Princípios da Terapia Nutricional Parenteral no Adulto Hospitalizado

Infecções em Terapia Nutricional

Parenteral
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Infecções em Terapia Nutricional Parenteral

Bianca Zanchetta Buani Miguel

Terapia nutricional parenteral (TNP) pode estar associada a complicações; desde o

momento de passagem de cateter para o acesso vascular; durante os cuidados nos controle
metabólicos, hidroeletrolíticos e infecciosos; além de complicações crônicas ao uso como
alterações hepatobiliares, toxicidade direta da NP no fígado, atrofia da mucosa gastrointestinal,
doença ósseo-metabólica, trombose de vasos e a tão temida infecção de corrente sanguínea.

A infecção de corrente sanguínea pela

contaminação do cateter venoso central (CVC)
é o tipo mais frequente e pode atingir até 30%
dos pacientes. Sem dúvida é uma grande
preocupação médica, pois leva ao aumento da
morbidade, mortalidade e de custos
hospitalares. O consenso mais recente da
sociedade americana de nutrição - ASPEN
considera a infecção de TNP como um
parâmetro de alta vigilância.

O CVC, na veia cava superior ou átrio direito, é a via de eleição para a TNP de longa
duração (maior que 15 dias), porém aumenta o risco da entrada de microrganismos diretamente
na corrente sanguínea. O controle de sintomas comuns à infecção, como alterações locais,
leucocitose, febre e hiperglicemia, pode auxiliar a reconhecer precocemente um episódio de
infecções ligadas ao cateter venoso central.

É necessário atenção de todos os profissionais envolvidos na terapia nutricional para

prevenção, reconhecimento precoce do processo infeccioso e medidas de tratamento. Além
disso, a supervisão de políticas e procedimentos em relação à inserção e manutenção do
cateter é de extrema importância para melhorar os resultados dos pacientes.

© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei no. 9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos
autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade
material e intelectual.
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As particularidades inerentes a terapia que levam a maior propensão infecciosa são

consequências de:

Uso de cateteres por tempo prolongado;

Soluções ricas em nutrientes, favorecendo um meio de cultura rico para proliferação de

microrganismos;

Próprio estado clínico-nutricional debilitado destes pacientes que necessitam de terapia

nutricional parenteral.

Os agentes microbianos mais relacionados às infecções são:

Gram-negativos (Enterobacter spp, burkholderia cepacea) com provável contaminação por

falhas durante a manipulação ou contaminação de produtos;

Gram-positivos (Staphilococcus) com provável contaminação por quebra da barreira de

proteção pele a corrente sanguínea - como más práticas na assepsia e manutenção de
cateter;

Fungos geralmente presentes em emulsões acrescidas de lipídio, sendo os agentes mais

comuns: Malassessia furfur, Candida e Pichia anomala.

Em casos suspeitos de infecção de corrente

sanguínea no paciente em uso de TNP, fica sugerido a
equipe assistente a abertura de protocolo de sepse com
o rápido desdobramento de ações para contenção deste
problema. As fontes causadoras da falha da linha de
cuidado deste paciente devem ser minuciosamente
estudadas por toda equipe multiprofissional e diversos
são os fatores causais que devem ser ajustados:

© Ao aluno é permitido fazer uma cópia do material didático disponibilizado para uso próprio. De acordo com a Lei no. 9.610 de 19/02/1998, que trata de direitos
autorais, todo aluno fica proibido de propagar, distribuir e vender o material de qualquer forma, sob pena de responder civil e criminalmente por violação da propriedade
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Pré-hospitalar:

Pesquisa de falhas técnicas durante o processo de preparo desta solução,

desde a manipulação do produto até a instalação da bolsa no paciente;

Garantir qualificação correta dos fornecedores das bolsas de nutrição parenteral;

Para cateter de curta permanência é preferível a punção da veia subclávia

como via de infusão da TNP.

Hospitalar:

Pesquisa de possível contaminação de sistema da nutrição parenteral como:

cateteres, equipos de bomba de infusão;

Pesquisa de falhas das boas práticas no manuseio da terapia durante a

administração/ instalação da bolsa;
Pesquisa de sinais de quebra de protocolos de segurança, como abertura do
sistema fechado de infusão (desconexão da nutrição para procedimentos,
banhos ou fisioterapia);

Pesquisa de pausas de terapia não programadas, e reinício da terapia com a

mesma bolsa de nutrição parenteral com o tempo de pausa de bolsa em bomba
superior a 6 horas;

Diagnóstico precoce dos sinais clínicos precoces de SIRS.

Fica sugerido a cada equipe de terapia nutricional que crie barreiras e alertas
para que estas infecções não ocorram:

Identificação de pacientes com maior risco a infecção da TNP:

imunossuprimidos (pacientes oncológicos em uso de quimioterapia, doentes em
uso de terapia imunológica como em pacientes portadores de doenças
inflamatórias, neurológicas ou reumatológicas, história prévia de acesso vascular
limitado, estado de coagulação, uso crônico de corticosteróides, portadores de
imunodeficiência em atividade, gestantes, desnutridos e pacientes prematuros;

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Escolha adequada da via de acesso de acordo com o tempo previsto de terapia;

Garantir boas práticas nas passagens dos acessos com assepsia e cuidados
adequados com a permanência deste cateter;

Vigilância do estado nutricional para evitar desnutrição;

Garantir que a meta calórico-proteica estipulada seja atingida a fim de evitar

desnutrição intrahospitalar.

Verificar:

Exames laboratoriais de rotina durante o uso da TNP;

Aspecto da inserção do cateter;

Cuidados tomados durante a infusão da solução, evitando desconexão do

sistema;

Avaliar as condições de manipulação durante o preparo do produto, bem

como checar com a farmácia de manipulação se há amostra de reserva da
bolsa para posterior análise de esterilidade.

Na confirmação da infecção relacionada a terapia:

Enviar amostra para análise microbiológica;

Avaliar a procedência dos componentes, caso haja suspeita de não

confiabilidade das informações fornecidas pela farmácia de manipulação.

Orientar:

Interromper a infusão;

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Colher hemocultura periférica dos pacientes que apresentam sinais e

sintomas infecciosos positivos;

Avaliar outros possíveis focos de infecção;

Iniciar precocemente tratamento para a infecção da corrente sanguínea uma

vez que esta esteja confirmada.

Recomendações da Diretriz Brasileira de Terapia Nutricional para cuidado do

CVC:

A passagem de cateter para TNP deve ser feita por profissional treinado,
em ambiente cirúrgico e com rigor asséptico (uso de gorro, máscara, luvas,
avental e campos estéreis);

Álcool isopropil a 70%, o PVPI a 10% e o gliconato de clorexedina a 2%

são as soluções antissépticas recomendadas para uso na passagem do
cateter e para o cuidado do curativo;

A radiografia de tórax após-inserção do cateter central é padrão-ouro

para checar adequada posição da ponta do cateter;

O curativo dos cateteres deve ser oclusivo ou com filme transparente

semipermeável;

A troca do curativo dos cateteres deve ser realizada a cada 48 horas, ou

mais frequente, se necessário. Em caso de uso de filme transparente, a
troca pode ocorrer a cada 5 a 7 dias;

Para a manutenção de cateter de longa permanência temporariamente

sem uso, pode ser usada uma solução com baixa dose de anticoagulante;

O uso de antimicrobiano no cateter venoso central diminui infecção.

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Conclusão:

A seleção e cuidados adequados da via de acesso são fundamentais para minimizar

efeitos adversos e garantir o sucesso da terapia nutricional parenteral. A implantação de
protocolo específico para o cuidado do cateter e o treinamento dos profissionais é fortemente
recomendado para diminuir as taxas de infecção relacionadas a nutrição parenteral.

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material e intelectual.
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