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MARENGO, José A.

Mudanças climáticas globais e seus efeitos sobre a biodiversidade:


caracterização do clima atual e definição das alterações climáticas para o território brasileiro ao
longo do século XXI. Brasília: MMA, 2007. 2a edição: 212 p. Disponível em: Parte I-
https://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/14_2_bio_Parte%201.pdf. Parte II -
https://www.mma.gov.br/estruturas/chm/_arquivos/14_2_bio_parte%202.pdf. Acesso em ago.
de 2019.

PARTE ii
1. Os modelos globais e cenários climáticos do IPCC
1.1 Os modelos climáticos do IPCC

Os modelos climáticos desenvolvidos pelo IPCC são ferramentas que auxiliam na


projeção de cenários futuros para observação de forçamento climático de GEE e
Aerossóis, no qual busca utilizam vários modelos para reduzir as incertezas das
previsões e avaliações. Os cenários até hoje projetados podem ser encontrados no
website IPCC Data Distribution Centre (IPCC-DDC), e as saídas podem ser
atmosféricas ou acoplados atmosfera-oceanoi. No Brasil, os cenários avaliados foram
projetados a partir do modelo cenários SRES - Special Report on Emissions Scenarios,
sendo este implementado pelo IPCC para o Terceiro Relatório de Avaliação de
Mudanças do Clima (IPCC, 2001 a, b). Anterior a esse cenário, o IPCC lançou o
modelo SAR (IPCC, 1990), publicado em 1996, no qual realizava o forçamento com
base em causas antropogênicas, identificado como cenário IS92 (Figura 2)
(MARENGO, 2007, p. 85).
Os modelos do cenário SRES são projeções do desenvolvimento no futuro das emissões
de GEE e aerossóis, nas quais são realizadas combinações com os “forçamentos
controladores como demografia, desenvolvimento socioeconômico, e mudança de
tecnologias, assim como suas interações” (IPCC, 2001, a,b), identificado como projeção
climática do TAR, com variação de 1980 até 2100, com utilização de diferentes
cenários A1 (globalização dominante, como crescimento econômico rápido e população
decrescente), A2 (regionalização dominante, com desenvolvimento econômico rápido e
população crescente), B1 (sustentabilidade ambiental e social, e soluções globais) e B2
(sustentabilidade econômica, ambiental e social, e iniciativa comunitária) (Figura 1)
(MARENGO, 2007, p. 87). .

Com relação a projeção dos modelos climáticos para a zona costeira do Brasil, baseado
nos estudos apresentados nos documentos que faz parte do Relatório de Clima do INPE
(Marengo et al. 2007 a,b; Ambrizizi et al. 2007, Salati et al. 2007, Nobre et a. 2007),
Relatório “Mudanças de Clima, Mudanças de Vida” (Greenpeace 2006), e estudos da
EMBRAPA e ANA, a previsão é de que o aumento do nível do mar vai contribuir para
o desaparecimento de muitas comunidades e portos, com a necessidade de
remanejamento da população local para outras regiões. Como revela a literatura, “os
sistemas precários de esgoto entrarão em colaps”, e no caso de “uma elevação de 50
centímetros do nível do Atlântico poderia consumir 100 metros de praia, em regiões
como o Norte e o Nordeste, e afetará ecossistemas costeiros como os manguezais”
(MARENGO, 2007, p.138-139).
Figura 1- Modelo Climático SRES – IPCC 2001

Fonte: INPE.

Figura 2 – Modelo Climático SAR – IPCC 1990


Fonte: INPE.
i
Os modelos acoplados foram projetados de diferentes forma por instituições, tais como: 1. Hadley Centre for
Climate Prediction and Research, da Inglaterra (HadCM3); 2. Australia’s Commonwealth Scientific and
Industrial Research Organization, da Austrália (CSIRO-Mk2); 3. Canadian Center for Climate Modeling and
Analysis, do Canadá (CCCMA); 4. National Oceanic and Atmospheric Administration NOAA-Geophysical Fluids
Dynamic Laboratory, dos Estados Unidos (GFDL-CM2); 5. Center for Climate Studies and Research
CCSR/National Institute for Environmental Studies NIES, do Japão (CCSR/NIES).

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