente de trabalho saudável e
produtivo.

4. Discuta a relação entre conflito e poder dentro das organizações. Como o poder é
usado para resolver conflitos de interesses e qual é o papel dos atores políticos nesse
processo?
A relação entre conflito e poder dentro das organizações permite o entendimento das
dinâmicas e funcionamento da instituição. Conflito pode ser caracterizado como uma tensão
que ocorre quando há um choque de ideias, como competições, disputas e interesses pessoais
divergentes, porém pode ser uma força construtiva quando as pessoas chegam a uma reflexão.
Já o poder está atrelado a influência de certas pessoas possuem, dado pela organização
normalmente de forma hierárquica, e que permite a imposição de regras e o comando de
certas atividades. O poder pode gerar conflito, a depender do tipo de controle que a pessoa
dotada irá desempenhar, e também pode resolver conflitos de interesses, quando quem
comanda parte para a negociação, tomada de decisão, mediação e conciliação.
Nesse processo, o papel dos atores políticos envolve influência e interesses. Eles se
utilizam do poder a eles entregue para atingir seus objetivos, podendo atenuar ou aumentar os
conflitos. São capazes de tomar decisões, formar alianças, buscar a mediação e resolução de
problemas, utilizar habilidades de comunicação para persuadir, defender seus interesses,
realizar disputas e até separar pessoas, quando convém. Suas regras envolvem um
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posicionamento ataque-defesa, ou seja, eles agem de acordo com o que é mais vantajoso e irá
beneficiá-los de alguma forma.
5. Explique como os interesses individuais podem ser divididos em três domínios inter-
relacionados: tarefa organizacional, carreira e vida pessoal. Como essa compreensão
pode ajudar a entender o comportamento dos funcionários em uma organização?
Os interesses atrelados ao domínio da tarefa são aqueles que dizem respeito ao aos
objetivos relacionados diretamente ao trabalho que deve ser executado, envolvendo suas
responsabilidades e metas. A tarefa deve ser realizada de maneira eficaz, contribuindo para os
objetivos da empresa. Ex: Vendedor que precisa manter relacionamento com o cliente para
atingir suas metas de trabalho.
Os interesses atrelados à carreira envolvem os objetivos futuros e aspirações do
indivíduo, relacionados ao seu desenvolvimento profissional, como crescimento, promoções,
aumento salarial e reconhecimento. Podem ou não ocorrer independentes da tarefa executada.
Os interesses atrelados à vida pessoal envolvem questões externas ao trabalho, como
relacionamento, saúde, qualidade de vida, tempo com a família e hobbies. Eles impactam na
tarefa e na carreira, e na forma de ação. Também permite enxergar a personalidade do
indivíduo.
Esses três domínios são importantes para compreender o comportamento dos
funcionários, visto que a partir deles é possível identificar aspectos de motivação,
engajamento, conflitos de interesse, descoberta de talentos, desenvolvimento profissional.
Além disso, a partir das aspirações, interesses de carreira e vida pessoal, é possível
desenvolver um plano de carreira, em que cada um consiga desempenhar o melhor de sua
função, estando no local mais adequado para seus objetivos.

6. Explique como os tipos de poder (legítimo, coercitivo, de recompensas) podem ser


aplicados nas organizações e como eles influenciam as relações de poder entre líderes e
subordinados.
O poder é o meio através do qual conflitos de interesses são resolvidos; influencia
quem consegue o quê, quando e como. As pessoas nas instituições, através de suas políticas,
podem alcançar cargos de liderança, de chefia e influenciar outros colaboradores, como
gerentes e diretores. Muitas vezes essas pessoas, caso tenham alguma desavença ou disputa
com outra pessoa ou com outro grupo, podem utilizar de sua influência para prejudicá-los.
Temos três tipo de poder: o legítimo, coercitivo e de recompensas. O legítimo é aquele cujos
direitos são conferidos e chegam pelo cargo, em que um gerente tem poder do cargo e
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influencia seus subordinados. Por vezes os costumes do local interferem na percepção que
todos vão ter do gerente, e ele pode ser visto como não merecedor do poder.
O poder coercitivo é baseado em punições e ameaças. Podemos citar como exemplo as
instituições totais, muitas vezes o indivíduo, ao entrar para o sistema penitenciário, tem que
obedecer às regras coercitivas do local, a fim de evitar sanções e violência. Este controle
coercitivo é utilizado nas instituições também, onde fica implícito que uma tarefa deve ser
realizada, caso contrário, existe uma ameaça punitiva de demissão. Essas situações coercitivas
têm um aspecto negativo, podendo gerar reações de vingança e improdutividade das pessoas e
sensação de injustiça, levando a indagações sobre a legitimidade do poder.
O poder de recompensa é inverso ao coercitivo. Ao invés de utilizar regras coercitivas
e punitivas, busca envolver as pessoas através de bonificações pelo desempenho no trabalho,
concedendo reajustes salariais, promoções, dias de folga, transferências para locais de
trabalho mais satisfatórios.

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