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Cristalizações
1- Neste poema, o sujeito poético está desalentado e desconfortável (“Faz frio”).
Apesar disso, o eu lírico deambula pela cidade de Lisboa sendo crítico em
relação ao que observa, nomeadamente no que toca às classes trabalhadoras.
Estas são admiradas por ele, representando para ele esforço, dedicação e
empenho (“Disseminadas, gritam as peixeiras; luzem, aquecem na manhã
bonita”).
Por outro lado, as classes mais abastadas são criticadas pela sua
desvalorização ao trabalho alheio (“Com que outro batem a calçada feita”).
Conseguimos ainda perceber que o poeta abomina a cidade, preferindo
nitidamente o campo (“Não se ouvem aves; nem o choro de uma nora; tomam
por parte os viandantes”).
Em suma, o eu poético está desgostoso com a Capital e o seu ambiente.
Parte B
Nos Lusíadas de Luís Vaz de Camões, o imaginário épico está presente em variados
momentos, conferindo à epopeia um caráter inigualável na literatura portuguesa.
O imaginário épico é verificável em três momentos. Primeiramente através da
matéria épica, quando são apresentados ao leitor os feitos grandiosos dos portugueses
e também relatada a viagem de Vasco da Gama à India. O que é posteriormente
desenvolvido na narração. Num segundo momento, a sublimidade do canto é
imprescindível para o tom épico da epopeia, são por isso usadas apóstrofes,
comparações e até mesmo hipérboles assim como referidas a mitologia e a história
antiga.
Desta maneira, também a mitificação do Herói é crucial para que os heróis
portugueses ficassem para sempre recordados e divinizados. Nesse seguimento,
Camões superioriza os navegadores aos deuses da Antiguidade Clássica e utiliza a ilha
dos amores como uma forma de os recompensar pelo árduo esforço e imortalizá-los.
Em suma, o imaginário épico confere à Epopeia Camoniana um caráter incomparável
pelo qual é relembrada cinco séculos depois.
Grupo II
1- C
2- D
3- D
4- D
5- B
6- B
7- D
8- “ideais de permanência”
9- Complemento oblíquo
10- É homem de ação- Oração subordinante
Tão resoluto e coerente que se faz tipógrafo em Paris- Oração subordinada
relativa restritiva
Para que o seu socialismo tivesse a sagração do trabalho- Oração subordinada
adverbial final
Grupo II
1- A
2- A
3- C
4- D
5- B
6- C
7- B
8- Oração subordinada substantiva completiva
9- Valor explicativo
10- Sujeito
Grupo III
2- Neste verso está presente uma aliteração. Este recuso expressivo contribui para
conferir musicalidade ao poema acentuando deste modo a sua expressividade.
Parte B
O poeta novecentista Cesário Verde, ou como ficou conhecido, o poeta da cidade
que, ironicamente, a abomina sendo ela o objeto principal da sua lírica.
Através da sua deambulação pela Capital, Cesário perceciona a realidade e
transfigura-a para a sua poesia. Neste espaço que ele detesta e considera nefasto,
descreve as diferentes classes sociais que ali confluem, a burguesia e os marginais, que
ele afincadamente critica, servindo-se das burguesinhas do catolicismo entre outros.
Por outro lado, elogia as classes trabalhadoras, esforçadas e dedicadas que de forma
penosa servem quem as desvaloriza. Com este intuito serve-se dos calceteiros, dos
sapateiros, das varinas e muitos mais.
Quanto à cidade em si, esta surge como poluída, “cheira a gás” e aprisiona os
homens como em “gaiolas e viveiros”. Toda esta realidade surge em contraste com o
campo, local de plenitude, felicidade e satisfação.
Para findar, Cesário faz um elogio épico, não ao povo português enquanto todo
como Camões, mas sim, àqueles “cuja coluna nunca se endireita”.
Grupo II
1- D
2- B
3- A
4- D
5- C
6- B
7- A
8- “Francesca Childs”
9- Predicativo do sujeito
10- Para demonstrar a factualidade da afirmação.
Grupo III
Se para uns a cidade é um local de aprisionamento, que nos encurrala, para outros é
uma lufada de ar fresco, uma oportunidade à espera de ser agarrado, como escreveu
Sophia de Mello Breyner, que “destrói a insegurança dos passos”.
Para a maioria da população, que sempre viveu em terras pequenas, marcada pelo
bairrismo e pela convivivência diária com as mesmas pessoas, a cidade funciona como
um íman. Esta atração pelas grandes metrópoles pode verificar-se tanto pelo ideário
que construímos à volta delas, muito graças ao cinema e à literatura. Pode também ser
vista como um mundo de oportunidades, quer sejam elas de empregabilidade ou
sociais.
O que fazer é aquilo que não falta nas grandes áreas metropolitanas, e esse pode
ser visto como outro motivo pelo qual as grandes cidades são procuradas, teatros,
concertos, festivais, ou um simples passeio no jardim. Estes meios conseguem ser uma
perfeita simbiose dos fatores de maior interesse ao ser humano. Já para não falar do
simples facto de poder sair à rua e poder ter segurança em pensar que não
encontraremos ninguém conhecido, e termos apenas o prazer da nossa própria
companhia.
Para mim em particular, as grandes metrópoles são um lugar de oportunidades, que
nos permitem reinventarmo-nos, tomando partido dos diversos fatores que nos
podem oferecer.