Análise de stakeholders

No processo de gerenciamento de uma organização, é comum que seus líderes sofram pressões por parte daquelas pessoas ou ainda de outras

organizações que possuem interesses em relação ao negócio ou objetivo de atuação. A estas pessoas ou empresas que têm interesse ou

executam intervenções, denomina-se stakeholder.

O termo stakeholder designa todo tipo de pessoa física ou jurídica que procura atuar a favor ou contra os objetivos organizacionais.

Eles são afetados pelas atividades

organizacionais e, inversamente, suas ações

também podem afetar a capacidade desta

mesma organização de implantar suas O que são stakeholders?

estratégias e atingir seus objetivos, ou seja,

em outros termos, são entidades sociais –

individuais ou coletivas – que têm algum tipo

de influência capaz de afetar a realização dos

objetivos da empresa. Para consolidar seu

entendimento sobre este conceito, indico

assistir ao vídeo “O que são stakeholders?” acessar vídeo

que de uma maneira direta e didática

permitirá a você se apoderar do termo e

utilizá-lo em seu vocabulário profissional.

São muitos os tipos de stakeholders e muitas são as formas de tentar classificá-los.

Clarkson (1995), por exemplo, os considera como primários ou secundários. O autor aponta que os stakeholders primários possuem
uma relação tão próxima com a organização que esta não existiria sem sua contribuição, o que significa dizer que o grau de

interdependência entre ambos é máximo. Nesta classificação estão os empregados, gestores, clientes, fornecedores, acionistas,

investidores e, também, os governos e comunidades.

Quando passamos os muros organizacionais, podemos encontrar os stakeholders secundários, exemplificados por diversas partes
interessadas, tais como: sindicatos de trabalhadores ou patronais; associações comerciais ou industriais; a mídia, por meio de jornais,

televisão e internet; instituições financeiras; organismos de apoio à pesquisa e desenvolvimento; e os governos municipal, estadual ou

federal, entre tantos outros agentes pessoais ou organizacionais que influenciam e são influenciados pelas ações e inações das

organizações.

O essencial é perceber que a ação das organizações demanda da participação contínua de construção de relações com vários elementos. É por

meio do gerenciamento das expectativas e das necessidades destes agentes que se torna mais fácil ou custoso para que as organizações

atinjam seus objetivos estratégicos.

Um importante estudo sobre a relação entre as indústrias de São Paulo e seus stakeholders tem
nossa recomendação de leitura. Os autores da pesquisa com 149 empresas conseguiram

entender os mecanismos de interação agrupando 11 classes de stakeholders em três

categorias, a saber

aquela com relacionamento direto com o neg ócio

as de relacionamento indireto com o negócio;

os stakeholders que possuem a propriedade do neg ócio.

acessar artigo
Por meio do texto apresentado, além da aplicação prática, é rico o detal hamento teórico
quando estes apresentam uma boa percepção sobre a origem e os conceitos da teoria dos

stakeholders, bem como dos tipos destes. Aos que se interessam em perceber, empiricamente,
Análise dos stakeholders das
como compreender a maneira de tipificar os elementos que possuem interesse em empresas industriais do estado de
determinadas organizações, o artigo indicado é essencial. São Paulo

Entre as tipologias mais consideráveis para classificação dos stakeholders, a de Mitchell, Agle e Wood é a mais renomada. Estes autores
declaram existir oito possíveis combina ções dos atributos, sendo uma delas denominada de irrelevante, uma vez que não possui
nenhum grau de importância, relevância ou dedicação aos elementos do modelo de análise, neste sentido, não pode ser considerado
um stakeholder. As demais classificações são a de adormecido, arbitrário, definitivo, dependente, dominante, irrelevante, perigoso e

reivindicador.

Para perceber como a tipologia destes autores pode ser realizada na prática, indicamos a

leitura de um artigo que descreve as relações de poder, legitimidade e urgência entre os

Pontos de Cultura do Grande Recife – espaços físicos de propagação dos elementos culturais

populares – e seu entorno. O texto afirma que estes ambientes são caracterizados pela

presença de relações de legitimidade, fazendo com que muitas partes sejam classificadas

como stakeholders discricionárias.

No artigo cuja leitura foi proposta, percebe-se que é por meio de relações de legitimidade que acessar artigo
se mantém a teia de stakeholders que influenciam as organizações citadas. Relações de

legitimidade, assim como de poder e de urgência, representam os atributos de interação entre Classificação dos laços entre
as organizações ou pessoas com o objeto cujo entendimento sobre a influência dos gestores e Stakeholders na rede
stakeholders é realizada.
dos pontos de cultura no grande
Recife

Quanto um stakeholder faz alusão a alguma ação por meio de recursos coercitivos, de modo com que possa impor suas vontades e
interesses à organização, diz-se que este está utilizando seu atributo de poder. Neste caso, os que sofrem esta ação executam o que

foi solicitado por entenderem-se como subordinados a este, sendo assim, devem-lhe obediência. O outro atributo das relações com I é

a legitimidade. Percebe-se a legitimidade quando as ações realizadas em uma organização são reguladas por meio de um sistema

social de normas, valores, crenças e definições, como, por exemplo, a existência de um organograma e seu desen ho de estrutura de
comando e controle clarificados. Por fim, o atributo de urg ência é resultante da sensibilidade temporal da não aceitação do atraso e/
ou da criticalidade ou import ância do clamor, tendo em vista a possibilidade de dano à propriedade, sentimento, expectativa e
exposição. Neste atributo, um stakeholder responde as intenções de outro por entender que deve auxiliá-lo a superar suas

necessidades.

ATENÇÃO!

É importante perceber que a gestão dos stakeholders também deve ser feita no nível pessoal. Saber como construir
relações internas com as diversas pessoas que interagem com sua função e dependem dela para que estas sigam seus
processos é fundamental.

Para compreender como um profissional

pode fazer o mapeamento de seus agentes

intervenientes e saber agir perante eles,

indica-se escutar o podcast Product Guru’s,

no episódio que conta com a participação de

profissionais do Grupo Boticário, bastante

expressivo no setor de beleza. A abordagem

dos profissionais ajudará a entender como

lidar com expectativas, prazos e metas de

diversas áreas, por meio de uma

acessar podcast acessar vídeo
comunicação assertiva que ao mesmo

tempo consegue reduzir ansiedades e

Product Guru’s
Dicas sobre Gerenciamento de
proporcionar autonomia no dia a dia. Para Episódio: #115 Grupo Boticário – Stakeholders
sintetizar esse entendimento, recomenda-se
Como ganhar autonomia com
stakeholders

verificar este vídeo, que apresenta dicas

sobre o gerenciamento de stakeholders.

Seja na definição das estratégias, bem como na condução de um projeto para ela, conhecer os stakeholders – suas necessidades e
I
ambições – é essencial para se atender aos objetivos indicados. sso porque proporciona uma visão mais ampla sobre os processos do

negócio. Do ponto de vista individual, como visto, trabalhar considerando os pontos de vista das partes relacionadas ao seu cargo
pode garantir menos pressão e tranquilidade para a realização das tarefas.