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Antes de começar a falar do poder sobre a empresa deve-se primeiro saber

onde a empresa se encaixa na sociedade, de acordo com Ferreira (2015, p. 177)


“a empresa pertence à esfera econômica da sociedade, pois cabe a ela produzir
bens e serviços, atividades típicas da economia”. Mesmo assim, a empresa tem
outras preocupações, pois “ainda que sua atividade esteja restrita ao campo da
economia, a empresa existe num ambiente social no qual interage com outros
elementos. Um desses elementos é a esfera política.” (FERREIRA, 2015, p. 177)
Diante de um ambiente como este, “o administrador deve estar capacitado a
avaliar e a refletir sobre essa dimensão da vida social, pois a empresa tem
interesses a defender, e a política é, por excelência, a arena na qual os
interesses dos diferentes grupos são defendidos e transformados em leis ou
políticas de governo.” (FERREIRA, 2015, p. 177).
O poder para Weber (1991), é a possibilidade de impor a sua vontade em
relações sociais, contra a vontade dos indivíduos dessa relação (apud DIAS,
2008, p.177). A definição que mais se encaixa no ambiente organizacional é de
Robert Dahl que ser inspirou em Weber, segundo Dahl (1957) "O poder de uma
pessoa A sobre uma pessoa B é a capacidade de A de obter que B faça algo que
não teria feito sem a intervenção de A" (apud DIAS, 2008, p.177).
O poder pode aparecer de três formas diferentes, sendo elas pela força, a
autoridade e a influência. O poder que vem da autoridade é legitimo, claro que
levanto em consideração que a sociedade aceita, assim fazendo que valide ele
como legitimo, a composição pode ser colocada em três dominação sendo, a
autoridade burocrática ou racional, a tradição e a carisma. (DIAS, 2008, p. 177)
Quando começamos a falar do poder sobre as empresas, a ideia que vem
em questão é que se trata do poder do Estado, por ser a instância máxima do
poder dentro da sociedade, detendo poder sobre as empresas além de interferir
nelas. Mas não só se trata do Estado, pois existem outras organizações que
também detém esse poder, não tendo tanta interferência, mas conseguindo afetar
as empresas, esses são os sindicatos e grupos de pressão. (FERREIRA, 2015,
p.186)
O Estado possui muito poder sobre as empresas como citamos antes, mas
deve-se saber como é esse poder, o Estado possui o poder normativo, que
interfere bastante nas empresas como Ferreira (2015, p. 187) abordou:
“por poder normativo entenda-se a produção
de leis e a punição dos infratores. As leis
interferem sobre o que pode ser produzido,
onde pode ser produzido, como vai ser
produzido, como vai ser a propaganda, a
relação dos empresários com os seus
empregados, da empresa com o meio
ambiente etc.”

Esse poder normativo torna o Estado rigoroso, dificultando a criação de


novas empresas em todo o Brasil, para ter uma ideia, as empresas devem
obedecer às diversas leis, como às regras tributárias, às leis trabalhistas, às leis
ambientais, ao código do consumidor etc. Essas leis são importantes para o
Estado, então teve-se que criar os fiscais para garantir a obediência das leis, eles
são capazes intervir em caso de descumprimento da lei, utilizando diversas
medidas como forma de punição dependo da gravidade do descumprimento da lei
em questão. (FERREIRA, 2015, p.187)
Existem grupos de empresários que se reunir para fazer que suas ideias
alcançar uma participação política maior, as formas mais comuns desses
empresários participar do debate político, entrando em um partido político, os
empresários também utilizar de órgãos de classe (confederações, federações e
sindicatos ou associação de classe) e os lobbys. (FERREIRA, 2015, p. 202)
De acordo com Ferreira (2015, p. 203) “os lobbies é uma defesa de
interesse junto a políticos. Ela é feita por profissionais especializados que usam
diferentes estratégias para fazer com que os políticos apoiem o projeto que
interessa ao grupo que o lobista representa”. “Mas os lobbys em princípio não
significam compra de favor ou tráfego de influência”. (FERREIRA, 2015, p. 203)
O empresário também é um ator político, segundo Ferreira (2015, p. 204):

“costuma-se chamar de ator político o grupo ou organização


que em dada situação participa de ação política. Os
empresários têm interesses a defender, e o atendimento de
grande parte desses interesses depende de que os
empresários participem da política, ou seja, tentam
influenciá-la. Quanto mais forte for a presença do Estado na
economia, mais os empresários precisarão participar da
política para verem atendidos os seus interesses”

Antes de tudo, precisa saber que os empresários políticos não são um bloco
monolítico, na verdade ao longo da história, raramente teve situações em que
eles tiveram um interesse único, ou seja, unisse para um só objetivo. (FERREIRA,
2015, p. 204).
Para Ferreira (2015, p. 204) “quando se trata o empresário como um ator
político,
deve-se ter em conta que, na maior parte das vezes, o que
chamamos de empresário é um grupo heterogêneo. Os
empresários participam de diferentes setores (agrícola,
industrial, comercial, financeiro, serviços etc.), cada um
deles com interesses distintos e até opostos”.

Ainda complementado Ferreira (2015, p. 204) deu um exemplo, “por


exemplo, empresários do ramo industrial que dependem de
importações para produzir têm interesse em um dólar
barato, ao passo que empresários do ramo industrial que
vivem do mercado interno têm interesse num dólar mais
caro, pois isso dificulta a entrada de produtos estrangeiros
concorrentes”.

Agora que diante dessas abordagens, deu para entender como as


organizações e empresários estão se encaixando dentro da sociedade, também
vamos entender o poder que as empresas exercem dentro da própria
organização, para compreender melhor, tem que entender sobre o que é esse
poder, para Vieira e Lacerda (2010, p. 63) “o poder pode ser definido de duas
formas aparentemente simples, mas que guardam
grandes diferenças de fundo, com implicações diretas para
compreensão e ação no mundo. Pode-se defini-lo como a
capacidade que tem um agente de influenciar o
comportamento de outro. Essa definição tem sido a mais
utilizada para a análise das organizações formais. Ela
conduz inevitavelmente à interpretação da dinâmica social e
das (e nas) organizações a partir de um olhar sobre o
agente dominante na relação, ou seja, aquele que
influencia”.

Já na segunda definição, Vieira e Lacerda (2010, p. 64) dizem que essa


“Outra definição do poder é de que ele corresponde à
capacidade de gerar ação, ou capacidade de agir. Tal
definição estabelece o foco da análise na relação, o que
permite a capacidade de o outro reagir. A reação pode ser
considerada uma ação em si, o que significa que o outro
também tem poder. Assim, a resistência é igualmente
considerada uma expressão do poder."

Essas duas definições de poder dão uma ideia de como essa palavra poder
é forte dentro das organizações, por isso existem diversas concepções de poder,
como ajudar a entender essas concepções, elas foram divididas em duas grandes
categorias, sendo diferente uma da outra com outras visões. (VIEIRA e
LACERDA, 2010, p. 66)
O poder assimétrico se envolve sempre em conflitos reais ou potenciais,
segundo ele, o poder seria exercido por causa de uma ação de um indivíduo ou
um grupo indivíduo sobre o outro, existindo uma diferença de probabilidade de
condições entre quem está no poder e os outros que participam do mesmo
espaço social. (VIEIRA e LACERDA, 2010, p. 66)
E o poder visto como uma capacidade ou realização coletiva, a partir de que
qualquer tipo de manifestação não coletiva é visto como uma alternativa ao
poder. Assim, só apenas quando existe uma conjunção de todos para uma ação é
considerado ou enxergado como poder, outra eventual assimetria entre aquele
que está no poder e os demais indivíduos é caracterizado na verdade como
violência. (VIEIRA E LACERDA, 2010, p. 66)

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