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Simulado

Criado em: 24/12/2023 às 16:30:31

Texto 1 para responder às questões 1 a 5.

O Umbuzeiro

1____É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápi-

das horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros.

Representa o mais frisante exemplo de adaptação da

flora sertaneja. Foi, talvez, de talhe mais vigoroso e

5 alto – e veio descaindo, pouco a pouco, numa inter-

decadência de estios flamívomos e invernos torren-

ciais, modificando-se à feição do meio, desinvoluindo,

até se preparar para a resistência e reagindo, por fim,

desafiando as secas duradouras, sustentando-se nas

10 quadras miseráveis mercê da energia vital que econo-

miza nas estações benéficas das reservas guardadas

em grande cópia nas raízes.

_____E reparte-as com o homem. Se não existisse o

umbuzeiro aquele trato de sertão, tão estéril que nele

15 escasseiam os carnaubais tão providencialmente dis-

persos nos que o convizinham até ao Ceará, estaria

despovoado. O umbu é para o infeliz matuto que ali

vive o mesmo que a mauritia para os garaúnos dos lla-

nos. Alimenta-o e mitiga-lhe a sede. Abre-lhe o seio


20 acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entre-

laçados parecem de propósito feitos para a armação

das redes bamboantes. E ao chegarem os tempos feli-

zes dá-lhe os frutos de sabor esquisito para o preparo

da umbuzada tradicional.

25___O gado, mesmo nos dias de abastança, cobiça o

sumo acidulado das suas folhas. Realça-se-lhe, então,

o porte, levantada, em recorte firme, a copa arredon-

dada, num plano perfeito sobre o chão, à altura atin-

gida pelos bois mais altos, ao modo de plantas orna-

30 mentais entregues à solicitude de práticos jardineiros.

Assim decotadas semelham grandes calotas esféricas.

Dominam a flora sertaneja nos tempos felizes, como

os cereus melancólicos nos paroxismos estivais.

Euclides da Cunha

Disponível em: http://www.culturatura.com.br/obras/Os%20

Sert%C3%B5es.pdf

1. [Q2585474]

O trecho de Euclides da Cunha, um dos maiores romancistas da literatura brasileira, mostra que a
narrativa é mesclada por outros gêneros. Entre eles, pode-se citar:

a ) a predominância de elementos narrativos.

b ) a presença preponderante de elementos argumentativos.

c ) a concorrência de elementos descritivos e dissertativos.

d ) a predominância de elementos dissertativos.

e ) a presença exclusiva de elementos descritivos.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Texto Dissertativo-argumentativo, Texto descritivo, Texto Narrativo.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas - FGV 2022 / Senado Federal SF - BR / Analista Legislativo / Questão: 1
Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao
longo do texto estão citados nas questões.

Dia da Terra: a hora de virar a chave

“Você está na biblioteca de Alexandria e percebe que sua prateleira está em chamas. Umaala toda já
queimou, e os vândalos lá fora impedem os bombeiros de entrar. O que fazer?” Apergunta está num
artigo de 1992, escrito pelo físico e escritor de ficção científica GregoryBenford. Ele escreve que é
uma má ideia andar corredor por corredor atrás dos tratados maisimportantes de Aristóteles ou
qualquer outra solução pedante do gênero. (Afinal, quem é vocêpara decidir quais conhecimentos
serão úteis para a posteridade?) Por outro lado, pegar só o que está por perto – e sair
sobrecarregado com os itens de umaúnica seção do prédio – também é ruim: seja lá quais forem as
necessidades da posteridade, écerto que não estão todas convenientemente dispostas na prateleira
mais próxima. Pensandocom frieza, o melhor caminho é trabalhar por amostragem: correr pelo resto
da bibliotecacoletando um certo número de escritos aleatórios de cada seção; talvez dando
preferência ___textos menores, para carregar mais. Benford faz esse exercício de imaginação porque
queria empregá-lo, na prática, para salvarum outro tipo de biblioteca, que está em chamas neste
exato momento: o patrimônio genéticoda Terra. É inevitável: muita coisa ficaria de fora. Entretanto,
poderíamos guardar o suficiente paragarantir que cientistas do futuro tenham algum acesso __
riqueza do bioma, mesmo que eletenha cessado de existir. A biblioteca de Benford nunca saiu do
papel. Na prática, o mais próximo de uma propostaassim na vida real é o Silo Global de Sementes de
Svalbard, construído em 2008 em umarquipélago ao norte da Noruega. Ele contém 1 milhão de
sementes diferentes congeladas: são12 mil anos de agricultura resumidos num prédio. Milhares de
espécies não chegarão __ ser descritas, pois serão ou foram extintas antesdisso. Em um momento
mediano da história da Terra, algo entre uma e dez espécies são extintaspor ano. Porém,
atualmente, em virtude da ação humana, estima-se que ocorra algo na casadas mil extinções por
ano. A maior parte dos acadêmicos concorda que há uma extinção em massa em andamentono
Holoceno – o nome da época geológica em que vivemos. Nos anos 1950, descobrimos que todas __
formas de vida armazenam seu manual deinstruções de maneira idêntica: dê um pedacinho de
genoma humano a uma bactéria e elaprontamente lerá as instruções para fabricar as moléculas que
compõem nosso corpo. Não dá para ler, porém, os DNAs de espécies que não existem mais. O que
não é apenasuma tragédia para o planeta, mas também para nós, que nunca poderemos nos
beneficiar desuas traquitanas biotecnológicas. A OMS estima que o Brasil, com 20% da
biodiversidademundial, tenha até 10 mil espécies com alguma aplicação plausível na medicina, mas
85% (95%,em certas estimativas) das espécies amazônicas serão afetadas pelo aquecimento global
dealguma forma. Nas palavras do ecologista Robert May, que ecoam Alexandria: “Nós estamos
queimandoos livros antes de aprender a lê-los”. E essa leitura não tem um objetivo
necessariamentealtruísta. Em muitos casos, bancos genéticos são a única estratégia para salvar
nossa própriapele. Apareça num laboratório da Embrapa, ou no Centro de Pesquisa Genômica para
MudançasClimáticas da Unicamp, e você verá agrônomos brasileiros usando genes de plantas do
cerradoe da caatinga para projetar cereais resistentes ao calor e às secas – que, inevitavelmente,
virãocom as mudanças climáticas.

(Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/dia-da-terra-a-hora-de-virar-a-chave/ – texto

adaptado especialmente para esta prova).


2. [Q2405653]

Da leitura do texto, é possível inferir que:

a ) A extinção em massa de espécies é prejudicial para o ser humano.

b ) Há tempo suficiente para montar a “biblioteca” do patrimônio genético da Terra.

c ) A ciência não tem interesse em plantas de biomas brasileiros.

d ) O Brasil tem poucas espécies que poderiam ser usadas na medicina.

e ) O silo da Noruega abriga todo o patrimônio genético da Terra.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Interpretação de Texto.

Fonte: Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências- FUNDATEC 2022 / Prefeitura de Monte Belo do Sul - RS / Enfermeiro
/ Questão: 1

Texto 1 para responder às questões 1 a 5.

O Umbuzeiro

1____É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápi-

das horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros.

Representa o mais frisante exemplo de adaptação da

flora sertaneja. Foi, talvez, de talhe mais vigoroso e

5 alto – e veio descaindo, pouco a pouco, numa inter-

decadência de estios flamívomos e invernos torren-

ciais, modificando-se à feição do meio, desinvoluindo,

até se preparar para a resistência e reagindo, por fim,

desafiando as secas duradouras, sustentando-se nas

10 quadras miseráveis mercê da energia vital que econo-

miza nas estações benéficas das reservas guardadas

em grande cópia nas raízes.

_____E reparte-as com o homem. Se não existisse o

umbuzeiro aquele trato de sertão, tão estéril que nele


15 escasseiam os carnaubais tão providencialmente dis-

persos nos que o convizinham até ao Ceará, estaria

despovoado. O umbu é para o infeliz matuto que ali

vive o mesmo que a mauritia para os garaúnos dos lla-

nos. Alimenta-o e mitiga-lhe a sede. Abre-lhe o seio

20 acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entre-

laçados parecem de propósito feitos para a armação

das redes bamboantes. E ao chegarem os tempos feli-

zes dá-lhe os frutos de sabor esquisito para o preparo

da umbuzada tradicional.

25___O gado, mesmo nos dias de abastança, cobiça o

sumo acidulado das suas folhas. Realça-se-lhe, então,

o porte, levantada, em recorte firme, a copa arredon-

dada, num plano perfeito sobre o chão, à altura atin-

gida pelos bois mais altos, ao modo de plantas orna-

30 mentais entregues à solicitude de práticos jardineiros.

Assim decotadas semelham grandes calotas esféricas.

Dominam a flora sertaneja nos tempos felizes, como

os cereus melancólicos nos paroxismos estivais.

Euclides da Cunha

Disponível em: http://www.culturatura.com.br/obras/Os%20

Sert%C3%B5es.pdf

3. [Q2585475]

Há uma relação remissiva que compõe o primeiro parágrafo. Pode-se descrevê-la da seguinte
forma:

a ) as orações do primeiro parágrafo se referem sintaticamente ao título.

b ) as orações do primeiro parágrafo são subordinadas umas às outras.


c ) os termos do segundo parágrafo se referem a termos do mesmo parágrafo.

d ) os verbos no gerúndio do primeiro parágrafo não têm sujeito.

e ) não há termos que se refiram ao título no terceiro parágrafo.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Anáfora.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas - FGV 2022 / Senado Federal SF - BR / Analista Legislativo / Questão: 2

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao


longo do texto estão citados nas questões.

Dia da Terra: a hora de virar a chave

“Você está na biblioteca de Alexandria e percebe que sua prateleira está em chamas. Umaala toda já
queimou, e os vândalos lá fora impedem os bombeiros de entrar. O que fazer?” Apergunta está num
artigo de 1992, escrito pelo físico e escritor de ficção científica GregoryBenford. Ele escreve que é
uma má ideia andar corredor por corredor atrás dos tratados maisimportantes de Aristóteles ou
qualquer outra solução pedante do gênero. (Afinal, quem é vocêpara decidir quais conhecimentos
serão úteis para a posteridade?) Por outro lado, pegar só o que está por perto – e sair
sobrecarregado com os itens de umaúnica seção do prédio – também é ruim: seja lá quais forem as
necessidades da posteridade, écerto que não estão todas convenientemente dispostas na prateleira
mais próxima. Pensandocom frieza, o melhor caminho é trabalhar por amostragem: correr pelo resto
da bibliotecacoletando um certo número de escritos aleatórios de cada seção; talvez dando
preferência ___textos menores, para carregar mais. Benford faz esse exercício de imaginação porque
queria empregá-lo, na prática, para salvarum outro tipo de biblioteca, que está em chamas neste
exato momento: o patrimônio genéticoda Terra. É inevitável: muita coisa ficaria de fora. Entretanto,
poderíamos guardar o suficiente paragarantir que cientistas do futuro tenham algum acesso __
riqueza do bioma, mesmo que eletenha cessado de existir. A biblioteca de Benford nunca saiu do
papel. Na prática, o mais próximo de uma propostaassim na vida real é o Silo Global de Sementes de
Svalbard, construído em 2008 em umarquipélago ao norte da Noruega. Ele contém 1 milhão de
sementes diferentes congeladas: são12 mil anos de agricultura resumidos num prédio. Milhares de
espécies não chegarão __ ser descritas, pois serão ou foram extintas antesdisso. Em um momento
mediano da história da Terra, algo entre uma e dez espécies são extintaspor ano. Porém,
atualmente, em virtude da ação humana, estima-se que ocorra algo na casadas mil extinções por
ano. A maior parte dos acadêmicos concorda que há uma extinção em massa em andamentono
Holoceno – o nome da época geológica em que vivemos. Nos anos 1950, descobrimos que todas __
formas de vida armazenam seu manual deinstruções de maneira idêntica: dê um pedacinho de
genoma humano a uma bactéria e elaprontamente lerá as instruções para fabricar as moléculas que
compõem nosso corpo. Não dá para ler, porém, os DNAs de espécies que não existem mais. O que
não é apenasuma tragédia para o planeta, mas também para nós, que nunca poderemos nos
beneficiar desuas traquitanas biotecnológicas. A OMS estima que o Brasil, com 20% da
biodiversidademundial, tenha até 10 mil espécies com alguma aplicação plausível na medicina, mas
85% (95%,em certas estimativas) das espécies amazônicas serão afetadas pelo aquecimento global
dealguma forma. Nas palavras do ecologista Robert May, que ecoam Alexandria: “Nós estamos
queimandoos livros antes de aprender a lê-los”. E essa leitura não tem um objetivo
necessariamentealtruísta. Em muitos casos, bancos genéticos são a única estratégia para salvar
nossa própriapele. Apareça num laboratório da Embrapa, ou no Centro de Pesquisa Genômica para
MudançasClimáticas da Unicamp, e você verá agrônomos brasileiros usando genes de plantas do
cerradoe da caatinga para projetar cereais resistentes ao calor e às secas – que, inevitavelmente,
virãocom as mudanças climáticas.

(Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/dia-da-terra-a-hora-de-virar-a-chave/ – texto

adaptado especialmente para esta prova).

4. [Q2405659]

Em relação aos recursos coesivos usados pelo autor, analise as assertivas a seguir e assinale V, se
verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) A substituição de palavras no texto é um recurso coesivo muito explorado pelo autor neste texto.

( ) Conjunções integrantes e pronomes relativos são recursos coesivos bastante usados pelo autor.

( ) A repetição de palavras é um recurso coesivo que o autor não utiliza de forma muito hábil no
texto.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a ) F – F – V.

b ) V – F – V.

c ) V – V – F.

d ) F – F – F.

e ) V – V – V.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Mecanismos de coesão textual.

Fonte: Fundação Universidade Empresa de Tecnologia e Ciências- FUNDATEC 2022 / Prefeitura de Monte Belo do Sul - RS / Enfermeiro
/ Questão: 2

Leia o texto seguinte para responder às questões de 1 a 15.

1 ____ O considerável desenvolvimento da

lavoura cafeeira contará como primeiro fator no

reajustamento da vida econômica do Brasil, tão

abalada desde a transferência da corte portuguesa


5 para o Rio de Janeiro e a emancipação política

do país. As crescentes exportações de café que

tomam logo um vulto que deixa a perder de vista o

intercâmbio comercial do passado, permitirão não

somente restaurar o balanço das contas externas

10 do país, tão comprometidas na fase anterior,

mas restaurá-lo em nível nitidamente superior

a tudo quanto o Brasil conhecera no passado.

A partir de 1860, o comércio exterior começa

a se saldar invariavelmente com superávits

15 crescentes. E isto apesar de uma importação que

se avolumava; o que permitiu aliás não somente

uma ascensão sensível do padrão de vida da

população — pelo menos de certas classes e

regiões — mas também o aparelhamento técnico

20 do país, inteiramente dependente, neste terreno,

do estrangeiro. Refiro-me a estradas de ferro e

outros meios de comunicação e transportes,

mecanização das indústrias rurais, instalação

de algumas primeiras manufaturas, etc. Pode-

25 se dizer que é nesta época que o Brasil tomará

pela primeira vez conhecimento do que fosse o

progresso moderno e uma certa riqueza e bemestar

material.

Mas não será apenas esta a conseqüência

30 mais imediata do desenvolvimento da lavoura

cafeeira. Ele terá também o efeito de reforçar

a estrutura tradicional da economia brasileira,


voltada inteiramente para a produção intensiva

de uns poucos gêneros destinados à exportação.

35 Graças ao amparo de um artigo como o café,

de largas facilidades de produção no país e de

considerável importância comercial nos mercados

mundiais, aquela estrutura, momentaneamente

abalada pelas transformações sofridas pelo país

40 na primeira parte do século, consegue se refazer

e prosperar mesmo consideravelmente ainda por

muito tempo. E com ela se reforçarão também os

diferentes elementos econômicos a ela ligados

e que já discriminamos ao tratar da colônia cujo

45 sistema econômico se perpetuara no Brasil

independente: a grande propriedade monocultural

trabalhada por escravos. Apesar das contradições

inerentes a tal sistema no momento de que nos

ocupamos, foi possível ainda reestabilizar na sua

50 base a vida do país.

Adaptado de: PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Círculo do Livro, s. d.

5. [Q2512789]

Assinale o trecho em que a modificação dos sinais de pontuação não provoca incorreção
gramatical.

a ) “As crescentes exportações de café que tomam logo um vulto que deixa a perder de vista o
intercâmbio comercial do passado, permitirão não somente restaurar o balanço das contas
externas do país, tão comprometidas na fase anterior, mas restaurá-lo em nível nitidamente
superior a tudo quanto o Brasil conhecera no passado.” (l. 6-12) – As crescentes exportações de
café que tomam logo um vulto que deixa a perder de vista o intercâmbio comercial do passado,
permitirão não somente restaurar o balanço das contas externas do país – tão comprometidas na
fase anterior –, mas restaurá-lo em nível nitidamente superior a tudo quanto o Brasil conhecera
no passado.
b ) “E isto apesar de uma importação que se avolumava; o que permitiu aliás não somente uma
ascensão sensível do padrão de vida da população — pelo menos de certas classes e regiões —
mas também o aparelhamento técnico do país, inteiramente dependente, neste terreno, do
estrangeiro.” (l. 15-21) – E isto apesar de uma importação que se avolumava, o que permitiu aliás
não somente uma ascensão sensível do padrão de vida da população — pelo menos de certas
classes e regiões — mas também o aparelhamento técnico do país, inteiramente dependente,
neste terreno, do estrangeiro.

c ) “Ele terá também o efeito de reforçar a estrutura tradicional da economia brasileira, voltada
inteiramente para a produção intensiva de uns poucos gêneros destinados à exportação.” (l.
31-34) – Ele terá também o efeito de reforçar a estrutura tradicional da economia brasileira
(voltada inteiramente para a produção intensiva de uns poucos gêneros destinados à
exportação).

d ) “Graças ao amparo de um artigo como o café, de largas facilidades de produção no país e de


considerável importância comercial nos mercados mundiais, aquela estrutura,
momentaneamente abalada pelas transformações sofridas pelo país na primeira parte do século,
consegue se refazer e prosperar mesmo consideravelmente ainda por muito tempo.” (l. 35-42) –
Graças ao amparo de um artigo como o café, de largas facilidades de produção no país e de
considerável importância comercial nos mercados mundiais, aquela estrutura;
momentaneamente abalada pelas transformações sofridas pelo país na primeira parte do século;
consegue se refazer e prosperar mesmo consideravelmente ainda por muito tempo.

e ) “E com ela se reforçarão também os diferentes elementos econômicos a ela ligados e que já
discriminamos ao tratar da colônia cujo sistema econômico se perpetuara no Brasil
independente: a grande propriedade monocultural trabalhada por escravos.” (l. 42-47) – E com
ela se reforçarão também os diferentes elementos econômicos a ela ligados e que já
discriminamos ao tratar da colônia cujo sistema econômico se perpetuara no Brasil independente
– a grande propriedade monocultural trabalhada por escravos.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Reescrita de frases e parágrafos do texto, Pontuação.

Fonte: Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação - IBFC 2022 / Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal SES DF - DF /
Enfermeiro / Questão: 4

Texto 1 para responder às questões 1 a 5.

O Umbuzeiro

1____É a árvore sagrada do sertão. Sócia fiel das rápi-

das horas felizes e longos dias amargos dos vaqueiros.

Representa o mais frisante exemplo de adaptação da

flora sertaneja. Foi, talvez, de talhe mais vigoroso e

5 alto – e veio descaindo, pouco a pouco, numa inter-

decadência de estios flamívomos e invernos torren-


ciais, modificando-se à feição do meio, desinvoluindo,

até se preparar para a resistência e reagindo, por fim,

desafiando as secas duradouras, sustentando-se nas

10 quadras miseráveis mercê da energia vital que econo-

miza nas estações benéficas das reservas guardadas

em grande cópia nas raízes.

_____E reparte-as com o homem. Se não existisse o

umbuzeiro aquele trato de sertão, tão estéril que nele

15 escasseiam os carnaubais tão providencialmente dis-

persos nos que o convizinham até ao Ceará, estaria

despovoado. O umbu é para o infeliz matuto que ali

vive o mesmo que a mauritia para os garaúnos dos lla-

nos. Alimenta-o e mitiga-lhe a sede. Abre-lhe o seio

20 acariciador e amigo, onde os ramos recurvos e entre-

laçados parecem de propósito feitos para a armação

das redes bamboantes. E ao chegarem os tempos feli-

zes dá-lhe os frutos de sabor esquisito para o preparo

da umbuzada tradicional.

25___O gado, mesmo nos dias de abastança, cobiça o

sumo acidulado das suas folhas. Realça-se-lhe, então,

o porte, levantada, em recorte firme, a copa arredon-

dada, num plano perfeito sobre o chão, à altura atin-

gida pelos bois mais altos, ao modo de plantas orna-

30 mentais entregues à solicitude de práticos jardineiros.

Assim decotadas semelham grandes calotas esféricas.

Dominam a flora sertaneja nos tempos felizes, como

os cereus melancólicos nos paroxismos estivais.

-
Euclides da Cunha

Disponível em: http://www.culturatura.com.br/obras/Os%20

Sert%C3%B5es.pdf

6. [Q2585480]

No primeiro período do texto “É a árvore sagrada do sertão”, encontramos a figura de linguagem


conhecida como:

a ) metonímia, tomando a “árvore” como parte do todo “sertão”.

b ) antítese, por contrapor o sagrado ao comum.

c ) personificação, por dar característica humana à árvore.

d ) metáfora, por criar uma imagem que traduz o umbuzeiro.

e ) aliteração dos “s”, “sagrada do sertão”.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Metáfora.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas - FGV 2022 / Senado Federal SF - BR / Analista Legislativo / Questão: 5

Leia o texto seguinte para responder às questões de 1 a 15.

1 ____ O considerável desenvolvimento da

lavoura cafeeira contará como primeiro fator no

reajustamento da vida econômica do Brasil, tão

abalada desde a transferência da corte portuguesa

5 para o Rio de Janeiro e a emancipação política

do país. As crescentes exportações de café que

tomam logo um vulto que deixa a perder de vista o

intercâmbio comercial do passado, permitirão não

somente restaurar o balanço das contas externas

10 do país, tão comprometidas na fase anterior,

mas restaurá-lo em nível nitidamente superior

a tudo quanto o Brasil conhecera no passado.

A partir de 1860, o comércio exterior começa


a se saldar invariavelmente com superávits

15 crescentes. E isto apesar de uma importação que

se avolumava; o que permitiu aliás não somente

uma ascensão sensível do padrão de vida da

população — pelo menos de certas classes e

regiões — mas também o aparelhamento técnico

20 do país, inteiramente dependente, neste terreno,

do estrangeiro. Refiro-me a estradas de ferro e

outros meios de comunicação e transportes,

mecanização das indústrias rurais, instalação

de algumas primeiras manufaturas, etc. Pode-

25 se dizer que é nesta época que o Brasil tomará

pela primeira vez conhecimento do que fosse o

progresso moderno e uma certa riqueza e bemestar

material.

Mas não será apenas esta a conseqüência

30 mais imediata do desenvolvimento da lavoura

cafeeira. Ele terá também o efeito de reforçar

a estrutura tradicional da economia brasileira,

voltada inteiramente para a produção intensiva

de uns poucos gêneros destinados à exportação.

35 Graças ao amparo de um artigo como o café,

de largas facilidades de produção no país e de

considerável importância comercial nos mercados

mundiais, aquela estrutura, momentaneamente

abalada pelas transformações sofridas pelo país

40 na primeira parte do século, consegue se refazer

e prosperar mesmo consideravelmente ainda por


muito tempo. E com ela se reforçarão também os

diferentes elementos econômicos a ela ligados

e que já discriminamos ao tratar da colônia cujo

45 sistema econômico se perpetuara no Brasil

independente: a grande propriedade monocultural

trabalhada por escravos. Apesar das contradições

inerentes a tal sistema no momento de que nos

ocupamos, foi possível ainda reestabilizar na sua

50 base a vida do país.

Adaptado de: PRADO JÚNIOR, Caio. História econômica do Brasil. São Paulo: Círculo do Livro, s. d.

7. [Q2512810]

Em relação à sua tipologia textual, o texto é predominantemente

a ) narrativo, por informar a importância histórica que as exportações de café ocuparam no


Brasil após a Independência.

b ) descritivo, por traçar um panorama político, econômico e social do Brasil à época das
grandes exportações de café.

c ) expositivo, por apresentar informações sobre o desenvolvimento do Brasil após a


Independência.

d ) argumentativo, por construir uma análise na qual as exportações do café assumem caráter
protagonista de grandes transformações no Brasil.

e ) injuntivo, por exemplificar modelos de exportação de gêneros alimentícios que poderiam ser
bem-sucedidos em outros países se implantados.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Texto Dissertativo-argumentativo.

Fonte: Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação - IBFC 2022 / Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal SES DF - DF /
Enfermeiro / Questão: 5

Texto 2 para responder às questões 6 e 7.

-
8. [Q2585483]

A charge é um texto que reúne a imagem visual e o texto escrito em tiradas humorísticas e cheias
de subentendidos. Podem-se subentender algumas coisas dessa charge, exceto:

a ) a mulher está em uma condição social melhor do que a do homem na charge.

b ) a mulher acha que o homem não está necessitado.

c ) pessoas ricas não costumam ver a pobreza.

d ) a mulher realmente se preocupa com o homem na charge.

e ) a mulher simboliza pessoas com condição e sua alienação.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Charge, Inferência Textual.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas - FGV 2022 / Senado Federal SF - BR / Analista Legislativo / Questão: 6

Texto 3 para responder às questões 8 a 10.

Nova Poética

01 Vou lançar a teoria do poeta sórdido.

02 Poeta sórdido:

03 Aquele em cuja poesia há a marca suja da vida.

04 Vai um sujeito,

05 Sai um sujeito de casa com a roupa de brim branco


06 muito bem engomada, e na primeira esquina passa

07 um caminhão, salpica-lhe o paletó ou a calça de uma

08 nódoa de lama:

09 É a vida.

10 O poema deve ser como a nódoa no brim:

11 Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.

12 Sei que a poesia é também orvalho.

13 Mas este fica para as menininhas, as estrelas alfas, as

14 virgens cem por cento e as amadas que envelhece-

15 ram sem maldade.

Manuel Bandeira.

Disponível em: https://lituraterre.com/2011/02/13/nova-poetica-

por-manuel-bandeira-2/

9. [Q2585494]

No trecho abaixo, observa-se a presença de uma função da linguagem específica, qual seja:

“O poema deve ser como a nódoa no brim:

Fazer o leitor satisfeito de si dar o desespero.”

a ) poética, pois se trata de um poema.

b ) referencial, pois fala de um objeto.

c ) emotiva, pois é uma visão pessoal.

d ) conativa, pois chama a atenção do leitor.

e ) metalinguística, pois fala do poema dentro do poema.


Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Função metalinguística.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas - FGV 2022 / Senado Federal SF - BR / Analista Legislativo / Questão: 9

10. [Q2585500]
Um aspecto essencial a um texto é sua coerência, ou seja, basicamente a sua adequação ao nosso
conhecimento lógico. Indique o item que se encontra incoerente.

a ) Pedro cria muitos pássaros, porém não se apraz dessa sua ocupação.

b ) Alice era estudante de matemática, porém dava aulas de literatura brasileira.

c ) Um ano após seu desligamento do governo, o chanceler agora vem nos explicar a motivação
de sua demissão.

d ) Na sala muito escura, havia uma pequena fonte de luz.

e ) O poeta não gostava de festas, pois se sentia bastante solitário quando havia muitas pessoas
aos seu redor.
Disciplinas/Assuntos vinculados: Língua Portuguesa > Não contradição.

Fonte: Fundação Getúlio Vargas - FGV 2022 / Senado Federal SF - BR / Analista Legislativo - Área Enfermagem / Questão: 11

Gabarito
Criado em: 24/12/2023 às 16:30:31

(1 = c ) (2 = a ) (3 = a ) (4 = c ) (5 = d ) (6 = d ) (7 = d ) (8 = d ) (9 = e ) (10 = c )

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