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Módulo 2 - Passo 10 – Atividade

Título: Profissões e gênero

Tema:

Conhecer diferentes profissões, algumas que envolvem ciência, aventura e riscos.


Além disso, refletir sobre a representação dos alunos em relação aos gêneros e a
profissões.

Justificativa:

Considerando que a Educação Intercultural parte do conceito da “diferença como


riqueza e que pretende promover processos sistemáticos de diálogo entre diversos
sujeitos – individuais e coletivos – saberes e práticas na perspectiva da afirmação da
justiça – social, econômica, cognitiva e cultural – assim como da construção de
relações igualitárias entre grupos socioculturais e da democratização da sociedade
através de políticas que articulam direitos da igualdade e da diferença” (Candau,
2014), escolhi o tema profissões incríveis que é uma unidade do livro de inglês
adotado no colégio em que trabalho com o objetivo de trabalhar as representações
dos alunos sobre profissões e gênero.

No livro de inglês que usamos no 7º ano, a unidade 2 aborda a temática de trabalho


e profissões. Acho interessante a escolha das profissões apresentadas no livro
porque ela foge das profissões comumente abordada em livros, profissões mais
tradicionais como médico, professor, dentista, engenheiro, entre outros. O tema é
profissões incríveis (Amazing Jobs). Dessa forma, os alunos são expostos a
profissões diferentes como vulcanologista, pescador de caranguejo, bombeiros
paraquedistas, arqueólogo subaquático, pesquisador, operador de rover, Chef de
confeitaria, testador de alimentos para animais, testador de tobogãs aquáticos, entre
outros. Considero importante os alunos conhecerem essa variedade de profissões
para que ampliem o leque de opções de trabalho ou, no caso dos alunos da escola
em que trabalho, que reconheçam quantos profissionais diferentes existem no
mundo e com os quais eles podem se relacionar, possam conhecer e reconhecer o
mérito de cada um uma vez que algumas das profissões estudadas nessa unidade

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não fazem parte das profissões almejadas pelos alunos dessa escola. A maioria dos
alunos segue para a universidade após terminarem o Ensino Médio.

Público-alvo e faixa etária dos alunos e contexto:

Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental II com idades entre 11 e 12 anos de um


colégio alemão na cidade de São Paulo. O perfil dos alunos é de classe média alta.
Não é um colégio bilíngue de língua inglesa, mas os alunos têm 5 aulas de inglês
por semana, sendo três aulas de língua inglesa e 2 aulas de Science. Nessa aula de
Science trabalhamos em dupla docência. Uma professora de inglês falando em
inglês com os alunos e um professor de ciências que ensina os conceitos de
ciências mais profundamente. Esse professor fala português com os alunos.

Periodicidade, período e duração para realização da unidade didática:

12 aulas de 45 minutos num período de 5 semanas. Essa sequência de 12 aulas são


normalmente intercaladas por avaliações da disciplina ou de outras disciplinas, além
de revisões para as avaliações e de correções comentadas das mesmas.

Local para a realização das atividades:

As atividades são realizadas na sala de aula.

Recursos utilizados: livros, filmes, músicas, objetos, visitas, entrevistas, passeios,


pesquisas na Internet etc;

A ideia é usar os livros didáticos (Student Book e Workbook), vídeos da internet de


profissionais desempenhando essas profissões incríveis, vídeo “Redraw the
balance”, além de pesquisas sobre profissões diferentes na internet. Para prática de
gramática e vocabulário podemos usar aplicativos como kahoot, quizlet e para coleta
de evidências de aprendizagem podemos usar padlet.

Objetivos:

Tendo como base a Educação Intercultural, mais especificamente a


interculturalidade crítica que tem como um dos objetivos “promover a deliberada
inter-relação entre diferentes sujeitos e grupos socioculturais de determinada
sociedade e conceber culturas em contínuo processo de construção,

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desestabilização e reconstrução” (Candau, 2014), tive como objetivo tentar promover
alguma reflexão sobre as representações dos alunos quanto a gênero e profissões.

A questão de profissão e gênero acho que pode ser discutida nessa unidade
didática. Quando penso na carreira de arquitetura, posso nomear algumas mulheres
arquitetas, entretanto, fazendo uma rápida pesquisa no google sobre profissionais
de destaque em arquitetura, encontrei uma lista de dezessete nomes. Destes
dezessete, quinze são homens e apenas duas são mulheres. Porque será que é
assim, me pergunto? Achava que as mulheres já haviam percorrido um longo
caminho profissional, porém, em alguns contextos talvez não. Um outro caso é a
carreira de medicina. Fiz também uma pesquisa no google e encontrei dados mais
interessantes ainda. Na lista dos “melhores médicos do mundo” no site embibe.com
encontrei uma lista de dez médicos. Desses dez, oito são de origem americana,
sendo 6 homens e duas mulheres e dois são indianos. Se pensarmos em médicos
do mundo todo, será que essa lista seria confiável? Algo a considerar. Podemos
pensar que dependendo do lugar que uma pessoa nasce, ela terá um número maior
ou menor de oportunidades. Mas mesmo assim tenho dúvidas sobre o critério usado
para chegar a essa lista de médicos “top ten”.

Estudando as profissões incríveis do livro didático pensei em como meus alunos


poderiam refletir sobre a importância de cada uma, o preparo necessário para cada
profissão, além da valorização de cada uma e, também, apresentando profissões
diferentes os alunos poderiam conhecê-las, se surpreender com a existência delas e
respeitá-las também.

Em uma parte do livro didático são apresentados profissionais que trabalham em um


cruzeiro marítimo. Nesse caso, essas profissões não são almejadas pelos alunos do
colégio, talvez para um trabalho de verão enquanto são jovens estudantes, porém,
acho relevante que eles saibam desses profissionais e que ao se relacionarem com
eles em suas viagens possam valorizá-los e respeitá-los. Ou pelo menos, prestarem
mais atenção nos garçons, enfermeiras, recreadores com os quais eles se
relacionam em suas viagens.

Um outro objetivo seria os alunos conhecerem a profissão de um arqueólogo


subaquático que é professor universitário e pesquisador. Enfatizando a importância
do estudo da ciência, mais especificamente, da arqueologia para conhecer sobre a
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vida e costumes de nossos antepassados, seus modos de vida e interpretar as
pistas deixadas por eles. Especialmente nesse delicado momento político que
vivemos a desvalorização do estudo científico e a pouca importância dada aos
pesquisadores pelos nossos governantes e pelas políticas públicas de incentivo à
pesquisa, considero importante abordar, de alguma maneira, essa temática na sala
de aula.

Descrição da(s) atividade(s):

Começo abordar o tema sobre profissões incríveis apresentando vídeos curtos (2


min cada) de quatro profissões: um eletricista que concerta fios de alta tensão
sentado em um helicóptero (helicopter lineman), pescadores de caranguejo no
Alasca, bombeiros paraquedistas e um vulcanologista. O objetivo é surpreender os
alunos com essas profissões que envolvem perigo e aventura. Peço que
identifiquem as profissões e qual consideram a mais perigosa.

Em seguida, os alunos leem um texto sobre Guillermo de Anda, um arqueólogo


subaquático que trabalha como professor universitário, pesquisador e mergulhador.
Ele mergulha nos cenotes no México estudando a civilização Maia. Acho muito
interessante que esse livro da Editora Cambridge, National Geographic, sempre
apresenta pessoas reais, entretanto, acho difícil classificar os gêneros textuais
apresentados no livro. Nesse texto trabalhamos a compreensão, mas principalmente
o vocabulário apresentado no texto.

No próximo passo os alunos têm que usar esse vocabulário completando dois
parágrafos sobre uma outra profissão, operador de rover. Antes de fazer esse
exercício de vocabulário, contextualizo a profissão de operador de rover ou o
exercício fica muito abstrato para os alunos. Em seguida, os alunos jogam um jogo
de vocabulário no online no aplicativo chamado quizlet.

Antes de continuar para a parte gramatical, presente simples, que também usa o
contexto de profissões para ensinar rotina. Apresento o vídeo “Redraw the Balance”
que aborda a questão da representatividade de certas profissões quanto ao gênero
do profissional. Faço como no vídeo, interrompo o vídeo para os alunos possam
discutir suas previsões quanto aos nomes dos profissionais e eles todos dão nomes
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masculinos. Em seguida, continuo mostrando o vídeo e os alunos se surpreendem
ao ver que são mulheres as profissionais nos uniformes: uma astronauta, uma
bombeira e uma médica. Após o término do vídeo, discutimos um pouco sobre a
expectativa de profissões para homens e mulheres. Por que temos essa expectativa
e o que consideramos quando pensamos em profissões? E o que seria mais
adequado ou que é mais popular entre homens e mulheres e o porquê disso?

Proponho que os alunos façam algumas pesquisas na internet sobre profissões.


Discutimos alguns critérios para a pesquisa de acordo com o interesse dos alunos,
como por exemplo que tipo de trabalhos eles vão pesquisar? Trabalhos com
melhores salários, mais procurados, que tenham mais ofertas de empregos, mais
desafiadores, ou mais legais e inusitados?

Segue algumas listas de sites que encontrei fazendo a pesquisa:

https://www.msn.com/en-au/news/photos/30-most-in-demand-jobs-around-the-world-
right-now/ss-AAkD698?viewall=true#image=1

https://www.goodnet.org/articles/8-best-jobs-in-world

https://www.michaelpage.co.uk/minisite/most-in-demand-professions/

https://www.superyachtcrewagency.com/blog/coolest-jobs-in-the-world/31681

Após a pesquisa realizada em grupos, os alunos respondem algumas questões,


além das suas conclusões sobre as profissões que encontraram e que aspecto
escolheram para enfocar.

1. Quais das profissões pesquisadas vocês gostariam de ter no futuro? Porquê?


2. Descrevam as profissões.
3. Vocês acham que essa profissão seria interessante para homens e
mulheres? Porquê?

Os grupos organizam as respostas em Power Points para apresentar para a classe.


Para finalizar, debatemos sobre a questão 3 sobre as representações dos alunos
sobre profissões e gênero.

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Depois dessa parte, estudamos a gramática, presente simples e rotina, ouvindo uma
entrevista com uma Chef confeiteira, um garçon que trabalha em um restaurante
dentro do mar e os alunos são expostos a perguntas através de uma entrevista com
o capitão de um cruzeiro marítimo que fala de sua rotina de trabalho. Sempre que
possível, abordo questões sobre essas profissões perguntando o que eles acham
delas. Abordo também a questão do trabalho de verão, pensando na classe social
desses alunos, trabalhar durante a faculdade não é uma realidade para a maioria,
exceto, trabalhar no exterior para ganhar experiência, praticar uma língua
estrangeira, eles estudam 3 no colégio. Pensando nisso, conto da minha experiência
trabalhando durante os verões quando estava na universidade. Trabalhei como guia
turístico levando grupos para Disneyworld, nos Estados Unidos. Minha experiência
foi importante para desenvolver mais a fluência na língua inglesa, para conhecer
lugares que não conhecia, para desenvolver responsabilidade, compromisso, lidar
com pessoas e com a hierarquia da empresa e resolução de problemas também.

Nos exercícios do workbook que tem como objetivo a prática de gramática e


vocabulário os alunos também conhecem outras profissões: testador de toboágua,
provador de comida de animais de estimação e mergulhador de bola de golfe. Essas
são profissões diferente e não tão populares no Brasil. Acho interessante eles
conhecerem para ampliar seu repertório. Pode ser interessante também os alunos
pesquisarem mais detalhes dessas profissões, tal como, formação, salário,
condições de trabalho e algum outro aspecto que considerarem interessante. Ou
pesquisarem outras profissões diferentes ou incomuns, infelizmente, o tempo é um
limitador porque temos um programa de conteúdos da disciplina a cumprir e temos
que deixar algumas atividades de lado.

Depois dessa parte, trabalhamos compreensão de leitura. Usamos um texto no livro


didático sobre dois exploradores que trabalham em lugares extremos. Deveria
propor uma discussão sobre esses profissionais e esses trabalhos que envolvem
risco mas por falta de tempo trabalho seguimos para a próxima e última parte desse
tema que é mais um ponto gramatical: possessivos.

O último tópico dessa unidade também é gramatical: possessivos. Esse ponto é


trabalhado através da história de outros profissionais. São dentistas e médicos que

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trabalham para a Royal Flying Doctor Service of Australia (RFDS). Não tenho mais
muito tempo para continuarmos nesse assunto das profissões. Já se passaram 4
semanas e tenho que começar um novo assunto que é o tema da próxima unidade
do livro.

Escrevendo esse trabalho tive algumas ideias e acho que seria interessante para os
alunos também conhecer outras instituições ou ONGs que oferecem serviços
médicos a comunidades que não tem acesso a cuidados com a saúde. Deveria
voltar o olhar para o Brasil e propor uma pesquisa sobre esses grupos que cuidam
de indígenas, populações ribeirinhas em várias partes do país poderia ser um
grande e importante aprendizado.

Possível produto final como forma de partilhar com a comunidade escolar e com as
famílias.

O produto final para ser partilhado com a comunidade escolar e famílias pode ser o
padlet com perguntas sobre as profissões estudadas nessa unidade didática e o
impacto que possa ter causado nos alunos sobre aspectos que consideraram
interessante das profissões, ou surpreendentes e a relação entre gênero e
profissional.

Eles devem responder em inglês às seguintes perguntas:

1. What are three interesting things you learnt about Guillermo de Anda and his
unusual job?
2. Point out three things you learnt in this unit about choosing a career.
3. You’ve learnt about some jobs that combine nature, science and extreme
physical activity. Has learning that there are such jobs changed your ideas
about the kind of job you would like to have?
4. What is your opinion about career and gender? Do you think men and women
can work in all kinds of Jobs? Explain.

Escrevendo esse trabalho pude perceber que quero promover espaço para tantas
reflexões com os meus alunos, mas tenho dúvida se isso realmente acontece na
prática. Quero dizer, será que as propostas que trago ou que o material didático
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apresenta podem promover essas reflexões? O que preciso mudar para que isso
aconteça?
Depois de tantos anos como professora, vejo que ainda há muito para aprender
sobre o ensinar. Estou em busca de caminhos que permitam mostrar aos meus
alunos a parte do mundo que eles não conhecem para terem uma visão mais ampla
do mundo. Eles são alunos que tem muitas possibilidades, muitos tem escolhas e
considero importante conhecer para poder escolher.

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