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Tradução: Ju LoMeGe, Ise K, J.A.

S,

Kaori, Lia C,

Revisão: Dre Santos, NiKiNha,

Mahzoka, Cacau Maia, J. Parroti,

Lih Bitencourt

Revisão Final: Regina C.

Leitura Final: Aline André

Verificação: Vivian Inn

Formatação: Lola
O sonho de Fallon Parker sempre foi transformar a

empresa de vinhos de sua família em um grande sucesso

e eventualmente começar uma adega própria. Desde a

formatura da faculdade, trabalhou incansavelmente

para tornar o sonho em realidade, especialmente depois

de jogar no time do amor, e perder. Quando Fallon vira

patrocinadora oficial dos Nashville Assassins, ela sente

que todo o seu trabalho está finalmente valendo a pena.

E então o homem que quebrou seu coração patina de

volta para sua vida.

No gelo, Lucas Brooks é artilheiro da NHL, pelo

menos quando não está na reserva. Fora do gelo, ele é

uma bagunça, com toda raiva acumulada por dentro.

Ele dispensou a pessoa mais importante em sua vida e se

arrepende desde então. Mas quando Lucas retorna para

Nashville por um contrato, está determinado a

convencer Fallon de que é um homem mudado. A

atração ainda está lá. A tensão é eletrizante. Mas as

chances estão contra eles, especialmente depois de Lucas

descobrir que Fallon tem mantido um segredo

devastador.
Fallon Parker conseguiu.

Mesmo com toda a negatividade de sua família sobre


sair de casa para ir à escola no Oeste, ela conseguiu. Fallon
completou seu primeiro ano na Universidade de Stanford.
Sim, ganhou os temidos quilos que todo calouro ganhava,
mas não importava.

Ela conseguiu.

Sem a ajuda de ninguém, nem de seus pais, sua irmã


ou seus amigos, manteve sua média entre 9 e 10.

É, ela estava se sentindo bem pra caramba.

Nas nuvens, Fallon entrou no seu Charger1 e dirigiu até


San José para encontrar seus amigos.

Todos eles saíram para comemorar. E ela não poderia


estar mais animada com a identidade falsa em sua bolsa.

1
Marca de carro
Fallon foi uma boa garota enquanto caloura, mas agora
era uma veterana e viveria este verão. Fallon estava em uma
missão.

Ficar bêbada, encontrar um cara e sair.

Talvez sem sexo, mas pelo menos dar uns amassos. Era
de fato muito simples e Allison, sua colega de quarto, disse
que o Trails Pub era o lugar para fazer todos os três.

Depois de estacionar seu carro ao lado de Allison, Fallon


entrou.

—Identificação, por favor. — disse um homem negro tão


alto quanto um gigante que, de acordo com o seu crachá, seu
nome era Dedinho2. Fallon não tinha ideia do que poderia ser
―inho‖ nele, mas aprendeu rapidamente que na Califórnia
você só deixa rolar. Fallon sorriu nervosamente, enquanto
abria sua carteira e tirava a identidade que ela mesmo fez. —
Amanda, obrigado, tenha uma boa noite! — Dedinho disse
com um sorriso enquanto devolvia sua identidade.

Fallon ficou confusa, mas então se lembrou que o nome


dela era Amanda na identificação.

— Muito obrigada, tenha uma boa noite você também.

Dedinho sorriu novamente enquanto Fallon caminhava


até o bar. Viu Allison com Hannah e Kristin, as meninas do
dormitório do outro lado do corredor, numa mesa de canto do
bar e caminhou até elas com um grande sorriso no rosto.

2
No original Pinky, como é chamado o dedo mindinho.
O Trails Pub estava lotado de lado a lado com todo tipo
de pessoas imagináveis. Enquanto Fallon andava até suas
amigas, notou caras com olhares apreciativos em seus rostos.

Ela sorriu com confiança, sabendo que a saia jeans


curta e a blusa vermelho-escura, que combinava com suas
botas, era uma ótima combinação para caçar homens.

—Cacete, Fal, você está ótima! — Allison disse quando


Fallon chegou à mesa. Hannah e Kristin sorriram e acenaram
enquanto Fallon se sentava. Elas não estavam acostumadas a
uma Fallon sexy, a Fallon que conheciam andava pelo
campus de moletom o tempo todo.

Aquela era a Fallon caloura. A Fallon veterana era sexy.

—Obrigada, obrigada! — Fallon soltou enquanto olhava


ao redor do bar.

—Uma rodada de doses, Teagan!

O garçom sorriu para as garotas antes de derramar


quatro doses e entregar as bebidas para uma garçonete levar
até elas. A garçonete colocou um copo na frente de cada
menina e elas os pegaram, trazendo-os para o meio para um
brinde.

—Ao primeiro dos quatro anos concluído! — Allison,


exclamou, enquanto as outras três se juntavam a ela, batiam
seus copos e rapidamente bebiam a dose.

A garganta de Fallon queimou. Ela não tinha certeza de


qual era o líquido horrível, mas, Deus, era nojento. Fallon
olhou para o lado, vendo que havia alguns homens
interessantes no bar naquela noite. Ela estava empolgada
tentando escolher um, estava tão acostumada a se esconder
no ano passado e agora estava pronta para sair e brincar.

Quando os olhos de Fallon escanearam o bar, eles


encontraram um par de olhos cinza atraentes. Fallon piscou
duas vezes enquanto seus olhos viravam reféns dos dele. Ele
era lindo. Cabelos compridos castanho-escuro enquadrando
seu rosto e um nariz que era grande, mas encaixava em seu
rosto perfeitamente. Seus lábios eram finos, ela percebeu
enquanto ele mordia o lábio inferior. Parecia aquele, garoto
da casa ao lado, mas havia algo a mais. Um algo perigoso, ela
se decidiu ao mesmo tempo em que ele, lentamente,
levantava. Era alto, com braços grandes, um coberto de
tatuagens tribais, o outro nu. Os olhos dele estavam presos
aos dela enquanto caminhava ao redor do bar, para longe da
mesa de caras igualmente grandes, e inclinava-se contra o
bar para observá-la.

Ele a estava encarando como se não se importasse com


quem notaria ou se era rude. Era como se visse o que queria
e estivesse esperando para atacar. Era a coisa mais louca do
mundo.

—Nossa, esse cara está te encarando, Fal e muito. —


Hannah disse.

—Tipo muito. — Kristin disse.

Fallon olhou para suas amigas, mas apenas por um


segundo, antes de voltar a olhar para o tipo perigoso do bar.
Ele estava vestindo um belo terno sob medida, deixou o
casaco na mesa e sua camisa era de um verde claro
masculino que estava enrolada até seus cotovelos, exibindo
suas tatuagens. Os primeiros botões da camisa dele estavam
abertos e ela podia ver que havia algo escrito em seu peito. Se
perguntava o que dizia e por que seus amigos estavam
usando a mesma coisa.

Quem são esses caras?

—Vai falar com ele, Fal! — Allison gritou — Ele é muito


gostoso!

Era mesmo.

—Não sei. — disse nervosamente, quando os


pensamentos da 'Fallon caloura' invadiram sua mente. E se
ele fosse um cara da máfia ou algo assim? Era musculoso e
misterioso e sexy e... hmmm...

—Não seja covarde! Vá! — Allison disse, interrompendo


os pensamentos de Fallon.

Fallon olhou para o cara e então para Allison. Então


assentiu antes de lentamente levantar e caminhar até ele.
Enquanto ia em sua direção, como uma menina numa
missão, seu rosto se abriu em um sorriso tão grande que ela
ficou cega pelos seus dentes brancos e alinhados. O cabelo
escuro chegava no queixo dele. Parecia robusto, lascivo.
Fallon não disse nada quando se inclinou contra o bar,
sentindo o passear dos olhos dele sobre o seu corpo antes de
retornar ao rosto.

—Uma cerveja? — Perguntou o garçom.


—Sim, por favor. — Fallon disse antes da cerveja ser
colocada na sua frente.

—Quatro dólares.

Fallon ia pegar o dinheiro em seu bolso quando, pelo


canto dos olhos, viu o cara balançar a cabeça.

— Ponha na minha conta, Teagan.

—Está! — Teagan disse antes de ir fazer o trabalho de


barman.

Fallon olhou para o cara, um sorriso sexy no rosto.

—Obrigado.

—Claro. — ele disse enquanto estendia sua própria


cerveja para ela. Fallon brindou com ele antes de tomar um
grande gole. O líquido fresco desceu pela garganta e ela
queria vomitar.

Era a primeira vez que bebia cerveja e decidiu que era


muito nojento.

—Não gostou? — Ele perguntou. Fallon negou.

—Eu normalmente só bebo vinho.

—Sem vinho aqui, pequena. Teagan, uma mula, por


favor.

—Mula? – Fallon perguntou enquanto o garçom


concordava e ir preparar sua bebida.
—É, é bom. Tequila, refrigerante de gengibre3 e suco de
limão. Bebida dos Campeões.

—Então eu acho que você não é um, já que você está


bebendo uma cerveja?

Ambos olharam para a cerveja que ele segurava, então


ele riu antes de olhar novamente para ela.

—Esta é minha bebida de aquecimento.

—Ah, é mesmo?

—Claro que é, experimenta. — ele disse quando o


garçom colocou o copo na frente dela. Ela pegou e tomou um
gole.

Era fantástico. Fallon nem conseguia sentir o gosto da


tequila, não que ela soubesse que gosto tinha. Tudo o que ela
sabia era que a bebida era boa.

—É bom, não é muito forte. — disse com um aceno de


cabeça.

—Não é forte agora, mas amanhã você vai pensar muito


diferente se beber demais.

Fallon riu e ele a acompanhou.

—Eu sou Lucas, a propósito.

Lucas estendeu a mão e Fallon a pegou. Suas mãos


enormes, engoliam as dela e as pessoas diziam que tinha
mãos grandes.

—Fallon.

3
Ginger Ale é um tipo de refrigerante, normalmente visto pela marca Canada Dry.
—Fallon? Interessante.

—Obrigada. — ela disse com um sorriso.

—Você mora por aqui?

Seus olhos foram atraídos aos dele novamente. Antes,


quando estava do outro lado do bar, não podia ver quão cinza
eram. Agora que estava perto, podia ver que os olhos dele
eram como fumaça ou talvez uma nuvem de chuva. Eles
eram tão cativantes, hipnóticos até.

—Moro. Estou no segundo ano em Stanford. — ela


disse, ainda atordoada por seus olhos.

—Ah, sério, uma espertinha então? — Ele perguntou


com um sorriso preguiçoso.

—Algo assim.

—Espera. Se você está no segundo ano, então tem


quantos anos? Não tem 21.

Eita porra.

—Bem. — Fallon ficou sem graça enquanto olhava para


Allison buscando ajuda, mas ela estava rindo e flertando com
um cara que foi até a mesa. Quando olhou novamente para
Lucas, ele estava inclinado mais perto, um sorriso maroto
nos lábios.

—Oh, alguém tem identidade falsa, hein? — Ele


sussurrou enquanto Fallon corava num vermelho profundo.

—Vai me dedurar?
Ela falou antes de pensar e desejou que não tivesse
quando viu o sorriso diabólico que estava em seu rosto. Deus,
falou como uma garotinha!

Sedutora? ATÉ PARECE!

—Eu não sei. O que recebo se eu não contar?

Fallon analisou sua declaração por um momento, antes


de olhar para ele. Não tinha nada a oferecer além de dinheiro,
e pela forma que estava vestido, certeza de que ele teria o
suficiente por conta própria. Se ele achava que lhe daria sexo,
podia muito bem ir em frente e denunciá-la! Então piscou
duas vezes antes de dizer:

—Hum, o que você gostaria?

Lucas Brooks riu enquanto olhava para a bela garota


que entrou no bar.

Depois de perder o amistoso da copa Stanley mais cedo,


naquela noite, estava se sentindo péssimo até que ela entrou.
Os olhos de Lucas foram atraídos para ela, assim que ouviu o
clique das sedutoras botas de cowboy vermelhas que usava.
Ela não sabia que o vermelho chamava atenção?

Fallon (que nome incrível) era, de longe, a garota mais


linda no bar. Parecia uma boneca de porcelana. Sim, seus
seios eram um pouco menores do que gostava, mas a bunda
compensava. Gostava das meninas de bunda grande e ela era
uma dessas. E o cabelo dela longo e ondulado, um castanho-
dourado que destacava seus olhos castanhos profundos e
selvagens. Ela tinha um olhar assustado, mas sabia, só de
falar com ela, que não era burra. O nariz era pequeno e
delicado e quando Lucas pôs os olhos nos luxuriantes lábios
vermelhos brilhantes, sabia que precisava falar com ela e tê-
la.

Fallon não era tão mais nova que ele, com 21 anos, mas
sua inocência fez se sentir como se tivesse 40. Como o lobo
mau tentando pegar a Chapeuzinho vermelho, mas a
Chapeuzinho Vermelho de Lucas era linda e não tinha ideia
de quem ele era, uma grande vantagem em seu livro.

—É bem simples, — ele disse piscando para ela. — só


um simples beijo e os meus lábios estão selados.

Fallon riu, olhando para os lados antes de o olhar


novamente. Ele gostava muito do fato de que era alta,
normalmente as garotas com quem saía eram muito baixas e
as altas eram modelos que não comem nada. Ele não as
suportava. Lucas adorava comer e quando estava enchendo a
barriga, ele odiava ter uma mulher assistindo com aquele
olhar de ―me alimente‖.

—Se seus lábios estão selados como vai conseguir me


beijar? — Ela perguntou em voz baixa e íntima.

Ooh, ela tinha um pouco de sotaque. A maneira como


pronunciava, lhe disse que não era da Califórnia. Hum,
gostou disso também.

—Safadinha, quem falou sobre beijo de boca aberta?


Ele foi recompensado com um corar profundo e um
sorriso tímido.

—Eu só presumi.

—Ou você estava esperando.

Ela riu e revirou os olhos.

—Cala a boca e me beija logo.

Um sorriso lento atravessou seu rosto antes que ele


segurasse seu queixo com os dedos e lentamente colocasse os
lábios nos dela. Quando os lábios de Lucas tocaram os de
Fallon, podia jurar que todo o corpo ardia. Lentamente
colocou as mãos no cabelo dele, trazendo-o mais perto, para
unir ainda mais seus corpos. Quando ela lentamente abriu os
lábios, inseriu a língua em sua boca, encontrando e movendo
sua língua com a dela. Nunca beijou uma garota com tanta
paixão, nunca colocou tanto de si mesmo naquilo, nunca
sentiu as chamadas faíscas. Com Fallon, ele sentiu.

Quando se separaram para tomar ar, ela sorriu


docemente para ele.

—Então meu segredo está seguro?

Lucas a envolveu em seus braços, beijando-a até não


poder mais, animado pelo futuro que estava diante deles.
Sim, depois de um beijo como aquele, estava pensando no
futuro porque sabia que encontrou a tal.
Nove anos depois...
Os pés de Fallon Parker doíam.

Muito.

Sua decisão de calçar suas novas botas Kate Spade 4


pretas na noite da festa dos Assassins 5 a assombraria por
semanas. Entretanto, queria parecer bonita, sabia que veria
um monte de clientes e alguns de seus amigos, então
precisava estar vestida para matar. Vestindo uma saia
cintura alta ajustada preta com uma blusa de renda branca,
sabia que conseguiu.

Mesmo que seus pés a estivessem matando, era o preço


da moda.

4
Marca de bolsas e sapatos
5
Time de Hóquei local
Fallon tentou andar casualmente enquanto ia até o bar,
vendo mais de 500 pessoas agrupadas na Arena Luther6 para
celebrar o ano novo. A festa estava em pleno andamento, o
pessoal não só estava comemorando o ano novo como
também o fato de entrarem para a Copa Stanley. Os
Assassins estavam indo muito bem pelo que contaram a
Fallon, mesmo que não desse a mínima.

Esses dias acabaram.

Fallon só se importava que o patrocínio fosse perfeito


entre a Rocky Top‘s Wines7 e os Assassins. Em sua maioria
era. A Rocky Top‘s Wines tinha sua própria ala na Arena
Luther e um restaurante, mas o que Fallon realmente queria
era uma adega na arena, um lugar onde os clientes
pudessem escolher uma garrafa de seu vinho favorito para a
pós-festa em casa. Era seu sonho e ela estava trabalhando
muito para torná-lo realidade.

Fallon lentamente se inclinou contra o bar, bebendo sua


própria taça de Chenin Blanc8. Era um de seus favoritos,
descia suavemente enquanto absorvia o cenário da arena. As
cores do time, roxo e preto, cobriam cada centímetro. As
pessoas se moviam ao redor dela, comprando garrafas e
conseguindo refis de seus vinhos favoritos, enquanto Fallon
assistia e respondia quaisquer questões que tivessem.

Deus, amava seu trabalho. Estar rodeada de vinho o


tempo todo? Quem poderia querer mais?

6
Nome da arena
7
Sua empresa de vinhos
8
Tipo de vinho
Um sorriso cruzou o rosto de Fallon quando viu uma de
suas amigas mais queridas. Claro, Elli Adler estava vestida
para impressionar em seu brilhante e longo vestido preto.
Seu bonito cabelo castanho estava em um complicado
penteado alto e sua maquiagem estava ao nível da perfeição.
Ninguém jamais diria que ela teve um bebê há apenas dois
meses. Não importava quantas vezes Fallon dizia isso, Elli
continuava a não acreditar. Elli era linda. Era também a nova
presidente do time o que a fazia ser o centro das atenções
naquela noite. Ela trazia um grande sorriso enquanto
envolvia seus braços ao redor de Fallon, a abraçando
apertado.

—Agora, soube que você esteve aqui por pelo menos


uma hora! Por que só estou te vendo agora? — Fallon
implicou enquanto Elli revirava os olhos.

—Você sabe que eu tenho que ficar por aí bajulando as


pessoas. Você se torna a dona majoritária e todo mundo quer
um pedaço seu! — Elli disse quando gesticulava com as
mãos. — Além disso, por que eu viria até o meu bar favorito
se não posso beber? — Elli perguntou com uma expressão
irritada.

Fallon parou por um momento, confusa. Estava


perdendo alguma coisa?

— Hein?

Elli lentamente acenou.

—Shea me engravidou de novo!


Fallon ficou boquiaberta enquanto Elli apenas sacudia a
cabeça.

— Mas você teve a Shelli só faz dois meses!

— Eu sei! Ele ficava em cima de mim que nem mosca de


padaria! Eu juro que ele vai ficar me engravidando pelos
próximos três anos!

Ambas riram disso. Se Shea Adler, o capitão dos


Assassins, quisesse, provavelmente conseguiria.

— Bem, a boa notícia é que seus filhos serão como eu e


minha irmã. Nós só temos 10 meses de diferença e somos
melhores amigas.

— Oba.

Fallon riu enquanto Elli apenas olhava longamente para


os vinhos.

— Ah, qual é, eu sei que você está empolgada.

Um sorrisinho doce surgiu nos lábios de Elli quando ela


disse:

— Eu estou, mas vai ser um saco pelos próximos dois


meses, já que ele não vai estar aqui.

—Eu pensei que ele estava desistindo.

—Ele disse que irá se demitir quando este bebê nascer,


mas eu sei que não vai. Ele ama muito isso tudo e quem sou
eu para pedi-lo para sair?

Fallon estava verde de inveja enquanto ouvia Elli falar


sobre seu relacionamento perfeito com seu lindo e musculoso
marido, sua perfeita bebezinha e com outro bebê a caminho.
Fallon não poderia estar mais feliz por ela. Ela amava Shea e
a bebê Shelli, mas queria isso também.

Por que não poderia achar um Shea Adler para ela, que
quisesse engravidá-la o tempo todo?

—Então quando é essa festança do vinho? — Elli


perguntou, trazendo Fallon de volta a realidade.

—Primeiro de março. Eu vou passar no escritório para


deixar os ingressos e outras coisas em breve.

—Ótimo, Shea vai estar de férias. — Elli disse sorrindo.


Ela ainda tinha aquele olhar sonhador quando falava de seu
marido. Porém isso era esperado, eles só estavam casados há
dez meses.

—Eu sei. Por isso planejei dessa forma. Eu preciso de


todos os jogadores. Eu preciso que tudo esteja perfeitamente
ligado. Hóquei e a vinha vão funcionar.

—Não era cerveja e hóquei? — Elli perguntou sorrindo.

—Não, não mais. Nós vamos trazer sofisticação para


essa porcaria de esporte.

—Boa sorte com isso. — Elli disse rindo antes que um


par de braços a envolvesse. Ambas olharam para cima para
ver o maravilhoso marido de Elli sorrindo para elas.

—Oi, Fallon. — Shea cumprimentou antes de beijar a


bochecha de Elli.

—Oi, Shea. — Fallon cantou sorrindo para ele. — Ouvi


dizer que você a tirou de jogo novamente.
—Claro que sim. — ele disse com um grande sorriso. —
Tenho que manter os bebês chegando. Já temos quase 30
anos.

—Ah, Senhor, 30 anos não! — Fallon disse com falso


horror, fazendo todos rirem.

—É a desculpa que ele está usando. — Elli disse rindo.

—Eu acho que é tudo uma farsa, ele só gosta de fazer


bebês. —Fallon brincou e as bochechas de Elli ficavam
vermelhas.

Shea soltou uma gargalhada alta antes de dizer:

—Você está certa!

Eles riram juntos antes de Fallon tomar outro gole de


seu vinho. Amava a companhia de Elli e Shea, eram tão fofos
e perfeitos juntos. Mesmo que o amor deles a deixasse
enjoada, ainda os adorava.

—Fallon vai trazer sofisticação ao hóquei. — Elli disse


sorrindo para Shea. Ele riu enquanto olhava para Fallon.

—Vai, é?

—Vou. Eu posso fazer isso. Eu sou incrível.

Elli riu enquanto Shea sorria, então Elli disse:

—Com certeza você é querida! Oh, Shea, ali o Ricky


Owen. Licença um minutinho Fallon, falo com você em breve.

—Claro, foi ótimo ver vocês. — Fallon disse. Ela os


assistiu caminharem para longe, de mãos dadas, com
grandes sorrisos em seus rostos. Eram tão felizes que
enjoava. Mas então pensou no que tiveram que fazer para
chegar ali e não pode evitar estar feliz por eles.

O que poderia dizer? Ela era uma perdedora quando se


tratava de amor.

Fallon ficou ali mais um tempo antes de começar a


perceber os caras reparando nela. Como namorar era a
última coisa que queria, tomou aquilo como dica para
começar a andar pela sala. Agarrou uma garrafa do Cabernet
Sauvignon, um dos melhores da Rocky, e caminhou através
da multidão.

Fallon sempre caminhava com confiança, fazia assim ou


ninguém compraria dela. Sabia o que queria com seus
produtos e sabia que apenas uma prova seria o suficiente
para qualquer um se apaixonar pela Rocky Top‘s Wine. Era
muito bom.

Esteve na família por mais de 80 anos e não houve um


momento na infância de Fallon onde não se lembrasse de
estar nos campos, escolhendo uvas para comer. Cresceu com
pés sujos e roupas manchadas de uva. Amava e vivia isso, e
agora que era responsável pelas relações públicas, isso
finalmente estava alcançando os níveis que deveria. Rocky
Top‘s precisava estar no topo e se Fallon precisava ser
responsável por isso, então assim seria.

Depois de andar ao redor distribuindo cartões de visita e


tickets para garrafas grátis, Fallon avistou Elli com um cara
mais velho com uma taça vazia. Já que ele parecia ter
dinheiro, Fallon caminhou até eles. Ela sempre gostou de
fazer negócio com os mais afortunados, sempre traziam
outros casos para a companhia. Se Fallon tivesse sorte,
normalmente contratavam sua empresa como fornecedora de
vinho para suas festas.

O que sempre era ótimo para os negócios.

—Ele tem uma má reputação. Dinheiro, bebidas,


mulheres, eu não sei. — O homem mais velho disse quando
Fallon alcançou o grupo. Eram apenas Elli, Shea e o cara, e
Elli não parecia muito feliz.

—Ele está limpo. Eu tenho um bom pressentimento


quanto a isso. — Elli disse firmemente. O homem mais velho
balançou a cabeça.

—Eu não sei, Sra. Adler. Brooks é muito brigão.

Fallon piscou algumas vezes, totalmente atordoada.


Fazia muito tempo que não ouvia aquele nome.

—Sim, mas é o segundo na liga a marcar mais gols.

—E o primeiro na marcação de pênaltis. Está marcado


por irritar todo mundo.

—Eu vou tirar essa marcação dele se eu tiver que fazer


isso ou, caralho, talvez nós usaremos Fallon para sofisticá-lo.
— Elli disse sorrindo quando percebeu que Fallon estava em
pé bem ali os encarando. —Ricky Owen, Fallon Parker do
Rocky Top‘s Wine. Ela é uma das nossas maiores
patrocinadoras.
—Quem? — Fallon perguntou ignorando totalmente a
mão de Ricky e esperando com todas as forças que houvesse
outro Brooks na NHL9 que brigasse muito.

Porque só conhecia um...

—Você provavelmente não o conhece, Lucas Brooks?


Acabou de ser negociado pelos Sharks.

Fallon não tinha certeza de como a garrafa de vinho caiu


de suas mãos, mas o que sabia era que agora estava
despedaçada nas suas belas botas. O Cabernet Sauvignon 10

estava por todo lugar e o rosto de Fallon estava vermelho-


beterraba enquanto tentava respirar. Todos olharam para
baixo e depois para Fallon com rostos espantados. Shea
começou a rir enquanto todos ainda olhavam para Fallon em
choque, então disse:

— Ou talvez ela conheça.

Oh, Fallon conhecia Lucas Brooks muito bem.

Ele estava vindo para Nashville?

Ótimo, isso era simplesmente ótimo.

—Você sabe, em outros tempos nós estaríamos de


ressaca ao invés de estarmos nos mudando em pleno ano
novo.

9
Liga de Hóquei
10
Tipo de vinho
Lucas Brooks olhou para Levi Moss, seu melhor amigo,
e riu concordando. Levi estava certo cinco anos atrás, ambos
estariam mergulhados em seus próprios vômitos ou nos
peitos de alguma mulher no ano novo, não se mudando para
uma nova casa.

—Você está certo, mas eu provavelmente estaria falido e


desempregado também. — Lucas adicionou.

—Verdade. Verdade verdadeira de fato. — Levi disse


enquanto acenava.

Lucas sorriu enquanto empilhava as caixas perto das


escadas. A nova casa que comprou era enorme. Ele pediu por
uma casa simples e conseguiu isso nove quartos, seis
banheiros, duas salas de estar e no topo de tudo isso estava a
pista de patinação no subsolo. Lucas tinha que admitir que
essa era a melhor parte da imensa casa. Ainda assim era
grande demais para ele e Levi sozinhos.

Ele ainda não conseguia acreditar que estava em


Nashville, Tennessee. Depois de viver em San José pelos
últimos noves anos, não conseguia acreditar que tinha se
mudado ou até mesmo deixado os Sharks. Ele amava seu
time, sentia falta dos caras e só havia uma semana, mas se
mudar para Nashville foi muito necessário. Lucas precisava
ver novos rostos e de um novo time, não importava o quanto
sentia falta dos outros caras. Se envolveu em muitos
problemas em San Jose e se quisesse se manter sóbrio,
precisava sair de onde a tentação estava.

E tudo em San José era uma enorme tentação.


Lucas conhecia os lugares, conhecia as mulheres, sabia
como arrumar problemas e nos últimos quatro anos foi uma
merda tentar ser bom, então precisava sair. Tinha que
agradecer por Levi tê-lo apoiado, realocado sua vida e o
seguido para Nashville sem quaisquer questionamentos.
Imaginou que Levi sabia o quanto eles precisavam sair de
San Jose ou ele se deterioraria. A mãe de Lucas estava feliz
também, ele estava a apenas oito horas de sua cidade natal,
Eaton Rapids, Michigan, e isso deixou Molly Brook muito
feliz.

Então no geral, se mudar para Nashville seria ótimo


desde que se desse bem com seu time.

Lucas jogou contra os Assassins muitas vezes e odiava


jogar contra sua defesa. Eles eram intensos, idiotas que
batiam realmente forte, e o jogo nunca seguia sem que
arrumasse briga com alguém do time. Agora jogaria com eles.

Oba.

Depois de levar todas as 14 caixas até seu quarto, Lucas


olhou ao redor do quarto que seria dele e acenou. A
decoradora, Beth, fez um ótimo trabalho. Não sabia que cores
pediria, mas depois de falar com Beth ela parecia saber.
Queria basear seu quarto na cor de seus olhos, então as
paredes eram uma sombra perfeita de cinza e a cama era
cinza com travesseiros pretos e brancos destacados. A
cabeceira da imensa cama king californiana (algo que ele não
pôde deixar na Califórnia) era preta e quase alcançava o teto.
Sempre gostou de camas grandes e por sorte esse quarto era
enorme, mesmo com a sua cama nele.

Nas paredes estavam retratos em preto e branco dele


quando criança, com sua mãe e seu pai, alguns apenas de
seu pai, e muitas durante os anos jogando hóquei. Sua foto
favorita era a que estava na parede em frente à sua cama, era
dele com quatro anos com seu pai, James, no primeiro dia
em que jogou hóquei. A face de James brilhava com
empolgação e a de Lucas estava igual foi um dos melhores
dias de sua vida e amava acordar e olhar diretamente para
aquela foto.

Afastando-se da foto que trazia tantas memórias, olhou


para o closet que continha cada taco que já usou para jogar.
Quando Beth disse 'eu mudo de nome se tiver um quarto
apenas para seus velhos tacos, eu vou pensar em uma
alternativa', não pensou muito no que ela falou. O que mais
faria com 46 tacos, mas ela o surpreendeu.

Depois de ajustar e colar cada taco na parede ao redor


de seu closet, ele decidiu que Beth King era genial e mal
podia esperar para que sua mãe visse aquilo.

Agora tudo o que queria fazer era desempacotar seus


itens pessoais. Estava fazendo exatamente aquilo quando
Levi entrou com uma caixa nas mãos. Lucas não prestou
qualquer atenção, enquanto desdobrava sua roupa, até que
Levi disse:

—Por favor, me explica por que você trouxe todas as


coisas de Fallon Parker com a gente para Nashville?
Lucas rapidamente virou, vendo a caixa azul, que
poderia jurar que pegou, nas mãos de seu melhor amigo.

Porra.

Foi até Levi, pegou a caixa e colocou no fundo do seu


closet.

—Estou esperando. — Levi disse. Lucas revirou os


olhos.

—O que eu deveria fazer? Deixar na Califórnia? — Lucas


perguntou com um encolher de ombros.

—Sim! Ou, aqui vai uma ideia, jogar fora!

Lucas o ignorou enquanto voltava a pendurar suas


roupas.

—Eu só não consigo entender. Faz um bilhão de anos


que ela foi embora. Você não a viu ou falou com ela. Por que
manter suas coisas quando nós dois sabemos que ainda te
incomoda? — Levi perguntou.

—Nada nessa caixa me incomoda, são só memórias.

—Memórias que você precisa jogar fora. Não tem


qualquer razão para você ainda ter todas as roupas que ela
deixou, ou suas coisas de cabelo, ou...

Lucas olhou para Levi.

—Você mexeu na caixa?

—Sim, tipo cinco anos atrás. Qual é cara. É maluquice!


Por que você precisa da sua escova de cabelo?

—E por que isso importa?


—Porque é estranho e eu acho que você precisa de
ajuda.

Lucas revirou os olhos e continuou pendurando suas


roupas.

—Eu estou bem. Eu só gosto de tê-las.

—Por quê?

—Porque sim, tá? Não se preocupe com isso. Você não


tem outra coisa para fazer?

Levi riu enquanto balançava a cabeça.

— Jesus, Luc, ainda sensível depois de sete anos?


Talvez você realmente precise de ajuda.

Lucas olhou irritado para Levi antes dele deixar o


quarto, deixando Lucas com suas lembranças de Fallon e sua
caixa de coisas. Pensava nela de tempo em tempos, mas
achar sua caixa enquanto desempacotava trouxe emoções
que tentou esconder há muito tempo. Mesmo com seu
alcoolismo, perder Fallon foi sua falha mais épica. Como pode
foder com algo tão bonito e perfeito, o perturbaria pelo resto
de sua vida.

Lucas olhou novamente para a porta, tendo a certeza de


que Levi realmente tinha saído, antes de pegar novamente a
caixa azul e abri-la. A primeira coisa que viu foi uma foto dele
e de uma bonita garota de olhos castanhos na praia em frente
à sua casa. Fallon era tão linda com seus olhos grandes e
sorriso doce. Era tudo que um homem poderia querer e ele
arruinou tudo. Colocou a foto de lado para ver a blusa que
tinha o logo da Rocky Top‘s Wine. Fallon usava essa blusa
praticamente todas as noites na cama. Era sua blusa favorita
e ele amava a maneira como o laranja destacava sua pele.

Lucas pediu a Levi para pesquisar a Rocky Top‘s Wine


um tempo atrás e descobriu que ainda funcionava e muito
bem, pelo que o artigo dizia. Levi também disse que a Rocky
Top‘s Wine era a orgulhosa patrocinadora do Assassins e isso
trouxe esperança a Lucas, porque talvez pudesse ver Fallon
de novo.

Seu coração parou por um momento ao pensar que


poderia vê-la de novo. Seu coração pulou uma batida apenas
com a ideia de vê-la novamente. Não podia sequer imaginar
vê-la ou tocá-la. Fazia tanto tempo, tanta coisa aconteceu,
tanta coisa mudou. Eles eram duas pessoas diferentes agora.
Quem poderia dizer que ela até mesmo queria vê-lo ou falar
com ele. Lucas sacudiu a cabeça enquanto segurava sua
brilhante camiseta laranja e soube de uma coisa com certeza.

Se Lucas tivesse a chance de estar com Fallon


novamente, não estragaria essa chance.

Fallon não se lembrava de nada depois de ter derrubado


a garrafa de vinho. Tudo o que podia pensar enquanto dirigia
da arena para casa era 'Porra, Lucas está vindo para
Nashville'. Não o viu por sete anos e meio e que queria que
continuasse assim. Lucas Brooks era um fungo e ela se
recusava a ser infectada por ele de novo. Pensar na
possibilidade de o encontrar novamente deixou Fallon
nervosa. Vivia no centro de Nashville e trabalhava juntamente
com os Assassins, o time onde ele iria jogar. Mesmo se
tentasse impedir, ainda haveria uma grande possibilidade de
encontrá-lo.

Precisava se mudar.

Essa era a única coisa em que conseguia pensar quando


estacionou. Colocou o carro na vaga e ficou sentada lá por
um tempo. O que iria fazer? Sequer conseguia começar a
imaginar o que faria se o visse novamente. Ele ainda a
afetava demais e não se viam fazia sete anos.

Lembranças de Lucas passavam em sua mente


enquanto pegava suas coisas. Passava bastante das onze da
noite e estava feliz de estar em casa. Foi um dia longo e difícil
e o final dele não tornou as coisas melhores. Enquanto
andava até a entrada, notou que sua irmã, Audrey, estava
sentada nos degraus da frente.

Audrey acenou olhando o outro lado do jardim, para o


complexo de casas do outro lado da rua. Fallon virou e olhou
para ele, vendo uma van de mudança e um homem
desempacotando suas coisas.

—Audrey, que porra você está fazendo? — Fallon


perguntou olhando para sua irmã. Audrey sentou-se com
seus longos cabelos castanhos em um coque bagunçado, sem
maquiagem, com seu pijama-macacão amarelo brilhante da
Juicy Couture11.

Audrey e Fallon poderiam ser gêmeas, não só porque


eram míseros dez meses de diferença, mas porque se
pareciam muito. A única diferença era que Audrey era um
pouco mais pesada, com seios fartos, enquanto os de Fallon
eram quase inexistentes.

Audrey sorriu para Fallon antes de olhar novamente


para o homem.

—Assistindo o espetáculo. —disse apontando para o


outro lado da grama. — Não estou apenas intrigada com o
fato de que ele está se mudando às onze da noite, mas porque
o cara é sexy, Fal! Tipo, muito sexy, tipo o sexy Antônio
Banderas.

—Ai, Senhor. — Fallon resmungou revirando os olhos e


colocou sua maleta ao lado de sua irmã.

Lentamente retirou suas botas, ficando de meias na


calçada fria.

Parecia ótimo depois da noite que teve.

Fallon olhou para o homem e viu que era mais velho.


Bem mais velho.

—Jesus, Audrey, ele tem tipo 45 anos... ecaaa.

Audrey riu.

—Não, mas no final dos trinta com certeza.

11
Marca de roupa
—Ainda assim. Você só tem 27. Vai achar alguém da
sua idade.

—Não, homens são estúpidos na minha idade. Eu quero


um homem com alguma idade a mais, alguém que saiba
como agir no quarto.

Fallon exalou depois dessa.

— Boa sorte com isso! Homens velhos não podem


manter ereto sem ajuda, o que envolveria você indo de cabeça
ou medicamento. Ou os dois.

—Ah é, — Audrey disse enquanto o olhar de desgosto


pairava sobre seu rosto — voltando aos homens da minha
idade.

Fallon começou a rir ao mesmo tempo em que a porta


abriu e dela saiu o desordeiro de seis anos favorito de Fallon.
Sorriu amplamente enquanto ele apresentava um sorriso sem
dentes para ela. Ver Aiden sempre trouxe muita alegria e
amor ao seu coração e não conseguia imaginar uma vida sem
ele.

Ele era tudo para ela.

—Por que o garotinho favorito da mamãe está fora da


cama?

—Eu estava esperando você! — Ele exclamou descendo


as escadas, correndo numa velocidade que apenas crianças
daquela idade poderiam.

Quando os braços de Aiden a circularam, ela sorriu e o


abraçou também. Amava os abraços do seu bebê, eles faziam
os seus dias valerem a pena, mas o sorriso de Fallon caiu
quando ele olhou para ela com seus inocentes e felizes olhos
cinza.

Os mesmos olhos cinza de seu pai.

Os mesmos olhos cinza de Lucas Brooks.


Como Fallon contaria a Lucas sobre Aiden, ou melhor,
como contaria a Aiden sobre Lucas? Nunca mentiu. Quando
Aiden perguntava onde estava seu pai, Fallon dizia que eles
não estavam mais juntos e que seu pai era um homem muito
ocupado, mas o amava. Aiden não parecia se importar,
provavelmente porque Fallon e Audrey o amavam o suficiente
por um exército de pais. Claro, sabia que Aiden precisava de
um pai e planejava encontrar um, um dia, mas agora estava
mais preocupada com sua carreira e a melhor criação
possível para Aiden.

Quando Fallon descobriu que estava grávida, ela pegou


o telefone milhares de vezes para contar a Lucas, mas perdia
a coragem e desligava. Sem opções, finalmente ligou para
Audrey.

—Oi, mana. — Audrey disse com tom super feliz, mas


Fallon estava longe de estar da mesma forma. Estava mais
para devastada.
Fallon se sentou em seu banheiro com os 19 testes de
gravidez em volta dela, todos dizendo a mesma coisa: que
estava grávida. O que faria? Como conseguiria? Era seu
último ano, como deveria criar um bebê e ir para faculdade
sem a ajuda de ninguém? Seu pai enlouqueceria, oh Deus,
Lucas enlouqueceria.

—Audrey... — Fallon tentou dizer sem chorar, mas um


soluço escapou e começou a chorar muito.

—Fallon, o que houve?

—Estou grávida.

Nenhuma das duas disse nada pelo que pareceram


horas, depois que a declaração de Fallon saiu de seus lábios,
enquanto soluçava no telefone. Orava para que ninguém a
ouvisse, especialmente sua nova colega de quarto.

—Grávida?

—Sim.

—Oh, Deus.

—Exatamente o que eu pensei. — Fallon concordou


enquanto recolhia todas as varetas dos testes que
confirmavam sua gravidez.

—O que você vai fazer?

—Eu não sei, mas sei que não posso ficar aqui.

—Eu sei disso, mas o papai vai pirar. Do tipo,


enlouquecer para caralho. — Audrey disse e Fallon percebeu
que ela também começou a chorar.
—Ah, Audrey, não chora. Eu não liguei para te chatear.

—Eu sei disso. Eu estou com medo por você.

—Eu também. — Fallon disse enquanto começava a


chorar novamente. Ficaram no telefone chorando enquanto
queimavam seus cérebros tentando descobrir o que fazer.
Finalmente, Audrey teve uma ideia.

—Limpa sua conta do banco. Saque tudo.

—Audrey, são mais de 10 mil dólares. Onde eu vou


colocar essa quantia de dinheiro?

—Na sua maleta. Depois que fizer isso, ligue para a


mamãe e para o papai. Conte a eles. Eles vão enlouquecer e
mandar você ir para casa.

—Eu sei, mas por que estou sacando tudo da minha


conta? — Fallon perguntou confusa.

—Porque nós sabemos que o papai vai bloquear o seu


dinheiro e você vai precisar dele para sobreviver.

Ah, isso era verdade, Fallon pensou. Graças a Deus


Audrey pensou nisso, porque se não pensasse, Fallon estaria
ferrada.

— Você precisa se inscrever na Vanderbilt12, tipo hoje,


mas tenha certeza que você conseguiu entrar antes de ligar
para o papai.

—Audrey, eu não posso estudar e criar um bebê ao


mesmo tempo! — Fallon disse aflita. Já estava pirando sobre

12
Nome do colégio
ser um fracasso ao voltar para casa e agora Audrey queria
que ela voltasse para os estudos também?

—Você tem que voltar, Fallon, ou ele vai te deserdar, ou


pior. Por favor, acredite em mim. Eu vou te ajudar.

Audrey implorou. Fallon pensou por um momento,


lágrimas descendo por suas bochechas enquanto tentava
descobrir como pôde deixar isso acontecer. Como pediria a
sua irmã para ajudá-la a criar um bebê? Audrey precisa ter
uma vida também.

Isso era problema seu e do Lucas, não havia motivo para


envolver Audrey. Precisava da ajuda de Lucas, mas como
contaria a ele?

—De quem é o bebê? — Audrey perguntou.

—Você não o conhece. — Fallon respondeu

—Ok, você contou para ele?

—Não, nós não estamos juntos.

—Por que? — Audrey perguntou.

—Porque ele é um bastardo traidor.

—Está bem, então. Você vai contar para ele?

Fallon pensou por um momento. Contaria a Lucas? Mal


poderia olhar em seus olhos, quanto mais falar com ele.
Como contaria que teria um bebê?

Não contaria.

—Não vou contar.


— Alguma coisa entrou no meu olho. — Fallon disse
fingindo esfregar os olhos. —Agora, vamos lá, Aiden. Vamos
para a cama.

—Ok, mãe. — Aiden disse enquanto subia as escadas,


beijando Audrey antes de entrar na casa. Fallon pegou suas
coisas e começou a subir, mas parou perto de Audrey quando
ela agarrou sua mão livre.

—Tem certeza que você está bem?

—Estou bem. — Fallon disse novamente, colocando um


sorriso falso no rosto para sua irmã e voltando a caminhar
para casa.

Fallon largou suas coisas no sofá marrom e subiu as


escadas rumo ao quarto de Aiden. Em cada degrau, uma
imagem de Audrey, Aiden e Fallon sorria para ela. Se
assegurou de tirar fotos com Audrey quando estava com nove
meses de gravidez, depois deles três quando Aiden nasceu, e
assim, fotos dos três desde então pelos últimos seis anos.

Era apenas ela, Audrey e Aiden contra o mundo. Não


poderia agradecer a sua irmã o suficiente pelos sacrifícios que
fez por eles, e Fallon poderia honestamente dizer que não
teria conseguido sem Audrey. Quando tudo aconteceu e
Fallon ligou para casa para contar aos seus pais sobre o
bebezinho crescendo em sua barriga, seu pai, William,
enlouqueceu. Disse a ela para fazer um aborto e, claro, Fallon
disse que não. Ele ameaçou lhe tirar tudo, mas Fallon já
tinha retirado todo o dinheiro, então estava tudo bem.
Depois de embalar todas as suas coisas na Califórnia e
pegar um longo voo de volta para casa, Fallon se mudou para
o apartamento que Audrey já havia conseguido para elas.
Fallon começou na Vanderbilt e foi até mais fácil do que ela
imaginou, mas tudo graças a Audrey. Ela fez de tudo para ter
certeza de que Fallon fosse bem cuidada. Algumas vezes
Fallon se perguntava qual delas era a mais velha, porque
Audrey com certeza agia como se fosse. Não tanto agora, mas
antigamente ela quem agitava as coisas enquanto Fallon era
um caso perdido. Não somente estava grávida, mas também
tentando remendar um coração partido.

Difícil para uma mulher grávida.

Foram três meses até William descobrir que ela estava


morando com Audrey e novamente pirar, dizendo que Fallon
estava morta para a família e que se Audrey não a expulsasse
estaria morta para ele também. Audrey argumentou que
Fallon ainda estava na escola, trabalhando duro para se
sustentar, o que era verdade, mas Willian não quis nem falar
com ela para descobrir isso, Audrey quem teve que contar
para ele.

Ele saiu naquela tarde com um humor do cão e não


falou com qualquer uma delas até o dia em que Aiden
nasceu.

Fallon sacudiu a cabeça, alcançando a porta azul clara


de seu pequenino. Parecia que passou uma vida desde que
tudo aconteceu, mas na verdade foram apenas sete curtos
anos. William ainda não falava muito com Fallon, mas
confiava nela o suficiente para ser a diretora chefe das
relações públicas e amava loucamente Aiden, então o que
mais ela poderia pedir?

O fundo de garantia dela seria ótimo.

Fallon abriu a porta e Aiden estava no meio de seu


quarto azul claro, com seus soldadinhos em mãos.

—Mãe, o capitão Timber vai matar todo mundo!

—Oba! — Ela comemorou enquanto caminhava ao


redor, pegando todos aqueles que o Capitão Timber matava.
Aiden era tão cheio de vida, tão ativo. Às vezes ele a lembrava
tanto o Lucas que a tirava de órbita. Como podia ser
exatamente como o pai sem nunca o ter conhecido? Não fazia
sentido, mas seu rosto era todo de Lucas. Então
provavelmente tinha a ver com o fato de que Aiden não
parecia nada com Fallon e muito com Lucas.

Ela olhou para seu garotinho agitado e sorriu. Ele era


mais alto dos que as crianças de sua idade, com um cabelo
castanho que caía sobre os olhos de cor cinza exatamente
igual aos do pai. Seu narizinho era provavelmente a única
coisa que herdou dela, porque seus lábios também eram
como os do pai. Aiden era um pouco corpulento, mas não
gordo, mais como forte. Ele poderia lutar com Fallon no chão
e fazê-la pedir misericórdia em dois segundos, assim como
seu pai. Lucas amava essas lutinhas, dentro e fora da cama.

A criança era seu pai esculpido e encarnado.

E Fallon era uma pessoa horrível por não dizer nada a


nenhum dos dois.
—Mãe, por que você está me olhando assim?

Fallon piscou duas vezes antes de sorrir docemente.

— Por que, duh! Eu senti sua falta o dia todo! Vem aqui
e me dê alguns beijos!

Aiden sorriu amplamente e correu para ela, abraçando-a


com seus pequenos braços. Oh, ela ferrou tudo e pressentia
que as coisas não se consertariam sozinhas. Teria que
encarar Lucas Brooks e contar a verdade, e depois teria que
contar à Aiden.

Fallon só não sabia como ia fazer isso.

—Eu acabei de verificar seu e-mail. Você tem treino


amanhã de manhã às seis horas, uma reunião com a Sra.
Adler as duas e depois entrevistas às três e por aí vai.

Lucas olhou para Levi da cadeira onde estava sentado,


com a boca cheia de comida, e assentiu com a cabeça.

—Bem, eu vou com você em tudo, por via das dúvidas.

—Parece bom. — Lucas disse com um aceno de cabeça


depois de engolir a comida.

—Hum, eu me recuso a fazer aquela pesquisa para você.

Lucas encolheu os ombros.

—Ok, vou achar quem faça então.


—Por que? Deixa para lá cara. — disse Levi irritado.
Lucas sabia que Levi odiava que ele ainda se importasse com
Fallon e quisesse saber o que estava fazendo, mas Levi não
entendia. Lucas nunca amou uma mulher como amou Fallon.
Ela era tudo para ele e, depois de uma noite de estupidez, a
perdeu. Fallon não aturaria um traidor, era mais forte do que
isso. Levi dizia que se realmente o amasse, teria tentado
acertar as coisas, não ido embora, mas Fallon deixou bem
claro que não aceitaria ser traída. Quem poderia culpá-la?

—Eu errei com ela, é o meu único arrependimento. —


Lucas disse antes de comer um pouco mais.

—Acho que é uma perda de tempo.

Lucas encolheu os ombros novamente.

—Então não se preocupe. Eu vou fazer algumas


ligações.

Um arquivo apareceu na frente do prato de Lucas e ele


olhou para Levi.

—Fallon Parker é a gerente chefe das relações públicas


da Rocky Top‘s Wines. Levantou a empresa do fundo do poço
para o topo, vendendo vinho nos EUA. Rocky Top‘s wines e os
Assassins são parceiros. — disse Levi com um olhar de
desdém.

—Não diga, sério?

—Sim, eles têm o seu próprio restaurante na arena,


fornecem vinho para todas as festas, e tem sua própria área
VIP e nível de assentos. Fallon construiu um nome para si.
—Ela é casada?

Levi revirou os olhos.

—Não que eu tenha lido. Tudo diz que ela é solteira.

Lucas mordeu o lábio.

—Não saberei até falar com ela, ou ver a mão dela. Ela é
muito reservada sobre sua vida pessoal. Lembra como não
segurava a minha mão em público.

—Sim, estranho. Mais uma razão para se livrar dela.

—Cala a boca, não era estranho. Era apenas reservada.


Era bom. A maioria das meninas queria me exibir para todos.

—Pode ser. — Levi disse enquanto pegava um pedaço de


frango que estava no prato de Lucas. —Ela vai dar uma festa
enorme para o aniversário de algum vinho velho.

—Consiga ingressos.

—Aparentemente, sua chefe vai te dar amanhã. — Levi


disse com um olhar aguçado. —Você tem que impressionar a
Sra. Adler, Lucas, ela é grande. As pessoas a amam.

—Você sabe que eu impressiono as mulheres facilmente.

—Sim, as normais. Essa garota é intensa, pelo que ouvi.


Faz o tio dela parecer um filhotinho.

Ok, foi desesperador porque Bryan Fisher era um


animal pelo que disseram a Lucas, disseram também que Elli
Adler era um docinho. O que diabos Levi sabia?

—Eu não entendo. Ela deveria ser bem legal.


—Ela é, isso, até você foder com sua equipe. Ela sabe o
que quer e acha que conseguirá isso com você. Não a
desaponte.

—Não vou.

—Eu sei que você não vai, mas se você ficar preso nas
coisas com Fallon, você vai começar a foder tudo. — Levi
adicionou pegando outro pedaço de frango.

—Não vou! — Lucas disse, batendo a mão contra a ilha


de mármore. — Joguei muito bem quando eu estava com
Fallon.

—Sim, e então, quando vocês terminaram, você foi


péssimo.

—Porque eu estava deprimido, — disse Lucas. — foi


difícil.

—E se isso acontecer de novo?

—Eu nunca trairia Fallon novamente se eu tivesse uma


segunda chance, e, por favor, tenha alguma fé em mim?

Levi sorriu.

— Você é meu melhor amigo Lucas. Não quero mais que


você se ferre. Você foi bem pelos últimos dois anos. Quando a
Fallon te deixou, as coisas ficaram ruins. Eu não vou ficar se
isso acontecer desta vez.

Lucas colocou a mão no ombro de Levi.

—Isso não vai acontecer novamente.


Levi assentiu quando o telefone de Lucas começou a
tocar. Ele puxou-o e viu a foto de sua mãe sorrindo para ele.

—Ei, mãe.

—Olá, querido, como vai?

—Bem, me mudando, ficando confortável. — Lucas disse


enquanto Levi deixava o quarto com um aceno. Levi estava
muito preocupado, mas Lucas o amava como um irmão e
sempre apreciaria o que fez por ele. Enquanto ele sentava
ouvindo sua mãe falar sobre como era bom tê-lo tão perto,
tudo o que conseguia pensar era em Fallon.

Lucas nunca se esqueceria da manhã depois da


primeira vez que eles se conheceram. Ela era tão linda, tão
doce, tão jovem. Ele sabia, depois de uma noite, que era a
pessoa certa para ele.

Lucas saiu do banheiro para ver a sua companheira da


noite: ela estava sentada na cama, a cabeça entre os joelhos
dobrados, os braços ao redor de suas pernas. Parecia
preocupada, mas ainda estava tão bonita. O cabelo caía em
uma cortina nas suas costas e braços, sua pele morena
bronzeada parecia tão macia e ele sabia que era. Era mágico
quando sua pele tocava a dela, outra razão pela qual sabia
que era a pessoa certa para ele.

Nunca nenhuma mulher o fez sentir arrepios, mas


Fallon fez.

—Por que essa cara? — Perguntou enquanto


atravessava lentamente a sala. Lucas rastejou para a cama
com ela, envolvendo seus braços ao seu redor para que
basicamente ficasse no colo dele. —Você está pensando
demais.

—Eu me sinto uma puta. Nunca fui para casa com um


cara depois de uma noite.

Sorriu contra seu ombro, beijando-o quando ela se


encostou contra ele. Era tão fácil entre os dois, como se
fossem feitos para estarem juntos. Era estranho. Como sabia
depois de apenas um olhar que ela era a pessoa certa? Sentia
como se pudesse confiar nela com sua vida e ela nunca iria
machucá-lo.

—Não, eu sei que você não é. Isso é tudo que importa.

—Não acredito nisso, no entanto tudo o que você fez foi


me pagar uma bebida e então minha língua estava em sua
garganta. Eu nem estava bêbada!

Lucas riu contra o pescoço, tirando o cabelo para que


tivesse acesso total.

—Quando você sabe, você sabe.

—Mas eu não sei. Aposto que quando eu for embora


desta cama, desta casa, nunca vou ver você de novo.

Lucas não conseguia sequer formar palavras. Como


podia pensar isso? Ele estava tão absorto nela que passou a
noite toda acordado, falando com ela, descobrindo sobre o
negócio de sua família, sobre seus objetivos e aspirações.
Como ela queria ter filhos, mas estava com medo de ser mãe.
Tinham feito amor, ela não sentiu o mesmo que ele? Ele
sentiu como se soubesse tudo sobre ela e ainda sentiu como
se não soubesse o suficiente. Não podia sequer imaginar
deixá-la também. Sentia que precisava dela para respirar.

Lucas tinha todo o verão, ela também, então por que ela
precisava sair?

—Não vá então. —sussurrou contra sua pele.

Nada foi dito por um momento, apenas a respiração


deles preenchia a sala com som. Sentiu o coração bater
incontrolavelmente e orou para que ela não saísse do quarto
gritando que ele era uma aberração, porque por alguma
razão, sentia-se como tal.

Quando foi que começou a falar tanta merda?

Fallon virou-se lentamente em seu colo, um pequeno


sorriso no rosto enquanto posicionava as pernas em ambos
os lados de seus quadris. Seu núcleo glorioso estava apenas a
centímetros do seu crescente eixo. Sentia como se estivesse
em casa quando estava dentro dela. Era tão apertada, tão
doce. Deus, não queria que ela fosse embora.

—O que você quer dizer?

Lucas deu um pequeno sorriso, olhando nos olhos dela.

—Quero dizer, não vá. Você tem o verão, eu também.


Podemos passar algum tempo aqui, eu vou para o Cabo em
duas semanas e posso te conseguir uma passagem. Tenho
que ir ver a minha mãe também. Ela adoraria você.
Basicamente eu estou dizendo: não vá. — ele divagava. Ela o
deixava nervoso, mas no bom sentido. Fallon levantou uma
sobrancelha olhando-o com ceticismo, ele mordeu o lábio
antes de oferecer mais um sorriso tímido. —Não precisa se
preocupar com nada, eu vou pagar por tudo, e tudo o que
você vai ter que fazer é ficar comigo. Não quero que vá
embora, Fallon.

—Eu posso pagar. — ela disse traçando seu abdômen


com a unha.

—Ok, que seja. Só não vá embora. —disse, e odiava que


estivesse basicamente lhe implorando. Ela não parecia muito
animada com a ideia de passar o verão com ele, mas não
parecia contra também.

Quando ela olhou com um pequeno sorriso sensual nos


lábios, a respiração dele falhou.

Caramba, ela era linda.

—Tudo bem.

—Tudo bem?

—Tudo bem.

O rosto de Lucas foi invadido por um sorriso enorme


antes dele se inclinar para beijá-la profundamente. Quando
se separaram, sorriu contra os lábios dela.

—Prepare-se para o verão de sua vida, pequena.

Fallon riu, antes de beijar o lábio inferior dele.

— Ou talvez você devesse se preparar.

Ah sim, Fallon era a pessoa para ele.

Lucas sentou-se com um enorme sorriso no rosto


enquanto a mãe dele ainda falava. Aquele verão foi o melhor
de sua vida e ainda o incomodava o fato de que após dois
anos, quase na mesma data, foi o dia que ela o deixou.

Se perguntava se ela pareceria a mesma. Ela o bloqueou


do Facebook, então não podia ver suas fotos de perfil, e como
era difícil para ele navegar na web, apenas esperava até que
Levi trouxesse algo importante. O arquivo que Levi tinha
deixado estava na frente dele, tirou seu prato para abri-lo. A
primeira coisa que viu foram os olhos castanhos brilhantes
de Fallon olhando para ele.

Ela usava uma calça jeans preta justa e uma camisa


rosa que pendia de seus ombros. Seu cabelo estava comprido,
abaixo de seus ombros e sobre seus pequenos seios. Ela
estava mais robusta e sua boca encheu de água com a visão
de suas curvas. Usava mais maquiagem do que ele lembrava
e os olhos dela não traziam mais aquele olhar espantado,
traziam algo como dor. Ela parecia triste, mas tinha um
grande sorriso no rosto. Estava fingindo e apenas ele poderia
dizer isso.

Lucas conhecia Fallon de dentro para fora. Amava-a


com tudo dentro de si e ainda não podia acreditar que ela
tinha partido. O que ela fazia? Era casada? Teria filhos?
Pensou nele? Ainda o amava? Muitas questões para as quais
não havia uma resposta.

Mas teria em breve.

Com um sorriso nos lábios, Lucas fechou o arquivo e,


pela primeira vez, estava animado sobre os meses que
estavam por vir.
Quando Fallon desceu as escadas, Audrey estava
sentada na mesa da cozinha na frente do seu computador,
digitando. Sorriu para Fallon quando ela passou e foi até a
geladeira para pegar um copo de água. Fallon correu para a
mesa e sentou-se ao lado de Audrey, esperando ela acabar
antes de dizer qualquer coisa.

—Pronta para me dizer por que você começou a chorar


lá fora? — Audrey perguntou sem esperar sequer um
segundo, digitando intensamente.

—Sim. — Fallon respondeu, passando o dedo na boca de


seu copo. — O pai do Aiden está na cidade.

Quando Fallon olhou para cima, Audrey estava olhando


para ela com a boca aberta e os olhos arregalados.

—Você disse o quê?

Fallon acenou.

—Eu descobri esta noite na festa. Ele é o novo atacante


dos Assassins de Nashville.

—Ele joga hóquei?

—Sim.

—Oh, meu Deus, Fallon, você tem se matado para


colocar Aiden numa escola particular e várias outras coisas
que você faz que quase te levam à falência, e o pai dele é um
jogador de hóquei profissional?
—Não queria ele na vida do Aiden, Audrey.

—Você está brincando? Você poderia pelo menos usar


seu dinheiro!

—Isso é errado. Eu prefiro fazer tudo por conta própria


do que pedir alguma coisa a ele. — Fallon disse com um
sorriso triste.

—Bem ele vai estar nisso agora. Ele vai vê-la, você sabe
que vai. O que vai dizer? 'Oh, oi! Então, eu tenho um filho e,
adivinha, ele é seu!'

Fallon atirou a Audrey um olhar irritado antes de olhar


para seu copo.

—Eu não sei, Audrey, estou esperando que eu não o


veja.

—Oh meu Deus, você está sendo burra. Quem é?

Audrey assistia hóquei e adorava. Ela sabia que Audrey


sabia quem era Lucas Brooks. Ela o achava gostoso, o que ele
realmente era.

—Hm... Bem. — Fallon mordeu forte o lábio antes de


dizer apressadamente — Lucas Brooks.

—Espera, espera, ESPERA! Lucas Brooks? Lucas Brooks


dos Sharks de San Jose?

Fallon não conseguia olhar Audrey nos olhos enquanto


ela lentamente acenou com a cabeça. Nada foi dito por um
momento enquanto Fallon continuou correndo o dedo ao
longo de seu copo. Se tinha dificuldades em dizer a Audrey
quem era o pai de Aiden, como é que ia dizer a Lucas, ou, ao
próprio Aiden?

Audrey, de repente, começou a rir descontroladamente.


Fallon olhou para sua risonha irmã, confusa. O que era
engraçado sobre esta situação?

—Não só você namorou um jogador de hóquei


profissional, mas você ficou grávida de um. Um dos mais
gostosos na NHL. Que máximo? — Audrey continuou rindo
enquanto Fallon olhava para ela.

—O que isso significa?

—Isso significa que não é de se admirar que você ainda


não namorou ninguém desde que voltou da Califórnia. Uma
vez que você esteve com um jogador de hóquei, nenhum
homem poderá estar no mesmo taco. — ela disse em um
acesso de risos.

—Pelo amor de Deus, é tudo o que você pensa? Sexo?

—Sim! Estou com tesão!

Fallon revirou os olhos, levantando e indo para a pia


para lavar a xícara.

—Você não está ajudando. — Fallon reclamou olhando


pela janela para o pequeno quintal que continha os
brinquedos de Aiden.

Fallon queria uma casa com um quintal, mas ela não


podia pagar, então o condomínio teria que servir. Quando
colocar em prática o plano de ter a adega na Arena, terá o
dinheiro extra para comprar uma casa.
Então teria tudo o que queria.

Bem, exceto um marido.

—Vai ter que dizer a Aiden, Fallon.

—Não posso, ele vai querer conhecê-lo.

—Não acha que ele deveria?

—Não, nunca mais quero ver Lucas Brooks.

Fallon sentiu os braços de Audrey em torno de sua


cintura, Audrey colocou seu queixo no ombro dela.

—Você pode não querer, mas Aiden quer um pai, e se o


Lucas pode ser um...

—Ele não vai querer ser um, no entanto. Ele era um


mulherengo.

Audrey parou por um momento antes de dizer:

—Vai encontrar Brooks, veja como ele é, e então decida.

—Não, eu vou esperar que ele me encontre.

Audrey sacudiu a cabeça.

—Você está se preparando para o fracasso, Fal.

Oh, ela sabia que estava, tudo porque estava morrendo


de medo do desconhecido. E se Lucas tentar lhe tirar Aiden?
E se Aiden amar a Lucas mais do que a ela? E se o Aiden
decidir que quer viver com o pai, e se Aiden for passar os fins
de semana com ele?

Oh, Deus!
Fallon não podia fazer isso, a assustava muito. Então
ficaria em silencio sobre seu segredo e esperaria. Esperaria
que tudo permanecesse o mesmo, que Lucas nunca mais a
veria ou a seu filho.

Porque Fallon sentia como se esperasse pela paz


mundial?
Jesus, essas pessoas não brincam durante o treino!

Lucas patinou indo e voltando pela 14ª vez através do


gelo. Quando as pessoas falavam sobre Shea Adler ser osso
duro de roer na Califórnia, Lucas não ficou analisando sobre
isso. Ele pensava que era conversa fiada, mas não era. Adler
era duro, furioso e cruel no gelo, mesmo sendo mais jovem do
que Lucas, ele estava um pouco intimidado por Shea.

—Brooks! Você está lento! Mostre-nos a razão pela qual


que você foi negociado para este time! — Adler gritou
passando por Lucas. Lucas escavou no gelo, passando por
Adler e então Welch. Quando voltou e passou Adler, Adler
assentiu, cavando para ser mais rápido no gelo.

Lucas era conhecido por sua velocidade e precisão, mas


isso era quando teve uma noite de sono e, ontem à noite não
teve. Ele ficou acordado a noite toda pensando em Fallon.

Não é patético?
Mas não conseguia parar de pensar nela. Pensou em
todo seu relacionamento de dois anos, o bom, o ótimo e o
ruim. Houveram mais vezes boas do que ruins, mas quando
era ruim, era ruim. Fallon tendia a se desligar quando Lucas
ficava bravo, ele gritava e ela ficava ali olhando para ele, e
quando ela começava a chorar, ele sabia que foi muito ruim.

Lucas odiava quando Fallon chorava, ele não aguentava.


Parecia que estava chutando um filhotinho ou algo assim. Os
olhos de Fallon eram tão grandes que suas lágrimas pareciam
enormes poças descendo por suas bochechas, só em pensar
nela chorando já lhe dava calafrios.

Por causa da sua noite sem dormir, Lucas acordou lento


e cansado, e este treino às seis horas da manhã não estava
funcionando para ele. Os Sharks nunca treinavam tão cedo,
mas eles não venciam uma copa em anos, enquanto os
Assassins iam para sua terceira, por três temporadas, então
talvez fosse melhor esse treino das seis da manhã começar a
funcionar.

Se quisesse a copa.

Depois de fazer mais seis voltas, Lucas patinou em


direção ao banco. Quando chegou lá, pegou sua garrafa e
bebeu todo o líquido. Quando terminou, estava prestes a
patinar para fora quando Adler o parou.

—Você estava lento hoje. — afirmou.

Lucas assentiu.

—Estou cansado. Acabei de mudar para minha casa


nova e não me acostumei ainda a dormir na cama nova.
Adler deu-lhe um olhar irritado.

—Melhor se acostumar. Esteja melhor amanhã ou nem


se preocupe em voltar.

Com isso, Adler patinou para longe e Lucas balançou a


cabeça.

É, esse foi um grande começo para sua temporada com


os Assassins.

Fallon rapidamente atravessou a sede do Assassins,


rezando a Deus que não visse Lucas. Odiava que vivesse
assim, sempre olhando sobre os ombros e procurando por
ele. Era ridículo, mas era culpa dela. Ficou preocupada até a
morte na noite anterior, porque sabia que tinha que vir aqui
hoje. Logo que Fallon alcançou o nível dos escritórios
principais, o estômago dela embrulhou. Fallon sabia que os
caras tinham treino hoje, mas seria mais cedo pela manhã,
então ela esperava que estivesse tudo bem agora e que não o
veria.

As lindas botas pretas Chie Mihara de Fallon clicavam


contra o piso roxo, enquanto caminhava pelo corredor que a
levava ao escritório principal da Sra. Eleanor Adler. Ainda era
estranho chamar Elli assim, ela sempre foi pura e
simplesmente Elli, mas agora era casada com o jogador mais
poderoso na NHL e uma das mulheres mais poderosas da
NHL, depois que seu tio lhe deu a rédea completa da equipe.
Perturbava a cabeça de Fallon o quão diferente Elli era agora
que estava com Shea. Ele trouxe à tona algo incrível de
dentro dela e Fallon não estaria mais feliz por eles.

Quando Fallon chegou à mesa da assistente de Elli, não


havia ninguém. Fallon aguardou com paciência, mas
nervosamente, esperando que Lucas não saísse do escritório
ou virasse a esquina, porque não teria para onde correr. O
escritório de Elli era no final do corredor. Se ele descesse,
teria que falar com ele ou parecer uma louca enquanto
gritasse e corresse dele. No momento, a última opção parecia
muito boa.

Finalmente a porta abriu e dela saiu a assistente de Elli,


Janet.

—Ei, Fallon! — Janet disse alegremente, indo para trás


da mesa e sentando-se.

—Olá, Sra. Janet! Eu tenho uma surpresa para você! —


Fallon disse, fazendo com que o sorriso de Janet ficasse mais
brilhante.

—Ooh! Adoro presentes!

Fallon sorriu enquanto colocava a garrafa de Big Orange


Cabernet Sauvignon Vintage sobre a mesa. Ela sabia que
Janet não estaria animada sobre o vinho, mas quando ela
abrisse o envelope que estava anexado, ela ia pirar.

—Oh, oba, vinho. — ela disse com um sorriso falso,


fazendo Fallon rir em voz alta.

—Oh, cala a boca, essa é uma garrafa vintage, obrigada,


mas o envelope é o verdadeiro presente.
Janet não deve ter visto o envelope porque quando seus
olhos caíram sobre ele, ela arrancou-o e abriu, antes de
começar a saltar como uma louca.

—ASSENTOS DO CLUBE! — ela gritou, pulando para


cima e para baixo.

—Sim, meus ingressos para temporada do ano que vem,


todos seus.

Janet olhou para ela e Fallon jurou que tinha lágrimas


em seus olhos. Janet era a maior fã do futebol da
Universidade do Tennessee (UT) que Fallon conhecia, além de
seu avô e pai, então quando seu pai lhe deu os ingressos para
a próxima temporada, Fallon sabia para quem daria.

Fallon odiava futebol, especialmente o futebol da UT.


Alguma coisa na cor simplesmente não a agradava.

—Você é a melhor.

—Eu sei. — Fallon disse com um sorriso —Talvez agora


você comece a beber vinho?

—Não, mas Elli vai adorar isto para quando ela tiver o
bebê, obrigado pelo meu presente para ela. — Janet riu.

Fallon riu também enquanto Janet ligava para o


escritório de Elli.

—Sra. Adler, Srta. Parker está aqui.

Fallon observou enquanto Janet assentiu e depois


desligou.

—Pode entrar.
—Obrigada, Janet, aproveite!

—Ah, eu vou! Muito obrigado novamente!

—Não há de que, querida! — Fallon gracejou


caminhando até a porta de Elli abrindo-a. Elli estava ao lado
de sua mesa em um short de lã com uma bonita blusa preta.
Completando sua roupa uma bota cano alto de camurça até
as coxas que, se coubesse em Fallon, ela levaria. Como
sempre, a Sra. Adler estava vestida para impressionar.

—Ei Fallon!

—Olá, Sra. Adler, linda como sempre! — Fallon disse


com um olhar de inveja, fazendo Elli rir.

—Por favor, você que é a linda aqui!

Fallon olhou para seu vestido de lã azul claro que tinha


um grande cinto preto sob o peito. Ela estava bem bonita,
mas enquanto vestia Ralph Lauren, Elli impressionava com
Gucci, provavelmente.

Oh o que Fallon não faria para ter seus dias de Gucci de


volta.

—Estou bonita hoje. — Fallon brincou colocando tudo o


que trouxe na mesa de Elli, enquanto a amiga ria. —Então eu
sei que seu marido é um homem do vinho, por isso trouxe
uma garrafa de nosso Big Orange vintage e umas garrafas de
nosso Moscoto. Também trouxe os pacotes para todos os
jogadores e funcionários, eles contêm todos os ingressos e
outras coisas legais. Certifique-se de que todos irão, por
favor.
—Será obrigatório, não se preocupe, e Shea te amará
para sempre enquanto eu vou te odiar porque não posso
beber.

Fallon riu enquanto Elli colocava as garrafas de vinho


atrás de sua mesa e abria um dos pacotes.

— Eu também trouxe uma proposta para você.

Elli olhou por cima do pacote enquanto Fallon entregou


a proposta em que trabalhava há semanas.

—Rocky Top Wines acha que precisamos nos aproximar


mais dos Assassins, e nós queremos fazer isso em forma de
campanha contando com um dos seus jogadores. Não sei
qual deles porque eu só conheço dois da equipe e eu duvido
que você e Harper fiquem bem com as mulheres em cima de
seus homens.

—Nisso você está certa. — Elli disse com uma risada


analisando a proposta. Fallon sorriu enquanto ela
continuava.

—Então nós queremos um único cara, na casa dos


vinte, bonito e que tenha todos os dentes para a campanha.

—Fallon querida, toda a equipe tem dentes faltando. —


Elli riu, fazendo Fallon rir.

—Sei disso, mas eles precisam usar os dentes para a


filmagem principal.

—Entendi, deixa-me falar com meu tio. Vamos marcar


uma reunião e ver o que mais você tem para nós. Odeio te
apressar, querida, mas eu tenho um compromisso chegando,
então eu posso te ligar quando tiver tempo para você?

—Claro que pode. — Fallon disse ficando de pé,


encontrando Elli em sua mesa e a abraçando firmemente.

—Falo com você depois. — Elli disse quando elas se


separaram e Fallon andou até a porta.

—Obrigado, mal posso esperar pela sua ligação. —


Fallon disse abrindo a porta e saindo. Se as campanhas
acontecessem, então com sorte Fallon poderia propor a ideia
da adega. Ela sabia que seria um sucesso, assim como a
campanha seria, desde que elas pegassem o cara certo.
Precisavam de alguém sexy e perigoso que tenha um lado
suave e sofisticado.

Lucas Brooks seria perfeito.

Um ataque de risos saiu dela quando entrou no elevador


e apertou o botão do andar principal.

Graças a Deus que isso nunca aconteceria.

Lucas estava nervoso.

Se Eleanor Adler fosse qualquer coisa como seu marido,


estava ferrado. Adler tinha sido duro com ele durante todo o
treino, gritando e provocando enquanto tentava fazer o seu
melhor. Mas Lucas não podia manter-se, estava muito
cansado.
—Vai ficar tudo bem, Lucas. — Levi disse do outro lado
do elevador. Lucas olhou para ele e encolheu os ombros.

—Eu fui péssimo no treino hoje. — afirmou.

—Sim, mas você estava cansado, eles compreenderam.


Você vai estar melhor amanhã.

—Espero que sim. — disse quando as portas se abriram


e os dois saíram. Atravessaram o corredor roxo e preto e
chegaram a uma grande mesa preta onde estava uma
maravilhosa loira. A boca de Levi torceu levemente quando a
garota levantou e os cumprimentou. A garota era robusta e
Levi amava mulheres robustas. Levi estava prestes a dar em
cima da deliciosa loira, e Lucas não podia esperar para o
show que iria acontecer.

—Desculpe-me, o que você disse? Eu estava


completamente distraído pelo seu lindo rosto. Adoro seus
olhos, eles são tão azuis.

Como Lucas esperava, a menina deu uma risadinha


ficando vermelha.

—Sr. Brooks.

Lucas virou-se para ver a sua nova chefe em um short


sexy, inclinando-se contra a porta. Adler já odiava Lucas,
então não havia nenhuma maneira que daria outra razão ao
cara por admirar a sua esposa.

—Sra. Adler, como está? — Lucas perguntou indo na


direção dela, pegando sua mão ao chegar lá.
—Estou ótima, melhor do que você pelo que eu ouvi. —
ela disse levando-o para o escritório. Entrou enquanto ela
fechava a porta. —Sente-se.

Lucas fez o que ela pediu, enquanto rodeava sua grande


mesa preta e sentava. As cadeiras azuis brilhantes
destacaram-se na sala preto e roxo, mas quem era para
julgar sua decoração? Fotos de sua bebezinha estavam em
cada superfície do escritório, juntamente com uma foto
enorme de todo o clã Adler em cima de sua mesa.

—Por isso, o treino não foi bom? — Ela perguntou


novamente, e ele olhou para ela do outro lado da mesa.

—Estou extremamente cansado. Eu juro, amanhã será


melhor.

—Espero muito que sim. As férias acabam em seis dias,


eu preciso que você esteja pronto.

—Sem problemas. — Lucas disse com um aceno.

—Bom. Eu consegui um monte de críticas por querer


você na minha equipe, Sr. Brooks...

—Lucas. — disse Lucas. Ele odiava quando as pessoas o


chamavam de Sr. Brooks. Não era tão velho.

—Lucas, — ela disse com um sorriso —mas acredito em


você. Eu sei que você é um grande jogador, se puder se
manter fora de problemas. Precisamos do seu taco e
precisamos de mais tentativas de gol, e eu sei que você pode
fazer isso.

—Eu posso. — Lucas concordou.


—Bom, Shea também acha que sim.

As sobrancelhas de Lucas subiram.

—Adler acha? Eu pensei que ele me odiasse.

—Não, ele ainda está um pouco chateado com você


quebrando seu nariz há um tempo, mas ele acha que você é
um grande jogador. Uma grande adição para a equipe.

—Uau, bom saber! — disse Lucas, e era. Estava nervoso


que a equipe não gostasse dele, e se havia uma coisa que
sabia era que teria que haver uma irmandade entre os
jogadores de uma equipe para isso funcionar.

—Você vai se encaixar bem, os caras são o máximo.

—Parece ótimo.

—Agora, regras, — ela disse quando Lucas assentiu —


nada de dormir com qualquer um dos funcionários,
dançarinos ou esposas/namoradas de um jogador.

Não diga.

—Sem beber, fumar, drogas, nada nos dias de jogos.

—Não vai acontecer em nenhum momento. — disse


Lucas, e ela sorriu.

—Eu sei, mas devo dizer de qualquer forma.

—É claro. — Lucas disse com seu sorriso de flerte, mas


o mudou quando se lembrou de que Eleanor Adler não era
uma garota com quem tentava transar, mas sim a sua chefe.
Era tão estranho ter uma mulher como chefe, mas sabia que
a Sra. Adler não era brincadeira. Ela sabia o que queria e
quem matar para consegui-lo.

Sra. Adler colocou uma pilha de papéis na frente do


Lucas e ele congelou. Olhou para os papéis e todas as
palavras começaram a embaralhar.

Isto estava prestes a ir mal.

—Vamos rever algumas outras regras. Você pode ler


junto comigo quando eu apontar as principais.

—Hum, bem, veja só....

Porra, porra, porra.

Lucas olhou ao redor da sala tentando descobrir o que


fazer.

—O que há de errado? — Ela perguntou.

—Eu, esqueci meus óculos em casa. Pois é! Não sabia


que estaríamos olhando a papelada, meu agente/assistente
está ali na sala de espera, posso ir buscá-lo? Ele pode me
ajudar.

—Uh, claro, eu vou chamá-lo. — Elli disse antes de


pegar o telefone e dizer a sua assistente para mandar Levi
entrar. Poucos minutos depois, Levi entrou na sala com um
olhar confuso no rosto até ver a papelada na frente de Lucas.
Lucas observou enquanto ele colocou seu sorriso 'as
mulheres me amam' e estendeu a mão para a Sra. Adler.

—Sra. Adler, muito mais bonita do que me disseram. —


ele disse enquanto apertaram as mãos.

—Obrigada, e você é?
—Levi Moss, agente do Lucas.

—Ótimo, precisamos analisar os regulamentos do


jogador e Lucas esqueceu os óculos dele.

—Ele não consegue ler nada sem eles, então vamos


nessa.

Durante a próxima hora, Lucas sentou e ouviu a Sra.


Adler passar por toda a papelada. Odiava quando essas
coisas aconteciam, mas era para isso que Levi servia. Estar
sempre presente quando Lucas não era capaz de ler alguma
coisa. Era difícil para Lucas admitir que tivesse dislexia, mas
admitiu. Ele não podia ler sem passar uma hora em cada
palavra. Sentia como se isso o fizesse menos gente e que se
as pessoas soubessem sobre sua condição iriam julgá-lo ou
achar que era estúpido. E Lucas não agia bem quando as
pessoas o chamavam de estúpido. Essa era a principal razão
pela qual ninguém sabia sobre sua condição, exceto sua mãe
e Levi.

Ah... E Fallon.

Lucas não quis ou sequer percebeu que disse o nome


dela em voz alta, até que ambos Sra. Adler e Levi olharam
para ele. Levi tinha um olhar irritado em seu rosto enquanto
a Sra. Adler parecia surpresa.

—O que você disse Lucas?

—Desculpe, eu estava apenas pensando, você conhece


Fallon Parker?

Ela sorriu docemente.


—Conheço. Ela é uma amiga minha e é a razão pela
qual somos parceiros com a empresa de vinhos da família
dela.

—Hum, bem, eu a conhecia, e como estou na cidade


agora, eu adoraria vê-la novamente. — disse Lucas. Sra.
Adler sorriu novamente enquanto Levi olhava para Lucas.

—Bem, ela vai dar uma festa na mansão Belle Meada em


março, todos da equipe estão convidados. Eu sei que está um
pouco longe, mas se você está me pedindo o número dela,
não o darei a você. — ela disse com um sorriso travesso. —
Mas vou dizer que você esteve perguntando.

—Não, não faça isso. Eu vou esperar ou talvez eu a


encontre.

—Talvez. — ela disse com um sorriso esperto.

Era por isso que Lucas não gostava de um chefe


feminino, se a Sra. Adler fosse um Sr. Adler e Lucas
perguntasse sobre Fallon eles só deixariam para lá, mas não
a Sra. Adler. Ela tinha aquele olhar em seus olhos, e Lucas
conhecia aquele olhar.

Fallon saberia que ele perguntou por ela no momento


em que a porta do escritório da Sra. Adler fechasse.

—Mamãe, posso ser o Homem Marshmallow no


Halloween?
Fallon abanou a cabeça olhando por cima do
computador antes de olhar para Aiden, que estava sentado
no sofá assistindo 'Os Caça-fantasmas'.

—Querido, o Halloween é só daqui a nove meses.

—Eu sei, mas eu quero pegar minha fantasia agora. —


Aiden se lamentou.

—Querido, pelo menos vamos esperar até setembro,


antes de começar a comprar roupas. — Fallon disse
enquanto Audrey saía da cozinha com um saco de
marshmallows na mão. Quando ela saiu correndo em direção
ao sofá, Fallon olhou para cima novamente.

—Ou podemos comer todo esse saco de marshmallows e


esperar até você virar o Homem marshmallow!!!!— Audrey
exclamou antes de começar a encher a boca com
marshmallow. Aiden começou a rir, mas depois se juntou a
ela, fazendo Fallon sacudir a cabeça.

—Vocês são malucos. — ela disse assim que o telefone


começou a tocar. Era Elli. —Ei! — Fallon disse, se levantando
para sair da sala, porque, acredite ou não, consumir
marshmallows para se tornar o homem marshmallow era um
evento muito estrondoso.

—Ei garota, conversei com meu pai e ele quer marcar


uma reunião no mês que vem, dia 17 às 10:00 horas. — disse
Elli. No fundo, Fallon podia ouvir a doce bebê Shelli fazendo
doces barulhos.

—Parece bom, eu vou garantir que estejamos prontos


para você. Você quer que seja no escritório?
—Sim, eu acho que todo mundo estará lá.

—Legal, eu estarei pronta.

—Parece bom. Ah! Sabe com quem eu tive uma reunião


hoje, depois que você saiu?

Fallon parou de escrever e olhou para cima.

—Sim?

—Bem, foi com meu jogador recentemente contratado,


Lucas Brooks.

—Sim. — disse Fallon se enchendo de pavor. Ela rezou


para que Elli não tenha contado sobre Aiden ou que não era
casada nem nada. Ela deveria ter dito a Elli para não contar
nada sobre ela. Sabia que Lucas faria perguntas,
especialmente quando soubesse que o Rocky Top Wines era
um patrocinador.

—Bem, ele perguntou por você hoje, e me lembro de


você quebrar uma garrafa de vinho quando ouviu o nome
dele, então eu pensei em ligar, dar a você o número dele,
então talvez vocês pudessem conversar. — ela disse em voz
sugestiva. Fallon respirou fundo, sabendo que Elli não tinha
dito nada.

—Eu estou bem. Faça-me um favor também. Não dê a


ele nada meu e não lhe diga nada sobre mim.

Elli ficou quieta por um momento, o único ruído era o


som de Shelli comendo.

—Ok, posso perguntar por quê?

—Só uma antiga paixão. Nada de mais.


—Ok. Porque sinto como se você estivesse escondendo
alguma coisa?

Fallon ficou ali por um minuto, ouvindo Audrey e Aiden,


enquanto eles se tornavam homens marshmallow, tentando
descobrir o que ela ia dizer a Elli. Ela a conhecia há muito
tempo, desde antes do patrocínio. Elli tinha feito uma grande
parte do trabalho de fotografia para a Rocky Top Wines. Ela
também tirou todas as fotos pessoais de Fallon. Ela amava
Elli e não mentiria para ela, mas o inferno congelaria antes
que lhe dissesse a verdade.

—Porque eu estou, Elli. Estou pedindo para que aguente


isso comigo um pouco. Tudo virá à tona mais cedo ou mais
tarde.

Elli não disse nada imediatamente, mas depois disse o


que Fallon sabia em seu coração que diria.

—Está bem, só me avise se precisar de alguma coisa.


Como Lucas fez aquilo sempre seria um mistério para
Fallon.

Ela estava no meio do seu quarto do dormitório em


completa reverência. Todas as superfícies da sala estavam
cobertas de post-it rosa com o que ele disse ser todas as
razões porque a amava. Tinha de haver mais de uma centena
delas!

Fallon caminhou ao redor da sala, lendo cada nota.

Eu te amo porque você está sempre presente.

Eu te amo por causa da sua risada.

Eu te amo porque você acredita em mim.

Eu te amo por causa de sua integridade.

Eu te amo porque você ama minha mãe.

Eu te amo porque, da mesma forma que você aquece


minha mão quando estamos dormindo, você aquece o meu
coração só com um olhar.
Eu te amo porque você é boa de cama... hahaha.

Eu te amo porque você é minha.

Eu te amo porque você joga de goleira para mim, mesmo


quando está morrendo de medo do disco.

O sorriso de Fallon ficava maior com cada nota que lia.


Lucas foi incrivelmente doce. Era o aniversário de dois anos
deles, ele estava em Nova York para um jogo e ainda assim
fez tudo aquilo para ela. Como teve tanta sorte em estar com
um homem que a amava tanto?

No meio da cama dela estava um grande buquê de lírios


brancos com algum tipo de flor vermelha, que ela nunca
tinha visto em sua vida, no meio. Em torno do buquê
estavam embrulhadas pequenas caixas, ela abriu cada uma,
encontrando uma cor diferente de seu gloss favorito em cada
caixa. Na última caixa, não havia um tubo de batom, mas um
anel. Não era um anel de noivado, mas mesmo assim tirou
fôlego de Fallon. Era de platina com pequenos diamantes rosa
cobrindo envolta. Quando olhou dentro do anel, havia uma
inscrição.

Para a mulher que tira meu fôlego... te amo, Lucas.

O coração de Fallon aqueceu enquanto lágrimas


escorriam pelo seu rosto. Ela encaixou o anel no dedo
rapidamente antes de abrir o cartão, e então às lágrimas
vieram mais rápido enquanto ela lia.

Minha Fallon,
Poderia continuar por dias dizendo as razões pelas quais
eu te amo. Eu te amo porque sim, porque você é meu tudo. A
flor é uma Kadupul e é a flor mais rara que eu pude encontrar.
A consegui porque você é a pessoa mais rara que já conheci.
Você confunde a minha mente com sua grandiosidade e eu te
amo Fallon, mais do que você jamais será capaz de acreditar.

Feliz aniversário, pequena, que venham cem mais.

Amor, Lucas.

Fallon tirou seu telefone do bolso e viu que Lucas


provavelmente estava no ringue, mas ela tinha que lhe dizer
obrigada, deixaria uma mensagem de voz. Só tocou duas
vezes antes que alguém surpreendentemente atendesse. O
rugido da multidão encheu o telefone enquanto um cara
gritava.

—Srta. Parker, só um segundo, ele está terminando sua


jogada. Ele estará fora... Agora.

—Oh, meu Deus! — Fallon disse ofegante quando ouviu


o telefone ser transferido. Ele tinha alguém esperando por
sua ligação? Ele era perfeito!

—Feliz aniversário, pequena! — disse Lucas e Fallon


ouviu os caras zombando dele.

—Oh, meu Deus, Lucas, você é incrível. Eu só comprei


aquele taco que você queria com o meu nome!

Seu riso atravessou o telefone.

—E eu adorei. Desculpe por não ter ligado mais cedo.


—Está tudo bem, eu te amo.

—Eu te amo mais, pequena, — ele disse com todo o


amor do mundo em sua voz, — muito mais.

—Vai marcar para mim?

—Estou sempre marcando para você.

—Eu te amo, Lucas.

—E eu amo você.

Foi realmente triste que um post-it que dizia 'Você tem


duas mensagens' foi o que desencadeou essa memória. Rob,
assistente de Fallon, sempre usava essas notas para dizer
coisas a ela e as deixava na tela de seu computador. Foi a
primeira vez que Rob fez isso desde que Lucas veio para
Nashville, e quando viu o pequeno post-it, seu fôlego parou
quando as memórias voltaram.

Fazia um mês que Lucas voltou para casa.

Um longo, de olhar por trás dos ombros, verificar os


cantos e não ir a lugar nenhum, mês.

Ela era patética.

Fallon sabia que devia enfrentar Lucas e acabar com


isso, mas cada dia ficava mais e mais difícil. Toda vez que
Aiden olhava para Fallon, ela queria chorar, porque não só
escondia um segredo de Lucas, escondia de Aiden também.
Ele merecia uma mãe melhor, uma que não estivesse com
medo de um cara que quebrou seu coração em um bilhão de
pedaços.

—Por que você está parada aí desse jeito?


Fallon virou-se rapidamente, vendo Rob Slater na porta
com as mãos na cintura. Seu cabelo castanho extremamente
longo caindo por cima de seus ombros, sua camisa rosa
apertada sob a jaqueta blazer tinha Madonna estampada
olhando para ela. As calças eram, naturalmente, mais
apertadas que as de Fallon e tudo que conseguia pensar era
como iria levá-lo para esta apresentação, quando ele parecia
mais bonito do que ela.

—Confusa. — respondeu Fallon sentando em sua


cadeira rosa luxuosa.

Meu Deus, amava essa cadeira. Era tão cor de rosa e


fofa. Já que a cor da empresa era laranja, Fallon certificou-se
que o escritório dela fosse rosa brilhante e era simplesmente
lindo. Cada superfície era ou rosa ou branco, com glitter aqui
e ali. Fotos dela, Audrey e Aiden preenchiam o escritório.

Ela adorava, e ficava feliz lá dentro. A melhor parte era


que o pai dela odiava, e isso a deixava ainda mais feliz.

—Você esteve estranha nessas últimas semanas. — Rob


disse sentando e cruzando as pernas. Fallon ficou enjoada
com o quão boas as pernas de Rob pareciam. Nem as pernas
dela pareciam tão bonitas.

—Muitas coisas acontecendo.

—Tipo? Vamos, conte-me tudo.

Não tudo, ela pensou enquanto começava a reunir as


anotações para sua apresentação.

—Não se preocupe com isso. Você está pronto para ir?


—Sim, tudo embalado no seu carro. — Rob disse ficando
de pé e indo para a porta.

Essa era a melhor coisa sobre Rob, ele sempre sabia


quando Fallon precisava ficar sozinha.

—Obrigada. —disse quando fechou a porta. Olhou para


a tela, rasgou a nota e jogou fora.

Aquela memória realmente mexeu com os nervos de


Fallon e suas mãos tremiam por causa das imagens que
passavam por sua cabeça. Ela não pensava naquele dia fazia
muito tempo, ok, talvez todos os anos no dia do seu
aniversário, mas não o tempo todo. Naquele momento, na
cabeça dela, era como se a noite inteira estivesse se
repetindo.

Lucas chegou em casa cedo na manhã seguinte. Eles


fizeram amor, devagar e docemente, antes de deitar um nos
braços do outro até o amanhecer. Ele disse que não podia
viver sem ela e que amava apenas a ela e Fallon disse-lhe o
mesmo, que a vida dela não era completa sem ele. Então,
apenas uma semana depois, ele partiu o coração dela.

Uma lágrima desceu por sua bochecha e ela


rapidamente a enxugou. Como que ainda estava tão ferida
depois de sete anos? Apenas uma imagem do dia em que ele
partiu seu coração já a havia deixado em lágrimas.

Por quê?

Por que ele tinha de vir para Nashville?


Houve uma batida na porta e Fallon rapidamente
limpou as lágrimas quando a porta abriu. Aiden entrou
correndo na sala com uma grande Margarida Gerber branca
numa das mãos e um sorriso no rosto.

—Mamãe! A.A me trouxe para te desejar boa sorte, te


dar uma flor e um beijo antes da escola!

Audrey entrou atrás dele e que Deus a abençoe, pois ela


tinha um grande copo da Starbucks na mão.

—Um beijo! Oh meu Deus! Apenas o que eu precisava!


Venha aqui e me dê esse carinho! — Fallon exclamou,
enquanto Aiden atirava-se em seu colo, envolvendo os braços
em volta do seu pescoço, antes de cobri-la com beijos
pegajosos. Fallon riu junto com Aiden e Audrey, e não poderia
se sentir mais amada.

—Oh, meu Deus, A.A te deu algum doce esta manhã?

Era possível ler a culpa nos rostos de Audrey e Aiden


antes dele enfiar a flor em seu rosto, tentando distraí-la.

—Comprei uma flor para você, mamãe!

—E eu trouxe café! — Audrey adicionou.

Fallon riu enquanto pegava seus lindos presentes das


suas duas pessoas favoritas.

— Bem, muito obrigada, mas vocês ainda estão em


apuros! Sem doces, Audrey! Você sabe disso! — Repreendeu.
Ela não estava realmente irritada, não poderia estar. Eles
trouxeram presentes e beijos!

—Mas, mãe...— Aiden queixou-se.


—Sim, mãe, ele estava com fome. Eu não lido bem com
esses olhos tristes que ele usa. Eu sou capturada todas às
vezes.

Fallon balançou a cabeça antes de dar um beijo estalado


na bochecha de Aiden.

— Sem olhos tristes para sua A.A, ela esquece que ela
tem 27 anos e precisa manter seus dentes limpos.— Fallon
disse dando um olhar a Audrey.

Audrey desviou o olhar enquanto Aiden assentia.

—Sim, senhora.

—Tá bom, agora vocês tem que ir antes que se atrase


para a escola! — Fallon disse antes de cobrir Aiden com
beijos. —Tenha um ótimo dia!

—Duh, eu sou incrível!

Fallon e Audrey riram quando Aiden lhes deu um


sorriso arrogante.

— Eu digo isso desde que você nasceu. Vamos lá garoto.


Vamos embora! — Audrey disse quando Aiden saltou do colo
de Fallon. —Boa sorte hoje, Mana.

—Obrigado, eu amo muito vocês.

—Nós te amamos. — ambos disseram. Então eles


olharam um para o outro antes de romper em um ataque de
risos enquanto saíam.

—Crianças malucas! — Fallon disse com o maior sorriso


do mundo no rosto. —Bem, isso com certeza fez o meu dia. —
ela disse em voz alta voltando a se preparar para a reunião.
A manhã passava rapidamente e estava quase na hora
dela ir quando seu telefone tocou com Rob ligando para ela.

—Sim? — ela perguntou colocando seus sapatos.

—Hum, um cara está na linha 1. Ele disse o nome dele


é... Lucas Brooks e que você sabe quem ele é?

Era como se tivesse perdido suas pernas, então caiu


para trás em sua cadeira. Como diabos ele conseguiu este
número? Não é tão difícil, Fallon, páginas amarelas? Duh! Ela
pensou sentando-se com sua boca aberta.

—Fallon?

Fallon respirou profundamente, tinha que dizer para ele


lhe deixar em paz ou ia enlouquecer.

—Sim, sinto muito, hum. Não o transfira, nunca. Quero


que repita exatamente o que eu disser, OK?

Rob parecia preocupado quando disse:

—Hum... ok.

Lucas sentou-se em seu carro fora do ringue onde


treinava, esperando Fallon atender. Levi veio e lhe deu o
número do trabalho de Fallon. Demorou 20 minutos para
descobrir qual era o número de Fallon, mas finalmente
conseguiu e algum cara que dizia ser seu assistente atendeu.
Mais cinco minutos passaram antes que o cara voltasse ao
telefone.
—Eu sinto muito, Sr. Brooks, mas disseram-me para
dizer-lhe,— o homem respirou fundo e Lucas jurou ouvir ele
rezar por perdão. — ela disse para você se foder e nunca ligar
para este número novamente.

Lucas riu alto enquanto o coitado ficava ali em completa


confusão. Então Fallon ainda poderia ser mal-humorada pra
cacete.

Incrível.

—Qual é o seu nome? — Lucas perguntou.

—Rob.

—Rob, me faça um favor, diga a sua chefe zangada que


eu vou vê-la e que quando acontecer, eu vou limpar essa boca
e se ela tiver sorte vai ser com a minha língua.

Lucas desligou sem dizer tchau e apenas ria. Ele amava


o lado zangado de Fallon, o deixava duro por dias porque ela
raramente ficava brava. Quando ficava, ele tentava com
muito esforço fazê-la feliz novamente só para consegui-la na
cama. Apenas um palavrão saindo daquela boquinha linda e
ele estava pronto. Porra, ainda o excitava e nem foi ela quem
disse, foi Rob, mas só o pensamento dela dizendo aquilo o
deixava assim.

O telefone tocou e a foto de Levi apareceu,


interrompendo sua fantasia com Fallon, dizendo-lhe coisas
muito sujas na cama. Ele soltou um suspiro frustrado e
atendeu o telefone.

—E aí, mano.
—E aí, falou com ela?

—Não, ela disse ao assistente para mandar eu me foder.

—Hmm, a nova Fallon é brava. Eu gostei. — Levi riu.

—Ela sempre teve um ladinho irritado. Eu amo isso.

—Aposto que sim. De qualquer forma, você precisa


chegar em casa e arrumar suas coisas. O ônibus está saindo
em uma hora.

—Estou indo.

Lucas desligou o telefone e era grato que ninguém


nunca disse nada sobre Levi sempre estar com ele. Ninguém
se importava que Levi ficasse no ônibus com o pessoal ou que
ele estava sempre no vestiário. Ele só ficava lá e ninguém
dizia nada. Era incrível.

Lucas colocou o carro em marcha e acelerou para casa.


Ele estava ainda em chamas só por ter estado tão perto de
ouvir a bela doce voz de Fallon. Não podia esperar até que a
visse, e ele manteria sua palavra.

Quando a visse, limparia aquela boca.

Com a língua, ele esperava.

Eu vou vê-la e quando acontecer vou limpar essa sua


boca e se tiver sorte vai ser com a minha língua.
O corpo de Fallon esteve queimando de dentro para fora
desde que Rob disse aquelas palavras. Como que seu
discurso retórico raivoso se transformou em Lucas flertando
com ela? Como ele sabia o que dizer, depois de todos esses
anos, para deixá-la numa posição onde não conseguia se
concentrar em dar uma apresentação adequada! Ele a deixou
maluca. Era culpa dela por deixá-lo afetá-la. Se ela só
ignorasse o que ele dissesse, então não seria afetada. Sim!
Tudo o que precisava que fazer era ignorá-lo, não pense na
boca dele. Sua língua em sua boca ou em outros lugares...

Oh, Senhor, não sobreviveria a essa reunião.

Suor escorria no meio de suas costas enquanto Fallon


tentava prosseguir com a reunião. Elli sentou ao lado de seu
tio, enquanto o restante dos executivos se sentou ao redor da
grande mesa. Fallon nunca esteve nervosa quando se tratava
de falar em público, mas hoje estava convencida de que todas
as pessoas daquela mesa sabiam que ela estava pensando em
Lucas entre as pernas dela.

—Deus! Está quente aqui? — Fallon perguntou,


abanando o rosto. Rob deu a ela um olhar de aviso, enquanto
Elli a olhou em confusão.

—Com certeza, querida. — disse o Sr. Fisher. —Sr.


Slater, pode, por favor, abrir as portas, deixe um pouco de ar
entrar aqui. Bem melhor, certo, querida?

—Sim, senhor! — disse Fallon quando Rob levantou


para abrir as portas. O ar não ajudou em nada, então Fallon
tentou esquecer sua fantasia indesejada e continuou com o
resto da apresentação.

Não foi fácil.

Toda vez que falava sobre o homem bonito, gostoso,


áspero e com um quê de perigo que eles precisavam para a
campanha, tudo o que conseguia pensar era em Lucas. Sabia
com certeza que aquele homem tinha o corpo de um deus.
Perfeito e áspero, com cabelo no peito e tatuagens sexy,
humm. Oh, Senhor, estava ficando excitada de novo.

—Fallon, ainda está com calor? Está toda vermelha. —


Elli perguntou enquanto Fallon esperava perguntas sobre
tudo.

—Apenas um pouco, eu vou ficar bem. — Fallon disse


gemendo interiormente. O que estava errado com ela? Sempre
foi composta e profissional! Estava agindo como uma maldita
colegial!

—Eu sinto muito sobre o calor Fallon, hum, mas não


vou fazê-la esperar muito tempo já que eu te mantive assim
durante toda essa reunião. — disse o Sr. Fisher.

Tudo o que Fallon pensou foi que o Sr. Fisher não era
quem a colocou quente, mas certamente não ia dizer nada.

—Então eu vou falar agora que, sim, nós queremos fazer


a campanha. Parece boa, eu vou deixar você e Elli decidirem
sobre qual jogador querem. — Fisher levantou e veio a Fallon,
apertando sua mão enquanto Fallon estava prestes a pular de
felicidade.
Ela conseguiu! Sim!

Todo mundo levantou, vindo para Fallon e apertando a


mão dela depois a de Rob. Elli foi a última e, em vez de
apertar a mão de Fallon, a abraçou firmemente.

—Ótima apresentação, você estava tão empolgada com


isso. Eu adorei.

—Obrigado Elli. — Fallon disse quando Elli sorriu e foi


para a porta. —Eu estarei em contato.

—Maravilhoso, querida, te vejo depois.

Fallon assistiu Elli ir embora quando Rob veio a ela.

—Sabe, eu não estava com qualquer calor durante toda


a reunião.

—Cale-se, Rob. — Fallon disse o encarando.

—Estou pensando que alguém não poderia tirar certa


frase de uma certa pessoa da cabeça.

Fallon revirou os olhos recolhendo os modelos da


campanha.

—Você não sabe do que está falando. — disse. Quando o


olhou, ele começou a rir.

—Oh, tenho certeza que sei. Eu estou pensando que


você estava pensando sobre o mesmo cara para quem você
me fez dizer coisas muito rudes.

—Cale-se, Rob. — Fallon disse mais uma vez antes de


soltar um suspiro frustrado.
Se Lucas a afetou tanto assim, sem nem o ter visto, o
que acontecerá quando o ver?

—Foi tão embaraçoso Audrey.

Audrey riu antes de pegar seu copo de vinho e trazê-lo


aos lábios. Sentaram-se à mesa da cozinha, bebendo para
celebrar, enquanto Aiden dormia lá em cima. Fallon estava
explicando seu dia e o que havia acontecido depois da temida
ligação de Lucas.

—Eu digo para você atacá-lo quando o vir novamente!


Dê um beijo nele que o faça lembrar pelo resto da vida!

Fallon riu.

— Oh, por favor, eu vou provavelmente ficar parada,


como um peixe fora d'água, minha boca abrindo e fechando!

Fallon demonstrou como ficaria e ambas começaram a


rir.

—Não vejo por que está deixando ele afetá-la? Quero


dizer, ele é gostoso e tudo, mas aparentemente é algo maior
se conseguiu afetar você, Sra. Calma, Centrada, no limite. —
Audrey disse. Fallon sorriu quando sentiu borboletas no
estômago.

—Oh Audrey, você não entende. — expressa Fallon —Eu


vivia quando eu estava com ele.
—Huh? — Audrey perguntou confusa, —Você não está
vivendo agora?

Fallon mordeu seus lábios, lembrando de todo o período


maravilhoso que teve com Lucas.

— Eu estou, mas de um jeito diferente. Lucas podia me


fazer rir do mesmo jeito que Aiden faz agora. Poderia me
colocar em uma trave de hóquei e arremessar alguns discos e
eu saberia que estava segura. Fomos em viagens incríveis,
comemos comida incrível, sentamos na praia, e moramos
juntos. Ele me amava, e Deus, eu o amava.

Quando Audrey não disse nada, depois de alguns


minutos, Fallon olhou para ela. Audrey estava olhando para
ela com os olhos arregalados e um olhar confuso no rosto.

—Fallon, nunca vi você falar de um homem tão


apaixonada. Eu, Aiden ou seu trabalho, você sempre fala
assim, mas nunca sobre um homem.

—Porque não houve ninguém desde ele. — Fallon


respondeu tristemente.

—Porque você não tentou estar com mais ninguém. —


Audrey apontou. —Muita gente quer um pedaço da sua
bunda gostosa.

Fallon riu.

—Eu não tenho uma bunda gostosa, e além disso depois


de estar com Lucas, ninguém se compara. Provavelmente por
isso que eu não estive com ninguém. Eu ainda estou muito
magoada.
Audrey abanou a cabeça.

— Fallon, faz sete anos, e nunca ouvi você falar dele.


Agora, não só sei quem é o pai do Aiden, como também que
esse cara era o seu cara. Que porra!

Fallon lentamente encolheu os ombros dela mordendo a


pele ao redor do seu dedo indicador.

—Talvez eu o tenha superado, — então ela riu — ou


talvez eu saiba que a verdade está aparecendo, então eu
tenho que dizer a alguém!

Audrey riu.

— Não acho que o superou, mana. Se tivesse, ele não a


afetaria como afeta.

—Talvez você esteja certa porque, Deus, estou tão


assustada em vê-lo novamente.

—Você deve estar, ele é sexy fora da realidade. — Audrey


disse, e Fallon sorriu.

—Você não tem ideia da quantidade de sensualidade


quando aquele homem tira sua roupa. — Fallon disse
ofegante, acenando com a mão na frente do rosto. De repente
estava muito quente na pequena cozinha de Fallon.

Audrey deu uma risadinha colocando seu rosto entra as


mãos, olhando para Fallon.

— Oooh, diga!

Fallon riu junto, balançando a cabeça.


— Oh Audrey, minha coisa favorita sobre ele, além dos
olhos, era seu peito. Era um pouco peludo, mas não muito,
seu abdômen era algo saído de uma revista, definido além do
que se pode acreditar. Ele tinha essa tatuagem sexy ao longo
do seu tanquinho que dizia, 'nunca olhe para trás, nunca
pense duas vezes' e....

Audrey a cortou antes que ela pudesse continuar.

— Como você ainda se lembra o que diz a tatuagem


dele?!

Fallon lhe deu um sorriso tímido, impertinente.

— Quando você já passou a língua nessas letras vezes o


suficiente, você tende a lembrar o que elas dizem.

Audrey riu alto, segurando o estômago enquanto Fallon


ria descontroladamente.

— Ele era tudo que eu queria. Eu o amava com tudo


dentro de mim. — Fallon disse, já infeliz quando parou de rir.

Sentaram-se por um momento e Fallon não pode deixar


de pensar em vê-lo novamente. Havia passado tanto tempo, o
que aconteceria? Ela faria o que Audrey disse? Fallon sabia
que iria atordoá-lo. Trouxe um sorriso ao rosto dela só de
imaginar o olhar na cara dele se ela fosse corajosa o
suficiente para fazê-lo.

—Por que vocês terminaram?

Fallon olhou para cima e então para baixo abanando a


cabeça. Só de pensar já doía muito. Demais. Estaria
mentindo se dissesse que não pensa nele, que não sente sua
falta, porque sentia. Nem o tinha visto ainda e só de pensar
em seus olhos encarando os dela, a fazia ficar de joelhos. Era
por isso que estava muito nervosa em vê-lo. Ela pode ainda
estar chateada e não querer nada com Lucas, mas se ele
fosse persistente, do jeito que sabia que seria, não tinha
certeza se poderia resistir.

Havia algo sobre Lucas Brooks que poderia calar um


quarto cheio e fazer todos olharem. Ele era tão intoxicante,
tão cheio de vida. Amava a vida, era divertido, tinha uma
piada para tudo e estava sempre sorrindo, mesmo depois de
tudo com que tivesse lidado. Seu corpo era o país das
maravilhas dela, ainda hoje lembrava de cada tatuagem, cada
cicatriz, cada músculo, a linha de cabelo que sumia barriga
abaixo, tudo. Ainda partia o coração de Fallon toda vez que
lembrava daquele dia.

O dia que basicamente arruinou sua vida.

—Você está me confundindo, Fal. — Audrey disse com


uma risada. Fallon olhou para ela.

—Ele me quebrou. — Fallon disse simplesmente,


fechando os olhos. Quando os abriu, Audrey estava olhando
para ela com um olhar preocupado no rosto. Fallon lhe deu
um pequeno sorriso antes de lentamente contar à Audrey
porque eles se separaram.
Fazia uma longa semana desde que Fallon tinha visto
Lucas. Ele tinha voltado para a estrada e ela foi para casa
para ver Audrey por uns dias. Fallon estava além de animada
por finalmente vê-lo esta noite. Lucas disse que ia encontrá-la
no dormitório e Fallon não conseguiria dirigir rápido o
suficiente para chegar logo lá.

Dois anos, ainda era difícil de acreditar. Fallon nunca


esteve com alguém por tanto tempo ou, amado por tanto
tempo. Sabia que amava Lucas após dois meses e não parou
desde então. Sim, ele poderia enfurecê-la ao ponto de querer
arrancar a cara dele, mas dentro de um minuto, a fazia rir ou
ficar deitada com ele por cima.

Um sorriso atravessou o rosto de Fallon, ela não podia


esperar para chegar em casa. Estava pronta para estar com o
homem dela. Quando viu o seu carro no estacionamento,
estacionou ao lado dele e saltou, caminhando pela entrada
para o dormitório. Quando entrou, subiu, rezando para que
Allison ainda estivesse em Houston visitando sua família. Se
não estivesse, bem, ela estava prestes a ver um show. Fallon
riu para si mesma enquanto subia os degraus para o salão
que dava para o quarto dela. Quando chegou, abriu a porta e
entrou.

Estava escuro.

Fallon acendeu as luzes e quando seus olhos se


ajustaram, ela não conseguiu respirar.

Allison levantou-se, colocando as roupas enquanto


Lucas apenas continuou deitado.

Nu.

—Que porra é essa? — Fallon disse quando encontrou


sua voz.

—Oh, Deus. — Allison sussurrou fechando as calças.

Lucas finalmente levantou, sentando e olhando ao


redor. Quando ele olhou para Fallon, seus olhos arregalaram,
e ali foi quando o coração de Fallon partiu. Naquele momento
sabia que ia tentar esconder isso dela. Que talvez até mesmo
ele tivesse planejado. Conseguir um pouco da Allison antes
dela voltar para casa e depois conseguir dela também.

Fallon quase vomitou.

—Fallon? — Lucas olhou para ela, depois para Allison.


—Oh, caralho.

Ele se levantou rapidamente, colocando as roupas. Pela


primeira vez, ela não podia nem admirar seu belo corpo.
Estava enojada e queria bater em algo... ou alguém. Allison
saiu do quarto rapidamente, passando por Fallon sem nem
olhar.

Covarde.

Fallon correu lentamente a mão dela através de seu


cabelo enquanto Lucas se vestia rapidamente. Por que não
estava gritando? Por que não estava tentando bater nele?
Fallon ficou parada, olhando para ele. Ele veio em sua
direção e Fallon viu as lágrimas em seus olhos, mas teve que
desviar o olhar. Era muito difícil olhar para alguém que amou
por tanto tempo e que acabou de ser encontrado na cama
com não somente alguém que Fallon conhecia, mas a melhor
amiga dela.

—Peque...

—Não, não me chame assim. — Fallon sussurrou. —


Você perdeu esse privilégio, o que? Há... uma hora atrás?
Quanto tempo isso tem acontecido?

Não que ela realmente quisesse saber, ela só queria


comunica-lo que acabou o que eles tinham.

—Fallon, por favor, é não o que você pensa. — Lucas


implorou.

Um riso vazio partiu dos lábios de Fallon quando ela


passou ao lado dele, puxando os lençóis de sua cama.

—Não só transou com minha melhor amiga, mas fez isso


na minha cama. Uau, boa jogada, Luc.

—Fallon, por favor, querida, olhe para mim.


Fallon o sentiu andar atrás dela, então rapidamente
virou, seu punho cerrado quando olhou para ele.

— Saia e nunca mais volte. — ela zombou quando o


rosto dele se torceu em culpa.

—Por favor, não diga isso.

—Digo sim. Vá embora.

—Fallon, querida, por favor, me desculpe. Não sei o que


aconteceu, eu estava... Eu não sei, querida, por favor.

Fallon voltou a virar quando as lágrimas rolaram pelo


seu rosto. Ela não podia acreditar. Sentia como se seu
coração estivesse quebrando em um bilhão de pedaços e tudo
que ele podia dizer era que não sabia o que tinha acontecido?

—Está bem claro e cristalino, Lucas, você fodeu a minha


melhor amiga.

—Eu não quis. — ele se defendeu.

Fallon se virou, completamente enojada dele.

—Você não quis?

—É.

Ela esperou que ele continuasse, e quando não o fez, se


virou novamente porque tinha certeza que iria enforcá-lo.

— Saia daqui, Lucas.

—Não, não até você falar comigo.

—Não vou falar com você, nunca mais. Então saia. Nós
terminamos.
—Não! — Ele a virou com suas mãos grandes e olhou
para o desespero em seu rosto, mas ela não se importava. O
empurrou e ele foi de encontro à parede.

—Não me toque. Saia daqui.

Eles ficaram pelo que pareceu durar horas encarando


um ao outro. Lágrimas rolaram pelo seu rosto enquanto os
olhos dele se encheram com lágrimas, que ela sabia que
nunca cairiam. Lucas não chorava, ele sempre disse que
depois que o pai dele morreu nada nunca iria machucá-lo
tanto.

—Eu vou, mas vou voltar. Não terminamos. — disse


antes de caminhar para a porta, e quando ele estava prestes
a fechá-la, Fallon disse:

—Terminamos sim e volte se quiser, mas eu não estarei


esperando. Nunca mais.

Fallon não poderia contar toda a história sem chorar.


Audrey segurou a mão de Fallon enquanto ela falava sobre os
acontecimentos daquele dia.

—O que ele quis dizer com 'eu não quis'? — Audrey


perguntou uma vez que Fallon tinha se acalmado.

—Eu não sei e realmente não me importo! Toda a


experiência foi tão surreal. Como quando nós falávamos
sobre se um de nós traísse, eu sempre dizia como eu iria
bater nele. — Fallon soltou uma risada sem vida —Então isso
aconteceu, e tudo que fiz foi mudar os lençóis.

—Fallon, você estava em choque. — Audrey consolou.


—É uma merda, porque... Porque me sinto tão culpada
Audrey. — Fallon disse começando a chorar de novo. — Sinto
que eu devia ter contado sobre Aiden quando isso aconteceu,
mas eu estava tão ferida, tão chateada porque ele me magoou
muito.

Audrey envolveu seus braços ao redor de Fallon,


segurando-a bem perto no peito. Se esse dia nunca tivesse
acontecido, ela ainda estaria com Lucas. Eles estariam
casados, teriam Aiden e provavelmente mais filhos. Aiden não
foi planejado, claro, mas Lucas queria filhos. Outra razão
pela qual contar a ele sobre Aiden ia ser difícil. Ele ia
enlouquecer por não ter estado na vida de Aiden nos últimos
seis anos.

Pelo amor de Deus, que merda Fallon tinha feito?

Lucas olhou à esquerda, à direita, antes de passar para


Welch. Welch só ficou com o disco por uma fração de
segundo antes de mandar direto para o gol. Lucas ergueu os
braços no ar antes dos caras se embaralharem em um
abraço, dando tapinhas nas cabeças um do outro. Graças a
Deus Welch entrou, porque se ele não tivesse, o placar seria
de 4-0. Pelo menos se os Assassins perdessem não seria uma
goleada. Mesmo com Lucas se esforçando no jogo, tentando
chances no gol, não era o jogo deles e perderam de 4-1.
Lucas caminhou lentamente pelo corredor atrás de seus
companheiros, de cabeça baixa. Foi o primeiro jogo que tinha
perdido como um Assassin, e estaria mentindo se dissesse
que estava tudo bem com isso. Ele não veio para os Assassins
para ser um perdedor, mas para ser um vencedor.

Quando ele olhou para cima, ele viu que os treinadores e


Eleanor Adler estavam alinhados no vestiário, acenando e
dando tapinhas na cabeça de cada cara enquanto
caminhavam para o vestiário. Era uma loucura, ele nunca
esteve numa equipe que era mais como uma família do que
uma equipe. Quando Lucas chegou a Elli, ela lhe deu um
pequeno sorriso.

—Bom jogo, Brooks, ótimo passe.

—Obrigado, Sra. Adler. — ele disse com um aceno.

Ela sorriu docemente para ele, e ele sorriu de volta. Foi


a primeira vez, desde sempre, que sorria após ter perdido.
Lucas decidiu ali que adoraria jogar para os Assassins. Eles
eram uma família e ele sempre estaria disponível para uma.

Mais tarde, Lucas não sabia por que estava pensando no


dia em que perdeu Fallon, durante a viagem de ônibus para
Colombo, mas estava. Talvez porque ligou para o escritório
dela naquela manhã, ou talvez porque os Assassins tinham
perdido em Saint Louis. Desde que já se sentia uma merda,
ele imaginou que poderia muito bem pensar no pior dia de
sua vida.

Tudo o que Lucas poderia lembrar não era somente o


olhar frio e morto nos belos olhos castanhos de Fallon, mas o
jeito como ela estava simplesmente enojada dele. Mesmo
voltando àquele dia, não conseguia se lembrar como foi parar
na cama com Allison e muito menos transar com ela. Ele
estava muito bêbado e chapado para se lembrar de qualquer
coisa daquela noite.

Lucas balançou a cabeça quando lembrou daquela


noite.

Lucas só queria ver Fallon.

Teve uma semana longa e ele precisava de sua dose de


Fallon. Ela era como uma droga, e era viciado.

A semana foi difícil, tinha se machucado durante um


jogo contra os Devils e quando o médico lhe receitou Lortabs,
deveria saber que estava em apuros. Ele começou a tomar os
comprimidos para dor em cada chance que tinha,
misturando-os com a sua bebida favorita. Lucas logo
descobriu que isso o levava ao paraíso e adorava a sensação.

Fallon ligou naquela tarde dizendo que ia voltar às sete.


Quando Lucas acordou as seis, apressou-se para ficar pronto
e a caminho de Palo Alto para estar lá quando ela chegasse.
As escolhas que ele fez naquela noite foram pura estupidez.
Não só ele bebeu e dirigiu, como também estava chapado por
causa dos comprimidos.

Ele poderia ter morrido, ou pior, matado outra pessoa.

Quando chegou no dormitório, abriu a porta e viu


Allison sentada na cama com uma blusinha. Ela deveria estar
em Houston. Que merda estava fazendo em casa?
—Oh, oi, Lucas. — ela ronronou se levantando. Naquele
momento, Lucas deveria saber que precisava sair.

Allison era conhecida como uma puta no vestiário, ela


saiu com Levi e alguns dos rapazes da equipe. Lucas era mais
esperto que isso, era mais esperto do que se meter com
alguém além de Fallon. Mas ele estava tão bêbado e tão
drogado que quando Allison andou até ele em sua pequena
blusinha e envolveu seus braços em volta de seu pescoço
para um 'abraço', ele não pode evitar segurá-la mais perto do
que o necessário.

Quando os lábios dela tocaram os dele, ele não pensou,


só agiu e era a última coisa que ele lembrava.

Agora, Lucas estava pagando por isso. Mesmo quando


Fallon disse que não estaria lá no dia seguinte quando ele
aparecesse, ele voltou e, mais certo do que qualquer coisa, ela
tinha ido embora. Ele guardaria para sempre aquele olhar
que ela deu logo antes dele sair com a última memória que
tinha dela. Passou semanas tentando encontrá-la e depois
lhe disseram que ela foi para casa. Ele percebeu que não fazia
sentido persegui-la, ela não o queria.

Então ele recorreu às drogas e ao álcool.

— Por que eu sinto que você está pensando demais? —


Lucas olhou de novo, vendo que Levi olhava para ele, seu
Kindle no colo.

—Porque eu estou. — Lucas riu olhando para a frente


do ônibus. Todos os rapazes sentaram com seus laptops, e-
readers e livros, enquanto Lucas só ficou lá sentado. Algumas
vezes ele trazia seu DS, mas era difícil jogar um game
quando, às vezes, ele tinha que ler o que precisava fazer.
Lucas odiava pedir a Levi para ler seus jogos para ele, então
na maioria das vezes Lucas apenas assistia as pessoas,
olhava pela janela ou dormia em passeios de ônibus.

—Quer falar sobre isso?

Lucas encolheu os ombros. Ele sabia que Levi estava


cansado de ouvir sobre Fallon, mas ele era o único para quem
ele podia falar. A mãe de Lucas ainda sentia falta dela, ela
tinha se convencido que Fallon seria sua filha um dia, e ter
que dizer à sua mãe porque Fallon o deixou foi,
provavelmente, a segunda pior coisa que ele já fez.

A primeira foi o dia em que ele enterrou seu pai.

Lucas lentamente balançou a cabeça.

—Estou tão fodido.

—Huh? — Levi perguntou olhando para ele.

—Eu era um alcoólatra que virou um viciado em pílulas,


tudo porque não conseguia lidar com a perda do meu pai ou
com a minha condição. Então decidi que em vez de corrigir o
problema quando Fallon me deixou, eu usaria mais, e eu
quase perdi tudo.

Levi acenou com a cabeça, fechando seu Kindle, virando


um pouco para olhar para Lucas.

— Mas olhe para você agora, está sóbrio há quatro anos,


está em paz com a vida...

—Eu estou solitário.


—Eu estou aqui e sua mãe também, e você pode ter
qualquer mulher que quiser.

—Eu a quero.

Nada foi dito enquanto os dois homens se olharam nos


olhos. Levi desviou o olhar primeiro, balançando a cabeça e
mordendo o lábio, olhando para todo o lado, menos para
Lucas.

—Cara, não é possível. Esquece.

—Eu preciso, ela me fez sentir normal. Não precisei da


bebida quando estávamos juntos.

—Não precisa dela agora. — Levi salientou.

—Não preciso, mas eu quero. Com Fallon, não precisava


ou queria. Eu estava feliz, ela me fazia feliz.

—Você não tentou realmente depois de Fallon, Lucas.


Ninguém foi bom o suficiente.

—Sim, porque quando você teve a perfeição, como


supera isso? — Lucas perguntou com um sorriso.

Levi revirou os olhos, respirando profundamente.

—Você age como se vocês fossem perfeitos. Vocês não


eram.

—Quem é? Não interessa, no entanto. Nós nos


amávamos.

—Eu sei cara, eu só não entendo porque você ainda está


tão empenhado. — enfatizou Levi. —Faz tanto tempo.
—Porque eu ainda a amo. — Lucas disse simplesmente,
como se já fosse um fato conhecido.

—Qual é! — Levi gritou, fazendo um monte de caras


virar e olhar para eles. Lucas revirou os olhos antes de
inclinar sua cabeça para trás na cadeira. —Você não pode
amá-la ainda! Você sequer a viu.

—Eu a amo! — disse Lucas. — Por que você não me


quer com ela?

—Não é que não quero você com ela, só acho que não é
realista. Você... você fodeu tudo, cara. Não acho que ela
superou isso.

Lucas pesou suas palavras por um minuto antes de


acenar com a cabeça.

— Ela pode não ter superado, mas eu aprendi com meu


erro e nunca faria isso novamente.

—Eu não sei cara, acho que você está segurando algo
que não está mais lá.

Lucas assentiu lentamente.

— Vamos ver.

A festa que Fallon estava dando era dali a umas


semanas e Lucas já tinha escolhido um terno. Ele iria, a veria
e a recuperaria. A declaração de mais cedo, quando ele ligou,
era apenas ela não sabendo como lidar em falar com ele
novamente. Quando eles se vissem pessoalmente, tudo ficaria
bem. Já fazia tanto tempo que ela não poderia mais estar
irritada.
Certo?

—Por que a deixei me convencer a entrar neste vestido?

Fallon ficou na frente de seu espelho de parede, olhando


para o minivestido preto que Audrey a havia convencido a
comprar para a festa daquela noite. Era um vestido tomara
que caia, com grandes flores brancas, com centros bordados
a mão, indo para a lateral. As flores foram o que fez Fallon
comprar o vestido e ela se sentiu tão confiante quando as
combinou com seus sapatos prata cintilantes Badgley
Mischka Humbie, mas agora estava na frente do espelho
duvidando de si mesma. Mesmo com o cabelo incrível e a
maquiagem perfeita, não pôde deixar de sentir que estava
prestes a entrar na câmara de gás.

Fallon sabia que hoje seria a noite em que veria Lucas.

Sentiu-se enjoada e estava convencida de que iria


vomitar. Audrey achou uma ótima ideia que ela vestisse algo
atraente para fazê-lo ver o que perdeu, mas tudo que Fallon
queria fazer era correr para o armário e colocar outra coisa.
Não se importava que ele pensasse que estava atraente...
muito.

—Pare de pensar demais sobre o vestido, você está


gostosa. — Audrey disse da entrada. Ela usava um vestido de
cocktail de tutu com lantejoulas rosa e laranja com sapatos
de plataforma rosa absurdamente altos. O cabelo dela estava
para cima em um lindo coque frouxo e Fallon estava
convencida de que, se o cabelo e a maquiagem fossem um
pouco mais drásticos, Audrey poderia ser confundida com
Lady Gaga.

—Não me sinto gostosa.

—Você está. A propósito, amei o cabelo.

Fallon sorriu agradecendo quando olhou para si mesma


de novo. O cabelo dela parecia bem, assim como as pernas,
mas isso era por causa dos sapatos. Oh, Deus, ela deveria
ficar em casa. Fallon, nem sabia como agiria perto de Lucas.
O que diria?

—Não quero ir. — ela gemeu sentando-se na


extremidade da cama.

—Oh, cala a boca! — Audrey disse quando Aiden veio


voando para o quarto de Fallon. Ele soltou um alto — yaah —
, fazendo giros e dando chutes no povo imaginário em quem
estava batendo. Tudo que Audrey e Fallon podiam fazer era
sentar e assistir.

O que Fallon faria para ser Aiden e não saber que a


merda estava prestes a bater no ventilador.

—Eu ganhei, cara, estou cansado. — Aiden disse


ofegante enquanto Fallon sorriu.

—Aposto que está, amigo, deve ser difícil lutar... com o


que exatamente você estava lutando? — Fallon perguntou.
Aiden deu-lhe um sorriso torto.
—Quatro hipogrifos de seis cabeças. Coisinhas nojentas.
— Aiden disse, balançando a cabeça.

—Meu Deus, quatro?! Nossa não me admira que você


esteja cansado. — Fallon falou, sorrindo de orelha a orelha. A
imaginação de Aiden sempre a fez sorrir.

—O garoto é uma fera, herdou de sua incrível A.A. —


Audrey disse segurando-o nos braços. Ou seu pai, Fallon
pensou, assistindo enquanto eles se abraçavam firmemente.

—Sua mãe não está bonita, Aiden? — Audrey


perguntou.

Aiden acenou com a pequena cabeça, rapidamente.

— Sim, mamãe você está muito bonita. Gosto de suas


flores.

—Obrigada, querido, agora sinto-me no topo do mundo.


— Fallon se vangloriou olhando para trás no espelho.

—Você está muito bonita, A.A. — Aiden disse fazendo


Audrey corar.

Ela se inclinou, beliscando suas bochechas.

— Obrigada, querido, venha aqui e me dê beijos.

Enquanto Audrey lhe dava vários beijos, Fallon ouviu a


campainha tocar, então ela desceu para respondê-la. Fallon
pediu à mãe para vir cuidar de Aiden já que ela e Audrey
eram necessárias na festa. Sua mãe adorava cuidar de Aiden
e aproveitou a chance para passar a noite com ele. Quando a
porta de Fallon abriu, seus pais, William e Nora, estavam do
outro lado.
Nora, sempre impecável, tinha o cabelo castanho escuro
em cachos. A maquiagem estava perfeita, assim como seu
rosto juvenil, obrigado Dr. Swartz. Nora Parker nunca
admitiria a cirurgia plástica para alguma amiga, mas Fallon e
Audrey sabiam muito bem que muito do rosto da sua mãe foi
corrigido. Nora estava embrulhada em um grande casaco,
então Fallon não podia ver o que a mãe vestia, mas tinha
certeza de que era uma roupa de corrida.

William ficou parado em seu jeans escuro e grande


casaco preto. Seu cabelo castanho escuro estava levemente
grisalho, assim como a barba dele. Fallon sempre pensou que
seu pai era um homem bonito, parecendo muito jovem e sem
a ajuda do Dr. Swartz. William costumava ser a pessoa
favorita de Fallon, não mais.

—Oi, mãe... e pai. — Fallon disse.

O que ele estava fazendo lá? Geralmente era só a mãe


dela que vinha cuidar de Aiden, não o pai dela também.

—Fallon, querida, você está linda. — Nora disse,


abraçando-a firmemente antes de passar por ela. Como
sempre William apenas acenou para sua primogênita. Fallon
soltou um longo suspiro, fechando a porta. Esta não era a
maneira com que estava tentando começar sua noite. Ela já
estava nervosa sobre como parecia, agora teria que lidar com
o pai dela.

Oh Senhor, espero que ele não queira ir à festa.


Quando Fallon virou, ela ouviu Aiden correndo pelas
escadas, com Audrey logo atrás dele. Aiden correu para os
braços de William, abraçando-o firmemente.

—Vovô, eu não sabia que viria cuidar de mim!

William riu, seus olhos enrugando nas laterais,


enquanto ele abraçava Aiden firmemente.

— Eu tenho a noite livre, que melhor maneira de a


aproveitar do que passar com meu garoto favorito?

As mãos de Fallon se fecharam, fazendo suas unhas


ferirem o interior de suas mãos. Porque incomodou tanto a
Fallon quando William disse isso, ela nunca saberia, mas
aconteceu. Fallon não sabia se era ciúme, ou se era o fato de
que William foi muito exigente sobre Fallon fazer um aborto
na época, mas agora Aiden era seu garoto favorito? Parecia
um pouco contraditório para ela.

—Maneiro! Vamos jogar Xbox! Tchau mãe, tchau A.A! —


Aiden gritou saltando dos braços de William e começando a
arrastá-lo pelas escadas.

—Olá, para você também, Aiden James! — Nora gritou.


Aiden parou no meio do caminho e virou lentamente com um
sorriso de vergonha na cara.

—Desculpe, vó. Oi! — Aiden disse, envolvendo os braços


em volta da cintura de Nora, enquanto ela ria.

—Olá, meu querido, como você está?


—Bem, um pouco cansado. Matei quatro hipogrifos de
seis cabeças esta tarde. — Aiden disse com uma cara séria
enquanto Audrey e Fallon não puderam deixar de rir.

—Quatro?! Caramba! E seis cabeças? Nossa!

—Sim, foi intenso, mas eu sou o máximo e posso fazer


qualquer coisa. — ele disse com um encolher de ombros,
fazendo com que todos rissem, até mesmo William. Fallon
rodeou o sofá, encontrando e enrolando Aiden em seus
braços.

—Sim, você é, meu amor. Tenho que ir. Vou ver você de
manhã. — Fallon disse antes de dar-lhe um beijo e ir buscar
seu casaco.

—Tchau, amigo! Amanhã, eu e você, waffles. — Audrey


disse fazendo Aiden saltar em emoção.

—Yay! Tchau, mãe! Tchau, A.A! — Aiden gritou com um


acenar de mãos gigantesco.

—Divirtam-se! — Nora disse enquanto William pegava


Aiden, colocando-o por cima do ombro. —Cuidado. — Nora
adicionou enquanto caminhava com elas até a porta.

—Adeus, papai! — Audrey disse. Fallon revirou os olhos


e não se incomodou de dizer adeus ao pai dela, caminhando
para o ar frio de março. Estava ficando mais quente, mas não
muito. Fallon não podia esperar pela primavera. Sua coisa
favorita sobre a primavera eram as tulipas no Centennial
Park, e mal podia esperar para vê-las. Eles sempre fizeram
questão de ir ao parque para admirar as flores, uma coisa
que Aiden também gostava de fazer.
Fallon e Audrey acenaram mais uma vez para Aiden,
que estava na janela com William. Entraram no Acura TSX
Sport Wagon de Fallon e dirigiram em direção à mansão Belle
Mead. A cada quilômetro que percorria tudo que Fallon podia
pensar era o que ela estava fazendo? Deveria virar ir para
casa e ficar na cama. Fallon sabia que esta não seria uma
noite boa.

Para a Rocky Top Wines, sim, mas para ela, não.


O septuagésimo aniversário vintage, o Big Orange
Cabernet Sauvignon não estava apenas sendo bebido por
quase todos na festa, mas esgotou completamente em sete
minutos. Fallon não podia conter sua empolgação enquanto
caminhava lentamente pela festa. Ela basicamente ficava
tonta só de pensar que 100 embalagens foram trazidas para
serem vendidas e todas acabaram. Quando todos ficaram
sabendo que o vinho estava esgotado, as pessoas começaram
a fazer pedidos extras.

Estava se tornando uma ótima noite!

Não só o vinho era um sucesso, mas a festa estava em


pleno andamento e Lucas não tinha aparecido. Quando ela
não o viu após todos chegarem, Fallon pode realmente
respirar. Ela teve certeza que ele não apareceria e aquilo a fez
sorrir mais, enquanto caminhava pela festa. Fallon olhou ao
redor, observando todas as pessoas bonitas que estavam
presentes na festa. Poderia apontar cada um dos jogadores do
Assassins no meio da multidão. Fallon tinha certeza de que
eles eram o grupo mais sexy de caras que já viu. Cada um
vestido a rigor com uma linda mulher em seu braço.

Fallon também percebeu que ela era a única pessoa


sozinha ali. Bem, além de Rob, mas ele não contava. Ele
gostava de ser solteiro, Fallon não. Ela odiava a solidão que
sentia quando via um homem e uma mulher juntos, ou como
a respiração falhava apenas com a visão de um homem
colocando a mão no rosto de uma mulher com amor. Era
quando ela se sentia sozinha. Lucas sempre segurava seu
rosto nas mãos.

Era sua coisa preferida, algo que ele fazia e ela sentia
falta. Fallon sabia que Lucas poderia tê-la lhe implorando de
joelhos apenas ao colocar seu rosto em suas mãos grandes.

Eram as pequenas coisas que faziam seu


relacionamento tão bonito, tão perfeito.

—Segure a minha mão. — Lucas disse antes de agarrar


sua mão nas dele. Ela se afastou, sacudindo a cabeça.

—Não, as pessoas podem ver. — ela disse antes de olhar


em volta. Fallon sabia que o incomodava que ela não gostava
de dar as mãos, mas ela ficava muito nervosa que o pai dela
soubesse sobre seu namoro com Lucas. Lucas era um jogador
de hóquei famoso e Fallon sabia que o pai dela enlouqueceria
apenas de pensar que eles estavam juntos.

—E daí? Quero sentir sua mão na minha. — Lucas disse


antes de parar e encará-la. Eles estavam andando pelo
Guadalupe River Park and Gardens para digerir a comida
antes de voltar para sua casa de praia. Pessoas passavam por
eles enquanto Fallon olhava ao redor.

—Eu já disse, não gosto de dar as mãos em público. —


sussurrou. —Estou preocupada que alguém diga aos meus
pais.

—Já faz seis meses e você ainda não disse a eles? Você
passou o verão inteiro comigo.

—Eu sei, mas é complicado. Meu pai fez questão de me


dizer para não me envolver com alguém.

Lucas revirou os olhos antes de começar a caminhar


para longe.

—Que seja. — ele resmungou. Fallon correu para


alcançá-lo e o deteve, agarrando seu pulso.

—Não fique bravo. — Fallon pediu, olhando em seus


maçantes olhos cinzentos. —Sinto muito.

—Eu só quero ser capaz de tocá-la quando quiser, sem


estipulações. — ele disse, não a olhando nos olhos. —Quando
estamos sozinhos, você está sempre em cima de mim. Em
público, é como se fossemos amigos. Eu não posso ser seu
amigo, Fallon. Eu te quero demais.

Um lento sorriso atravessou o rosto dela quando olhou


para ele, esperando que a olhasse. Quando finalmente o fez,
não pode evitar sorrir para ela. Fallon decidiu naquele
momento que, se o pai dela descobrisse, que bom, porque
este homem era dela e ela precisava dele para respirar. Fallon
deu um passo em direção a ele, cruzando seu dedo mindinho
com o dele.

—Não posso prometer que vou estar em cima de você,


mas te garanto que vou sempre estar te tocando.

Lucas sorriu apertando o dedo junto ao dela.

—Assim?

—Assim, é uma coisa nossa.

—E sempre será. — Lucas disse antes de dar um


caloroso, vagaroso e torto sorriso. Ele, então, se inclinou e
colocou suavemente seus lábios contra os dela. Ela recebeu
sua invasão de braços abertos e se deliciou ao senti-lo.

Ela amaria esse homem pelo resto de sua vida.

Que monte de merda, ela pensou olhando ao redor da


festa. Não havia nenhuma maneira dela amar aquele homem
novamente, ok, talvez uma parte bem pequena dela ainda o
amava, mas ela nunca iria admitir isso a ninguém. Manteria
esses sentimentos presos para sempre e não os deixaria sair.

Não deixaria que ele tivesse o poder que tinha sobre ela
nunca mais. Ele não merecia isso. Sim, merecia um pedido
de desculpas por esconder Aiden dele, mas Lucas Brooks não
merecia seu coração. Ele teria...

—E eu pensava que você era linda naquela época, Fallon


Parker.

Fallon congelou.

Ela reconheceria aquela voz suave de veludo em


qualquer lugar. Fallon sempre lembraria a forma como soava
quando ele a deitava na cama, antes que fizessem amor ou
quando a consolava porque estava triste. Era a voz do homem
que ela amou com uma ferocidade que ninguém poderia
tocar. Era a mesma voz do homem que a quebrou em um
bilhão de pedaços em questão de segundos.

Fallon virou-se lentamente para ver Lucas Brooks de pé


a apenas alguns centímetros, com o mesmo sorriso que seu
filho sempre usava. Sua respiração falhou ao vê-lo e jurava
que o tempo parou quando olharam nos olhos um do outro.
Nenhum deles disse nada enquanto seus olhos percorriam o
corpo um do outro, verificando. Tudo o que Fallon poderia era
esperar que parecesse tão bem quanto antes, porque Lucas
certamente parecia. Ele usava um terno cinza sob medida
com uma camisa preta por baixo, os botões de cima
desabotoados e mostrando um pouco da tatuagem que
costumavam enlouquecer Fallon. Seu cabelo estava partido
para o lado e ela percebeu que estava mais longo do que da
última vez que o tinha visto. Os olhos dele brilhavam de
excitação e sua boca estava torcida em um sorriso e para
Fallon estava difícil de respirar.

Não era justo, Lucas ainda era lindo demais! Fallon não
podia ter uma pausa! Por que ele não poderia ser um pouco
gordo ou talvez ter apenas um olho ou algo assim! Por que ele
ainda tinha que ser tão lindo que fazia sua maldita respiração
falhar!

—Lucas. — ela engasgou ao olhar nos olhos dele.

—Ei, pequena, faz muito tempo que não nos vemos.


O antigo apelido que ele deu para ela a machucou, e ela
olhou para os lados. Ela não o deixaria afetá-la, tinha que ser
forte, ou ele a teria na cama em 2,3 segundos.

Ele era bom nesse nível.

—É, faz muito tempo que eu não sou sua pequena. Você
sabe o meu nome Lucas, use-o.

Oh, como Lucas sentia falta do lado atrevido de Fallon.


Ele riu enquanto seus olhos avaliavam seu lindo corpo. Ele
amava que os quadris e seios dela estivessem mais
preenchidos, amava que seu rosto estava exatamente do jeito
que lembrava. Ela ainda era sua Fallon, ou pelo menos
parecia com ela. O vestido que usava era apertado e
emoldurava todas as curvas que tinha. Ia até o meio da coxa
e sua boca salivou ante a vista. Lucas faria qualquer coisa
para poder enfiar sua mão debaixo daquela saia para o doce
lugar entre sua bunda e coxa.

Fazer isso costumava deixá-lo maluco e ele imaginou


que faria o seu dia, porra o seu ano, caralho, talvez até sua
vida, se ele pudesse fazer isso novamente.

Ele tinha uma obsessão com a bunda de Fallon que


beirava a insanidade. Era tão redonda, tão perfeita e só
perdia para sua boca. Ele adorava aquela boca. As coisas que
ela dizia, as coisas que ela fazia, e a forma que ela sorria.
Como agora, com o gloss sobre ela ao nível da perfeição e
seus lábios imploravam para estar sobre os dela.

Depois de nove anos, ele ainda a queria como no dia em


que eles se conheceram.

—Oh, eu sei seu nome, Fallon. —disse inclinando-se


para ela. Que deu um passo para trás, mas não foi muito
longe antes que ele sussurrasse —Eu tenho certeza que eu já
o gritei algumas vezes.

Fallon revirou os olhos enquanto nojo passava sobre seu


rosto.

— Sério? Eu não te vejo faz sete anos e essa é a maneira


como você fala comigo?

— Eu só estou afirmando fatos, pequena, você está


linda. Traz de volta memórias agradáveis.

Fallon soltou um intenso suspiro e o pau dele se


contorceu ao som.

— Primeiro, eu não sou sua pequena, e segundo, você é


um porco.

Lucas riu e Fallon desviou o olhar novamente, mas ele a


viu escondendo seu sorriso. O rosto dela estava corado e ele
sabia que ela estava pensando naquelas memórias
agradáveis, tal como ele.

—Como tem passado?

Ela olhou para ele, encolhendo os ombros.


—Bem, e você?

—Bem, solitário.

—Como se eu acreditasse nisso. — ela zombou.

Ele sorriu.

—Tenho estado.

—Duvido, você não tem nenhum problema em encontrar


mulheres, Lucas.

Ok, não era o tópico que ele queria agora.

—Eu tentei lhe falar quando você foi embora. — ele disse
sem pensar. Era como se ele tivesse 21 anos, falando
besteira. Fallon fazia isso com ele, fazia compartilhar coisas
que não iria compartilhar nem mesmo com Levi.

—E eu te ignorei. — disse tão friamente que ele se


convenceu que tinha congelado.

Lucas lentamente assentiu com a cabeça, isso não


estava funcionado como pensou. Ele achava que com um
olhar ela se lembraria de tudo o que tiveram e talvez o
perdoasse. Precisava do perdão dela porque precisava dela.
Lucas precisava dela há anos, mas nunca teve a chance de
recuperá-la.

Agora tinha.

Eles ficaram encarando um ao outro enquanto na


cabeça de Lucas, Gavin DeGraw cantava sobre não superar a
garota que ele amava. Lucas poderia matar Levi por ouvir
essa canção no caminho para a festa, porque agora era a
música tema do seu reencontro com Fallon.
—Por que? — ele se ouviu perguntar.

Fallon soltou outro suspiro intenso antes de desviar o


olhar.

—Eu não farei isso aqui. Nós tivemos nosso estranho


reencontro, as coisas acabaram, e nada vai mudar. Então
deixe estar.

—Por que tem que ser assim? Nós éramos bons juntos.

—Até que você fodeu tudo, mas isso não importa, eu


tenho um namorado.

Lucas estreitou os olhos. Ele sabia quando Fallon


mentia e, naquele momento, ela estava mentindo até não
poder mais. Seu rosto sempre ficava vermelho, os olhos dela
ficavam arregalados enquanto ela procurava algo para olhar
para não ter que encará-lo, como estava fazendo agora. O que
ela achava? Que se ela tivesse um namorado ele não iria
tentar ficar com ela? Ou talvez que ele iria seguir em frente.
Caralho. Ela pertencia a ele, nenhum cara ficaria entre isso.
Ele não iria a lugar nenhum até ficar com ela. Então, por que
ela estava mentindo? Lucas olhou para Fallon um pouco
mais antes de um lento sorriso atravessar seu rosto quando
ele percebeu a razão.

Ela não o tinha superado.

Droga!
Lucas sempre soube quando ela mentia e tinha certeza
que ele via isso agora. Porque pensou ao dizer que tinha um
namorado pararia essa pequena reunião, estava além dela.

Ambos sabiam que não pararia.

Lucas era o tipo de cara que se decidisse fazer algo, não


desistia até que conseguisse. Então, basicamente, ela estava
ferrada. Ele seria permanentemente sua ferida, a menos que
ligasse para a polícia e conseguisse uma ordem de restrição.

Hmm... não era uma ideia tão ruim.

—Você deveria dançar comigo. — disse Lucas. Fallon


olhou para cima para ver os olhos dele encherem de luxúria.

Deus, ele era lindo. Ela sempre soube exatamente o que


Lucas estava sentindo com apenas um olhar em seus olhos.
Diziam tanto sobre ele, e foram eles que conquistaram Fallon.
Ela adorava quando lhe dava esse olhar, aquele que dizia
exatamente o que queria fazer com ela. A propósito, os olhos
dele vasculharam o corpo dela, então não demorou muito
para adivinhar o que ele faria. Os olhos de Fallon diziam a
mesma coisa, ele era um belo pedaço de carne..., mas isso
não importava!

Mesmo sendo lindo, ele era um porco! Há sete anos que


não tinha notícias dele e uma das primeiras coisas que ele
trazia à tona era sexo! Mesmo que isso a deixasse excitada
dos pés a cabeça, porque ela poderia muito bem descrever
detalhadamente como parecia quando seu nome era gritado,
ainda gritava que ele era um porco. Não havia nenhuma
maneira de deixá-lo ver seu filho. Ele ainda era o mesmo
mulherengo que era naquela época, e de jeito nenhum ela
sujeitaria seu doce e lindo menino a este monstro.

Fallon revirou os olhos e olhou para outro lugar.

—Eu te disse, eu tenho um namorado. Ele não gosta


que eu dance com outros caras. — Fallon mentiu, porque
realmente, ela não aguentaria estar tão próxima dele.

Seu corpo contra o dela? Hum, não.

Ela esqueceria todas as razões pelas quais ele era a pior


ideia possível.

—Eu sei que você não tem um homem, Fallon. Se


tivesse, ele estaria ao seu lado. Eu sei que eu estaria. — ele
disse com um sábio sorriso.

—Ele está aqui. — Fallon disse rapidamente procurando


na sala por Rob. Ela não o viu por toda a noite e, quando
seus olhos o encontraram, ela desejou que a próxima
declaração não tivesse saído de sua boca. —O nome dele
é....Robert Slater e ele está bem ali na verdade. — Fallon
apontou onde seu assistente estava, vestido com seu terno
laranja.

Por que em nome de Deus ela disse que Rob era o


namorado dela?

Lucas olhou para Rob, e sua boca torceu em um canto.

—Qual é o seu namorado? O de terno laranja?

—Sim, orgulho pela empresa. Você usa as cores do seu


time. — Fallon disse defensivamente. A verdade era que ela
não sabia por que diabos Rob insistiu em usar uma roupa tão
horrível. Ele parecia um louco!

—Então você quer que eu acredite que você tem um


namorado que usa um terno laranja que é mais apertado do
que o seu vestido? — Lucas perguntou com um sorriso
brincando em seus olhos.

Caralho. Ela tinha esquecido desse fator. Por que sentia


que seu plano não estava funcionando?

—Sim, ele gosta de coisas sob-medida. — Naquele


momento, Rob andou em direção a eles com um grande
sorriso no rosto. Fallon sorriu para seu 'namorado' até que
percebeu que seus olhos estavam mais escuros.

Droga! Ele estava usando delineador.

—Fallon, querida, — Rob disse em sua enfeitada e


esganiçada voz —não te vi até agora, você tem se escondido?

—Oh, querido! — disse Fallon, implorando a Rob com os


olhos para agir como hetero. —Estive ocupada vendendo o
vinho.

—Oh, claro, linda como sempre! — ele disse com um


aceno de sua mão muito pálida antes de olhar para Lucas. —
E quem é este pedaço de homem?

Oh, Jesus. Sério?

Claro, Lucas não conseguiu conter o riso e quase caiu


no chão enquanto gargalhava.

Fallon olhou enquanto Rob a olhava.

—Foi algo que eu disse? — Rob disse.


—Não, querido, ignore-o. — Fallon disse quando Lucas
se sentou.

—Quanto tempo vocês estão juntos? — Lucas


perguntou. Os olhos de Lucas repletos de água enquanto
tentava segurar seu riso, e Fallon jurou que se pudesse bater
nele, bateria.

—Juntos? – Rob perguntou olhando para Fallon.

Agir antes de pensar, não era uma de suas melhores


qualidades, Fallon assentiu antes de se inclinar e colocar os
lábios nos de Rob. Foi só por um segundo, mas parecia uma
hora, porque tudo ficou quieto em volta dela. Lucas parou de
rir e Rob congelou sob seus lábios. Jurava que toda a sala
parou, mas isso não aconteceu realmente. Oh, meu Deus,
isto só continuava piorando a cada minuto.

Quando se afastou, sorriu para a cara chocada de Rob e


disse:

—Um tempo, certo, querido?

Fallon olhou de relance para Lucas, uma das suas


sobrancelhas estava arqueada enquanto seu rosto torcia em
um lado.

Isso fez o coração de Fallon bater mais rápido, uma vez


que era o mesmo sorriso que Aiden dava a ela quando estava
se divertindo.

— É sério que você teve que beijar esse garoto para me


fazer acreditar que você tem um namorado?

—Ele é! — respondeu Fallon.


—Quem? Eu? — Rob se surpreendeu.

—Sim, você, bobo! Meu Deus! Eu sou tão horrível


assim?

—Não, — Rob disse com a mão na frente do seu peito —


nem um pouco.

—Obrigado, Rob. — disse Fallon, e naquele momento


soube que o plano dela tinha ido à merda. Rob ainda estava
limpando sua boca quando Lucas apenas sorriu largamente
para ela.

—Então, Rob, esta mulher gostosa é sua namorada? -


Lucas perguntou e Fallon o olhou com raiva.

Rob olhou para Fallon antes de olhar para Lucas. Ele


começou a negar com a cabeça ao mesmo tempo em que
disse:

—Sim, ela é.

Aquilo fez Lucas ter um ataque de riso enquanto Fallon


olhava para ele.

— Muito obrigada, Rob.

—Me desculpe, mas quem escolhe um cara abertamente


gay como namorado! — Rob disse jogando os braços no ar. —
Estou usando um terno laranja!

—Um belo terno por sinal. — acrescentou Lucas.

—Obrigado! — Rob disse antes de olhar para Fallon. —


Mas, sério, eu sou a pior pessoa para você escolher como um
falso namorado, já que gosto de homens.
Com isso, Rob foi embora, deixando Fallon
extremamente envergonhada e pensando em demiti-lo.
Poderia se ele não fosse tão bom com os relatórios de
comercialização que faziam sua cabeça girar. Fallon não pôde
evitar em assistir seu 'namorado' vestido com um terno
laranja se afastar. Desejou com todas as forças que Rob não
fosse gay, então poderia agir como namorado dela, porque
esse reencontro entre ela e Lucas não estava funcionando do
jeito que queria também.

Posando com um gay como namorado? Não foi uma das


suas melhores ideias.

Fallon queria parecer sexy, bem-sucedida, uma mulher


mais forte do que a que ele deixou para trás. Basicamente
queria fazer ciúmes em Lucas, não dar a ele o entretenimento
da noite. Foi para isso que tinha se preparado! Odiava que
tivesse bagunçado as coisas. Mentir nunca foi seu forte e
sabia que Lucas não ficaria quieto.

—Então, que tal aquela dança, porque sei que seu


namorado é gay. — Lucas determinou.

Calor subiu no rosto de Fallon enquanto desejava que


Lucas fosse para o quinto dos infernos.

— Oh, vai se foder, Lucas Brooks!

Quando Fallon se virou e foi embora, Lucas não pode


deixar de rir. Parou quando ouviu o som de seu salto alto
clicando no chão. Olhou para cima, os olhos dele indo em
direção a sua bunda balançando de um lado para o outro.
Lucas não poderia formar uma palavra ou até mesmo
respirar enquanto observava sua bunda naquele vestido preto
apertado. O pau dele estava duro como rocha e implorava
para estar dentro dela. Lucas sabia que ela provavelmente
pensava que era um cachorro por causa de como deu em
cima dela, mas era difícil não o fazer. Tinha que tê-la.

Além disso, ele sabia que ela costumava gostar quando


dava em cima dela abertamente.

Mas, talvez isso fosse outra coisa que mudou nela?

Fallon estava tão diferente agora, mas tanta coisa ainda


era a mesma que o confundia. Estava polida, mas ainda sabia
xingar como um marinheiro e só aquilo já o excitava. Era
bem-sucedida agora e ele adorava isso, porque sabia o
quanto ela queria isso quando estavam juntos. Fallon queria
independência de seu pai, e Lucas poderia dizer que tinha
conseguido.

Ainda era solteira, o que o surpreendeu e também o fez


se sentir o cara mais feliz do mundo. Como estava solteira
depois de todos estes anos? Esperava que ela estivesse
casada e com um filho ou dois. Sempre disse que queria
filhos antes que tivesse trinta, mas não teve nenhum. Lucas
também queria muito ter filhos, e em algum momento ambos
decidiram que os teriam assim que fossem casados. Mas e se
ela tivesse um filho? Certamente, teria dito se ela tivesse um.
Ele não poderia dar em cima de uma mãe. Isso seria errado.

Mas então, novamente, mamães também precisavam de


amor.
Então teria que ignorar esse último pensamento, mesmo
que Fallon tivesse um filho, ainda iria persegui-la. Ele poderia
lidar com as questões quanto ao pai do bebê e o pequenino,
porra ele amava crianças, então não era grande coisa. O
grande problema era conseguir Fallon de volta, e estava
decidido a fazer isso.

Nada mais importava.

—Lucas, eu pensei que você não ia aparecer.

Lucas virou rapidamente e viu sua chefe e seu capitão


de pé ao lado dele.

—Sra. Adler, Adler! — disse, apertando as mãos dos


dois. —Eu me atrasei esta noite.

—Oh, bem, estou feliz por você ter vindo, por acaso você
encontrou com a Fallon?

—Só por um segundo, ela estava muito ocupada. —


disse Lucas com um sorriso enquanto Shea Adler olhava para
ele.

Shea e Lucas ainda não se entenderam. Shea achava


que Lucas deveria pular quando ele dissesse e Lucas não
poderia discordar mais. Ele não diria que eles se odiavam,
mas não gostam um do outro.

Muito.

—É mesmo? Ela nunca está muito ocupada para mim.


Onde é que ela... oh, olha lá. Fallon!

Lucas virou-se para ver sua paixão do passado parar o


que estava fazendo enquanto olhava para onde estavam.
Poderia dizer que ela desejava estar em qualquer lugar menos
ali, enquanto andava em direção a eles com o sorriso mais
imaginavelmente falso.

Aparentemente a Sra. Adler estava certa, Fallon nunca


estaria muito ocupada para ela.

Bom saber.

Merda, porra, droga, caralho.

Fallon cantou enquanto caminhava até Shea, Elli e


Lucas. Elli envolveu seus braços ao redor de Fallon e elas se
abraçaram firmemente antes que se afastasse de Elli para
beijar a bochecha de Shea.

—Ei pessoal, gostando da festa? — Ela perguntou antes


de notar que Lucas estava oferecendo sua bochecha para ela.
Ela zombou e voltou-se para Elli. Faria frio no inferno antes
que os lábios dela estivessem em qualquer lugar perto da
cara dele. O som das risadas de Lucas descia por sua
espinha enquanto ela tentava se concentrar no que dizia Elli.

—Desculpe-me, o que Elli? — ela perguntou quando Elli


ficou parada olhando para ela.

Elli sorriu.

— Então vocês se conhecem, certo?

Droga. Caralho. Inferno. Droga. Fallon mentalmente


orou ao Senhor para levá-la a qualquer lugar, menos lá
enquanto tentava descobrir o que dizer. Já tinha dito a Elli
que ela e Lucas tinham namorado, por que diabos iria falar
sobre isso?!

— Nós costumávamos sair quando Fallon vivia na


Califórnia.

Fallon olhou para Lucas, ódio enchendo seus olhos.


Como ele ousa colocar as coisas deles em exposição para todo
mundo! Queria manter o que eles tiveram em silêncio!

—Oh, realmente? Quando foi isso?

—Sete anos atrás. — Lucas disse novamente, e Fallon


decidiu que ia matar Lucas Brooks. Ele não devia saber que
estava a caminho do céu, porque tudo o que fez foi atirar-lhe
um sorriso insolente.

—Eu não sabia...— Elli parou e olhou para Lucas.


Fallon assistiu enquanto a realização de quem estava na
frente de Elli caiu sobre ela. Fallon nunca contou a ninguém
sobre o pai de Aiden, mas tinha dito uma vez que era um
cara da Califórnia. Fallon, sentia como se o mundo tivesse
sido retirado debaixo dela quando Elli focou seus olhos nela.

Elli Adler sabia quem era o pai do Aiden.

Os olhos de Fallon se arregalaram de preocupação


enquanto as duas mulheres se encaravam. Esperava que Elli
percebesse que não deveria dizer nada, nenhuma palavra
sobre Aiden, porque ela apenas não poderia dizer ao Lucas.

Nem agora, nem nunca.


—Bem, olha a hora, tenho que ir! — Fallon basicamente
gritou, começando a afastar-se, implorando com os olhos a
Elli para não dizer nada. Elli assentiu e Fallon quase caiu de
joelhos para agradecer.

Quando Fallon saiu, sentiu os olhos de Lucas seguindo


cada movimento dela. Ele a fez insegura e nervosa. Da
mesma forma que fez há nove anos.

É, isso não era bom.


Fallon foi deitar tarde naquela noite. Odiava chorar,
odiava mesmo, mas após a noite que teve não restava nada
além de chorar. Por que Lucas tinha que afetá-la do jeito que
fazia?

Ele basicamente ganhou tudo durante todo tempo que


estiveram perto um do outro. Sabia que ele estava tentando
ficar sob sua pele o permitiu fazer isso. Ela o deixou ganhar.

Depois de prometer a si mesma que jamais deixaria isso


acontecer novamente.

Por que tinha que fazer isso a si mesma? Por que não
podia apenas superá-lo? Fazia tanto tempo, ele não era mais
nada para ela.

Certo?

Certo!

Sim, eles tinham um filho, mas ainda assim, ele nem


sabia! Não tinha qualquer razão para sequer ter que lidar
com ele, quem dirá falar com Lucas. Então por que deixou
que após uma noite vendo-o a afetasse a ponto de chorar?

Quando sua porta abriu, ela secou o rosto no travesseiro


antes de olhar para Audrey parada na soleira da porta, ainda
em seu vestido de tutu. Fallon sorriu tristemente já que
Audrey não disse nada enquanto caminhava sutilmente para
dentro do quarto, engatinhou para a cama com Fallon e se
aconchegou próximo a ela.

—Eu te ouvi chorar. — Audrey sussurrou, fazendo os


olhos de Fallon fecharem.

Maravilha, se Audrey ouviu, isso significava que Aiden


poderia ouvir se estivesse acordado. Graças a Deus que não
estava.

—Desculpe. — Fallon soluçou antes de colocar seu rosto


no travesseiro novamente.

—Por que você está chorando, Fal?

Fallon lentamente balançou a cabeça, não podia falar.


Não podia expressar como parecia que seu coração estava
quebrando novamente. Ela achou que poderia ser forte e
passar por isso, mas não pôde.

Com apenas um olhar para Lucas, sentia como se ainda


fosse a mulher de 21 anos que fugiu todos esses anos atrás.

—Por que eu não o superei, A.A? Por que? — Fallon


disse para o travesseiro. Não tinha certeza de que Audrey a
ouviu até sentir a mão dela em suas costas, afagando
suavemente.
—Eu não sei, Fal.

—Eu não entendo. — Fallon chorou enquanto sentava


olhando para ela. —Isso é por causa do meu segredo ou
porque eu realmente me importo com ele? Como? Faz tanto
tempo e ele me machucou demais. Como ainda posso me
importar? Eu. Não. Entendo.

O rosto de Audrey se encheu de preocupação enquanto


ela envolvia Fallon em seus braços.

—Me sinto tão estúpida, como um bebê fraco e


reclamão. Eu não sou essa pessoa. Sou forte, bem-sucedida,
a porra da melhor mãe do mundo! E olhe para mim! Eu estou
uma bagunça, xingando a torto e a direito. Ele faz isso
comigo!

Fallon odiava despejar isso em Audrey, mas não sabia o


que fazer ou com quem falar sobre isso. Tudo o que sabia era
que estava machucada e precisava que alguém lhe dissesse o
que fazer.

—Fallon, eu não sei, querida. O amor é traiçoeiro e


intenso. Eu não sei o que dizer. — Audrey disse como o rosto
em seus cabelos. Fallon assentiu lentamente, sabendo que
sua irmã caçula não teria palavras para consolá-la.

Quem teria?

Ninguém sabia sobre Lucas, ninguém sabia o que fez,


ninguém conhecia a bagunça que ele poderia transformá-la.
Só ela sabia e só ela poderia lidar com ele, e isso seria para
tirá-lo completamente da vida dela.
Tinha que fazer isso ou iria enlouquecer feio pra
caralho!!

Se olhares matassem, Lucas estaria morto pelo menos


cinco vezes naquela noite. Ele não sabia que Fallon podia dar
um olhar tão mortal, mas ela podia e isso meio que o
assustou.

Só um pouquinho, no entanto.

Ver Fallon era tudo o que ele queria... se ela fosse um


pouco mais legal. Ela foi um pouco rude e agressiva, mas ele
gostou disso. Gostou que ela não tivesse aceitado as merdas
dele, e gostou que fosse um pouco raivosa. Ela era tão
submissa quando estavam juntos e agora parecia que estava
se posicionando por si mesma.

E isso era muito excitante.

Chame-o de sádico, mas gostava de uma mulher que


sabia o que queria e como queria. Tudo o que tinha que fazer
era fazê-la perceber que era quem ela queria. Que havia
mudado e poderia ser o homem que ela precisasse e
confiasse. Não sabia como faria isso, mas faria.

Havia apenas uma coisa incomodando Lucas, no


entanto, e isso foi a forma como Fallon e Elli olharam uma
para a outra depois que contou sobre estarem juntos há sete
anos atrás. Algo não estava certo, Fallon encarou Elli depois
que as palavras foram ditas e então ela fez qualquer coisa
para correr para longe de onde estavam. O que foi aquilo? A
proprietária sabia de algo e ele estava determinado a
descobrir o que era.

Na manhã seguinte, Lucas patinou ao redor do ringue


para o aquecimento matinal junto ao time.

Quando parou na beirada do ringue para beber algo,


Sergei Arshan patinou até seu lado, também pegando uma
bebida. Lucas acenou para ele antes de bater em sua canela
com seu taco.

Sergei fez o mesmo antes de dizer.

— Nós vamos sair hoje a noite, você devia vir.

Lucas riu antes de derramar um pouco de Gatorade na


boca

— É domingo.

— E daí?

—Estou bem, me chame na sexta ou no sábado e eu sou


de vocês. — Lucas disse com um sorriso no rosto.

Não havia nenhuma maneira de que fosse sair hoje à


noite mesmo se quisesse, não que quisesse. Tinha um voo
cedo para pegar. Iria para Michigan para ver sua mãe por uns
dias. Já que estava numa pausa antes de ir para uma viagem
que duraria seis jogos, então pensou que usar esse tempo
para ver sua mãe seria o melhor. Viajaria por três dias e
quando voltasse para casa, planejava ir ao escritório de
Fallon. Até lá achava que ela estaria toda derretida já que
todos os dias pela próxima semana o seu escritório estaria
repleto de presentes. Pequenas lembranças do seu amor por
ela.

Ele estava chamando isso de ―Operação recuperando


Fallon‖ e ele teria sucesso.

Ou morreria tentando.

Fallon sentou de pernas cruzadas no meio da cama com


uma caixa preta na sua frente. Audrey levou Aiden para o
parque algumas horas atrás então Fallon poderia fazer o que
precisava, e isso seria se livrar de qualquer coisa que a
lembrasse de Lucas. Ela já havia revistado todas as suas
roupas e colocado suas velhas blusas e shorts em um saco de
lixo, a única coisa que restava era olhar a caixa deles.

Fallon começou a montar a caixa no dia após eles


começarem a namorar e ela estava cheia até o topo com
coisas de seu relacionamento. Passagens de avião, ingressos
de filme, tiras de fotos, pulseiras, pétalas mortas, tudo estava
naquela caixa. Enquanto Fallon revirava através da caixa,
lembrava cada coisinha sobre cada item e lágrimas
lentamente desceram por suas bochechas.

Tudo era tão simples naquela época.

Pegou um monte de cartas que estavam embrulhadas


em um laço vermelho e não conseguiu evitar o sorriso que
veio ao seu rosto quando abriu cada uma, lendo a escrita de
trás para frente de Lucas. Fallon era a única que poderia
decifrar a escrita sem nenhum problema e logo se tornou a
única pessoa para quem ele escrevia. Ela adorava receber
suas cartas, ou suas pequenas notas. Elas faziam o dia dela.

Enquanto lia uma das últimas cartas que lhe escreveu,


não deixando de se perguntar se ele ainda tinha problemas
com sua dislexia. Fallon costumava trabalhar com ele na sua
leitura e escrita e ele começou a progredir ao longo de seu
relacionamento, mas apesar de tudo, era muito difícil para
Lucas. Ele escondeu a condição da sua família enquanto
crescia e, quando descobriram, ele já estava no ensino médio.
Os professores disseram que era tarde demais para ele
aprender do jeito certo, mas Fallon não podia discordar mais.
Trabalhava arduamente com ele sempre que deixava. Lucas
era um homem orgulhoso e odiava mostrar fraqueza. E como
classificava sua dislexia uma fraqueza, não lia muito para
Fallon. Dizia que ela pensaria que fosse estúpido, o que não
estava nem perto da verdade. Fallon achava que era o homem
mais inteligente, mais doce do mundo e o amava como era.

Com um sacudir de cabeça, jogou as cartas na caixa.


Quando ela moveu uma foto deles na praia em Cabo, viu a
pequena caixa preta da Arpel. Sua respiração parou
enquanto lentamente pegou a caixa, abrindo para ver o
pequeno anel de prata que continha os diamantes rosa mais
lindos já vistos. Cara, como amava aquele anel. Demorou dois
anos para Fallon tirá-lo depois que ela e Lucas terminaram.
Dois malditos anos. O dia em que o tirou foi o dia que soube
que nunca iria contar-lhe sobre Aiden ou nunca iria vê-lo
novamente.
Fallon brincou com o pequeno anel, movendo-o de dedo
a dedo antes de coloca-lo em seu dedo anelar direito. Ainda
se encaixava perfeitamente. Quando Fallon olhou para o anel,
ela soube que não podia jogá-lo fora. Até poderia não o usar,
mas como poderia jogar fora algo que foi tão importante para
ela naquele momento de sua vida? Talvez desse para Aiden
quando ele conhecesse a garota de seus sonhos. Ele poderia
dar a ela. Ou talvez, só o guardaria. Mantê-lo para os
momentos em que precisasse de um lembrete do maior amor
da vida dela.

Fallon, lentamente, colocou o anel em sua caixa antes


de colocá-lo na caixa maior e fechá-lo hermeticamente. Ela
saiu da cama e enfiou a caixa debaixo da cama antes de ir
pegar o saco de roupas que estava no canto. Ela abriu a
mochila e começou a tirar todas as camisas antigas de Lucas.
Estavam desbotadas e se as segurasse em seu nariz por
algum tempo, conseguiria um pequeno cheiro do perfume de
Lucas.

Um cheiro rústico, um tanto amadeirado e viril.

Andou até o armário, pendurando cada camisa de volta


no cabide de onde ela tinha retirado. Colocou todos os seus
shorts velhos e boxers de volta na gaveta onde pertenciam.
Fallon fez exatamente o oposto do que se propôs a fazer
naquela tarde, mas talvez não devesse esquecê-lo. Talvez
devesse sempre tê-lo em seu coração, ele era o grande amor
da vida dela. Isso não significava algo?
Como poderia jogar fora as coisas do passado que
moldaram o seu futuro? Não seria quem era hoje se não fosse
por Lucas. Ela ainda seria uma garotinha assustada que se
submetia a qualquer um, principalmente a seu pai, mas, por
causa do que passou se colocou acima dele quando seu pai
lhe disse para se livrar de Aiden. Fallon não achava que
poderia perdoar Lucas pelo o que fez, mas não se arrependia
de seu tempo juntos. Ela desejava que não tivesse terminado,
mas se não fosse por isso, não daria para dizer como estaria
agora. Lucas deu força a ela e seria sempre grata por isso.

Fallon pensava que não respiraria sem Lucas, mas na


realidade conseguiu, então era assim tão ruim manter coisas
que a lembravam dele? Sim, lhe afetava da mesma forma que
naquela época, mas foi a primeira vez em anos que o tinha
visto. E daí que enlouqueceu um pouco por estar perto dele?
Tanto quanto foi, poderia também se acostumar com isso. Ela
conhecia Lucas e também sabia que ele não ia parar depois
da noite passada. Ele a perseguiria, então talvez precisasse
aprender a lidar com Lucas de novo.

Fallon também teria que aprender a resistir a ele, ou


acabaria em sua cama.

E isso seria perigoso.

Fallon sentou à sua mesa na manhã seguinte, fazendo


os relatórios da manhã quando seu telefone tocou. Ela
ignorou e voltou a digitar, já que ela sabia que Rob atenderia.
Quando o telefone continuou tocando, ela olhou de relance
para ele novamente e se perguntou por que Rob não estava
atendendo.

Que droga.

Fallon o alcançou, colocando na orelha antes de segurá-


lo com o ombro enquanto voltava a digitar.

—Fallon Parker da Rocky Top Wines falando, como


posso ajudar? — disse.

— Posso pensar em um monte de coisas que você pode


fazer para ajudar, Srta. Fallon Parker.

A voz suave e melosa de Lucas preencheu a orelha de


Fallon, fazendo com que as mãos dela parassem antes que
fechasse os olhos. Bom Deus, sua voz ainda a excitava, o que
era ruim.

Ruim, Fallon! Ruim!

Por que, Rob não atendeu o telefone? Quando Fallon


abriu os olhos, respirou profundamente. Por toda noite
sonhou com nada além Lucas e ouvir sua voz às nove horas
da manhã não estava ajudando nem um pouco a tirá-lo de
sua cabeça.

—Bem, Sr. Brooks, eu não ajudarei com nenhuma


dessas coisas que você está pensando.

Sua risadinha a excitou antes que ele dissesse.

— Qual é, Fallon, não seja má para mim de manhã tão


cedo.
—Não flerte comigo.

—Eu tenho que fazê-lo, pequena. — Ele riu. — De


qualquer forma, eu estou ligando para que você saiba que
estou saindo da cidade por uns dias. — ele disse.

Fallon estreitou os olhos para a tela de seu computador,


imaginando que era Lucas, enquanto ela sentava lá confusa.

—Por que eu me importaria se você vai sair da cidade?

Ele riu novamente e Fallon implorou que sua excitação


passasse. Maldito homem e sua risada sexy!

—Só queria que soubesse, no caso de você precisar me


contatar. Eu vou estar em Michigan vendo minha mãe, então
se precisar de mim, me liga.

Fallon estava boquiaberta. Ela estava em uma


pegadinha? Qual era o problema dele?

— OK, primeiro, não me importo com o que você faz,


segundo, mande lembranças a sua mãe por mim, e terceiro,
eu não vou precisar de você. — Fallon disse com um pouco
mais de floreio do que o necessário, mas precisava fazer seu
ponto.

—Veremos, linda, falo com você em breve.

A linha ficou muda e Fallon ficou encarando a tela do


computador, total e completamente confusa.

Que merda acabou de acontecer?

Fallon colocou o telefone de volta no receptor antes de


balançar a cabeça e voltar ao trabalho.
Parecia que apenas um minuto tinha passado antes que
a porta abrisse e Rob inclinasse contra ela.

—Onde diabos você estava? Lucas ligou! — Fallon


queixou-se antes que um homem aparecesse com um buquê
de rosas vermelhas na mão. Fallon ficou parada, sua boca
aberta quando homem após homem chegavam com um
buquê na mão.

—Você tem uma entrega. — Rob declarou enquanto seu


escritório lentamente era preenchido com dúzias de rosas
vermelhas.

—Você acha? — Perguntou enquanto os caras saíam,


deixando todas as superfícies do escritório cobertas com
buques de lindas rosas vermelhas. Fallon notou um cartão no
buquê que estava no meio de sua mesa e pegou rapidamente,
abrindo-o.

Fallon

Quero o que tínhamos de volta.

Amor, Lucas.

—Wow. Sem necessidade de rodeios, hein, Lucas? —


Fallon disse relendo o bilhete.

Alguém tinha escrito por ele, provavelmente Levi ou


talvez até mesmo Rob, porque Levi nunca colocaria corações
em volta do nome de Lucas. Fallon sacudiu a cabeça,
soltando a nota em sua mesa.

O que diabos faria com ele?


No dia seguinte, não foram rosas que preencheram o
escritório de Fallon, mas tulipas brancas. Lucas enviou
tantas que algumas tiveram que ir para a sala de espera. Ele
também enviou uma pequena árvore que continha todas as
cores do seu gloss Chanel Rouge Double Intensity favorito
pendurados. Ela não entendia o jogo dele, como ele lembrava
do seu gloss favorito ou mesmo sua flor favorita? Fazia sete
anos! Sério?!

Os presentes deixaram Fallon no limite, mas a nota


neles a fez ultrapassá-lo.

O significado das tulipas é geralmente amor perfeito,


mas a tulipa branca significa perdão.

Perdoe-me Fallon, por favor.

Amor, Lucas.

Perdoá-lo?

Depois de tudo o que fez! Queria que o perdoasse, sério?


Ele estava louco? E o que quis dizer com amor perfeito? Por
que teve que colocar isso lá! Estava tentando colocá-la em um
hospital psiquiátrico? Fallon releu a nota cem vezes antes de
finalmente decidir que estava louca ou ele estava.

Como é que alguém vai de sete anos sem ver uma


pessoa para depois de uma noite de vê-la decidir que a quer
de volta! O que Fallon fez para que a quisesse de volta, ao
ponto de gastar tanto em flores caras e gloss? O
comportamento dela não deveria ser recompensado com
presentes incríveis, mas ter feito com que ele não quisesse
nada com ela!

Que droga estava acontecendo!?

Fallon, sentou-se com a mão no cabelo, totalmente


boquiaberta, enquanto passava o dedo em um dos tubos do
gloss. A porta abriu e Audrey entrou, parecendo muito bonita
para se pôr em palavras com seu apertado brilhante vestido
roxo e botas altas e roxas até as coxas. Audrey olhou ao redor
da sala antes de levantar uma sobrancelha para Fallon.

Fallon não se mexeu, estava muito confusa.

—Que flores são essas?

—Lucas. — Fallon disse como se respondesse à


pergunta perfeitamente. — Que merda eu vou fazer com ele?

—Ele mandou tudo isso? Oooh, gloss! — Audrey


comemorou vindo para a mesa, olhando para todos os tons
que se penduravam em ramos diferentes. Fallon jurava que
Audrey tinha déficit de atenção ou algo assim. A garota não
conseguia concentrar-se por nada.

—Audrey! Concentre-se! — Audrey olhou e sorriu.

—Eu gosto de brilho labial, especialmente este tipo.

Fallon soltou um suspiro irritado antes de deixar a


cabeça cair em suas mãos.

—Não sei o que fazer.

—Diz a ele para te deixar em paz.

—Eu disse, ele me ignorou.


—Você disse a ele 'Lucas não fala mais comigo, não
quero seus presentes'?

Fallon pensou por um momento.

— Bem, não, mas eu entenderia a dica com o quão rude


eu agi.

—Oh meu Deus, você quer os presentes! — Audrey


acusou apontando o dedo para Fallon — Senão você diria a
ele para deixar você em paz.

—Que seja! Eu não quero nada disso! — Fallon gritou de


volta. Olhou ao redor da sala, procurando pelo pedaço de
papel que continha o número de Lucas. Quando achou,
discou o número rapidamente enquanto Audrey assistia.

—O que está fazendo?

—Ligando para ele! — Fallon, exclamou na hora em que


ele atendeu.

—Eu sabia que a árvore de brilho labial te alcançaria. —


ele disse cheio de ego.

Ah! Ele a deixava louca!

— Não quero seus presentes, pare de enviá-los e pare de


falar comigo!

Fallon bateu o telefone e cruzou os braços.

—Viu. — disse Fallon, a poucos minutos de mostrar


língua para sua irmã.
—Oh minha querida bela irmã, tudo o que vejo é uma
mulher muito confusa que não só gosta dos presentes, mas
ainda gosta do cara que os enviou para ela.

Antes que Fallon pudesse responder, Audrey estava


saindo com nada além de um aceno. Fallon olhou para sua
mesa, com muito medo, enquanto as lágrimas brotavam nos
olhos dela.

Porque Audrey provavelmente estava certa.

Lucas sorriu como um gato Cheshire, quando a linha


ficou muda depois de Fallon desligar na cara dele. Ele a
alcançou e só se passaram dois dias.

Droga, ele era bom.

—Esse sorriso é por quê?

Lucas olhou para cima enquanto sua mãe colocava um


grande prato de comida na frente dele. Ela sorriu e ele sorriu
de volta antes de dizer:

— Estou apenas esperando que uma coisa aconteça.

O sorriso de Molly ficou no lugar quando se sentou em


frente a ele. Aqueles olhos azuis brilhantes fixando os dele
quando disse:

—Sobre?

Lucas sorriu quando olhou do outro lado da mesa onde


estava a mulher que amava mais que a vida.
Molly não mudou nada ao longo dos anos. Estava um
pouco mais pesada e rugas estavam ao redor dos olhos dela,
mas para Lucas, ainda era a mulher mais bonita do mundo.
Seu cabelo castanho caia liso ao longo de seus ombros com
apenas alguns fios presos para cima. Seu sorriso era ainda
tão brilhante como o sol, como o pai de Lucas, James,
sempre dizia. Não poderia se sentir mais amado do que
quando estava sob o olhar dela.

Mas como é que ia contar a ela sobre Fallon?

—Hum, bem, eu vi alguém do meu passado.

—Quem? — Molly disse pegando um pedaço de bacon e


dando uma mordida. — Eu conheço?

—Sim.

Molly levantou uma sobrancelha.

— Quem?

—Fallon. — Lucas disse calmamente. O rosto de Molly


mudou de feliz para preocupado dentro de um segundo.

—Fallon?

—É.

—Ok, então por que você está sorrindo sobre Fallon? Ela
te deixou. — Molly apontou.

Lucas fez uma careta antes de olhar para sua mãe.

— Sim, mas você não teria deixado o papai se ele te


traísse?

Molly sorriu, balançando a cabeça.


— Sim, eu teria, mas você não fez nada de errado ao
meu ver.

—Mas você sabe que eu fiz muita coisa errada. — Lucas


riu e Molly se juntou a ele. —Mas, sério, eu a machuquei, eu
não a merecia.

—Talvez não, mas por que está sorrindo sobre ela


agora?

—A encontrei novamente, então quero tentar outra vez.

Molly zombou.

—E o que a Srta. Parker disse sobre isso? Espera, ela


não é casada?

—Não, e ela não está muito feliz comigo. Foi ela quem
telefonou.

Molly riu, balançando a cabeça.

—Essa garota sempre era um pouco mal-humorada


quando sabia o que queria.

—Sim, ela está mais mal-humorada do que nunca


agora. — Lucas disse com um sorriso. —Você sabe que eu
não a superei.

—Nunca pensei que tivesse superado. Fallon era a sua


pessoa, assim como seu pai era a minha. Quando você perde
a sua pessoa, você anda pela vida como um zumbi, e às vezes
se sente como, como...— Molly fez uma pausa, um pequeno
sorriso no rosto. —Basicamente se eu não tivesse você,
não sei o que faria. Então eu entendo porque você quer Fallon
de volta, e desejo-lhe toda a sorte do mundo em seu esforço
para recuperá-la, porque se eu tivesse a ...

Lucas e Molly compartilharam um olhar longo e triste


antes de olhar novamente para a comida. Não havia um dia
em que Lucas não pensasse em James Brooks. Ele foi o
homem que o ensinou a jogar hóquei, escolheu o número de
Lucas, fez tudo ao seu alcance para que Lucas tivesse
sucesso no mundo do hóquei. Quando tomou conhecimento
da dislexia de Lucas, James fez de tudo para obter a melhor
ajuda para ele, mesmo que não tivesse ajudado ou que
tivesse falido a conta bancária de seus pais. James não se
importava, só queria que Lucas se sentisse normal.

James morreu um dia antes do 18º aniversário de


Lucas. Nunca esqueceria o sentimento de quando viu seu pai
cair no final de sua garagem, ou como gritou quando James
não acordou.

Lucas segurou o corpo do pai até que sua mãe os


encontrou e o afastou dele.

Ele olhou para a mão, vendo os dedos que na época


foram feridos e sangravam porque ele tentava chegar ao seu
pai enquanto sua mãe o detinha. Lucas estava em tal estado
de histeria que cavava suas unhas no cimento, removendo
duas delas enquanto tentava alcançar o pai.

James tinha apenas 42 anos quando teve o ataque


cardíaco e, em vez de Lucas obter a ajuda que precisava,
recorreu ao álcool. Muito álcool. Ele ficou bêbado durante
todo o primeiro ano de faculdade e na maior parte de seus
dois primeiros anos da NHL. Ele esteve um pouco sóbrio nos
dois anos que estava com Fallon, mas só quando ele estava
com ela. Quando ele estava na estrada, ficava bêbado, porque
não suportava ficar sozinho. Mesmo com Levi lá, Lucas ainda
se sentia sozinho.

—Seu pai uma vez pegou um biscoito da sorte que dizia


'O amor é como uma guerra, fácil de começar e difícil de
parar'. Ele me olhou e riu antes de dizer, 'não é que é
verdade?' — Molly riu antes de olhar para Lucas — Ela vai te
aceitar de volta, querido, assim que ver que você mudou. Ela
irá.

Lucas sorriu para sua mãe, sua rocha. Ele amava as


pequenas histórias sobre seu pai que sua mãe compartilhava,
elas sempre o enchiam com o amor do qual sentia falta, de
quando seu pai era vivo. Acima de tudo, amava Molly como
um filho deveria e faria qualquer coisa por ela. Acreditava em
qualquer coisa que a mãe dissesse, porque sabia que ela o
amava demais, mas por algum motivo, tinha certeza de que
custaria mais para Fallon, do que apenas descobrir que ele
tinha mudado, para aceitá-lo de volta.

—Vamos ver. — disse com um sorriso. — Vou sair cedo


amanhã, preciso voltar.

— Tudo bem, eu adoro que você esteja a apenas uma


hora de distância! —exclamou, alcançando seu rosto do
outro lado mesa.

—Eu também, mãe, eu também.

—Você pode me fazer um favor, entretanto?


Lucas sorriu.

— Claro, mãe, qualquer coisa.

—Faça a barba, querido, está parecendo um mendigo!

Lucas riu.

—Mãe, é quase final de temporada.

—Não me importo. É melhor você raspar isso ou Fallon


pode não aceitá-lo de volta. — Ela avisou com um sorriso.

Um sorriso tímido atravessou o rosto de Lucas. Na


verdade, sabia que Fallon gostava de sua barba.

Muito.

Especialmente a sensação dela entre suas coxas.


Quando Lucas entrou no escritório principal do Rocky
Top Wines, devia saber que teria um problema. O pobre
'namorado' de Fallon quase morreu de susto quando viu
Lucas, antes de correr para fechar a porta de Fallon. Lucas
achou estranho porque quando ligou mais cedo, Rob disse
que Fallon estava almoçando e só voltaria às duas horas, e
era apenas uma hora.

Lucas ficou na frente de mesa de Rob que estava


cercada pelas flores que ele tinha comprado para ela,
implorando a Rob para lhe fazer um favor. Quando ele olhou
ao redor do escritório quis rir alto. Se ela não queria os
presentes, porque eles ainda em estavam à mostra?

Porque ela os queria.

—Ok agora Rob, quanto preciso pagar para que faça isso
por mim? — Lucas perguntou, pegando sua carteira. Os
olhos de Rob ficaram do tamanho de moedas de 25 centavos
quando ele olhou para Lucas da mesa dele.
— Desculpe-me, Sr. Brooks, não posso deixar você
entrar no escritório da Srta. Parker. Ela vai pirar comigo!

—Certo, eu vou te dar as notas que tenho para ela e


você coloca por todo seu escritório. — disse Lucas, pegando o
pacote de post-it do bolso. —Eu vou te dar cem dólares.

—Tá brincando?!— Rob exclamou, parecendo que seus


olhos pulariam de seu rosto.

—Ok, 200. — disse Lucas, puxando mais 100 da


carteira.

—Oh, meu Deus, ela vai me matar e provavelmente me


demitir! Ela me disse especificamente para não deixar você
chegar em qualquer lugar perto de seu escritório!

E por que isso?

—Ok, 500 dólares, e se ela te demitir, prometo que vou


contratá-lo. Eu vou pagar o dobro também, mas isso é só se
ela te demitir. — Lucas adicionou porque juraria que viu
interesse financeiro nos olhos de Rob.

—Tudo bem, mas eu preciso disso por escrito!

—Por mim tudo bem. Digite e eu vou assiná-lo.

Após uma hora de negociação, porque por alguma razão


Rob realmente acreditava que Fallon o demitiria, e explicando
o que queria que Rob fizesse, Lucas finalmente andou até seu
carro com um sorriso satisfeito no rosto.

Se seu plano não funcionasse, ele não sabia o que


funcionaria.
—Elli, ele não tem dentes. — Fallon disse olhando para
a foto do homem que se ofereceu para a campanha
Assassins/Rocky Top Wine. Martin Sidorov era um homem
bonito, mas ele não tinha nenhum dente! E ele disse que se
recusava a usar sua dentadura.

Que horror!

—Sidorov é o único cara que se ofereceu que você


consideraria aceitar, Fal. O que devo fazer? Obrigar um cara
a fazer isso? Não posso. — disse Elli, fazendo Fallon olhar
para cima.

—Consideraria aceitar? Havia alguém mais?

Elli olhou para o dedo, mexendo em sua unha.

—Sim.

—Quem?

Fallon sabia que era Lucas antes dos lábios de Elli


sequer dizer o nome.

—Lucas Brooks.

—Porra nenhuma. — Fallon disse sem pensar.

—Jesus, Fallon, xingando muito?

Fallon riu enquanto seu rosto ficava de um vermelho


profundo.

—Você é tão ruim quanto eu.


Elli encolheu os ombros.

—Verdade, de qualquer forma, já que você falou em


Lucas...

—Eu não falei nele. — Fallon rebateu, mas Elli ignorou.

—Aiden, Lucas...

—Sim. — Fallon assentiu, esperando que Elli olhasse


para cima para que pudesse encará-la com um olhar irritado.

—Ele não sabe, eu presumo.

—Presumiu certo.

Elli finalmente olhou para cima e Fallon pode ver a


preocupação nos olhos dela.

— Oh, Fallon, por que? Você lutou para dar a esse bebê
tudo o que ele quer, quando Lucas poderia ter ajudado. Além
disso tem o fato de que ele merece saber sobre seu filho.

Fallon desviou o olhar.

—Não vim para receber sermão, Elli. Eu sei o que fiz de


errado. Não preciso que me diga.

—Fallon, qual é. Eu amo você e Aiden, você sabe disso.


Não estou dando sermão, estou preocupada com você.

—Estou bem, tudo ficará bem.

—Eu acho que não. — advertiu Elli.

—Ficará! — prometeu Fallon, mesmo que não pudesse


realmente garantir isso. Ela não sabia como Lucas lidaria
quando descobrisse sobre seu filho, e não precisava se
preocupar com isso, contanto que ficasse longe dele e todo
mundo mantivesse suas bocas caladas.

Simples, realmente.

—Por que não quer falar com ele? Ele é um cara legal,
Shelli o adora.

—Ela tem quatro meses, Elli, qual é. Ela gosta da bola


brilhante que eu comprei para ela umas duas semanas atrás
também.

—Ei, Shelli é esperta para sua idade.

Fallon revirou os olhos.

—Eu sei disso, Elli, estou com medo que ele vá ferir
Aiden da maneira que me feriu. Claro, Lucas vai amá-lo, duh,
o filho é dele, mas o que acontecerá quando se casar e tiver
outro. Ele vai se esquecer totalmente de Aiden e eu não vou
fazer isso com meu filho.

—Eu duvido disso, e acho que você está exagerando.

—Estou sendo prática.

—Você está sendo dramática. Dê uma chance, pelo


menos diga a ele.

Fallon abanou a cabeça.

—Eu não estou!

—Sim, você está, e vai lamentar sua decisão quando


Aiden ficar mais velho e realmente precisar do pai. Agora ele
está bem, mas quando ele precisar dos conselhos de papai,
ou quiser jogar um esporte de verdade.
Fallon revirou os olhos.

—Oh Senhor, há outros esportes que não sejam o


hóquei, Elli.

—Não, não há. Todo o resto é esporte de maricas,


beisebol, sendo o maior.

—Oh, cala a boca, Aiden gosta.

—Porque ele não conhece nenhum melhor, pobre bebê.


Mais uma razão para dar-lhe uma chance de conhecer Lucas,
Aiden provavelmente vai querer jogar um esporte de verdade.
—Elli disse com um sorriso.

—Essa não é uma boa razão para apresentar Aiden a


Lucas. — insistiu Fallon.

—Eu acho que é, mas principalmente porque eles


precisam um do outro. Lucas merece conhecer seu filho e
Aiden merece conhecer o pai. Se Lucas decidir ser um idiota e
não ser um bom pai, o que eu não acho que vá acontecer,
pelo menos Aiden vai saber quem é seu pai e que ele é um
idiota. Deixe-o decidir sobre Lucas. Não é justo você tomar
essa decisão por ele.

Fallon sabia que Elli tinha razão, mas isso não


significava que correria para fora e os apresentaria.

Fallon não ouvia falar de Lucas desde que ligou para ele,
gritando. Então, com sorte, ela nem teria que lidar mais com
ele.
Por que Fallon pensou que não teria que lidar mais com
Lucas Brooks? Devia saber que algo estava acontecendo
quando passou por Rob e ele não a olhou nos olhos. Fallon
ficou de pé no meio de seu escritório e foi levada de volta para
o dia em que o quarto do seu dormitório estava cheio de post-
its. Todas as superfícies da sala estavam cheias e desta vez
as notas diziam a razão pela qual deveria voltar com Lucas.
Fallon foi para atrás de sua mesa, vendo que todas as que
cobriam sua tela de computador tinha a letra de Lucas.

Nós nos divertimos.

Ótimo sexo, lembra?

Você me faz rir.

Estou sempre sorrindo quando vejo ou penso em você.

Eu amo seu sorriso.

Sinto falta do seu rosto em minhas mãos.

Sinto falta de você, tudo em você. Tudo.

Fallon apertou suas mãos sobre seu estômago, sentindo


como se houvesse 1 milhão de borboletas rodopiando lá
dentro. Como, no mundo, ele sabia o que dizer? Por que não
podia deixá-la em paz?

Ele estava tentando enlouquecê-la? Fallon olhou para a


tela novamente, lendo a nota que estava escrita em negrito no
meio da sua tela.
Estou disposto a falar sobre nossos problemas e corrigir
os problemas que acabaram com nosso relacionamento. Você
está?

—Oh, qual é! Você nunca gostou de falar sobre coisas


emocionais! — Fallon gritou com a tela. A porta se abriu e
Rob entrou com um post-it pendurado em seu dedo.

—Ele disse para lhe dar essa quando você parasse de


gritar. Já parou?

—Dê-me a droga da nota, Rob, ah! Eu estou tão brava


com você! — Fallon se levantou, arrancando a nota das mãos
de Rob.

Pare de gritar e me encontre para jantar esta noite. Só eu


e você. Vamos fazer isso funcionar. Estou com saudades.

Abaixo estava a hora e o lugar onde ele queria comer. As


mãos de Fallon tremiam enquanto ela se enchia de
preocupação e raiva ao fato de que Lucas não ia desistir.

Bem como sabia que ele não faria.

Ela olhou para Rob com nada além de raiva nos olhos.
Ele deu um passo para trás enquanto Fallon desintegrava a
nota e a jogava no lixo.

—Eu deveria demiti-lo.

—Ele não entrou no escritório, eu fiz tudo.

Os olhos de Fallon quase saltaram de sua cabeça.

—Você fez isso! Como se atreve!


—Opa! Fiz por 500 dólares e garantia de um emprego se
você me despedisse! Não aja como se você não fosse fazer!

—Você foi contra o que eu pedi, por dinheiro? E eu


pensei que você me amava. — disse Fallon, sacudindo a
cabeça. Estava com raiva, mas não culpava Rob. Droga, ela
mesma teria colocado os post-its por $500.

Rob andou até a mesa de Fallon, inclinando-se contra o


objeto, enquanto falava com ela.

—Eu te amo sim, Fallon, só não consigo entender.


Aquele cara é gostoso, e quero dizer, você não teve um
namorado há quanto tempo? Não durante o tempo que eu te
conheço. — Rob pegou a foto de Aiden e Audrey, sorrindo
enquanto olhava para a foto. —Aiden precisa de uma figura
masc... puta merda, Aiden parece muito com aquele cara!
Puta merda, o Lucas é o pai dele?

O rosto de Fallon caiu em suas mãos. Como aconteceu


dela não querer que ninguém soubesse sobre Lucas e Aiden,
e agora, em questão de dias, duas pessoas sabiam? Aiden
realmente parecia tanto assim com Lucas?

—Por favor, não diga nada, Rob. — Fallon gemeu


começando a arrancar os post-its da sua tela e colocá-los em
uma pilha na frente dela. Ela não podia jogá-los fora, eles
estavam com a letra de Lucas. Ela amava sua letra.

—Oh, meu Deus, ele não sabe!?

Fallon olhou para cima.

—Por favor, prometa que não dirá nada.


Rob piscou duas vezes, com total choque no rosto.

—Eu prometo.

—Obrigado. — disse Fallon, soltando aliviada a


respiração que estava prendendo.

—Você vai dizer a ele?

Lágrimas brotavam nos olhos de Fallon. Ela sabia que


Lucas não pararia e, se fosse honesta, diria que meio que não
queria que ele parasse. Sentia falta dele. Tudo o que ele tinha
colocado nos post-its sobre o porquê sentia falta dela eram as
mesmas razões do porquê sentia falta dele. Tudo era muito
simples quando o assunto era eles, foi tão bom, mas depois
passou sete anos o odiando pelo que fez. Ficando brava com o
que ele arruinou e odiando que nunca a procurou.

Ele realmente nunca a amou?

Mas ele tinha que amar, porque se não amasse, então


por que estava tentando recuperá-la agora? Por que esperou
sete anos? Que droga estava acontecendo!

E por que ela estava novamente fazendo as mesmas


perguntas!

Fallon olhou para cima novamente, encolhendo os


ombros em derrota.

—Eu não sei, porra.

—A propósito, amo os xingamentos. — Rob disse com


uma risada. Fallon sorriu fracamente enquanto ele passava
— Ok, bem, vai jantar com ele hoje à noite?
—Claro que não. — Fallon disse porque mesmo que
sentisse falta dele, ou quisesse descobrir as respostas para
todas as suas perguntas, até que contasse a ele sobre Aiden,
não poderia arriscar.

—Por favor, me diga que ela não te demitiu. — Lucas


disse quando atendeu a ligação de Rob. Ele disse para Rob
não ligar a menos que fosse despedido, ou pior, que Fallon
fosse com toda raiva para cima dele. Lucas estava um pouco
preocupado também, porque não recebeu qualquer coisa dela
e que talvez Rob não tivesse feito seu trabalho.

Talvez fosse por isso que ele estava ligando.

—Não, mas eu achei que você deveria saber que ela não
vai jantar com você esta noite. — Rob disse baixinho e
rapidamente.

—Você está brincando comigo, certo? — Lucas disse em


descrença. Tinha certeza de que o plano funcionaria! Dois
blocos de post-its cheios de razões porque sentia falta dela e
ainda queria estar com ela não funcionaram? Que droga!

—Não. Acabei de perguntar e ela disse que não vai.

—Filho da puta, ela está aí? — Lucas perguntou,


furioso. Como ela ousa o desprezar! Colocou seu coração na
mira para contar a ela como se sentia e ela não podia nem
ligar e dizer a ele!
—Sim, mas eu não posso transferi-lo. — Rob sussurrou.
—Ela vai me matar.

O que Rob não sabia era que Lucas estava dirigindo pela
West End quando ele ligou e a Rocky Top Wines localizava-se
na Avenida 16. Lucas virou a 16, indo na direção do
escritório de Fallon.

—Bem, não transfira, não me importo. — Lucas desligou


e tentou controlar a respiração. Ele estava cheio desses jogos,
ela ia falar com ele e ia ser agora.

Lucas estacionou sua caminhonete na lateral do prédio


e saiu, pressionando o botão para trancá-la enquanto
caminhava em direção a porta da frente. Ele entrou no
elevador para o terceiro andar e quando as portas se abriram
Rob olhou por cima da mesa. Quando Lucas saiu do elevador
e andou em sua direção, Rob ficou de pé, falando coisas a
respeito de Lucas não ser permitido no escritório de Fallon.

Mas desde quando Lucas obedecia às regras?

Nunca, e não ia começar hoje.

Lucas escancarou a porta do escritório de Fallon,


fechando-a atrás dele antes que Rob pudesse entrar.

Fallon olhou por cima de seu computador com um par


de óculos desajustados posicionados no nariz. Os olhos dela
arregalaram quando ela rapidamente se levantou. O coração
dele disparou ao vê-la vestindo um suéter verde escuro
grande que pendia ao longo de suas coxas. As pernas dela
estavam cobertas por calças legging pretas e o cabelo estava
solto ao longo de seus ombros. Ela estava linda, mesmo em
roupas comuns. Isso era uma coisa sobre ela que não podia
deixar de amar, amava que ela pudesse estar vestida a rigor
ou vestida em moletom e ainda ser a garota mais bonita do
mundo.

—Lucas.

—Sim, ei, então você não ia me ligar ou me encontrar


para jantar esta noite?

—O quê?

—Você me ouviu, eu trabalhei duro em todas as coisas


que eu fiz para você esta semana e você não pode nem
mesmo me dar um jantar?

—Eu nunca pedi por elas! — ela gritou, contornando a


mesa.

—Não me importa, não é uma questão de cortesia


quando um cara faz algo de bom para você, você deve fazer
algo legal para ele? Não é assim que vocês, gente do campo,
fazem as coisas por aqui?!

—Oh, meu Deus, se manca, não quero nada a ver com


você, o que você não entendeu?!

—Oh fala sério! Faz muito tempo! Me desculpe pelo que


fiz, eu só quero outra chance!

—E quem disse que eu quero dar para você! Quem disse


que você merece?!

—Eu mereço! Eu não sou mais aquela pessoa. Dê-me


uma chance de provar isso para você!
Sim, esta Fallon não era a garota que ele traiu naquela
época. A garota que conhecia não estaria gritando junto com
ele. Ela só o ignoraria e esperaria ele sair.

Mas não essa nova Fallon, ela estava moldada e pronta


para lutar com ele.

Droga, isso o excitou!

—Não quero te dar uma chance, você me arruinou! Você


me quebrou! Então por que eu lhe daria outra chance de
fazer tudo de novo?

—Vejo que você ainda pode ser um pouco dramática. —


Lucas disse calmamente, mesmo que tudo o que ela disse
doesse um pouco. Sabia que a tinha machucado, mas
quebrá-la? Droga.

—Você disse que me amava! Você é um mentiroso,


porque você nunca, nunca, nunca amou! Se amasse não teria
fodido minha melhor amiga!

Lucas não pôde deixar de rir.

—Nós estamos mesmo citando Bruno Mars agora? Você


quer que eu continue a próxima parte e então cantaremos
juntos no refrão?

Os olhos dela ficaram escuros com algo, talvez... luxúria


ou ódio, de qualquer forma, ele sorriu. Quando viu sua boca
se contorcer ao lado, lutando com o sorriso que estava
ameaçando se mostrar, ele não pode deixar de dizer:
— O que você faz? Senta durante a noite toda ouvindo
aquela música, pensando em maneiras de usá-la quando
gritar comigo?

—Vá se foder, Lucas!

—A hora que você quiser, pequena. — Lucas disse com


um sorriso. Deus, era divertido mexer com ela. A forma como
seu rosto corava e seus olhos estreitavam o excitou de um
jeito que não tinha volta.

Caramba, ela era gostosa.

Um momento intenso passou por eles quando seus


olhares se cruzaram e suas respirações aceleraram. Ela
poderia deixá-lo duro por semanas com nada além de um
olhar. Quando enrugou seus lábios da maneira como estava
fazendo quando olhou para ele, Lucas jurou que poderia
gozar bem ali. Ele amava sua boca e adorava quando ela fazia
coisas impertinentes com ela.

Ele a amava.

Fallon desviou o olhar, ela tinha que fazê-lo. Lucas


estava lhe dando aquele olhar de 'Estou prestes a jogar você
contra uma parede e te foder até você gritar' e não conseguia
lidar com isso. Só estar na sala com ele a estava excitando da
cabeça aos pés. Ela passou por ele, querendo chegar até a
porta, então poderia expulsá-lo. Quando a alcançou e se
virou, Lucas deu um passo na direção dela, fazendo-a dar um
passo para trás, prendendo-a entre ele e a porta.

Caralho. Ele estava perto demais.

Ele lhe deu um sorriso espertinho colocando as duas


mãos na parede, prendendo a cabeça dela..

Droga, droga, droga, droga!

—Oh, pequena, por que você luta contra isso?

Fallon respirou fundo, tentando fortemente não ficar


afetada pelo seu sorriso sexy ou seus lindos olhos cinzentos
quando olhou para ele.

—Já te disse muitas vezes, não sou sua pequena e não


estou lutando contra nada.

Lucas apenas riu, chegando mais perto, o corpo dele


apenas alguns centímetros do dela. Quando sentiu o calor
dele, queria derreter em uma poça de gosma. Ele era a
melhor pessoa para dormir quando estava frio, exalava tanto
calor que Fallon não precisava nem mesmo de um cobertor
quando dormia com ele.

Aiden era assim também.

Antes que pudesse dizer alguma coisa, Lucas chegou


mais perto, seus lábios tão perto que se ela se movesse um
pouquinho iria beijá-lo, algo em que pensou muito desde a
primeira noite que o viu novamente. Era algo em seus lábios,
a forma como eram finos, a maneira como ele estava sempre
os mordendo, aquilo a deixava excitada. Ponto. Eles eram tão
sexys!
—Oh, você está lutando contra o fato de que devemos
ficar pelados e na cama, pequena, e eu preciso que você
desista, porque nós dois sabemos que vou fazer bem a você.
Que nós somos bons juntos.

Formar palavras não era possível. Fallon sabia que se


parecia com um peixe, ofegando por ar enquanto olhava para
ele. Como ele ousava? Ser tão contundente sobre o fato de
que costumavam ter um sexo espetacular, mas nunca mais.
Ela nunca faria isso, simplesmente não podia.

Certo?

Lucas moveu lentamente a mão para o lado da sua


garganta e Fallon sabia que ele sentiu o seu pulso
enlouquecer. Ela sentia que seu coração estava prestes a sair
do peito.

—Eu sei que eu ainda te afeto, e porra pequena, você


não entende o que você ainda faz comigo. — ele sussurrou
antes de mover o nariz contra o dela.

Os olhos de Fallon fecharam lentamente quando ela


inspirou de forma irregular. Fallon, sabia que estava
perdendo a batalha contra resistir. Ele era muito suave,
muito sexy, e Deus sabia, ela queria transar. Qual era o
problema? Se divertir, colocar um ponto final e nunca mais
falar com ele novamente.

Mas ela não faria isso.

Fallon subiu suas mãos pelo peito duro e forte dele


antes de parar e afastá-lo. Ela o pegou desprevenido e ele
tropeçou para trás. A olhou confuso, enquanto tudo o que ela
conseguia pensar era que nunca poderia dormir com Lucas
novamente. Primeiro, porque a machucou mais do que
qualquer um e, segundo ela ainda não contou sobre Aiden.
Não que ela fosse, porque isso estava acabando agora.

—Você me perdeu, e nunca me terá novamente. Fique


longe de mim, Lucas, é sério.

Fallon passou por ele quando as lágrimas ameaçaram


cair. Por que parecia que estava terminando com ele de novo?
Por que a afetava assim? Por que não o tinha superado? Por
que continuava a repetir as mesmas perguntas! Droga, ela
precisava de uma resposta!

Oh Deus, ela ainda o amava.

Fallon teve que se apoiar contra a mesa enquanto


respirava longa e profundamente. Como? Como que ainda o
amava depois de tudo o que fez com ela? Depois de tudo o
que perdeu quando veio para casa grávida de Aiden e de
como tinha lutado desde esse momento. Ele não merecia o
amor dela. Não merecia nada dela, mas Fallon ainda o
amava, ela nunca deixou de amar e não conseguia entender
isso.

Fallon andou ao redor, a raiva enchendo-a quando


olhou para Lucas. Ele ficou parado com seu sorriso arrogante
deixando-a a meio caminho de ficar louca. Então decidiu
naquele momento que ela estava cheia de Lucas Brooks.

—Por que você ainda está aqui? Vá embora, nunca mais


volte.
—Você não está falando sério! — ele disse com confiança
sentando na cadeira que estava em frente à mesa dela. —Não
só está tentando me convencer de que não quer, mas você
está tentando convencer a si mesma. Está funcionando?

Fallon revirou os olhos.

— Eu estou falando sério, idiota, então vá embora.

—Eu não vou a qualquer lugar até que você venha aqui
e sente no meu colo. Talvez me dê um beijo doce desses seus
lábios impertinentes. — ele disse, cruzando as pernas e
sorrindo para ela.

Infelizmente, a respiração de Fallon falhou, mas ela se


recuperou bem, olhando-o com raiva e o dispensando com
suas mãos.

—Vá ou eu vou chamar a segurança.

Lucas soltou uma risada debochada antes de olhar para


ela com um olhar que dizia que não acreditava nem um
pouco.

—Sim, claro.

Fallon chamou a porra da segurança para ele.

Ele não podia acreditar. Ele estava convencido que a


tinha alcançado a colocou contra a parede, mas não. Ela o
jogou para fora sem pena, no frio.

Que merda?
Lucas ficou na frente das portas da Rocky Top Wines,
não sabendo o que fazer. Todos os planos dele não
funcionaram, o que o confundiu demais, porque antes
funcionavam. Era fácil fazer Fallon feliz, só comprar algumas
flores e brilho labial e a garota ficava derretida em suas mãos,
mas agora ele estava sem saída. Não sabia o que fazer. Não
conhecia a nova Fallon e ela não estava dando-lhe a chance
de conhecê-la.

—Droga! — ele gritou justo quando uma pequena


morena curvilínea virou a esquina. Ela olhou para ele e Lucas
congelou. Ela era uma versão mais pesada de Fallon. Ela
usava um vestido amarelo brilhante com botas pretas na
altura da coxa que tinham correntes em todos os lugares.

—Eu te conheço! — Ela irrompeu, apontando para ele.

—Conhece? — perguntou — Porque eu acho que te


conheço.

—Não, você não me conhece, mas conhece minha irmã.


Sou irmã de Fallon, Audrey, e você é Lucas Brooks.

Lucas deu-lhe um sorriso.

—Eu sou.

—Por que você está fora do meu prédio comercial?


Alguma chance da minha irmã estar vindo encontrá-lo? — ela
perguntou com um grande sorriso.

—Não, nem um pouco. Ela acabou de me jogar para fora


com os seguranças.

Audrey começou a rir antes de revirar os olhos.


— Meu Deus, ela é tão dramática. Então, por que está
aqui mesmo?

—Porque eu estou pensando no meu próximo plano. Eu


sou o tipo de cara que é muito persistente. — Lucas disse
antes de dar-lhe seu melhor sorriso.

Audrey sorriu-lhe docemente.

—Você é bom, não me admira que ela esteja tão


apaixonada por você.

Lucas deu um grande sorriso.

—Sério?

—Sim, e porque ela está e eu acredito no amor


verdadeiro, eu vou ajudar vocês dois.

O sorriso de Lucas ficou no lugar, porque ele acabou de


encontrar seus meios com Fallon.
O corpo de Fallon ainda estava em chamas.

Estar a poucos centímetros de Lucas a arruinou. Não só


estava quente, como também muito molhada. Tudo o que
precisou foi de um olhar naqueles olhos calorosos e ela era
um caso perdido, ferrado e pronto para fazer amor. Se os
lábios dele sequer encostassem nos dela, nem saberia o que
fazer. Provavelmente saltaria nele como uma gata no cio.

Era nojento.

Algo estava terrivelmente errado porque os homens não


causavam isso nela. Fallon esteve em muitos encontros e
nenhum deles deixava sua calcinha molhada com apenas
uma droga de olhar, como Lucas.

Um olhar! Um!

Então sua boca curvaria naquele pequeno sorriso e


Fallon jurava que gozaria apenas com a visão disto. Apenas
imaginar essa boca nela, chupando e mordendo cada pedaço
dela, ia deixá-la louca. Lucas não estava brincando quando
disse que sabia dar prazer a ela, porque sabia. Muito bem,
bem tipo fazer a pessoa gritar coisas muito safadas. Ele tinha
essa forma de fazer Fallon pedir coisas que uma boa menina
não deveria estar pedindo. Quando a língua dele roçava a
cavidade de seu pescoço, ela estava em suas mãos. Quando
colocava sua mão no sulco entre sua bunda e coxa, ela jurava
que poderia gozar apenas com a sensação de suas mãos. Ele
era quente e tóxico, e que Deus a ajudasse, mas queria foder
seus miolos novamente.

Agora.

O que estava errado com ela? Ele quebrou seu coração,


a arruinou para qualquer outro cara, e pelo amor de Deus,
eles não se falaram por sete anos!

Fallon deixou seu rosto cair em suas mãos enquanto


amaldiçoava sua vagina por querer alguém que não só era
perigoso, mas, também o pai do filho dela que nem sabia que
existia! Jesus, ela precisava de ajuda.

Fallon ouviu a porta de seu escritório abrir, mas não


olhou para cima. Ela rezava para que não fosse Lucas
voltando para o segundo round.

—Meu Deus, o que há de errado com você?

Fallon olhou para sua irmã e queria chorar.

—Eu acabei de chamar a segurança para tirar Lucas do


prédio. — Fallon gemeu. —Eu tenho certeza que ele está
puto.
Audrey riu.

—Porque você fez isso? E porque importa se ele está


chateado?

Fallon balançou a cabeça. Não sabia porque importava


que ele estivesse puto, mas importava. Odiava o olhar que ele
lhe deu enquanto seus seguranças o escoltavam para fora do
escritório. Ele estava surpreso que o expulsou, mas porra, até
ela estava surpresa.

—Eu não sei porque, — ela gemeu, parecendo muito


com Aiden — mas eu me importo e acho que é porque eu
quero fazer sexo com ele.

Audrey riu de novo.

— Uau, não imaginei que você diria isso.

—Tem alguma coisa errada comigo. — Fallon chorou —


Ele me deixa louca e eu quero muito transar com ele, mas sei
que isso não pode acontecer porque não contei sobre Aiden e
porque eu deveria odiá-lo por ser um bastardo traidor, mas
não posso evitar! Ele é tão suave e perigoso Audrey! E é a
melhor transa que eu já tive.

Audrey não pode evitar o riso que Fallon sabia que ela
estava tentando segurar. Audrey dava risadinhas se
inclinando contra a moldura da porta.

—Deus, ele realmente te deixa maluca. Eu acho


engraçado.

Fallon zombou.

—Que ótima irmã você é.


Audrey realmente riu enquanto contornava a mesa,
envolvendo seus braços ao redor do pescoço de Fallon, que
fechou os olhos. Audrey dava os melhores abraços. Eles eram
tão calorosos e cheios de amor. Era honestamente sua
melhor amiga.

—Fallon você está viajando. Por que não pode fazer sexo
com ele? Talvez vá te dar o encerramento que precisa e você
não irá mais querê-lo.

Fallon riu.

—Se eu fizer sexo com Lucas Brooks, eu ainda vou


querê-lo. Muito. Então isso não vai funcionar, além de eu
ainda não ter contado sobre Aiden.

—Então conta para ele e acaba logo com isso. Faça


outro sobrinho ou sobrinha para mim.

Fallon balançou a cabeça.

—Mesmo se eu contar sobre Aiden, não posso fazer sexo


com ele, não posso. Eu não quero dar a ele o meu coração de
novo, nunca. Ele me machucou demais A.A, não quero
passar por isso novamente, jamais.

Audrey beijou a sua bochecha.

—As pessoas mudam Fallon, e ele tem que estar


arrependido do que fez.

—Ele está, mas isso não faz com que tudo esteja melhor.
Como posso perdoá-lo, Audrey? Porque ele quer voltar comigo
agora? Sete anos. Sete longos e fodidos anos. — Fallon disse
enquanto as lágrimas começavam a cair. —Eu chorei até
cansar durante todas as noites desde que descobri que ele
estava vindo para Nashville. Assustada porque sabia como
isso me atingiria. A primeira vez que eu o encontrei, ele
conseguiu que eu o beijasse no meio de um bar. Eu dormi
com ele naquela noite e passei o verão inteiro com ele. Eu
sequer fui para casa. Eu comprei novas roupas, novos itens
de higiene, tudo. Eu fui dele por todo o verão. Eu dei tudo a
ele, e por dois maravilhosos anos, ele foi meu.

—Fallon, por Deus, por que você nunca me contou nada


disso? — Audrey perguntou, contornando a mesa para olhar
para ela. —Como você pôde manter tudo isso guardado só
para você?

Fallon secou seu rosto, tirando o cabelo da frente dos


olhos enquanto respirava profundamente.

—Porque quando eu abri a porta e o vi nu com minha


melhor amiga, eu senti como se tivesse falhado. Que era
minha culpa que ele estivesse na cama com outra. Que eu
não dei a ele tudo o que queria ou precisava. Senti como se
fosse minha culpa.

—Ah, qual é, Fallon, não foi culpa sua.

—Eu sei disso agora, mas naquela época estava tão


apaixonada, tão absorvida nele, que quebrou o meu coração,
e não sei se poderia suportar isso de novo. Mesmo que meu
corpo implore pelo dele, eu não imagino passar por isso de
novo, porque como eu disse, estava muito apaixonada. Ele fez
aquilo comigo, me fez amá-lo, todo ele, mesmo as partes
ruins.
Fallon assistiu suas lágrimas caírem na mesa enquanto
todas as emoções dos últimos sete anos a estapeavam com
força. Audrey não disse nada por um longo momento
enquanto suas lágrimas caíam. Ela apenas abraçou Fallon,
segurando-a enquanto ela chorava.

—É por isso que você não o quer perto de Aiden, hein?


Porque se ele estiver perto, você pode se apaixonar de novo.

Fallon assentiu contra a bochecha de Audrey.

—Não estou apenas assustada que ele vá machucá-lo,


mas estou com medo de que ele me machuque também,
porque vou me apaixonar por ele como antes. Eu pensei que
tivesse parado de amá-lo, mas não parei, Audrey. Por que?

Seu corpo sacudia enquanto ela chorava e Audrey


apenas a segurava, deixando suas lágrimas molharem sua
camisa. Audrey realmente era a melhor irmã do mundo.
Devia ser difícil ter que lidar com uma irmã que era um caso
perdido, mas Audrey lidava com isso como uma campeã.
Fallon não saberia o que fazer se não fosse por ela.

—Eu acho que você deveria falar com ele. — Audrey


disse quando Fallon se afastou, limpando o rímel dos olhos.

—Por que eu faria isso?

—Porque ele precisa saber. Conte a ele como você se


sente e você precisa contar a ele sobre Aiden.

Fallon balançou a cabeça.

—Depois de tudo o que eu disse, você ainda acha isso?

Audrey lhe deu um pequeno sorriso.


—Fallon, eu te amo muito, mas você está sendo egoísta.
Você está pensando em si mesma e em como isso irá afetá-la,
mas e sobre o seu garotinho? Ou Lucas? Você não conhece a
pessoa que ele é agora, as pessoas mudam muito em um ano
e você não o viu em sete. Dê a ele uma chance, não por você,
mas por Aiden. Ele precisa do pai. Eu não posso fazer isso
por você, não importa o quanto eu queira.

—Eu não espero que você faça. — Fallon disse —Mas eu


prefiro manter entre a gente, por que deixar mais alguém
entrar?

Audrey balançou a cabeça.

—Você é tão teimosa, Fallon. Ótimo. Deixa a merda


bater no ventilador, Fallon, vai ser culpa sua.

Fallon não disse nada enquanto Audrey levantou-se com


um bufo, indo para a porta. Ela não tinha a intenção de
enfurecer Audrey, mas realmente por que elas precisavam de
Lucas em suas vidas? Ela não via como se transformava em
uma pessoa louca quando o assunto era Lucas?

Antes de Audrey fechar a porta, ela voltou o olhar para


Fallon.

—Temos reservas para jantar no J‘s às seis, eu e Aiden


estaremos esperando.

Fallon assentiu.

—Eu não vou mais tomar seu tempo, devo acabar aqui
por volta das 05:45.
Fallon deu a Audrey um sorriso, já que todos eles
amavam o J. Alexander‘s e sempre de divertiam em seus
jantares de família, mas Audrey não sorriu para ela. Ela
apenas acenou com a cabeça antes de dizer,

—Bom, me manda mensagem quando você chegar lá.

—Está bem.

Fallon assistiu enquanto Audrey deu-lhe um último


olhar antes de fechar a porta. Ela abriu a gaveta de sua
mesa, puxando os pequenos post-its que Lucas tinha escrito
para ela. Lágrimas brotavam em seus olhos e começaram a
cair novamente enquanto ela admirava a letra bagunçada
dele. Ela encontrou seus dois favoritos e colocou-os de volta
na tela de seu computador.

Sinto falta de você, tudo em você. Tudo.

Ela sentia falta dele também, mas seu medo de ser


ferida a impedia de fazer o que a próxima nota pedia.

Estou disposto a falar sobre nossos problemas e corrigir


os problemas que acabaram com nosso relacionamento. Você
está?

Não, ela não estava.

Fallon estava atrasada.

Como sempre, ela ficou presa no trabalho e chegou ao


restaurante 10 minutos depois das seis. Ela puxou o telefone,
mandando mensagens para Audrey dizendo que estava lá
enquanto caminhava para falar com a recepcionista.

—Audrey Parker?

—Hum. — a menina olhou para a lista enquanto Fallon


apertava enviar e tamborilava os dedos. Ela odiava estar
atrasada, sempre sentia como se Aiden e Audrey ficassem
secretamente com raiva quando os fazia esperar por ela. Não
queria, mas sempre ficava presa com algo. O vinho era um
negócio que distraía muito.

—Não vejo nenhuma Audrey Parker. — disse a garota.

Fallon olhou para o telefone para ver se a Audrey


mandou alguma mensagem, o que ela não tinha feito, antes
de olhar para a garota.

—Talvez Fallon Parker?

A garota olhou novamente para a lista dela quando


Fallon sentiu alguém aparecer atrás dela. Ela tomou uma
respiração profunda, quando sentiu o calor do corpo da
pessoa enquanto virava rapidamente, vendo quem ela sabia
que seria, Lucas.

—Desculpa, ela está comigo. — Lucas disse enquanto


sua mão pousava na metade das costas de Fallon. Ele levou-a
para longe do balcão de recepção bem na hora em que o
telefone de Fallon tocou, mas ela não pode sequer olhar para
o telefone porque ficou atordoada com o olhar que ele estava
lhe dando.

O olhar.
Ele sempre atirava esse olhar quando a queria nua. Ela
não podia contar quantas vezes eles estavam ocupados... e
ele lhe dava esse olhar. A respiração de Fallon parou
enquanto ficaram no meio do restaurante olhando nos olhos
um do outro.

Quando o telefone de Fallon tocou novamente, ela


interrompeu seu olhar intenso para olhar para seu telefone.
Quando ela viu que o texto era de Audrey, era como se ela
fosse atingida por uma tonelada de tijolos.

Audrey e Aiden estavam no restaurante.

Oh, Deus.

—Epa. — Fallon se afastou de Lucas, abrindo o texto


para que ela pudesse rapidamente mandar mensagem que
Lucas estava lá e que Audrey e Aiden corressem. Quando a
mensagem surgiu e Fallon leu, o corpo dela pegou fogo com
raiva.

Nós não estamos aí, mas Lucas está. Jante com ele,
mana, dê-lhe uma chance.

Traidora! Fallon ia matá-la!

Fallon olhou para o rosto sorridente de Lucas e teve que


desviar o olhar.

—Eis como isto vai acontecer. — ela disse calmamente.


—Nós vamos sair deste restaurante sem causar uma cena.
Você vai para o seu carro e eu vou para o meu e nós nunca
mais nos veremos novamente. Entendeu? — Ela perguntou
olhando para cima.
—O quê?

—Eu não vou jantar com você, e quando eu descobrir


como conseguiu que minha irmã ficasse do seu lado, eu
tenho certeza que vou ligar para te xingar, mas agora nós
vamos sair, como se fossemos apenas velhos amigos. Porque
se você me envergonhar na frente das pessoas no
restaurante, eu poderia simplesmente matá-lo. — Fallon,
disse, olhando nos olhos dele. —Eu vendo aqui, não mexa
com os lugares onde eu vendo.

—Eu não ia, mas pensei que pelo menos poderíamos


sentar para jantar. — disse Lucas, ficando com mais raiva a
cada minuto. Audrey não disse a Fallon para encontrá-lo,
porque ele poderia dizer que ela estava prestes a explodir.

Droga.

—Vamos lá para fora. — ela disse entredentes sorrindo


para alguém do lado de fora. Lucas olhou ao redor antes de
olhar de volta para ela, ele estava além de irritado. Tinha
tudo pronto.

Ele sabia o que queria dizer e como ia convencê-la a dar-


lhe uma chance, mas do jeito que ela estava, Lucas sabia que
não aconteceria.

Lucas assentiu quando ela se virou para sair. Ele a


seguiu para fora e para o carro dela. Quando ele a viu parar
no Acura preto, ele levantou uma sobrancelha.

—O que aconteceu com o Charger?


Eles tiveram bons momentos naquele carro. Era o carro
mais sexy que ele já tinha visto, assim como sua dona.

—Eu vendi, agora o que você quer? — ela disse em sua


voz arrogante abrindo a porta e colocando sua bolsa no banco
do lado do passageiro. Lucas rolou seus olhos como uma
menina, porque esta mulher o frustrava além da crença.

—Eu quero voltar lá para dentro e comer.

—Não, eu te disse no escritório, não quero nada com


você. Não posso voltar a ser um nós, Lucas. Eu não posso. —
ela basicamente implorou.

Um homem normal teria fugido, mas Lucas não era


normal.

—Você não está me dando uma chance justa.

—Você me traiu! Você tem sorte que não estou


estapeando sua cara.

—Eu era uma pessoa diferente, me dê uma chance para


explicar. Sei que você ainda se importa comigo.

Ela balançou a cabeça e ele viu as lágrimas em seus


olhos que ameaçavam cair. Não queria que ela chorasse, a
queria feliz. Com ele. Ele estava sendo egoísta? Talvez, mas
ele sabia o que queria e ele sabia que Fallon ainda se
importava com ele, talvez até o amasse.

—Mesmo se eu me importasse Lucas, eu não posso fazer


isso.

—Por que? Somos pessoas diferentes, nos dê uma


chance. Nós somos tão bons juntos.
—Nós éramos bons juntos. Como você disse, nós somos
duas pessoas diferentes agora e a nova eu não pode repetir o
que tínhamos. Foi muito intenso, muito tóxico.

—Foi perfeito, e você sabe disso. Pare de lutar.

Fallon revirou os olhos.

—Sério, o que você quer? Você só quer ir foder e acabar


com isso?

Ouvir aquela palavra rude deixar aqueles lábios


sensuais deixou Lucas duro feito pedra. Teve que lutar contra
a luxúria que gritava para ele dizer 'Sim' em vez de dizer
'não', porque não era só o que queria. Ele estava pronto para
estar com alguém, estava pronto para estar com Fallon.

—Não, querida, eu quero você. Tudo de você. Prometo


não estragar tudo desta vez, só preciso que você acredite em
mim. — ele implorou, dando um passo em direção a ela, mas
ela pôs a mão no peito dele, impedindo-o.

—Eu.... Eu preciso ir, eu não posso.

Fallon pulou no carro, dando partida e saindo do


estacionamento antes de Lucas poder sequer se mover.

Mas desta vez, ele não ia deixá-la escapar.

—Eu te amo, Audrey, eu amo, mas você sabe que eu


poderia te matar agora, caralho! — Fallon gritou entrando na
estrada principal.
—Oh, meu Deus, Fallon, muito dramática!! E o que são
todos esses palavrões? É estranho.

—É serio, Audrey. Você fez ele me encontrar num lugar


onde nós vendemos! E se tivéssemos uma briga com gritos, o
que aconteceria? Não só arriscou minha sanidade, mas
também o nosso contrato com a J‘s.

Audrey soltou um suspiro frustrado.

—Ok, essa coisa dramática está ficando velha. Estou


tentando ajudar! Você ainda o ama, diga a ele sobre Aiden,
deixe que se conheçam, faça sexo e depois case com ele,
então poderá parar de me fazer querer bater a cabeça na
parede!

—O que diabos isso significa?! Eu não faço você querer


bater a cabeça na parede!

Audrey soltou uma risada vazia, e Fallon jurava que se


envolveria em um acidente. Ela estava dirigindo como louca.

—Você sabe muito bem o que isso significa! Não posso


viver minha vida porque estou preocupada com você e Aiden.

—Por favor! — Fallon gritou —Nós não estamos


impedindo você!

—Sim vocês estão! Não posso encontrar um homem e


casar porque estou muito preocupada com minha irmã mais
velha e seu bebê. Eu amo vocês e quero que sejam felizes.
Passei anos pensando que você só estava esperando o cara
certo ou, que podia ser gay! Mas não, você só está presa a um
cara que eu nem sequer sabia que existia! Tira sua cabeça do
rabo e diga a ele sobre seu filho, vê o que acontece. Deixa de
ser uma putinha irritada!

Os olhos de Fallon arregalaram quando a linha ficou


muda.

—Aquela puta!

Fallon jogou o telefone no assento e respirou fundo. Ela


e Audrey quase nunca brigavam, mas quando faziam, era
ruim. Embora, geralmente Fallon era assim. Ela era fácil de
lidar até alguém irritá-la, então ela ficava louca. Por exemplo,
em um dia, Fallon tinha xingado três pessoas. Algo estava
muito errado com ela e não era difícil adivinhar o que.

Começava e terminava com Lucas Brooks.

Fallon sabia que não deveria ir para casa porque era


bem provável que tivesse um segundo round entre ela e
Audrey, mas estava cansada e queria ver Aiden. Quando
estacionou seu carro na garagem, sentou-se por um minuto,
inspirando profundamente e depois expirando por seu nariz.
Fallon reuniu suas coisas antes de abrir a porta e sair do
carro. Ela estava olhando para o e-mail que enviaram para o
celular dela, contornando o carro quando ouviu a voz dele.

—Não tinha acabado de falar contigo.

Fallon olhou rapidamente para cima, respirando


acidamente quando seus olhos encontraram os de Lucas.

—Caralho! — Fallon sussurrou olhando para o telefone


dela.
Ela precisava enviar uma mensagem para Audrey
manter Aiden em casa, mas antes que pudesse escrever uma
palavra, Lucas arrancou o telefone dela, jogando-o do outro
lado do jardim.

—Escuta!

—Não, você tem que ir. Agora. Você não é bem-vindo


aqui. — Fallon implorou enquanto seu coração martelava
contra o peito. Ele tinha que ir, Aiden estava a poucos metros
de distância, provavelmente matando hipogrifos ou algo
assim.

—Não, nós vamos conversar, ou pelo menos você vai me


ouvir.

—Droga, Lucas, você tem que ir! Por favor, eu vou onde
você quiser, você só não pode estar aqui.

—Por que? Pare de tentar me expulsar e fala comigo,


caralho!

—O que você quer Lucas! Rápido, diga-me, então você


pode ir embora e nunca mais voltar! — Fallon gritou.

Ficaram apenas centímetros longe um do outro, ambos


seus peitos subindo e descendo ao mesmo tempo, enquanto
eles compartilhavam um olhar longo cheio de tensão. Isso era
uma má ideia, ele tinha que ir, mas Fallon sabia que até que
ele dissesse o que precisava dizer, ele não a deixaria em paz.
Então tudo que ela podia fazer era rezar que Audrey olhasse
para fora e o visse.

E que Aiden ficasse em casa.


Lucas tomou uma respiração profunda. Ele odiava
brigar com Fallon, mas ela estava sendo tão difícil.

Havia tantas perguntas rodeando sua mente, mas como


sempre, quando estava perto dela, ele falava merda pela boca
e dizia a primeira coisa que vinha à mente.

—Eu sinto como se um pedaço de mim morresse todos


os dias que fico sem você, Fallon.

O rosto de Fallon enrugou quando ela olhou para ele.

—O quê? Isso era o que você precisava dizer? Você está


louco!?

Lucas encolheu os ombros. Não era a resposta que ele


pensou que teria, mas estava lidando com a nova Fallon.

—Não acho que estou. — ele respondeu antes dela jogar


os braços no ar.

—Sete anos! Sete anos fodidos, Lucas, e eu não ouvi


uma palavra sobre você. Você vem para minha cidade natal e
agora quer ficar comigo? Soa como conveniência para mim. —
ela gritou.

—Não, eu procurei por você, mas você bloqueou-me de


seu MySpace e Facebook!

—Por favor! Redes sociais não dominam o mundo! Levi


poderia ter me encontrado se você realmente quisesse me ver.
Você está cheio de merda e realmente não quer estar comigo,
você provavelmente só quer me foder!

Lucas revirou os olhos, porque estava cansado dela


gritar essas coisas para ele.

—Por que agora, Lucas? Sete anos se passaram, por que


agora?

De jeito nenhum ele diria a ela enquanto estivesse de pé


no seu jardim a razão pela qual ele não a procurou depois
que ela o deixou. Dizer a Fallon que ele era um viciado em
drogas se recuperando e um alcoólatra não parecia uma coisa
boa para dizer quando tenta voltar com alguém. Então ele fez
a próxima coisa lógica, ele agarrou-a pelos ombros e
pressionou seus lábios contra os dela.

Eram como se fogos de artifício disparassem quando


seus lábios tocaram. Ela tentou se afastar, mas ele não
deixaria. Lucas colocou seus braços em volta dela,
segurando-a firmemente e aprofundando o beijo. Quando ela
relaxou, ele moveu a língua em sua boca aberta e lentamente
brincou com a língua dela.

Seus olhos estavam fechados firmemente, aproveitando


a sensação dos lábios dos quais ele tinha sentido tanta falta.
Quando ele sentiu as mãos de Fallon subirem em seu peito,
envolvendo em torno de seu pescoço assim ela poderia mover
os dedos em seu cabelo, ele sentiu como se tivesse marcado o
gol da vitória.
Relutantemente, ele se afastou primeiro, porque não
conseguia respirar. Quando ele olhou para o belo rosto
corado de Fallon, ele sorriu.

—Eu quero você, porque eu ainda...

—Mamãe? O que está fazendo?

Fallon congelou em seus braços. Então ela olhou para


trás e ele fez o mesmo, vendo um garotinho no alpendre.

—Oh, Deus! — Fallon sussurrou cobrindo a boca,


saindo de seus braços, mas Lucas não conseguia se mexer.
Os olhos dele estavam colados ao menino que estava a
poucos metros dele.

Um menininho que se parecia exatamente com ele.


Fallon sentiu arrepios em sua espinha ao se deparar
com os olhos de Lucas. Um meio sorriso estampava seu
rosto. Um que mostrava exatamente as mesmas emoções que
ela estava sentindo, o que a fez não querer se mexer. Ela
queria ficar envolvida em seus braços para sempre,
aproveitando sua boca sensual. Olhando nos olhos um do
outro, enquanto ele sorria para ela, tudo o que ela podia
pensar era que estava em casa.

Que os braços de Lucas eram o seu lar.

—Mamãe? O que está fazendo?

Fallon congelou. Droga! Pensou, olhando para trás para


ver seu garotinho tão perfeito, vestindo um pijama de homem
aranha e com os cabelos bagunçados. Seu rosto estava todo
lambuzado de chocolate, e mesmo que quisesse sorrir para
toda aquela fofura, ela não poderia.

A merda estava prestes a bater no ventilador.


—Deus! — Sussurrou, saindo dos braços de Lucas. Seus
olhos estavam arregalados, sua boca aberta e ela tinha
certeza de que sua respiração pesada nada tinha a ver com o
beijo trocado minutos atrás.

Parecia mais com o tipo de choque de ver seu filho pela


primeira vez.

—Mamãe, quem é esse? — Aiden perguntou. Fallon


olhou para o filho tentando formular uma resposta, sem
êxito. Ela não sabia o que dizer. Olhou para Lucas, mas ele
não se moveu um centímetro enquanto contemplava Aiden
com um olhar chocado.

—Aiden, amorzinho, vá lá para dentro, por favor. —


Fallon respondeu, sem saber o que mais poderia dizer. Ela
gostaria de alcançá-lo e protegê-lo da intensidade do olhar
abismado de Lucas, mas em que isso ajudaria? Lucas já o viu
e agora Aiden o encarava todo confuso.

—Mas quem é esse?

—Alguém que conheço, agora entre. — Exigiu Fallon.

—É seu namorado?

—Não, Aiden, somente alguém que eu conheço. Por


favor, vá para dentro.

—Mas eu vi você beijando ele... — Aiden persistiu com


cara de nojo.

—Aiden James, entre na maldita casa, antes que eu


esquente seu bumbum!
Só então Lucas desgrudou os olhos de Aiden, voltando-
se para Fallon. Ela não conseguia decifrar sua expressão,
algo entre choque e raiva.

—Mas, mamãeeee!

—Aiden James, juro por tudo que há de mais sagrado,


que se eu tiver que subir estas escadas...

Lançando-lhe um olhar irritado, correu para dentro de


casa e bateu a porta com toda força. Lucas observou a porta,
depois abaixou os olhos para o chão. Sua respiração irregular
começou a preocupar Fallon. Torcia para que ele não tivesse
um ataque cardíaco, pois ela sentia como se estivesse prestes
a ter um. Seu coração batia em um ritmo frenético em seu
peito e ela tentava recuperar o fôlego, mas não conseguia.
Parecia que horas se passaram enquanto continuava ali
olhando para ele, que ainda encarava o chão.

Por fim, ela não conseguiu aguentar mais. Não parecia


nada com ele apenas ficar ali, quando alguma coisa grande
assim acontecia, ele era uma pessoa extremamente emotiva.
Ele gritava, xingava, arremessava coisas... Lucas Brooks
jamais ficara sem palavras. Fallon deu um passo em sua
direção, limpando a garganta. Foi aí que ele olhou para ela e
quando seus olhos se encontraram, ela não conseguiu
respirar. Havia lágrimas em seus olhos, lágrimas que
ameaçavam cair a qualquer instante.

—Sinto muito, Lucas. — Ela se encontrou dizendo. —


Nunca quis que você descobrisse desse jeito.
Nem bem terminou de pronunciar a última palavra e ele
já partiu em direção a seu carro. Fallon assistiu enquanto ele
caminhava rapidamente até o carro, batendo a porta e
ligando a ignição. Ela esperava que ele abaixasse o vidro e
começasse a insultá-la, mas quando ele apenas foi embora,
ela sentiu como se fosse desmaiar.

Que porra ele estava fazendo?

Lucas não soube precisar em que momento suas


lágrimas começaram a cair, mas foi em algum ponto do
trajeto entre a casa de Fallon e a sua. Sentia como se
estivessem arrancando o coração de seu peito ao olhar para o
garotinho que ele sabia que era dele. Um único olhar nos
olhos daquela criança foi suficiente para que soubesse. Aiden
não tinha apenas seus olhos, mas o cabelo, os lábios, as
bochechas, o queixo... tudo! De Fallon eram somente suas
covinhas e talvez, o nariz. Era tão surreal… olhar para Aiden
e reconhecer que era seu filho.

Como Fallon foi capaz de fazer isso com ele? Como pode
ser tão cruel? Como pode manter uma criança longe dele
durante sete anos?!

Especialmente depois de Lucas perder o pai.

Lucas acreditava que nenhuma criança deveria crescer


sem um pai e, no entanto, aconteceu com seu filho. Como
isso era justo? Por que ela faria algo assim?
Independentemente do que ele fez, claro, ele foi um grande
cretino, mas, ainda assim, ele não merecia conhecer seu
filho? Será que ele a feriu tanto que ela não poderia revelar a
existência do próprio filho? Por que ela decidiu que criá-lo
sozinha fosse melhor do que dar a Lucas a chance de ser um
pai?

Será que sua opinião sobre ele era tão baixa assim?
Será que ele era realmente muito ruim?

Lucas manteve-se dentro do carro pelo que pareceu


horas antes de finalmente sair. Ele não sabia se havia alguém
em casa, até entrar e ver uma loira curvilínea entrando na
cozinha. Ela vestia nada além de uma blusa que mal cobria
sua bunda enquanto caminhava lentamente pela cozinha.
Quando ela se virou, ele a reconheceu como a assistente de
Eleanor Adler, Janet. Já que ele estava em estado de choque,
deu a ela um aceno de cabeça e foi em direção às escadas
enquanto a pobre Janet gritava como uma garotinha. Antes
que chegasse ao seu quarto, ele viu Levi descendo vestindo
apenas boxers. Não era preciso ser um gênio para descobrir
o que estava acontecendo e Lucas poderia até ter se
aborrecido com Levi, se não estivesse surtando.

Jogou-se de cara na cama, assim que fechou a porta do


quarto. Lucas enterrou seu rosto na maciez, deixando as
lágrimas caírem. Ele nunca chorava, mas dessa vez não pode
se conter. Soluços sacudiram seu corpo enquanto a culpa e a
mágoa o rasgavam.
Sete anos. Sete anos em que aquele inocente e
desprotegido menino esteve sem pai, mesmo que houvesse
um disponível.

Fallon não poderia ser um pai e uma mãe. Não lhe


restava dúvida de que ela era uma excelente mãe, mas ela
não poderia ser os dois. Exceto pelo fato de não ter contado a
Aiden sobre seu pai, Lucas sabia que Fallon era carinhosa,
doce e mais do que capaz de cuidar de uma criança. Apenas
gostaria que ela tivesse confiado nele o suficiente para saber
que ele poderia ser pai também.

Será que poderia mesmo?

Naquela época, ele estava tão mal... Claro, ela nem fazia
ideia, mas ainda assim ele estava. Será que ele resolveria
tudo e assumiria a responsabilidade por Aiden? Ou recorreria
ao álcool como fazia com qualquer outro assunto? Não tinha
como saber, mas Lucas ainda queria ter descoberto sobre
Aiden antes.

Suas desculpas não lhe bastaram e ele esperava muitas


outras quando as pudesse enfrentar. Fallon devia ter
consciência de que sua atitude foi errada. Principalmente
depois de tudo o que eles conversavam enquanto casal, sobre
como jamais permitiria que um filho seu crescesse sem pai
porque ele sabia como isso doía e como podia afetar uma
criança. Ele era um exemplo vivo disso e o matava saber que
havia uma criança por aí com o nome de seu pai e ela sequer
sabia quem esse homem foi.

Como isso era justo para qualquer um deles?


Lucas deve ter caído no sono, porque ao despertar, Levi
estava parado ao lado de sua cama. Lucas virou para cima,
limpando o nariz, olhando para seu melhor amigo.

—Qual é a porra do seu problema? Fallon te mandou


pastar? — Levi perguntou com um sorrisinho. —Aquela
mulher será difícil de ser fisgada.

—Eu tenho um filho. — Sussurrou Lucas, fazendo os


olhos de Levi se arregalarem. Ele nunca escondia nada de
Levi e isso era algo enorme, e que Levi precisava saber.

—Oi?

—Eu tenho um filho, Aiden.

O rosto de Levi se contorcia em choque enquanto ele


tentava focar em Lucas.

—Sinto muito, acho que não ouvi direito... eu ouvi você


dizer que tem um filho chamado Aiden?

—Eu disse, porque eu tenho.

Com a respiração descompassada, Levi desmoronou


sobre a cama.

—Como você sabe? De quem é? Fallon?

—Sim e se você o visse, concordaria comigo. O menino é


a minha cara... — Lucas respondeu ofegando ao se lembrar
do momento em que seus olhos encontraram os de Aiden.

A mesma cor, sombra e formato dos olhos. Os olhos de


seu pai e agora de seu filho.

—Então você não sabe efetivamente se ele é seu?


—Não, eu sei! Estou falando Levi, basta um único olhar
para perceber. — Ele afirmou tristemente. Ele só não
conseguia lidar com o fato de haver uma pessoinha por aí
com o seu DNA, sem que ele o conhecesse. Mesmo esta noite,
ele não lhe foi apresentado, ele apenas o viu.

Do que ele gosta?

Será que pratica esportes?

Será que gosta de Hóquei?

Será que costuma perguntar sobre o pai?

O que será que Fallon contou sobre Lucas?

E, mais importante, será que também tinha dislexia?

Tantas perguntas e Lucas não tinha quaisquer


respostas...

—Certo... temos que conseguir contratar Richard Price


para ter toda papelada em andamento. Provavelmente,
precisaremos de um teste de paternidade, e descobrir as
merdas sobre a lei. Quero dizer, haverá um pedido de
compensação pelos cuidados com a criança até agora? —Levi
lhe perguntou, levantando-se e começando a andar agitado
pelo quarto.

Lucas encolheu os ombros.

—Não dou a mínima para essa porra... apenas quero


conhecer meu filho.

—Não até que tenhamos algumas respostas. —Levi


disse, lançando a ele um olhar severo.
Lucas imediatamente se sentou dando a Levi um olhar
que dizia para não foder com ele.

—Há uma hora, eu nem sabia que tinha um filho e,


agora, você está me dizendo que eu devo aguardar para
conhecê-lo?

—Lucas, estou fazendo isso por você. Alguma vez já lhe


aconselhei errado?

—Não. — Lucas negou com a cabeça.

—Certo, então, apenas me dê uns dias. Vamos sair da


cidade para o jogo em New York de qualquer jeito, até
voltarmos não haverá mais problemas com você se encontrar
com Aiden.

Lentamente, Lucas concordou. Levi teria alguns dias,


mas nada mais.

—Mãe, quem era aquele homem que você estava


beijando?

Fallon parou de ler e olhou para Aiden. Fazia horas


desde que Lucas saiu e Aiden ainda não disse nada. Mesmo
que estivesse uma pilha de nervos, estava grata porque seu
filho não perguntou, mesmo sabendo que uma hora ele iria.
Respirando profundamente, ela fechou o livro e respondeu.

—Apenas alguém que eu conheço.

—Qual é o nome dele?


—Lucas.

Aiden assentiu com a cabeça.

—Lucas do que?

—Lucas Brooks.

Aiden a olhou.

—Igual ao meu nome.

—Sim, como o seu.

O pequeno então abaixou o olhar para as mãozinhas e


ela apenas rezou que não lhe perguntasse se ele era seu pai.
Não poderia suportar, não até que conversasse com Lucas e
descobrisse o que ele pensava.

—É seu namorado?

Fallon negou.

—Não, docinho.

—Mas você estava beijando ele.

—Eu sei, mas às vezes, adultos beijam outros adultos.

—Certo. — Aiden disse antes de olhar para ela. —O


Lucas vai voltar?

Ela encolheu os ombros.

—Não sei, amor.

—Você gosta dele?

Fallon sorriu.

—Às vezes. — Aiden riu, vindo se aninhar junto a ela.

—Eu quero conhecê-lo. Ele pode voltar aqui?


Ela não sabia porque aquelas palavras machucavam,
mas foi isso que aconteceu. Tinha certeza que, com apenas
um olhar, Lucas soube que Aiden era seu filho. Será que
Aiden podia perceber? Talvez ele apenas agisse como um
garotinho de seis anos, desejando ter uma figura masculina
por perto. Aiden adorava Rob. Audrey uma vez mencionou
que Aiden carecia de atenção masculina... será que se tratava
disso?

Ou será que ele sabia que Lucas era seu pai?

—Não sei, docinho. Se ele quiser...

—Você pode ligar para ele?

—Não sei o número do Lucas, mas tenho certeza que ele


vai me ligar.

—Então você vai convidar ele para jantar?

Fallon mordiscou os lábios, não queria prometer algo


que poderia não acontecer. Então sorriu, abraçando seu
garotinho favorito antes de dizer.

—Vamos ver.

Dois dias depois, Lucas estava basicamente jogando a


pior partida da sua vida.

—22! Concentre-se ou saia da porra do gelo! — Adler


gritou da zona de defesa.
Lucas o fulminou com o olhar, preparando-se para uma
arrancada. Não iria a lugar algum, ele começou este jogo e
terminaria essa merda. Lucas venceu seu adversário na
arrancada, avançando enquanto recebia o disco que Adler lhe
passou.

Lucas acelerou o máximo, protegendo o disco de seu


oponente, até lançá-lo através do gelo para Welch. Patinou
rumo ao gol assim que Welch lhe devolveu o disco para que
pudesse marcar o gol. Ele balançou o taco se preparando
para atirá-lo, mas errou completamente o alvo. Isso fez com
que um dos Rangers roubasse o disco antes de avançar em
direção ao gol deles.

Lucas nunca errava um tiro a gol.

Sua cabeça estava muito mal...

Ao ouvir as vaias, seu corpo se rendeu. Não apenas ele


estava uma merda, a defesa deles estava ruim também.
Jakob e Shea estavam longe de seu normal, estavam lentos.
Por causa disso tudo, os Assassins acabaram perdendo pela
terceira vez consecutiva. Lucas seguiu seus companheiros
para o vestiário. Assim que entrou, lançou-se sobre o banco,
cabeça baixa nas mãos, respirando pausada e
profundamente.

Cara, ele detestava perder.

Quando ouviu a porta bater, ele ergueu os olhos para


visualizar um Adler com o rosto vermelho de raiva.

—Este jogo foi uma merda! Que porra aconteceu com


vocês? Nós somos muito melhores do que isso! — Ele gritou,
jogando com força o capacete e as luvas dentro do seu
armário. —Brooks, que porra foi aquela? Você perdeu todos
os seus tiros a gol hoje. Nenhum entrou e você tinha a área
livre!

Lucas encarou Adler e foi se levantando vagarosamente


ao mesmo tempo em que a Sra. Adler acompanhada dos
técnicos apareceu.

—Você está criticando o meu jogo? Porque eles


passaram por você e conseguiram marcar três fodidos gols!

—Isto pode até ser o caso, mas eu me esforcei muito e


que porra você fez? Parecia um zumbi na pista! — Adler
gritou avançando em sua direção.

—Eu também dei meu sangue na arena! — Lucas


também gritou, aproximando-se dele. Jakob se aproximou.
Provavelmente para o caso de alguém fazer algo que não
deveria.

—Sem chance! Que merda está rolando?

—Nada, algumas pessoas têm noites ruins! Você deveria


saber, afinal, hoje você estava péssimo!

—Acabei de ter uma filha, ainda estou me adaptando!

O rosto de Lucas ficou vermelho de raiva e ele partiu


para cima de Shea.

—E eu acabei de descobrir que tenho um filho... porra...


então vai se foder!

O vestiário todo caiu num silêncio sepulcral, exceto pela


respiração afiada que Sra. Adler tomou. Lucas olhou para ela
e finalmente soube que sua chefe sabia e ele não. Shea deu
um passo atrás e ele fez o mesmo antes de ir até seu armário
e sentar. Respirou fundo várias vezes enquanto todos o
olhavam.

Já fazia dois dias desde que descobriu sobre Aiden e ele


permanecia uma bagunça. Não tentou ligar para Fallon e
nem mesmo foi vê-la, porque estava com grande dificuldade
em lidar com tudo. Aiden esteve em seus pensamentos todo
dia e noite, e os questionamentos sobre o garotinho o
deixavam louco. Ficava pensando se Aiden não gostaria dele.
Ele não sabia como ser um pai e estava aterrorizado pela
possibilidade de estragar tudo. Estava preocupado com o que
Fallon diria quanto a solicitação do teste de paternidade, mas
mais do que tudo estava com medo de que ela o impedisse de
ver Aiden.

Lucas não saiu do vestiário. Sentou com a toalha na


cabeça, escutando enquanto todo mundo saía. Ninguém disse
nada a ele, eles apenas saíram. Alguns dos seus
companheiros colocaram as mãos em seus ombros, outros
tocaram sua cabeça, no entanto, ninguém falou uma palavra.
Lucas estava agradecido por isso, porque não fazia ideia do
que responder. Ele detestava se deixar levar pela raiva e falar
sem pensar... porque agora todo o time sabia que ele tinha
um filho um cuja existência ele desconhecia e de quem
jamais cuidou.

Que homem ele era...


Quando ouviu o barulho de saltos, ele abaixou a toalha
dos cabelos, ergueu o olhar e viu a Sra. Adler caminhando em
sua direção, com Shea atrás dela. Ela tinha um sorrisinho
triste no rosto enquanto sentava ao seu lado no banco. Shea
encostou-se ao armário, mas não o encarou nos olhos. Lucas
concentrou seu olhar nos buracos do piso afofado, sentindo a
mão da Sra. Adler nas costas.

—Como está se sentindo, Lucas? — Ela perguntou em


voz baixa. Lucas balançou a cabeça. Não tinha ninguém com
quem conversar. Levi não o entendia, tudo com que se
preocupava eram as baboseiras jurídicas e Lucas sequer
podia pensar em contar a sua mãe por enquanto. Ela ficaria
louca e tomaria o primeiro avião para Nashville, pronta a
assumir as rédeas da situação. Ele não precisava disso agora.

—Já estive melhor. — Respondeu.

—Quando ela lhe contou?

Lucas continuava sem olhar para sua chefe enquanto


balançava a cabeça.

—Não contou. Eu fui à casa dela e Aiden saiu na


varanda. Ela nunca mencionou nada.

Pelo canto do olho, ele viu Elli balançando a cabeça.

—Maldição de mulherzinha tola! —Ela sussurrou


deslizando suavemente a mão por suas costas. —O que
Fallon disse?

—Que sentia muito.

—Pelo menos isso. E o que Aiden disse?


—Ele queria saber quem eu era e ela só disse que eu era
um conhecido.

Por que estava se abrindo com sua chefe? O que havia


de errado com ele? Nunca discutia suas coisas com os outros,
mas estava ali perdendo o juízo...

—Sinto muito mesmo, Lucas. Eu disse que ela precisava


contar para você tipo... sete anos atrás.

Lucas sorriu, desejando muito que Fallon tivesse feito


isso.

—Seria legal.

Ela riu.

—Eu sei.

Ficaram em silêncio, por uns instantes, até que ele


perguntou.

—Ele é um bom garoto?

Lucas olhou para a Sra. Adler e seu belo sorriso, que


ficou mais radiante.

—Oh sim, ele é um querido! Um garoto muito amoroso.

Ele acenou com a cabeça. Sabia que Aiden seria um


bom garoto. Fallon era uma boa pessoa, tirando a omissão de
informações.

—Eu realmente não sei o que dizer Lucas, e eu entendo


perfeitamente se você não quiser mais fazer a campanha com
Fallon.
Lucas refletiu por um momento. Será que gostaria de
estar perto de alguém que lhe escondeu o maior segredo de
sua vida?

—Não, eu ainda quero. — Ele respondeu sereno.

A Sra. Adler não disse nada e, como Lucas não sabia o


que dizer, ficou apenas sentado lá. Elli continuou passando
sua mão nas costas dele em conforto, e então parou. Ela
levantou, saindo do vestiário enquanto Lucas corria as mãos
pelo cabelo. Ele olhou para cima e viu que Shea se manteve
de pé ali, o encarando.

—Eu estou bem, se você estiver... porque tenho o


pressentimento que nós nos veremos muito mais de agora em
diante. — Ele declarou. Lucas assentiu enquanto um sorriso
brotava na lateral de sua boca.

—Sim, estamos bem. —Ele concordou descendo o olhar


para os pés descalços. Quando o tênis de Shea apareceu em
seu campo de visão, ele voltou a erguer seus olhos para
encontrar os olhos de Shea cheios de compaixão.

—Será difícil no começo, mas você verá que jamais


amará alguém como você o amará. Eu estou aqui se você
precisar de alguém. — Shea finalizou, dando-lhe um tapinha
de leve na cabeça e caminhando em direção a porta que
levava ao corredor.

—Obrigado, Shea. — Lucas disse. Shea olhou sobre os


ombros e sorriu, deixando Lucas sozinho com seus
pensamentos.
Pelo menos uma coisa em sua vida parecia estar
funcionando. Restava agora iniciar um relacionamento com
seu filho.

Fallon não sabia o que fazer.

Três dias se passaram desde que Lucas viu Aiden. Ela


não ouviu qualquer notícia dele ou de seu advogado. Mentiria
se dissesse que não estava absurdamente nervosa.
Considerando que ele era um jogador profissional de Hóquei,
arrumar o número do seu celular era praticamente impossível
e já que ela não queria que Elli soubesse o que estava
acontecendo, não ligou para ela. Era uma bagunça e tudo o
que podia fazer era sentar e esperar.

E ela detestava esperar.

—Mamãe, preciso do açúcar. — Pediu Aiden,


despertando-a de suas reflexões. Ela fazia muito isso desde
que Lucas partiu sem dizer uma palavra.

—Sim, claro. — Ela disse, entregando-lhe o açucareiro.


Fallon observou enquanto Audrey entrava na cozinha,
seguindo para a geladeira.

Elas não conversavam há três dias.

Fallon odiava brigar com Audrey, mas nem morta se


desculparia. Fallon achava que não fez nada de errado e se
Audrey tinha um problema em ajudá-la, por que não disse
antes? Por que esperar sete anos para estarem gritando uma
com a outra e se xingando?

Aiden sorriu para Audrey quando esta se aproximou,


beijando-lhe a bochecha.

—Estamos fazendo biscoitos!

—Estou vendo, companheiro, está se divertindo? — Ela


perguntou.

—Sim. Você deveria ajudar. — Ele convidou docemente.


Ela olhou de lado para a irmã, mas Fallon a ignorou,
colocando o leite em um copo de medida.

—Certo, amiguinho. — Concordou Audrey, sorrindo e se


inclinando sobre ele para pegar uma colher para usar para
misturar. Fallon então, entregou a Aiden a próxima xícara e
então o processo de preparar os biscoitos continuou em um
completo silêncio.

Nossa, Fallon odiava isso! Odiava a irmã quieta, preferia


gritar com Audrey do que receber este tratamento de gelo.
Então engoliu o orgulho, olhou para sua irmã e perguntou.

—Como vai o trabalho?

Encolhendo os ombros, ela falou.

—Trabalhoso.

Fallon sorriu.

—Entendo... parece que problema após problema surge


com essa droga de campanha. Elli está dificultando as coisas.
—Elli? Dificultando? Não acredito! — Audrey exclamou
com um olhar confuso. Elli era muito fácil de lidar, mas não
com a campanha.

—Ela está me forçando a usá-lo. — Fallon comentou


com um olhar. Não queria Lucas na campanha. Não queria
trabalhar lado a lado com ele. Não queria tê-lo opinando nas
coisas, não queria conviver com aquele seu sorriso exibido,
nem com aquele corpo sexy, e acima de tudo, ela não queria
vê-lo rodeado por outras mulheres.

—Teve notícias dele?

Fallon negou quando Aiden perguntava.

—Quem?

—Ninguém, docinho. — Fallon respondeu rapidamente.

—Isso é estranho, hein? — Audrey comentou.

—Muito. — Fallon concordou e Audrey lançou um


sorriso bobo, a fazendo rir.

—O que é estranho? — Aiden perguntou quando a


campainha tocou. Audrey olhou para sua irmã que encolheu
os ombros. Era tarde e elas não estavam esperando ninguém.

—Nada, bebê, misture os biscoitos. — Fallon pediu,


limpando as mãos na toalha sobre o balcão.

—Quem você acha que é? — Audrey perguntou


enquanto Fallon saía da cozinha.

—Provavelmente o vizinho. — Fallon disse,


aproximando-se da porta. Mas quando a abriu, não era o
vizinho.
Era Lucas.

Ele estava em pé com Levi ao seu lado, mas Fallon não


poderia sequer tirar seus olhos de Lucas para cumprimentá-
lo. Os olhos de Lucas estavam tão tristes e sem vida, ela ficou
sem fôlego ao olhar para ele.

—Precisamos conversar. — Disse Lucas, tirando-lhe do


transe.

Porra.
—Precisamos?

Ele percebeu que Fallon ainda o enchia de tesão, mesmo


depois de tudo o que fez.

Isso foi só para constar.

Fallon tinha farinha no nariz e praticamente por todo o


resto do corpo. Vestia uma blusa azul decotada, que exibia
seus seios bonitos e empinados. Sua calça jeans tinha a
cintura baixa, firmemente agarrada às suas coxas e ele tinha
certeza que se ela virasse, o deixaria duro apenas por olhar
sua bunda.

Não estava ali para comê-la com os olhos, nem para


tentar levá-la para cama. Foi ali para falar a respeito do seu
filho.

—Obviamente, Fallon, fala sério. — Lucas disse.

—Oh, bem. Ouça, estamos um pouco ocupados, deveria


ter me ligado antes. — Ela gaguejou, causando espasmos nos
olhos dele. Seus olhos sempre denunciavam quando seu
temperamento estava a ponto de explodir, mas ele sabia que
não podia gritar com ela, então respirou fundo.

—Não tenho seu número, por isso vim direto. Podemos


resolver isso entre nós, ou posso envolver advogados. Sua
decisão.

O rosto de Fallon inflamou quando ela deu um passo em


sua direção.

—Não me ameace! — Rosnou.

—Eu não estou. Apenas quero conversar sobre nosso...

—Mamãe, quem é?

Rapidamente, ela se virou revelando o pequeno Aiden.

Aiden James.

Filhinho de Lucas.

Lucas avistou a figura daquele lindo garotinho. Aiden se


parecia tanto com ele que era enlouquecedor. Como ela
conseguiu criar uma pessoa que poderia ser seu irmão
gêmeo? Quando Aiden sorriu, Lucas não conseguiu respirar.

Ele sorria assim.

Era seu famoso sorriso Don Juan... E o enchia de


orgulho saber que seu filho poderia imitá-lo tendo apenas... é,
isso era triste, ele sequer sabia quantos anos seu garoto
tinha.
—Ei! Você voltou! —Aiden exclamou sorrindo. —Eu sou
Aiden James Brooks. —Cumprimentou-o, estendendo-lhe a
mão.

Lucas não se mexeu.

Aiden James Brooks? Fallon deu seu nome a ele?

É, Lucas tinha certeza de que teria um ataque cardíaco.

Ele se aproximou, trazendo a mãozinha dele para dentro


da sua gigantesca. Seu sorriso era contagioso e Lucas não
pode evitar o sorriso que se formou em seu rosto.

—Eu sou o Lucas James Brooks.

O silêncio reinou uns instantes enquanto Aiden assentia


vagarosamente, o charmoso sorriso nunca abandonando seu
doce rostinho.

—Ei! Temos o mesmo nome, exceto que sou Aiden e você


é Lucas.

—Tudo bem, docinho, mas não está na hora de ir para a


cama? — Fallon perguntou, fazendo com que o filho se
afastasse de Lucas.

Lucas se sentiu vazio enquanto o garotinho olhava para


sua mãe com olhos arregalados e os braços batendo na
lateral de seu corpinho.

Como pode esse rapazinho com apenas um sorriso ter


conquistado seu coração? Ou será que foi há três dias ao
questionar quem Lucas era?

—Mamãe, é sexta-feira!
—Verdade, mamãe... poxa! — Audrey complementou,
colocando-se ao lado de Aiden. —Pegue seus sapatos,
companheiro. Vamos dar um passeio por aí. Sua mamãe e o
Lucas precisam conversar.

Lucas então olhou para Fallon, vendo que ela


praticamente surtava em silêncio. Seus olhos se alargaram e
sua boca se abria e fechava tal qual um peixinho de aquário.
Caramba, ela era adorável!

—Ah, então o Lucas não pode vir? —Aiden perguntou à


Audrey, enquanto esta sorria, o rosto de Fallon se contorcia
em aflição.

Para que aquilo?

—Não, querido, como disse, eles precisam conversar


sobre coisas de adulto. Vamos tomar sorvete e, quem sabe,
até ir ao cinema!

—Sério? Fantástico! — Aiden correu dando um soquinho


no ar em comemoração. O garoto era rápido. Lucas sorriu.
Ele provavelmente era muito veloz patinando.

Assim como o pai dele...

—Audrey, você não precisa sair. —Fallon disse entre os


dentes. Lucas não conseguiu não sorrir. Ela era muito fofa
quando se via numa situação em que não gostava. Péssimo
para ela que ele não se importava... Tinham coisas
importantes para discutir.

—Sim, nós precisamos. Aiden não precisa testemunhar


a terceira guerra mundial eclodindo entre vocês dois.—
Audrey disse antes de lançar um olhar para Levi. Lucas
notou que o amigo checava todas as curvas da irmã de
Fallon. —Ei, você virá conosco. Eles têm que fazer isso,
sozinhos.

Levi olhou para Lucas e tudo o que este fez foi encolher
os ombros.

—Ela provavelmente está certa.

—Não assine nada. — Retrucou Levi, dando uma olhada


em Fallon.

—Cai na real, Levi. Até parece que eu iria sacaneá-lo. —


Fallon respondeu com nojo em sua voz.

Levi riu.

—Isso vindo de alguém que escondeu a existência de um


filho durante sete anos.

O rosto de Fallon endureceu de raiva e talvez culpa,


enquanto desviava os olhos para observar o filho correr em
direção a eles. Alcançando-os, Aiden sorriu para Lucas antes
de olhar para Fallon.

—Pronto para ir, querido? — Fallon perguntou movendo


as mãos nos cabelos dele. Aiden assentiu vigorosamente.

—Sim, senhora. Você estará aqui quando eu voltar,


Lucas? — Aiden perguntou, olhando para Lucas enquanto já
pegava nas mãos de Audrey.

—Eu não sei. Vamos ver, certo? — Lucas disse, seu


coração batia tão forte que parecia prestes a saltar do peito.
Lucas sorriu, não pode evitar. Ele acabou de encontrar
outra pessoa que fazia seu coração disparar. Isso devia
significar alguma coisa porque havia apenas uma outra
pessoa que conseguiu essa façanha... e esse alguém era
Fallon.

Lucas olhou para Fallon e ela tinha o rosto pesaroso ao


se inclinar e beijar a bochecha de Aiden.

—Divirta-se, companheiro.

—Eu vou, amo você, tchau!

Após todos se despedirem e saírem, Fallon ficou ali,


exalando preocupação. Assim que fechou a porta, encarou
Lucas. Ela não disse uma palavra enquanto se dirigiu à
cozinha. Ele a acompanhou através da pequena casa e estava
surpreso que esse fosse o lugar em que ela vivia. Quando a
visitou anteriormente, imaginou que todo o prédio lhe
pertencesse, porém hoje ao se aproximar percebeu que havia
uma porta para outra moradia. Isso o deixou muito
confuso...

Por que eles viviam em um condomínio tão simples e


minúsculo?

Ele sabia muito bem que Fallon tinha dinheiro.


Bastante. Ela sempre ficava irritada quando ele pagava pelas
coisas enquanto estavam juntos. Sempre dizia que não
dependeria de homem algum. Era adorável, mesmo que ele
pagasse de qualquer jeito.

Lucas ficou olhando as fotos ao longo das paredes de


Fallon. Aiden aparecia em quase todas, apesar de existirem
umas poucas só dela e Audrey. Elas poderiam ser gêmeas,
Audrey tinha apenas um pouco mais de corpo. Lucas nunca
viu uma foto de Audrey ou soube qualquer coisa sobre ela.
Fallon nunca falava sobre a família enquanto eles estavam
juntos. Mas também, Lucas nunca perguntou, ele estava
consumido por Fallon ou então por seus próprios vícios.

Agora, no entanto, por causa de Aiden e porque


permanecia tão curioso sobre ela como quando se
conheceram, ele queria saber tudo.

Quando olhou para cima, Lucas viu Fallon encher duas


taças de vinho. Ele não disse nada enquanto assistia o tremor
de sua mão. Ela olhava para todos os lugares, menos para
ele.

—Eu não bebo, Fallon. — Calmamente disse, fazendo


com que ela olhasse para ele antes de por fim à ação.

—Ah. — Ela disse antes de pegar a taça e jogar na pia,


quebrando-a. O alto som do vidro fragmentado acabou por
fazê-la pular assustada antes de encará-lo atônita. Quando
ela desviou o olhar, jogando-se na cadeira mais próxima, um
sorriso cruzou o rosto dele. Fallon então começou a tomar
grandes goles de vinho e isso fez com que ele sorrisse
abertamente para ela.

É... isso seria divertido.

—Então o que você quer?

Lucas balançou a cabeça ao se sentar à frente dela.

—Obviamente, falar sobre o garoto que fizemos.


Fallon encolheu os ombros.

—O que há para se falar? Eu não preciso de nada vindo


de você. Eu não quero nada. Nós estamos bem. — Ela
retrucou em sua voz arrogante.

Ele já se preparara para tal comportamento, sabia que


ela seria uma filha da puta orgulhosa. Esta era Fallon
quando não sabia lidar com a situação. Na época em que
estavam juntos, quando seu pai entrava em contato, ela seria
uma pessoa intragável por pelo menos uma hora depois de
falar com ele. Sempre se desculpava, explicando que não
sabia lidar com ser ferida ou estar assustada. Sempre
descontava em alguém e mesmo com esse defeito, ele a
amava.

E ainda o fazia.

—Eu apenas quero conhecer meu filho e, — Lucas


procurou na jaqueta, retirando alguns papéis que seu
advogado enviou para Fallon. —Preciso que preencha isto.
Meu advogado precisa de algumas informações, e eu não
duvido que Aiden seja meu, eu sei que ele é, mas nós
precisamos de um teste de paternidade.

—Que seja. — Reagiu ela, arrebatando-lhe os papéis e


os jogando sobre a mesa, antes de cruzar a braços sobre seu
peito. Ela tinha aquele olhar de ‗eu não dou uma merda para
isso‘, mas ele sabia que no fundo ela estava pronta para
começar a tremer de tão aterrorizada. —Imagino que agora
você queira passar algum tempo com ele, exercer a função de
pai meio período e todos esses blá, blá, blá ...
Caralho, essa doeu... De forma alguma ele seria um pai
de meio período!

Ele negou com a cabeça.

—Droga Fallon, você continua sendo uma vadia quando


se sente ameaçada, hein? Qual é o seu problema? Por acaso,
estou gritando com você? Ou estou lhe cravando uma série de
ações judiciais por manter meu filho afastado de mim?

—Não! Mas eu aposto que esta droga toda já está sendo


preparada. Você continua com essa merda e eu providencio
nossa fuga e você nunca mais o verá. — Fallon gritou
levantando-se e caminhando até a pia. Eles se mantiveram
em silêncio, enquanto ela recolhia os cacos de vidro.

—Eu jamais faria isso com você, sabe disso.

—Eu não sei de coisa nenhuma. Você também me disse


que nunca me trairia e, no entanto, olha o que aconteceu.

Lucas revirou os olhos.

—Ah, Fallon, dá um tempo. Temos coisas mais


importantes para nos preocupar.

Virando-lhe as costas, ela caminhou até o lixo,


arremessando os pedaços de vidro que segurava.

—Vou preencher a papelada, Lucas. Amanhã, terei tudo


pronto para você. O que mais você quer de mim?

Ele poderia enumerar muitas de coisas, começando pela


sua boca na dele... mas isso teria que esperar.

Ele tinha um garotinho para conhecer.


Fallon estava enlouquecendo.

Ela odiava o fato de não fazer ideia do que Lucas estava


pensando. No passado, normalmente conseguira prever o que
ele faria até antes dele, atualmente, isto era impossível.
Estavam mais velhos, existiam fatores em jogo muito mais
relevantes e agora ele lhe intimidava muito além do que ela
podia suportar. Por que Audrey teve que sair? Se não tivesse
saído, ela se sairia melhor. Fallon agia como uma vadia e
sabia que Lucas podia lidar com essas babaquices até certo
ponto, antes de começar a gritar.

—Eu só quero conhecer meu filho, Fallon, só isso. —


Lucas murmurou, com os olhos baixos, manuseando algum
provável farelo de biscoito. —Que idade ele tem? Sete?

—Ele vai fazer sete daqui duas semanas, dia vinte e seis.
— Ela disse, mesmo sentindo que um pedaço de si foi
arrancado. Não compreendia por que motivo não queria que
ele conhecesse Aiden. Era errado. Aiden também era dele,
ainda assim machucava Fallon. Aiden se deu bem com Lucas
logo de cara e isso a incomodou. Ela não queria que entre
eles se estabelecessem qualquer conexão, porque isso afetaria
sua própria ligação com Aiden. Fallon foi o seu tudo por
quase sete anos e agora ela tinha concorrência.

Ela estava com ciúmes.

Nossa... Ela era detestável.


—Fará uma festa para ele?

Confirmando com um aceno, ela disse.

—Sim, no Centennial Park.

Ainda sem olhar para ela, Lucas apenas balançou a


cabeça.

—Você pode vir, se quiser. — disse calmamente,


sentindo-se mal. Não gostava do que fez a ele, mas não
conseguia controlar o ciúme que lhe corroía.

E se ele trouxesse algum presente sensacional, ao passo


que ela somente poderia proporcionar a Aiden sua festa?

Deus, isso seria terrível!

Um lento sorriso foi se desenhando em seu rosto.

—Obrigado, estarei lá.

Fallon assentiu, desviando o olhar do rosto dele, porque


não podia lidar com o sorriso dele. Ela estava cheia de
emoções. Ele estava na cozinha dela, vendo que não era tão
bem-sucedida quanto deveria ser. Agora ele sabia que ela
manteve aquilo que poderia ser considerado a pior coisa do
mundo para esconder de alguém. Se sentia uma fracassada.

Quando estavam juntos, ela sonhou tão alto, e na


atualidade, não alcançava nem metade do que almejava
naquela época.

—O que você quer ser quando crescer?

Fallon sorriu radiante para Lucas. Ele estava nu,


apenas com uma ponta do lençol sobre os quadris, ela
encolhida ao seu lado, também nua. Deitados com as janelas
abertas, eles deixaram a brisa marinha soprar através do
quarto. O ar estava repleto de sal e Fallon jurava poder
prova-lo. Ela amava o oceano, amava dias assim. Amava ser
completamente amada por Lucas.

Depois de esfregar o nariz carinhosamente em seu peito,


ela apoiou o queixo na mão e começou a traçar com o dedo as
belas palavras ali tatuadas:

Nunca olhe para trás, nunca pense duas vezes.

Seu lema, agora o dela também.

—Eu quero administrar a Rocky Top Wine. Quero tornar


o nosso vinho o mais vendido em todo país. Quero ser a
mulher mais poderosa no mercado de vinhos. E quero que as
pessoas tenham medo de mim porque eu sou a melhor no
ramo.

Ele sorriu, colocando seu cabelo atrás de sua orelha.

—Que mais?

—Quero estar casada. — Ela acrescentou timidamente.

—Comigo, é claro. — Lucas salientou, rindo, o que ela


retribuiu.

—Claro...e quero três filhos. Duas meninas e um


menino.

Ele caiu na risada.

—Ora, sem chance, três meninos.


—Não, eu quero garotinhas também... — Ela protestou
num gracejo, deliciando-se com aquela mão atrevida que,
saindo de suas costas, lhe agarrou a bunda firmemente.

—Eu não quero nenhuma garota. Jamais conseguiria


amar outra menina do jeito que amo você.

Fallon balançou a cabeça. No passado, ela não sentiria


ciúmes da relação dele com seus filhos, ela até queria isso.
Mas isso foi antes, quando nada importava além deles. Antes,
ela não mentiria para ninguém. Antes, ela não imaginava que
ele a trairia, jamais.

—Qual escola ele frequenta?

—New Life Christian School, saindo da Broadway. Em


direção à Arena.

—Em que série?

—Na primeira. —Ela respondeu como todo orgulho do


mundo. Ela tinha muito orgulho dos estudos de Aiden.

—Ele é bom, Fallon? Tem dificuldades com... — Ele se


calou subitamente, partindo-lhe o coração.

Claro, ele tinha medo de seu bebê tivesse dislexia.

—Não, Lucas, ele é excelente. O mais esperto da turma e


um leitor super avançado.

Lucas sorriu orgulhosamente.

—Então ele tem minha boa aparência e o seu cérebro de


nerd?

Concordando ela riu.


—Ele é igual você, Lucas. Todos os dias, faz algo que me
lembra muito de você.

—Ele tem o nariz igual ao seu, porém. — Disse ele


sorrindo para ela, que não pôde evitar sorrir de volta.

—É só isso mesmo. Ele é tão ativo quanto você, adora


lutar e tem uma imaginação impressionante.

—Isso é ótimo! Mas se ele gosta de lutar não é por


minha causa. Não se esqueça que já lhe vi assistindo um jogo
de hóquei.

Um sorriso descontraído começou a lhe tomar o rosto,


mas Fallon logo o escondeu.

—Eu não sou mais aquela pessoa.

—Ninguém perde o tipo de paixão que você tinha


quando me via jogar. Nunca encontrei uma mulher pronta
para lutar com um homem adulto até conhecer você.

—Que seja. — Ela comentou balançando a cabeça. —Eu


não sou mais assim. Agora sou tranquila, ponderada e mais
controlada.

Erguendo a sobrancelha, ele retrucou.

—Fallon, você me insultou todas as vezes que nos


encontramos.

—Porque você me tirou do sério. — Ela esclareceu.

—Tudo bem, Fallon, continue negando essa sua paixão,


mas eu sei porque você faz isso. Eu acho um tesão! Adoro
sua boca suja e você sabe disso.
O corpo dela pegou fogo. Seus mamilos ficaram duros e
pressionaram contra a fina camiseta e sua calcinha ficou
instantaneamente molhada.

Caralho de Homem!

—Não deveríamos estar falando sobre Aiden? — Ela


murmurou, ou gemeu... não soube bem, mas conseguiu
perceber ao levantar os olhos para Lucas que o idiota tinha
os olhos fixos nos seus intumescidos e doloridos mamilos.

Droga!

De imediato, ela cruzou os braços sobre o peito.

—Porco.

—Oink, oink, docinho. — Disse enquanto Fallon revirava


os olhos. —Ah, vamos lá, você não espera que eu não olhe
para os dois mamilos mais bonitos que eu já tive o prazer de
colocar na boca, pode?

Revirando os olhos, ela disse.

—Espero apenas que seja um cavalheiro.

Com um olhar carregado de luxúria, ele avançou mais,


fazendo-a movimentar-se para trás, assustada pela hipótese
de tentar beijá-la novamente. A sensação de seus lábios nos
dela ainda lhe queimava na alma. Fallon, querida, sem
beijos... sem beijos... Sem beijos, Fallon! Repetia para si
mesma.

—Não me lembro de tê-la me pedindo para ser um


cavalheiro quando eu chupava esses mamilos.
Bem, bem... Fallon tinha quase certeza que acabou de
gozar.

—Pelos deuses, Lucas, você é nojento! Por que está


zoando assim comigo?!

Ele então, lhe deu um sorrisinho malicioso.

—Primeiro, porque é muito fácil tirá-la do sério e eu amo


o rosado que se expande pelo seu rosto e depois... bem,
depois porque eu quero você, Fallon. Muito.

Que porra! Isso era chocante. Ele estava louco?

—Mesmo depois de tudo?

Por uns momentos, ele ficou em silêncio. Em seguida,


respirando fundo, disse.

—Sabe, enquanto eu vinha até aqui, fiquei com medo de


termos uma puta discussão. Acontece que não estou irritado
com você. Sim, estou magoado, contudo, eu posso deixar isso
para lá, porque conhecerei meu filho, além de ter a chance de
fazê-la mudar de opinião a meu respeito.

—Certo. — Ela riu sem lhe dar qualquer crédito, ainda


que seu corpo ardesse em chamas por seu toque.

—Não me subestime, Fallon. — Ele lhe alertou com um


sorriso perspicaz.

—Eu o conheço, Lucas. Todo este seu empenho em


pretender ser um pai vai durar até você encontrar uma
mulher com quem queira foder de domingo a domingo...
então, colocará Aiden de lado, porque terão seus próprios
bebês.
Lucas negou com a cabeça.

—Você está delirando. Não quero qualquer outra mulher


além de você e agora que eu sei sobre Aiden, serei seu pai.

—Certo... Vou acreditar quando puder ver.— Ela disse


sem fôlego.

Isso era ruim... muito ruim! De jeito nenhum ela o


deixaria reparar que o fato dele ainda desejá-la fazia seu
coração bater como uma britadeira, muito menos, que aquele
seu olhar, cheio de tesão, molhava sua calcinha.

Seus olhares se encontraram e quase saiu fumaça do


ardor entre eles. Suas respirações e emoções estavam
alteradas enquanto continuavam a se encarar. Ela poderia se
perder em seus olhos e odiava permitir que ele a afetasse
assim. Num minuto, ela estava excitada, em outro, apavorada
com a ideia dele lhe tomar Aiden e a seguir, a ponto de lhe
socar a cara por ele achar que conseguiria mudar o que ela
pensava dele! Ele era a mesmíssima pessoa!

Um perfeito manipulador!

Fallon prendeu a respiração, quando ele desviou o olhar


e lhe perguntou.

—Ele sabe sobre mim?

Ainda tentando recuperar o fôlego, ela negou com um


aceno.

—Não, apenas disse que seu pai era um homem muito


ocupado para ser um pai, embora o amasse muito e que ele
era um garotinho de muita sorte por ser amado por alguém
que nem sequer conhecia.

O rosto de Lucas foi tomado pela ira.

—Jamais estaria muito ocupado para meu filho.

—Bom, você esteve muito ocupado com minha melhor


amiga, então eu só deduzi.

Ele balançou a cabeça, parecendo refletir sobre sua


próxima jogada. Ela quase podia senti-lo se preparando para
iniciar uma réplica aos gritos, no entanto, não aconteceu.
Descontente, ele apenas perguntou.

—Você não deixará isso cair no esquecimento, não é?

—Não hoje. — Ela revidou encarando-o. —Não espere


que isso ocorra em um futuro próximo tampouco.

—Fallon, o que eu posso fazer para consertar as coisas?


O que posso lhe dizer? Não dá para ter você me jogando isso
na cara a todo instante... eu quero que sigamos em frente.

Ela, indiferente, encolheu os ombros.

—Eu permaneci com raiva por longos sete anos, como


posso simplesmente seguir em frente? Deveria perdoá-lo?

—Isso seria ótimo. — Ele assentiu com um meio sorriso.

Fallon olhou para longe.

—Não sei se consigo.

—Poderia tentar?

Ela balançou a cabeça.

—Eu não sei.


—Certo! — Lucas se irritou. Depois de sete anos ela
ainda estava com raiva? Droga, caia na real e vamos em
frente... pensou ao vê-la passar os dedos pelos cabelos. —Eu
sinto tanto por aquela noite, Fallon. Existe uma porção de
coisas que você não sabe e que eu preciso lhe explicar.

Ela balançou a cabeça.

—Eu não quero saber.

—Sim, você quer. Talvez, não agora... apenas peço que,


no futuro, me permita lhe explicar o que houve de errado e
com o que eu estava lidando naquela época. — Implorou. —
Juro que não sou mais aquela pessoa. Eu não era eu mesmo.

No mesmo instante, seus olhos se apertaram e seu rosto


se transformou em raiva pura.

—Então tudo o que houve entre nós não foi real?

—Não, pequena, tudo foi real, tudo. Somente com você


eu fui eu mesmo! — Ele declarou.

—Como é isso, então? Não estou entendendo...— Ela


perguntou cheia de deboche na voz, ao qual ele já estava de
saco cheio.

—Fallon, sabe o que não entendo?

—O quê? — Fallon deu a ele um olhar afiado.

—Por que você não me contou que eu tinha um filho.

Olhando o vazio, ela esfregou nervosa as mãos sobre


suas coxas.
—Não achei que você pudesse ser um pai. Estava
totalmente em pânico, transtornada e completamente fora de
mim... Eu não sabia o que fazer, mas sabia que não queria
ter nada a ver com você.

—Então você deixou que um erro me afastasse do meu


filho?

—Esse errinho foi um pouco demais... olá, você partiu


meu coração! —Ela protestou

—Então para me punir, para me ferir você resolveu


escondê-lo de mim..., é difícil de acreditar. — Ele concluiu,
observando seus olhos demoradamente.

—Não tomei esta decisão para te magoar. É claro que


minha intenção era lhe contar. Eu coloquei o seu nome e o do
seu pai nele, não coloquei? Até lhe dei o seu sobrenome...
acontece que toda a vez que eu pensava em telefonar para lhe
contar, parecia que meu peito se apertava e eu, simplesmente
não conseguia. Tive medo de que você nos rejeitasse, uma vez
que já fez isso comigo.

Lucas, a cada minuto estava com mais raiva, balançava


a cabeça de um lado a outro.

—Eu não a rejeitei e jamais rejeitaria nosso filho. Eu a


amava. Queria estar com você. Foi você quem me abandonou
sem me dar sequer uma chance para explicar.

—Eu o deixei porque você me traiu.

—Eu não queria! Eu estava bêbado e chapado, Fallon!


Fodido mesmo.
—Então essa é uma boa desculpa?

Agitado, ele levantou-se e começou a andar pela


cozinha.

—Eu sei que não é, mas você precisa entender que se eu


não estivesse tão fodido aquela noite, isso jamais
aconteceria... Allison ficou se insinuando, se esfregando em
mim e... e eu estava tão excitado e eu... sentia tanto a sua
falta... E tão bêbado que quando ela me beijou, eu acabei
retribuindo. Depois disso não consigo me lembrar de nada.
Tudo o que lembro é de acordar e me deparar com você me
olhando exatamente do jeito como está fazendo agora.

Respirando com dificuldade, Fallon tinha os olhos


cheios de lágrimas. Imediatamente, aquela sensação de culpa
de antes pesou de novo na alma. Ele nunca quis que nada
disso acontecesse. Pensou ter perdido tudo quando ela
partiu, e na verdade, perdeu. Perdeu o amor de sua vida e
perdeu seu bebê.

Ele nunca poderia resgatar aqueles anos perdidos...

—Sinto muito, Fallon, você não faz ideia de como sinto


muito... como estou arrependido. Jamais quis magoá-la e
peço desculpas por ter demorado tanto tempo para lhe dizer
isto. Você precisa acreditar que não vou mais a lugar algum
agora que Aiden está aqui. Talvez, você e eu nunca mais nos
olhemos olhos nos olhos ou, então, jamais recuperemos o que
tínhamos, contudo, eu terei um relacionamento com meu
filho.
Uma única lágrima deslizou por seu rosto e Lucas teve
certeza de que uma parte dele foi arrancada. Tudo o que ele
queria agora era envolvê-la em seus braços, apagar aquela
dor com beijos carinhosos. Ele apenas queria abraçá-la, ser
sua fortaleza, porém ela não lhe daria tal permissão.

Em silêncio, ele permaneceu observando seu choro sem


saber o que fazer ou dizer. Algum tempo depois, ela o encarou
com os olhos e o rosto vermelhos das lágrimas recém
derramadas, alertando-o.

—Espero que você tenha consciência de que esta sua


decisão é para sempre. Porque, digo uma coisa, Lucas, eu
serei desgraçada se eu o deixar entrar e compartilhar a vida
do meu bebezinho, fazendo-o lhe amar... para você um dia ir
embora, partindo-lhe o coração. Eu jamais permitirei que
você faça isso com ele.

—Sei disso e juro que não vou.

—Certo... você fez isso comigo.

—E me arrependo todos os dias... — Ele respondeu


desolado.

Durante alguns instantes ela permaneceu calada, com o


olhar fixo em suas mãos, que nervosamente coçavam o
interior do pulso.

—E você ainda o quer? —Ela perguntou calmamente.

—Fallon, eu ainda quero você. O dia em que você


efetivamente me absolver por este meu erro do passado,
estarei aqui, esperando. E, sim, eu o quero tanto quanto à
necessidade que tenho de respirar. Eu já o amo.

—Não acredito em você. — Ela sussurrou. —Eu


simplesmente não confio em você, Lucas.

Ele segurou a respiração com sua resposta.

—Então terei que provar. — Ele respondeu em um só


fôlego. —No entanto, esta não é a questão mais relevante no
momento.

—E qual é, então? — Ela perguntou pesarosa. Seu tom


lhe cortou o coração, mas era preciso que ele soubesse.

—Quando dirá ao Aiden que eu sou seu pai?


A batida do coração de Fallon acelerou no seu peito,
enquanto Lucas a olhava. Ela nem mesmo pensou nisso...
quando pretendia revelar ao filho que Lucas era seu pai?
Como alguém se preparava para este tipo de coisa? Será que
existia uma cartilha ou vídeo fornecendo instruções que lhe
ajudassem a contar tudo a Aiden?

Será que ficaria furioso?

Será que a odiaria?

Será que entenderia?

Será que iria querer morar com Lucas?

Amaria mais a ele do que a ela?

Estava tão aflita, angustiada... estava tão apavorada e


ansiosa com o desconhecido que fugir agora lhe parecia uma
opção razoável. Pelos deuses! Desde que deixou Lucas
aprendeu a nunca se esquivar dos problemas, os enfrentava
sendo a maior, mais fria e dura filha da puta do mundo!
Exceto que, neste momento, Lucas a aterrorizava além da
morte.

—Não tenho ideia. — Ela balbuciou consternada,


desabando sobre a cadeira da cozinha.

Sentia como se fosse chorar. Suas desculpas


machucavam porque não lhe deram um encerramento. Ele
não deu uma razão boa o suficiente. O fato de estar bêbado
não explicava o motivo pelo qual ele a traiu. Ela queria saber
o que fez de errado. Como ela poderia ter evitado isso? Será
que não era boa na cama? Não lhe deu prazer suficiente? Não
o amou da forma como ele precisava ser amado? O quê? O
que ela fez de errado?

Como os olhos dele continuavam cravados nela à


espera, ela acabou acrescentando.

—É que até este momento não pensei nisso.

—Acho que, talvez, você deva... pois logo estarei


contando à minha mãe e você pode imaginar como as coisas
vão se desenvolver a partir daí... — Ele assinalou com certo
nervosismo.

A lembrança de Molly Brooks fez um sorriso carinhoso


aparecer em seu rosto, uma vez que a amou como se fosse
sua própria mãe. Era umas das mais belas pessoas que
conhecia, por dentro e por fora. Acreditava,
incondicionalmente, no verdadeiro amor e em almas gêmeas,
partindo do princípio de que para cada homem existia apenas
uma única mulher. Assim foi seu James para ela, assim
afirmava ser Lucas o par perfeito para Fallon.
Fallon costumava acreditar nela.

—Será que podemos aguardar uma semana para isso?


Talvez depois do seu aniversário?

Negando com um aceno, ele sentenciou.

—Eu quero que minha mãe venha para a festa de


aniversário.

Em silêncio, ela lentamente consentiu com um gesto.


Mas, será que realmente se achava preparada para
confrontar a eventual e justificável cólera da Sra. Brooks?
Após a morte do marido, ela se tornou uma protetora
ferrenha do filho, mas quem poderia culpá-la? Sendo mãe,
Fallon não somente compreendia seus cuidados extremados,
mas, por certo, atuaria da mesma forma caso se tratasse de
Aiden. Mas poderia lidar com alguma represália mais áspera
por parte da mãe de Lucas? Ela não teria obrigação nenhuma
de ser educada ou até mesmo sensata com Fallon. Porra! Ela
estava surpresa que Lucas fosse tão educado. Ela esperava
uma fúria quase implacável, quebra-quebra, xingamentos e
insultos. Quem sabe Molly também a surpreendesse tentando
não matá-la logo de cara? Bom, no entanto, se ocorresse o
contrário quem a condenaria? Sua própria mãe cometeria
assassinato se alguém procurasse afastá-la de Aiden.

Fallon respirou profunda e agudamente.

Ela teria que contar à sua família.

Oh, não... Seu pai iria trucidar Lucas... e sua mãe?


Ficaria tão chateada... que droga, isso sim seria ruim!
—O que está errado?

Com os olhos arregalados com verdadeiro horror, Fallon


mirou o rosto de Lucas.

— Meu pai vai matar você!

Lucas gargalhou.

—Duvido muito que após sete anos ele queira me matar.


Quero dizer, em geral, passado algum tempo as pessoas
costumam superar e dar prosseguimento as suas vidas. Ah,
mas esqueci que é seu pai.

—Ah, cale a boca, Lucas... estou falando sério. Ele


quase me esganou por não revelar quem me engravidou. A
coisa toda pode ficar muito ruim! Você está realmente
decidido sobre isto?

Ele se inclinou contra o balcão e revirou os olhos.

—Seu pai não pode me manter afastado do meu filho,


assim relaxe e tire isso da cabeça.

Resignada, ela encolheu os ombros.

— Bem, só estou te avisando. Foi você quem começou a


falar de famílias quando citou sua mãe.

—Só que a minha mãe não vai querer matá-la,


talvez...uns safanões. Mas eu a protegerei.

Fallon olhou para ele, fuzilando-o com o olhar ao


perceber aquele seu sorriso presunçoso.

—Eu não preciso de sua proteção!

—Que seja. Assim sendo, uma semana?


Fallon engoliu em seco.

—Uma semana?

—Sim.

—Hum... Tudo bem.

—Faremos isso juntos. Durante esta semana eu o


conhecerei melhor, no final de semana lhe diremos.

—Hum.. ok. É feriado de primavera, ele não tem aulas,


portanto ficará comigo no escritório.

Após pensar por breves instantes, Lucas perguntou.

—Posso pegá-lo durante o dia?

—Mas você não tem que jogar?

—Estou treinando a semana toda, porém não tenho


jogos marcados. Elli quer que eu tenha algum tempo livre.

—Hum. — Fallon engoliu. Então Elli já sabia.

—Sim. Treinarei de manhã bem cedo e, se estiver tudo


bem com você, eu o pego no seu escritório a fim de
começarmos a nos conhecer mais.

—Está bem. — Concordou.

—Bom, tem planos para amanhã?

Fallon negou com a cabeça.

—Tenho que trabalhar, então ele ficaria com Audrey.

—Ótimo, então já posso buscá-lo amanhã?

Abaixando o olhar, ela suspirou triste.

—Claro.
E assim tudo começa...

—Relaxe Fallon, não deixarei que nada aconteça.

—Espero que não, porque não tenho costume de deixá-


lo sair com ninguém.

—Ele ficará bem. — Disse, retirando seu celular do bolso


e o entregando a ela. —Ponha seu número no meu telefone e
ligue do seu celular para o meu, assim terá meu número para
qualquer eventualidade.

Rapidamente ela pegou o aparelho, encarando Lucas em


seguida.

—Então ainda está tendo problemas com a dislexia?

Parecendo desconfortável, ele desviou o olhar para outro


canto, tentando demonstrar indiferença.

— As vezes... sim.

Fallon assentiu aborrecida pelo fato dele ainda sofrer


com sua condição. Por que não conseguira ajuda? Será que
não havia nada que pudessem fazer por ele?

Digitando seu número no dele, ela tirou uma rápida foto


de si mesma para ser identificada. Ao se fotografar notou que
seu rosto estava coberto de farinha. Ótimo, ela estava toda
bagunçada. Depois disso, configurou o celular dele para que
ele a encontrasse pela imagem e então ligou para ele,
deixando tocar uma vez, dando a ele seu número. Devolveu-
lhe o aparelho, programando o seu próprio, no exato instante
em que ele comentava.

—Eu imaginei que vocês vivessem num lugar maior.


Espantada, ela perguntou.

—O que quer dizer?

Fixando-lhe o olhar, ele falou.

—A casa é pequena, não tem quintal ou jardim.

—Existe um parque do outro lado da rua. E não


moramos numa casa maior porque assim Aiden pode
frequentar uma das melhores escolas particulares de
Nashville. A New Life é cara.

—Então me deixe ajudá-la. — Ele pediu. —Assim meu


filho poderá viver num lugar mais agradável.

—Opa... Porra, Lucas! Minha casa é muito boa.


Obrigada.

—É minúscula, um garoto precisa ter seu próprio


quarto.

—Aiden está perfeitamente bem instalado e, pela


milésima vez, não preciso que você me dê nada. Quer passar
algum tempo com Aiden? Está bem, lhe concederei isso,
apesar de não estar animada. Contudo, não se atreva a achar
que começarei a aceitar dinheiro, dando-lhe espaço para
pensar que suas dívidas estarão pagas quando, num futuro
próximo, você estiver pronto para cair fora! — ela esbravejou.

—Jamais faria isso e, pela centésima vez, estou apenas


me empenhando em providenciar que Aiden tenha tudo do
bom e do melhor.

—Durante sete anos ele viveu sem essa porra, então não
precisa disso agora!
—Farei com que ele precise, você gostando ou não, eu
realmente não dou uma...

A porta voou aberta e Aiden entrou todo estabanado na


casa com Audrey e Levi no seu encalço. Estancando à frente
deles, colocou as mãozinhas no quadril e sorriu abertamente.

—Eu tomei sorvete, muitos e muitos dele! Mas não tinha


um filme que eu quisesse ver, então viemos para casa... eu
disse que o sorvete era bom?

Ambos respiravam com dificuldade ao contemplarem


aquele lindo pacotinho doce que fizeram juntos. Colocando de
lados suas emoções e diferenças com Lucas, ela sorriu para o
seu tesouro.

—Você se divertiu?

—Muito! E vocês o que estão fazendo?

—Apenas conversando. Lucas convidou você para


passar um tempo com ele amanhã, se quiser. — Ela lhe disse
enquanto Lucas sorria.

Aiden balançou tanto a cabeça que parecia um daqueles


bonequinhos cujo corpo pequenino apoiava uma cabeça
móvel e descomunal que nunca parava de balançar...

—Claro que quero! Seria fantástico!

—Esplêndido, eu pego você às... — Lucas se calou


olhando para Fallon, que apenas encolheu os ombros.

—Saio para trabalhar às dez, mas Audrey estará aqui o


dia todo, certo? — Fallon perguntou à irmã.

—Sim.— Audrey deu um leve aceno.


Lucas então, abaixou os olhos para o filho.

—Você quer dormir até às dez?

—Não... Estarei pronto às nove, porque aí já assisti a


todos os meus programas na TV. Ei, talvez você possa chegar
mais cedinho para ver comigo. Mamãe poderia fazer
panquecas para nós, aí vemos meus desenhos e depois a
gente vai. — Ele exclamou entusiasmado. —O Levi também
vai?

—Não, companheiro. Amanhã, só você e Lucas. Tenho


muito trabalho para fazer. — Respondeu Levi.

—Legal, então você vem mais cedo? — Aiden perguntou,


praticamente saltando no lugar enquanto olhava para Lucas.
Quando notou o filho usar aquele seu jeitinho de olhar todo
desolado, Fallon não se aguentou e riu. Pobre Lucas, mal
sabia ele que acabou de virar uma marionete nas mãos de
Aiden.

—Tudo bem para você?— Ele se dirigiu a ela, que


simplesmente concordou. Ela apreciou que ele lhe pedisse, ao
invés de suplantar sua autoridade ou então, apenas presumir
que tudo estaria combinado entre os dois. —A que horas,
amiguinho?

—Sete.

—Estarei aqui.

—Legal!

Lucas sorriu abertamente para ele antes de olhar para


Fallon.
—Bem, se vou acordar cedo assim, melhor que eu vá
para casa e durma um pouco.

—Muito justo. Aiden, docinho, diga boa noite a todos. É


hora de dormir. — Fallon o direcionou, acariciando-lhe as
costas.

—Boa noite! Amanhã nos veremos, Lucas. — Ele falou


radiante, seguindo para as escadas.

—Mal posso esperar. — Ele respondeu, acenando-lhe


um adeus. Aiden retribuiu o gesto, subindo para o quarto,
sob o olhar apurado da mãe.

—Vou colocá-lo na cama. Lucas, sempre bom vê-lo. Levi.


— Audrey se despediu, lançando um penetrante olhar a Levi
antes de subir.

—Audrey. — Ele a saudou, vendo-a sumir de vista.

Isso foi bizarro! Fallon teria que alertar sua irmã sobre
Levi. O cara era exemplo vivo de um homem puta.

—Boa noite, Audrey. Obrigado. — Lucas a


cumprimentou quando ela passou por ele. Antes que Audrey
sumisse pela escada, os dois trocaram um sorriso. Fallon
caminhou até a porta, abrindo-a para que eles partissem.

—Fallon. — Levi murmurou ao sair. Mostrava-lhe a


língua em sinal de repugnância, quando Lucas parou à sua
frente. No mesmo instante em que ela ergueu os olhos,
congelou... então ele estendeu as mãos e envolveu seu rosto.
Ela perdeu a noção de tempo, enquanto se deliciava com o
calor que se propagou por suas bochechas. Ele deslizou o
polegar por seu rosto até esfregá-lo em seu lábio inferior,
cravando-lhe os olhos nos seus.

—Obrigado, Fallon. — Ele sussurrou, e tudo o que ela


pode fazer foi assentir.

Como sentiu falta disso! Por tantas noites, sonhou com


suas mãos tocando o seu rosto, e era justamente como
lembrava. Deus, como ela sentia falta.

Com um sorriso atrevido ele se inclinou e pressionou os


lábios sobre seu nariz. Suavemente ela fechou os olhos,
desfrutando daquela boca quente e macia. Respirou
profundamente e quando abriu os olhos, visualizou Lucas se
afastar, sorrindo. Ali, ela permaneceu imóvel, acompanhando
aquele seu andar seguro e confiante até que, por fim, ele
entrou no carro, enviando-lhe um último olhar.

E foi aí que ela percebeu que estava realmente em


apuros, bem fodida! Porque Lucas Brooks estava em uma
missão.

E ela era seu alvo.

Sentado na cama, telefone na mão, Lucas buscava


coragem para ligar para a mãe.

A noite foi muito louca.

Fallon se comportou exatamente como ele imaginou,


bem filha da puta, malvada e muito assustada. Não que ele
compreendesse o motivo pelo qual ela estava tão assustada...
Claro que nunca tentaria tirar Aiden dela, mas tinha a
intenção de se certificar que seu filho tivesse o melhor. Se
sentia horrível por discutir com ela e, mais ainda, odiava vê-
la chorar, exceto que esta noite simplesmente foi tudo isso o
que aconteceu. Se ela não estava sendo uma cadela, estava
chorando, se não estava chorando, estava brincando com ele.
Parecia bipolar, mas ele sabia que não agia assim
normalmente. Foi ele quem a induziu a este comportamento.
Mas, de modo algum se permitiria ser um pai omisso. A partir
de agora, seu filho teria um pai.

Nunca mais estaria sozinho. Lucas era um homem


muito orgulhoso e possuía muito amor no coração para
deixar uma criança crescer sem um pai.

Apoiando a cabeça sobre uma das mão, torceu para que


seus dedos rapidamente decifrassem o número da mãe, de
modo que pudesse lhe contar sobre o neto. Sabia que ela
surtaria e pularia no primeiro avião para Nashville, contudo,
precisava convencê-la do contrário porque primeiro era
imprescindível que pai e filho tivessem um tempo para se
conhecerem melhor.

Quando se deparou com sua foto, discou e esperou que


atendesse.

—Alô?

—Oi, mãe. — Disse Lucas, num tom sério.

—Coração, você está bem? É tarde.


—Estou bem, mas preciso tratar de um assunto com
você.

—Certo, à meia-noite? O que está errado?

Ele se esqueceu da diferença no fuso horário e acabou


se sentindo mal por telefonar tão tarde. Isso apenas a
preocuparia mais..., mas, fazer o que? Já se passaram três
dias desde que ele tomou conhecimento da existência de
Aiden. Precisava contar para ela.

—Mamãe, hã... hum, não sei bem como lhe dizer isso.
Então, vou apenas falar. — Ele começou.

—Você está me assustando, coração, qual o problema?

—Eu tenho um filho, mãe.

Esforçando-se para respirar e relaxar, fechou os olhos.


Falar em voz alta que tinha um filho sempre o nocauteava.
Ainda era um choque imenso que fosse capaz de gerar uma
vida, ter conhecimento de que Aiden vivia há tempos sem que
ele participasse de sua vida, quebrava seu coração.

—Desculpe, coração, acho que devo ter escutado mal... o


que você disse sobre milho? — Molly perguntou. Pelos sons
de sua respiração, percebeu que ela levantava da cama.

—Não mãe, eu tenho um filho! Uma criança que se


parece comigo.

—Você está brincando, certo? — Molly prendeu o fôlego.

—Não, eu acabei de descobrir.

—O quê? Com quem? Tem certeza que é seu?


Assentia com a cabeça, mesmo sabendo que sua mãe
não o veria.

— Sim, ele é uma cópia exata de mim, basta um único


olhar para perceber.

—Oh, santo Deus. — Ela ofegou no mesmo momento em


que ele se levantava agitado e começava a andar pelo quarto.
—Estarei em um avião amanhã.

Ele imediatamente sorriu.

— Não... ainda não, mãe. Deixe-me conhecê-lo melhor


antes de vir.

Por alguns minutos, tudo foi silêncio... então, ela


perguntou.

—Quantos anos ele tem?

—Seis.

—Seis! Poderoso Deus... pegarei um voo amanhã


mesmo.

—Mamãe, por favor. Não venha! Preciso passar algum


tempo a sós com ele.

—Oh, coração, mas eu não viajarei por sua causa ou


para conhecer o menino... vou porque matarei a maldita que
manteve meu neto em segredo! Quem é ela?

Lucas estava até um pouco receoso em lhe contar.


Certamente, ela ficaria furiosa ao escutar o nome de Fallon,
mas que escolha tinha? Não podia mentir. Soltando a
respiração que estava segurando, ele gemeu.
—Fallon.

Ele sentiu como se Molly sugasse o ar que ele soltou


deste lado do aparelho...

—Não, eu não acredito nisso. Fallon nunca esconderia


uma criança de alguém.

—Também achava que não, exceto que eu o vi. Ele é


meu.

—Oh, meu Deus, que mal você realmente fez àquela


pobre garota?

Eu realmente a fodi... ele pensou, cobrindo o rosto com


a mão.

—Algo tão extremo que a fez manter meu filho em


segredo, afastado de mim.

—Bom Jesus, mas isso é loucura!

—Não brinca... — Zombou ele, esfregando os olhos.

Lucas ficou ouvindo seu difícil respirar até que,


finalmente, ela perguntou.

—Que nome ela colocou nele?

—Aiden James Brooks. — Lucas disse orgulhosamente.


— Foi assim exatamente que ele se apresentou a mim. —
Acrescentando com um sorriso e ignorando o choro que ouviu
do outro lado da linha quando o nome James foi mencionado.
Claro que isso a faria chorar mais do que ter a notícia da
existência do neto.
—Mesmo querendo esganar esta criatura estúpida, eu
ainda poderia beijá-la... afinal, Fallon sempre teve um bom
coração, eu acho que ela apenas não sabia o que fazer.

—Imagino que sim. — Ele concordou, esperando Molly


continuar.

—E então, o que você vai fazer?

—Já temos toda a papelada em andamento. Amanhã,


Fallon me entregará os documentos assinados, mas neste
meio tempo, conhecerei o meu garoto.

—Quando poderei conhecê-lo?

—Seu aniversário, será em duas semanas mãe, eu lhe


enviarei as passagens. Também pedirei a Levi para lhe
mandar algumas fotos dele, amanhã logo cedo.

—Ótimo! Meu Deus, é muita informação ao mesmo


tempo... —Ela bufou irritada.

Ele sorriu.

—Eu sei... até agora ainda não caiu a ficha direito.

—Como está Fallon?

Ao que parece ainda se importava com Fallon. Molly a


amava como a filha que nunca teve. Este era um dos
principais motivos pelos quais a amava tanto..., porque sua
mãe também o fazia.

—Bom, ela está simplesmente sendo desagradável ao


extremo. Porém, é visível que está usando a indelicadeza e
rispidez como mecanismo de defesa. Acho que, em breve, vai
ficar tudo bem. Ela sabe que não farei nada para magoar
Aiden.

Lucas olhou para a grande foto dependurada à frente de


sua cama, uma em que ele e o pai estavam juntos. Conforme
sua mãe divagava sobre as dificuldades que, provavelmente,
Fallon teve, tudo o que sua mente conseguia considerar era
se seu pai estaria desapontado com ele... porque, de repente,
Lucas se sentiu um verdadeiro fracasso na vida.

Não conseguiu manter seu pai vivo, seus vícios, não foi
inteligente o bastante para aprender a ler e, para piorar,
perdeu Fallon. A única coisa em que era efetivamente bom
era jogando Hóquei.

Lucas decidiu que não haveria nada nem ninguém


capaz de impedi-lo de ser um bom pai. Apenas pensar em
Aiden o fazia sorrir, e soube que seria o melhor pai desse
mundo!

Não importava o que Fallon quisesse.

Ao subir as escadas para seu quarto, Fallon


permaneceu ofegante. Do jeito como dramatizava a coisa
toda, parecia que o suave toque dos lábios dele em seu nariz
era na realidade, um beijo de língua. Seu coração ainda batia
desordenado contra o peito, o suor escorria pelas costas e ela
jurava estar zonza...

Esse homem tinha o dom de foder com sua cabeça!


E isso era ruim... bem ruim.

Ela tentou afugentá-lo de sua mente ao caminhar até o


banheiro, porém antes de chegar, ouviu Aiden lá dentro
comentar.

—Lucas é legal.

Audrey riu, fazendo Fallon encostar-se à parede,


esperando o resto da conversa.

—É sim.

—Acho que ele é incrível. Ele tem o mesmo nome que eu!
É legal porque eu também sou legal.

Fallon sorriu e Audrey gracejou.

—Está certo. — Disse rindo.

Ela agora podia ouvir o som de alguns pingos de água,


antes de Aiden perguntar.

—Você acha que ele e mamãe vão se casar?

Antes do chuveiro ser ligado, ela escutou sua irmã


limpando a garganta.

—Aiden, docinho, eles não estão namorando. Ele é


apenas um amigo.

—Talvez eles possam casar. Você pode pedir para


mamãe? Lucas é tão legal.

—Aiden James, você nem o conhece! Ele pode ser um


hipogrifo!

O comentário o fez rir e Fallon tentou muito se alegrar,


mas não foi bem-sucedida. Seu garotinho desejava de todo
coração um pai e saber que ela era a culpada por isso a
estraçalhava. Neste mundo, não poderia existir uma pessoa
mais abominável e desprezível do que ela.

—Não, ele é legal demais para isso. Eu me sinto bem,


perto dele. Com algumas outras pessoas eu não gosto, fico
esquisito se chego perto, igual o zelador da escola! Ele é
arrepiante! — Aiden exclamou enquanto ela secava os olhos e
abria um sorriso. Certamente procuraria informações na
escola sobre o tal ser assustador, porque algo deveria estar
errado se seu filho não se sentia à vontade próximo ao
homem. — Mas Lucas, eu acho que ele é bom. Ele também
é grande! Aposto que ele pode matar um bilhão de hipogrifos!

—Não sei não, companheiro. Eu acho que eles são


apenas amigos. — Audrey insistiu.

—Mas você pode pedir, por favor? Mamãe ouve você.

Céus, ela não pode aguentar mais. Virando-se


impetuosamente, correu escada abaixo, os soluços rasgando-
lhe o coração. Seu menino a odiaria! Como lhe explicar
porque razão ela os manteve distantes um do outro?

Aiden, meu amor, seu pai me traiu e bom, eu fui muito


covarde para lhe contar... sinto muito, docinho! Mas veja
agora tudo está bem... ele prometeu que não irá a lugar
nenhum!

Não, não funcionaria. Que porra iria dizer?

Desabando na cadeira mais próxima, se odiou por ter se


metido numa situação tão complicada. Se fosse corajosa, ao
invés de ter medo do que Lucas diria ou faria, agora não
enfrentaria esses problemas, ficar com medo da hipótese de
que o pai de seu filho lhe tirasse a criança e angustiada pela
possibilidade de perder o amor de Aiden, quando a verdade
do que fez viesse à tona.

Lentamente baixou o olhar para a pilha de papéis que


Lucas lhe trouxe. No momento em que preenchesse e
assinasse a documentação, tudo se tornaria real... a partir
daí ele teria direitos concedidos pela paternidade e os usaria
se fosse preciso. E apesar de dizer que não acreditava nele,
seu coração não se enganava e sabia que foi sincero.

Porque, no fundo, ele possuía a mesma ferocidade


protetora de sua mãe, portanto, faria qualquer sacrifício por
quem amava. Quando afirmou que já amava Aiden, ela sabia
que era verdade, pois seu filho realmente tinha uma
personalidade cativante, tão doce e metido a engraçadinho
tornou-se rapidamente, o garoto mais popular na classe
porque não havia como não o adorar. Ele era tão charmoso e
encantador quanto seu pai. Se não houvesse este e se... Tudo
seria mais tranquilo na sua cabeça, mas e se ele encontrasse
alguém com quem quisesse ter uma família e acabasse
desprezando Aiden? Ela percebia que ele agora desejava estar
na vida do filho, mas no futuro o que poderia acontecer?

Levantando-se da mesa, pegou uma caneta na gaveta e


retornou à papelada para começar a leitura. De cara, a
primeira abordagem referia-se às formas adequadas para
legitimar a paternidade. Preencheu as primeiras páginas,
quando Audrey entrou na cozinha.
—Bem, desde que ambos estão respirando e vivos, acho
que não foi tão ruim assim.

Fingindo indiferença declarou.

— Lucas foi muito compreensivo, o que me faz pensar


que está tramando algo. O homem que eu conhecia perderia
sua cabeça e sem dúvida, não sossegaria enquanto não me
destruísse.

Pegando uma maçã na fruteira, sua irmã sorriu.

—Talvez ele não seja mais aquele homem.

—É o que ele afirma. Veremos.

—Acho que é um bom rapaz, Fallon. Você sabe que eu


conheço bem os homens.

Fallon caiu na risada.

—Eu sei que isso não é verdade... — Disse rindo. — Se


fosse perita nisso, jamais comeria Levi Moss com os olhos.
Fique longe dele, irmã, o cara é podre.

Audrey deu uma risadinha.

—Ei, e se eu quiser transar, qual é o problema?

—Não há problema numa rapidinha, apenas tenha em


mente que Levi não presta. Então, seja esperta e não comece
nada com ele.

Com um leve sorriso, Audrey assentiu.

—Não começarei.

Retornando a examinar os formulários, Fallon notou que


precisava de informações fiscais, de modo que, se dirigiu ao
arquivo no quarto dos fundos para pegar umas pastas e por
fim a papelada.

—O que é tudo isso?

Aborrecida ela disse.

—Documentos para instruir a petição de


reconhecimento de paternidade, que o advogado de Lucas
preparou.

—Certo e o que consta neles?

—Basicamente, é um monte de baboseiras


reconhecendo também os direitos de Lucas sobre Aiden.
Claro, teremos que fazer um teste de paternidade e então eu
imagino que receberei uma pensão alimentícia para ajudar
nas despesas dele, ainda que não queira.

—Pare de ser tão orgulhosa, não é agradável... — Audrey


disse com um sorriso. Fallon mostrou a língua esperando que
ela prosseguisse. —Receberá também as atrasadas?

Fazendo uma careta, ela exclamou.

—Nossa, sei lá... acho que preciso falar com meu


advogado, colocá-lo a par de tudo, o que é uma merda,
porque é o tio Phillip. Oh, Audrey, como eu vou contar a
mamãe e ao papai?

—Não faço ideia, mas será um pé no saco...— Sua irmã


disse. —No entanto, não importa o que digam ou pensem.
Sua única preocupação agora é Aiden.

—Justamente... O que direi a ele? — Fallon gemeu, já


com lágrimas nos olhos.
—Realmente não sei. É tudo tão surreal. — Audrey
concluiu, sem encará-la. —Aiden já o adora e quer que você
se case com ele.

Melancolicamente, sorriu.

—Eu sei. Eu ouvi.

—É uma loucura, porque é como se soubesse que Lucas


de alguma forma é especial.

—Verdade. O danadinho é tão intuitivo.

—Certamente é. Quando vão contar?

—No próximo fim de semana. — Ela respondeu. —Estou


com tanto medo.

—Por quê?

—Por quê? Não está claro? E se ele me odiar? —


Suspirou angustiada.

—Fallon Rayne Parker! Aquele rapazinho a ama de todo


seu coração! Jamais pense ou diga uma coisa dessas
novamente!

Envergonhada, ela abaixou os olhos.

—Muito bem, mas e se contarmos e em seguida, Lucas


for embora depois de apenas um mês. Não sei se aguentarei
vê-lo com o coraçãozinho partido... pois se apaixonará pelo
pai, ambas sabemos que isso acontecerá. É assustador.

—Tenha um pouco de fé no homem, irmã. Se Lucas não


quisesse ser pai, daria o fora logo no início, não viria com
toda esta papelada, e muito menos, pediria para estar com o
Aiden para conhecê-lo melhor.

—Certo, mas ele fez isso comigo.

—Fallon. — Ela levantou a voz para chamar a atenção.


—Maninha, a vida precisa continuar... acabou! Vocês
estavam apenas namorando isto se refere ao seu filho.

—Eu pensei que ele me amasse...

—As pessoas cometem erros. Não estou dizendo para


perdoá-lo, mas pelo menos permita que ele conviva com o
filho. Tudo ficará bem, Fallon! E se no final, ele realmente
decidir ser um filho da puta cretino... bem, então nós o
mataremos.

Fallon enfim olhou para a irmã e, de repente, ambas


estavam gargalhando porque sabiam que jamais seriam
capazes de matar alguém.

—Acredite, tudo ficará bem.

Balançando a cabeça ela disse.

—Espero que tenha razão.


Desde quando Fallon se preocupava se as panquecas
estavam perfeitamente redondas?

—Mamãe! Quando o Lucas vai chegar?

Ah sim, passou a se importar quando soube que Lucas


Brooks estaria ali para o café da manhã...

—Docinho, eu não sei. Mas nem são sete horas. —


Disse, observando o relógio. Faltavam ainda três minutos
para que ele chegasse e já estava com os nervos à flor da
pele. Ficou acordada a noite toda, rolando de um lado a
outro, toda inquieta com o fato de se encontrar com Lucas
novamente. Ele a enlouquecia com seus sorrisos maliciosos e
sua atitude arrogante, e agora ia começar a conhecer Aiden,
estava apavorada com a ideia de que o filho amaria o pai
mais do que a mãe.

Soltando um longo suspiro frustrado, ele andou


rapidamente até a janela e lá se sentou, fazendo com que ela
revirasse os olhos, antes de voltar a distribuir as panquecas
com formato de corações e carinhas de Mickey Mouse.
Geralmente, se obrigava a modelar ambos os padrões porque
Aiden, embora fosse muito detalhista acerca da forma de
suas panquecas, nunca conseguia escolher entre uma e
outra. Era sua versão especial de café juntos aos sábados.

Quando suas janelas começaram a tremular, ela soube


que Lucas chegou, antes até do filho começar a gritar. Aquilo
era algo que não havia mudado. Ele amava ouvir suas
preferências musicais no último volume e com ênfase no som
do baixo. Sorrindo para si mesma, começou a cantarolar a
letra da música, enquanto Aiden corria porta afora para
recepcioná-lo na varanda. Tão logo, seu garoto exclamou "Ei,
Lucas" ela se virou e o viu subindo a escada, todo sorridente
e concentrado apenas na pequenina figura de Aiden.

O homem estava diabolicamente sexy em seu jeans


justíssimo e uma camiseta preta dos Assassins. Seu cabelo,
ainda úmido, se escondia parcialmente sob um boné preto e
puta merda! O maldito não se barbeou... Fallon lentamente
fechou os olhos ao se lembrar da sensação em sua pele.
Costumava delirar com o raspar daqueles pelos curtos e
ásperos ao longo de sua nuca, pescoço e seios. Contudo,
quando ele se colocava entre suas coxas... nossa, era mágico!
A sensação era absolutamente indescritível...

— Estamos interrompendo alguma coisa?

Ela abriu mais olhos ao som da voz de Lucas, corando


instantaneamente por ser pega num momento tão
obscenamente íntimo, antes de Aiden começar a rir.
—Ela é sempre um zumbi assim cedinho. — Explicou o
garoto, sentando-se à mesa. Lucas, sorriu debochadamente, e
no instante em que os olhos dela se fixaram nos dele, soube
que a mente dele desvendou seus pensamentos mais
recentes. Desviando rápido o olhar, prestou atenção no filho e
replicou.

—Não sou! — Reclamou caminhando até o fogão para


pegar as panquecas ainda quentes, enquanto as risadas do
filho enchiam a cozinha.

—Bom dia, Fallon. — Cumprimentou Lucas.

—Bom dia, Lucas. — Ela respondeu, decidindo que o


trataria da mesma maneira que fosse tratada. Se ele se
mantivesse agradável, assim também seria.

Era o mínimo que poderia fazer.

Novamente o olhou recebendo em troca um sorriso


estudado, antes que ele deslizasse o olhar para seu corpo
todo coberto de peças básicas. Fallon sabia que ele viria,
deveria vestir algo mais justo e sexy. Ei! Por que faria isso?
Não se importava com o que ele pensasse!

Com raiva, ela levantou com força a travessa do fogão,


censurando-se ainda mais por se incomodar com o que Lucas
pensava dela.

—Mickey ou corações? — Perguntou ao filho quando se


aproximou para servi-los.

—Um? Não sei, qual deles você quer, Lucas? — Ele


ergueu os olhinhos e perguntou. Seguindo o exemplo de
Aiden, ela o observou, e um sorriso apareceu no rosto de
Lucas.

—Eu quero os seus corações.

O jeito como ele declarou isso foi simples, porém tão


cheio de significados ocultos que sua respiração falhou um
segundo antes do seu coração disparar. Ele então, sorriu
enquanto ela apunhalou quatro panquecas naquele formato e
colocou em seu prato.

—Eu também, mamãe! — Disse Aiden.

—Você sempre poderá ter todos os meus corações. —


Respondeu tentando dar uma alfinetada em Lucas.

Aiden de imediato, abriu um sorriso encantador no que


foi acompanhado por Lucas, que exibia exatamente o mesmo
sorriso. A única diferença entre eles era que o primeiro
carregava a mais pura inocência, ao passo que Lucas
espelhava a mais crua luxúria. Apressou-se em terminar
com as porções e foi buscar seu próprio prato. Aiden já
devorava suas panquecas, Lucas apenas a observava calado,
acompanhando todos os seus movimentos... era bem
estranho tê-lo ali olhando-a como fazia no passado. Antes,
isto costumava fazê-la se sentir a mulher mais bonita do
mundo, agora apenas mexia com seus nervos.

Antes de conseguir enfim, sentar-se à mesa, tropeçou


pelo menos duas vezes. Acomodando seu prato, estendeu a
mão para pegar o mel no centro da mesa. De relance, viu os
olhos de Lucas e notou o sorriso malicioso em seus lábios,
enquanto ele cortava uma panqueca.
Por que ele sorria?

O silêncio se instalou enquanto os dois comiam. Na


verdade, Aiden não era de falar durante as refeições, estava
sempre ocupadíssimo colocando o máximo de comida na
boca, então seria impossível que qualquer palavra saísse até
pelos lados. Não havia como negar que seu rapazinho era um
glutão nato. Deslocando seu olhar para o lado, percebeu que
o ditado uma maçã nunca cai longe da macieira tinha sua
razão de ser... também concentrado, Lucas tinha a boca cheia
de panquecas e um filete de mel escorrendo da boca até o
queixo, formando uma deliciosa trilha melada sobre sua
barba cerrada. Hum! Puta merda... sua boca se encheu de
água apenas com aquela visão. Ela nem queria mais a calda
que cobria as suas... queria lamber aquela em seu queixo,
nos seus lábios... merda, desejava derramar tudo sobre ele e
começar...

Argh! Precisava sair da mesa. Havia algo muito errado


com ela. Precisava de alguma ajuda médica ou algum sexo
desenfreado. Há muitos anos que não saía com alguém e
talvez, por esta razão fantasiasse tantas barbaridades com
ele.

Ou talvez fosse só porque era ele.

Fallon balançou a cabeça com desgosto, levantando-se


da mesa, sem sequer tocar nas panquecas. Carregou o prato
para a pia, sobressaltando-se ao se virar porque ambos se
concentravam nela.

—Mamãe, você nem comeu!


—Não estou com fome, meu amor, vá em frente e
termine logo seu café. Vou me arrumar para o trabalho. —
Declarou saindo da cozinha, mas ainda a tempo de ouvi-lo
concordar antes de se apressar pelas escadas. Se ela não
aguentava permanecer sentada com ele para um café da
manhã, como poderia enfrentá-lo pelos próximos onze anos?

Lucas observou como Fallon escapava rapidamente para


fora da cozinha, bufando e revirando os olhos.

Qual o problema com ela?

Tinha a nítida impressão de que o filho se perguntava a


mesma coisa, dada à forma como a olhava subir as escadas.
Fallon agiu estranha desde que ele chegou. Quando viu seu
rosto corado e seus lábios entreabertos, imediatamente soube
que ela pensava em algo selvagem e obsceno. Faria qualquer
coisa para estar dentro daquela mente agora mesmo, apenas
para saber o que trazia aquele olhar... lembrava daquela
linguagem corporal lasciva que, antes o convidava a retornar
para cama sem café da manhã.

Lucas adorava aquele olhar.

Aiden o olhou, encolhendo os ombros.

— Às vezes, ela é esquisita.

Sem saber o que dizer, Lucas apenas comentou.

— Ela provavelmente deve estar cansada.


—É... e então, o que vamos fazer hoje?

—O que você quiser. — Lucas disse. —Todo o meu dia é


seu.

—Legal! — Ele exclamou enquanto um lento sorriso


cruzava seu rostinho.

Lucas retribuiu o sorriso, voltando a comer porque


essas eram as melhores panquecas que ele já saboreou.
Fallon cozinhava muito... ficaria se empanturrando por dias
se fosse ela quem cozinhasse. Inclusive implorou que
frequentasse uma escola de culinária. Mas ela estava
determinada a administrar os negócios de vinhos da família,
então, quem era ele para discordar?

Terminaram a refeição quase ao mesmo tempo. Aiden


logo correu para a sala e Lucas recolheu e lavou os pratos,
antes de se juntar ao menino no sofá. Cores saltavam da tela
de TV enquanto um garoto se transformava em toda sorte de
monstros loucos.

—Que desenho é esse? —Ele perguntou ajeitando-se no


sofá.

—Ben 10, é super incrível! Meu favorito! — Anunciou ele


todo entusiasmado. Lucas retornou para a TV, rindo. Aiden
era tão cheio de vida! Quanto mais ele o observava, mais
convicto estava de que Fallon disse a verdade.

Aiden era totalmente igual a ele...

Conforme assistiam o desenho, ele considerou que o


entretenimento era além de divertido... pensando bem, talvez,
fosse apenas o próprio filho porque, definitivamente, esta
criança não podia permanecer sentada quieta, nem que sua
vida dependesse disso. Ele pulava, chutava e dava golpes,
lutando tal qual o garoto do desenho. Cada vez que matava
uma das criaturas na TV, lançava a Lucas um sorriso
divertido e, se Lucas correspondia, aí então o dele se tornava
tão radiante. Era o paraíso! E ele honestamente, não poderia
imaginar outro lugar mais maravilhoso que preferisse estar
do que ao lado do seu filho.

Fallon contemplou-se no enorme espelho. O jeans que


escolheu fazia com que sua bunda parecesse incrível e sua
blusa amarela decotada mostrava a perfeição de sua pele.
Seu rabo de cavalo foi minuciosamente preso e a maquiagem
metodicamente bem elaborada. Óbvia a razão pela qual se
preocupou tanto com suas roupas hoje. E tinha tudo a ver
com o homem sentado em seu sofá assistindo desenhos
animados.

Normalmente não ligava em vestir agasalhos para


trabalhar aos sábados, pois nunca havia ninguém na
empresa. Mas não hoje... não quando seu ex encontrava-se
acomodado no sofá do primeiro andar. Não, neste caso
precisava parecer muito bem.

Porque ela era louca.


Por que isso importa? Quem se preocupa com o que ele
pensa?

Ela se importava. E quão triste era isso!

Aborrecida consigo mesma, deslizou os pés em sua


sapatilha de flanela amarela Kate Spade, e foi caminhando
para o closet a fim de encontrar uma bolsa que combinasse
com os sapatos. Uma vez pronta, passou em frente à porta do
banheiro e ouviu o chuveiro. Audrey acordou tão tarde. Ela,
em geral, madrugava!

Fallon encolheu os ombros enquanto continuou pelas


escadas. Mas, mal chegou no último degrau e já percebeu
que os desenhos de Aiden acabavam, o que implicava dizer
que em breve Lucas o levaria. Onde será que iriam? O que
fariam? Será que seu anjinho sentiria sua falta?

Quando Lucas se levantou de repente, os olhos de


Fallon arregalaram. Ele moveu os braços para cima,
alongando, e Fallon podia ver cada músculo em seu
movimento sob a camisa. Novamente sua boca salivou e seus
dedos coçaram com a vontade quase louca de tocar suas
costas. Precisou se esforçar ao extremo para desviar o olhar
bem na hora que seu filho se virou e a descobriu ali.

—O dia de Lucas é todo meu, mamãe! Isso não é legal?


— Aiden cantarolou.

Sorrindo, ela concordou.

—Claro que é, querido. E então, o que vão fazer?

Virando-se também, Lucas encolheu os ombros.


—Não sei, o que vai ser, companheiro?

Pensando por alguns segundos, ele acabou


perguntando.

—Podemos ir ao zoológico?

—Parece ótimo. — Afirmou Lucas.

—E é... Aiden adora o jardim zoológico. — Fallon


salientou, rodeando o sofá para abraçar seu filho mais que
perfeitinho. —Não é, meu amor?

—De todos é o meu lugar favorito no mundo, além do


Museu de Ciências.

—Que tal se formos lá na segunda-feira, já que nunca o


visitei? E, sabe o que mais? Também não fui ao zoológico,
então espero que você seja um bom guia.

Aiden ficou acenando vigorosamente com a cabeça.

—Eu sou! Não sou mamãe?

Ele a olhava com seus olhinhos cinza translúcidos


radiantes de emoção.

—O melhor. — Ela pigarreou a resposta com os olhos já


cheios de lágrimas. Ah, isto seria difícil...

—Certo garoto, está pronto? — Lucas perguntou,


batendo suas mãos.

—Yuppiee! Tenho que calçar os sapatos. — Ele gritou,


voando escada acima.

—Pegue seu casaco, Aiden James. Pode esfriar. — Ela


acrescentou antes dele sumir.
Então encarou Lucas que tinha um sorriso calmo.

—Ele ficará bem comigo.

—Eu sei. —Disse tranquila. —Estou apenas um pouco


nervosa.

Quando ele segurou sua mão na dele, com surpresa ela


o olhou.

— Não fique.

Piscando, abaixou os olhos para as mãos deles juntas.


Sua palma da mão fervia dentro da dele, mas era como voltar
para casa. Ela limpou a garganta, puxou depressa a sua mão
e a colocou no bolso de trás da calça.

—A propósito, você não pode ouvir aquele tipo de


música ao aparecer pela manhã. — Ela disse abruptamente,
levando Lucas a gargalhar.

—Sinto muito, o quê? —Ele perguntou.

—Sim, aquela música que ouvia quando chegou. Eu sei


que você ouvia Justin Bieber. Basicamente, não escuto rap
perto de Aiden.

As sobrancelhas de Lucas se aproximaram.

—Por quê? Ele ainda nem entende dessas coisas.

—Não me interessa. Não quero meu filho ouvindo


homens discursando sobre putas, sexo, drogas e violência. Se
não puder me atender nisso, então ele não sairá com você.

—Ah, qual é... elas não são tão ruins assim e você
costumava gostar desse tipo de música.— Ele a desafiou.
E ela nunca diria a ele que ainda amava, tanto quanto
ele. Mas seu filho, nem a irmã, sabiam disso.

—Não mais. — Ela mentiu, desviando o olhar. —Ligue o


rádio.

—Eu odeio rádio.

—Certo, então Aiden pode levar um CD. — Ela disse


redirecionando-se para a escada e aguardando o filho
aparecer. Tão logo ele o fez, ela pediu. —Aiden, traga um dos
seus CDs, pois Lucas não tem nada de bom em seu carro.

—Está bem, mamãe!

—Tenho sim! Tenho o que há de melhor do gênero RAP.


— Sibilou ele, irritadíssimo.

Fallon sabia que entrava em território minado quando o


assunto era a música de Lucas, principalmente, porque ele
era muito sensível sobre o que ouvia ou o que gostava. Fallon
queria rir, mas, se gargalhasse alto, brincaria com fogo e
teriam uma briga. Melhor deixar passar, sem maiores atritos
com ele nesta manhã. Bem, ao menos, não mais do que já
tiveram.

Ambos olharam para as escadas quando Aiden surgiu


correndo com um CD e o casaco.

—Estou pronto, Lucas! —Ele anunciou enquanto saltava


os últimos degraus e tropeçava nas pernas de Lucas.

—Ei, amigo, cuidado. — Lucas nervoso o alertou, seu


braço envolvendo os ombros do garoto.
—Desculpe. — Disse apreensivo antes de olhar para sua
mãe.

—Sem problemas, só não quero que se machuque.

Então Aiden olhou para Lucas e lhe deu o mais belo


sorriso do mundo. Um que tirou o fôlego dela, seu filho era
uma criança tão linda.

—Que CD trouxe? — Lucas perguntou, fazendo com que


ele o erguesse tão alto quanto seu tamanho permitisse.

—Big Time Rush. Eles são os melhores.

Lucas abriu bem os olhos com tal horror, que Fallon


quase se asfixiou prendendo a risada.

—Ainda existem bandas de menino?

Obrigou-se a desviar o olhar ou explodiria em


gargalhadas. Em seguida, foi em direção ao casaco, sem se
aventurar em responder.

—Sim e eles são os melhores! — Aiden reiterou


enquanto ela vestia a jaqueta.

—Bom... não sei se concordo muito com você sobre esse


assunto, meu amigo. — disse Lucas, analisando frente e
verso do deplorável CD. Aiden, no entanto, permaneceu ali
sorrindo até que a mãe o envolveu num abraço.

—Tenho que ir docinho, tenha um bom dia. Se precisar


de mim, me ligue, certo? Lucas tem meu número.

—Sim mamãe, tchau. — Ele falou, depositando um beijo


sobre seus lábios. Despedidas feitas, ela segurou sua
mãozinha, caminhou com ele para fora, com Lucas atrás
deles, ainda olhando o verso do CD. Como ele estacionou seu
carro atrás do dela, aproveitou para colocar o filho no banco
traseiro, notando que ele já providenciou uma cadeirinha
especial para Aiden.

—Por acaso, isso é mesmo música? — Lucas a


interpelou. Ela manteve-se calada, observando Aiden se
acomodar na cadeirinha e afivelar o cinto.

—Tchau, querido. —Ela se despediu, fechando a porta


do carro. Então virou para Lucas. —Claro e é ótima!

Fallon sabia que era errado mentir assim, mas apenas a


ideia de colocá-lo em uma situação dessas naquela enorme
SUV Escalade preta, balançando ao som de Big Time Rush, a
faria se divertir pelo resto do dia.

—Eu tenho absoluta certeza de que está mentindo para


mim. — Comentou sorrindo e acrescentou apressado, com
uma piscadinha. — Mas se me der um beijo bem docinho, eu
a perdoarei...

Rindo, ela foi se afastando dele, rumo ao próprio carro.

—Muito bom que eu não esteja procurando por perdão.


— Gritou-lhe de costas.

Ao alcançar seu carro, virou-se, esboçou-lhe outro


sorrisinho, acenou para Aiden e entrou. Respirou
profundamente, admirando pelo retrovisor Lucas balançar a
cabeça ao colocar-se atrás do volante. Ele abriu o CD e cheio
de desprezo, o colocou no CD player. Mas, foi somente ao
perceber que o filho começou a balançar a cabeça no ritmo da
música, que ela não mais se segurou e deixou a risada
escapar... risada esta que virou uma gostosa gargalhada, ao
observar como Lucas agora rolava os olhos.

Lucas queria arrancar sua cabeça.

—Your boy boy b-b-b-b-b-boyfriend. Your boy boy b-b-b-


b-b-boyfriend.— Seu garoto cantava.

Tudo o que ele conseguia fazer, conforme Aiden cantava


sobre ser namorado de uma garota, era morder a língua. Que
fodido neste mundo fez esses caras famosos? Nem fodendo
isto era música... parecia tortura em forma de som. Pelo
espelho retrovisor, visualizou Aiden cantando o refrão
enquanto movimentava seus bracinhos. O garoto sabia
cantar, mas Lucas gostaria muito que fosse algo bem melhor
que este lixo!

Ao divisar a área do zoológico, quase chorou de


felicidade. Imediatamente, baixou o volume, diminuindo tudo
de uma vez só.

—Ei, agora que chegaria a parte boa. — Aiden se


queixou.

Havia uma parte boa?

—Sinto muito, companheiro, mas não queremos


assustar os animais, não é? — Lucas declarou, abaixando o
vidro para pegar o bilhete de estacionamento.
—Ah, é, você está certo. Seu carro é realmente muito
barulhento. Eu gosto! —Ele tagarelava enquanto Lucas
recebia os bilhetes.

—Obrigado. —Lucas agradeceu ao rapaz, antes de voltar


a dirigir. —Legal! Fico contente que você goste de passear de
carro comigo.

—Mamãe também gostaria. Ela adora ouvir música bem


alta, apesar de não fazer isso quando estou no carro, mas eu
sempre escuto quando ela chega em casa. Audrey sempre diz
que a mamãe vai estourar seus tímpanos! — Ele disse rindo,
levando Lucas a fazer o mesmo.

No passado, todas as ocasiões em que estiveram no


carro, um som ensurdecedor os acompanhava. Era o seu jeito
de curtir a música, sentindo a vibração do piso do carro sob
seus pés, o frenesi das batidas que invadia seus corações.
Mesmo que ainda hoje ele dirigisse com o som na altura
máxima, nada nunca seria melhor do que quando tinha a
mão de Fallon agarrada à sua.

Cara... como ele sentia falta daquele tempo.

Lucas estacionou e saiu do carro, abrindo a porta para


Aiden. Caminhavam lado a lado rumo à bilheteria quando
sentiu a mãozinha do filho se encaixar na sua. Sua
respiração parou... abaixou os olhos para Aiden, vendo que
ele olhava para frente com um sorriso no rosto. Um largo
sorriso cruzou o rosto de Lucas enquanto eles caminhavam a
fim de conseguir os bilhetes de entrada. Enquanto Lucas
pagava, Aiden pegou mapas para ambos e basicamente
pulava de excitação atrás de Lucas.

—Aonde vamos primeiro, rapaz? — Lucas perguntou


colocando o cartão de crédito na carteira e guardando no
bolso de trás.

—Hum, macacos!

Ele riu muito quando o garoto praticamente, o arrastou


através da passarela em direção ao santuário dos macacos.
Até nisso eram parecidos! Tais animaizinhos também sempre
foram os seus favoritos.

—Mamãe não gosta de macacos, o preferido dela é o


elefante. Geralmente, ela se senta no banco enquanto eu os
observo. — Aiden comentou, após uns dez minutos, vendo
macacos sendo macacos.

Lucas, movimentando os ombros, informou.

— Eu amo os macacos e os elefantes.

Instantaneamente, o rosto do filho foi invadido por um


sorriso.

—Incrível!

Observaram um pouco mais antes de Aiden querer


visitar os elefantes. O zoológico de Nashville era belíssimo.
Percebia-se que cada uma das atrações era devidamente
cuidada. E Lucas compartilhava sua primeira vez no
ambiente com seu garotinho. Em silêncio, foram caminhando
e assimilando todas as belezas do cenário. Aiden, então,
ergueu os olhos e perguntou.
—Você trabalha?

Lucas acenou positivamente.

—Trabalho. Eu sou jogador profissional de Hóquei do


Nashville Assassins.

—Uau, verdade? — Aiden exaltou, pulando igual pipoca.


—Audrey ama esse time e os Predators. Ela adora Hóquei
totalmente. Mas mamãe detesta.

Ironizando, ele retrucou.

—Duvido. Lembro-me quando este era o único esporte


que sua mãe gostava.

O garotinho pareceu confuso ao responder.

—Ela disse que não gosta.

—Talvez não goste mais. Hoje, não sei mais como sua
mãe é.

—Você conhecia minha mãe? — Aiden perguntou,


arqueando as sobrancelhas.

—Sim, nós éramos... amigos. — Lucas mentiu,


detestando fazer isso, porém não sabia o que dizer. Eles
deveriam discutir sobre o que revelar ao menino.

—Oh, legal.

—Sim.

—Então você viaja muito? Como o Sr. Shea e o Sr.


Jakob?

—Viajo. Eu jogo com eles, mas agora estou de folga. —


Ele declarou no momento em que avistavam um porco
realmente muito gordo. Ele até queria dar uma paradinha
para observá-lo, contudo, Aiden assumiu a missão de
alcançar os elefantes.

—Por quê? — Aiden perguntou.

— Bem, acabei de me mudar e precisava de um tempo


para me ajeitar e me acostumar com as coisas. — Explicou
ele. Não mentia, mas também não contava a verdade. A
verdade era que ele desmoronou na frente dos seus
companheiros de equipe e gentilmente, Elli sugeriu ter uma
semana para colocar a cabeça no lugar.

—Isso é legal. Você gosta de viver aqui?

—Adoro e você?

—Sim, mamãe e Audrey são incríveis. E meu avô e a


vovó também. Eu gosto da minha escola que é melhor do que
a de Shelbyville, onde é o vinhedo.

Lucas balançou a cabeça concordando.

—Legal, nunca estive lá.

—É muito chato. Apenas muitas uvas e outras coisas.


Nenhuma criança para brincar comigo, apesar de as vezes o
vovô jogar comigo, o que é legal.

—Sim. — Lucas concordou. Ambos se inclinaram contra


a cerca, observando o gramado onde quatro enormes
elefantes perambulavam preguiçosos. —Uau, são gigantescos!

—Verdade. O favorito da mamãe é a Rosy. Veja, é aquela


ali...— Aiden apontou o mais gordo do grupo. —Uma vez, eles
fizeram uma festa aqui e mamãe teve que alimentá-la.
—Legal.

Ficaram ali, acompanhando os movimentos daqueles


animais por mais algum tempo, e depois seguiram para outra
parte. Lucas notou que o filho gostava de falar muito...
mudava de um assunto para outro até mais rápido do que
Lucas passava o disco. Conversaram sobre tudo. Melhor
super-herói? Os dois concordaram Homem Aranha! Melhor
comida? Waffles, muito fácil... Bebidas preferidas? Milkshake,
a diferença era que Aiden preferia de morango, e Lucas o de
chocolate. Lucas adorou cada minuto da conversa e não se
lembrava de jamais ter falado tanto em sua vida.

—Você tem uma mamãe? — Seu filho continuou lhe


interrogando. Eles observam as zebras.

—Eu tenho. O nome dela é Molly.

—É um nome bonito. O nome da minha mãe é estranho,


nenhuma outra mãe tem um nome igual ao dela.

—Acho o nome dela bonito. Além disso, como disse,


nenhuma outra mãe tem esse nome, então, segundo você ela
é uma em um milhão. —Lucas afirmou todo encorajador
porque, na realidade, ele amava o nome de Fallon, sempre
amou.

O garoto pensou por alguns segundos e logo, um


enorme sorriso apareceu no seu rostinho corado.

—Você está certo.

Lucas riu e eles seguiram para outras atrações.


Enquanto andavam, Aiden perguntou.
—Você tem um pai?

Lucas abaixou os olhos para Aiden, porém, diferente das


outras vezes, o garoto olhava algo ao longe. Olhando para os
céus e sorrindo, anunciou.

—Eu tive, mas ele morreu há muito tempo.

—Ah. —Aiden murmurou, inclinando-se sobre a grade


que protegia o panda vermelho. —Você sente falta dele?

—Eu sinto... — Lucas sussurrou balançando a cabeça


—Ele era o melhor.

—Qual era o nome dele?

Engolindo em seco, ele balbuciou.

—James.

—Como o meu nome e o seu.

—Sim.

Aiden apenas acenou calado. Lucas começou a se


perguntar se ele já sabia quem realmente era seu pai, no
entanto, o menino desviou o olhar e timidamente disse.

—Não conheço meu pai.

Conforme seu coração emocionado palpitava alucinado,


Lucas praticamente foi deixando de respirar. O suor foi
ensopando suas costas enquanto ficava sem saber o que
dizer. Imóvel, apenas se concentrou no panda que subia
numa arvore.
—Mamãe diz que ele mora em outro estado, por isso não
posso vê-lo. — Ele continuou, entretanto Lucas ainda
respirava tão irregular que nem conseguia formar palavras.

Em silêncio, seguiram para a próxima atração. Seu


coração exigia que revelasse a Aiden que era seu pai, seu
cérebro o obrigava a aguardar Fallon para que o fizessem
juntos. Primeiro, porque não sabia como confessar algo assim
a uma criança tão inocente e em segundo lugar, se ele
esperava ter qualquer chance com Fallon, deveria respeitar e
jogar por suas regras, ainda que delas discordasse.

Lucas olhou para ele e podia quase tocar a tristeza que


fluía daqueles pequeninos olhos. Tristeza que não pertencia
ali... se apenas fosse capaz de pronunciar as quatro palavras
mágicas, talvez pudesse deixar Aiden feliz. Mas e se seu filho
se assustasse ou se magoasse? Lucas não sabia, então
esperaria até ter chance de demonstrar a Aiden que ele
poderia ser um excelente pai. Como o seu próprio.

—Você quer conhecer seu pai? — Lucas se encontrou


perguntando, um pouco depois, quando iam em direção aos
flamingos.

Aiden acenou afirmativamente.

—Sim, mas não poderei até ser mais velho.

—Porque quando for mais velho? — Lucas perguntou e o


garoto encolheu os ombros.

—Porque então eu posso fazer o que eu quiser. Eu posso


entrar num avião e voar para o Estado em que ele está ou
posso dirigir até lá. Agora, mamãe e Audrey fazem tudo por
mim. Eu tenho que esperar até poder fazer eu mesmo.

Lucas sorriu.

—Você tem tudo planejado, hein?

Aiden sorriu para ele.

—Sim, eu sou muito esperto.

Lucas riu.

—Você com certeza é. Vamos, eu vi uma sorveteria que


está chamando nossos nomes.

—Você a viu também? Maneiro! — Aiden comemorou


enquanto eles iam até a sorveteria. Lucas adorou que Aiden
planejasse as coisas, mas tinha certeza de que seu filho não
precisará se preocupar com isso por muito tempo. Aiden
conheceria seu pai e, com sorte, o amaria.
—Então, você acha minha mãe bonita?

Lucas tirou os olhou dos quatro cachorros-quentes que


estavam à sua frente. Aiden tinha mostarda por todo o rosto,
segurava um lanche em cada mão e exibia um enorme
sorriso. Estava absolutamente encantado que o filho comesse
como ele. No entanto, sua pergunta o deixou um tanto
confuso...

—Sim, claro que sim. Por quê?

—Só queria saber... muitos pais acham que minha mãe


é linda. Assim como meu treinador, ele é apaixonado por
minha mãe. Audrey sempre a provoca com isso.

Lucas arqueou a sobrancelha.

— Que treinador?

—Meu treinador de beisebol.

Enrugando o rosto, ele perguntou.

—Você joga beisebol?


Lucas detestava beisebol, mais que isso abominava. Um
esporte estúpido!

—Sim. — O menino suspirou. —Mamãe me faz jogar. Eu


odeio!

Sim, ele era realmente seu filho.

—Eu também, por isso jogo Hóquei. — Lucas


complementou, torcendo para que ele pedisse para jogar
porque, sem dúvida, isso faria este seu dia, já tão excelente,
ainda melhor.

—Sim, é um jogo estúpido, mas mamãe gosta e o vovô


também. Amanhã, eu tenho um jogo, não queria ir porque o
treinador fica o tempo todo sorrindo para minha mãe. É
nojento.

Lucas riu, escondendo o ciúme que o consumia.

— E sua mãe também sorri para ele?

—As vezes. Eles são esquisitos

Lucas ficou calado, mordendo forte seu cachorro-


quente. Voltando a olhá-lo, notou que o garoto fixou nele
seus olhinhos agora escancarados.

—Quer ir ao meu jogo?

Sorrindo novamente, ele assentiu.

—Eu adoraria.

—Legal! — Aiden exclamou, continuando a se


empanturrar com as guloseimas. Comeram em silêncio,
apreciando os sons aleatórios dos animais e das famílias ao
redor. Lucas teve o melhor dia de sua vida e desejava,
sinceramente que o filho também. O que, aparentemente,
acontecia porque ele não deixava de sorrir em momento
algum... será que sorria assim só porque ele era um menino
feliz por natureza? Porque Lucas tinha esperança de que se
descrevesse para Fallon o quão gostoso e divertido foi seu
passeio, talvez, isso o ajudasse a acertar as coisas com ela.

Durante todo o dia, pensou nela dentro daquela calça


justa. Sua bunda estava absolutamente deliciosa dentro
daquilo e verdade fosse dita, se não fosse pela terrível música
que teve que ouvir no percurso, ainda estaria com o pau
duro. Fallon permanecia excitante e, droga, se não ansiava
por ter um gosto seu novamente.

Após eliminar seu quarto hot-dog, Aiden perguntou.

—Você tem uma esposa ou filhos?

Acenou em negação.

—Não. Sem esposa, companheiro.

Nem conseguiu responder o restante e ficou feliz quando


Aiden perguntou:

—Por que não?

—Apenas ainda não encontrei uma.

—Hmm, você sabe, minha mãe não tem um marido ou


namorado...

Lucas o encarou, dando-lhe um sorriso.

—Eu sei.
—Certo, só estava informando. — Aiden brincou, dando-
lhe uma piscadela exagerada.

Lucas não conseguiu evitar rir.

O garoto procurava juntá-los.

Quão triste pareceria se demonstrasse o quanto isto o


animava?

Lucas saiu de seus devaneios, chamando a atenção de


Aiden.

—Tudo bem AJ, por hoje é só, hora de irmos.

—AJ? — Perguntou ele confuso.

—Sim, já que você é Aiden James, então para mim seu


apelido será AJ.

Com o rosto resplandecente de felicidade, saltou da


cadeira, gritando.

—Eu sempre quis um apelido! É o máximo! AJ, AJ agora


eu sou AJ!

Lucas caiu na risada, o coração leve... seu filho era


impressionante.

Aiden era um garoto adorável, porém tinha um defeito


apenas um, tinha o mais horrível gosto musical. E se Lucas
achou que a coisa não poderia piorar, após cada faixa,
percebia que se enganava completamente. Lucas estava
determinado a ensinar a criança o que havia de melhor em
gênero musical, independentemente do que Fallon dissesse.
Aiden também era seu, e porra se ele não merecia o direito de
abrir os olhos do filho na escolha de uma boa música!

Depois que seus ouvidos foram torturados por mais de


meia hora, com aqueles adolescentes dos infernos, Lucas
enfim estacionou na Rocky Top Wines. Ele desceu do carro e
foi ajudar Aiden a sair para então caminharem juntos, mas
bem, Aiden correu para dentro. O saguão estava vazio ao
caminharem e subirem a escada de acesso aos elevadores.
Aiden, obviamente, conhecia o lugar como a palma da mão,
liderando todo o caminho até o escritório de Fallon. Quando
ele abriu a porta, espantada ela ergueu os olhos, mas, a
seguir, um sorriso enorme apareceu no rosto.

—Oi, meu amor! — Ela festejou, levantando-se para


abraçá-lo conforme se aproximava dela. Seus olhos se
encontraram com os dele quando ela se abaixou para beijar a
têmpora do menino. Foi como ser nocauteado. Sua beleza
ainda tinha esse efeito sobre ele. Lucas tinha grande
dificuldade em retomar o fôlego, pois ela mantinha seus olhos
castanhos, ornados com aqueles longos cílios, firmemente
grudados nele.

—Oi, mamãe! — Aiden exclamou, separando-se dela.


Fallon sorriu, envolvendo seu rosto com suas mãos.

Derretia seu coração ver o amor e carinho que jorrava


dela quando o filho estava por perto. E embora ela tentasse
ocultar o nervosismo que lhe despertava, ele poderia afirmar
que Fallon daria sua vida em troca do filho deles. E isto
apenas fazia com que a amasse mais, cada vez mais.

—Vocês se divertiram? — Mal perguntou e Aiden já


acenava vigorosamente.

—O melhor dia de todos! — Exclamou, socando o ar em


sinal de animação. Observando os dois, Lucas pôde senti-la
se encolher, ainda que muito brevemente, antes de mascarar
aquela apreensão com seu falso sorriso. Ele sempre detestava
aquele sorrisinho fingido, especialmente, se fosse para ele.

—E então, gostou do CD?

Irônico, ele riu.

—Acho que meus ouvidos ainda estão sangrando...

Sorrindo, ela abaixo os olhos para Aiden.

—Bem, Aiden, diga...

—Meu nome não é mais Aiden. — Ele a alertou com


muita naturalidade.

Oh, caralho.

—Como? — Perguntou, primeiro encarando Lucas,


depois o filho.

—Sou AJ! Lucas me deu esse apelido, não é incrível,


mamãe?

Quando Fallon lhe lançou dardos de fogo pelos olhos,


como se ele mutilasse o filho deles, Lucas soube que se
atolou na merda e que talvez o apelido de Aiden não fosse tão
incrível como eles pensaram.
AJ?

AJ!

Como alguém consegue transformar um nome tão


bonito em algo tão horrível?

AJ?

AJ!

Fallon pensou que, talvez ela estivesse prestes a cometer


um homicídio... e, por sinal, teve a impressão de que seria
Lucas Brooks.

—Não se anime muito, Aiden James. — Ela sibilou. —


Lucas pode chamá-lo de AJ, mas eu o chamarei de Aiden. —
Acrescentou, tentando manter a calma, mas droga, era difícil.

—Não, mamãe, eu quero que todos me chamem de AJ.


Audrey tem um apelido... e agora eu também. Eu adoro!

Deus ajude que eu não mate o pai do meu bebê pensava


ela enquanto afastava uma mecha do cabelo dele dos seus
olhinhos.

—Sabe, docinho, bem... eu não gosto muito. Aiden é um


nome tão bonito. Mamãe levou tanto tempo para escolhê-lo só
para você. — Ela explicou, mas Aiden nem piscou.

—Estou muito velho para ser um Aiden. Eu sou um AJ


agora. Certo, Lucas?
Ambos se viraram para então vislumbrar Lucas
caminhando até a porta.

Covarde!

Dando-lhe o olhar mais apavorante que conseguiu


imaginar, se congratulou por reparar que ele estremeceu.

—Então, companheiro, quer dizer... ah, que tal, se...


hmm.— Lucas balbuciava, tentando encontrar algo para
falar, mas sem grande sucesso. — Já sei, garoto, que tal se
apenas eu chamá-lo de AJ? — Ele o instigou, olhando-a. —
Será uma coisa nossa.

Certo, certo... boa jogada, Lucas Brooks, boa jogada!


Refletiu, sabendo perfeitamente que ele fez o que ela queria
para alcançá-la. No passado, costumavam inventar essa coisa
de nossa coisa. Então, tudo passou a ser coisa nossa, era por
isso, provavelmente, que ela não o superou.

—Certo. — Um Aiden relutante concordou, lançando-se


numa daquelas enormes cadeiras.

—Aiden James, hora de agradecer ao Lucas por hoje e


se despedir. — Ela disse não apreciando a atitude do filho.
Ele podia ser tão mal-humorado, as vezes!

Um enorme sorriso se formou no seu lindo rostinho ao


atravessar voando a sala e arremessar os pequenos braços
em volta do quadril de Lucas. Ela viu os dois abraçados,
percebendo quando os olhos de Lucas se fecharam
prazerosamente pelo contato, e então passou a acariciar as
costas do filho com amor.
—Eu tive um dia fantástico! — Aiden exclamou,
olhando-o.

Lucas respirou fundo e sorriu feliz para seu filho.

—Eu também, garoto, o melhor!

Fallon jurava que o sorriso de Aiden não poderia ficar


maior, até que ele olhou para Lucas. Vê-los assim, tão
próximos, deixava sua respiração difícil. Também fazia sua
culpa retornar com força máxima, quase a impelindo a um
novo pedido de desculpas, apenas quase, pois isso ela jamais
faria.

Era muito orgulhosa.

—Amanhã você ainda irá, não é? — Aiden perguntou.

—Estarei lá. A que horas?

Rapidamente, eles a olharam como se aguardando


algo... que porra rolava?

—Mamãe, a que horas é o meu jogo amanhã?

Oh não, não, não... de forma alguma! Lucas não iria


amanhã.

—Por quê? — Ela lançou, esperando encontrar uma boa


desculpa para evitar que ele também fosse.

Que tal se eles apenas ignorassem completamente o


jogo?

—Lucas quer ir. — Aiden declarou enquanto Lucas


pousava os olhos sobre ela.

Caralho!
—Hum, bem é uma hora.

—E, então, você vai? — Ele reiterou, recebendo o


assentimento de Lucas.

—Claro, companheiro, eu o verei lá amanhã. Tchau.

—Aiden querido, vá jogar um pouco no meu


computador, enquanto eu acompanho Lucas até lá fora. —
Ela o convidou, saindo detrás de sua mesa. Aproveitou o
momento para recolher os documentos referentes ao
reconhecimento da paternidade. —Aqui está. — Disse quase
jogando-os em Lucas. Se não estivesse tão aflita para tirá-lo
de lá e lhe dizer umas coisas, talvez decidisse retornar para
calçar os sapatos.

—Certo. — Aiden apenas respondeu quando ela já saía.

—Você não poderá ir amanhã. — Ela soltou, reclinando-


se contra a porta fechada.

Todo arrogante, ele flexionou o pescoço para o lado.

—E isto seria por quê?

—Porque meus pais estarão lá amanhã e não contei


sobre você.

Lucas revirou os olhos, indiferente.

—O que há de novo nisso? Antes, eles também não


sabiam sobre mim...

—Ok, Sr. Espertalhão, devidamente anotado. Será que


poderia simplesmente não aparecer, por favor?

—Oh, mas eu vou. Eu já me comprometi em ir.


—Eu inventarei uma desculpa qualquer, já sei... que
você precisou trabalhar. — Ela sugeriu. Ele apenas sorriu
ironicamente.

—EU irei! E, se você não parar com isso, farei questão


de vestir uma camisa dizendo, Eu sou seu pai. — Ele a
alertou com aqueles seus olhos acinzentados brilhando
maliciosos.

—Idiota! —Ela vociferou, fazendo com que ele risse.

—Minha sugestão, conte aos seus pais.

—E eu lhe aconselho a pegar esta droga de sugestão e


enfiá-la no rabo. — Fallon cuspiu as palavras antes de lhe
dar as costas e partir. No entanto, não chegou longe quando
sentiu seu pulso ser agarrado. No segundo seguinte,
encontrou-se envolvida por seus braços, aterrissando com
tudo naquela muralha que era seu peito. Ele olhou para ela
com nada além de calor emanando de seus olhos.

—Sabe, eu adoro quando você fala assim sujo comigo. —


Ele sussurrou, enquanto ela se debatia para escapar, mas ele
a segurava com mãos de ferro.

—Lucas, me solte! — Queixou-se ela, afrontando-o.

—O quanto você me quer escondido amanhã?

De pronto, ela parou de se contorcer e o encarou.

— Muitíssimo mesmo.

—O suficiente para me beijar?

Mordendo o lábio, ela deixou seus olhos passearem


pelos lábios dele. Se o beijasse, não conseguiria parar.
Durante todo o dia ela pensou nele e não no sentido moral
mais adequado tipo, será que Aiden está bem? Não. Foi mais
como, caralho, como eu gostaria de esquecer tudo e apenas
cair nua na cama com ele... não estava satisfeita consigo
mesma. Mas, ei, ela era uma mulher com tesão!

—Nem tanto assim. — Ela resmungou.

Rindo dela, Lucas disse.

—Ah, vamos, um beijo na boca e usarei um boné e


óculos escuros. Um com a língua e você nem conseguirá me
ver, apenas Aiden conseguirá.

Ela acenou-lhe uma negativa.

—Até parece... pode esquecer! Prefiro me arriscar com


meu pai. Agora, solte-me.

Assim ele o fez, mesmo que ambos soubessem que não


era esse seu desejo. Por uns breves minutos, eles
compartilharam um olhar cheio de tesão e vontade então, ele
simplesmente se virou e se afastou pelo corredor. Antes de
alcançar o elevador, parou e a olhou por cima do ombro.

—Eu a terei me beijando novamente. — Ele avisou.

Colocando as mãos nos quadris, foi sua vez dizer.

—Sim, em seus sonhos.

—Bom, nos meus sonhos eu já estou lhe beijando,


pequena. Exceto, que neles seu rosto não atingiu aquele tom
rosado e febril que eu tanto amo. Então... essa é minha
missão.
—O que há de novo nisso? — Perguntou ela tentando
imitar o jeito que ele usou quando mencionou seus pais.

Lucas enviou um sorriso debochado antes de se voltar


para o elevador. No instante em que as portas se abriram, ele
entrou, virou-se para ela e lhe lançou um último olhar cheio
de segundas intenções. Somente quando o botão do elevador
indicou descendo, ela finalmente se viu respirando aliviada.
Contudo, tal tranquilidade não duraria muito se não se
mantivesse afastada dele, ou certamente ele conseguiria
completar sua missão.

No dia seguinte, ao ouvir a campainha, Fallon sentiu-se


fisicamente doente, estava realmente enjoada. E antes que
pudesse sequer se levantar do sofá, Aiden já descia correndo
as escadas e abria a porta.

—Vovô! Vovó! — Ele gritava, enquanto abraçava os pais


dela.

—Bem, olhe só para você... pronto para lançar a bola? —


Nora perguntou, sorrindo para o neto e entrando. Aiden
então, endireitou-se e posou todo orgulhoso em seu uniforme
dos Cubs. Fallon simplesmente amava a maneira como o azul
da camiseta realçava a cor de seus olhos. Ele era tão
gracinha!

—Eu estou! —O garoto bradava ao ser agarrado e


lançado por sobre os ombros do avô, que foi em direção à
filha. Já próximo ao sofá, William o arremessou sobre este,
rindo e dizendo.

—Isso é bom, filho. Agora, vá e acerte alguma coisa hoje,


certo?

—Certo, vovô! — Ele concordou. Fallon olhou para a


escada e viu Audrey descendo vestida com sua camiseta A.A
do Aiden.

—Oi, mamãe. Oi, papai. — Ela os saudou com um


aceno, inclinando-se contra o sofá para colocar umas coisas
em sua bolsa.

—Oi, querida. — William a cumprimentou, enquanto


Nora sorria com amor.

—Aiden James, vá lá para cima e calce os sapatos.


Certifique-se que suas meias estejam certas. — Disse.
Acenando com a cabeça, ele pulou do sofá e disparou pela
escada. Ao ouvir a porta do quarto dele bater, Fallon pediu à
irmã. —Cuide de Aiden, segure-o por lá um pouco.

—Certo. —Concordou Audrey, sabendo que Fallon


contaria a Nora e William sobre Lucas. E isto seria antes de
partirem para o jogo.

Na noite anterior, ela ligou e tentou falar com Lucas na


esperança de convencê-lo a não comparecer ao jogo, porém
ele se manteve irredutível. Além disso, depois de ouvir a
maneira e quanto tempo Aiden tagarelou sobre Lucas e o
passeio deles, ficou claro para ela que se Lucas não
aparecesse, isso partiria o coração do filho. Então Fallon
decidiu crescer e tomar coragem para contar aos pais sobre
Lucas.

—Qual o problema, querida? — Nora perguntou, seu


lindo rosto, rejuvenescido pelos avanços médicos, agora
demonstrando grande preocupação.

—Certo, ouçam. —Fallon começou e parou, precisava


respirar muito fundo. Ela já planejara uma abordagem
objetiva. Seria curta e grossa.

—Aiden não sabe, mas o pai dele se mudou para


Nashville.

Fallon notou quando o ar de surpresa cobriu o rosto da


mãe e o rubor de raiva o do pai.

—Aquele pedaço de merda decidiu vir para o meu


estado? — William rosnou, fazendo com que ela revirasse os
olhos e a mãe tampasse a boca.

—Certo. Número um não é o seu estado e dois sim. Ele


deseja conhecer Aiden e bem, ontem eles passaram um
excelente dia juntos. Ele irá ao jogo hoje. — Fallon relatou,
sem perder mais tempo com omissões ou mentiras. Pois
independentemente do pai a deixar nervosa e parecer mais e
mais irritado com o passar dos minutos, ela revelaria tudo.
Porque bastaria uma simples visão de Lucas e Aiden juntos
para que eles percebessem seu parentesco.

—Aquele animal desqualificado virá para o jogo? —


Gritou seu pai.
—Grrr! Por todos os deuses, eu já disse que ele não
sabia sobre Aiden! Ele não fez nada errado! — Ela gritou, sem
compreender a razão pela qual o defendia.

—Ele engravidou você!

—Eu fiz sexo com ele, papai! São necessárias duas


pessoas para isso, sabia?

—Fallon, por favor. — Apelou sua mãe, fazendo Audrey


escondida e silenciosa cair na risada.

—Ele não fez nada pelo garoto. — William disse irritado.

—Porque ele não sabia! —Ela voltou aos gritos,


detestando o fato de seu pai sempre conseguir perturbá-la.
—Mas, agora que sabe, ele quer participar da vida do filho,
não é sua decisão ou mesmo minha. É exclusivamente de
Aiden. Então, apenas se afaste e deixe que ele decida.
Pretendemos contar nesta sexta-feira, por isso, por favor, não
comente nada com ele ou interfira. — Ela pediu.

Quando olhou para sua mãe e viu que chorava, Fallon


revirou os olhos.

—Por que está chorando, mamãe?

—Isto será um choque para o meu bebê... que bagunça


você aprontou, Fallon Ryane!

—Ai, meu Deus! —Lamentando-se, ela ergueu os olhos.


Sabia que fez merda, não precisava nem da mãe, nem de
ninguém para lembrá-la. Quando Aiden apareceu na escada e
começou a descer, carregando seu bastão e as luvas, todos os
olhos se concentraram nele. Fallon voltou sua atenção ao pai
que a encarava.

—Você me dá nojo! — Ele a insultou em voz baixa,


retirando-se imediatamente da casa. Perplexa, ela o observou
sair e se sobressaltou com o estrondo da porta. Sua irmã e a
mãe, apenas olharam para ela.

—O que há de errado com o vovô? — Aiden perguntou.

—Não sei. Vamos, companheiro. — Fallon declarou,


encolhendo os ombros e se dirigindo à porta.

—Lucas está chegando, não é, mamãe? — Continuou


ele, acompanhando todas para fora. Ela assentiu e trancou
tudo.

—Sim. — Respondeu. —Infelizmente. — Acrescentou


mais baixo que um sussurro.

Há sete anos, Lucas arruinou sua relação com seu pai,


se bem que, atualmente, não estava melhor, contudo, fazia
um longo tempo que William não a ofendia dessa maneira.
Ela experimentou quase o mesmo sentimento que no
passado, a única coisa diferente era que naquela época, ela
enjoava pela gravidez.

—Lucas!

Ao ouvir seu nome, ele se virou e viu aquele rostinho


perfeito voando em sua direção, com um sorriso mais do que
resplandecente. E, quando Aiden o abraçou na altura das
pernas, ele soube de imediato, que o mesmo sorriso se
formou em sua face. Ele sentiu tanta falta do seu garoto,
muito mais do que jamais sentiu por alguém, inclusive, de
Fallon. Alguma coisa nele o fazia se sentir vivo e completo.

Com o rosto fechado, Fallon caminhava um pouco mais


atrás do filho, ao lado da irmã. Ainda abraçado a Aiden, ele se
perguntava porque ela estava furiosa. Afinal, ela já estava
ciente, pela conversa anterior, de que ele viria de qualquer
modo. Ele até fez um esforço em se disfarçar, usando óculos
escuros e boné.

Como sempre ele deixou seus olhos viajarem pelo corpo


dela. Ela vestia uma calça justa preta e uma camiseta azul
com os dizeres: Mamãe do Aiden. Seus cabelos cacheados
estavam soltos, o rosto quase sem maquiagem.
Absolutamente deslumbrante!

Audrey usava uma similar que dizia: A.A do Aiden e seu


cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto. Após observá-
las, Lucas teve que se esforçar para abrir um sorriso, porque
morria de ciúmes.

Ele queria uma camiseta.

—Oi, AJ. — Ele o cumprimentou, abraçando-o mais


apertado. —Pronto para jogar?

—Sim! E vamos ganhar! — Ele proclamou enquanto elas


se aproximaram.

—Oi, Lucas. — Audrey o saudou alegremente.


Sorrindo, ele retribuiu.

2—Olá, Audrey. Fallon.

Ela apenas acenou de leve, voltando a olhar para trás de


si. Ele a seguiu os olhos notando um homem bastante
corpulento acompanhado de uma mulher tipo mignon. No
mesmo instante, soube que era a mãe de Fallon.

Certamente, a aparência das meninas se explicava pela


mãe, pois, a mulher era simplesmente estonteante. Portanto,
o brutamonte furioso ao seu lado, muito provável, deveria ser
o papai.

Ótimo.

—Aiden, querido, sua equipe está se aquecendo. —


Fallon o avisou.

Lucas abaixou os olhos para o filho, cujo olhar vagava


pelo campo.

—Tá, mãe. — Disse seu garoto, mais gemendo do que


outra coisa, então olhou para Lucas. —Você assistirá ao jogo
todo?

Bagunçando todo seu cabelo com as mãos, Lucas


afirmou sorrindo.

—Claro que irei. E, talvez, depois do jogo possamos


tomar sorvete.

—Fantástico! —Vibrando, partiu.

Olhando para Fallon, não conseguiu perceber se ela o


observava ou não, porque usava seus óculos de sol, diferente
da irmã que o olhava, exibindo um enorme sorriso. Batendo
palmas, entusiasmada, ela anunciou.

—Bom, vou comprar alguns lanches com a mamãe e o


papai.

Ela saiu, deixando-o com uma Fallon irritadíssima, que


irradiava fúria por todos os poros. No fundo, ele não culpava
Audrey por se afastar, inclusive, ele quase desejou sair com
ela. Bem, uma rápida olhada no papaizinho querido e ele
decidiu que seria mais fácil lidar com Fallon.

—Você está linda, Fal. — Ele comentou contra seu bom


senso.

Olhando-o por breves segundos, ela agradeceu.

—Obrigada. —Bruscamente voltou-lhe as costas e saiu


andando. Ele balançou a cabeça e tratou de apressar o passo
para alcançá-la.

—Aqueles são seus pais? — Perguntou, tentando


acompanhá-la. Ele chegou até a pensar que os saltos que ela
usava a deixaria mais devagar...

Pois é... não deixavam.

—Sim. Então, por que você não vai cumprimentá-los e


aproveita para se apresentar?

Ele começou a rir.

—Tenho certeza de que você adoraria me jogar às feras,


então, não, obrigado eu passo.

—Melhor opção mesmo. — Ela murmurou, subindo as


arquibancadas.
Lucas a seguiu um pouco atrás para poder admirar sua
bunda, enquanto ela escalava os degraus. Poderiam chamá-lo
de tarado, mas sua Fallon possuía um bumbum delicioso, e
adorava assisti-lo em movimento... sentaram-se lado a lado, e
ele descansou os cotovelos sobre os joelhos, observando
Aiden se aquecer no campo. Depois de um instante, um loiro
alto de cabelo encaracolado, bastante magro se aproximou do
filho e começou a falar. Lucas desviou o olhar para Fallon.

—Quem é o babaca?

—O treinador de Aiden. — Ela respondeu ao mesmo


tempo em que o idiota direcionava o olhar para onde eles
estavam. Quando seus olhos vislumbraram Fallon, ele
acenou eufórico, Lucas então a observou fixar no rosto aquele
seu falso sorriso e retribuir a saudação. O idiota ainda lançou
mais um sorriso antes de retornar sua atenção para Aiden.

—Você gosta do cara? — Sem se aguentar, ele deixou


escapar.

—Lucas, não estou com disposição.

—O quê? Apenas fiz uma simples pergunta.

—Uma que não te diz respeito. — Ela o advertiu,


redirecionando sua atenção para a parte mais abaixa nas
arquibancadas, de onde vinha sua família. Viu Audrey
conversando qualquer coisa com os pais, que se acomodaram
com seus lanches por ali mesmo, enquanto ela continuou seu
caminho até eles.
—Hmm, diz sim. Se esse palerma vai estar perto do meu
filho, então, sim, é mais do que meu assunto. — Ele
protestou, notando Audrey sentar-se ao seu lado.

—Lucas, cale-se! — Ela explodiu, inclinando-se sobre os


joelhos e escondendo o rosto nas mãos.

Calado, ele a observou por um instante e, em seguida,


encarando sua irmã questionou.

—Que porra ela tem?

Revirando os olhos, meio entediada, ela engoliu o que


mastigava e disse.

—Ela e o papai discutiram sobre você.

—Bravo, Audrey, obrigada. — Fallon bufou.

—Ok, ok...— Lucas suspirou e retornou sua atenção a


Fallon. — Preciso vigiar meu traseiro? — Audrey
começou a rir e Fallon até mexeu a boca, mas apenas moveu
de leve os ombros, mostrando indiferença.

—O que você faz não me interessa.

Lucas riu, encostando-se mais nela.


Surpreendentemente, ela não se afastou.

—Então, posso vigiar o seu? — Ela deslocou a cabeça


para olhá-lo.

—Você pode cuidar e olhar tudo o que quiser, mas


jamais tocará em nada. Somente o Chase pode. — Ela
declarou com aquele ar arrogante.
—E quem seria este fodido Chase? — Lucas perguntou,
irritado pelo fato de sua tentativa de paquerar não ter dado
certo.

Será que ela estava imune ao seu charme?

—O treinador. Mas não a deixe te enganar, pois ela


sequer gosta dele! — Audrey a entregou.

—Cale-se, Audrey. — Fallon respondeu. Rindo, ele se


inclinou contra Audrey.

—Obrigado, eu nunca perceberia que ela mentiu, por


causa desses malditos óculos.

—Simples mecanismo de defesa. — Ela respondeu


jogando uma batata na boca.

—Verdade! — Ele ironizou.

—Eu realmente gosto dele... Obrigada.— Fallon


continuou. No entanto, ele a ignorou porque o jogo estava
começando. A equipe de Aiden foi a primeira a entrar no
campo, fazendo com que ele se sentasse mais na beirada do
banco, todo animado mesmo detestando beisebol. Apenas o
fato de seu filho estar jogando o deixava tonto de tanta
emoção.

—Ele é bom? — Lucas perguntou, sem saber bem o


porquê, uma vez que todo homem da família Brooks eram
excelentes em tudo.

—Claro. — Fallon afirmou com os lábios apertados.

—Está mentindo de novo. — Audrey sussurrou,


levando-o a encará-la.
—É mesmo?

—Verdade. Eu o amo, mas ele é muito ruim!

—Eu ouvi isso e vou contar para ele! — Fallon


exclamou.

Ela encolheu os ombros, com uma risada e Lucas olhou


seu rosto.

—Ele é péssimo nisso e ainda assim você o faz jogar esta


porra?

—Cale a boca, Lucas. — Ela repetiu essa fala pelo que


parecia ser a centésima vez.

Ele revirou os olhos e se virou para inspecionar o campo


em busca do filho, que se encontrava no canto direito. Até ele
sabia que esta posição era ruim e olha que detestava esse
esporte. Mas era uma droga mesmo! Aiden se mantinha
levemente inclinado, com as mãos sobre os joelhos,
preparado para a bola. Já o menino do canto esquerdo
perseguia uma borboleta e o central cutucava o nariz. Por
que seu filho foi colocado naquela posição? Especialmente, se
o técnico pretendia dormir com Fallon?! Obviamente, o
tapado não tinha qualquer habilidade no trato com as
mulheres.

Um garoto mais robusto então, apareceu para rebater,


Lucas pensou seriamente em exigir sua certidão de
nascimento... ele era enorme! No monte do arremessador, um
garoto pequeno lançou a bola com toda sua força para o
grandão rebatedor. Quando este a acertou, ela viajou através
da primeira base seguindo direto para o jardim externo
direito. Lucas, todo animado, ficou de pé rapidamente, já que
era impossível que Aiden perdesse aquela bola.

Mas ele o fez... A bola atravessou entre suas pernas...


Lucas desmoronou para trás nas arquibancadas, estapeando
a cabeça.

—A bola quicou desfavoravelmente...— Fallon comentou,


observando o filho correr atrás da bola.

—Certo, Bill Buckner13. — Lucas zombou.

—Quem é esse? — Ela perguntou.

Lucas atônito a olhou como se ela fosse a pessoa mais


sem noção no mundo e ao desviar-se em direção à irmã dela,
notou que esta estava tão assombrada quanto ele.

—Nossa, é melhor fingir que você não perguntou nada.


— Ele ironizou, retornando sua atenção para o campo.

Fallon resmungou um insulto qualquer, que pouco lhe


importunou, uma vez que sua preocupação era assistir o filho
jogando.

Porém, ele aprendeu depressa que este esporte, para um


bando de garotos de seis, sete e oito anos, quase nada tinha
de competitivo. Ele parecia ser o único espectador prestes a
avançar aos gritos sobre aquele gordinho mão de manteiga na
segunda base e chutá-lo para fora do campo. Ele perdeu a
conta de quantas vezes quis gritar, mas não podia. As
mamães ali estavam admirando seus filhotinhos, enquanto os
papais brincavam com seus celulares. Até o técnico
13
Buckner estava com um aproveitamento de cerca de 14% no bastão, mas sua equipe marcou duas corridas na parte
alta da décima entrada e então o treinador John McNamara decidiu manter Bill em campo ao invés de substitui-lo. Seu
time perdeu no final.
mantinha-se indiferente, sem fornecer qualquer tipo de
instrução aos garotos.

—Isso é um pesadelo. — Lucas gemeu assim que Aiden


caminhou para a área das rebatidas.

Era a quinta entrada da partida e a primeira vez que o


filho ia ao bastão. Todas as outras crianças foram eliminadas
pelo arremessador.

—Hum... você não viu nada ainda. — Sussurrou


Audrey, sendo fuzilada pela irmã.

—Mais uma vez mais, Audrey, e eu juro... — Fallon a


advertiu, sem ser levada muito a sério pela irmã. Nisso, o
arremessador se preparou para atirar a bola e Lucas pode
notar como Fallon conteve a respiração, quando o menino se
moveu. Até ele deu uma vacilada... Aiden balançou perdendo
o arremesso, mas, sem dúvida, o movimento foi firme e
satisfatório.

—Meu garoto precisa de um taco de Hóquei, não de um


bastão. —Lucas comentou, observando quando o
arremessador lançou novamente e Aiden errou.

Audrey concordou.

— Óbvio que eu sei disso.

—Que seja...— Ela grunhia enquanto Lucas assistia


Aiden ser eliminado. Fallon levantou e começou a aplaudir de
pé. —Excelente, Aiden. Você é absolutamente demais,
querido.
Aiden então fixou seu olhar nas arquibancadas e Lucas
pode enxergar nada além de vergonha em seu rostinho.
Fallon se acomodou no banco e ele a encarou.

—Fallon, isto está muito errado. O menino odeia este


jogo.

—Ele adora!

—Ele detesta!

—Acho que eu sei perfeitamente bem o que meu filho


gosta. — Ela explodiu, fazendo Lucas apertar os olhos. Ele
até tentou se acalmar, contando até dez... porém, podia sentir
sua paciência prestes a voar pelos ares... era o tipo de homem
que odiava perder... e ver seu próprio filho passando por isso
tornava-lhe quase impossível manter seu temperamento sob
controle. Principalmente, porque ele sabia que Aiden odiava
beisebol!

Ele encostou-se na grade com os braços cruzados sobre


o peito. Por agora, ele a resguardaria do embaraço de ser
criticada abertamente na frente da equipe do filho, mas, no
minuto em que estivessem no carro, longe do alcance dos
ouvidos curiosos ele soltaria sua fúria!
Fallon sabia que pressionava Lucas, contudo seu pai a
levou ao limite. Ela passou todo o jogo sentindo seus olhos
vigilantes sobre eles e detestava que ele estivesse
decepcionado com ela. Por que? Não sabia. Talvez fosse uma
necessidade de fazê-lo feliz, ainda que fosse consciente de que
ele nunca estaria satisfeito com ela. Fallon, aparentemente,
era o maior fodido fracasso no mundo e nada que fizesse o
faria ter orgulho dela.

Soltando um longo suspiro, ela voltou a prestar atenção


no chatíssimo jogo de basebol. Aiden foi designado para ficar
no canto direito, estava morto de tédio, mas agia como se
fosse o maior jogo do mundo. Lucas estava lá e ele se exibia.
E ela odiava que tudo o que Lucas fazia era queixar-se do
quanto Aiden era péssimo neste esporte. Sim, seu garoto não
era o melhor jogador de beisebol, mas que porra, pelo menos
tentava.
Os Cubs perderam e ela tinha certeza que era por causa
do arremessador de treze anos do outro time. Alguém
realmente deveria começar a verificar as certidões de
nascimento por aqui, porque aquele garoto era enorme. Nem
por um minuto havia como acreditar que ele poderia jogar
com um grupo da idade de Aiden.

Audrey e Lucas se levantaram e começaram a descer,


com Fallon logo atrás. Ela receava se aproximar dos pais. Não
tinha nenhuma ideia do que William diria a Lucas e o que
realmente a irritava era que ela se preocupava que o pai fosse
rude com ele. Não sabia porque, talvez achasse que sua
gravidez não fosse culpa de Lucas. Como explicou a seu pai,
os dois participaram da transa para que fosse possível gerar a
vida de Aiden.

E, mesmo sendo um acidente, não foi culpa de ninguém.


Ou talvez fosse porque ela ainda se sentia protetora em
relação a Lucas, e não perguntem por que, porque ela não
tinha ideia!

Notou quando seus pais ficaram de pé, concentrando-se


na figura de Lucas. Surpreendentemente, ele parou
estendendo a mão à Nora, que, é claro, colocou um falso
sorriso e retribuiu a saudação, apertando-lhe sua mão.

—Meu nome é Lucas Brooks. — Apresentou-se, levando


sua mãe a fazer um leve aceno. Seu pai apenas continuou
encarando-o.

—Nora Parker. E este é o meu marido, William. — Ela


respondeu docemente.
Lucas sorriu, mantendo sua mão estendida em frente a
William.

—Prazer em conhecê-los.

William olhou para sua mão e em seguida, olhou-o nos


olhos antes de retribuir-lhe o cumprimento.

—Admirável, você finalmente fazer uma aparição.

Rindo, Lucas esclareceu.

—Acredite senhor, se eu soubesse viria há muito tempo.

—É mesmo? Então tudo isto é culpa da Fallon. —


William exclamou e todos se viraram para ela, o pai a
fulminou com o olhar, a mãe e a irmã olhavam-na cheias de
compaixão. Lucas a contemplava como se ela fosse a garota
mais bonita do mundo. Que aborrecimento isso! Por que ele
simplesmente não ficava furioso, discutia, brigava ou gritava
com ela? Por que se mantinha assim tão compreensivo
quando ela continuava sendo a maior filha da puta de todas?

Era tão frustrante!

Prestes a chorar, Fallon passou rápido por eles,


descendo o restante das arquibancadas e seguindo em
direção a área dos bancos dos jogadores para encontrar
Aiden. A cada passo mais e mais o choro ameaçava irromper,
mas ela seria amaldiçoada se deixasse as lágrimas saírem.
Sim, foi culpa dela que Lucas não esteve antes na vida de
Aiden, mas o que dizer sobre o que ele fez com ela! Claro, ela
deveria ter honrado a calcinha e contado sobre o filho, porém,
como poderia se nem conseguia falar com ele! Ele partiu seu
coração! E, agora todo mundo resolveu ser condescendente
com o homem que arrancou seu coração e o jogou no lixo.

Que se dane!

Fallon moveu a cabeça ao se aproximar dos demais pais


que rondavam os filhos cheios de preocupação e cuidados.

Aiden estava de pé com um suco Capri Sun e um pacote


de maçãs em suas mãos e todo seu equipamento ao redor dos
pés.

—Você jogou bem, docinho! — Ela exclamou,


abraçando-o. Ele gracejou quando ela lhe beijou o rosto e
pescoço suados, não que isso a incomodasse.

—Ah, mamãe... eu fui muito mal. — Ele gemeu e depois


bebeu um gole do suco. —Lucas ainda está aqui?

—Sim, está com Audrey e seus avós. — Ela disse,


realmente desejando que Lucas não estivesse. Por que já
desenvolveram tal afinidade? Enlouquecia Fallon que o ciúme
a dominasse ao ponto do desgosto.

—Legal! Ah, não... — Aiden olhava para além dela.


Virando-se, ela avistou o treinador Chase caminhando na
direção deles. Ele não era seu tipo, mas era legal. Ele era
extremamente alto mais ou menos 1,90m e magérrimo, tanto
o corpo como o rosto. Contudo, o pior mesmo era aquela
cabeleira loira afro... era simplesmente medonho! Mas o
homem parecia gostar do estilo. Vestia sua camiseta do Cubs
e um jeans, que não ajudava em nada sua bunda. Sim, ela o
observou durante o jogo na esperança de que pudesse deixar
de ter tesão por Lucas.
Não funcionou.

—Seja gentil, Aiden James. — Ela o advertiu, notando


que Chase sorria ao aproximar-se.

—Oi, Fallon. Aiden foi excelente, hein? — Chase


perguntou com aquela voz fanhosa.

—Sim! — Radiante ela disse. Certo, talvez, tenha


exagerado, já que o filho até revirou os olhinhos.

—Eu também achei. — Ele comentou, sorrindo. —E você


tão bonita como sempre...

Com um leve sorriso, ela disse.

—Obrigada, Chase, é muita gentileza sua.

—Ora, mas eu só estou falando a verdade...— Ele


continuou e Aiden mais uma vez revirou os olhos,
acrescentando um suspiro entediado. Mas, então, de repente,
seu rosto se transformou em pura alegria, ela sabia que
Lucas estava chegando.

—Lucas! — Aiden bradou, sorrindo e correndo até ele.

—Oi, companheiro. — Lucas o saudou, empurrando a


aba do boné para cima.

—Então, Fallon... — O treinador falou, chamando sua


atenção para longe deles.

—Sim? — Ela perguntou, enquanto Lucas e Aiden se


aproximavam de mãos dadas.

—Tudo certo para amanhã?

Caralho! Ela esqueceu totalmente o jantar com ele.


—Ah, claro que sim. — Respondeu com um sorriso,
percebendo a encarada que Lucas lhe dava, mas
permanecendo firme em sua decisão de demonstrar confiança
e não deixá-lo perceber que seu olhar a afetava. Esperava que
funcionasse.

—Ótimo. — Chase suspirou aliviado. —Fiz reservas no


Wildhorse, porque sei que gosta de dançar.

—Ah, quanta gentileza. — Ela mentiu. Que cara leva


uma garota a um clube de dança logo no primeiro encontro?

—Tenho que ir, então que tal se eu for buscá-la em seu


escritório amanhã. As cinco, certo?

—Certo. — Respondeu ela acenando, enquanto ele


andava para trás. Nem terminou de se despedir quando
sentiu uma respiração quente no pescoço. Imediatamente, se
virou e viu Lucas sorrindo.

—Vai sair com o treinador amanhã?

Revirando os olhos, deu-lhe às costas agachando-se


para recolher as coisas de Aiden do chão.

—Não interessa, Lucas. — Esclareceu, levantando-se.

Ao olhá-lo percebeu que ele a observava atordoado.

— Acho que você se esqueceu de algo no chão. —Disse,


apontando para o local onde ela acabou de pegar tudo.

Ela então, inspecionou o gramado, mas não viu nada.

—Não esqueci. — Ela respondeu, observando-o


novamente.
Ele tinha um sorriso sacana no rosto ao encolher os
ombros.

—Eu pensei que tivesse.

Apertando os olhos zangada, Fallon o socou no peito ao


passar por ele. Sua gargalhada, contudo, penetrou em seu
corpo e foi acariciando sua espinha durante todo o trajeto até
sua família. Lucas ficou ali olhando sua bunda.

No passado, se ele estivesse em casa enquanto ela a


limpava, e se inclinava na frente dele, após se endireitar, ele
costumava vir com essa conversa de algo ter ficado no chão
só para que ela se abaixasse novamente diante dele. Ela até
pensava em reclamar, porém a verdade é que aquilo a
excitava muito. Saber que ele ainda pensava que sua bunda
era gostosa a deixava excitada.

O que era ruim, muito ruim!

—Pronto para ir meu amor? — Perguntou ao filho, assim


que guardou suas coisas na mochila.

—Lucas vai me levar para tomar sorvete. — Ele disse


por cima dos ombros de William.

—Certo. Assegure-se de que ele esteja em casa cedo,


pois seu dia foi cheio. — Ela intimou, sem se dignar a olhar
para Lucas.

—Você não quer vir? — Lucas perguntou. —Todo mundo


vai.

Claro que eles eram uma grande família feliz. Bom, mas
ela seria uma filha da puta se fosse tomar sorvete com o
homem que estava desgostoso dela e com o homem que a
traiu.

Caralho!

—Não. Preciso ir para casa. Divirtam-se! — Ela


respondeu, agarrando as coisas de Aiden e se inclinando para
beijar e derretendo-se ao receber o melado beijo dele. —
Tchau. — Despediu-se com um aceno e dirigiu-se para o
carro. Um pouco antes de alcançá-lo, no entanto, percebeu
alguém correndo atrás dela. Olhando por cima dos ombros,
viu Lucas se aproximando.

Voltando-se, perguntou.

—Vocês não iam todos juntos?

—Sim, mas eu precisava conversar algo com você, por


isso Audrey colocará Aiden no carro.

—O que é? — Ela perguntou.

—Está na hora de tirar Aiden dessa merda de esporte.


Ele não gosta.

Ela levantou os olhos e protestou.

—Claro que gosta. Ele joga desde os quatro anos.

—E eu aposto que ele é ruim desde aquela época. Ele


não quer jogar.

—E eu não me importo, os Parker nunca desistem. —


Revidou antes de virar as costas e retornar ao seu carro. Até
onde entendia esta conversa estava encerrada. Mas, Lucas
não parecia pensar assim.
—Se é assim, ele é um Brooks e nós não somos ruins no
que fazemos... tire-o já!

—Não. — Decretou ela, jogando as coisas no porta-


malas.

—Fallon, por favor, eu encontrarei outro esporte para


ele. — Ele suplicou.

—Como o que? Hóquei?

—Sim! — Ele gritou lançando os braços para cima. —


Fico feliz por você finalmente enxergar alguma luz.

—Não estou, e eu estarei maluca no dia em que deixar


meu filho correr sobre patins num rinque de gelo,
empurrando e brigando para bater num disco de borracha
com um taco.

—Para sua informação, o Hóquei sempre será o maior e


melhor esporte de todos os tempos. Meu filho vai jogar!

—Agora, escute aqui, Lucas Brooks. — Ficou na ponta


dos pés, ela o confrontou com seu rosto grudado no dele.
Podia sentir a respiração quente dele roçar em seus lábios e
implorou ao seu corpo que se aquietasse. Mas quando se
tratava de Lucas, quando seu corpo a ouvia? Ela forçou seu
inconveniente desejo por ele para longe e colocou o dedo
indicador em seu peito. —O fato de você estar brincando de
ser papai, não significa que pode começar a tomar decisões.
Eu não vou tirá-lo. Ele começou esta droga de esporte, então
vai terminá-lo.
Devagar, um astuto sorriso foi se formando nos lábios
dele e ela abruptamente segurou o fôlego.

—Eu não estou brincando de papai. Eu sou o papai e


você é a mamãe. Não deveríamos dar uns amassos ao invés
de brigarmos?

Fallon levantou os olhos para os céus, cutucando-o no


peito mais forte.

—Tire a porra desses pensamentos sujos da sua mente,


Lucas!

Novamente, ela colocou o dedo no seu peito, só que


desta vez ele o segurou, sorrindo e a encarando.

—Cutuque-me mais uma vez, Fallon Parker e eu a


cutucarei também, só que não será com o meu dedo.

Sua boca se abriu chocada demais diante da brusca


declaração. Nem percebeu quando ele abaixou seu rosto para
beijá-la até que seus lábios estivessem cobertos pelos dele,
com um suave movimento cheio de sensualidade. Ela
simplesmente congelou sob o calor daquela boca. Sequer
conseguiu empurrá-lo ou estapeá-lo antes dele se virar e se
afastar... sua risada era tudo o que ela podia ouvir, enquanto
encostava-se em seu carro para regularizar sua respiração.

Caralho!
Depois do beijo, a boca de Lucas continuou formigando
durante todo o tempo em que esteve em companhia de Aiden
e de sua família no Ben & Jerry‘s. O beijo não foi planejado.
Ele apenas queria falar sobre o beisebol, mas toda aquela
argumentação o enlouqueceu, e bem, não conseguiu se
controlar, precisava tocá-la. Havia algo naquela pequena boca
bonita lhe dizendo coisas malvadas que quase o deixava de
joelhos, implorando-lhe por ela. Lambeu os lábios ao pensar
na doçura daquela boca sob a dele. Já não tinha mais certeza
de quanto tempo poderia permanecer discutindo com ela, ao
invés, de tê-la nua em seus braços...

Precisava dela.

Muito!

—Gostaria que a mamãe viesse. — Aiden queixou-se,


comendo ao redor de seu bolo de biscoito e morangos. Partiu-
lhe o coração ouvir a voz triste do filho. Ainda não tinha visto
Aiden triste, seu garoto sempre estava feliz. Por que ela não
pôde deixar de lado seus problemas com ele ou com seu
próprio pai e os acompanhar? Nora acariciou as costas do
neto, ao passo que, Audrey se inclinou sobre ele para lhe
sussurrar algo no ouvido. De pronto, um caloroso sorriso
atravessou seu rostinho bonito, fazendo-o saltar do banco e ir
até o caixa.

—Eles estão arrumando algo para levar para Fallon. —


Nora o informou ao notar como Lucas os olhava tentando ver
o que faziam.
—Certo, claro. — Ele assentiu rindo antes de voltar para
o sorvete.

—Sabe, é muito difícil não gostar de você, Lucas. — Ela


lançou, fazendo com que ele risse abertamente.

—Assim me disseram. Minha mãe diz que meu charme


pode me salvar de qualquer coisa. — Lucas gargalhou,
fazendo Nora rir e William sorrir em silêncio. Ele não fazia
ideia dos problemas entre Fallon e seu pai, mas até onde
sabia o homem parecia ser uma boa pessoa. Ele era
assustador pra caralho, mas ainda assim era um cara legal.

Lucas observou o lugar procurando por Aiden e viu


quando a tia o levou ao banheiro. Estava surpreso pela
rapidez com que desenvolveu um instinto protetor em relação
ao filho. Desde que o conheceu, tinha sempre um olho nele,
certificando-se a todo instante se estava bem.

—Você conhecia Fallon há muito tempo, antes de... você


sabe? — Nora começou, trazendo sua atenção de volta ao
casal.

—Sim, nós namoramos por dois anos.

—Dois anos? — Ela repetiu boquiaberta.

—Sim.

—Dois anos e nunca soubemos. — William resmungou


balançando a cabeça.

—Vocês terminaram? — Nora o questionou —Ou ela


apenas desistiu? Você sabe por que ela fugiu? Foi tudo uma
loucura! Em um dia, Fallon era o modelo de boa filha, e
então, a próxima coisa que soubemos é que ela engravidou e
não nos contaria nada sobre o pai da criança...

Ele moveu a cabeça e refletiu um tempo antes de falar.

—Eu pisei feio na bola e aí ela rompeu comigo. Eu


nunca mais a vi.

—Foi você que estragou tudo? — Nora perguntou.

—Eu a traí. —Ele explicou, sem olhá-los. — Foi o maior


erro da minha vida.

Todos permaneceram silenciosos, com seus próprios


pensamentos. E, embora Lucas sentisse o olhar de ambos, se
recusou a erguer os olhos e enfrentar uma eventual
condenação ou até mesmo o ódio em seus olhos. Quando se
aventurou a encará-los, tudo o que pode perceber foi um
certo ar de tristeza e melancolia.

—Então nós não deveríamos gostar de você, né? —


William perguntou. Lucas sorriu.

—Eu já não sou mais aquela pessoa. — Lucas afirmou,


olhando-o nos olhos. —Se eu pudesse, voltaria no tempo e
faria tudo diferente.

Nora sorriu.

—Nós aprendemos com o nosso passado. A única coisa


que pedirei é que nunca magoe nosso bebê.

Será que ela se referia a Aiden ou a Fallon?

—Ele ainda não sabe de nada. Você poderia partir e


continuar fingindo que nunca teve um filho. — William
acrescentou.
Negando com a cabeça, Lucas foi categórico.

— Não, não poderia. Eu o amo.

Os ouvidos de Lucas foram sangrando até a casa de


Fallon, porque não era só Aiden que gostava daquela patética
banda de adolescentes, Audrey também adorava. Eles
cantaram todo o caminho e Lucas tinha certeza que se tivesse
que aguentar mais daquela música, amassaria sua cabeça
com o taco de Hóquei. Ele estacionou na entrada da casa de
Fallon e saiu, abrindo a porta para o filho.

—Quer entrar?

Ele acenou negativamente.

— Hoje não, companheiro, tenho que acordar cedo para


treinar. Mas, assim que terminar, eu e você vamos passar o
dia juntos novamente. — Acrescentando —Se você quiser...—
queria ter certeza de que o garoto queria também. Quando
Aiden sorridente confirmou, balançando a cabecinha, Lucas
sentiu como se o mundo fosse arrancado dos seus ombros.
Saber que seu filho queria passar o dia com ele, encheu-lhe o
coração de felicidade.

—Sim, eu quero!

—Ótimo, então nos veremos amanhã. — Lucas finalizou.

—Certo, obrigado pelo sorvete. Vejo você amanhã. —


Aiden anunciou com entusiasmo.

—Sem problemas, companheiro, vejo você mais tarde.


—Tchau, Lucas. — Ele sorriu se despedindo e acenando
freneticamente, antes de correr em direção à porta da frente.
Lucas o observou até que ele estivesse seguro lá dentro.

—Tchau, Lucas. Obrigada pelo sorvete. — Audrey disse


sorrindo, já se distanciando pelo calçadão que levava ao
condomínio.

—Tchau, Audrey.

Ele então entrou no carro, esperou que a luz da varanda


se apagasse, retornou pelo mesmo caminho de acesso à
garagem e seguiu para casa. Já na estrada principal,
telefonou para Levi.

—Oi, irmão. — Ele atendeu, extraindo um sorriso de


Lucas. Ultimamente, ele andou tão ocupado com Aiden e o
Hóquei, que esteve pouco com o amigo. Além disso, Levi
também se achava atarefado com a papelada relativa à
paternidade do filho.

—Ei, faça-me um favor. — Lucas pediu, já entrando na


estrada que o levaria até sua casa.

—Claro. — Levi respondeu, mexendo em alguma coisa,


pelo que o ouvido de Lucas pode perceber, provavelmente seu
computador, a fim de conseguir anotar seja lá o que fosse.

— Arrume alguém para um encontro amanhã e me faça


reservas no Wildhorse para às 18:30h.

— Desde quando você precisa de alguém para te


arrumar namorada?

Lucas gargalhou.
— Não estou procurando por uma. Não me importa
quem seja, apenas se certifique que a mulher saiba que não
será efetivamente um encontro. Iremos só como amigos.

—Certo, seu esquisito... o que está rolando?

Lucas sorriu ao dizer.

—Amanhã, Fallon tem um encontro com um babaca lá.


Quero fazer ciúmes.

—Não diga mais nada. Cuidarei disso.

—Excelente!

Desligando o celular, ele sorriu. Desde que ela não se


rendeu aos seus recentes avanços, apelaria para artilharia
pesada. Fallon costumava ser extremamente ciumenta e
tinha esperanças de que ainda fosse, considerando que já
estava sem ideias de como tê-la de volta.

Fallon não sentia absolutamente a mínima atração por


Chase Rodin.

Não apenas porque ele comia como um cavalo, mas


quem convidaria uma garota para um encontro e apareceria
de short jeans? Tudo bem que estava calor, mas eles estavam
em um encontro! Se isso já não fosse péssimo, para piorar o
cara não parava de tagarelar sobre seu coelho de estimação
Earl. Ela estava cheia daquilo! Se ele mencionasse mais uma
vez o tal animalzinho, ela fingiria que engasgou com o petisco
frito sobre a mesa e fugiria.

Rapidamente!

—Então, você trabalha muito, certo?

Fallon confirmou com um aceno, tomando um gole de


sua cerveja. Realmente precisava providenciar vender aqui. A
única marca de vinho que o restaurante servia era uma
merda desagradável, de modo que teve que se contentar com
uma cerveja, coisa que nem gostava, mas que escolha tinha?
Impossível permanecer sóbria e aguentar a companhia de
Chase.

—Sim, eu trabalho. É um malabarismo difícil, ser mãe e


trabalhar em tempo integral, porém eu até que administro
bem. — Ela relatou.

—Então o pai de Aiden não está por perto participando?

Mordendo o lábio, ela não soube bem como responder,


então só disse.

—Não no que se refere a mim.

Chase assentiu, sorrindo.

—Você é incrível Fallon, sabia?

Timidamente retribuiu o sorriso e a seguir, bebeu mais


um gole.

—Obrigada, eu não me acho isso tudo, mas obrigada.

—Está tudo bem? — Ele perguntou preocupado. Até que


ele era legal, nada sexy, claro... e também não era Lucas...
—Nada que não possa controlar. — Comentou,
engolindo sua bebida.

Descobriu que talvez, se estivesse bêbada, o encontro


seria mais simples e terminaria mais rápido. Fallon estava
no limite. Desde o dia anterior, após o beijo de Lucas, ele
ocupava todos os seus pensamentos, sem que conseguisse
parar de pensar nele, não importava o que fizesse e isso a
deixava tão estressada, que fez sua irmã entregar Aiden para
Lucas, quando apareceu e também o pegar de volta. Tudo
porque não tinha certeza se seus nervos aguentariam
encontrá-lo hoje.

A música começou e as pessoas foram lotando a pista,


alinhando-se para dançar. Se por um lado amava dançar, por
outro odiava coreografias. Detestava que todos fizessem os
mesmos movimentos, gostava apenas de dançar. Chase
falava sobre o seu trabalho, com uma voz para lá de irritante,
enquanto ela observava o pessoal na pista de dança. Quando
mudaram para uma melodia mais lenta, todos se juntaram
como casais, abraçando-se agarradinhos ao fundo, Katy Perry
cantava sobre pensar em alguém.

Fallon odiava aquela canção.

Tudo nela levava a pensar em Lucas e odiava quando


isso acontecia. Inclusive, uma das principais razões pela qual
ela tanto gostava e escutava rap residia no fato de que, em
geral, os músicos não falavam sobre alguém que perderam.
Eles eram muito fodões para isso e, quando cantavam sobre
isso apenas mudava de música. Fallon olhou para Chase
esforçando-se para compreender o que dizia, mas não podia.
Não era nem um pouco interessante.

Ela levou o copo à boca enquanto estudava a porta de


entrada/saída, imaginando quão rápido conseguiria alcançá-
la antes que Chase a capturasse. Mas quando as portas se
abriram dando passagem a Lucas com uma loira a tiracolo
engasgou com a cerveja.

—Você está bem? — Chase perguntou.

—Ai meu Deus! — Ela ofegou buscando ar, enquanto


observava Lucas puxar o corpo da oxigenada mais para perto
de si. —Sim, estou bem. — Ela suspirou, após recuperar o
fôlego.

Lucas e seu encontro ―supermodelo‖ ficaram perto da


recepção de mãos dadas e Fallon queria gritar. Ele, claro,
vestia-se para matar, com uma gravata cinza que o deixava
delicioso, cabelos desalinhados e, porra, continuava sem
fazer a barba. O belo par de Lucas usava um lindo vestido
roxo com os ombros de fora e saltos altíssimos, que faziam
suas pernas parecerem quilométricas. Perto das dela, as
pernas de Fallon certamente lembrariam troncos de árvores e
seu vestido nem se comparava. Por todos os deuses, sequer
era tão bonita como a loira.

Enquanto o ciúme a corroía por dentro, observava o


casal caminhar atrás da atendente para ser acomodado
numa mesa a poucos passos da que estava com Chase. Viu
quando Lucas puxou a cadeira para a loira, dirigindo-se
depois para a sua no lado oposto. Acompanhou-os lendo seus
menus, ouviu suas risadas e sua conversinha enquanto tudo
o que queria era ir até lá e bater pra cacete nele. Sabia que
ele foi ali para provocar ciúmes. A merda é que teve sucesso
nisso estava morrendo de ciúmes.

Por que ainda permitia que ele fizesse isso?

Suas mãos tremiam enquanto continuava a observa-lo


rindo e fazendo piadinhas com a linda loira. Pobre Chase, não
fazia qualquer ideia do que dizia e ele nem parecia se
importar, porque continuou falando enquanto ela se
concentrava no outro casal. Ficou assim até que viu quando
a garçonete se aproximou para pegar os pedidos e Lucas
retornou ao cardápio. De onde estava pode perceber como
sua testa se enrugava apreensiva, enquanto a loira fazia seu
pedido. Ele deve ter pedido o mesmo, porque ela riu enquanto
ele encolhia os ombros. Ela deve ter pedido salada.

Fallon achava horrível perceber o quanto a dislexia


ainda o afetava e desejava que ele abandonasse o orgulho e
buscasse ajuda, apesar de saber que não faria isso.
Mantendo os olhos sobre os dois, Fallon se sentia como uma
verdadeira perseguidora desequilibrada. E mais, em relação
ao seu próprio encontro que não parava de tagarelar, sentia-
se péssima. Será que o homem não conseguia se calar um
segundo sequer?

Quando a comida deles foi servida, se obrigou a retornar


sua atenção aos pratos entregues, porque sem se alimentar o
dia todo, estava faminta. Não que isso fosse o suficiente para
impedi-la de continuar inspecionando a mesa de Lucas. No
momento em que empurrava uma batatinha frita na boca, viu
a loira se levantar, saindo para o banheiro e deixando Lucas
sozinho. Ele, em seguida começou a observar ao redor até
que, finalmente, encontrou os olhos dela, sua boca formou
um sorriso acompanhado de um leve aceno de cabeça. Seu
sangue literalmente ferveu. Sem perceber, ergueu-se de sua
cadeira e como um furacão caminhou em direção a ele. Ouviu
Chase dizer algo, mas o ignorou completamente.

—Eu sei o que você está fazendo e isso não é bonito! —


O acusou, apontando-lhe o indicador. Como as cadeiras de lá
eram altas, ele estava na mesma altura que ela, agora ao seu
lado.

Ele riu, levando o copo de água à boca.

— Não sei do que você está falando.

—Sim, você sabe! Trazendo uma garota quando sabia


que eu estaria aqui com Chase.

—Sério? O treinador palerma está aqui? — Disse,


olhando ao redor. —Que tal nos juntarmos?

—Não! Eu quero que você vá embora! — Ela gritou,


fazendo-o gargalhar.

—Eu não vou a lugar nenhum.

O rosto dela contorceu-se numa careta e voltou para


sua própria mesa, batendo os pezinhos.

—Sabe, é muito louco isso de eu ainda achar você


gostosa e excitante, mesmo quando age como uma garotinha
de dois anos de idade. — Exclamou ele às suas costas.
Ignorando-o, sentou-se e olhou Chase com um sorriso
generoso.

—Desculpe-me, mas vi alguém que eu conhecia. —


Explicou, alcançando uma batatinha e a colocando na boca.

—Tudo bem. — Ele replicou um tanto hostil, não que ela


desse a mínima.

Quando o apresentador se encaminhou até os


microfones e anunciou a atração daquela noite, Fallon se
deslocou um pouco a fim de observar o palco.

—Dizem que o cantor de hoje é muito bom. — Chase


comentou.

Fallon assentiu levemente, mas, de súbito, seus olhos se


arregalaram. A acompanhante de Lucas subiu calmamente
no palco, carregando uma guitarra e um cara de cada lado.
Após todos terem se instalado, ela olhou para Lucas que lhe
dirigia um sorriso. Seus olhos prenderam um ao outro,
enquanto seu encontro começava uma das mais belas
melodias que ela já ouviu. Quando Lucas ficou de pé e andou
em sua direção, sem nunca desviar os olhos dos dela, sua
respiração falhou.

O que ele faria?

—E aí, treinador?

Fallon ergueu os olhos para Lucas, ao mesmo tempo em


que o técnico babaca o encarava indagador. Lucas mal
dispensou atenção ao cara, tinha olhos apenas para ela.
Estava linda... como sempre! Vestia um tubinho justo na cor
creme, que realçava o tom bronze de sua pele. Suas sandálias
de salto eram presas aos tornozelos por perversos lacinhos e
ele não queria nada além de tirá-los daqueles pés
maravilhosos...

Com os dentes.

—Eu o conheço? —O babaca perguntou.

—Não. Realmente, não. Mas eu sou um amigo de Fallon


e quero dançar com ela. Você não se importa, não é?

Piscando repetidamente ela respirou fundo. Chase,


primeiro a observou e depois, retornou para Lucas.

—Só uma música e eu a trarei imediatamente de volta.

Limpando a garganta, o treinador acenou para Fallon.

—Depende dela.

Rindo, Lucas a chamou.

—Certo então, vamos lá, pequena.

—Eu não vou dançar com você. — Ela protestou assim


que encontrou a própria voz, fazendo Lucas rir novamente.
Então ele voltou sua atenção para Chase.

—Será que ela contou quem eu sou?

—Tudo bem, vamos. — Ela o cortou, se levantou e o


empurrou para a pista. —Cretino. — Murmurou ela.

Lucas nem fez força para esconder o sorriso que surgiu.


Deveria se irritar com o fato dela não querer informar às
pessoas quem era, contudo, percebeu que provavelmente era
o mais adequado até que a verdade fosse revelada a Aiden.
Lucas lançou um leve sorriso a Misty, antes dela começar
uma nova canção. Ela retribuiu e então ele segurou Fallon
em seus braços. Ela não foi espontânea além de, por algumas
vezes, tentar diminuir a proximidade entre eles, mas não a
deixaria ir tão fácil. Amava demais a sensação do corpo dela
contra o seu, para sequer pensar em pôr uma distância. Já a
tiveram muita, no decorrer dos anos... e agora que estava ao
seu alcance, nunca mais permitiria que isso fosse um
problema.

—Não é bom? — Sussurrou, cravando-lhe os olhos.

Cheia de irritação, ela o encarou.

—Será quando eu puder retornar ao meu encontro.

Ele riu.

—Ambos sabemos que não quer estar com ele, nem


sequer o estava escutando.

Estreitando os olhos, ela perguntou.

—E como você sabe disso?

Com um sorriso todo pretensioso, instigou.

—Querida, você não enxerga que quando está perto de


mim eu sempre estou observando você?

Fallon revirou os olhos, direcionando-os para o palco.

—Não seria mais conveniente se observasse sua


acompanhante?
—Não, ela não é minha acompanhante, é prima de Levi e
eu a conheço há anos. Convidou-me para jantar e vê-la
cantar.

Ele poderia jurar que vislumbrou o alívio que fluiu de


seu rosto, mas sendo Fallon quem era, logo o escondeu.

—Não me interessa.

—Claro que não! — Ironizou.

—Então, posso voltar agora para minha mesa, sem que


você conte a Chase sobre nós? — Perguntou ofensiva,
mirando o babaca de longe.

—Não.

—Por quê? Que droga você quer? — Ela continuou olhos


nos olhos.

—Apenas segurar você. — Desabafou com sinceridade.


Sentia tanta falta de tê-la em seus braços, aquecendo o corpo
e a alma. E, mesmo com toda aquela atitude mal-humorada,
não conseguia controlar a maneira como seu corpo reagia ao
dela. Gostaria de saber se ela sentia o mesmo calor, se estava
tão molhada, quanto estava duro por ela. Porra, a queria
demais.

Se deixaram levar pela música, até que ele disse.

—Talvez, você pudesse me dar um beijinho... — Lucas


apenas brincava com ela, mas só conseguiu aumentar a
irritação. Seus olhos estreitaram quando saiu dos seus
braços.
—Primeiro não sou o tipo de mulher que estando
acompanhada de um homem, beija outro na sua frente.
Segundo foda-se você por pensar que sou! Não nos confunda
Lucas, você é o traidor! — Ela explodiu antes de sair batendo
os pés em direção à sua mesa. Lucas ficou sozinho no meio
da pista, observando-a conversar alguma coisa com o babaca
e depois sair.

—Caralho! — Murmurou colocando as mãos no bolso da


calça.

Estava na hora de reavaliar seus planos, porque algo


não funcionava. Fallon, a esta altura, já deveria estar nua em
seus braços, na sua cama, não o atacando ou o insultando.
Já se desculpou, já mandou presentes. Fez tudo o que sua
mente pôde pensar. Que porra, afinal, fazia de errado?
Enquanto Misty cantava, Lucas começou a duvidar de si
mesmo e se ela realmente não mentisse ao afirmar que não
queria nada com ele? E se ela não sentisse o que ele sentia?
Talvez fosse melhor apenas se relacionar com seu filho,
deixando-a em paz.

Permaneceu onde estava, assistindo ao show, rodeado


de casais dançando. De súbito, um sorriso lento foi se
moldando em seu rosto, então riu de si mesmo porque ela o
queria sim. Embora não quisesse desejar, o queria tanto
quanto ele a ela. Então, conheceria seu filho e a
reconquistaria a qualquer custo, porque ainda era
completamente apaixonado por ela.

E sempre seria.
No dia seguinte, Fallon ainda podia sentir os braços de
Lucas ao seu redor. Mal dormiu a noite passada, porque as
suas palavras ficavam se repetindo em sua mente.

Quero apenas segurá-la.

Quantas vezes o ouviu murmurar estas mesmas


palavras antes? Quando namoravam, nenhum dia se passou,
sem que as sussurrasse e, pelos deuses, como adorava ouvi-
las. Amava ser abraçada por ele, deleitando-se na sensação
de seus fortes braços a mantendo tão segura e amada. E na
noite anterior ele não falhou em impressionar. Seus braços a
seguraram tão próxima do peito que era possível sentir seu
coração palpitando junto aos seus seios, enquanto eram
embalados por uma doce música ao fundo.

A mesma que tocou repetidas vezes ao longo do dia de


hoje. Simplesmente não conseguia tirar de sua cabeça a
lembrança daquele momento que compartilharam, mais ouvir
a música repetidamente não ajudava. Conforme a voz
ritmada da garota cantava sua necessidade de um herói,
Fallon se lembrava da respiração de Lucas soprando em suas
bochechas, fazendo seus olhos se fecharem, pensar nisso a
excitava mais e mais, seus mamilos duros raspavam contra a
seda da blusa e havia umidade entre as coxas.

Caralho, ela precisava transar!

Talvez até pudesse reconsiderar Chase, com ele seria


rápido. O único problema ali era que nada nem ninguém
nesta porra de vida a faria ficar nua com ele. Era um palito,
sem músculos. E gostava de um pouco de aspereza e,
infelizmente, o único homem que fazia do jeito como gostava
era Lucas.

Todos os outros foram tão gentis, e suaves, e doces...


Não era muito sua praia. Uma vez ou outra, tudo bem, mas
ela preferia do jeito áspero e duro. Desfrutar da sensação de
um homem mordendo seus lábios ou o pescoço. Ou
empurrando-a bruscamente contra a parede para fodê-la até
não poder mais. Sim, por favor, coloque meu nome neste
curso! Era assim que ela gostava e Lucas atendia suas
expectativas desde o primeiro dia.

—Eu não costumo fazer isso. — Fallon afirmou ofegante


entre um beijo e outro, enquanto eles subiam as escadas
para a casa dele.

—Eu sei. — Lucas respondeu prendendo seu lábio entre


os dentes e mordiscando-o suavemente. — Mas não está feliz
por estar fazendo?
Lucas então, a ergueu, esmagou suas costas contra a
porta usando o quadril para suportar seu peso e com a mão
livre arrancou a calcinha.

—Oh, sim. — Ela engasgou quando ele colocou as mãos


na sua bunda, pressionando seu pau duro no centro de sua
boceta encharcada. Sua boca capturou a dela novamente e
um dos seus braços envolveu seu corpo, mantendo-a segura,
assim que a porta foi aberta.

Sua boca estava muito ocupada para se preocupar em


examinar a casa dele. Num estado de excitação violentíssima,
a carregou rápido para o quarto. Uma vez lá dentro, a lançou
sobre a cama, sorrindo. Ela o encarou por debaixo dos longos
cílios, com luxúria vazando por todos os poros. Sem deixar de
sorrir, ele alcançou-lhe as botas, tirando-as apressadamente
e as jogando por sobre seus ombros. Fallon desabotoou a saia
jeans e ele imediatamente a arrastou por suas pernas e
concentrou-se em seus olhos, agora escuros de desejo, por
sua boceta nua.

—Porra! Você é deslumbrante. — Sussurrou ele,


passando suas mãos pelas coxas dela e provocando-a com os
polegares. —Eu poderia comê-la por dias.

Ao puxar sua regata pela cabeça, arremessando-a em


qualquer canto, seus seios saltaram livres para o deleite dos
olhos dele.

—Você está tentando me matar. — Balbuciou contra seu


quadril. Suas gracinhas encheram o ambiente, mas pararam
assim que ele mordeu sua carne. Ela o observava enquanto
brincava com sua língua, mas, quando separou as coxas,
quase perdeu o fôlego. Com os olhos estreitos, ele a olhou
antes dele descer com a boca e devorá-la.

Seus gemidos ecoaram pelo quarto enquanto Lucas a


levava em uma montanha-russa de prazer. A chupou quase
ao ponto de tê-la gritando, então, de repente, se afastou e
mudou o ritmo e a direção de sua língua. Estava
desorientada de prazer e queria mais. Sendo assim,
escorregou suas próprias mãos pelo corpo, foi acariciando
para baixo, sentindo o suor que molhava sua pele até
enroscar os dedos nos cabelos dele. Lucas acelerou o ritmo,
movendo sua língua de uma forma que antes só eram
concebíveis na imaginação dela.

Os dedos dele beliscavam suas coxas e os dela


agarravam o couro cabeludo dele. E quando finalmente
atingiu o clímax, ela explodiu em milhares de pedaços.

Lucas sentou com um sorriso satisfeito em sua linda


boca antes de secá-la com as costas da mão. Fallon deitou
completamente enquanto ele tirava as próprias roupas. Seus
olhos passeavam diante daquele abdômen bem definido e na
visão dos pelos que cobriam seu peito. Sob os pelos do tórax,
ela pode perceber uma tatuagem que dizia algo impossível de
ler de onde ela estava deitada. Todo seu corpo era coberto de
tatuagens, cada uma delas convidando sua língua para um
passeio erótico.

Fallon engoliu em seco e sua respiração tornou-se difícil


com a certeza quase absoluta de que aquele membro
gigantesco não caberia dentro dela. Já estivera com alguns
rapazes antes, mas agora foderia com um homem de verdade
e praticamente gozava só de pensar nisso. Lucas mordiscava
o lábio, com um olhar febril cravado em seu corpo, fazendo-a
se sentir a mulher mais sensual e gostosa no mundo.
Quando ele a agarrou pelos tornozelos e a levou para a
beirada da cama quase teve um orgasmo. A altura da cama
facilitava tudo, então seu pau se nivelou perfeitamente à sua
ensopada entrada. Sem esperar, sem avisar, ele firmemente
se empurrou dentro dela.

Viu estrelas em cada investida dele, tirando dela tudo o


que queria. Seus dedos mantiveram seus quadris
aprisionados e imobilizados enquanto a penetrava, soltando
grunhidos e gemidos exaltados. Doía, mas era uma dor
absolutamente deliciosa e ela, sem demora travou suas penas
em volta da cintura dele.

—Abra seus olhos. — Lucas ordenou e ela, sem


qualquer resistência, obedeceu. Quando seus olhos
embriagados de desejo ficaram trancados nos deles, o sorriso
atrevido que se formou naqueles lábios já intumescidos foi se
alargando, acompanhando o ritmo de suas estocadas. Sem
conseguir acreditar, apenas sentiu quando um novo clímax
foi se construindo dentro de si. Jamais antes, durante o sexo,
ela gozou duas vezes. No entanto, parecia que ele se
incumbiu de não parar até que assim fizesse. Para tanto,
soltou suas pernas da cintura dele e as empurrou em direção
à sua cabeça, posicionando-se inclinado sobre elas. Com as
mãos paralelas à sua cabeça suportando o peso dele, seu
embevecido rosto aproximou-se do dela. A mudança de
posição foi perfeita e gozou forte e intensamente, gritando
contra o pescoço dele. Foi intenso e, quando ele começou a
gemer profundamente em seu ouvido, alcançando seu próprio
orgasmo, estava convencida de que gozava novamente.

Permaneceram assim até que suas respirações


voltassem ao normal. Lucas rolou para o lado e Fallon não fez
nada além de ficar deitada, somente abriu os olhos no
momento em que sentiu a mão dele agarrando firmemente a
sua. Observando aquele belo rosto todo suado, um sorriso
safado aflorou e ela murmurou.

—Nossa, eu estou bem contente de ter conhecido sua


casa.

A risada de Lucas se espalhou pelo quarto enquanto a


trazia apertado para seus fortes braços, aproximando seus
lábios dos dela o beijou forte, demoradamente, até que ele se
afastou sorrindo e comentando.

—E acredite, estamos apenas começando a visita,


pequena.

—Oh, Deus! — Fallon gemeu, escondendo o rosto nas


mãos. Sua resolução poderia até ser aceitável, se não fizesse
essa pequena viagem à alameda das lembranças. Agora tudo
o que queria era ser dominada e devastada em uma cama por
Lucas, não que fosse permitir que isso acontecesse
novamente. Afinal, olha o que aconteceu da última vez.
Naquela época, estava tão apaixonada que nada mais
importava. Hoje, ainda tinha o coração partido, estava
sozinha e com tesão.

Portanto, nada de sexo com Lucas.

Não mesmo, de jeito nenhum! Contudo, ninguém disse


que não poderia se martirizar fantasiando com os e se...

É o que faria até que se deparasse com alguém que a


fizesse esquecê-lo.

—Fallon?

A voz de Rob a assustou justamente quando se


esforçava para recuperar sua respiração.

—Porra, Rob, você me assustou.

Ele riu ao anunciar.

—Eleanor Adler está aqui para vê-la.

Ah, merda!

—Bem, certo, mande-a entrar.

Que porra será que Elli fazia ali? Não a encontrou, nem
teve notícias suas por vários dias.

Fallon calçou seus sapatos, desligou o MP3 e arrumou


as coisas na mesa. A porta se abriu e Elli entrou carregando
Shelli no quadril.

—Ei, Shelli fofa! — Brincou levantando-se para pegar a


garotinha no colo. Sorrindo, Elli lhe passou a doce bebê,
cujos olhinhos profundamente azuis observavam tudo, menos
a pessoa que a pegou nos braços. —A que devemos a honra?
Elli sorriu e colocou uma pasta de documentos sobre
sua mesa.

—Precisava trazer a papelada e como Shelli ficou


comigo hoje, ao invés de enviar Janet para fazê-lo, decidi vir
eu mesma.

—Estou feliz que veio. — Disse sinceramente. Ela


adorava a garotinha Shelli com seus olhos azul-claros,
bochechas de querubim, cachinhos castanho-escuros e um
lindo narizinho. Perfeita! —Se não é a bonequinha mais
bonita que existe? Humm, claro que Shelli é!—Cantarolou
para o bebê, sendo recompensada com um sorriso tão
resplandecente, que seu coração se aqueceu. —Eu juro Elli,
toda vez que a encontro ela está mais parecida com Shea.

Elli sorriu, sentou-se em uma das cadeiras à frente de


sua mesa e confessou.

—Eu sei. Shea tem esperanças de que o próximo seja


parecido comigo, o que eu duvido que ocorra, Shea possui
um DNA poderoso.

—Ora, cale-se! Você também. Lógico que Shelli tem algo


seu, apenas tem mais de Shea. Tal como ocorre com Aiden, é
Lucas em miniatura, mas também tem algumas partes
minhas. — Ela esclareceu risonha, beijando as bochechinhas
do bebe.

—Já que você mencionou Lucas, bem...— Elli começou


provocando um acesso de riso nela, porque era tipo a
primeira vez que falavam sobre ele abertamente. —Como ele
está? Eu não o tenho visto nos últimos dias.
Fallon encolheu o ombro, respondendo.

—Acho que deve estar bem. Se eu desconsiderar o fato


de quase me enlouquecer, pelo que percebi, ele e Aiden estão
se dando maravilhosamente bem.

Sentou-se de frente para Elli com a bebê no colo,


quando esta contente indagou.

—Que bom, Fal. E quando será o teste de paternidade?

—Amanhã. Audrey vai levá-lo já que estarei trabalhando


na maior parte da manhã.

—Certo, então, imagino que esteja tudo bem entre


vocês...

Gargalhando, Fallon protestou.

—Nem perto disso. Realmente uma loucura total, Elli.


Em um minuto estamos discutindo exaltados, no outro ele
está me beijando. Ele faz observações atrevidas e rudes que
me deixam louca. Acredite quando digo ele é um bastardo
aproveitador!

—Como é? Você o beijou?

Fallon olhou por cima dos cachinhos da bonequinha em


seu colo e lançou.

—Não!

—Caramba, Fallon! Eu pensei ter ouvido você afirmar


que não queria nada com ele...

—Mas, eu não quero!

—Então, por que o beijou?


—Foi ele que me beijou. — Enfatizou Fallon.

—Então você bateu nele?

Mordiscando o lábio, voltou a admirar os belos cabelos


de Shelli e sussurrou.

—Não. — Ela sussurrou enquanto Elli soltou um grito, o


que a fez tentar explicar. —Elli, por favor, eu apenas tenho
tesão e o homem me deixa louca!

—Você está louca e confusa.

—Eu sei que é doido, Elli! Uma parte de mim o deseja, a


outra é consciente de que não existe um erro maior do que
ele. Mas quando o vejo com Aiden meu coração se derrete.
Ele fica tão feliz perto de Aiden... e Aiden resplandece... é
como se soubesse de algo, como se realmente sentisse... eu
não sei. Contudo, em mim existe uma coisa 100% verdadeira,
um medo enorme de que vá me ferir novamente e isso me
impede de ceder aos seus avanços.

Elli apenas balançou a cabeça.

─Fallon, você já pensou em como vai lidar com a


campanha? Vocês trabalharão juntos.

Rolando os olhos, murmurou.

—Como lidarei com o resto da minha vida? No momento,


minha única certeza é que se não transar logo, terei que me
esfregar na cara dele!

Ambas caíram na risada, fazendo com que a doce Shelli


se espichasse para olhar ao redor.

—Mas sabe o que é mais triste? É que ele deixaria!


Riram tanto que os olhos de Fallon até lacrimejaram.
Era tão bom ter lágrimas que não fossem de tristeza. Essa
história toda com Lucas sempre foi motivo de dor e angústia,
então rir de algo relacionado a ele era uma grande mudança.

—Você é louca, Fallon Parker. — Elli disse quando


conseguiu respirar.

—Eu sei. Melhor correr e procurar um médico... —


Fallon brincou atendendo o celular que tocava. —Alô?

—Ei, será que pode levar Aiden ao treino? — Audrey


pediu. Fallon parou de rir.

—Hum! Não dá, tenho uma reunião esta tarde. Você não
pode?

—Não, eu tenho um encontro. Ouça, posso ligar para


Lucas e pedir? — Ela perguntou. Pelo visto sua irmã
encontrava-se numa situação bastante desesperadora, do
contrário, jamais marcaria algo que conflitasse com os
horários de Aiden.

—Hmm, claro... com quem você vai sair?

—Ótimo. Não é ninguém que conheça. Obrigada, vejo


você à noite.

Então a linha ficou muda. Por um tempo ficou


observando o aparelho, antes de fechá-lo irritada.

Isso foi bem esquisito...


—Eu acho que hoje foi melhor do que ontem.

Olhando para Aiden pelo retrovisor, Lucas sorriu. Seu


garoto usava uma camiseta, com seu número oficial 22,
escolhida numa loja de esportes. Seu rosto estava todo sujo
de algodão doce, mas seu enorme e feliz sorriso indicava que
o comentário era a mais pura verdade... o dia até agora foi
realmente excelente.

Eles passaram o dia na arena onde Lucas lhe mostrou


tudo, os vestiários, o gelo, o box de penalidades, o banco dos
jogadores, tudo. Durante a caminhada, Aiden parecia andar
nas nuvens, exibindo um sorriso de orelha a orelha enquanto
fazia pergunta atrás de pergunta. E, amando o Hóquei como
Lucas amava, falar sobre o assunto com seu filho,
literalmente, o levou às portas do paraíso. A única coisa que
acabou com parte da alegria que experimentaram era a
necessidade de levá-lo para casa.

Ele tinha treino de beisebol.

—Concordo, companheiro.

—Será que eu realmente poderei ir a um dos seus jogos?


— Aiden perguntou.

—Claro que sim, a todos eles se você quiser. — Lucas


confirmou, sorrindo.

—Minha mãe e Audrey poderão ir também?

O coração de Lucas bateu mais forte com o pensamento


de ter Fallon assistindo um jogo seu novamente.

—Sim, se quiserem...
—Legal. — Exclamou ele.

Enquanto estavam na estrada, ouviam um novo CD que


Aiden levou. Um de uma rainha do pop ou coisa similar que,
ao menos sabia cantar, se bem que o estilo ainda era um
martírio do caralho... Enfim, mesmo com uma música muito
ruim, nada poderia perturbar seu bom humor, porque seu
filho e ele desfrutaram de um ótimo dia. Além disso, teve a
oportunidade de segurar Fallon em seus braços e embora a
situação não acabasse assim tão bem passou uma noite
excelente, com doces sonhos. Lucas tinha certeza de que
derrubaria suas defesas, ainda que em um ritmo um pouco
lento. Ela o desejava, ele via isso. Apenas precisava convencê-
la a confiar nele novamente.

—Eu gostaria de jogar Hóquei. Posso tentar?

Lucas não pode conter o sorriso ou o disparar de seu


coração, tamanha a sua felicidade...

Ter a chance de ensinar seu filho a jogar Hóquei?

Quando começaremos?

—Claro, companheiro. — Ele exclamou assim que


recuperou a fala. —Eu acho que os caras que estão
reformando minha casa terminarão na sexta feira. Então,
passaremos o dia lá e eu te ensinarei tudo.

Por odiar carpete, Lucas mandou trocar todo piso por


madeira, porém como a casa era imensa levaria muito
tempo... claro que não correria o risco de carregar uma
criança de seis anos para um lugar cheio de perigos, tais
como pregos, tábuas soltas, vigas e todo tipo de porcarias
espalhadas pelo chão. O quarto de Aiden também seria
ampliado, uma vez que acreditava que seu garoto gostaria de
passar a noite, quando descobrisse a verdade, portanto, para
seu filho só o melhor.

O pensamento de revelar a verdade fazia seu coração


acelerar, mas Lucas já sentia uma ligação, já sentia o quão
profundamente se conectavam. Já amava Aiden e mal podia
esperar para ouvi-lo chamá-lo de pai.

—Legal. — Aiden disse todo sorridente.

—Então, na quinta feira, nós faremos compras, já que


amanhã você estará com Audrey.

—Por que precisamos ir às compras? — Perguntou no


momento em que Lucas virava na rua de sua casa.

—Para achar um equipamento de Hóquei para você e


talvez outras coisas.

—Odeio fazer compras. — Aiden queixou-se com uma


careta.

Lucas riu, seguindo em direção à entrada da garagem.

—Porque ainda não foi comigo. Você vai se divertir


prometo. Levaremos o Levi também.

—Legal! — Aiden gritou quando Lucas estacionou.

Aiden gostava de Levi, mas este odiava crianças e


também não acreditava que o garoto fosse seu filho, alegando
que Fallon mentiu. Lucas ficou tão furioso que Levi pensasse
isto, que pela primeira vez, ameaçou seu melhor amigo. Aiden
era seu filho, ele jamais pensaria diferente. Talvez, não
soubesse como consertar as coisas entre ele e Fallon, mas
sabia que Aiden era dele. Nada o faria mudar de ideia.

Ao descer do carro, ele notou Audrey de pé ao lado de


seu carro com as tralhas do treino de Aiden na mão.
Fechando a porta, sorriu-lhe.

—Estamos atrasados? — Ele perguntou enquanto abria


a porta para o filho, que se atirou sobre a tia para abraçá-la
apertado.

—Oi, docinho. — Ela o saudou com um beijinho na testa


e virou para Lucas, falando. —Não..., mas será que poderia
levar Aiden ao treino? Tenho um compromisso.

—Oh, claro. — Lucas afirmou pensando que, além de


não ter agendado nada para hoje, estava ciente de que
amanhã o filho passaria o dia com ela, então ficou feliz de ter
esse tempo extra para si.

—Nossa, obrigada, tudo bem pra você, Aiden? — Audrey


perguntou, olhando-o.

Assentindo com a cabeça, recolheu suas coisas e disse.

— Sim, mas depois tenho que te contar todo o meu dia.

Audrey sorriu enquanto tirava o cabelo da frente dos


olhos de Aiden. Lucas realmente precisava conversar com
Fallon sobre levar Aiden para cortar o cabelo, porque sempre
caía sobre seus olhos.

—Amanhã, certo? Vá passar mais algum tempo com


Lucas. Quando voltar, mamãe já estará aqui.
—Certo, eu te amo. — Aiden disse, e eles se abraçaram
novamente. Então ele se afastou e correu para a SUV.

—Eu te amo mais, querido, divirta-se. Acerte uma bola


para mim! — Audrey pediu, acenando. Lucas pegou a
mochila do filho, colocando-a no porta-malas e foi se
certificar de que ele travou o cinto de segurança. Despedindo-
se de Audrey, entrou no carro.

Ao endireitar o carro na rua, ele podia jurar ter visto


uma lágrima rolar pelo rosto dela. Pensou até em retornar e
verificar, no entanto, ela rapidamente entrou em seu carro e
saiu. Lucas notou que Audrey estava estranha, mas não
parecia chateada e isso o preocupou. Ele se surpreendeu ao
perceber como o bem-estar dela agora importava. Porque
neste processo para se aproximar e conhecer Aiden, ele
começou a aprender sobre ela, até já a considerava a irmã
que nunca teve. Era uma boa garota, leal e acima de tudo
dava seu apoio para que reconquistasse Fallon, o que por si
só, o fazia apreciá-la mais. Decidiu checá-la amanhã, logo
que conseguisse. Por agora, melhor alcançar o campo de
beisebol para o tal treino.

E para reencontrar o treinador babaca.

Lucas não ia com a cara do treinador de Aiden apenas


porque ele tentava comer Fallon, mas, a partir de hoje,
percebeu que realmente detestava o homem porque não
poderia treinar nem um protozoário, se quisesse. Ele até
entendia que o jogo deveria ser divertido para as crianças,
porém também havia necessidade de uma certa estrutura e
organização. Eles precisavam de autoridade e o cara não
tinha nenhuma. A garotada zoava, corria, gritava por todo o
campo, enquanto o babaca pedia atenção.

Pedia!

Somente duas crianças, incluindo Aiden, estavam


parados escutando e o temperamento de Lucas estava prestes
a entrar em combustão. Queria gritar para que todos
parassem e ouvissem. Queria ir até lá e mostrar como jogar,
ainda que não fosse tão bom nisso. Certamente era melhor do
que este idiota.

Aiden procurou por Lucas, que se encontrava encostado


na SUV e encolheu os ombros, revirando os olhos. Cortava-
lhe o coração, sentar ali e assistir ao filho fazer algo que,
evidentemente ele odiava. Gostaria de ir até lá e afastá-lo,
talvez para uma sorveteria assim, ao menos, conseguiria que
ele ficasse feliz. Havia uma coisa, isto é, uma pessoa que o
impedia de fazer do seu jeito.

Fallon.

Lucas pesou suas opções. Tentar fazer Fallon feliz ou


fazer Aiden feliz? Fallon não gostava de gente que desistia das
coisas, ele tampouco então se o filho deles não gostava de
beisebol, por que forçá-lo a continuar? Se a preocupação
fosse com Aiden praticando algum esporte, ele certamente
poderia cuidar disso. Logo eles começariam a praticar hóquei
e tudo daria certo. Mas, por agora, Lucas estava ciente de que
se tirasse o filho do treino, ela ficaria puta da vida e, pior,
toda e qualquer chance que tivesse em se acertar com ela
voaria pela janela. Ela pediu que Aiden praticasse até o final
da temporada, e Lucas podia respeitar sua decisão.

Não, ele não podia!

Quando viu aquele fodido treinador de merda empurrar


o filho de volta para o canto direito, notando como seu
desânimo o fez derrubar os ombros ao seguir para ali a
paciência de Lucas estourou ele simplesmente saiu do lado
da caminhonete torcendo para não bater no merdinha do
caralho. Ele sentiu o olhar de todos o acompanhando no
caminho até o imbecil, odiando o fato de ter plateia. Aiden
sequer se afastou muito, quando Lucas o parou, dizendo.

—AJ, carro, agora!

Aiden retornou o olhar para ele e logo disparou para a


caminhonete, fazendo com que ele se sentisse um pouco
desconfortável por assustá-lo, mas apenas por alguns
segundos em seguida, aquele maldito treinador, se virou com
um olhar ensebado no rosto.

—O que você está fazendo?

—Escute aqui, seu imbecil, Aiden não leva jeito para ser
canto direito e, desde que você tem sua cabeça enfiada tão
fundo no rabo da mãe dele não consegue enxergar isto, eu
vim até aqui para alertá-lo. Ele é o único, juntamente com
aquele outro garoto ali, que lhes dão atenção. Ele é respeitoso
e o melhor menino daqui e já que você não percebeu isso, eu
o estou tirando daqui. — Lucas disse, controlando-se por
conta do público. Esqueceu o boné no carro! Tomara que nas
arquibancadas não houvesse nenhum fã de hóquei.

—Agora, escuta aqui, imbecil. Primeiro... — O treinador


começou dando um passo em sua direção.

Caralho! Não é que o merdinha era corajoso? Por certo,


não era fã de hóquei, porque senão conheceria o
temperamento de Lucas. Todos já tiveram chance de ver
aquele seu olhar que informava à sua vítima que a sorte dela
chegou ao fim.

E ele sabia que, naquele momento, seu olhar estava


exatamente assim.

—Primeiro a razão pela qual coloco Aiden no lado direito


do campo é porque ele não consegue agarrar sequer uma
maldita bola, segundo minha cabeça não anda focada no
rabo de uma vadia qualquer e terceiro, você não pode fazer
isso, pois não é nada dele.

Fodeu...

Respirando fundo, contando mentalmente até dez,


Lucas deu um passo a frente.

—Agora me deixe explicar isso direito, seu fodido


magricela filho de uma puta. Se alguma outra vez, eu ouvir
você falar que meu garoto não é capaz de algo, com certeza eu
o socarei muito, mas tanto, que esta merda afro que você tem
na cabeça cairá. — Lucas ironizou diante dos olhos bem
arregalados do babaca. —E se você mais alguma vez se referir
à mãe do meu filho como uma vadia é simples, você vai
morrer... e por último, eu sou algo dele sim, e se ainda não
ouviu, eu vou contar ele é meu filho... e sou do tipo protetor
com tudo e todos que são meus. Fique longe de Fallon e de
Aiden ou eu vou acabar com você.

Lucas esperou o rapaz se manifestar, encarando-o com


uma fúria quase incontrolável. Quando permaneceu em
silêncio, se afastou lentamente, sem se virar. Apenas então,
Lucas se virou para retornar ao carro e percebeu alguma
conversa de uma ou outra mãe ao redor. Pouco se importou.
Existiam somente duas mães com quem se incomodava, a
sua e Fallon.

Lucas entrou no carro, colocou o cinto e saiu do


estacionamento, sem que Aiden dissesse uma palavra.
Enquanto dirigia, tentando controlar a raiva, pensava no
quanto se sentia abençoado pela entrada do filho em sua
vida. Antes de saber de sua existência, sempre foi rápido em
partir para uma briga, dando o primeiro soco. Contudo, agora
que tinha Aiden e sabia que ele poderia ver suas ações,
decidiu usar as palavras. O que, neste caso, foi
provavelmente o melhor mesmo.

Depois de alguns minutos dirigindo, ele olhou pelo


retrovisor e viu que seu garoto olhava para sua luva.

—Que tal um sorvete, amigo?

Levantando o olhar, Aiden acenou concordando.

—Muito bom... porque, provavelmente, será nossa


última refeição. — Ele balbuciou desconsolado.

Confuso, Lucas arqueou a sobrancelha.


—E por que seria?

—Mamãe vai nos matar...

Oh sim.
Quando a reunião de Fallon atrasou, ela ficou
preocupada em não chegar a tempo para encontrar Lucas e
Aiden, felizmente terminou e ainda deu tempo de terminar
algumas coisas que precisava fazer, e então poderia tentar
passar um bom tempo com seu pequeno. Estava sentindo
muita falta de Aiden e mal podia esperar para vê-lo.

Depois de lavar os pratos colocou um pouco de sopa no


fogão para o jantar, Fallon estava sentada na mesa da
cozinha com seu notebook quando o telefone tocou. Ela olhou
para o visor e viu que era Chase.

O que diabos ele queria?

—Alô? — Ela perguntou...

—Ei. — ele surtou.

Ceeerto.

—Ei. — Fallon disse cautelosamente.


—Eu queria que você soubesse que eu não vou mais te
ver. — Chase disse em sua voz irritante.

Ela levantou uma sobrancelha implorando a si mesma


para não deixar a risadinha que segurava escapar.

—Posso perguntar o por quê?

—Você mentiu para mim. Você disse que o pai do Aiden


não era presente.

O coração do Fallon parou. O que Lucas fez?

—Eu disse que ele não estava na minha vida. Porém, ele
é presente na vida de Aiden.

—Bem, ele me ameaçou e disse que se eu não ficasse


longe de você e de Aiden, ele iria... me matar.

—Pelo amor de Deus! — Fallon gemeu afundando o


rosto em suas mãos. —Por que ele falou isso?

—Ele é louco!

Fallon revirou os olhos.

—Duvido disso, você deve ter feito algo.

—Que seja, fique bem longe de mim.

Quando a linha ficou muda, Fallon não pode deixar de


rir. Era a segunda vez que tinham desligado na cara dela
naquele dia, mas ir para o treino de beisebol no dia seguinte
ia ser estranho. Ela não era louca, sabia que fora do gelo,
Lucas não lutava a menos que tivesse bom motivo. Se Chase
estava dizendo a verdade, ele deve ter feito alguma coisa para
o Lucas, ou para o Aiden.
Fallon olhou o relógio. Lucas deve ter levado Aiden para
tomar sorvete porque eles estavam um pouco atrasados. Ela
voltou a trabalhar, tentando não se preocupar, mas não
funcionou. Ela sabia em seu coração que Lucas teria
chamado se algo estivesse errado, então ela inspirou
profundamente e continuou o relatório que tinha que
finalizar. Ela não confiava em Lucas totalmente, mas ele era
bom com Aiden e acreditava que amava seu filho, então
Fallon não se preocuparia.

Fallon estava no fogão, quando a porta abriu e Aiden


entrou, soube instantaneamente, que algo estava errado
porque ele geralmente corria por toda a parte.

—Ei amigo. — Fallon disse quando Lucas entrou,


fechando a porta.

—Ei mãe, eu vou me trocar. — Aiden disse, seguindo


para as escadas.

—Não, senhor, venha comer primeiro. — Fallon disse o


olhando. Ele não olhava em seus olhos, caminhou para a
mesa da cozinha como se fosse sua sentença de morte.

—Tudo bem? — ela perguntou olhando de relance para


Lucas.

Aiden não disse nada enquanto Lucas passava suas


mãos pelo cabelo nervosamente.
—Nós precisamos conversar.

—Ok, você quer sentar e tomar sopa?

Ela pensou que se quisesse falar em particular, diria


não à sopa, então quando aceitou e sentou-se, ela deu de
ombros, pensando que não era nada demais, pegando duas
tigelas.

— O que está acontecendo? — Perguntou enquanto


enchia a tigela do homem-aranha de Aiden com sopa de
feijão. Era a favorita dele e esperava que Lucas gostasse
também. Fallon decidiu questionar a necessidade que sentia
da aprovação dele depois, quando ela fosse deitar.

—Tirei Aiden do beisebol.

Fallon olhou para Lucas e piscou duas vezes antes de


colocar a tigela de sopa sobre a mesa lentamente assim não
queimaria seu filho. Lucas mordeu seu lábio inferior
enquanto olhava nos olhos dela.

—Está quente Aiden, cuidado. — ela disse virando-se


para a porta da frente. —Vamos lá fora, Lucas.

—Eu pensei que ia comer enquanto conversamos. —


disse Lucas, mas antes que dissesse toda a frase, ela
balançou a cabeça.

—Nada de sopa para você. Diga tchau, Aiden.

Aiden olhou para Lucas.

—Vejo você quinta-feira, amigo. Divirta-se amanhã.

—Eu vou. — disse Aiden e Lucas enfiou a mão na


cabeça dele. —Adeus.
—Adeus, amigo.

Lucas caminhou e saiu. Fallon seguiu atrás dele e bateu


a porta.

—Que porra foi isso Lucas?

—Ouça, o treinador é um idiota, e serei amaldiçoado se


o melhor rapaz do time ficar no banco. Então eu disse isso ao
cara.

—Não, você ameaçou bater nele, e quem se importa


onde Aiden joga, desde que ele jogue?

Lucas fez uma careta.

—Como você sabia disso?

—Chase me ligou para dizer que não poderia mais me


ver porque você disse isso. — falou Fallon, dando a ele
apenas o essencial da conversa.

—Como se você se importasse caso ele não quisesse vê-


la, e ele mereceu. Tem sorte de que não bati nele. Me
desculpe, Fallon, mas eu não quero que Aiden jogue algo que
ele não quer.

—Você não pode tomar decisões! — Fallon gritou já


ficando irritada. —Sou a mãe dele, e eu tomo as decisões por
ele.

—Então o que é que o pai pode fazer Fallon? — Lucas


perguntou, dando um passo em direção a ela, mas Fallon
ficou parada. Não ia deixá-lo pensar que podia comandar as
coisas.
—Nada. — Fallon disse com a respiração acelerada por
ele estar tão perto.

Lucas observou o rosto dela.

—Como isso é justo? Ele é meu também. — ele disse em


tom baixo.

—Ele pode ser seu Lucas, mas eu o criei nos últimos


sete anos. Eu sei o que é melhor para ele.

—Isso não é justo Fallon, quero ajudar. Eu quero ser


incluído.

—E deixei você ser incluído. Eu não disse nada sobre ele


passar todo esse tempo com você, mas serei amaldiçoada se
vou deixar você entrar e tentar tomar decisões erradas.

Lucas zombou revirando os olhos.

—Então isso é uma coisa de poder? Você está tentando


me mostrar quem é o chefe?

Fallon olhou.

—Não tenho que te mostrar nada. Eu sou o chefe.

Um momento escaldante passou entre eles enquanto


olhavam um nos olhos do outro. Os lábios de Lucas se
ergueram de um lado enquanto os olhos de Fallon se
estreitaram ainda mais.

Por que tudo acabava se transformando em um flerte


para ele? Quando o olhar de Lucas caiu sobre seus lábios,
Fallon inspirou profundamente e disse:
—Não faça isso novamente. — Com nada além de raiva
na voz dela. Ela tinha que parar de se sentir afetada por ele,
ou voltaria a ser como era, quando costumava se dobrar de
todas as maneiras para ele. Nunca permitiria que isso
acontecesse novamente.

Lucas tomou uma respiração profunda e deu um passo


para trás.

—Não estou em uma luta de poder com você... Aiden


não gosta de beisebol. Eu estou pensando nele e o que ele
quer, enquanto tudo o que você está pensando é em tentar
me mostrar quem é o chefe e mantê-lo em algo em que você
se sinta confortável porque nada mais importa, a não ser
você.

A boca do Fallon caiu com suas acusações e raiva a


encheu, dando um passo em direção a ele.

—Está me chamando de egoísta porque não quero que


meu filho abandone algo?

—Estou chamando-a de egoísta porque só quer o que


você quer. Hóquei é um esporte. Você quer que ele pratique
um esporte, porque não hóquei?

—Porque é estúpido!

—Não, porque é o meu esporte e você está com medo


que, estando ao meu redor, tudo vai voltar a ser como era.
Entendo que está com medo disso, mas não entende que não
somos mais essas pessoas? Não vou machucar você ou
Aiden. Eu me importo com vocês. Fallon apenas desista. Essa
droga de luta por poder está ficando velha.
Lucas olhou para ela enquanto estava parada lá em
completo estado de choque, não sendo capaz de formar uma
palavra.

Quando não disse nada, ele balançou a cabeça e desceu


as escadas.

—Vou ver vocês quinta-feira.

—Talvez não! — ela surtou fazendo-o se voltar e encará-


la.

—Vai me impedir de vê-lo?

Fallon não conseguia controlar sua respiração, achou


que iria desmaiar ou cair em uma poça de lágrimas. Ela
odiava que a conhecesse tão bem, sabendo o que estava
pensando, que estava com medo...

Ele a deixava louca.

Quando ela não falou nada, ele virou em direção a sua


caminhonete. Fallon viu quando ele entrou no carro e saiu da
garagem, sem olhar uma segunda vez sequer. Ela queria cair
contra a porta e chorar, mas sabia que não faria nenhum
bem, e mais, Aiden poderia ouvi-la. Fallon, respirou fundo e
entrou, vendo que Aiden ainda estava na sua cadeira, com a
cabeça baixa.

Fallon passou por ele, serviu-se de um prato de sopa


antes de sentar na sua frente. Nada foi dito e ela começou a
comer.

Então Aiden olhou para ela e disse:

—Me desculpe, mãe. — o coração de Fallon quebrou.


—Aiden James, não tem nada que pedir desculpas.

—Tenho sim. Se eu não odiasse tanto beisebol Lucas


não teria ficado com raiva e me tirado do treino.

Fallon não conseguia olhar Aiden nos olhos porque os


seus estavam cheios de lágrimas.

— Já passou, está tudo bem.

—Mas você está brava com a gente.

—Não estou brava com você. — ela disse, e era verdade.

Não havia como ela ficar furiosa com seu bebê e Lucas
estava certo. Era uma luta de poder por parte dela e tinha
que aprender a lidar com isso. Ele disse muitas vezes que não
ia a lugar nenhum em se tratando de Aiden. Fallon precisava
colocar de lado o que aconteceu entre eles pelo bem do filho,
ela podia acreditar nele em algumas coisas, mas nunca
confiaria nele totalmente, e precisava se manter alerta, pois
não podia voltar para a cama dele de novo.

O que seria um desastre.

—Eu gosto muito de Lucas, mamãe. — Aiden disse em


voz baixa, e Fallon sorriu.

—Eu sei querido, e ele adora você. Vocês são bons


amigos, não são?

Aiden assentiu lentamente, ainda não olhando para ela.

—Por que eu tenho saído muito com ele?

Fallon encolheu os ombros.

—Você não quer?


—Quero, mas eu geralmente estou com AA.

Fallon pensou por um momento.

—Não sei o que dizer querido. Só pensei que talvez


passar um tempo com um homem seria bom para você.

O pulso de Fallon batia em alta velocidade, porque se


Aiden perguntasse se Lucas era seu pai, Fallon não tinha
ideia do que fazer. Ela não mentiria, mas queria que Lucas
estivesse junto quando contassem.

—Sim, só estava pensando... — Aiden disse enquanto


continuava a comer. —Lucas joga hóquei.

—Eu sei. — respondeu o Fallon.

—Ele disse que você costumava gostar. Disse que eram


amigos quando eram mais novos.

Fallon assentiu com a cabeça, nervosa, já que não sabia


o que Lucas tinha dito sobre eles.

—Nós costumávamos ser.

—Por que não agora? É tão incrível! Hoje fomos para a


arena. Conheci todos os seus treinadores e seus amigos.
Pude correr no gelo e deslizar através dele, e Lucas me
perseguiu e caímos duas vezes!

Aiden deu uma risadinha. Fallon sorriu.

—Ele me comprou uma camisa nova e disse que eu


poderia ir a todos os jogos se eu quiser. Disse que você pode
vir junto também. Quinta-feira, nós vamos ao shopping para
comprar todo o meu equipamento! Ele é tão legal.
Fallon sorriu enquanto Aiden parava para respirar. O
garoto estava falando uma milha por minuto.

—Parece incrível querido.

—Ele disse que você também pode assistir ao jogo.

Fallon assentiu com a cabeça.

—Talvez.

—Bem, você vem me ver?

—Claro que vou.

—Ok. — ele disse com um sorriso. Ela podia deixar de


ver Lucas jogar, mas ficaria arrasada se perdesse o jogo do
seu bebê. Mesmo com Lucas, provavelmente, sentado ao seu
lado.

Porcaria.

Os dois voltaram a comer enquanto Fallon pensava


como os próximos 11 anos seriam uma tortura. Quando o
telefone tocou, interrompendo seus pensamentos, ela olhou
para o visor vendo que era Elli.

—Ei.

—Ei garota, escute, eu tenho as datas da campanha.


Lucas terá viagens pelas próximas três semanas e então terá
uma folga antes dos playoffs. Queremos fazê-la nesse
intervalo.

—Lucas não me disse estaria viajando. — Fallon disse


um pouco magoada... por Aiden, claro.
—Não é como se ele fosse desaparecer por três semanas,
mas por dois ou três dias, você sabe. Então pensamos que a
semana antes dos playoffs seria melhor. — disse Elli. Fallon
assentiu com a cabeça agarrou o bloco de notas, anotando as
datas.

—Vou organizar tudo e ligo de volta com o cronograma.


Muito obrigada Elli. — disse Fallon.

—Nenhum problema garota, falo com você em breve. —


Elli disse antes de a linha ficar muda.

Fallon desligou o telefone e encontrou Aiden olhando


para ela do outro lado da mesa.

—Você está bem? — Ela perguntou.

—Lucas está indo embora?

Fallon assentiu com a cabeça e sorriu compassivamente


para Aiden.

—Sim querido, é o trabalho dele. Ele vai por um tempo,


mas estará de volta.

—Oh. — Aiden sentou-se por um momento e então se


levantou. —Eu vou tomar um banho e me preparar para
dormir.

Quando Aiden foi para cima, Fallon sabia que algo


estava errado. Aiden nunca queria tomar banho e ir para a
cama, como também não comeu tudo o que estava no prato.

Depois de limpar tudo e lavar a louça, Fallon seguiu


para o quarto, colocou um pijama antes de ir para o quarto
de Aiden. Ele estava deitado em sua cama jogando em seu
DS14 e olhou para Fallon quando entrou.

—Ei. — disse antes de voltar para o seu jogo.

—Ei gato, posso dormir com você hoje? — Fallon


perguntou com um sorriso estúpido.

—Claro! — Aiden riu e puxou os cobertores para ela.


Fallon subiu na cama e se aconchegou perto, esfregando o
nariz contra sua bochecha. Cheia dos risos de Aiden, Fallon
sentiu todo o amor do mundo, fechou os olhos enquanto se
deliciava com isso.

—Mãe?

Fallon abriu os olhos e encontrou Aiden olhando para


ela.

—Sim?

—Lucas não tem uma esposa.

Fallon sorriu.

—Eu sei.

—Você acha que ele é bonito?

Fallon deu uma risadinha, suas bochechas


avermelharam.

—Que tipo de pergunta é essa?

—Uma boa. Não é?

14
Nintendo DS: É um console de videogame portátil desenvolvido e produzido
pela Nintendo, lançado em 2004. Ele é visualmente distinto por seu design abre e
fecha, e a presença de duas telas, sendo a inferior sensível ao toque.
Fallon encolheu os ombros.

—Ele não é feio.

Aiden riu alto e se aconchegou mais perto dela.

—Ele é muito bom mamãe, e ele gosta de mim um


bocado.

—Eu sei, querido. — Fallon sussurrou quando ele


bocejou.

—E ele gosta de você, ele diz que você é linda.

—Ele disse, é? — Fallon perguntou com um sorriso.

—Sim! — Aiden disse quando bocejou novamente.

Fallon sabia o que Aiden estava fazendo. Queria Lucas


como seu pai, e desde que Lucas era, ela não ficou pensando
nisso, se aconchegou mais perto de seu bebê. Não ia ter um
relacionamento com Lucas por causa de Aiden e ele logo
saberia disso.

Quando sentiu a mão de Aiden ficar sob sua face, ela


sorriu fechando seus olhos.

Estar na cama com seu filho era puro céu.

—Como está amigo? — Lucas perguntou olhando para


Aiden.

—Apertado. — reclamou Aiden. Lucas riu enquanto


olhava para o baixinho, estava convencido que Aiden era o
jogador de hóquei mais fofo do mundo. Após uma hora
escolhendo o equipamento azul, a cor preferida de Aiden,
Lucas e Levi o vestiram experimentando a roupa, tudo
encaixava. O equipamento era uma combinação perfeita em
alguns lugares e em outros grandes demais, mas Aiden
cresceria, olhando-o vestido com seu equipamento, Lucas
pensou que nunca se sentiu tão orgulho na sua vida.

—Vai ajustar, amigo. — Lucas assegurou-lhe curvando-


se ao seu lado. —Ei Levi, tira uma foto nossa.

Levi pegou seu telefone enquanto Lucas e Aiden


colocavam grandes sorrisos em seus rostos.

—Ficou legal, garotos.

Aiden sorria e Lucas podia ver a emoção em seus olhos


através do capacete.

—Parece incrível! — Lucas disse. —Ok, vamos tirá-lo e


pagar.

—Precisamos? Não podemos apenas ir patinar em vez


disso? — Aiden perguntou enquanto Lucas tirava seu
capacete.

Lucas e Levi riram.

—Nós vamos patinar amanhã o dia todo. Quero comprar


mais algumas coisas, hoje é só para compras. Vai ser
divertido.

—Eu não acho que você esteja certo. — disse Aiden.


Lucas tirou sua camisa de treino.
—Estou sempre certo, rapaz. — Lucas disse com um
sorriso enquanto continuaram a tirar o equipamento dele.

Depois de tudo embalado em um saco novo de hóquei


para Aiden e guardado na caminhonete, os três foram ao
shopping, quando pararam no estacionamento do shopping
Green Hills, ele ouviu Aiden suspirar. Lucas ria, pensando
que Fallon e Audrey tinham traumatizado o pobre garoto,
esperou Aiden sair e notou que o garoto estava se movendo
extremamente lento. Levi caminhava à frente deles e Lucas
voltou, assistindo Aiden pelo canto dos olhos.

—Você não pode odiar tanto as compras. — Lucas falou


quando o abraçou.

Aiden encolheu os ombros e não disse nada quando


entraram no shopping.

—Está tudo bem, amigo? Você passou o dia quieto.

Aiden não disse nada de novo, e deu de ombros. Quando


Lucas pegou seu filho naquela manhã, não estava em seu
estado normal e feliz, mas Lucas não pensou nisso. Mesmo
durante a compra do equipamento, Aiden não estava sendo
habitual e foi quando Lucas começou a se preocupar. Algo
estava errado. Ele parou, ficando no mesmo nível de Aiden.

—O que aconteceu? — Lucas perguntou. Aiden encolheu


o ombro pela terceira vez e Lucas sacudiu sua cabeça. —Não,
algo está acontecendo, o que é?

—Você vai viajar semana que vem. — sussurrou Aiden.


O coração de Lucas quebrou ao som do seu pequeno
sussurro.

—Aiden eu te disse que viajo muito. Eu vou te telefonar.

—Eu me acostumei a ter você perto de mim o tempo


todo e agora você está saindo e não quero que vá. — Aiden
disse apressado, enquanto gesticulava.

—Eu não quero te deixar também, amigo, mas eu


preciso. É meu trabalho.

—Eu sei. — Aiden disse chutando o chão. —Eu queria


que você ficasse o tempo todo.

Lucas mordeu o lábio porque desejava a mesma coisa.


Pegou a mão de Aiden e olhou para ele. Compartilharam um
olhar muito triste antes que Lucas não aguentasse mais e
olhasse para baixo. Odiava que Aiden ficasse chateado, e
odiava que fosse ele o motivo, então queria embrulhar Aiden
em seus braços e mantê-lo, tranquilizá-lo, afirmando que
voltaria. Estavam ficando próximos, mas mesmo ele acharia
um pouco estranho um cara abraçá-lo que não fosse seu pai.

—Eu também, amigo. — disse silenciosamente. Se


levantou segurando a mão de Aiden ainda na sua quando
caminharam para o shopping. Levi estava encostado contra
um muro com seu telefone quando Lucas e Aiden chegaram a
ele. Lucas olhou e viu que Levi estava encostado na parede da
loja da Apple. As janelas estavam cheias de publicidade sobre
o iPad 2 e quando Lucas focou no cartaz, um lento sorriso
formou em seu rosto.
—Não é o iPad que tem chat por vídeo ou algo assim? —
Lucas perguntou. Ele se lembrou de um comercial disso e
quanto mais pensava, mais achava que precisava de um iPad.

—Sim. — Levi respondeu sem olhar para ele.

—Vamos, Aiden.

Lucas tinha encontrado uma maneira de deixar seu filho


feliz.

Depois de comprar dois iPads e todos os acessórios,


Lucas saiu da loja da Apple se sentindo muito bem. Aiden
estava caminhando um pouco mais animado depois de ser
informado de que seria capaz de falar com Lucas
praticamente sempre que quisesse.

—Será como se ele nunca tivesse saído. — o cara disse a


Aiden e um grande sorriso apareceu no seu rosto.

—Isso é tão legal! — Aiden falou. —Podemos falar o


tempo todo enquanto você estiver fora.

—Sim, não precisa ficar chateado, certo?

—Não! — Aiden correu em direção de uma máquina.


Lucas cavou uma moeda do bolso e entregou-a para Aiden,
pegando as sacolas de sua mão.

—Você gastou um monte de dinheiro, Lucas. — Levi


disse tranquilamente ao seu lado enquanto Aiden corria para
a máquina.
—Sim! E o dia ainda não acabou.

—Os papéis de paternidade ainda nem chegaram. Pare


de gastar seu dinheiro com ele.

Lucas deu a Levi um olhar para calá-lo.

— Discutimos isto Levi. Esqueça.

Levi balançou a cabeça antes de ir embora e deixar


Lucas com Aiden, algo que estava começando a pensar que
preferia muito mais. Costumava ser extremamente próximo
de Levi, mas ultimamente seu amigo não era mais a pessoa
favorita dele. Não gostava que Levi não acreditasse que Aiden
era seu. Não podia simplesmente olhar para ele e dizer?

Lucas soube desde a primeira vez que o viu.

—Onde vamos agora? — Aiden perguntou, trazendo a


atenção de Lucas para ele.

—Lojas de roupas. Que tipo de roupa você gosta?

Aiden encolheu os ombros.

—Não sei, a mamãe só as compra. Eu gosto do que você


está usando.

Lucas olhou para camisa Billabong azul brilhante e a


calça jeans rasgada.

—Acho que não há Billabong infantil aqui. Você vai ter


que vir para minha casa na Califórnia, vamos às compras lá
para conseguir roupas como estas.

—Incrível! Minha mãe pode ir?

Lucas sorriu.
—Eu adoraria que ela fosse também. Ela costumava
adorar lá.

—Incrível, nós temos que convencê-la a ir.

—Vamos amigão, agora vamos lá, vamos comprar


algumas roupas.

Eles começaram a ir em direção ao corredor quando


Aiden apontou para a loja da Tiffany.

—Essa é a loja favorita da minha mãe. Sempre vamos lá


olhar, mas ela nunca compra nada.

—Por que não?

Aiden encolheu os ombros.

—Muito caro.

—Hmm. — Lucas sorriu para Aiden. —Quer procurar


algo para ela?

—Eu não tenho dinheiro. — Aiden riu para Lucas.

—Bem, eu tenho. Vamos lá.

—Você gastou um dinheirão Lucas. — Aiden disse


quando eles voltaram para sua caminhonete.

Lucas encolheu o ombro quando Levi disse:

— Ele sempre gasta, amigo.

Lucas olhou para Levi antes de sorrir para Aiden.


—Isso não é uma coisa ruim, amigo.

—Acho que não, uma vez que temos algo para todos,
não só para você e eu. — Aiden disse com um sorriso.

—Garoto esperto. — Lucas declarou enquanto guardava


milhões de sacolas na caminhonete.

Depois de todos entrarem no carro, Lucas dirigiu à sua


casa para deixar Levi. Eles estavam ouvindo um dos CDs de
Aiden quando Levi soltou um suspiro longo e alcançou o
leitor de CD, e o ejetou.

—Ei! — Aiden, reclamou de trás.

—Desculpe garoto, não posso ouvir mais essa porcaria.


— Levi disse colocando um CD de Lucas.

Lucas olhou para Levi.

—Fallon não quer que ele ouça isso, coloca alguma


outra coisa.

—O garoto não faz ideia do que estão dizendo. Se


disserem alguma coisa ruim vou desligá-lo, mas não posso
ouvir Nickelodeon todos os dias.

Nem Lucas, mas ouvia por causa de Fallon. Levi estava


certo, Aiden não tinha ideia do que esses caras estavam
dizendo.

Aiden estaria ok.

Pelo menos Lucas esperava.


—Ei mamãe está em casa! — Aiden falou quando Lucas
o tirou da parte de trás de seu carro. —Ela deveria chegar
tarde, talvez haja comida!

Aiden estava fora do carro antes mesmo de tirá-lo. Lucas


riu quando seguiu sua criança saltitante para a traseira da
caminhonete para pegar as sacolas. Levi tinha levado os
iPads com ele para programá-los, então tudo o que tinham
que pegar eram as sacolas de roupas e a sacola da Tiffany
onde estavam os presentes de Audrey e Fallon.

—Posso ficar a noite na sua casa? — Aiden perguntou


enquanto eles andavam lado a lado até a entrada.

—Hoje não, pequeno, ainda estão terminando meu piso.


Eu virei na primeira hora da manhã pegar você, e nós iremos.

Aiden não disse nada, até que chegaram à porta.

—Pode ficar aqui?

—Uh, uh, eu não acho, amigo. Sua mãe provavelmente


não vai gostar disso.

—Claro que vai, eu vou perguntar a ela. Vamos dar o


presente primeiro, amaciá-la.

Lucas teve de sorrir para isso. Cada dia que passava,


tornava-se mais e mais confiante que Aiden era dele. O garoto
era como ele. Tudo o que Lucas fazia, Aiden também fazia e
nunca esteve tão orgulhoso de alguém em sua vida como
estava de seu filho.

Amava Aiden.
Aiden abriu a porta, gritou para Fallon e jogou as
sacolas no sofá.

Fallon veio descendo as escadas em um par de shorts e


uma camiseta grande, cabelo molhado e sem maquiagem.

Nossa, era um sonho molhado, à espera de acontecer.

—Vocês estão atrasados, estava começando a me


preocupar. — disse quando abraçou Aiden. —Eu senti sua
falta.

—Também, mamãe! — Aiden disse e beijou sua


bochecha. Lucas admirava como eram um com o outro, e
quando Fallon olhou, deu-lhe um pequeno sorriso. Eles não
tinham se falado desde que a deixou um dia antes, e mesmo
sabendo que deveria estar bravo com ela e odiar quão
imatura estava sendo, não conseguia. Ela tinha suas razões e
tudo o que podia fazer era esperar que um dia superasse
tudo.

—Temos presentes mãe, AA chegou? Nós temos um para


ela também. — Aiden falou e olhou para Lucas, que estendeu
a mão.

—O quê? AA, não está, ela saiu há pouco tempo.

—Oh. — Aiden disse e Lucas entregou-lhe a bolsinha


azul que estava com o presente de Fallon. —Isto é para você,
de nós. Eu ajudei a escolher e Lucas comprou, ele comprou
um monte de coisas. Tipo o shopping inteiro!

Lucas riu atrás de Aiden e Fallon pegou a sacolinha,


olhando para ela como se fosse uma bomba.
—Você pode abri-lo, Fallon.

Fallon teve o pior dia da sua vida.

Não conseguiu dormir na noite anterior, as reuniões que


teve foram cansativas, estava simplesmente desgastada. Ela
pensou em todo o lance de Lucas até a morte, nas duas
últimas noites, e mesmo dormindo ao lado do carinha
perfeito, ainda se sentia inquieta. Já estava confusa sobre o
que ia fazer em relação a Lucas, e agora estava recebendo
presentes?

Ela olhou a bolsinha azul com o logo da Tiffany & Co na


sacola em preto.

—O que é?

—Um presente! — Aiden disse ao lado dela.

Ela olhou para Lucas, que estava lhe dando aquele


maldito sorrisinho sensual. Suas partes de menina gritavam
ferozmente, então abriu a bolsinha e tirou a caixa preta.
Amava Tiffany&Co e estava animada para ver o que era, mas
detestava que fosse Lucas a comprar-lhe algo da Tiffany.

Como é que ia ficar brava com um cara que compra


Tiffany?

Quando ela abriu a caixa e viu os dois pequenos


diamantes incrustados em formato de coração, o coração dela
acelerou. Eram impressionantes. A mão dela veio a sua boca
enquanto olhava para os lindos brincos.

—Oh meu Deus, obrigada! —falou antes de olhar para


Aiden.

—Você gostou?

—Sim! São lindos. —disse e pôs um braço em torno


dele, beijando-o docemente contra sua bochecha.

—Legal! — Aiden falou enquanto ia para Lucas,


envolvendo um braço em torno dele desajeitadamente para o
abraçar. Quando o olhou, ele estava sorrindo.

—Obrigado.

Lucas passou o braço ao redor dela, colocando-a de


frente para ele, encostada em seu peito. Tirou a caixa de seus
dedos e a abriu antes de remover os brincos. Seus dedos
tocaram sua bochecha quando colocou um dos brincos na
orelha dela.

—Coração de Aiden.— ele sussurrou, fazendo-a olhar


para ele.

Ele sorriu enquanto foi para a outra orelha, colocando-o


enquanto sussurrou.

—Meu coração.

Fallon ficou muda enquanto Lucas deu alguns passos


para trás e Aiden correu em torno deles, tirando as coisas das
sacolas que ladeavam o sofá. Fallon desviou do olhar de
Lucas e olhou para todas as coisas que se espalhavam.
—Deus. — engasgou quando Aiden puxou roupas e mais
roupas de cada sacola. Fallon assistiu e ouviu Aiden se
movendo em todas as coisas que Lucas comprou, gastando
tanto dinheiro. Não podia acreditar na quantidade de sacolas
que estavam no seu sofá. Como Lucas gastou tudo isso? E
por quê? Estava tentando aparecer? Sabia que os brincos que
ela usava eram caros e ele devia ter gastado muito dinheiro e
muito mais em todas as roupas que Aiden ganhou, todas as
sacolas eram de marca. Cada vez que olhava para Lucas,
parecia envergonhado enquanto sorria para Aiden. Lucas
estava mimando Aiden, algo que ela não poderia fazer.

—Ele me comprou um iPad também, quando ele viajar


poderemos nos falar. Sim! — Aiden gritou, dando um susto
em Fallon. —Lucas pode passar a noite?

Fallon deu passo para trás, tentando controlar a


respiração.

Lucas na casa dela? À noite?!

Hum, não.

—Eu queria ficar na casa dele, mas estão colocando


pisos novos e nós vamos para sua casa pela manhã para
praticar hóquei, e desde que ele estará viajando na semana
que vem eu quero passar mais tempo com ele antes dele
viajar. Eu vou sentir muita a falta dele, mamãe, então por
favor, eu prometo que não vou ficar acordado a noite toda e
nós vamos ficar quietos. Por favor.

Aiden queria ficar com Lucas?


Fallon não conseguia respirar quando Aiden implorou e
pediu para Lucas ficar. Quando ela olhou para Lucas, estava
sorrindo, parecendo ser o cara mais inocente do mundo.
Caralho! Se dissesse que não, seria a vilã. Já os manteve
separados por muito tempo e ele iria embora na próxima
semana.

Oh Deus, que merda!

—Por favor, mamãe!

—Ah, Aiden! Ah Deus, se Lucas quer ficar, não me


importo. — Fallon disse afastando-se. Ela achou que ia
começar a chorar. Como aconteceu isto? Aiden costumava
querer apenas Fallon e agora era tudo sobre Lucas. Aiden
nem sabia que Lucas era seu pai e já queria passar o tempo
todo com ele. O que ia acontecer quando lhe dissessem? Ia
querer viver com Lucas? Deixar Fallon completamente por
conta própria?

As lágrimas ameaçaram cair, então Fallon foi subindo as


escadas.

—Aiden James, deixe todas as roupas no sofá, vou


guardar mais tarde. O jantar está no forno.

—Aonde vai mãe?

—Para a cama, eu estou com dor de cabeça. — ela disse


subindo rapidamente as escadas. Sabia que Lucas cuidaria
de Aiden e não se incomodou em dizer nada. Quando chegou
ao quarto, fechou a porta e caiu na cama. Se abraçou e os
soluços começaram a sair.
Odiava chorar por causa disso, mas era tão ciumenta.
Por que Lucas teve que voltar para a sua vida? Já a tinha
arruinado e aqui estava ele, novamente, tomando a única
coisa que restou depois que partiu o coração dela. E se a
deixar novamente? Fallon sabia que ele disse que não iria a
lugar nenhum, mas e se mesmo assim fosse embora?

Então o que? Aiden basicamente pensava que Lucas


segurava a lua e as estrelas, não faria nada de errado, e daí o
que Fallon faria se ele se fosse? Não só isso partiria o coração
de Aiden, mas quebraria Fallon mais uma vez. Ainda o amava
e vê-lo dia após dia só piorou. Não importava o quanto não
queria pensar em Lucas, seu corpo ansiava por ele e estava
ficando mais difícil a cada dia resistir.

Lucas disse que ela usava os corações dele e de Aiden, e


mal sabia ele, ou talvez saiba, que mantinha os dos dois. Não
importa o quanto não desejasse que Lucas tivesse seu
coração, o tinha e provavelmente sempre teria. Fallon deu
seu corpo também, e aconteceria o mesmo de antes. Iria se
sentir como se Lucas segurasse a lua e as estrelas e que ela...

Nunca amaria alguém como o amava.

E nunca amaria.

Lucas foi o único homem que havia amado e Fallon não


entendia isso. Como poderia amá-lo quando a magoou tanto
que se sentiu como se sua vida tivesse acabado? Tinha
chorado mais por Lucas Brooks, do que por qualquer outra
pessoa em toda a sua vida, e aqui estava ainda chorando por
ele. Desta vez, no entanto, era mais por causa de Aiden do
que por si. Estava tão assustada com Lucas e realmente não
sabia como lidar com isso.

Fallon moveu sua mão ao longo de seu rosto, secando as


lágrimas que rolavam, quando alguém abriu a porta.
Congelou, rezando para que fosse Audrey e não Lucas ou
Aiden. Estava de costas para a porta desde que estava
chorando e não queria olhar se fosse Aiden ou Lucas.

—Audrey? — Perguntou, tentando limpar seu rosto das


lágrimas, mas sabia que não era Audrey.

—Sou eu.

A voz suave de Lucas desceu pela espinha de Fallon e


seu coração começou a bater mais rápido.

Merda, merda, merda.

—Hum, eu estou tentando dormir. — ela sussurrou e se


enterrou mais na cama.

—Eu ouvi você chorando Fallon, pare de mentir para


mim.

O peito de Fallon pesou quando segurou um soluço.


Queria que ele saísse, mas também queria que a segurasse,
tudo ao mesmo tempo. Sua cabeça estava tão confusa que
era um milagre que pudesse funcionar.

—O que você quer? — perguntou quando o sentiu sentar


na beirada da cama. Seu coração acelerou quando a mão dele
descansou no seu quadril. Sua respiração era irregular e não
sabia o que fazer ou dizer.
Os únicos sons no quarto era a sua respiração, até que
Lucas sussurrou.

—Fazer você parar de chorar.


A mão de Lucas queimou contra o quadril de Fallon.

Escutou ela chorar quando estava pendurando as


roupas novas de Aiden, e como Aiden estava lá embaixo,
assistindo um filme, Lucas decidiu vê-la. Quando abriu a
porta sem bater esperava que pulasse e começasse a gritar
com ele, mas ficou lá, deitada. O corpo tremendo com os
soluços. Fallon sempre foi uma grande chorona. Sempre
odiou vê-la chorar e não foi diferente desta vez. Não sabia por
que ela estava chorando tanto, mas saberia.

—O que está errado? — ele perguntou enquanto passava


a mão de seu quadril para as costas dela, subindo e
descendo.

—Nada. — mentiu. Lucas revirou os olhos.

—Diga-me.

—Não, você vai rir ou pensar que sou estúpida.


—Eu não vou, diga-me. — disse. Ela não disse nada por
um momento e ele observava quando Fallon passou mão ao
longo de sua face, enxugando as lágrimas que caíram.

—Não posso comprar as coisas que você pode para o


Aiden. —sussurrou antes de girar para que pudesse se sentar
na cama. —Eu não tenho dinheiro Lucas, e eu me sinto como
se ele...— Fez uma pausa, olhando para suas mãos enquanto
as lágrimas rolavam pelo seu rosto e caia em suas mãos, —
gostasse mais de você do que de mim.

Um pequeno sorriso apareceu no rosto de Lucas, não


podia estar falando sério.

—Fallon, Aiden não gosta mais de mim do que você.

—Você é tudo o que ele fala e, eu quero dizer, nem sabe


que você é o pai dele ainda e se quando souber e quiser me
deixar para viver com você? Eu fui o único pai a vida toda e
você vem, e agora você é o cara, enquanto eu sou apenas a
chata e velha mãe.

Lucas riu enquanto cruzava os braços.

—Fallon, você é tudo no que ele fala quando está


comigo. Tudo é: 'minha mãe pode vir? Minha mãe adora isso,
sabia que minha mãe faz isto.' Ele te ama tanto. Sou novo, só
isso.

—Sim, e quando você for o pai que ele quer, eu não vou
ser nada. — disse começando a chorar novamente. —Eu
arruinei tudo. — sussurrou.

Lucas a assistiu chorar por um momento antes de dizer.


—Eu não vou discordar Fallon, você arruinou. Mas você
é a melhor. Você tem sido compreensiva me deixando ficar
com ele, e aposto que podemos ser uma boa equipe juntos se
você quiser isso.

Fallon olhou para ele.

—Eu odeio como fico em torno de você. Eu só quero


estar no controle e ser a número um e eu sinto que não sou
quando você está por perto.

Lucas encolheu os ombros.

—É preciso se acostumar às ambas extremidades. Eu


tenho que me acostumar à sua maneira de agir, e você vai ter
que se acostumar com o meu modo de agir, mas a longo
prazo. Ambos temos Aiden em mente. Nós dois o amamos.
Sim, ele fala sobre mim o tempo todo, mas Fallon dê uma
semana ou duas, vai ficar enjoado de mim. Você sempre vai
ser sua mamãe, seu número um. Veja como eu amo minha
mãe, que é o que Aiden sente por você. Você é uma ótima
mãe, Fal.

Grandes Lágrimas escorriam pelos seus olhos largos


quando disse.

—Eu não sei. Só tenho inveja de você, não é triste?

Lucas sorriu.

—Não acha que estou com ciúme de você? Teve sete


anos com ele, eu tive sete dias. Você disse que ferrou tudo
Fallon, mas eu também. Não imagina o quanto me arrependo
do que fiz para você, não só porque eu te perdi, mas também
perdi sete anos do meu filho.

Começou a chorar mais e Lucas não conseguiu


aguentar, a abraçou fortemente, colocando o nariz em seu
cabelo, enquanto ela chorava em seu pescoço.

—Eu sinto muito Lucas. — sussurrou contra o pescoço


dele. Seu pedido de desculpas marcou cordas em seu coração
enquanto a segurava. Era tão bom tê-la em seus braços
novamente, a sensação do cabelo contra seu nariz, o cheiro
do seu shampoo, a sensação da pele sob a mão dele, era pura
felicidade. Ela soltou-se cedo demais, olhando para ele com
lágrimas saindo pelo canto dos olhos. Mudou as mãos em
suas bochechas, enxugando as lágrimas com os polegares
enquanto ele olhava em seus belos olhos castanhos. Lucas
tomou uma respiração profunda e suas mãos começaram a
tremer com a proximidade de sua boca. Seus olhos baixaram
para seus lábios e ele se moveu, levando a boca dela com a
sua.

Ele pensou que ela iria se afastar, mas quando não o


fez, aprofundou o beijo, movendo a língua contra a dela,
bebendo de sua boca úmida e saborosa. Tinha perdido tanto,
e amava a maneira que a boca dela se encaixava à sua.
Quando ele parou para tomar ar, foi só por um segundo antes
de voltar para mais, beijando e mordendo a boca suculenta e
linda.

Fallon colocou suas coxas em torno dele, a mão sob a


camisa antes de subir por seus ombros, puxando-o mais
perto. A frieza de sua mão fez sua pele quente arrepiar, mas
não se importou, adorava a sensação das mãos dela. Como a
camisa estava enrolada em torno de seu peito, Lucas se
afastou, puxando a camisa pela cabeça jogando pelo quarto
antes de reivindicar a boca dela novamente.

Suas mãos percorriam seu corpo quando a deitou,


pressionando seu corpo duro contra o macio dela.

Seus gemidos tranquilos encheram o quarto, e Lucas


lutou contra a vontade de arrancar as suas roupas e fodê-la
duro. Mas não queria que fosse assim, era para ser lento,
sensual e maldição, mostraria a ela que podia ser romântico.

Mesmo que isso o matasse.

Com as mãos de Fallon movendo pelo centro das costas


dele para sua bunda coberta pelo jeans, Lucas desejou que
estivesse nu. Mesmo através da espessura do seu jeans,
podia sentir o calor dela e o seu pau implorando para estar
dentro dela. Lucas mudou as mãos para cima de seu corpo,
levantando a camisa para conseguir seus seios nus. Levou
um dos mamilos perfeitos e rosados na boca, enquanto
apertava o outro.

Fallon começou a mover-se contra ele, e quando mordeu


seu ombro, Lucas jurou que estava prestes a gozar. Subiu
pelo peito dela, sua respiração descontrolada, enquanto
chupava levemente seu pescoço. Saboreou seu pescoço e
mordeu seu queixo antes de tomar sua boca de novo. Os
dedos dela apertaram seus quadris e bunda antes de trazer
as unhas para as costas e depois para baixo. Lucas precisava
de mais e do jeito que Fallon estava esfregando-se contra ele,
sabia que ela também queria mais. Arrastou as mãos para a
barriga dela e começou a desamarrar a faixa que segurava
seu short.

—Oh Deus, por favor. — ela gemeu.

Lucas perdeu o controle, e quando estava prestes a


colocar sua mão para baixo do seu short, uma batida soou na
porta.

—Mamãe?

Lucas não tinha certeza se saltou fora de Fallon ou se


ela o empurrou, mas caiu no chão com um baque.

—Banheiro! — ela disse em um alto sussurro. Lucas foi


na suas mãos e joelhos para o banheiro enquanto abria a
porta, fechou e inclinou-se contra ela, tentando recuperar o
fôlego.

Caralho!

Fallon rolou em seu estômago, tirando o cabelo do seu


rosto enquanto Aiden abria a porta e colocava a cabeça por
ela.

—Mamãe, Lucas está aqui?

—Sim querido, está no banheiro, sairá logo. — Fallon


disse e tentou controlar a respiração. Aiden, nunca tinha
visto um homem no quarto dela e Fallon estava pirando. O
que o Aiden iria a pensar? E qual era o seu problema? Lucas
só diz que é uma boa mãe e ela salta em seus braços? Meu
Deus, precisava de ajuda! Sabia que Lucas era uma má ideia,
e não parecia ter importância.

—Oh, ok. Diga que estou no meu quarto. — Aiden disse


com um sorriso.

—Querido.

Ela deu um sorriso torto para Aiden e ele deu uma


risadinha, entrou em seu quarto, envolvendo seus braços em
volta do pescoço.

—Eu te amo mamãe. — ele sussurrou contra sua orelha.


Fallon fechou os olhos quando envolveu um braço em torno
de suas costas.

—E eu te amo mais, querido. — ela disse quando ele se


afastou, beijando seus lábios levemente. Os mesmos lábios
que Lucas tinha devorado.

—Você é a melhor. Obrigado por deixar Lucas ficar.

Fallon sorriu, dando outro beijo.

— Oh bebê, não há problema. Vá indo para seu quarto.


Ele vai estar lá em alguns minutos.

—Ok, boa noite.

—Boa noite querido. — ela sussurrou e ele saiu.

Quando a porta fechou, Fallon sentou-se, olhando em


direção a porta do banheiro. Lucas a abriu e saiu com um
sorriso no rosto. Os olhos de Fallon caíram ao seu corpo e
notou que junto com as tatuagens que já conhecia, tinha
outra abaixo das costelas que dizia 'o passado foi prática '. A
boca molhou com a visão de seu corpo perfeitamente
esculpido e ela doía para tocá-lo, mesmo que soubesse que a
levaria a coisas que não deveria fazer com ele.

Lucas parou e inclinou-se pegando a camisa. Fallon


observou quando lançou um olhar para ela.

—Eu sei o que esse olhar significa Fallon.

Ela olhou para baixo.

— Olhar?

—Esse olhar de 'Não acredito que fiz isso'. — ele disse e


foi em sua direção. Ela assistiu as suas mãos descansarem
em cada lado de suas pernas, sua boca estava apenas a
algumas polegadas dela. —Se bem me lembro, a última
vez que eu vi esse olhar em seu rosto, tivemos o verão mais
incrível de nossas vidas juntos.

Os olhos de Fallon se fecharam quando ele pressionou


seus lábios contra os dela suavemente. Quando não abriu os
olhos, ele disse:

—Eu vou deixar você pensar incansavelmente sobre o


que aconteceu, menina. Lembre-se, porém, quando você abrir
os olhos e estiver pronta para ficar comigo, eu estarei aqui.

Quando abriu os olhos, Lucas estava indo em direção à


porta com um sorriso no rosto. Ele fechou a porta, Fallon
enterrou a cara sobre o colchão soltando um grito frustrado,
rezando para que Lucas e Aiden não a ouvisse.

O que diabos ela fez!

E droga, por que queria mais!


—Minha mãe faz o melhor torrada do mundo. — Aiden
disse na manhã seguinte enquanto iam para casa de Lucas.
Era uma manhã com névoa o que tornava o percurso que
levava à sua casa assustador, mas ainda assim era bonito.
Essa era a coisa que mais amava em Nashville, tinha tão
belas paisagens.

—Sua mãe fez aquelas? Eu pensei que foi Audrey. —


Lucas disse quando virou para a estrada que levava para sua
casa.

—Não, a mamãe fez antes de sair para o trabalho. AA


não sabe cozinhar. — Aiden disse com uma pequena risada.
—A mãe diz que quando ela cozinha queima tudo, mas ela faz
os melhores cupcakes.

Lucas riu.

—Perguntava onde sua mãe estava esta manhã.

Fallon não estava lá quando Lucas e Aiden desceram


para o café da manhã. Só Audrey estava sentada à mesa com
um prato na frente dela. Lucas não queria que ela pensasse
que estava perseguindo Fallon, então ele não perguntou onde
ela estava enquanto comia as torradas mais incríveis. Mesmo
Aiden não perguntou. Era como se fosse esperado que Fallon
não estivesse lá naquela manhã. Não que isso realmente
surpreendesse Lucas também. Se sabia de uma coisa, era
que Fallon iria fugir depois da noite passada, sabia que ela
correria.

—Eu acho que ela tinha reuniões esta manhã.

Lucas assentiu chegando ao portão que ladeava sua


propriedade. Depois de colocar o seu cartão de acesso, o
portão abriu e Lucas passou. Dirigiu-se ao redor da grande
casa de estuque bronze e entrou na garagem. Quando Lucas
veio a Nashville pela primeira vez e viu os 19.000 metros
quadrados da casa, ele pensou que era muito grande para ele
e Levi, mas agora que tinha Aiden e esperava estar com
Fallon em breve, a casa era perfeita.

Ele adorava a casa estilo Villa Toscana que ficava em


um local privado, longe da estrada. Ninguém sabia que estava
lá, a menos que estivessem no quintal longo que levava para
a bela casa.

O quintal era provavelmente uma das suas coisas


favoritas na casa. Tinha dois pátios, um enorme com uma
piscina com cascata, vestiários e uma gruta. Ele também
tinha um grande campo, que no começo ficou irritado por
limpar, mas agora achava que ele e Aiden poderiam sair e
jogar futebol ou fazer as festas de aniversário de Aiden lá.

Antes a achava muito grande, agora era algo que estava


contente por ter comprado.

Aiden saltou fora da caminhonete e correu para trás


para pegar seu equipamento. Lucas o seguiu, agarrou sua
bolsa antes de entregá-la à Aiden. Aiden inclinou-se para o
lado com o peso da bolsa e Lucas riu agarrando sua própria
sacola e seus tacos. Enquanto caminhavam em direção à
porta traseira, Aiden parou perto do Dodge Charger SRT8
2012 e olhou para Lucas, sorrindo.

—É um carro bonito. — disse Aiden, e Lucas riu.

—É um carro especial. — ele disse com um sorriso. Ele


ficou com o Charger porque era o carro que Fallon costumava
dirigir. Ele amava aquele carro e as coisas que fizeram nele. O
carro o lembrava do tempo que ele e Fallon haviam
compartilhado.

Aiden acenou com a cabeça.

—É realmente brilhante.

—Sim, vamos dar uma volta mais tarde? — Lucas


perguntou e quando Aiden olhou para Lucas com emoção nos
olhos, Lucas sorriu.

Deus, ele amava esse garoto.

—Então eu não posso ver a casa ainda? — Aiden


perguntou enquanto caminhavam para a porta dos fundos e
para o corredor que levava para cima ao rinque de hóquei.

—Ainda não, o pessoal está limpando a casa e devem


terminar até a hora do almoço, então pensei em jogarmos por
algumas horas.

—Legal, eu quero ver dentro dessa casa enorme.

Lucas sorriu.

—É muito grande?
—Eu pensei isso antes, mas mamãe disse que você
gosta de coisas grandes. — Aiden falou com um risadinha,
fazendo Lucas sorrir.

—Sua mãe está certa nisso. — Lucas disse enquanto


deixava Aiden entrar no gelo. Quando ele tomou uma
aspiração longa, Lucas sorriu.

—Você realmente gosta de coisas grandes!

Lucas riu de novo jogando sua bolsa no chão e Aiden fez


a mesma coisa. Os olhos dele estavam selvagens enquanto
absorvia tudo, e Lucas se sentiu bem por impressionar Aiden.
Queria que ele pensasse que a casa dele era legal porque no
dia seguinte, Lucas e Fallon contariam a ele que Lucas era
seu pai. Apesar de Levi ser extremamente contra Aiden saber
sem o teste de paternidade.

Lucas se sentia bem sobre isso. Não havia dúvidas sobre


Aiden ser dele, pois Fallon não iria mentir sobre isso.

Esconder uma criança? Sim. Mentir? Não.

Lucas balançou sua cabeça como se estivesse


expulsando os pensamentos e começou a pegar seu
equipamento do jeito que Aiden estava fazendo. Depois de
vestir Aiden, Lucas se vestiu e observou Aiden tentar patinar
pelo gelo. E isso era divertido, Aiden patinava um milímetro e
então caía se endireitava e caía novamente. Lucas tentou não
rir. Então, Aiden caiu tão forte que o taco e luvas voaram.

—Você está rindo de mim? — Aiden perguntou enquanto


deitava com seu rosto no gelo.
—Não mesmo, amigo, estou rindo com você. — Lucas
sorriu ficando de pé depois de amarrar os sapatos.

—Não estou sorrindo.

Lucas soltou uma risada alta antes de ir para o gelo,


patinando em torno de Aiden. Ele patinou ao redor da pista
algumas vezes enquanto Aiden levantou-se, tentando se
equilibrar. Ele olhou para Lucas enquanto patinava para ele,
parando na sua frente.

—Tudo bem amigão, tudo se resume em como você


mexe os pés. Esquerda, direita, esquerda, direita. — disse
Lucas, mostrando a Aiden, com seus próprios pés.

—Ok. — Aiden disse nervosamente, tentou jogar fora o


seu taco, mas Lucas agarrou e balançou a cabeça.

—Não, amigão, mantenha o taco. Ajuda com o equilíbrio.


— Aiden assentiu com a cabeça e olhou para Lucas com
nervosismo, mas havia emoção em seus olhos. —Ok, vou
patinar na sua frente. Vamos lá.

—Você vai patinar para trás?

—Sim, — Lucas disse com um sorriso.

—Isso é tão legal. — Aiden falou enquanto abaixava seu


taco e começou a patinar. Lucas incentivou Aiden um pouco
mais enquanto patinavam, mas ele queria que o filho ficasse
confiante. Lucas diria ao baixinho qualquer coisa, contanto
que isso lhe desse a confiança que precisava.

Droga, Lucas diria e faria qualquer coisa por Aiden.


—Tudo bem, vou cronometrar. — Lucas disse depois de
assistir Aiden patinar em torno da pista umas duas vezes.
Uma vez que acertou os passos, ele estava voando. Lucas
estava tendo dificuldade em manter a calma, mesmo com a
idade de 30, ele estava perto de saltar para cima e para baixo
enquanto gritava o quanto estava orgulhoso de Aiden. O
garoto era espetacular.

—Me cronometrar?

—Sim, vamos ver quanto tempo que você leva para


contornar a pista.

—Quão rápido você é? — Aiden perguntou subindo o


capacete e olhando para Lucas.

Lucas sorriu amplamente como as bochechas


aquecidas.

—Eu sou um pouco rápido.

—Quão rápido?

—Quer me cronometrar?

O sorriso de Aiden cresceu quando ele acenou com a


cabeça.

—Sim! Preparar... vai!

Lucas decolou e em um momento voltou para Aiden


assim ele disse:

—14.

—Você é mesmo rápido. — Aiden disse com admiração


nos olhos dele.
—Sim, é por isso que eu tenho uma casa grande e um
bom carro. A NHL gosta de rapidez. — Lucas disse respirando
profundamente.

—E você também pode atirar?

—Sim, eu vou te ensinar isso também, mas primeiro


vamos ver quão rápido você é.

Aiden assentiu rapidamente quando ele entrou em


posição e pronto para ir.

—Ok.

—Pronto. Preparar... vai!

Aiden decolou rápido e levou três vezes o tempo de


Lucas, que não era ruim. Como Lucas, Aiden sorria
largamente, tentando recuperar o fôlego.

—Whoo! — Lucas riu quando Aiden caiu para trás no


gelo, ainda tentando recuperar o fôlego. —Não consigo
respirar!

Lucas tinha patinado naquela pista um bilhão de vezes,


mas nunca quando as risadinhas do Aiden enchiam a pista.

Sentiu-se completo.

Após tirar seus patins, Lucas e Aiden subiram as


escadas. Lucas esperava que o pessoal que colocava o piso de
madeira no andar de cima tivesse terminado quando
subissem as escadas. Aiden estava falando uma milha por
minuto sobre tudo, desde patinação até fotografia. Ele era um
bom atirador, mas Lucas já sabia isso. O garoto estava
destinado a segurar um taco de hóquei e patins no gelo.

Aiden era o menino de Lucas.

Assim como Lucas era menino de James.

Só de pensar no pai fez Lucas sorrir. James nunca


chegou a NHL, mas deveria.

Ele quebrou o ombro em dois lugares na final do seu


segundo ano e não conseguia atirar um disco para salvar sua
vida depois disso. Mal sabia, que sua mãe estava grávida
dele. James sempre disse que era para ser, queria ser um pai
em tempo integral, não viajar o tempo todo deixando sua
família para trás. Nesse momento sentiu todo o ar sair de
seus pulmões quando percebeu que ia ter que deixar seu filho
para trás. Que seria tudo o que o pai dele não desejou ser.

Lucas olhou para Aiden e essa ideia quebrou seu


coração. Nem tinha saído ainda e já era difícil pensar.

—Eu amo o hóquei. — Aiden jorrou enquanto subiam as


escadas.

—Estou feliz que goste.— Lucas disse calmamente,


quando na verdade estava gritando por dentro com o
pensamento horrível de deixar Aiden, Lucas estava tão feliz.
Partilhar o jogo com o seu filho foi um sonho transformado
em realidade.

—Estou com fome. — Aiden disse quando entraram na


cozinha, sem saber o que suas palavras causaram em Lucas.
—Bom, já que estamos na cozinha.

Os olhos do Aiden ficaram grandes quando viu a


cozinha em mármore. Lucas gostava da aparência elegante da
cozinha. Sentia-se como se estivesse no Império Romano, ou
algo assim. Os olhos de Lucas vagavam sobre a cozinha, em
Aiden, na ilha de mármore, a geladeira grande e o enorme
fogão. Fallon estava certa, amava as grandes coisas.

Assim como a bunda dela.

Só de pensar na sua bunda o lembrou da noite anterior.


Poderia segurar sua bunda por dias e não se importar com
mais nada. Gostava muito.

—Você tem sanduíches de manteiga de amendoim? —


Aiden perguntou.

Lucas sorriu.

—Sim, meu amigo. Se você quiser, você pode dar uma


olhada enquanto faço alguns.

Aiden foi embora.

Lucas riu para si mesmo quando pegou a manteiga de


amendoim e o pão. Sentiu-se tão normal, então com calma
fez ao seu filho um sanduíche.

Poderia fazer isso todos os dias.

Tudo o que precisava era de Fallon entrar tropeçando na


cozinha com aqueles calções sexys, sua camiseta e sua vida
estaria completa.

—Ei Lucas. — Aiden chamou da outra sala.


—Sim?

—Pode vir aqui?

Lucas olhou e não gostou do som da voz de Aiden. Ele


parecia confuso ou nervoso. Lucas deixou a cozinha e se
dirigiu para a sala, onde Aiden estava olhando para cima na
parede.

Lucas sabia que imagem estava olhando antes mesmo


de chegar ao seu lado, e olhar para a mesma parede.

—É a minha mãe? — Aiden perguntou com os olhos


bem abertos.

Lucas apenas acenou com a cabeça observando a beleza


de seu amor no passado. Ela estava sentada na cama na
glória de seus 19 anos, a única coisa que cobria o peito dela
era seu cabelo, mas seu perfil era ainda um pouco visível. Só
Lucas podia dizer quem era a beleza, mas, obviamente Aiden
sabia como era a mãe dele.

—Quantos anos ela tinha? — Aiden perguntou.

—Dezenove.

—Ela tem tatuagens agora. — Aiden declarou enquanto


olhava a foto. Lucas sentiu seus calções ficarem mais
apertados só de pensar nas tattoos de Fallon. Ele a pediu
para fazer uma tatuagem, quando estavam juntos, mas ela
nunca fez. Ah como queria ver. —Ela tem meu nome e de AA
na parte de dentro de seus braços e outra na parte de fora.

—Oh. — era tudo o que Lucas conseguiu dizer.


Nada foi dito por um minuto, pai e filho olhavam para a
foto da mulher que ambos amavam. Lucas sentiu os olhos de
Aiden nele e ele olhou para o rapaz de olhos arregalados.

—Por que tem uma foto da minha mãe nua na sua


parede?

A boca de Lucas repuxou para cima em um lado.

—Porque ela é bonita.

—Oh. — respondeu a Aiden. —Você gosta dela?

—Sim.

Silêncio encheu a sala enquanto ambos olhavam a foto.

—Você ainda gosta dela?

—Sim. — Lucas respondeu sem sequer pensar nisso e


sabia que mais tarde, quando Aiden dissesse a Fallon,
receberia uma bronca. Quando Aiden não disse mais nada,
Lucas virou e foi embora, esperando que o inteligente menino
não dissesse a Fallon. Mesmo sabendo que provavelmente
faria. Lucas voltou para a cozinha, pensando em por os
sanduiches na mesa e Aiden quem sabe até lá, esquecesse a
foto de Fallon nua.

Cara, ela ia matá-lo.

Lucas estava cortando pedaços de melancia pensando


sobre o dia em que ele tirou aquela foto de Fallon quando
Aiden chamou de novo.

—Hum. Lucas?
Lucas limpou suas mãos em uma toalha, antes de sair
da cozinha novamente, procurou na sala de estar e escritório
sem sorte, Lucas foi para cima e encontrou o Aiden no quarto
dele. Ele estava ao lado da sua cama olhando para a foto de
Lucas e o pai dele, Lucas preparou-se para responder
algumas perguntas sobre seu pai, ia ser difícil, mas Aiden era
criança. Então inspirou profundamente e ficou ao lado de
Aiden, com as mãos em seus bolsos.

—Sim, amigo?

—É seu pai?

—Sim, e eu. — disse Lucas, apontando para o Lucas de


sete anos. Um sorriso formou-se em seu rosto enquanto
olhava para a foto, Aiden parecia-se tanto com ele quando
criança. A única diferença era o nariz e talvez as bochechas.
Todo o resto era Lucas. Levi era idiota por pensar que Aiden
não era dele.

—Nós somos exatamente iguais.

Lucas encolheu os ombros.

—Sim, mas nós temos narizes e bochechas diferentes. —


apontou Lucas.

—Eu tenho o nariz da minha mãe.

—Sim. — disse com um aceno de cabeça antes de olhar


para ele. Aiden, se virou e o olhou, seus olhos piscaram duas
vezes em Lucas. Nada foi dito enquanto os dois se olhavam
nos olhos, mas em seguida Aiden perguntou:

—Você é meu pai, não é?


—Você é?

Lucas perdeu a fala e a capacidade de formar um só


pensamento. O jeito como Aiden o encarava, o rosto cheio de
medo, quase o fez entrar em pânico.

Caralho! A coisa toda estava prestes a ficar muito mal,


bastava observar a carinha assustada do seu filho.

—Você é meu pai, Lucas? — Repetiu. Lucas fechou os


olhos e respirou profundamente. Cacete, não queria fazer isso
sem Fallon, porém Aiden não lhe deixava qualquer escolha.
Abrindo os olhos para se concentrar naqueles olhinhos já tão
amados, acenou afirmativamente.

—Eu sou.

Aiden prendeu a respiração, dando um passo para trás,


completamente atordoado.

—Você é?
Lucas moveu a cabeça novamente enquanto se abaixava
para ficar no mesmo nível do filho. Tal atitude já se tornou
um hábito entre eles, uma que parecia agradar Aiden tanto
quanto a ele próprio, porque aparentemente os colocava em
pé de igualdade.

—Sim. — Lucas disse após um momento.

Aiden nada disse, apenas ficou ali piscando e como


Lucas igualmente parecia não saber o que dizer, permaneceu
quieto e imóvel. Contudo, isso foi até que aqueles olhinhos
começassem a se encher de lágrimas, então Lucas caiu de
joelhos e se arrastou em direção a ele.

—Aiden, querido não chore. — Ele falou suavemente,


tentando lhe segurar a mãozinha. Aiden continuou movendo
a cabeça em negação, afastando-se de Lucas.

—Por que você não me quis?

Dito isso, Aiden passou correndo por ele, entrando no


banheiro e batendo a porta. Lucas perdeu o rumo, sentindo
uma angústia avassaladora lhe perfurar o corpo e contorcer
suas entranhas, como se tivesse sido atingido no peito por
um disco lançado por Shea Adler. Lentamente, foi
escorregando para trás, caiu sobre as coxas para depois
aterrissar sobre a bunda. Quando os soluços quase
silenciosos do filho chegaram aos seus ouvidos... estava certo
de que, provavelmente, em breve, seria ele a soluçar.

Que grande merda ele fez?


A cabeça de Fallon estava trabalhando sem parar, ainda
que estivesse em pé mais morta do que viva... por que mesmo
ficou a noite toda sem dormir? Fale a verdade, garota! Depois
de dar uns amassos em Lucas Brooks, quem realmente seria
capaz de dormir? Estava completamente confusa. Hoje, teria
muitas reuniões importantes e infelizmente, não ter
descansado adequadamente não era bom. Tudo porque, além
da sessão de amasso que lhe tirou o sono, ela praticamente
saiu de casa ainda de madrugada somente para evitar se
encontrar cara a cara com Lucas. Uma baita roubada sua
vadia!

Sendo sincera consigo mesma, não é que não quisesse


ver Lucas, estava apenas um pouco receosa... bom, na
verdade, estava completamente apavorada, uma vez que a
senhorita tolinha e confusa poderia se arrepender da maneira
como se comportou com ele em sua cama ou pior,
simplesmente não ter arrependimento algum. De uma ou
outra forma, atualmente, era um imenso ponto de
interrogação sobre duas pernas porra, porra, porra! Em um
minuto sabia com absoluta segurança o que queria, neste
caso, manter-se o mais longe possível de Lucas. No seguinte,
desejava apenas estar em uma cama com aquela escultura
deliciosa de macho sobre ela e que a devorasse com sua boca
atrevida.
Seu corpo basicamente entrava em combustão em
contato com o dele e não fazia nem ideia de como lidar com
isso. Desde quando chegou à cidade, Fallon pressentiu
problemas e mudanças, por isso fez questão de se manter
afastada. Mas, a porcaria de seu corpo parecia não obedecer
à sensatez da cabeça e na primeira oportunidade, grudou-se
nele. Será que seu cérebro e seu maldito corpo não poderiam
ficar na mesma onda e principalmente, usar a mesma merda
de prancha, de modo que funcionasse adequadamente diante
de Lucas ou quando fosse o assunto?

Bastou apenas uma semana de contato. Um rápido


olhar, um leve olá ou uma troca de quatro ou cinco palavras e
bum... Fallon era um caso perdido.

Senhor, o que iria fazer?

Ela permanecia de pé, junto a uma das extremidades da


longa e polida mesa preta. Seu pai no outro extremo, olhos
fixos nela juntamente com outros pertencentes aos dezoito
membros do Conselho. Estava repassando os relatórios de
custos e lucros, cronogramas dos eventos e alertas sobre os
pontos mais importantes e delicados da campanha, que
começaria em duas semanas, envolvendo os Assassins e
Rocky Top Wine. Embora estivesse mesmo esgotada, seria
uma pessoa de merda se deixasse qualquer um daquela sala
tomar conhecimento disso, pois ao receber um aceno positivo
ou um sorriso de aprovação, de forma imparcial, claro, a
coisa toda se tornava mais gratificante, como se realmente
estivesse sendo bem-sucedida. Boas vibrações seriam ótimas
depois da semana de cão que teve.
—Então a Sra. Adler aceitou a proposta? — William
perguntou.

Concordando, informou.

—Sim senhor, começaremos dia dois de abril.

—Lucas Brooks será o representante? — Voltou ele a


perguntar, arqueando a sobrancelha.

Sem encará-lo, ela assentiu novamente.

—Sim, foi o único que se voluntariou.

—Entendo. — O ouviu resmungar, antes de uma batida


no vidro de Kristi a recepcionista informando que alguém na
linha desejava lhe falar. Fallon apenas acenou e retornou a
atenção para a mesa.

—Ele é um homem de muito boa aparência. — Disse um


dos membros femininos do Conselho, cujo nome nem em
milhão de anos Fallon conseguiria se lembrar.

—Ele é. — Ela concordou, descendo o olhar para


algumas fotos dele que Elli enviou para a reunião.

—Tomara que ele faça um bom trabalho. — Seu pai


disse em voz alta.

Voltando-lhe a atenção, ela balançou a cabeça.

—Ele fará.

Então, virando-se, foi até seu computador para dar


seguimento às explanações usando o PowerPoint, tendo que
esperar pelos habituais alertas até que o programa
começasse a rodar. Neste meio tempo, uma Kristi ansiosa
voltou à parede de vidro, desta vez, carregando um papel que
dizia: o cara diz que é uma emergência.

Emergência?

Aiden!

Fallon procurou o assistente com os olhos, que apenas


encolheu os ombros, antes de procurar em sua pasta o
celular dela. No instante em que Rob voltou a olhá-la, ela
soube que algo estava errado. Ele tinha os olhos arregalados
ao estender seu aparelho. Trinta e oito chamadas perdidas.
Lucas. Caralho! Sua pulsação acelerou.

—Assuma. -Foi tudo o que pronunciou, saindo da sala e


discando o número de Lucas. Ao fundo, mesmo tendo
fechado a porta, ela podia ouvir seu pai a chamando, mas
somente o ignorou, seguindo para seu escritório a fim de
pegar algumas de suas coisas. Nisso, Lucas ligou...

—Fallon, eu preciso que você venha para a minha casa.


Agora! — Exclamou ele. Ela pode perceber que ele respirava
com dificuldade, de forma que seu coração deu um salto
maior e disparou a milhão.

—Está tudo bem? — Ela perguntou, já sabendo que


nada estava bem.

—Não. Aiden se trancou no banheiro, não quer sair e eu


não consigo tirá-lo de lá.

Fallon confusa parou no lugar e depois, se inclinou em


sua mesa. Respirando fundo para recuperar o fôlego.

—Por quê?
—Ah Fallon... ele me perguntou se eu era seu pai e
precisei dizer a verdade.

Oh, pelos deuses...

Ela não podia se mover... não conseguia respirar...


achou que estivesse preparada para este momento, já haviam
combinado de fazê-lo juntos. Lucas e ela estariam à frente de
seu anjinho, revelando a verdade e prometendo que tudo a
partir dali ficaria bem, e acima de tudo, se assegurariam de
provar que Lucas sempre amou Aiden. E acontece assim?
Porra nenhuma! E agora, seu doce e amado garotinho, o
pobrezinho encontrava-se trancado em um banheiro,
provavelmente, entregue às lágrimas e obviamente, sem
qualquer culpa do retardado do Lucas, porque realmente
sabia que ele não prejudicaria seu filho. Provavelmente
estivesse mais apavorado do que o próprio Aiden.

—Já estou a caminho. — Ela afirmou desligando.


Praticamente voou para fora do edifício, não parou para dar
explicações ou atenção a ninguém que lhe chamou. Ela tinha
um menino para resgatar...

E um homem crescido, também.

Enquanto dirigia pelo acesso arborizado até a entrada


da casa, Fallon admirava os contornos da impressionante
mansão. Mesmo com o pisca-pisca materno no vermelho
máximo: filhos em perigo, não pôde deixar de pensar que
nisso Lucas nada mudou, da casa dele, ela nunca esperaria
menos. Ele adorava o requinte, o extravagante, o grande e o
incomum. Inclusive, no passado, costumava provocá-lo sobre
seu gosto caro e excêntrico. Como é que um caipira de Eaton
Rapids, Michigan adquirira um gosto pelo caro?

Um amplo sorriso aflorou em seu rosto quando se


lembrou do sorriso tímido que ele lhe ofereceu ao lhe
responder àquela questão num determinado dia.

—Veja você a garota com quem namoro isso, por si só,


deveria lhe indicar o tipo de coisas e pessoas maravilhosas
que eu gosto...— Saindo de seus devaneios, Fallon parou e
desligou o carro, correndo através da trilha verde que levava
até a porta de entrada. Antes mesmo de se aproximar, Lucas
já estava com a porta aberta e por todos os deuses, ao
vislumbrá-lo, ela podia jurar que parou de respirar.

Os olhos dele estavam vermelhos e inchados, o rosto


ruborizado e quando olhou em seus olhos, parecia que se
perdiam um no outro, como sempre. Até que se recompôs,
conduzindo-se para o lado para que entrasse.

—Ele está no meu quarto. — Disse lhe dando passagem.


Fallon assentiu com a cabeça e parou no hall, aguardando-o
para liderar o caminho. Sem se controlar quando passou por
ela, estendeu sua mão e segurou a dele. Precisava confortá-
lo, ele parecia tão assustado, tão magoado, que porra ela fez?

Tudo isso era por sua causa! Única e exclusivamente


sua culpa!

Lucas a encarou e ela lhe apertou a mão.


—Eu vou consertar isso, Lucas.

—Ele disse que eu não o queria...

As lágrimas então caíram livres por seus olhos. Que


grande bagunça conseguiu fazer?

—Eu vou corrigir esta porcaria. — Lhe assegurou. Ele


apertou sua mão e seguiu em direção as escadas.

Permaneceram de mãos dadas.

Fallon contemplou a aparência limpa das paredes em


tom de marrom camurça com as molduras todas em branco.
Elegante, bonita e clássica. Ao longo das laterais da escada
estavam várias fotos dele, enquanto criança, adolescente e
outras em fases diversas de seu crescimento, além de mais
algumas dele junto com Levi... Argh... cara asqueroso...irch!
Fez uma careta ao ver o homem. Antigamente tinha a
impressão de que era um cara do bem, mas, depois do
papelão que fez ao saber sobre Aiden, o enquadrara na lista
dos mais fodidos imbecis na face da terra. Imagina ter a
coragem de duvidar que seu filho fosse de Lucas, o garoto era
uma cópia do pai. E mesmo que não parecesse, quem era ele
para afrontá-la de tal modo, como se ela fosse uma mentirosa
qualquer? Disso, ninguém poderia acusá-la.

Um guardião da informação, sim, mas não uma


mentirosa.

Ao entrarem no quarto de Lucas, apenas deu uma breve


olhada no belo tom de cinza nas paredes, antes de ouvir
Aiden chorando.
Em um instante, estava à porta do banheiro, correndo
sua mão sobre ela e falando suavemente.

—Aiden, querido?

Seu garotinho então engoliu o choro e respirou


profundamente.

—Mamãe?

—Sim, amorzinho. Deixe-me entrar.

—Eu quero ir para casa. — Protestou e recomeçou a


chorar. Mas então ouviu seus passos e a porta se abriu de
repente. Aiden literalmente, se lançou sobre ela, agarrando-a
pela cintura. Ela apenas o segurou bem apertado, enquanto
esfregava o narizinho em sua blusa, as lágrimas dele a
ensoparam num minuto. —Eu quero ir para casa. — Repetiu
contra o estômago dela. Virou a cabeça para trás a fim de
enxergar Lucas e o encontrou inclinado no batente da porta.
O olhar desolado e triste em seu rosto cortou-lhe o coração.

—Está bem, querido. — Fallon respondeu


resignadamente ao seu anjinho, que ainda a olhava com os
olhinhos cheio de lágrimas. Correndo os dedos pelos cabelos
dele para tirar a franja fora dos olhos, ela finalizou. —Então,
vamos lá...

Ela ergueu o filho no colo, que a abraçou firme,


escondendo o rosto em seu pescoço ao passarem por Lucas.
Ela sequer conseguiu encará-lo por conta da vergonha e da
culpa que sentia, imagine dizer qualquer coisa que fosse.
Seus passos ecoaram pelo corredor, ele um pouco atrás dela.
Ao chegarem à porta de entrada, ele a abriu prontamente
ainda sem pronunciar uma palavra. Ela então carregou Aiden
até o carro, colocando-o na cadeirinha antes de se virar para
um Lucas imóvel na varanda, observando-os em silêncio. A
seguir, retornou o rosto para o filho que, no entanto,
mantinha-se de cabeça baixa, olhando as mãos.

Fallon respirou fundo para tomar coragem, fez o


caminho de volta até onde Lucas estava e o olhou ao alcançar
os degraus.

—Sinto muito mesmo, Lucas. — Ela sussurrou.

Antes de olhá-la e responder, ele passou as mãos pelo


seu cabelo.

—Ele disse que eu não o queria.

—Eu sei. Mas irei consertar tudo, vou consertar esta


situação. Eu prometo.

Ele movia a cabeça, todo magoado, passando as mãos


pelos cabelos novamente. Depois respirou fundo.

—Isso é culpa minha, eu deveria ter ido atrás de você,


tê-la perseguido, mas não, eu estava muito fodido... eu não...

Ela subiu o restante dos degraus, colocou-se na sua


frente o mais próximo que pôde e antes que pudesse terminar
a frase, ela disse:

—Não, isto não é sua culpa, Lucas. Eu deveria ter


contado a você. Deveria ter sido uma mulher madura e digna
e contar sobre seu filho. A culpa é exclusivamente minha,
mas eu juro que consertarei tudo.

Ainda balançando a cabeça, teimoso ele afirmou.


—Não acho que você possa, porque eu sinto que ele me
odeia.

—Ele não te odeia, Lucas. Está apenas com medo. Vou


conversar com ele. Prometo que tudo ficará bem.

Os olhos de Lucas se encheram de lágrimas e ela teve


que engolir em seco, sem conseguir respirar realmente. Se ele
começasse a chorar na sua frente, certamente desmaiaria.
Em outro momento ele jamais demonstraria suas emoções
assim, mas depois do reencontro deles na semana passada,
tudo o que via eram seus sentimentos e emoções expostos.

Será que ele mudou mesmo? E tanto assim?

—Certo. — Lucas disse movendo a cabeça. Retribuindo,


se aproximou de sua mão e a apertou sorrindo. Não se
afastou nem quando ele se inclinou e suavemente, roçou seus
lábios nos dela porque ainda o desejava, o calor da pele
contra a sua, a maciez daquela boca tocando a sua, o tesão
que molhava sua calcinha...tudo, ela desejava tudo dele. E
então, recuou e ela lhe sorriu virando-se e descendo a escada
em direção ao seu carro.

Fallon chegou ao veículo ainda cambaleante, a cabeça


girando e os pensamentos então...

Será que efetivamente beijou Lucas enquanto o mundo a


volta deles estava desmoronando? Porque uma coisa era
certa, enquanto seus lábios estiveram unidos, não poderia se
incomodar se uma bomba tivesse explodido em qualquer
lugar por perto... puta merda! Estava numa maldita situação
mesmo...
Durante o trajeto, Aiden não disse absolutamente uma
palavra e o preocupante era que todas as vezes em que o
olhava pelo retrovisor, seu garotinho permanecia olhando a
paisagem externa, com o queixo apoiado nas mãozinhas.
Nossa, como iria fazer isso do jeito certo? Todos os seus
antigos medos retornaram com força máxima... não deveria
ter deixado a casa de Lucas, ao menos lá teria ajuda para
lidar com esta terrível situação. Sua burra! Agora estava por
sua conta... se bem que assim era como deveria ser. Era sua
culpa. Fez merda, agora era sua obrigação limpar a casa, era
nítido que Lucas precisava do filho e por mais que doesse
nela, Aiden precisava do pai. Houve um tempo em que até
achou que pudesse fazer tudo sozinha, porém desde a
semana passada sua opinião estava sendo reformulada. Por
quê?

Aiden estava diferente... muito, mas muito, mais feliz!

E isso aconteceu justamente por causa de Lucas.

Após estacionar, desceu e se apressou para soltar o filho


do cinto de segurança, fechando a porta do carro assim que
ele saiu. Caminharam pela passarela de mãos dadas até
estarem dentro de casa. Uma vez lá o filho rapidamente subiu
as escadas, enquanto guardava algumas de suas coisas e
verificava seu celular, antes de desligá-lo. Neste instante,
ouviu a porta do quarto de Aiden bater. Respirando fundo,
ela implorou a todos os deuses para que lhe dessem coragem,
luz e entendimento para conversar com o filho sobre tudo que
aconteceu. Descalçando seu salto, passou as mãos pelos
cabelos, retardou o máximo que pôde. Respirou fundo mais
uma vez e então, subiu. Seus batimentos cardíacos voaram à
velocidade da luz.

O que Aiden diria?

Será que a odiaria?

Será que odiava Lucas?

Perguntas e mais perguntas foram enchendo sua cabeça


conforme se aproximava da porta do quarto do filho. Ao
avistar aquela porta também pintada de azul, tomou mais um
fôlego e girou a maçaneta para abri-la. Quando entrou, Aiden
encontrava-se deitado de lado, as costas viradas para a porta.

—Aiden? — Ela chamou, fechando a porta.

—Sim? — Ele respondeu sem se virar. Fallon andou ao


redor de todos aqueles brinquedos espalhados no chão e
decidiu que gritaria com ele mais tarde, pois no momento isso
não era importante. Sentando-se na beirada da cama, apenas
deslizou a mão sobre a perna dele. Durante algum tempo,
permaneceram calados, observando aquele rostinho sempre
tão feliz e que agora estava marcado por lágrimas amargas...
como uma mãe podia ser tão filha da puta? Foi uma vadia
sem coração agora conseguia enxergar isso, o que, sem
dúvida, não lhe aliviava em nada, porque nunca se sentiu tão
mal na vida, nem implorou tanto aos céus por algo, que o
filho pudesse entender sua atitude àquela época pensava
fazer o melhor por ele.

—Querido, precisamos conversar sobre o que aconteceu


na casa de Lucas.
Seu garoto balançou a cabeça em concordância, ainda
sem olhá-la, limpando as lágrimas de suas bochechas.

—Lucas me contou que é meu pai.

Ela continuou acariciando a perna do filho e disse.

—Ele é.

Encarando-a como se houvesse revelado que os


dinossauros estavam vagando pela terra, ele gritou.

—Ele é?

—Sim, docinho. — Fallon assentiu, desconcertada. Ele


pensava que Lucas mentiu?

—Você sabia?

Seu coração disparou alucinado e mordeu o lábio ao


acenar positivamente.

—Sabia.

Atônito e novamente, com os olhinhos cheios de


lágrimas ele perguntou:

—Por que...— Soluçou. —Não me contou...— Soluçou.


—Mamãe?

Era de cortar o coração ouvir aquela voz tão inocente


misturar palavras e soluços. Puta merda! Nunca se odiou
mais do que agora o magoando, desejava tanto poder voltar
no tempo e evitar isso. Fallon alcançou-lhe as mãos, segurou-
a entre as dela e confessou.

—Eu quis esperar até que você o conhecesse, querido.


Tentei evitar que você soubesse tudo de uma vez.
Ele abaixou os olhos e ficou observando as próprias
mãos por algum tempo, sem dizer nada. Ela inclusive achou
que realmente não comentaria, contudo, de repente, ele
levantou o olhar e perguntou baixinho.

—Por que ele não me queria, mamãe?

Fallon então, segurando a duras penas o próprio pranto,


se aproximou mais dele. Em sua mente de merda, jamais
imaginou que perguntaria isso, porque, no seu brilhante
entender, sempre fez questão de lhe lembrar o quanto o pai o
amava e o queria. Parabéns, sua cretina! Parece que não foi
suficiente. Talvez até houvesse arruinado a relação entre eles,
quem sabe? Assim, como poderia explicar a uma criança de
seis anos que o pai o queria depois de todo este tempo? Onde
residia a lógica nisso tudo? Certo, certo, sabia que estava
fodida, não fazia ideia de como consertaria as coisas entre
eles.

Seu tão amado garotinho se aconchegou ao seu pescoço


e ela apenas torcia para usar as palavras certas e revelar
tudo da maneira correta.

—Querido, Lucas realmente o quer.

—Mas não antes, não é, mamãe? —Aiden se lamentou


em lágrimas. Cada uma que escorria pelo rosto conseguia
arrancar um novo pedacinho do coração de Fallon, que nem
sabia que ainda existia. Odiava vê-lo chorar, por isso,
distanciando-se um pouco dele o encarou.

—Querido, eu nunca contei ao Lucas sobre você.


Apertando os olhos e concentrando-se nela, ele lhe
perguntou.

—Por que não?

E agora? De que jeito poderia explicar isso?

—Bom, quando nós terminamos o namoro e eu descobri


que estava grávida de você, ao invés de contar a ele, bem...
eu... eu apenas vim para casa esperando que a AA, seu avô e
a vovó me ajudassem.

—E por que você não pediu para Lucas ajudá-la?

Ah sua estúpida pensou que não viria mais? Que


engano...

—Bem, a mamãe estava realmente muito brava com ele.

—Por quê?

Merda, merda, merda! Por que nunca escrevem livros


que tratem deste assunto?

—Porque eu vi o Lucas beijando outra garota. Então eu


me enfureci e o abandonei.

Os olhinhos do filho estavam esbugalhados quando a


olhou.

—De verdade? Ele beijou mesmo outra garota enquanto


namorava com você? Até eu sei que não se deve fazer isso.

Falar o que, não é? Atualmente as crianças são bem


mais espertas do que no seu tempo, no entanto, isso não a
impediu de nada riu para si mesma.

Apontando-lhe o dedo, chamou a atenção.


—Aiden James, é melhor você não estar beijando
nenhuma menina por aí, senão... — E foi aí, neste exato
momento, que Aiden esboçou seu primeiro sorriso, desde que
chegaram da casa de Lucas, apesar de ser um muito do
tímido, mas foi um que ela retribuiu duplicado, trazendo-o
mais próximo de si.

—Querido, Lucas te ama muito, demais mesmo! E você


precisa saber que se ele soubesse antes que você existia,
nada no mundo o faria ficar longe, meu amor. A mamãe
naquele tempo estava muito zangada e por isso não o queria
por perto. Na verdade, é tudo minha culpa! Fui eu que o
mantive longe. Sinto muito, desculpe-me.

O filho concordou com a cabeça, aconchegando-se ainda


mais perto do seu coração.

—Tudo bem.

Um pouco mais aliviada, Fallon o abraçou mais forte,


sorrindo contra sua têmpora. Por certo, seu anjinho era uma
pessoa muito melhor do que teria imaginado. Assim sendo,
constatou feliz que no fim, tudo ficaria bem, a relação entre
pai e filho não ficaria tão afetada por sua conduta estúpida. A
longo prazo, pressentia que ambos se amariam da mesma
maneira como já amava aos dois e então, tudo seria perfeito.

Pelo menos para eles...

Porque ela, em contrapartida, passaria a vida toda


amando um homem em quem não conseguia confiar. Pelo
qual sempre teria um tesão incubado! Com o qual sempre
sonharia... Merda, merda, merda! O pior de tudo era que,
muito provavelmente, daqui um tempo o veria com outra,
pois ele foi categórico em afirmar que jamais iria embora. E
como sabia que não ficaria solteiro por muito tempo, então
porra, isso iria doer na alma, mas teria que aprender a
controlar eventuais depressões, conformar-se que os
sentimentos e a relação deles do passado não voltariam mais,
ainda que Lucas permanecesse para sempre na vida de
Aiden.

Quem sabe, talvez um dia ela fosse capaz de esquecer e


então, talvez pudesse ficar com ele. Porque, talvez ainda
estivesse solteiro e ainda a quisesse. E por fim, talvez
pudessem formar uma família feliz.

Talvez. Talvez. Talvez. Talvez... fodido talvez!

Aiden tinha adormecido em seus braços, então


lentamente ela o deitou na cama, saindo silenciosamente.
Enquanto descia para a sala, tudo em que conseguia pensar
era em Lucas sozinho naquela imensa casa. Na expressão
triste e magoada do seu semblante, não hesitou ao pegar seu
celular atrás do sofá e discar o número dele.

—Alô? — Ele atendeu com ansiedade.

—Oi. Ele está dormindo, mas tenho certeza que está


tudo bem.

Ele soltou um longo suspiro e perguntou.

—Ele me odeia, não é?


—De jeito nenhum, Lucas. Nunca mais pense assim!
Estava apenas confuso. Está tudo bem mesmo. Eu expliquei
a situação e agora ele está bem.

Lucas fez silêncio por um momento e, em seguida,


indagou.

—Será que eu posso passar aí, logo pela manhã, porque


à noite estarei partindo?

Fallon perdeu a fala e seu coração deu um salto.

—Você está partindo?

—Sim, nosso ônibus sai amanhã à noite, então gostaria


de passar o dia com ele antes de viajar.

—Ah claro. Seria ótimo. — Respondeu, querendo se


desfazer em lágrimas. Se já sabia que ele uma hora partiria,
por que sentia como se estivessem rasgando seu coração
novamente? Será que Aiden ficaria bem? Ela ficaria? Esta era
uma das coisas que ela mais detestava na carreira dele.
Odiava despedidas e ele era cercado por elas.

—Bom. Talvez, você queira tomar café da manhã junto


conosco? Como uma família?

Uau seu coração não aguentaria tantas surpresas como


uma família?

—Hmm, não sei bem. Será que não confundiria a


cabecinha dele? Eu não gostaria de perturbá-lo mais...

—Eu sei, mas e se isso até ajudasse?

Ambos se calaram e Fallon por um minuto apenas ouviu


Lucas respirar. Se não fosse, não o veria novamente até o
aniversário de Aiden quando Molly também estaria lá. Além
disso, realmente queria vê-lo mesmo que esse negócio de
família feliz de mentirinha fatalmente fosse mais uma tortura
do que qualquer outra coisa. Mulher apaixonada é assim,
doida, masoquista ao extremo e apenas para constar, por
acaso, não era esse seu grande sonho no tempo em que
estavam juntos? Então, por que não ir?

Porque era uma péssima ideia!

Puta merda! Nunca aprenderia, tinha certeza que


aceitaria apenas para depois ficar se remoendo sobre o
motivo pelo qual concordou... Caralho! Passaria horas
questionando tudo, ainda que estivesse convicta de que
Lucas Brooks era o homem mais errado para ela. Ele a
machucou uma vez e faria novamente. No entanto, embora
percebesse isso, viu-se dizendo.

—Certo, pode vir bem cedo pela manhã.

Ela podia ver o sorriso na cara dele, quando disse,


"ótimo".

Sim, foi uma má escolha, mas quando é que fez as


escolhas certas.
Lucas estava apreensivo, o que era bastante raro.

Mas ao caminhar pelo calçadão que o levaria até o


pequeno condomínio onde vivia sua família, os amores de sua
vida, era assim que se encontrava, agitadíssimo. Odiava esse
lugar exatamente porque a mulher que tanto amava, bem
como seu querido filho ali moravam. Lucas os queria com ele,
vivendo em sua casa. O quarto de Aiden já estava pronto e
acreditava que Fallon gostaria do futuro quarto deles. Se
quisesse colocar ali todas as suas coisas de menininha ou
pintar as paredes de rosa sua cor favorita, nem se
incomodaria apenas os queria junto dele. Queria que o
perdoasse, queria tê-la de volta.

Lucas queria sua família...

Passou a mão pelos cabelos ansiosamente, enquanto


subia os degraus até a porta da frente. Somente após Fallon
ter ligado que finalmente conseguiu ir para cama, embora
isso não tenha significado uma boa noite de sono, porque a
imagem do pânico experimentado por Aiden não saiu da
cabeça. Todas as vezes que se lembrava do medo naqueles
olhinhos cinza claros, seu coração se partia um pouco mais.
Ele jurou levar apenas felicidade e alegria à vida do filho.
Mas, em função dos acontecimentos tão trágicos do dia
anterior, tudo o que Lucas sentia era uma profunda decepção
consigo mesmo.

Respirou profundamente quando bateu na porta.


Quando se abriu, bem em tempo de ele expirar o ar, uma
Fallon sorridente apareceu. Ela usava uma calça jeans
apertada que circundava seu quadril e bunda perfeitamente.
Por uma vez, porém, não era a tensão de seu jeans que tinha
Lucas tendo um tempo difícil respirar, era seu suéter. Era
uma cor de marfim com pequenas faíscas no fio e não estava
nem mesmo apertado, mas era decotado. Lucas podia ver o
laço do sutiã branco de Fallon e ainda mais de seus belos
seios. A boca dele encheu de água e precisou de todas suas
forças para levantar os olhos dali e encarar o rosto de Fallon.

—Oi. — o saudou sorrindo suavemente.

—Oi. — Quase engasgou ao entrar e logo passou os


olhos ao redor da casa, porque se permanecesse a devorando
com o olhar, não sairiam para o café da manhã. —Onde está
Aiden? -Olhando-a novamente viu como ela nervosa puxava a
parte inferior da blusa que acabou por salientar e mostrar
mais daqueles seus seios... caralho! Desviando o olhar,
interiormente Lucas gemia faminto.
—Lá em cima. Ele já está sabendo da sua visita e dos
nossos planos. Preciso terminar uma papelada rápida e
depois podemos ir.

Ele quase voou as escadas. Além de precisar fugir


urgente, daquele traseiro sexy, ele também estava ansioso
para ver o filho. Precisava desesperadamente se certificar que
Aiden ainda gostava dele, que não estava mais zangado ou
magoado. Porque ouvir que tudo estava bem da boca de
Fallon era muito diferente de escutar essa verdade vinda
expressamente de seu garotinho. Bateu na porta e entrou,
encontrando-o sentado no chão brincando com uma porção
de soldadinhos. O coração de Lucas quase parou quando
percebeu que nos olhinhos de seu garoto não havia mais
aquela gritante felicidade, apenas medo.

Droga!

—Olá, companheiro. — Lucas o cumprimentou,


agachando-se no chão.

Deitou-se de bruços e se arrastou até chegar mais perto


de Aiden, cujos olhos desceram para seu exército antes de
sua saudação.

—Ei, Lucas.

Por algum tempo, ambos se mantiveram silenciosos e


Aiden continuou brincando com seus soldadinhos. Lucas não
sabia o que dizer, de modo que permaneceu imóvel tanto
quanto pôde aguentar.

—Você me odeia?
Sem olhá-lo ele balançou a cabeça.

— Não.

—Está zangado comigo?

Seu garoto encolheu os ombros e depois, descansou o


queixo nas mãozinhas. Quando levantou os olhos para
encarar Lucas, eles estavam cheios de lágrimas, o que o fez
perder o fôlego.

—Você me quer?

Sua respiração ficou suspensa e pensou que estava


prestes a ter um enfarto ali mesmo no quarto do filho. Então
respirou profundamente, limpou a garganta segurando as
próprias lágrimas e assentiu.

—Claro que quero você, meu amor. No minuto em


descobri sobre você, já sabia disso. Eu já queria, quis e quero
você. Você é meu companheiro, meu amigo, meu garoto!

A boca de Aiden quase começou a ensaiar um sorriso,


mas, aparentemente, mudou de ideia e retornou os olhinhos
para o carpete.

—Você não me abandonará mais? Nunca mais, certo?

Lucas acenou inúmeras vezes com a cabeça mesmo


sabendo que Aiden não o observava e sussurrou.

—Nunca, amigo. Nunca mesmo! — Mas então, se


lembrando de que já naquela noite viajaria, acrescentou
rapidamente. —Apenas se for por causa do meu trabalho,
mas ainda assim não vou demorar muito.
— Oh, certo... eu sei que você tem que viajar para o seu
trabalho. Estou dizendo do tipo me deixar por anos, muitos
anos.

Lucas gemeu alto.

—Eu nunca vou deixar você, Aiden. Eu sempre estarei


aqui. Sempre!

Aiden balançou a cabeça em sinal de aprovação.

—Devo chamar você de papai?

Podia jurar que seu filho conseguia ouvir seus


batimentos cardíacos, de tão forte que seu coração saltava
contra peito. Será que ele não percebeu que finalmente seu
sonho se tornava realidade?

—Claro, se você quiser...

Aiden assentiu novamente.

—Você e minha mãe vão se casar?

Lucas encolheu os ombros.

—Depende apenas dela. Na maioria das vezes, sua mãe


não gosta muito de mim.

Aiden sorriu e Lucas não pode deixar de retribuir.

—Claro que gosta. Ela é apenas estranha.

Lucas assentiu com a cabeça, e não podia estar mais de


acordo. Muito tola.

—Nós vamos nos falar todas as noites enquanto você


estiver fora, certo?
—Sim. — Lucas concordou com um aceno. —Em nossos
incríveis iPad‘s.

—Legal. — Ele sorriu de orelha a orelha.

Eles se calaram por mais um momento, ambos olhando


para o chão parecendo tentar descobrir o que falar um para o
outro. Lucas até queria expressar seus sentimentos ao
garoto, mas, além de não desejar assustá-lo, não gostaria que
seu filho se sentisse na obrigação de retribuir seu amor.
Neste sentido, Aiden deveria ser livre para tomar suas
próprias decisões, porque Lucas não se sentiria bem em
exigir uma coisa dessas. Tudo seria melhor se acontecesse de
forma natural entre eles.

—Você me ama? — Lucas levantou a cabeça tão


bruscamente rápido que quase deslocou o pescoço, Aiden
conservava o olhar baixo. — Do jeito que minha mãe e AA me
amam, e eu pensei que já que você é meu pai, deveria me
amar. Sabe, estava só imaginando se ... e tipo eu queria
apenas saber. — Ele foi dizendo.

Ele terminou e então olhou para Lucas, que o


contemplava em choque e de queixo caído enquanto
assimilava aquelas palavras tão aguardadas agora
efetivamente pronunciadas. Lucas teve que limpar a garganta
duas ou três vezes antes de se manifestar, porque o que seu
filho falou ficou entalado em sua garganta.

—Meu amor, eu te amo muito, muito mesmo, tanto que


você não faz nem ideia. Nem precisava me perguntar isso. Eu
apenas não falei antes, porque não queria te assustar.
E então seu filho sorriu e os olhos de Lucas se
encheram de lágrimas que tentou a todo custo segurar para
que não começassem a cair. Porra, isso não seria
extremamente embaraçoso? Porque talvez suas palavras não
tivessem assustado Aiden mas, suas ações certamente o
fariam, uma vez que agora apenas desejava abraçar o filho
tão apertado e repetir tantas vezes que o amava, que jamais
teria que perguntar novamente. Somente saberia no fundo do
seu coraçãozinho o quanto Lucas estava transbordando em
seu amor por ele. De fato, odiava que Fallon permitiu que isso
acontecesse com seu garoto, odiava essa insegurança dele.
No entanto, esperava em breve corrigir isso e pensando bem,
jamais odiaria sua garota.

Ele amava Fallon tanto quanto amava Aiden.

—Certo. — Ele aprovou, antes de literalmente atacar


Lucas, envolvendo-o pelo pescoço e aninhando o rostinho em
seu ombro enquanto este se esforçava para recuperar o
fôlego. Ainda sem acreditar em tudo o que estava
acontecendo, lentamente abraçou o filho. Ele sonhou com
este momento por toda a semana, o instante em que seu filho
saberia que era seu pai e que Lucas o amava com todas suas
forças. Nenhuma sensação no mundo poderia se igualar, ser
tão fantástica do que ter seu filho nos braços! Sangue do seu
sangue, carne de sua carne. Seu pai, com certeza estaria
orgulhoso por ele ter agido de maneira honrada com o filho e
pela convicção de que Aiden estaria protegido pelo resto de
suas vidas.
Quando se afastou e encarou Lucas com o sorriso de
orelha a orelha, pensou que seu coração fosse explodir.
Homem, ele amava esse garoto!

—Você vai se fantasiar de caça-fantasmas no Halloween


para sair junto comigo?

Uau... e isso saiu de onde agora?!? Nossa, a cabeça


desse meu garoto roda a dez milhas por segundo...

Rindo, Lucas nem piscou ao acenar um sim.

—Óbvio que vou, amigo. Qual deles você será?

—Não eu não sou nenhum. Eu vou ser o Homem


Marshmallows.

—Ah, certo. — Lucas gargalhou.

—Olha, mas você não pode atirar em mim, certo?

—Nunca.

—Bizarro demais! Agora, eu só preciso convencer a


mamãe que ela precisa ser um também, assim poderíamos ir
como uma família!

Concordando, Lucas moveu a cabeça.

—Parece ótimo para mim.

Porque realmente para ele parecia excelente e se


dependesse dele, já estariam morando juntos como uma
verdadeira família. Bastava agora apenas persuadir a gostosa
mamãe de Aiden que ser uma família era absolutamente uma
ideia fantástica.
Ainda que quisesse dar fim às lágrimas que deslizavam
por sua face, Fallon não conseguiria, mesmo que quisesse.
Ela sabia que era errado ficar escutando atrás da porta a
conversa entre pai e filho. Mas, a mamãe urso nela tinha que
ter certeza que Aiden estava bem. O que Fallon não se
preparou foi para a emoção que veio com Lucas. Ouvi-lo
contar ao filho que o amava desde a primeira vez que o viu,
queimaria para sempre no cérebro dela. Foi tão sincero, tão
intenso, que as lágrimas escorrerem pelo rosto de Fallon e
descendo as escadas correu para a pia da cozinha, molhar
um guardanapo e refrescar sua pele quente.

Olhando através da janela da cozinha, ela permaneceu


imóvel, reproduzindo em sua mente, inúmeras vezes, a
conversa entre eles. Precisava se recompor.

"Depende apenas dela. Na maioria das vezes, sua mãe


não gosta muito de mim".

Ah, se apenas Lucas soubesse o quanto ela gostava dele.


Tinha certeza de que esse comentário nunca deixaria os
lábios dele se conhecesse a verdade. Era tudo tão difícil,
porque não importa o quanto o quisesse, não poderia tê-lo.
Fallon continuou a dizer-se isso, mas o corpo dela não estava
ouvindo.

Algo precisava acontecer, talvez precisasse dar-lhe a


oportunidade, deixá-lo entrar, mas e se ele fodesse tudo de
novo. Será que conseguiria lidar com isso e superar? A
mágoa, a traição, a depressão? Poderia? Ela tinha Aiden para
se preocupar agora, e escondeu as ações de Lucas, mas, o
que faria agora?

Lucas a tinha desarrumado muito mal. Ela seria capaz


de amá-lo livremente?

—Você está bem?

Virando-se espantada, viu Lucas inclinado na porta da


geladeira, observando-a. Respirando fundo, acenou um sim,
secando o rosto.

—Sim.

—Parece que você esteve chorando. — Ele afirmou.

Assentindo, Fallon retornou as costas para ele e usando


a pia, continuou enxugando a face.

—Estou bem.

—Aiden está limpando seu quarto para podermos ir.

—Soa excelente .— Ela disse prestes a abrir a torneira,


quando os braços dele envolveram sua cintura e ele
aconchegou a cabeça em seu ombro, pressionando o corpo
contra o dela. Por um instante, ficou rígida, porém ao sentir
sua respiração roçando ao longo do seu pescoço, apenas
relaxou.

—Por que estava chorando?

Fallon encolheu os ombros.


—Me fale. — Ele sussurrou contra seu ouvido,
esfregando o nariz em sua têmpora. —Por acaso, estava
escutando nossa conversa?

Antes que pudesse se refrear ou esconder, um pequeno


sorriso começou a se formar em seu rosto e ele riu.

—Você é, talvez, a pessoa mais espalhafatosa que eu


conheço, Srta. Parker.

—Ah, Lucas, ele é o meu bebê. — Respondeu tentando


se afastar, sem sucesso.

—Já disse que você é uma boa mãe, Fallon?

Brincando ela respondeu.

—Hoje ainda não.

—Bem, você é. E sabe o que mais?

—O quê? — Perguntou. Seu coração estava se deliciando


no calor do elogio dele, e por algum motivo ouvi-lo fazia tudo
parecer mais real e verdadeiro. Que estava errado também,
porque a Audrey dizia isso o tempo todo. Mas partindo dele
significava algo. Só não sabia o que.

—Também é uma mamãe muito sexy e gostosa.

Embora tivesse vontade rir, se controlou a tempo e


apenas soltou um suspiro exasperado.

—Lucas, pare de flertar comigo.

—Sem chance! Eu sou obrigado. O mundo não se


transformaria se eu parasse.

Fallon revirou os olhos. "Oh, por favor."


—Não mesmo. É um fato científico que eu tenho que lhe
dizer que você é quente ou o mundo vai parar. Você quer isso
em sua consciência?

Fallon não conseguiu evitar, e riu.

—Tenho certeza de que algo aconteceria com a


humanidade, e eu sei que você não poderia ter tudo isso na
sua consciência.

—Você é impossível.

—E você é linda. — ele sussurrou, deixando arrepios


pela espinha dorsal. O aperto de Lucas em torno de sua
cintura acentuou-se e Fallon respirou fundo. Eles estavam
perto de cruzar a linha que os levaria a um status de
relacionamento. Flertar sem alguma sensatez era uma coisa,
mas isso era íntimo. A maneira como seus braços estavam
avançando cada vez mais alto em seu peito, e a forma como
seu nariz permanecia ao longo de sua bochecha um pouco
mais do que necessário, tudo gritava relacionamento. E não
estava parando ele.

—Eu não gosto de você me segurando assim, Lucas. —


afirmou. Fallon estava certa de que ele sabia que estava
mentindo, mas tinha que dizer alguma coisa.

—Mentirosa, eu sei que você adora. Você está apenas


dizendo da boca para fora. Você não quer dizer isso.

—Seja o que for, deixe-me ir. — Fallon tentou se afastar,


mas ele não a deixou ir. Ela soltou uma respiração irritada
fazendo-o rir. Quando Fallon ouviu a porta de Aiden bater e
ele atravessar o corredor para o banheiro, ela tinha certeza de
que Lucas a deixaria ir. —Aiden está chegando. — ela
afirmou, tentando fugir, mas Lucas não estava deixando ela
ir a lugar nenhum. Em vez disso, ele pressionou sua pélvis na
bunda de Fallon, tirando o fôlego.

—Você tem sorte, que nosso bebê está descendo as


escadas. — sussurrou Lucas, pressionando seu pau com
tanta força que Fallon sentiu toda sua poderosa e deliciosa
polegada dura. A pia penetrou na própria pélvis,
machucando-a um pouco, mas a dor era bem-vinda. Ela
gostou. —Porque, se não estivesse, te inclinaria sobre essa
pia, metendo tão fundo nesta sua boceta gostosa que amanhã
você nem poderia andar.

Pelo amor de Deus! Mesmo?!

Os olhos de Fallon ficaram fechados quando ele a


pressionou mais uma vez antes de deixá-la ir e se afastar.
Fallon apoiou-se contra a pia, respirando profundamente e
depois soltando em um fôlego.

As mulheres sãs e normais ficariam ofendidas por sua


afirmação e ações, mas não Fallon. Não, estava além
excitada. Queria arrancar suas roupas, deixá-lo fodê-la
contra a pia ou a mesa.

QUALQUER COISA! Só queria isso! Fallon queria sentir


seus dentes raspando pelo corpo dela. Ela queria que se
enterrasse fundo e forte nela, que a possuísse de qualquer
jeito. Quase implorou pelo modo como ele costumava olhar
nos olhos dela enquanto suas mãos vagavam por seu corpo.
Ela ansiava por se dobrar e submeter-se às maneiras que só
Lucas faria. Deus, só queria ele!

Quando Fallon ouviu o riso do Lucas, queria dar um


tapa nele, mas não havia como se mover ainda. Não até que
ela mentalmente o removesse dentre as coxas, porque em sua
mente, estava rasgando-a como disse que queria fazer. Ela
deixou sair uma respiração irregular e Lucas parou de rir.

—Porra, Fallon, você é gostosa. — o ouviu dizer, mas


não assimilou. Tinha certeza que se Aiden não tivesse descido
as escadas, ela poderia gozar bem ali. Nem precisava do
Lucas ou dela mesma, as visões que estavam correndo pelo
cérebro eram tão vivas, tão reais. Tomou outro fôlego, assim
que ouviu Aiden saltar dos últimos degraus.

Normalmente, gritaria com ele porque se preocupava


que pudesse se machucar, mas naquele momento ela não
estava nem um pouco preocupada.

—Estamos prontos? — Aiden perguntou. Fallon abriu os


olhos, girando a torneira para que pudesse molhar o seu
rosto novamente com água fria.

—Esperando por sua mãe. — disse Lucas com risadas


em sua voz. —Eu acho que ela está com calor.

Oh, filho da puta!

—Mamãe! Estou com fome! Vamos logo!

Endireitando-se, Fallon respirou fundo, tentando


aparentar calma a fim de não passar vergonha mas, então
seu olhar encontrou aqueles olhos atrevidos e seu corpo
pegou fogo novamente. Sim, não ia sobreviver a este café da
manhã com Lucas.

Não, ela tinha quase certeza que ia entrar em


combustão espontânea.

Fallon não disse duas palavras a Lucas o tempo todo


que estavam no café da manhã. Nem o olhou nos olhos.
Estava envergonhada. Por quê? Ele tinha um pouco de ideia,
mas ainda assim, não precisava agir assim. Será que não
sabia o quanto adorava a facilidade com que ficava excitada?
Ou como o deixava louco e duro observar seu rosto e perceber
que ela estava prestes a gozar? Tinha certeza absoluta de que
se Aiden tivesse esperado um ou dois minutinhos a mais
antes de aparecer na escada, Fallon teria atingindo o clímax
bem ali à sua frente.

Será que o fato de ainda ficarem tão excitados um com o


outro, como ocorreu na cozinha, não era suficiente para fazê-
la ceder, dando-lhes a chance de foderem até a exaustão?
Porra era impossível que não percebesse o quão excitado ele
ficava só de flertar e falar meia dúzia de obscenidades para
ela? Provavelmente, ficaria de pau duro por toda semana,
apenas ao se lembrar da expressão de puro êxtase dela,
lábios suavemente separados, longos cílios tocando a maçã
do rosto e a forma como seu peito subia e descia, enquanto
tentava não pensar nele, não pensar sobre o inevitável? Que
iriam dormir um com o outro? Em breve. Ele não sabia
quando, mas sabia que não poderia aguentar mais por muito
tempo. Ela o queria, e ele a queria, muito.

Agora.

De onde ele e o filho permaneciam de pé admirando a


beleza do horizonte de Nashville, observava Fallon, inclinada
na vidraça pensando ou olhando sabe-se lá o que, mas
parecia triste. Ele odiava que estivesse assim, tudo porque ela
estava lutando contra o que era suposto ser. Deveriam estar
juntos, criando seu filho. Voltar para casa deles, fazer amor
lindo e bonito, e depois trazer mais crianças no mundo. Seu
coração doía ao pensar em ver Fallon grávida, odiava que
tivesse perdido a de Aiden. Lucas não podia pensar em nada
melhor do que ver sua vida crescendo na barriga da mulher
que amava.

—Você sabia que estamos a 75 pés no ar? — Perguntou


Aiden. Lucas sorriu para ele.

—Eu não sabia. — respondeu.

Aiden apontou para o sinal logo na frente deles.

—Você deve ler os sinais. Eles te contam tudo!

Um nódulo se formou na garganta de Lucas enquanto


lentamente assentiu. Lucas não sabia como dizer a Aiden que
não conseguia ler bem, mas precisava. Seu filho tinha todo o
direito de saber tudo sobre ele, e Lucas não podia ler era algo
que seu filho deveria saber. Lucas sorriu para Aiden antes de
dizer
—Lerei.

—Legal. Vamos, vamos para a parte dos Dinossauros. É


a minha favorita.

—Mostre o caminho.— Disse Lucas a Aiden, cujo sorriso


se abriu de tal forma que mal cabia no rosto. Não demorou
nem um segundo para seu garoto então, decolar a toda pelo
caminho, inclusive ultrapassando sua mãe como um
foguetinho, que perplexa, deu uma olhada em Lucas e depois,
se lançou atrás do filho. Lucas revirou os olhos e seguiu os
dois através do Centro de Ciências, apenas parando quando
algo surpreendia Aiden. O que era basicamente tudo.

Mais ou menos uma hora depois, Lucas puxou o


telefone enquanto tocava.

—Olá? — Perguntou, já que tinha esquecido de olhar a


imagem no visor.

—Ei, quando você vem para casa? Temos que estar no


aeroporto em uma hora e meia. — disse Levi.

—Eu não vou. Encontre-me na casa da Fallon e


partiremos de lá.

Levi fez uma pausa antes de dizer:

—Tudo bem, como queira.

A linha foi desligada e Lucas revirou os olhos.

—Levi?

—Sim, daqui a pouco precisamos ir embora. Devo estar


no aeroporto em uma hora.
—Ah, certo. — Disse com o semblante um tanto triste,
chamando por Aiden que por sua vez, deixou de sorrir após
tomar conhecimento da razão pela qual deveriam partir.
Amuado, então, inclinou-se contra a mãe e fitou o pai.

—Você tem realmente que ir? — Perguntou, fazendo


beicinho.

—Sim, mas estarei de volta num piscar de olhos porque,


segundo me contaram, temos que comemorar o aniversário
de alguém em breve! — Lucas exclamou, estendendo-lhe a
mão, Aiden a segurou, gritando:

—Yup! Meu!! É o meu!

E então pronto, começou a relatar como seria sua festa


do Ben 10... Fallon os seguia logo trás. Lucas somente
colocou a SUV em movimento depois de se assegurar que
Aiden estava bem preso com o cinto. O retorno até a casa
deles foi silencioso e Lucas simplesmente odiou essa
quietude, pois se existia uma coisa que aprendeu a amar
depois de conhecer o filho, era seu ininterrupto falatório.
Neste dia, seu pequeno não disse uma palavra por todo o
caminho, o que realmente o afligiu. Assim que estacionou o
carro, todos começaram a sair. Enquanto soltava Aiden,
Fallon se dirigiu à caixa de correios. Lucas não conseguia
superar quanto amava a bunda dela. Amava quando se movia
de um lado para o outro, que enchia seus jeans a perfeição,
tudo.
Uma vez fora da cadeirinha, Aiden correu para dentro de
casa, deixando os pais lá fora. Fallon se aproximou com uma
carta nas mãos, olhando com receio.

—São os papéis de paternidade. — Anunciou,


entregando-lhe a carta.

Lucas a segurou nas mãos, examinando-a rapidamente


e depois cravou os olhos em Fallon. Mantiveram-se olhos nos
olhos, até que um carro parou na entrada da garagem. Então
um Levi, parecendo muito puto da vida caminhou em direção
a eles.

Nem fodendo, Lucas iria perder tempo com ele.

—E então, o que está rolando, crianças? — Ele


perguntou quando parou ao lado deles.

—Nada, apenas os papéis de paternidade que


chegaram.— Respondeu Lucas, voltando a atenção para tal
carta. Ele não queria abri-la, pois já sabia e sentia que Aiden
era seu além disso, o que realmente um reles pedaço de papel
faria por ele?

—Dê-me aqui e me deixe abrir. — Levi estendeu a mão,


todo exaltado.

—Não. Deixe-o abrir. — Fallon disse encarando os dois.


— É dele, não sua.

Levi estreitou os olhos e vociferou.

— Sim, mas não poderá ler, já eu posso. Assim também


aproveito para ter certeza de que você não adulterou nada.
—Primeiro, seu babaca, o que eu conseguiria fazer com
uma carta que literalmente, acabei de tirar da caixa de
correios? Segundo, seu idiota, ele pode ler porque sabe ler,
então vá se foder e saia daqui!

Os olhos de Levi se arregalaram quando uma Fallon


furiosa arrebatou a carta das mãos de Lucas. Após rasgar o
envelope, retirando o conteúdo, devolveu-o a ele, que desceu
os olhos para a confusão de letras distribuídas no papel.
Porra, essa sensação de incapacidade era absurdamente
asfixiante! E o silêncio ao redor então... Porra! Detestava isso.
Das pessoas terem que esperar até que conseguisse ler
alguma coisa, por isso tinha Levi fazendo tudo. Sentiu que
Fallon se aproximava dele, seu corpo tocando seu lado
enquanto se inclinava sobre o braço dele para ver a carta.

—Vamos Lucas, você pode fazer isso. Leve o tempo que


precisar. Apenas vá desembaralhando as letras. —
Sussurrava o encorajando. Já Levi... bem ele, às vezes, era
um idiota, apenas se virou, soltando um suspiro frustrado,
caminhou até a SUV e nela se inclinou.

Exasperada com a conduta dele, Fallon revirou os olhos,


dizendo.

—Droga, que idiota! Ok, Lucas... agora somos apenas


você e eu. Leia para mim, por favor.

'Apenas eu e você'. Sentiu tanta falta de ouvi-la dizer


essas palavras...

Piscando algumas vezes, Lucas finalmente se


concentrou na parte em que ela apontava o dedo. Vacilou e
errou uma ou outra vez, no entanto, ela permaneceu ao seu
lado, ajudando-o em todo percurso. Tal qual fazia antes.

—Probabilidade de Parentesco: 99,9999%. — Ele


finalizou, sorrindo abertamente para ela. —Bom, isto é que é
um monte de noves.

—Verdade. — Ela concordou retribuindo-lhe o sorriso.


—Bom trabalho, Lucas.

Sorriu e tudo o que queria fazer era beijá-la sem sentido.


Não percebeu que não poderia ter lido sem ela? Que era a
razão pela qual poderia fazer muitas coisas. Que precisava
dela?

—Obrigado. — Lucas estava agradecendo, justamente


no momento em que Levi reapareceu, puxou a carta de suas
mãos e a leu.

—Caralho. — O amigo disse por entre dentes. —Melhor


chamarmos Richard Price, agora que efetivamente
constatamos a verdade.

—Você está falando sério? Você realmente duvidava? —


Ela gritou, surtando. — Ele é a cara do pai, jamais mentiria
sobre uma coisa tão séria!

—Isso é o que você diz. — Aparentando indiferença Levi


comentou e a encarou. Em seguida, acrescentou. —Aposto
que está adorando isso, deve estar amando o fato de que a
partir de agora receberá um cheque mais que polpudo.
Garota, você me enoja! Quem impede uma criança de
conhecer seu pai?
Lucas estava quase perdendo a cabeça com o amigo e se
o cretino não se fechasse a boca, iria morrer. E em breve.

— Cale a porcaria da boca, Levi.

Tanto Fallon como Levi retornaram sua atenção para


Lucas. Ela respirando pesado, ele com o rosto tomado pela
raiva.

—Pare de aborrecê-la, Levi. E quer saber do que mais,


pode ir já para aeroporto. Fallon e Aiden me levarão até lá.
Agora vá.

—Como queira, companheiro, tenho alguns telefonemas


para fazer mesmo.

Depois de observar Levi partir, retornou para Fallon, que


se mantinha ofegante e com lágrimas nos olhos.

—Não estou caçando uma pensão. — Ela disse.

—Sei disso. — Lucas assentiu

—Ele que se foda...

—Eu entendo que você não goste muito dele.

— Eu nunca mentiria sobre quem é o pai do meu filho.


Eu não sou esse tipo de pessoa.

—Eu sei, Fallon. Você não precisa se explicar para mim.


Eu já a conheço e falarei com ele no caminho para
Edmonton.

Mordendo o lábio, apenas se virou e saiu andando.


Lucas então, agarrou seu pulso e a parou.
— Pare, está tudo bem. Não deixe que ele te tire do
sério.

—Ele fará tudo para envenená-lo e você, acreditará em


todas as mentiras que inventar.

Ele negou, gesticulando.

—Não, nunca! Jamais acreditaria em nada do que diga.


Além do mais, eu a conheço bem. Ok? — Ele acrescentou,
usando as mãos para aproximar-lhe mais o rosto, olhando-a
profundamente nos olhos. —Eu a conheço.

Com os olhos se encheram de lágrimas. E então, uma


única lágrima deslizou por sua bochecha

—Pare. Nós estamos bem. Aiden está bem. Tudo ficará


bem.

Ela assentiu lentamente. Lucas sorriu antes de se


afastar e começou a caminhar em direção à porta. Lucas
ficou parado respirando profundamente enquanto olhava de
volta para a carta que lhe dizia que era pai do garoto perfeito.
Já sabia disso, mas vê-lo em papel tornou isso muito mais
real. Um sorriso pequeno formou-se no rosto de Lucas
quando a porta se abriu e veio o garoto perfeito que estava
apenas pensando.

Seu filho.

Fallon estava muito irritada!


Queria matar Levi Moss... se um dia tivesse essa chance
abençoada, o faria sem pensar duas vezes. Como o filho da
puta ousava? Não era uma puta cavando dinheiro. Sempre
sustentou a si e aos seus. Não precisava de Lucas ou da
porra do seu dinheiro! Caralho! Não se lembrava de ter
ficado, alguma vez, mais perdida do que agora, sentada no
banco de passageiro da SUV em direção ao aeroporto. Não
fazia qualquer ideia sobre o que o filho tagarelava, apenas
podia pensar no quanto estava furiosa.

—Lucas, para onde você vai? — Aiden indagou.

—Edmonton, Calgary e Vancouver.

—E contra quais são os times você vai jogar?

Tentando ser discreto, Lucas levou a mão à boca para


rir notando que também em Fallon um sorriso começava a se
formar. Aiden, às vezes, falava com um sotaque caipira tão
acentuado. E era realmente tão engraçado.

—Oilers, Flames e Canucks.

—Então são os times que devemos odiar, certo?

Não se aguentando mais, caiu na risada sendo


acompanhado por Fallon. Bom, deixaremos que nosso garoto
nos apague da lembrança, este cretino do Levi Moss.

—Yap. Aliás, agora só existe um time para nós, só um


único time, certo? Qual é?

—Assassins!

—Yap! Mandou bem, meu garoto.


—Mamãe, podemos assistir todos os jogos em que Lucas
jogar? E posso usar minha camiseta 22 também?

—Claro, querido. — Sorrindo ela respondeu,


acompanhada pelo imediato grito mais que animado do filho,
fazendo os pais gargalharem.

—Fal, talvez, os jogos sejam um pouco tarde para ele. —


Lucas a informou, virando no acesso de entrada para o
campo de pouso/decolagens que inclusive, ela conhecia das
viagens de negócios que fez por sua empresa.

—Se for assim, então gravarei para ele. — Ela disse e ele
concordou ao mesmo tempo em que estacionava entre dois
veículos. Desligando a ignição, entregou as chaves e saiu
para soltar o cinto de Aiden. Fallon guardou-as na bolsa e
seguiu atrás deles.

Então parou.

Tinha ficado tão louca antes que nem sequer percebera


que eles estavam sendo tão domésticos. Ela concordou em
levar seu carro de volta para sua casa, e até mesmo deixá-lo
ficar lá. Lucas não era seu homem!

O que diabos ela estava fazendo? Ah! Ele a deixou louca


com como poderia manipulá-la para fazer qualquer coisa.

Que diabos ia fazer com ele?

Fallon olhou para cima para ver Lucas e Aiden se


afastando, então rapidamente foi em direção a eles para
recuperar o atraso. Aiden caminhou perto de Lucas, sua mão
pequena nas grandes do pai, enquanto se dirigiam para o
avião. Era uma imagem tão doce que Fallon tirou o telefone e
tirou uma foto rapidamente. Mesmo que Lucas a deixasse
louca, adorava vê-lo com Aiden.

Lucas parou e entregou suas malas a um tripulante


antes de olhar para Fallon.

—Eu tenho que ir, amigo. — ele disse enquanto olhava


de volta para Aiden. Aiden olhava para Lucas como se tivesse
a lua e o coração de Fallon quebrou com a visão. Teve que
desviar a vista, mas quando o fez, viu outras crianças dizendo
tchau aos seus pais. Quando olhou e viu Shea de pé com
uma Elli grávida, beijando Shelli em seu rosto, decidiu que,
se fosse chorar, seria sobre seu próprio filho. Fallon olhou de
volta para ver Lucas se abaixar, abraçando fortemente a
Aiden.

—Eu vou telefonar todos os dias, companheiro.

—Você promete? — Aiden sussurrou no ombro de


Lucas. Fallon respirou fundo quando as lágrimas começaram
a cair. Droga, odiava o adeus. Essa era a pior parte do mundo
do hóquei. Era isso e algo acontecendo com o jogador de
hóquei que amava. Isso a deixava louca e quando abandonou
esse mundo há muito tempo, jurou que nunca mais voltaria.

—Prometo. Todos os dias.

—Ok. — Aiden suspirou ao se separarem, fazendo o pai


sorrir e apertar carinhosamente seu nariz, antes de se erguer.

—Tome conta da sua mamãe, certo? — Recomendou,


cravando os olhos nos dela. Quando seu anjinho levantou o
rosto sorrindo, Fallon, mais que depressa, secou as lágrimas.
—Eu vou.— O filho se comprometeu e Fallon,
novamente, foi ameaçada por uma crise de choro. Claro que
até queria contradizê-lo, afirmando que seria quem protegeria
Aiden enquanto mãe, mas, não conseguiu pronunciar uma
palavra sequer. Apenas pode cobrir a boca, vislumbrando os
tristes olhos de Lucas.

—Não chore, Fal. — Ele pediu, observando como seu


lindo garotinho envolvia a mãe pela cintura, inclinando a
cabeça contra ela.

—Apenas cuide-se, ok? — Ela balbuciou, correndo os


dedos nos cabelos de Aiden.

—Sempre, sempre me cuido. — Prometeu. Essa simples


frase a fez parar de respirar por uns segundos. Antes mesmo
que pudesse raciocinar ou se manifestar, Lucas já se
aproximava do avião. Quando eram jovens e namorados, não
houve uma vez sequer em que não disse essas mesmas
palavras, ao embarcar numa viagem. Esta era a sua
despedida. Nunca o ouviu dizer a palavra adeus. Ele apenas
usava essas quatro palavrinhas e partia por dias, semanas e
às vezes, até meses.

—Mamãe, Lucas não disse adeus. — O filho lhe chamou


a atenção, já todo choroso.

—Ele nunca diz, meu amor. Ele costumava me explicar


que um adeus é para todo o sempre, portanto, como não vai
ficar muito tempo longe, não há necessidade de falar a
palavra adeus.
Aiden enterrou o rostinho em sua barriga novamente,
enquanto permanecia lhe acariciando a cabeça. Quando
Lucas desapareceu dentro da aeronave, ele choramingou.

—Vou sentir falta dele.

Eu também, Fallon pensava, observando a porta do


avião se fechar.

Muito, mas muito mesmo.


—Vá se foder!

Oops... aquela saraivada selvagem de gritos e uivos que


o atacante do Flames vociferava, finalmente fez sentido para
Lucas. Então riu. Descobriu que não estava sendo elogiado,
mas sim, insultado... riu novamente. Não fazia ideia de qual
idioma o outro time falava, a única frase que entendeu foi
essa. Foder, era mesmo algo universal riu. Mas, sabe o que?
Não importava, não se importava com o babaca, ah que
mentira. Riu. Na verdade, estava adorando a afronta.

—Afaste-se, imbecil! — Outro jogador adversário gritava


enquanto Lucas colocava-se nariz a nariz com o cara que
nem inglês sabia falar.

—Uh, uh... foda-se também, amigo! E aqui vai um


pequeno conselho e de graça: Se você vai jogar hóquei e me
xingar, pelo menos, o faça num idioma que eu entenda, seu
idiota!
Continuou encarando o cara olho no olho, claramente, o
chamando para uma briga, bastava ter a coragem de jogar as
luvas. Mas, então, como não saiu disso, Lucas patinou direto
para o banco, saltou para dentro do reservado do time,
sentando-se junto aos companheiros e a um concentrado
capitão.

—Que língua é essa? — Lucas perguntou, antes de


esguichar um pouco de Gatorade na boca.

—Ele estava falando francês. — Disse Shea, um sorriso


aparecendo no rosto. Algo tremendamente raro porque, em
geral o Sr. Adler se mantinha sério. Só se ouviam seus
gracejos quando marcava algum gol ou quando Elli andava
por lá. Neste segundo caso, todos na arena eram agraciados
com sua cara sorridente.

Fazer o quê? Recém-casados sempre agiam assim.

—Novamente, quem insulta alguém em francês? Nós


jogamos na NHL, não na... como se chama mesmo, a Liga de
hóquei Francês?

Shea soltou uma gargalhada.

— Cara, você é realmente um idiota.

—O quê? Estou apenas falando, caralho! — Lucas riu,


mas logo parou para respirar mais profundamente,
concentrando-se em fazê-lo adequadamente. O Flames estava
jogando sério, batendo duro mesmo, fazendo uma boa
temporada, porém não eram páreo para o Assassins que,
inclusive, já ganhava por 2 a 0 e o jogo mal tinha começado.
—Bom jogo até agora. — Shea comentou. —Apenas mais
um.

O semblante de Lucas se abriu em um sorriso animal,


porque precisava marcar somente mais um gol e Hat-trick15.

Ele ainda não conseguiu nenhum este ano. Na verdade,


nenhum nos últimos três anos, então, estava mais do que
pronto. Realmente, sua performance melhorou 100% desde
que saiu do States. Na noite anterior, jogando contra os
Oilers, ele fez 2 dos gols que ajudaram na vitória. Sim, estava
arrasando na pista, seu jogo estava excepcional e ainda tinha
a vantagem de saber a razão disso: Aiden!

Antes de ter Aiden em sua vida, Lucas nunca soube o


que era se sentir inteiro. Poder conversar com o filho todos os
dias, tendo o prazer de curtir aquele sorrisinho sagaz e feliz
na tela de seu iPad, era sinônimo de realização, ele estava no
topo do mundo, finalmente, era pai e era amado! Durante
tanto tempo, se sentiu vazio, com um buraco no peito.
Primeiro, perdeu o pai, depois Fallon o abandonou e a fenda
aumentou. Nunca imaginou que tal buraco negro pudesse ser
fechado, mas Aiden conseguiu isso. Bastava um mero sorriso
naquela carinha e Lucas estava completo novamente. Agora,
precisava reconquistar Fallon e talvez uma Stanley Cup, aí
sua vida seria perfeita!

—Verdade, só mais um gol e terei meu primeiro Hat-


trick em anos. Estou pronto.

15 Expressão utilizada para designar o caso em que um mesmo jogador marca três gols numa mesma
partida.
O capitão do time acenou sorrindo e afirmou.

—Então vá e faça isso, pois ainda temos muito tempo


para jogar hóquei.

—Ok, hora do show...

O treinador Bacter gritava para que seu grupo de


atacantes, do qual fazia parte, entrasse em ação.
Rapidamente então, saltaram por cima da baliza, patinando
para os dois últimos períodos do jogo. Tudo que Lucas
pensava agora era conseguir seu sonhado Hat-trick.

Já no vestiário do time, um Lucas radiante permanecia


imóvel enquanto seus companheiros lançavam seus bonés,
capacetes e chapéus para o alto e em cima dele. Com um
sorriso de orelha a orelha, mal podia se conter e esperar para
telefonar para seu filho lhe contando que finalmente seu pai
conseguira seu Hat-trick.

A marcação de três gols em um jogo era enorme, e não


conseguiu acreditar que ele marcou. Não poderia ter feito isso
sem o time, e Lucas não poderia ter se sentido mais
abençoado por ter vindo a Nashville do que naquele
momento. Não só por estar jogando o melhor que já jogou,
mas tinha Fallon e Aiden em sua vida agora. Tudo estava se
juntando para ele, e Lucas não conseguiu compreender que
tudo foi desencadeado pelo amor de uma criança.

—Hora de pegar seu prêmio, Brooks. O primeiro Hat-


trick em que? Dez anos? Quinze? — Bacter ironizou com uma
gargalhada.

—Três. — Respondeu rindo.


—Dez, três, tudo igual. Aqui está seu puck. — O
treinador comentou, entregando-lhe o disco do jogo. Lucas
não cabia em si de alegria sorrindo, olhava para o seu troféu,
que antes ele apenas o guardaria, mas, agora tinha para
quem oferecer: Seu filho! Deixando de lado as reflexões,
levantou os olhos cumprimentou os caras do time.

Cara, ele amava sua vida.

—Três gols! Três! A mamãe me deixou assistir e eu gritei


em todos. —Aiden exclamava no dia seguinte. Aliviado agora
que, finalmente pudesse se conectar com o filho, Lucas sorria
feliz ali em sua cama de hotel. No dia anterior não se viram
ou falaram porque o jogo terminou realmente tarde e, hoje
ficou ocupado o dia todo treinando e depois, com as coletivas
de imprensa.

—Incrível, garoto. Fico feliz que você pôde assistir. —


Concordou, rindo. —Como foi a aula?

—Normal. — Gesticulou indiferente. —Você pode me


ensinar como lançar o puck daquele jeito? Sabe aquele tiro
contra aquele cara narigudo? Esse gol foi demais! Até a
mamãe vibrou animada quando você marcou.

Lucas disfarçou um sorriso atrevido quando o filho riu.


Apenas ouvir falar o nome de Fallon, fazia sua calça ficar
mais apertada. Sentia tanta falta dela, quase tanto que de
Aiden.
—Ela vibrou mesmo?

—E como! Ficou pulando e gritando, ao mesmo tempo!


Então você tem que me ensinar marcar assim também!

—Eu irei. — Prometeu, rindo. —E agora me conte o que


você fez na escola hoje?

—Só fiz coisas chatas, e você já está entediado? Já está


pronto para voltar para casa?

—Estou e muito! —Parecendo cúmplices ambos


sorriram.

—Também, estou pronto para você voltar para casa. Vai


ser o meu melhor presente de aniversário! AA me disse que
sua mãe vai vir também. Que ela é minha avó! Será que devo
chamá-la de vovó?

Lucas assentiu e replicou.

—Naturalmente. Mas podemos perguntar se você quiser.

—Legal! Eu já tenho uma avó e um avô, mas a mamãe


diz que é bom ter outra, porque assim eu vou ser amado por
todos os tipos de pessoas, o que é muito mais legal!

—É legal mesmo. Você tem praticado com seu taco?

Animado, Aiden gesticulou positivamente.

—Sim, mas a AA ficou muito brava comigo porque


quebrei um dos seus vasos na sala. Bem, eu expliquei que
precisava praticar, mas não funcionou. — Ele se queixou com
um olhar culpado.
—Não se preocupe, compraremos outro quando eu
voltar.

O rostinho dele então se iluminou, embora a imagem na


tela tenha ficado distorcida de tanto que Aiden pulava na
cama. Só podia rir da excitação de seu garoto e esperar que
sua figurinha reaparecesse nítida e Aiden começasse a falar,
a um milhão de milhas por segundo, do jogo que queria em
seu aniversário, enquanto Lucas, desconsolado, pensava que
nunca sentiu tanta falta de alguém como sentia agora de seu
filho.

Queria apenas ir para casa, ficar com seu garoto. O


único problema era que mesmo estando lá, não podia
permanecer junto e ao lado dele em tempo integral, o que
causava um profundo mal-estar e, porque não dizer, raiva,
porque para todo e qualquer lapso de tempo que ficavam
juntos, Lucas tinha que negociar com Fallon. Queria aquele
momento em que a porta abria e fosse atacado por seu filho.
Todos os caras da equipe que tinham filhos falavam sobre
esse momento e Lucas sabia que não seria capaz de
experimentá-lo por causa de sua situação com Fallon.

Droga, como queria que pudessem resolver as coisas. Os


seus olhares de flerte e calor o deixavam louco. Lucas disse
que não achava que Fallon poderia aguentar mais por muito
tempo, mas na verdade não tinha certeza de quanto mais
poderia lidar. Ele a queria mais do que queria respirar. Sim,
era clichê, mas era a verdade. Lucas sentiu que seu coração
só batia seu nome, nenhuma outra mulher poderia se
comparar e ele só queria Fallon. Não só queria voltar para
casa só por Aiden, mas queria que ela estivesse na cama ou
cozinhando para ele, ou simplesmente estivesse preguiçosa
no sofá, qualquer coisa! Só queria Fallon e Aiden, o tempo
todo.

Queria uma família.

A família dele.

Fallon subiu lentamente as escadas até o segundo


andar para verificar Aiden. Sabia que foi para o seu quarto
para falar com Lucas pelo Skype. Mas, depois de tanto tempo,
já deveria ter alguma notícia dele, e ao notar Audrey parada
no topo sorriu e a cumprimentou.

—Oi, querida. — Pouco haviam se visto nos últimos dias


porque ou estava trabalhando ou a irmã não estava em casa.
Estranho, mas desde a viagem de Lucas, AA ficou mais em
casa.

Sorrindo, a irmã perguntou.

—O que está rolando?

—Apenas checando o pequeno homenzinho. — Fallon


respondeu, gesticulando com a cabeça em direção ao quarto
de Aiden. —Não a vi mais.

Tentando desconversar, apenas disse.

—Sim, ando ocupada. — E desviou o olhar.

—É mesmo? Ocupada fazendo o quê?


—Nada de importante. Apenas fazendo algumas coisas.

—Sei. Ok. — Disse Fallon encarando a caçula, cujo


semblante era na maioria das vezes, uma incógnita para ela.
Dificilmente sabia se mentia ou não e isso a enlouquecia. —
Está tudo bem? — Viu-se perguntando.

—Tudo ótimo. — AA a olhou, oferecendo-lhe um falso


sorriso.

—Você me diria se algo estivesse errado, não é? —


Perguntou aflita.

—Sim. — Audrey assentiu, dirigindo o olhar para a


escada. —Tenho que ir.

—Tem certeza mesmo que tudo está bem? Aonde vai?

A irmã então bateu a ponta da bota no chão e anunciou.

—Vou sair. Estou saindo com alguém.

Fallon soltou um suspiro frustrado. Por que ela estava


sendo tão reticente? O que será que andava escondendo?

—Certo. — Finalmente disse dando-lhe passagem na


escada. —Tome cuidado.

Apenas acenando, Audrey desceu. Sua irmã estava


escondendo algo e Fallon descobriria o que era.

Em breve.

Encolhendo os ombros, seguiu em direção ao quarto do


filho e o ouviu bocejar. Devagarzinho, desencostou a porta e
viu Aiden deitado de costas com o iPad à frente, numa
posição em que pudesse visualizar o pai, que, aliás também
se encontrava esticado na cama, sorrindo e conversando com
o filho.

O coração de Fallon percorreu a visão de Lucas. Ele


parecia tão convidativo, deitado com a cabeça no travesseiro e
seus olhos meio cobertos. Era óbvio que estava cansado.
Lucas estava jogando um incrível hóquei nos últimos jogos.
Fallon não teve dúvidas de que estaria cansado, mas por que
tinha que parecer tão sexy enquanto fazia isso?

Aiden respirou fundo e Lucas sorriu.

—Amigo, você está cansado. Vá dormir.

Aiden sacudiu a cabeça.

—Eu sinto sua falta.

O coração de Fallon quebrou quando se encostou na


entrada. Aiden perguntou sobre o pai todos os dias, antes e
depois da escola. Olhar naqueles grandes olhinhos cinzentos
e naquela boquinha trêmula dizendo quanta saudade sentia
de Lucas, partia sua alma. Desejava poder juntá-los
imediatamente, para que o filho readquirisse seu semblante
sempre tão feliz.

—Eu sinto sua falta também, companheiro. Mas estarei


em casa daqui dois dias e então, você vai poder conhecer sua
avó. Agora vá dormir, certo? Telefono amanhã.

As mãos de Fallon juntaram-se firmemente ao pensar


que Molly chegaria à festa de aniversário de Aiden, já no
próximo final de semana. Estava perto de um esgotamento
nervoso desde que recebeu a informação de que reencontraria
a mulher que foi como uma segunda mãe no passado. O
mesmo pânico e medo de antes da mãe de Lucas saber deles,
voltou com força total! Porra! O que será que a mãe de Lucas
falaria? Por Deus, estava perdida! Neste momento, percebeu
que passaria o restante da semana em uma espécie de
dimensão paralela, experimentando dores aqui e acolá.

—Eu estou be... —Aiden tentou dizer, mas a última


palavra já não conseguiu ser pronunciada. Fallon então,
caminhou lentamente até a cama para olhá-lo e constatou
que o filho adormeceu. Ao ouvir a risada de Lucas, pegou o
iPad e enxergou seu lindo rosto sonolento.

—E aí, linda?

Brincando respondeu.

—Oi, excelente trabalho! Até que enfim ele dormiu,


hein?

—Definitivamente. Mas falando um milhão de palavras


por segundo, não duraria muito esta noite.

—Verdade, o dia dele foi longo e cansativo,


principalmente, porque eu o deixei ficar acordado assistindo
ao seu jogo ontem à noite.

—Ele me pareceu bastante animado. Obrigado.

Aparentando indiferença, ela comentou.

—Foi um bom jogo.

Sorrindo abertamente Lucas correu as mãos pelos


cabelos, sentando-se.

—Você assistiu também?


Com o rosto já quente, assentiu.

—Assisti.

Mantiveram-se olhos nos olhos, calados por algum


tempo. Nossa, apenas queria atravessar a tela do iPad e num
passe de mágica, aterrissar em Vancouver e foder tanto que
os neurônios de Lucas Brooks virariam mingau. Havia algo
nos olhos e na boca daquele homem que a levava à loucura,
ou talvez, fosse todo aquele delicioso corpo sarado que a
colocava no limite. Quem, entenderia isso, tudo o que sabia
era que ardia por ele, mesmo que isso fosse contra seu
melhor julgamento.

—Sinto sua falta, Fal.

Fallon respirou fundo antes de morder o lábio. Por que


ele tem que dizer isso? Por que não podia simplesmente
deixa-la ir? Era difícil tentar resistir ao seu traseiro sexy, mas
então dizia coisas doces assim e ela realmente queria
descobrir uma maneira de atravessar o maldito iPad.

—Sente? — Perguntou, sem saber mais o que dizer.

Ele confirmou com um aceno.

—Muito mesmo...

—Bom, então pare. — Fracamente mandou, pois no


fundo, queria lhe dizer o mesmo.

—Não.

—Nunca mais vai acontecer algo entre nós. — Lançou,


tentando convencê-lo.

E a si mesma também.
—Se você diz. — Lucas ironizou.

—Afirmo e assino embaixo. — Protestou. O


temperamento já saindo do controle.

—Eu não acredito em você, nem penso assim. Algo vai


acontecer. Apenas o onde e quando ainda não sabemos.

—Ah, você perdeu a cabeça, enlouqueceu mesmo!

Golpeando o botão desconectar, ela despencou na


cadeira ao lado da cama de Aiden. A seguir desligou o iPad e
colocou o rosto nas mãos, pensando desconcertada nos
motivos pelos quais Lucas ainda sentia sua falta ou porque
ainda a desejava. Não tinha, por acaso, sido uma completa
vadia, afastando pai e filho? Não fazia nenhum sentido. Não
havia como acreditar que ainda a amava, já que foi ele quem
a traiu. Foram as ações dele que os separaram.

Tinha que ser conveniência. Ele queria estar ao redor de


Aiden o tempo todo e, claro, ainda havia atração sexual entre
eles, então por que não tentar obter Fallon a bordo. Então
poderia ter Aiden o tempo todo e ter uma boa foda, mas,
novamente, isso não fazia sentido porque Lucas poderia
facilmente lutar contra Fallon pela guarda de Aiden e ainda
ter sua liberdade para foder com todas aquelas piranhas que
se atiravam nele.

Não precisava de Fallon.

Então por que?

A verdade é que ficaria maluca tentando compreender o


raciocínio de Lucas Brooks, portanto, respirou fundo e
decidiu ir para cama. Mas, ao se levantar, Aiden acordou e se
sentou espantado, inspecionando ao redor do quarto.

—Pai?

Ao som daquela voz pronunciando aquela palavra tão


comum, todo seu sangue parou de circular. Os olhos de
Aiden se abriram mais amplos para investigar ao redor de si
mesmo, aparentemente, em busca do seu iPad. Seu filho
chamava pelo pai e Lucas não estava lá para ouvi-lo. Isso era
ótimo! Não bastava se sentir horrível por toda a merda que fez
na vida deles, agora, ainda teria que conviver com mais este
peso na consciência?

Apenas fantástico!

—Querido. —O chamou, provocando-lhe um


sobressalto. Aiden soltou um leve grito, encarando-a.

—Mamãe, você me assustou! — Ele se queixou, saltando


da cama e montando em seu colo. —Onde está meu iPad?
Eu não disse tchau ao meu pai.

O pai dele...

—Oh, bem. — Ela murmurou, esforçando-se para se


recompor já que sua alma estava em frangalhos. Claro,
imaginava que isso eventualmente, poderia acontecer,
portanto, não entendia por que não conseguia respirar.
Enquanto conversava consigo mesmo, igual uma maluca,
Aiden passou a mão em seu iPad, digitando aqui e ali e então,
o rosto sorridente de Lucas apareceu novamente.

Rindo ele disse.


—Haha, eu sabia, Aiden. Ei, companheiro. Achei que
estivesse dormindo.

O olhar de Lucas se deslocou para ela, mas ela desviou


o olhar enquanto Aiden dizia:

—Eu não te disse tchau e boa sorte no jogo de amanhã.

Fallon então, recostou a cabeça na parte de trás da do


filho, aspirando ao cheirinho gostoso de criança, enquanto
Lucas acrescentava.

— Obrigado, querido. Agora sim, só porque você me


desejou sorte, não há dúvidas de que vamos ganhar.

—Fantástico! Sinto sua falta.

Aí, foi ela quem deslocou o olhar para a tela e encontrou


os olhos de Lucas presos neles com o mais genuíno dos
amores.

—Eu é que sinto mais sua falta, Aiden.

—Ok, tchau.

—Tchau, amigo.

Ambos acenaram um tchauzinho e a tela ficou preta.


Aiden inclinou sua cabeça contra a da mãe, soltando o iPad
em seu colo.

—Estou ansioso para ele vir para casa.

—Eu sei, meu querido. Apenas mais dois dias, certo?

—O dia da minha festa, hein?

Rindo, ela o pegou no colo, afastando o iPad e o


carregando para a cama.
—Sim. Será o melhor dia de sua vida, hein?

—Yup! Não só por causa do meu pai, mas porque minha


nova avó também vai estar lá! — Ele exclamou conforme
Fallon ajeitava o cobertor.

Mentalmente, repreendia seu coração por invejar o fato


de que Aiden, aparentemente, agora só tinha olhos para
Lucas e Molly. E apesar dela saber que tudo era por conta da
novidade, isso em nada diminuía seus ciúmes. A mãe de
Lucas sempre foi uma pessoa extraordinária e seu filho a
adoraria. O que aconteceria então com Nora? Será que Aiden
teria a mesma afeição ou continuaria a achá-la a melhor avó
do mundo, tal qual antes de Molly aparecer? Ah merda estava
ficando louca mesmo. Ela mesma teve duas avós e dois avôs e
os amou profundamente, ambos os casais. Então, qual o
drama? Caralho! Não tinha nada a ver o que estava
pensando! Quanto medo e preocupações inúteis.

—A minha nova avó é legal?

Sentando-se com um sorriso, balançou a cabeça em


sinal de afirmação porque, independentemente do ciúme
absurdo que sentia, Molly era um doce de pessoa e jamais
poderia amaldiçoá-la. Nem hoje, nem nunca.

—Ela é incrível. Você vai adorá-la.

—Assim como adoro a vovó, certo?

—Certíssimo.

—Ela é como a avozinha?


—Hmm, hmm, sim. E eu a amava muito, no tempo que
eu e o Lucas namorávamos.

Aquiescendo, Aiden disse:

—Demais! Estou tão animado com a minha festa.

—Que bom, então, nos vemos amanhã cedinho?

—Certo. Eu te amo, mamãe.

Beijando-lhe a ponta do nariz, devolveu.

—Também te amo, meu amor. Boa noite.

—Boa noite.

Fallon então, ergueu-se e caminhou até a porta do


quarto, voltando-se mais uma vez para olhar o filho que já
dormia. Sorrindo suavemente saiu e estava pisando no último
degrau, quando a irmã toda estabanada entrou com um
monte de cartas na mão.

—Não pegou a correspondência hoje? — Audrey


perguntou com a mão cheia de cartas.

—Obviamente que não, ou então agora o carteiro


trabalha à noite.

Com um olhar divertido, AA lhe estendeu os envelopes.

—Sua correspondência.

—Obrigada. — Fallon foi rindo atrás da irmã para a


cozinha. —Eu achei que iria sair.

—Planos mudam.

—Hmm, sei. Certo. — Fallon estava zombando e


observando suas cartas, mas parou de imediato ao
reconhecer a letra de Richard Price, advogado de Lucas.
Acabou por deixar cair as demais na pressa para abri-la.

—O que é isso? — A irmã perguntou.

—Uma carta do advogado de Lucas. — Balbuciou, olhos


fixos na carta.

Cara Srta. Fallon Parker,

Segue em anexo o cheque com valor da pensão em


atraso para a criança de nome: Aiden James Brooks. Os
próximos pagamentos regulares e mensais no valor de
U$145.833,33 serão enviados todo dia 15. Quaisquer
dúvidas, favor, entrar em contato com meu escritório. O
número está ao final desta.

Tenha um bom dia,

Richard Price

— Oh, meu Deus! —Atordoada sussurrou, relendo a


carta.

—O quê? — AA assustada perguntou, rodeando a mesa


até onde Fallon estava de pé.

— Oh, meu Deus... —Ela repetiu, afastando a carta e


vislumbrando o cheque assinado, lotado de números. — Oh,
meu Deus!

—Puta que pariu! Você está milionária!

U$10,500,003.46
Ela então, olhou o valor, em seguida, cravou os olhos em
seu nome no cheque e, depois, retornou ao montante
U$10.500.003.46!

Puta que pariu!

—Uau... minhas estrelas! Preciso de água. — Ela soltou


o cheque sobre a mesa, dirigindo-se à pia para pegar um copo
de água.

—Fallon, nós poderíamos nos mudar! Ou ainda melhor,


você poderia abrir sua adega! Isso poderá ser seu capital,
uma vez que papai não financiará! Você poderia fazer isso
sozinha! Isso é ótimo! Ou você poderia fazer os dois! Isso é
incrível, uma benção! — Disse Audrey por trás dela.

Inalava e exalava o ar pausadamente, tentando se situar


diante deste estonteante evento, contudo, isso não estava
funcionando muito bem. Não é de se admirar que Levi
estivesse tão aborrecido afinal, era muito dinheiro! E apesar
dos valores enviados não levarem Lucas a falência, para elas
isso significava novas e infinitas perspectivas: casa nova,
negócio próprio, escola e faculdade de Aiden e etc.

—Porque não está falando nada? Não acha isso fabuloso


também?

Fallon apenas balançou a cabeça, porque mesmo com a


quantidade interminável de possibilidades de uso para o
dinheiro, não daria a Lucas ou a Levi a satisfação de vê-la
descontar o cheque.

—Eu não posso receber, AA.


Quando Audrey não falou nada, Fallon virou e a
encontrou com os olhos absolutamente arregalados, fitando-a
como se fosse um alienígena.

—Eu passei sete anos sem a ajuda dele, de modo que,


eu me recuso a recebê-la agora. Ele não deveria arcar com
um valor assim tão alto por uma criança que ele sequer sabia
que existia.

—Mas Fallon...

—Não! Eu não usarei este dinheiro. Ainda neste fim de


semana, falarei com Lucas e o devolverei. Ele que o coloque
em uma poupança para os estudos de Aiden ou qualquer
coisa do gênero. Quanto à pensão alimentícia, o valor é muito
elevado também, assim conversarei para reduzi-la.

—Fallon, você precisa desse dinheiro.

—Não, não preciso. Enquanto tiver você, Aiden e o meu


orgulho, eu não preciso de nada, principalmente de Lucas
Brooks. Ponto Final! Agora se me der licença, estou indo para
a minha cama.

Dito isso, apenas atravessou a frente de uma Audrey


atordoada e depressa subiu a escada, antes que a irmã
percebesse seu choro. Claro que ela tinha toda razão, elas
precisavam muito do dinheiro, mas simplesmente não podia
aceitá-lo, porque isso seria o mesmo que dizer a Lucas que
precisava dele, e por Deus, não precisava de ninguém, exceto
de Aiden e Audrey.

Não precisava especialmente dele: Lucas Brooks.


Alguns dias depois, quando Fallon olhou para a festa
que ela preparou para Aiden, e lamentava não cobrar esse
cheque. Claro, esforçou-se. As crianças que se juntaram a
Aiden para sua festa foram basicamente transformadas no
famoso herói infantil. Enquanto eles corriam ao redor do
Centennial Park atirando flechas verdes um para o outro,
Fallon estava de pé com Elli e sua melhor amiga, Harper.
Fallon conheceu Harper enquanto conhecia Elli e as amava
quase igual. Ela estava encantadora com aquele coque todo
bagunçado e com a bebe Allison, de um aninho, posicionada
no quadril. Mesmo que a menina fosse uma beleza, ainda
picava toda vez que alguém dizia o nome dela. O nome Allison
sempre trazia memórias dolorosas para Fallon.

Elli também linda, em seu longo vestido verde de


algodão e com os cabelos cacheados soltos, mantinha a bebê
Shelli encaixada no quadril com uma perninha sobre sua
adorável barriga de grávida. Por alguns instantes, junto
delas, ela se sentiu um pouco inferior em relação àquelas
belas mulheres. Caralho! Talvez, fossem apenas as vibrações
desencadeadas pelo fato de ambas serem recém-casadas ou
de terem acabado de ter bebês. Mas fosse o que fosse, tinha
que concordar que tais situações não só combinavam muito
com as duas amigas, mas as tornavam igualmente
impressionantes e mais bonitas!

—A festa está maravilhosa, Fallon. — Harper afirmou


com entusiasmo, apontando para a festa.

—Obrigada Harper, e obrigada por terem vindo.


—Nós não a perderíamos por nada, porque nós amamos
Aiden, não amamos Ally? — Harper brincou e gracejou com
seu precioso bebê, que riu muito, antes de deitar a cabecinha
nos seios da mãe.

—A que horas os rapazes devem chegar? — Harper


perguntou e após um breve olhar disse: —O que me lembra
que preciso lhe agradecer por me contar que Lucas era o pai
de seu filho. Eu tive de saber isso por Jakob? Nem minha
melhor amiga me contou!

Fallon e Elli riram e dividiram um olhar de cúmplices


que foram pegas em flagrante. E Fallon não pode evitar em
se sentir ótima por saber que Elli não revelou seu segredo à
Harper. Lançando um sorriso de agradecimento tácito à Elli,
virou-se para Harper e explicou-se.

—Sinto muito querida, mas eu não podia contar a


ninguém. Não contei nem mesmo ao Lucas.

—Foi o que ouvi! Escandaloso, eu digo a você! Eu não


pensei que você tivesse isso em você. — Harper jorrou com
um sorriso brincalhão em seu rosto.

—Ninguém mais, eu acho. Felizmente, são águas


passadas e eles agora estão felizes. Isso é tudo o que
realmente importa.

—Fal, sua felicidade também é importante. — Elli, ao


seu lado a corrigiu, mas Fallon apenas assentiu calada,
enquanto um Aiden todo alvoroçado corria em sua direção.
—Bem, eu estou feliz. — Assegurou, embora soubesse
que nenhuma delas acreditava nisso. De súbito, seu anjinho
abraçou sua cintura, todo sorridente e ofegante.

—Mamãe. É. A. Melhor. Festa. Da. Minha. Vida.

Rindo pela forma como Aiden lhe apertava firme, ela


confessou.

—Estou contente que você esteja se divertindo.

—Estou... muito! Mas, mamãe, onde está o meu pai?


Quando ele chega?

Ela se perguntava a mesma coisa. Já deveria ter


chegado. No entanto, ainda nada, nem sequer um telefonema.

—O avião deles atrasou em Vancouver, Aiden. É por isso


que o Sr. Shea e o Sr. Jakob ainda não estão aqui também.
Eu acho que...— De repente, Elli se calou e se abaixou para
ficar no mesmo nível de Aiden, cujo rostinho se iluminou ao
se aproximar dela e indagar.

—O quê?

—Acho que acabei de avistar seu pai. — Ela disse,


apontando para o outro lado do parque. Fallon dirigiu o olhar
para onde a amiga apontava Lucas.

Acompanhado de Molly.

—Papai!

Fallon observava, enquanto Aiden decolava em direção a


Lucas, com o maior sorriso imaginável em seu rosto. O
mesmo sorriso de tamanho se espalhou pelo rosto de Lucas
antes que ele deixasse cair o presente que segurava em suas
mãos e os substituiu por um excitado menino de sete anos de
idade. Molly ficou junto a eles com um grande sorriso no
rosto e tudo o que Fallon poderia pensar era que não havia
mudado nenhum pouco. O cabelo castanho avermelhado de
Molly estava preso com umas presilhas que Fallon sabia ter
sido presente de James. Seus olhos tinham linhas de riso em
torno deles, e ganhou peso, mas ela o carregou bem. Isso a
fez parecer gentil, como se fosse feita para distribuir e receber
bons abraços.

Ela ainda era tão bonita como sempre e Fallon só podia


esperar que no futuro ela parecesse tão boa quanto Molly
Brooks, sem a ajuda do Dr. Swartz.

Os olhos de Fallon voltaram para Lucas e sua boca se


separou lentamente. Sem dúvida, Lucas Brooks era o homem
mais lindo da Terra. Fallon balançou a cabeça em direção a
sua sensualidade enquanto seus olhos vagavam por seu
corpo. Ele usava jeans azuis ajustados com uma t-shirt preta
dos Assassins. A camisa abraçava cada um de seus
músculos, e Fallon jurou que babava sobre si mesma. Passou
a mão pela boca para se certificar de que não tinha. Estava
ok, graças a Deus. Fallon não conseguiu ver seus olhos por
causa do boné negro que ele usava, mas imaginou que
estavam brilhantes de excitação.

Lucas soltou um riso antes de olhar para Fallon,


flagrando-a olhando para ele como se fosse um buffet. As
bochechas de Fallon se aqueceram quando ele deu um
pequeno sorriso antes de olhar para a mãe. Fallon também
olhou para Molly e, quando o fez, ela congelou porque não
estava olhando nos olhos da doce Molly Brooks que conhecia.

Não, agora era mais como o olhar Molly Brooks tipo:


"Você manteve meu neto afastado de mim por sete anos e
agora eu vou matar você". Fallon sabia naquele momento
que, mesmo que seu dia tivesse começado maravilhosamente,
estava tudo prestes a ir a merda agora.

Fantástico.
Lucas enxergou Fallon antes do que qualquer outra
pessoa. Ela se encontrava de pé junto a Elli e a esposa de
Jakob, nada parecida com a mãe que ele conhecia, mais
como a que desejava nua em sua cama. Caralho, como ela
estava linda, gostosa e como ele a queria! O vestido colorido
que usava era justo em algumas partes, solto em outras.
Felizmente, o justo modelava as partes que ele mais amava:
sua bunda e peitos.

Era definitivamente algo que uma mãe não deveria usar.

Um sorriso lento e satisfeito atravessou seu rosto


enquanto andava com sua mãe admirando o lindo corpo de
Fallon ao mesmo tempo que o cabelo dela esvoaçava no
vento. Seus olhos estavam cobertos por óculos de sol, mas ele
os tinha memorizados. E mesmo que ele tivesse seus lábios
memorizados também, ainda se sentia atraído por eles.
Estavam brilhantes até a perfeição e ela estava sorrindo,
parecendo completamente despreocupada, um olhar que ele
adorava.

—Ela não mudou quase nada. Talvez, um pouco mais


cheia de corpo. Mas, ainda é deslumbrante. — Molly
comentou ao seu lado, fazendo com que abandonasse
brevemente aquele corpo delicioso para concordar com sua
mãe.

—Ela é absolutamente linda e maravilhosa.

Molly riu enquanto Lucas retornava o olhar para sua


amada.

—Um tolo apaixonado, esse meu filho. — Sua mãe falou


baixinho, embora tivesse ouvido alto e claro, porque se existia
uma coisa que Molly Brooks não tinha era sutileza por nada,
nem com ninguém, nunca! Assim que olhou o lugar onde se
achavam as três mulheres, notou que Elli estava abaixada,
apontando em sua direção. E foi então que, pela primeira vez
viu Aiden, cuja cabecinha naquele exato instante, se virou
rápido para ele. Em seu rosto, o maior e mais radiante sorriso
que Lucas já viu. Tanto que, momentaneamente e ainda ao ar
livre, simplesmente parou de respirar.

Por tudo que é mais sagrado, como amava aquele


garoto.

—Papai!

Lucas congelou. Aiden o chamou de pai?


—Ei, papai! — Disse Aiden de novo, seus braços
brilharam no ar enquanto Aiden correu para ele e Molly.

Ao lado dele, ouviu Molly respirar fundo quando Aiden


se dirigiu para os braços de Lucas.

Aiden envolveu os braços firmemente ao redor do


pescoço de Lucas enquanto ele fazia o mesmo com as costas
de Aiden.

—Eu senti sua falta. — murmurou Aiden.

Lucas fechou os olhos, abraçando Aiden mais perto dele.


Lucas não podia acreditar. Aiden o chamou de pai. Era
suposto ser o aniversário de Aiden, mas Lucas estava
convencido de que era o único que recebia o melhor presente
de sempre.

—Eu também senti sua falta, amigo. — Lucas engasgou,


e não foi fácil. Aiden trouxe tanta emoção e tinha certeza de
que, se eles não estivessem abraçados, começaria a chorar
como uma menina.

—Desculpe, eu estou atrasado.

—Está tudo bem! Você está aqui agora!

—Sim. E você está se divertindo?

Afastando-se um pouco, Aiden moveu a cabeça,


afirmativamente.

— O melhor aniversário de todos, para sempre. Estou


me divertindo mais que demais! Todos os meus amigos estão
aqui, e agora que você está aqui, tudo está fantástico! Onde
está a minha nova vovó?
Lucas riu porque, pela primeira vez, esqueceu que sua
mãe estava lá e realmente? Aiden era muito engraçado. Lucas
deslocou Aiden para o quadril e voltou-se para sua mãe.
Lucas sabia que Molly iria chorar, o que não esperava era o
enorme sorriso que acompanhava grandes lágrimas que
escorriam em suas faces gorduchas.

—Aiden, esta é sua avó, Molly.

Aiden acenou com um grande sorriso no rosto.

—Oi vovó! Eu sou Aiden James Brooks é muito bom


conhecê-la!

Soluçando, Molly o arrebatou dos braços do filho e o


abraçou forte. Aiden a envolveu com seus pequeninos braços,
sorrindo deliciado, independentemente da avó o estar
amassando.

—Mãe, por favor, solte-o um pouco. Assim você vai


machucá-lo. — Disse Lucas, rindo. Divertida, ela gargalhou,
afastando-o um pouco apenas para encher seu rosto de
beijinhos.

—Claro que não irei! — Repreendeu Lucas antes de


olhar para Aiden. —Então, Aiden James Brooks, por acaso
tem ideia do quanto eu amo você? — Ela perguntou.

Lucas abriu um sorriso, o coração acelerado, ciente de


que, provavelmente Molly já amava Aiden mais do que a ele.
Desde que saíram do avião, ela falava sem trégua sobre o
quanto ansiava vê-lo: seu netinho.
—Muito provavelmente. Sou maravilhoso, e todos me
amam. — disse Aiden encolhendo os ombros. Estava tão
seguro de si mesmo que encheu Lucas de orgulho. Os
homens Brooks eram confiantes e adorava que Aiden
seguisse bem seus passos.

Molly riu antes de beijar o seu nariz.

— Você é mesmo filho do seu pai, não é, sua coisinha


arrogante?

—Ei. — Lucas disse enquanto Aiden parecia confuso.

—Pretensioso?

—Seguro de si.

— Huh, como? — Perguntou Aiden.

Molly riu junto com Lucas antes de dizer:

—Você se acha incrível.

—Ah, sim, eu sou. Eu sou tão arrogante! — Exclamou


Aiden com os braços no ar. Molly soltou uma risada sem
parar antes de embrulhar Aiden de volta em seus braços e
beijando-o por todo o seu rosto precioso.

—Olá estranho!

Lucas então desviou o olhar da cena familiar para


observar Audrey sorridente caminhar ao encontro deles. De
rabo de cavalo, camiseta de um berrante amarelo, saia jeans
e saltos altíssimos que, aliás, era sua marca registrada, ela
parecia uma menininha brincando de se vestir. Ele sorriu e a
abraçou.
—Oi, Audrey. — Afastando-se, a saudou para então,
apresentá-la à mãe. —Mamãe, esta é a tia de Aiden, Audrey.
Audrey, minha mãe Molly.

—Oi! — AA a cumprimentou, segurando-lhe a mão.


Como Molly se atrapalhou um pouco para saudá-la, uma vez
que ainda segurava Aiden, Lucas aproveitou a deixa para
pegá-lo de volta, dando à mãe condições de ter as mãos
livres.

—Olá! Tão agradável conhecê-la. Oh, mas é tão linda


como sua irmã. Passariam perfeitamente por gêmeas! —
Molly disse apertando-a num abraço apertado.

—Ah, obrigada! — Ela retribuiu o carinhoso apertão da


mãe de Lucas, ao mesmo tempo em que sorria para ele. —É
um prazer conhecê-la, também.

Audrey virou-se para Aiden.

—E aí, meu companheiro, seus amigos estão te


procurando. Que tal encontrá-los?

— Oh sim! Vocês vão ficar aqui, não é? — Perguntou ao


pai com os olhinhos ansiosos.

—Obviamente que ficaremos querido.

—Ótimo! Haverá bolo!

Sorrindo, Lucas afirmou.

— Não estamos aqui por causa do bolo, amigo. Viemos


apenas por você!
Antes de voltar correndo para junto dos amigos, Aiden
abriu-lhe um sorriso de orelha a orelha e Lucas observou-o se
afastar. Depois, retornou à atenção ao que dizia AA.

—Desculpe-me por vir buscá-lo, afastando-o de vocês.

—Não se preocupe com isso. Vou persuadir Fallon para


deixá-lo passar o fim de semana conosco. — Lucas relatou
sorrindo.

Ela riu.

—Boa sorte com isso. —Audrey gargalhou.— Quanto a


mim, acho que terei que alterar meus planos e ficar em casa
hoje à noite. E, principalmente, providenciar uma enorme
garrafa de vinho.

Lucas riu embora percebesse os olhos cuidadosos de


Molly sobre ele.

—Está tudo bem? — Perguntou, parando de rir.

—Normal, mas ele sentiu muito a sua falta. — Disse


Audrey.

—Também senti falta dele. Muita.

—Eu também senti muita sua falta, Lucas. Tanto,


tanto... — Ela suspirou exageradamente, sorrindo e
brincando.

—Oh, Audrey querida, meu coração bate agoniado desde


que a deixei. — Lucas retrucou com a cara mais séria que
conseguiu fazer. Ainda assim não funcionou e, subitamente,
os dois caíram numa estridente gargalhada, fazendo com que
Molly os olhasse como se fossem dois imbecis.
— Seja como for, eu sei que você está mentindo. Eu sei
para quem seu coração bate. — Audrey deu uma risadinha
quando lhe deu um olhar de conhecimento. Lucas, então,
mordiscou um lado da boca, balançando-se para trás e para
frente, bastante concentrado na aparência de seus próprios
pés. Detestava ficar embaraçado, ainda mais na frente da
mãe e dela. E isso era um nocaute em seu ego. AA enlaçou o
braço no de Molly, convidando-a.

—Meus pais estão tão ansiosos em conhecê-la. Gostaria


de encontrá-los?

—Bem, mesmo que eu não quisesse como poderia


recusar um convite feito de uma forma tão doce? — Molly
comentou risonha.

Altiva e radiante, Audrey ofereceu-lhe um sorriso e


caminhou com sua mãe em direção aos próprios pais Willian
e Nora. Ainda por algum tempo, Lucas permaneceu imóvel,
apenas observando a festa. Seu garoto corria com um bando
de garotas, o que foi suficiente para um sorriso brincar em
seus lábios. Talvez até antes do que imaginava pudesse usar
a expressão: tal pai, tal filho, contudo não perseguia mais
mulheres por aí. Havia apenas uma que lhe interessava,
apenas uma que desejava, apenas uma que lhe ocupava o
pensamento e lhe roubava o sono. Enquanto a procurava
através dos convidados, alguém muito forte lhe deu uma
pancada nas costas. Rapidamente, ele se voltou e deu de cara
com Shea e Jakob.

—Ei, pessoal. — Disse Lucas.


—Olá. — Shea acenou. —Viu minha mulher por aí?

—Ou a minha? — Jakob completou.

Lucas gesticulou um sim com a cabeça, indicando onde


as duas belas mulheres estavam em pé segurando lindos
bebês.

—Bem ali, cavalheiros e se me permitirem dizer...

—Você não tem permissão para droga nenhuma. —Shea


o cortou. —Eu até que estou indo um pouco com sua cara,
Brooks. Então, não me foda! — Dito isso, com um olhar
mortal ele cutucou Jakob e ambos partiram rumo às esposas.

Lucas riu divertido e gritou enquanto se afastavam.

— O que? Eu só ia dizer que as bebês estão lindas. —


Ele adorava irritar Shea. Era muito mais interessante quando
não estavam se dando tão bem. Funcionava melhor se
estivessem implicando um com o outro.

—Ah, sei, claro que sim. Deixe de ser descarado. Você


tem comido minha mulher com os olhos desde o primeiro dia
que a viu. — Shea lançou-lhe por sobre os ombros.

Ainda brincando Lucas continuou.

—Ela é gostosa. — Imediatamente, o Sr. Adler se virou,


fazendo-o rir. — O quê? Ela é mesmo!

—A menos que você queira que eu lhe arranque os


olhos, mantenha-os na sua própria mulher que, a propósito,
está bem ali. — Shea disse apontando-lhe Fallon que estava
rodeada de mulheres desconhecidas. Ela puxou seus cabelos
para um coque bagunçado, e cara, estava gostosa. Amava a
curva de seu pescoço, e com o cabelo para cima era tudo o
que você via.

—Não se preocupe, farei isso agora mesmo. — Lucas


concordou, rindo.

Movendo a cabeça, Shea foi em direção à sua mulher,


acompanhado por Jakob que ria muito. Isso deu condições a
Lucas de virar às costas e se concentrar totalmente na figura
de Fallon que, distribuía pratos ao redor de três mulheres,
rindo de algum comentário. Decidiu de pronto, que
providenciar a arrumação dos copos seria uma ótima medida,
de forma que rumou ao local onde ela estava. Assim que se
aproximou todos os olhares o focalizaram.

—Ah, oi, Lucas. — Fallon o saudou, abaixando os olhos


para o que fazia.

—Olá, Fal, vim para ajudar.

Erguendo o olhar, ela respondeu.

—Está tudo sob controle. Obrigada. Encontre Aiden e


aproveite a festa!

—Certo, mas tem certeza de que não há nada em que eu


possa ajudar?

Negando, disse.

— Como disse, tenho tudo sob controle.

—Tudo bem, então. — Lucas assentiu e passou os olhos


nas mulheres ali ao redor. Uma delas inclusive sorriu de
modo bem atrevido, coisa que, obviamente retribuiu, antes de
cumprimentar a todas. —Bem, olá, senhoras.
Em um segundo todas lhe dirigiam um sorriso de
saudação bastante acolhedor que, no entanto, foi seguido de
uma pilha de copos empurrados bruscamente em seu peito.
Olhando para cima, percebeu Fallon o fuzilando com um
olhar.

—Coloque um para cada pratinho. — Ela o censurou,


retomando a disposição dos pratos. Encolhendo os ombros,
olhou para as três outras mulheres e a seguiu fazendo o que
ela disse.

—Eu pensei ter ouvido você falar que não precisava de


ajuda. — Lucas disse enquanto andavam em volta da longa
mesa.

—Não preciso mesmo. Contudo, prefiro ter você por


perto fazendo algo produtivo ao invés de flertando com as
mães dos amiguinhos de Aiden. — disse.

Sorrindo para si mesmo, ficou observando-a


praticamente socar os pratinhos verdes de papel na mesa.

—Uau, será que alguém está com ciúmes?

Incinerando-o com os olhos, antes de revirá-los


impaciente, disse.

—Ha, ha, ha. Até parece.

Uma risada arrogante deixou os lábios de Lucas quando


Fallon começou a colocar os pratos mais rapidamente antes
de chegar ao final. Amava como ela usava suas emoções na
manga. Diria que estava com ciúmes e tudo o que ele fez foi
dizer oi às três mulheres. Nenhuma delas estava perto de ser
tão linda como Fallon, então porque pensaria que estava
flertando? Por que ter ciúmes dele se lutava constantemente
contra a química que possuíam um pelo outro e nem queria
que ficassem juntos? Assim que estava prestes a perguntar,
sua mãe apareceu, olhando para Fallon.

Molly ficou no final da mesa com um olhar em seu rosto


que disse a Lucas que não estava feliz.

Molly não falou muito sobre Fallon, tudo o que lhe


importava saber se referia ao neto. Desde que tudo foi
revelado, teceu poucos comentários sobre a mãe de Aiden,
mas Lucas sabia que Molly não estava feliz. Quando Fallon
chegou ao final da mesa, olhou para cima e deu um passo
atrás enquanto Molly colocava as mãos nos quadris.

—Fallon Parker, tenho umas contas a ajustar com você.

Fallon respirou profundamente e deu um passo para


trás. Seu rosto estava cheio de preocupação e Lucas não
sabia o que fazer. Não sabia se deveria proteger Fallon ou sair
dali. Estava inclinado a sair, porque Molly parecia um pouco
louca. Molly voltou-se para os jardins de flores, deixando
Fallon e Lucas junto à mesa. Fallon olhou de volta para
Lucas e encolheu os ombros, sem saber o que fazer. Ela
olhou de volta para onde Molly tinha parado, de pé com as
mãos nos quadris, esperando por ela.

Fallon respirou profundamente e colocou os pratos na


mesa antes de alisar o fundo do vestido. Caminhou em
direção a Molly, como se ela tivesse um desejo de morte e
Lucas ainda não tinha ideia do que fazer.
Como Molly demonstrava para ele não a seguir, Lucas
decidiu terminar o trabalho que começou. As crianças
precisariam de copos para beber, então basicamente tinha
que terminar. Quando colocou cada copo em seu respectivo
prato, observou as duas mulheres que amava, apenas no
caso de Fallon precisar dele. Esperava que ela não fosse
embora, porque Molly o assustou muito. Preferiria lidar com
dez Fallons do que Molly.

Pelo menos com Fallon, sabia que gostaria da luta e


sempre havia possibilidade de ficar nu depois.

Bastou um olhar nos olhos penetrantes de Molly Brooks,


para Fallon descobrir que estava ferrada, atolada na merda. A
mãe de Lucas permaneceu com as mãos nos quadris durante
todo o tempo que levou para alcançá-la. Não fazia nem ideia
do que diria e, menos ainda, do que ouviria. Mas a cada
passo seu coração batia mais descompassado e suas mãos
ficavam mais suadas. Além disso, estava ciente de que não
era o sol que fazia seu corpo suar, isso era o chamado efeito:
Molly Brooks.

Ao parar diante da mulher de olhos tão zangados, Fallon


engoliu em seco e a saudou.

—Molly.

—Fallon, faz muito tempo que não nos vemos.


—Um tempo bastante longo. — Concordou com um
aceno. Olhos nos olhos, silêncio absoluto, as duas mulheres
assim se mantiveram por alguns instantes. Tudo o que queria
era fugir. Odiava estar sob o olhar escrutador de alguém, e
Molly estava examinando tudo sobre Fallon. Provavelmente
notou o peso extra que Fallon ganhou com a gravidez de
Aiden. Ou a forma como o cabelo de Fallon era uma completa
bagunça do vento. Ou, provavelmente, a forma como seu
vestido estava muito apertado! Nunca deveria ter usado esse
vestido! Ideia de merda para impressionar um homem que
não devia nem tentar!

Idiota!

—Como você pôde, Fallon? Como pôde?

Respirando fundo e travando as mãos junto às costas,


ela sussurrou.

—Fiz o que achava certo. Sinto muito.

—Afastar um filho do seu pai? Mantê-los na ignorância?


É certo isso? — Expeliu Molly com sarcasmo.

—Para mim pareceu adequado naquele momento. — Ela


afirmou tão categoricamente quanto conseguiu.

Estreitando os olhos, a mãe de Lucas atacou.

—O que sentiria se fosse ao contrário? Como reagiria se


Lucas tivesse mantido Aiden afastado de você durante sete
anos? Longe de seus pais? Você ficaria bem com isso?

Fallon respirou fundo e uma dor excruciante envolveu


seu corpo, antes de fechar os olhos. Não podia deixar de
imaginá-lo, e como doeu. Nunca deveria ter feito o que fez,
mas fez, e já se desculpou com Lucas. Fallon abriu os olhos,
de pé um pouco mais reta, tentando colocar a imagem de ser
forte quando realmente ela estava caindo aos pedaços dentro.

—Eu disse que lamentava Molly. Lucas me perdoou.

—Lucas a perdoou porque a ama!

Fallon respirou fundo. Lucas a amava?

De jeito nenhum.

—Não serei tão indulgente sobre isto Fallon Parker. Não


a perdoarei nunca. Eu perdi sete anos de convivência com
meu único neto. Como ousa? No começo, eu até tentei
defendê-la. Principalmente, porque eu soube o quanto Lucas
foi desleal e infantil, o quanto ele te magoou, mas quanto
mais pensava e analisava tudo, mais zangada, mais furiosa
eu ficava. Ele é meu único neto!

—Sinto muito, Molly. Nem sei mais o que dizer. — Fallon


gaguejou, porque sua mente era uma absoluta confusão —
passando e repassando a informação de que Lucas ainda a
amava. Talvez a Sra. Brooks estivesse vivendo em uma
realidade paralela, alimentando-se de coisas do passado ou
similar, pois não havia nenhuma maneira disso ser verdade.

—Não há nada que você possa dizer, Fallon, tudo o que


deve fazer é ouvir. Estar ciente de que estou profundamente
decepcionada com você e saber o quanto você me magoou.
Sei bem o quanto meu Lucas a machucou, mas eu? Tudo o
que fiz foi amá-la e foi assim que me retribuiu? O que fiz para
merecer isso? Depois de tudo o que perdi? Por acaso, eu
merecia que você sumisse com o meu netinho que é igual ao
meu James e meu Lucas? Merecia que você o mantivesse
longe de mim? De mim? Por Deus, você costumava me
chamar de mãe.

Com lágrimas nos olhos, Fallon sussurrou olhando para


longe.

—Eu sei. E me sinto horrível.

—Pois deveria mesmo. Sentir-se com a mais repugnante


escória da terra! Porque nenhum homem, nenhuma avó
deveria conhecer um de seus descendentes sete anos depois
de seu nascimento. Que porra você estava pensando? O que
esperava com uma atitude dessas?

—Não sei, apenas estava com medo. —Disse ela,


gesticulando.

—Então, no fundo, você foi uma covarde? Não me


lembro, nem nunca pensei na minha Fallon como sendo fraca
e medrosa. Reservada e contida sim, nunca uma covarde.

Erguendo seus olhos, ela secou as lágrimas que


escorriam pelo rosto. O que ela esperava? Molly sempre foi
uma mãe urso toda protetora. Sabia que merecia. Lucas é
quem deveria ter lhe dado este sermão, mas foi brando
porque tudo com o que ele se importava era Aiden. Não que
pensasse que Molly não se importaria com o neto. Era óbvio
que sim. Havia também o fato dela ter sido nociva ao
bebezinho da mamãe urso.
—Acho que sim. — Fallon disse depois de olhá-la por
um momento. —Mas, me deixe perguntar, se James traísse
você com sua melhor amiga, você teria ficado?

Molly se aproximou dela, acenando em sinal de


compreensão.

—Fallon, não a culpo por tê-lo abandonado. Eu também


teria lhe dado um pé na bunda, mas, querida, a coisa toda
envolvia um bebê, mantê-lo na ignorância sobre o bebe dele?
Esconder de mim?

—Eu sei que errei, Molly. Não estou negando isso,


porém eu precisava proteger meu filho.

—De quê? De quem? Lucas? Eu?

—Do fodido imbecil que partiu meu coração. —


Explodiu. Os olhos de Molly se arregalaram de tal forma, que
ela achou melhor respirar fundo e ir devagar. —Eu sei que
para você ele será sempre absolutamente o melhor, Molly. No
entanto, me magoou profundamente e eu fiquei tão mal, tão
deprimida que não pude suportar a ideia de estar perto,
ouvir, falar, olhar para ele. Diga-me, como eu poderia criar
um filho, convivendo com um homem que nem fiel a mim
conseguia ser? Como eu poderia ter certeza de que seria um
bom companheiro, um bom pai? Eu tinha apenas vinte anos,
era ainda uma merda de uma criança.

Desviando o olhar para longe, Molly balançava a cabeça


enquanto Fallon olhava para chão e ouvia ao fundo os
barulhos da festa. Detestara ter entrado nesta discussão
justamente no dia da festa de aniversário do filho, mas nunca
foi uma pessoa de desistir de uma boa luta.

Bom, pelo menos, não nos dias atuais.

—Eu sei que ele errou com você, mas era filho de James
e se eu tenho uma certeza nesta vida sobre o meu Lucas é
que ele teria se reerguido e assumido a responsabilidade de
pai com amor e dignidade. Sim, era um dependente ou
usuário, sei lá do que mais, vivia bêbado o tempo todo porém,
tenho a mais completa certeza de que se agarraria ao fato de
ser pai e despertaria daquele pesadelo. Então talvez, tudo o
que aconteceu não teria ocorrido.

Drogado e bêbado o tempo todo? Que porra era esta


agora?

Confusa, Fallon moveu a cabeça em negação.

—Não faço ideia do que você está falando. Apenas tomei


decisões que achei que protegeria a mim e Aiden.

—Obviamente você não sabe. Como saberia se você


simplesmente sumiu? Você o abandonou no momento em que
ele mais precisava de você.

—Molly! Não me diga que você esperava que eu tivesse


ficado? Ele me traiu!

—Eu sei. E não, claro que não esperava que ficasse com
ele, eu só queria que tivesse...

—Bom, infelizmente eu não o fiz e pior ainda escondi a


existência de Aiden de vocês. Milhões de desculpas. Não há
mais nada que eu possa dizer ou fazer para expressar o
quanto eu me arrependo disso! Se pudesse voltar no tempo,
corrigiria isso, mas não posso. Então, agora eu somente
posso lhe garantir que a partir de hoje, você sempre estará e
fará parte da vida de seu neto.

—Certo. — Molly comentou com um encolher de


ombros. —Eu falei o que me cabia e o que eu precisava por
para fora, embora isso não mude o passado. Agora só o que
podemos fazer é lidar com os seus erros.

Elas compartilharam um longo olhar antes que Fallon


desviasse o seu, sentindo-se horrível e que era como Molly
disse, a escória da terra. Odiava que tivesse machucado
Molly, e até mesmo Lucas, porque nunca quis isso. Estava
tentando proteger Aiden, e talvez ela mesma. Sim, foi egoísta
por tudo isso, mas tinha Aiden em mente.

Pelo menos pensou que sim.

Quando olhou para cima, Molly estava se afastando,


balançando a cabeça. Fallon se sentiu despedaçada. Jamais
quis que esta conversa acontecesse dessa maneira. Não
estava esperando um regresso a casa brilhante e ensolarada,
mas com certeza não esperava uma bofetada verbal na cara.
Fallon olhou para a festa, desejando que estivesse ansiosa
para voltar, mas não estava. Quando os olhos de Fallon
encontraram o olhar conhecido de seu pai, se encolheu
quando rapidamente desviou o olhar. Não sabia como William
conseguia, mas era como se soubesse todas as coisas erradas
que ela fazia. Odiava seus olhares conhecidos e odiava que
até o dia de hoje fosse a maior decepção em sua vida. Não
importava o que fizesse, não parecia melhorar as coisas.

Fallon fechou os olhos e balançou a cabeça. Nunca


sentiu que tinha falhado mais do que naquele momento, mas
não importava. Ela tinha uma festa para cuidar. Fallon abriu
os olhos e alisou a saia de seu vestido. Colocou o vestido para
impressionar Lucas. Por quê? Quem sabia? Mas fez e para
adicionar insulto à injúria, ele nem sequer percebeu.

Outro fracasso.

Então, tudo o que Fallon poderia fazer era sorrir e


colocar a melhor festa do mundo para os sete anos de idade
do seu filho.

A festa foi um sucesso, embaraçosa, mas realmente um


sucesso! Isso porque inúmeras vezes, tanto Elli como Audrey
haviam lhe perguntado se estava bem e ela mentiu afirmando
que tudo estava ótimo. Não reviveria o que aconteceu entre
ela e Molly. Lucas se manteve afastado, ao lado da mãe
durante todo o tempo. Depois de ter tudo limpo e empacotado
em seu carro, se virou para ver Lucas correndo pelo parque
com Aiden em seus ombros. Aiden estava rindo tão alto e
parecia tão feliz que tudo o que aconteceu naquele dia não
importava. Aiden estava feliz e saudável, o que mais Fallon
realmente pediria?
Fallon inclinou-se contra o carro e retirou seus sapatos,
continuava observando-os brincar. Depois de colocar os
sapatos no porta-malas, ela andou em direção a eles. Fallon
não parou quando passou por seus pais e Molly, continuou
em direção a Lucas e Aiden, apesar dos olhares. Quando
chegou até eles, Aiden lhe lançou um sorriso brilhante.

—Estou no topo do mundo! — Exclamou Aiden


enquanto ele estava nos ombros de Lucas.

—Uau! Você deve estar da altura de um prédio! —


Fallon exagerou.

—Sim! — Aiden riu e gritou ao ser jogado no ar e


agarrado pelos braços fortes do pai.

—Eia, faça-me um favor. Faça-me um favor, vá brincar


com seus avós. Preciso falar com sua mãe. — Lucas pediu,
colocando-o no chão.

—Ok!

Eles então assistiram-no correr em direção aos avós. Ao


chegar, William imediatamente o pegou e jogou sobre seus
ombros.

—Seu pai é bastante ágil para a idade. — Disse Lucas.

Fallon concordou e acrescentou.

—Sim, ele está até melhor do que eu. — Virou-se para


enfrentá-lo. —O que você precisa falar comigo?

—Hmm, certo... bem. Mamãe vai ficar apenas até terça-


feira, quando eu viajarei para a Costa Oeste. Mas temos um
jogo aqui amanhã, então eu gostaria que Aiden, você e
Audrey pudessem ir. Minha mãe estará lá também e Elli
ofereceu gentilmente assentos junto a pista, uma vez que
será o primeiro jogo de Aiden.

—Não assisto a um jogo numa Arena há anos. Acho que


não tenho vontade de fazer isso novamente. — Ela protestou.

Exasperado, Lucas reclamou.

—Por Aiden, estou certo que consegue. Ele a quer lá.

Fallon olhou para Lucas e ele segurou seu olhar.


Quando ela ficou de pé olhando os olhos de Lucas, jurou que
estava prestes a explodir em chamas. Estava tão lindo com
sua barba escura cerrada que alinhava a mandíbula e o
queixo. Como estava mais perto dele, podia ver seus olhos
cinzentos e cheios de travessuras. Fallon desejou que fossem
sete anos mais jovens e não tivessem preocupações no
mundo, porque realmente queria pular naquele corpo.

Desviando o olhar, Lucas respirou fundo e continuou.

—Como dizia, mamãe estará aqui até terça-feira e queria


saber se você se importa se Aiden ficar conosco até ela partir.

Disse o que?

—Desculpe-me, não o ouvi. — Disse Fallon. Todos os


pensamentos sobre ficar nu com Lucas foram direto pela
janela no momento. Ele queria manter Aiden?

—Eu queria que Aiden ficasse comigo nos próximos


dias.

—Ele tem aula. — Protestou ela.


—Ele pode perder um dia de aula. Além disso minha
mãe não retornará até o fim da temporada.

Em pânico, ela gaguejou.

—O quê? Para passar a noite?

—Sim.

—E onde ele iria dormir? — Ela perguntou, esperando


que não tivesse uma cama extra naquela grande casa maluca

—Eu tenho um quarto para ele.

—Oh! — sussurrou.

—Sim, e então tudo bem?

Fallon havia dito a Molly que não manteria Aiden dela,


então, o que ela deveria dizer além de sim? Ela acenou com a
cabeça lentamente e rogou que suas lágrimas não caíssem.

—Sim, tudo bem.

—Maravilha! Será que você poderia arrumar uma


mochila para ele daqui digamos, uma hora ou um pouco
mais? Gostaria primeiro de levar minha mãe, deixá-la se
instalar em casa e depois passar para buscá-lo.

Movendo a cabeça, ela balbuciou.

—Ok.

—Ótimo, obrigado.

Fallon assentiu lentamente.

—Isso é bom.

—Bom, obrigado.
Fallon assentiu de novo, sentindo como uma bobagem.
Lucas passou as mãos pela coxa da calça jeans, limpando a
garganta.

—Então, nós estamos bem?

Fallon ergueu os olhos e encolheu os ombros.

—Eu acho.

—Se você não quer que ele venha, diga-me. — ele disse,
e Fallon balançou a cabeça.

—Eu vou sentir falta dele, é apenas isso.

—Você também pode vir, Fal. Você pode dormir no meu


quarto.

Quando Fallon olhou para o rosto sorridente, revirou os


olhos.

—Você é louco.

—Louco por você e esse vestido. Você está gostosa,


querida.

O corpo inteiro de Fallon se aqueceu enquanto um


pequeno sorriso surgia em seus lábios.

Ele percebeu!

—Obrigada. — Falou calmamente, esperando que não


estivesse irradiando do lado de fora o que sentia por dentro.

Lucas riu, erguendo-lhe o queixo para observá-la


melhor. Aproveitou também para se aproximar e Fallon
respirou fundo. Que diabos estava fazendo? Seus pais e
Aiden ficaram a poucos passos de distância!
—E de mim? Sente falta? Você não sentiu minha falta
quando viajei? —Ele sussurrou, envolvendo suas bochechas
suavemente com ambas as mãos. Fechando os olhos, se
apoiou em suas mãos enquanto ele deslizava seu polegar ao
longo de seu rosto.

Polegar estúpido! Corpo estúpido! Saia de Fallon, afaste-


se!

—Ainda que eu sentisse, não iria lhe contar.

—Sei disso. Felizmente para mim, você é como um livro


aberto.

Fallon abriu os olhos para encará-lo, mas antes que


pudesse, seus lábios estavam sobre os dela, beijando-a
suavemente. Os olhos de Fallon se fecharam e começou a
beijar de volta, embora seu cérebro gritasse para parar.

Mas ela não podia.

Sentiu falta dele. Tinha perdido seus lábios, seu corpo,


tudo. Ela só queria ele, não se importava onde ou quando ela
só o queria.

Tão ruim.

Ele continuava brincando com a língua, raspando na


dela enquanto sua mão apertava firmemente a nuca. Como
que em desespero, Fallon torcia com a mão a camisa dele,
tentando trazê-lo mais perto contudo, cedo demais ele se
afastou e cravou seus olhos nos dela.
—Senti sua falta e sei que você sentiu a minha, embora
não queira admitir. Quando deixará essa brincadeira de gato
e rato e assumirá que me deseja e quer ficar comigo?

Movendo-se fora de seus braços, bufou e revirou os


olhos. Detestava que a pressionasse e a desafiasse assim,
porém, odiava com todas as suas forças que ele estivesse
certo. Com as mãos no quadril, gritou.

—Eu não quero ficar com você!

—Mentirosa. — ele disse com um sorriso arrogante.

—Eu não estou mentindo! Estou apenas excitada! — Ele


deu um sorriso malicioso que Fallon jurou que aperfeiçoou
apenas para fazer com que seu temperamento quase
explodisse de raiva e, ao mesmo tempo, deixá-la com a
calcinha molhada quase ao ponto de ter um orgasmo. Fallon
deu outro passo para trás. —Mas não se preocupe, não terei
meu filho para as próximas noites, irei buscar um jeito fácil!
— Ela cuspiu antes de se virar para se afastar.

—Eu acho que o Treinador Chase ainda está disponível.


Quer que eu o chame por você? Talvez ele tenha feito um
corte de cabelo, ou tenha crescido algumas bolas. — disse
Lucas enquanto ela se distanciava.

Como Fallon sabia que se dissesse algo, seria como


despejar combustível no fogo, continuou caminhando, apenas
parando para agarrar Aiden antes de ir ao carro dela. Sabia
que receberia uma chamada de seus pais sobre suas ações
grosseiras mais tarde, mas tinha que sair daqui.
Porque se não o fizesse, mataria Lucas ou ficaria nua
com ele ali mesmo diante de Deus e de todos.

O ruim era que não sabia qual era a pior.


Lucas sorriu durante todo o trajeto até sua casa.
Adorava fazer com que Fallon perdesse a cabeça, coisa em
que ficava cada vez melhor. Realmente tinha um talento
especial para excitá-la, tanto que em geral, dava para
perceber seu corpo tendo calafrios da pontinha dos pés ao
último fio de cabelo. Amava o rubor que gradativamente se
espalhava pelo pescoço e seguia para suas bochechas, o
desejo selvagem que brilhava em seus olhos e que
literalmente poderia colocá-lo de joelhos num estalar de
dedos. Tudo o que podia fazer enquanto dirigia era repetir as
suas palavras, repetidamente.

"Eu não estou mentindo! Estou apenas excitada!"

Ela era uma mentirosa e sabia disso. Queria Lucas


tanto quanto ele a queria, se não mais.

Toda vez que Lucas estava ao redor dela, sentia que


uma corrente elétrica funcionava através deles. Seu corpo
gritava pelo dela e não suportava não a tocar. Mesmo que
fosse apenas um toque simples, precisava disso. Qualquer
toque, precisava se conectar com ela.

Cara, ela é gostosa.

Lucas deslocou-se em seu assento, esperando que sua


mãe não percebesse o pau duro que estava ostentando, antes
de sair da interestadual. Finalmente descobriu seu caminho
por Nashville e agora conhecia todos os atalhos que o
levavam para sua casa e de Fallon mais rápido. Molly
respirou fundo e Lucas a olhou. Ela ficou quieta desde a
conversa com Fallon. Como não queria discutir o que falaram
enquanto estavam na festa, decidiu que agora era o momento
perfeito.

—Está tudo bem?

Ela encolheu os ombros.

—Fui tirar satisfação com Fallon e lhe falar umas


verdades.

Nervoso, perguntou como quem não quer nada.

—Foi é?

—Sim. Disse que estava muito magoada e aborrecida


com ela. No entanto, temo que tenha sido muito rude e
áspera. — Molly disse com tristeza quando juntou as mãos.
Mesmo sendo extremamente protetora por Lucas, ela ainda se
sentia mal quando era má para alguém depois do fato. Ela
era uma boa pessoa e Lucas podia dizer que estava
envergonhada, mas Fallon provavelmente precisava da
dureza. A amava demais e ainda se sentia culpado por tudo o
que tinha acontecido para lhe dar a prensa que ela precisava.

—O que lhe disse? — Perguntou, virando na rua de sua


casa.

— Eu disse que deveria se sentir a escória da terra e que


era uma covarde. Ou algo assim.

Lucas se encolheu.

—Escória da terra?

—Sim! Ela manteve meu bebê longe de mim por sete


anos!

Lucas encolheu os ombros, puxando para dentro de sua


garagem.

—Verdade.

Nada foi dito quando Lucas estacionou o carro e eles


saíram. Entraram pelos fundos e subiram as escadas para a
cozinha. Quando chegaram, Molly ficou admirada, com a
boca aberta ao olhar em volta da cozinha e até a sala de
estar.

—Lucas, meu querido, isso é realmente grande o


suficiente?

Rindo, apenas esclareceu.

— É um bom tamanho para uma família.

Sorridente, ela concordou.

—Verdade. Agora você só precisa da tal família.

Totalmente seguro de si, Lucas declarou.


—Tenho tudo sob controle, inclusive já tenho um deles,
só preciso fazer a lição de casa e trazê-la toda para cá.

Mãe e filho trocavam um olhar de entendimento mútuo


e amor, quando Levi entrou no cômodo e trovejou.

— Mãe!— Molly, exaltando de felicidade, gritou e o


abraçou.

—Então, como está meu segundo filho? Lindo e


maravilhoso como sempre! — Disse, beijando-o
espalhafatosamente nas bochechas.

—Obrigado, mãe. Eu estou bem, e você? Como foi seu


voo?

—Correu tudo bem.

—Ótimo! —Disse Levi, apertando-a nos braços


novamente. Quando se separaram, se virou para Lucas e
perguntou. —Ei, você ouviu algo novo de Shea?

—Eu o vi de relance, mas não conversamos. —


Respondeu, enchendo dois copos de água e oferecendo um a
Molly. —Quer água, Levi?

—Não, obrigado. Ouça, Ryan está fora.

—Hein? Jordyn Ryan? — Perguntou Lucas. Jordyn Ryan


era o goleiro dos Assassins e o melhor goleiro da liga. O que
significava que ele estava fora?

—Sim, rompeu um dos meniscos da perna esquerda.


Ficará fora o resto da temporada. — Levi relatou apreensivo.

—Mas que porra! Desculpe, mãe. — Disse rapidamente


quando sentiu os olhos de Molly sobre ele.
—Obrigado. — disse ela antes de tomar a água.

—Eu sei. Haksson começa amanhã. Não estão seguros


de quem estão chamando dos Rays.

Oh, isso era ruim. Os Assassins estavam prestes a


começar os playoffs em algumas semanas. Precisavam de
vitórias e Haksson não era o goleiro para obter essas vitórias.
Foram os primeiros na liga e à frente de todas as outras
equipes em pontos, mas precisavam continuar vencendo. O
que aconteceria quando fizessem os playoffs? Definitivamente
não podiam perder, então quem poderiam trazer de sua
equipe AHL, os Florida Rays? Lucas não tinha ouvido falar de
nenhum bom goleiro daquela equipe, não que realmente
seguisse muito o time, mas ainda assim, se houvesse alguém
bom, saberia.

Droga, isso era ruim.

—Mer... — Lucas disse balançando a cabeça.

—Este é um cara ruim, mas, de qualquer forma, você


precisa chamar Ryan e desejar-lhe melhoras. Você tem uma
reunião de equipe pela primeira vez amanhã.

— Tudo bem. — Lucas disse com um aceno de cabeça.


—Irei buscar Aiden e ligarei para Ryan no caminho.

—Certo. — O amigo encolheu os ombros, saindo da


cozinha. Assim que ficaram sozinhos, sua mãe perguntou. —
Então, isso é ruim?

—Sim. Ryan é o melhor goleiro da liga. Aposto que a


imprensa está tendo um dia bastante cheio. É horrível. —
Concluiu Lucas, pesaroso. Procurou o Assassins por dois
motivos, ganhar a Stanley Cup e rever Fallon. Uma delas já
conseguiu, a outra não. Ainda morreria tentando, se preciso
fosse.

— Tudo vai ficar bem. Se está destinado a ser, então


isso acontecerá.

Irônico, Lucas olhou para a mãe e perguntou.

— Está se referindo a Taça ou a Fallon?

—Ambos. Seu treinador sabe o que faz, então tudo vai


se acertar. Com relação à Fallon... — Molly parou e moveu a
cabeça. — Bem, ela ainda está muito magoada com o que
aconteceu entre vocês. Realmente, não sei se algum dia
esquecerá.

—Nem eu. — Ele triste respondeu. — Queria que


pudesse.

—Eu sei, querido. — Sua mãe o consolou, pegando-lhe a


mão. —Então, vá buscar esta parte da família que já
conquistou para nos trazer alguma felicidade! — Molly
exclamou animada. Lucas piscou, sorriu e a abraçou,
distribuindo-lhe beijinhos por suas bochechas.

—Agora. — Dizendo isso, se ergueu e saiu pelos fundos.


Quem sabe, com alguma sorte, talvez convencesse toda a
família a vir. Isso não seria perfeito?
Fallon estava em frente ao guarda-roupa de Aiden,
dobrando algumas camisetas e jeans, antes de colocá-los em
sua mochila do homem aranha. Aiden saltitava no quarto,
selecionando coisas que levaria consigo, manifestando a cada
segundo como teve o melhor aniversário do mundo.

Ela só não sentiu o mesmo.

Não apenas porque seu filho ficava mais velho, mas pela
cadeia de eventos desagradáveis que se desenrolaram no dia
de hoje, o sermão de Molly, o sabão de seu pai gravado no
correio de voz, agradecendo-lhe por sua falta educação e
agora, Aiden passaria o fim de semana na casa do pai, que
conseguira finalmente derrubar algumas de suas defesas,
ocupando mais e mais seus pensamentos. Novamente!
Pensou sem parar sobre Lucas e sua boca sedutora. O que
estava pensando, colocando a boca dele na sua? Estava
louca! Ah!

Colocou as pequenas peças de roupas na mala do filho,


e odiava o fato de deixar Lucas fazê-la ficar assim. Porque
não se mantinha imune a ele? Certo, tudo bem, era
positivamente lindo, gostoso, sexy, beijava como um deus, e
também fodia como ninguém, mas e daí? Precisava deixá-lo
ir?

Lágrimas começaram a escorrer e sua garganta começou


a se fechar quando, finalmente, se conscientizou de que nada
no mundo manteria Lucas fora de sua vida. O que significava
aprender a conviver com essas constantes batalhas internas
que enfrentaria quando estivesse ao redor. Porque sim
estaria. Era o pai de Aiden e enquanto o filho não alcançasse
os 18 anos, o veria e teria que conversar. Precisava deixá-lo
ir, mas como?

—Mamãe! Onde está meu pijama do Homem-Aranha?

Fallon virou-se para olhar para Aiden, que estava na


ponta dos pés na porta, com os braços acima da cabeça, o
tranquilizou.

—Já coloquei na mochila.

—Oh, certo! O papai vai chegar logo, certo?

—Sim, querido. — Murmurou.

—Formidável!

Assim que Aiden escapuliu para o corredor, Fallon


terminou de fechar sua mochila. Então realmente permitiria
isso? Deixaria seu amado bebê, seu anjinho passar a noite
com outra pessoa? Ele ainda não dormiu nenhuma noite fora,
nem na casa dos amiguinhos e, no entanto, consentiu que ele
ficasse todo o final de semana fora? Oh Deus, como lidaria
com isso?

Deixando de lado esses angustiantes pensamentos,


agarrou as coisas do filho, inclusive, o saco de brinquedos
que ele mesmo arrumou e se dirigiu para baixo. Nem bem
chegara à escada, a campainha tocou.

Ótimo, Lucas estava lá para tirar o bebê dela.

Enquanto descia lentamente, ouviu Aiden cumprimentar


o pai. E então, um arrepio gostoso deslizou por sua espinha,
fazendo com que parasse ali e respirasse fundo para se
recompor, era a voz baixa, rouca e sensual de Lucas. Como
uma pessoa pode ter, ao mesmo tempo, desejo de foder e de
matar alguém?

Quando chegou ao fim da escada e ele a olhou com um


sorriso no rosto, teve que desviar o olhar. Murmurou e gemeu
sobre ele machucá-la, e como essa era a razão pela qual
manteve seu filho longe dele, então, por que ainda o queria?
Mesmo sabendo que era errado, ainda o queria. Será que
percebeu alguma mudança real nele? Ou era porque estava
além de excitada?

Blah! Estava uma bagunça.

Fallon colocou as coisas de Aiden na porta, assim que


ele disse: "Papai, eu te fiz uma coisa na escola. Venha ver‖.
Aiden segurou a mão de Lucas e arrastou-o para a cozinha.
Quase esqueceu! Seguindo um pouco animada para ver o que
Lucas acharia do talento e criatividade artística do filho.
Fallon entrou na cozinha e viu Lucas com o que parecia ser o
'papai Lucas' moldado a partir de um rolo de papel higiênico
acabado.

—É você! — Disse ele, pulando e tagarelando ao redor


do pai.

—Eu, hein?

—Sim! Ficou incrível, não é? E olha, aqui é eu e a mãe


também.

Fallon sorriu quando Lucas pegou os três moldados em


rolos de papel higiênico. Eram o trabalho de arte mais fofo de
todos os tempos, e tinha certeza de que Lucas se divertiria
muito com eles. Cada tubo de papel higiênico representava
um deles e era caracterizado por algum traço que nitidamente
os identificava: ela segurava um celular, Aiden foi pintado
como o Homem-Aranha e Lucas ostentava um taco de hóquei.
Aiden os trouxe para casa na terça-feira, e ficaram sobre o
peitoril da janela toda a semana. Ela os amava, então quando
Lucas disse:

—Eu amei, posso tê-los? — Seu coração quebrou,


porque sabia que Aiden iria dizer que sim.

—É claro! Mamãe, você não se importa, não é? —


Olhando-a, ele perguntou.

Pensando bem, acumulou inúmeros trabalhinhos


artesanais do filho, Lucas não tinha um sequer. Então
confirmou sorrindo.

—Claro que não, querido.

—Legal! — Ele disse contemplando o pai.

—Obrigado, realmente adorei. — Lucas repetiu,


deslizando os olhos de um para o outro. —Você fez sua mãe
perfeitinha.

Rindo, Aiden todo alegre assentiu.

— Ela era o tubo mais bonito na sala.

—Aposto que era. — disse Lucas com um sorriso só para


ela.

O rosto de Fallon se aqueceu com as amáveis palavras.


Ela adorava momentos como este, quando não havia drama,
sem ressentimentos ou mágoas do passado, apenas os três.
Quase como uma família, até que uma coisa qualquer
acontecesse e o passado voltasse a bombardeá-la com força
máxima, ficando louca novamente. Desejava que pudesse
esquecer tudo, mas sabia que não podia.

—Pronto para ir? Sei que Molly, provavelmente, está


ansiosa para que cheguem. — Disse, desligando-se de suas
fantasias e passando a mão nos cabelos do seu anjinho.
Ergueu os olhos para Lucas, notando que estava focado em
algo sobre a mesa. Sim, deve ter conseguido observar seu
nome em algum deles

—O que é isso?

Por um segundo ou dois, Fallon nada disse.

— Bem, é o cheque que veio do seu advogado.

—Sei. Porque está aqui e não no seu banco? — Lucas


perguntou, fazendo com que revirasse os olhos.

—Aiden, por favor, vá para seu quarto. — Pediu porque


percebeu que a coisa entre eles, talvez esquentasse, afinal
seus pontos de vista sobre o assunto eram bastante
divergentes.

—Porquê? — O pequeno perguntou.

—Eu e seu pai precisamos conversar sobre algo. —


Respondeu, indicando-lhe a escada. —Agora vá!

—Vocês vão brigar? — Perguntou caminhando para a


escada.

—Não. — Ela negou, gesticulando após observar o rosto


de Lucas. —Apenas vamos conversar como adultos normais.
—Claro. — Lucas zombou.

—Vocês vão se beijar novamente?

Por todos os deuses!

Fallon exasperada, bufou enquanto Lucas ironizava.

—Por favor, AJ, vá para seu quarto. Sairemos num


instante, por isso deixe a mamãe gritar por uns minutos
comigo.

Fallon ficou observando Aiden sair da cozinha correndo


para então, parar nos primeiros degraus, inclinar-se sobre o
corrimão sorrindo e dizer:

—Eu acho que vocês deveriam se beijar de novo, casar e


me dar um irmão! — E assim sem mais desapareceu, antes
que sua mãe pudesse pensar em qualquer reprimenda.

Garoto esperto.

Rindo e brincando, Lucas olhou para Fallon.

—Acho que o garoto tem razão.

—E eu acho que você precisa manter sua boca para


você. Você está confundindo meu filho.

Lucas, impaciente, revirou os olhos.

— Você quer isso tanto quanto eu, então, porque


continuar lutando contra?

—Nós já discutimos isto. — Advertiu ela. —E não, eu


não quero!

—Claro que não. — Sorriu Lucas. —De qualquer


maneira, porque este cheque não foi descontado?
—É muito, Lucas. Eu não vou discutir isto mais. —
Disse, seu sotaque caipira cada vez mais pronunciado pela
raiva crescente.

—Então, apenas o deposite.

—Eu não estou precisando.

—Não me interessa, é para Aiden.

—Ótimo, sendo assim você pode levá-lo e colocá-lo em


uma poupança para ele porque eu não o descontarei.

—Sim, você vai. Apenas desconte a porra do cheque,


Fallon.

—Não, eu não quero isso. — rebateu.

—Eu não me importo. Foi você que gastou nos últimos


sete anos, me deixe ao menos lhe recompensar.

—Para quê? Apenas para ficar com a consciência limpa?

—Pelo Amor de Deus! Apenas desconte a porra do


cheque, Fallon. Pare de ser tão orgulhosa! — Lucas revidou
se aproximando dela.

—Não mesmo! — Gritou dando mais um passo na


direção dele também.

—Puta merda! Você me enlouquece, mulher. — Disse


gesticulando agitado. —Se você não depositar a porra do
cheque na sua conta, eu irei trazer o montante em dinheiro e
irei despejá-lo em sua mesa! Sua escolha!

—Você que me enlouquece, Lucas! Por que apenas não


mantém seu dinheiro?
—E por que você não pode simplesmente descontá-lo? —
Ele protestou.

—Porque eu não o quero! Não quero que você acredite


que me ajudou, que comprou o meu perdão! Não quero isso!

Pesaroso, ele negou com a cabeça.

—Acredite em mim, Fallon, até que eu a ouça


pronunciar pausadamente todas as palavras 'eu perdoo você
Lucas', não pensarei nada. Então desconte a porra do
cheque, é para o nosso filho.

—O meu filho não precisa dele. Além disso, você tem


que diminuir o valor da pensão mensal. É muito alto. Não
precisamos disso tudo.

—Nosso filho irá precisar, porque ele terá a vida que eu


não pude ter!

—Isto não é sobre você!

Lucas riu, balançando a cabeça.

—Você está certa, e também não é sobre você, mas por


algum motivo, você continua a falar sobre você.

—Não faça isto!

— Fallon este argumento inteiro é sobre como você não


quer que eu pense que eu ajudei você, quando tudo o que eu
quero fazer é ajudar meu filho. Pare de ser difícil e receba o
cheque para o nosso filho.

—Não. — Ela disse.


Lucas foi na sua direção, prensando-a contra a parede,
segurando sua cabeça nas mãos, aproximou seu rosto do
dela, olhos nos olhos.

—Agora, Fal, ouça. Desconte essa porra de cheque ou a


levarei aos tribunais e lhe tirarei Aiden. Se não me permitir
conceder o que acredito ser devido então, tomarei
providências para que meu filho tenha tudo o que merece.

Fallon ofegava enquanto ele concluía, olhando-a


fixamente.

—Não quero mais machucá-la. Quero ser civilizado,


porém se você não me ajudar com isto, minhas mãos estarão
atadas. Por isso, desconte esta porra!

—Afaste-se de mim. — Fallon disse, empurrando-o para


longe, sem qualquer resultado. —Você não pode e nem vai me
ameaçar!

—Não é uma ameaça, Fallon, é uma bendita promessa!


Aiden é tudo para mim e, serei um filho da puta de merda, se
daqui para frente ele não for protegido, tratado, mimado com
tudo de melhor nesta vida. Compre uma casa maior, com um
quintal e jardim, eu não me importo! Mas dê tudo de bom e
do melhor para o meu filho, porque ele realmente merece! —
Finalizou. Lucas lhe deu um olhar longo e aquecido quando
Fallon tentou respirar. Este era o Lucas que conhecia, aquele
que gritava e gritava para que visse o que ele queria. Deve ter
percebido o que estava fazendo porque fechou os olhos,
respirando profundamente.
—Se você apenas me deixasse, eu lhe daria tudo, Fallon.
Não percebe isso?

Ela permaneceu calada, tentando normalizar sua


pulsação sob o intenso olhar dele.

—Tenho sido extremamente compreensivo com você


sobre tudo o que ocorreu. Por favor, me dê uma chance.

Quando Fallon não disse nada, Lucas balançou a


cabeça e afastou-se dela. Nem sequer poupou seu segundo
olhar enquanto pegava sua família de papel, chamando por
Aiden. Fallon respirou trêmula, sentindo como se estivesse se
desmascarando.

'Se você apenas deixasse eu lhe daria tudo, Fallon'.

Lágrimas brotaram nos olhos dela, enquanto se


acalmava. Ele estava certo, era uma cadela egoísta e
precisava deixar as coisas acontecerem. Odiava ter levado
Lucas a ameaçá-la, mesmo que merecesse isso. Ele só queria
cuidar de Aiden, queria até mesmo fazê-la feliz, mas Fallon
não acreditava que pudesse. A única coisa que queria era
esquecer, então poderia perdoá-lo. Nunca amaria um homem
do jeito que amava Lucas, mas com a presente lembrança
daquela noite, nunca poderia se entregar a ele.

Nunca.
Lucas ainda não respirava normalmente, enquanto
dirigia para sua casa. Aiden estava no canto traseiro
cantando junto com um dos CDs de Lucas enquanto
dirigiam. Ele sabia que estava errado por deixar a criança
cantar Chris Brown, mas estava tão cansado do Big Time
Rush e além de discutir com Fallon novamente, algo que o
abalou profundamente. Tudo o que queria era beijá-la sem
sentido, contudo a ameaçou. O peito de Lucas doeu cada vez
que lembrava suas palavras. Como pôde?

Nunca tiraria Aiden dela. Não só Aiden a amava, era


uma boa mãe. Uma ótima mãe. Ela faria qualquer coisa por
Aiden, exceto pegar dinheiro com Lucas. O que ela não
entendeu? Era para Aiden. Não era uma recompensa e nem
dinheiro por culpa. Foi para Aiden ter uma vida melhor, que
abençoadamente Lucas poderia dar a ele. Só queria sustentar
sua família, só isso. Lucas queria dar tudo porque eram seu
tudo.

—Ei, papai?

Lucas olhou pelo retrovisor, sorrindo para o filho.

—Sim, companheiro?

—Vi você beijar a mamãe hoje.

—Já entendi. — Ele balançou a cabeça.

—Eu estou de boa com você beijando minha mãe, mas é


melhor que beije apenas ela. Não é para beijar outras garotas,
está bem?
Ele tentou ao máximo não cair na risada, mas era difícil.
Seu carinha era simplesmente tão fofo, de modo que, acabou
dando uma risada discreta, antes de concordar.

— Vou lhe dizer uma coisa, garoto, se tiver a chance de


beijar apenas sua mãe, nunca mais beijarei outra garota.

Risonho, Aiden discursou.

—Bom, porque quero que você e minha mãe se casem e


quero um irmão. Você pode fazer isso por mim?

Encolhendo os ombros, Lucas declarou sorrindo.

—Vou tentar, garoto. Mas, você sabe, a metade do tempo


ela não gosta muito de mim.

—Ah, mas ela gosta sim. AA diz que ela está lutando
contra seus sentimentos, o que quer que isso signifique.

Agora, Lucas realmente riu, porque Audrey podia ser


um pouco maluca, mas já a adorava. Haviam se tornado mais
próximos e amigos, uma vez que, era sempre ela que trazia o
sobrinho para ele, enquanto Fallon estava no trabalho.
Também se divertiam fazendo palhaçadas e azucrinando sua
irmã, mas acima de tudo, foi ela quem o apoiou desde o início
em seu esforço para reconquistar Fallon.

—Veremos, está bem?

—Ok. Mas eu gostaria de ter um irmão para o Natal.

Natal? Jesus, isso significaria que ele precisaria


recuperar Fallon, se casar com ela e engravidá-la em uma
semana. Hmmm ... sim, não.

—Acho que não vai dar, companheiro.


—Por que não?

—Porque a mamãe está brava comigo e eu teria que me


casar com ela primeiro para engravidá-la, tudo ainda esta
semana. Acho que não vai rolar.

Por alguns segundos, Aiden aguardou silencioso para,


em seguida, lançar.

—Engravidá-la, o que é isso?

Lucas piscou duas vezes enquanto olhava para a


estrada. Caralho, pensou que a criança sabia sobre bebês e
outras coisas.

—Como a Sra. Adler... ela tem um bebê na barriga.

—Oh! Eu pensei que ela foi até a loja e comprou o bebê e


estava crescendo em sua barriga. É isso que você quer
dizer??

Acenando com a cabeça em afirmação, Lucas balbuciou.

—Sim, é exatamente isso o que eu quis dizer.

—Tudo bem. Então terei que esperar, não é?

—Sim, nós dois teremos.

—Bem, isso é uma droga!

Lucas não poderia concordar mais. Faria qualquer coisa


para ir à loja de Fallon para fazer aquele bebê, mas primeiro
tinha que fazer com que confiasse que não iria magoá-la
nunca mais.

E isso não parecia promissor.


—Você vai estar bem na porta ao lado, não é? — Aiden
perguntou sentado no meio da cama que Lucas comprou.
Assentindo, sorriu adorando ver o filho no seu novo quarto
com a temática de hóquei. Foi uma alegria indescritível, uma
que jamais esquecerá, ter visto o rostinho dele ao entrar pela
primeira vez ali. Amou a decoração, mas agora sozinho,
prestes a ir dormir, parecia um pouco aflito.

—Exatamente, bem na porta ao lado. Se quiser qualquer


coisa, basta entrar.

Aiden, caindo de cansado, concordou. Desde que


chegaram em casa, estiveram mais do que ocupados. Depois
de jantar com sua avó, eles foram jogar hóquei e depois
alguns videogames, enquanto ela os assistia. Somente
quando, literalmente, o garoto caiu sobre a mesa foi que
tomou providências para irem dormir. Na verdade, Lucas se
surpreendeu com a energia do filho, até que durara muito,
considerando o dia cheio de atividades que teve. Mas agora,
estava pronto para a cama.

Ele entrou debaixo das cobertas e Lucas se aproximou


da cama, puxando-as até o queixo, tal qual seu próprio pai
costumava fazer.

— Estou aqui ao lado. — Ele o tranquilizou antes de


encaminhar-se para sair do quarto.

—Ok, boa noite, papai.


—Boa noite, amigo.

Atravessando a porta, Lucas olhou por sobre os ombros


e lhe sorriu mais uma vez, apenas encostando a porta,
somente para o caso de Aiden precisar dele. Depois,
caminhou pela casa, desligou as luzes e foi para seu próprio
quarto.

Conforme se despia, pensava em Fallon. Será que estava


lidando bem com essa história de Aiden passar o final de
semana longe de casa com ele? Apesar de toda a horrível
discussão, ainda se preocupava e se interessava. Precisava se
desculpar porque, independentemente de qualquer coisa, não
tinha o direito de dizer o que disse. Saiu tudo em um
momento de grande raiva e frustração.

Após arrastar-se pela cama, Lucas aproximou-se mais


do telefone. Nisso, houve uma batida na porta que, de pronto,
foi aberta para dar passagem à cabecinha de Aiden.

Sorrindo discretamente, ele perguntou.

—Assustado?

—Um pouco. — Aiden respondeu, parecendo


extremamente angelical em seu pijama do Homem-Aranha.

—Então, venha aqui. — O chamou, empurrando o


cobertor para o lado em um convite. Mais do que depressa,
seu garoto abriu um sorriso largo, correu para dentro do
quarto e saltou para a cama, aconchegando-se ao lado de
Lucas que fez o mesmo, sorrindo e lhe desejando boa noite.

—Noite, pai.
Deitado ali, Lucas observou a respiração do seu garoto
lentamente ir se regularizando até que finalmente, o percebeu
dormindo. Seu filho era absolutamente perfeito! Encontrou-
se, sem palavras cativado por sua infinita beleza. Os cílios lhe
roçavam o rosto e sua pequena boca franzia, pouco a pouco,
conforme respirava um tanto mais profundamente.

Acomodou-se de costas, vislumbrando o teto. Queria


tanto que Fallon estivesse ali, compartilhando este momento
tão especial com ele, de conchinha contra sua barriga,
também admirando o filho deles e imaginando-se a garota
mais sortuda do mundo. Gostaria de não ter estragado tudo
como fez antes, porque agora poderia estar lá com eles.
Respirando calmamente, pegou seu celular.

No segundo toque, ela atendeu.

—Alô.

—Ei. — Ele disse baixinho.

—Ei, está tudo bem?

—Sim, estou ligando só para saber se você está bem.

Como permaneceu um tempo calada, ele aproveitou


para se sentar, colocando as pernas fora da cama e apoiando
os cotovelos sobre os joelhos. Assim, apenas a ouvindo
respirar do outro lado da linha, tudo o que conseguia pensar
era que a queria com ele.

—Por quê? — Ela perguntou.

—Porque eu me preocupo com seu bem-estar.


—Oh, humm, ah. — Gaguejou. —Eu estou bem. E
Aiden?

—Ele está dormindo. Nós tivemos uma ótima noite


juntos.

—Isso é bom, o que fizeram? — Perguntou.

—Jantamos com a mamãe, jogamos hóquei e alguns


outros jogos. Foi divertido. Ele adormeceu no meio do Candy
Crush.

Ela brincou.

—Deve ter desmaiado em pé.

—Sim, simplesmente tombou para o meu lado. —


Confirmou, contemplando o filho. — Ele me lembra muito do
jeito que você costumava dormir.

Ela quase engasgou ao suspirar.

—Ele sempre me fez lembrar de você.

O corpo dele então, pegou fogo. A queria tanto!

—Fallon. — Balbuciou.

—Sim?

—Sinto muito. Não quis realmente dizer o que disse. Eu


nunca tiraria Aiden de você. Apenas fiquei zangado porque
não estava cooperando comigo. Você me tira do sério.

Soltando um profundo e longo suspiro, retrucou.

— Eu sei, mas é recíproco.

Rindo baixo.
— Juntos então?

—Basicamente. Na segunda-feira, depositarei o cheque


no banco. — Ela murmurou.

—Ótimo. — Lucas assentiu para, em seguida,


pressionar. —Vai procurar outra casa?

—Não sei. —Ela sussurrou e acrescentou. —Não há


nada de errado em morar neste condomínio.

—Claro que não. No entanto, Aiden precisa de mais


espaço, um quintal.

—Imagino que sim. — Ela bufou.

—Você sempre pode vir morar comigo, assim poderemos


realmente ser uma família. — Sugeriu, apenas para ouvir a
risada de Fallon.

—Muito bem, espertinho, e onde eu dormiria? Pois,


tenho certeza que você não me teria em outro lugar que não
fosse ao seu lado e, desde que não consigo confiar em você,
isso não vai acontecer.

Movendo a mão sobre o joelho, constatou o tanto que


desejava que isto acontecesse.

— Talvez pudéssemos tentar.

— Ou talvez, eu pudesse usar esse dinheiro e comprar


uma máquina do tempo, viajar de volta para o passado,
impedindo que você me traísse. — Comentou, fazendo-o rir.

—No entanto, seria fantástico se efetivamente


conseguíssemos.
—Sim, mas eu não sei se realmente conseguiria tentar,
Lucas. Para mim é tão difícil.

Frustrado, Lucas olhou o teto.

—Como você pode saber se não tentar?

—Ah... não sei!

—Saia comigo. Dê-nos uma chance.

—Eu não sei se consigo, Lucas. É tudo tão assustador.


Penso que não conseguiria lidar com a dor novamente. —
Murmurou. Lucas tinha quase certeza de que ela chorava.

Quando falou, sua voz era um baixo gemido.

— Não vou machucar você, querida, nunca mais.

—Eu apenas não sei.

—Você sente minha falta? — Perguntou.

Com a respiração suspensa, esperou a resposta. Ao


escutar um sim ele ofegou alto e um sorriso largo substituiu
o franzir preocupado de sua boca.

—Eu também. Sinto muito, muito a sua falta. Muito


mesmo.

—Contudo, isso não é relevante, Lucas. Só porque sinto


sua falta e meu corpo deseja você, sei que estar com você é
uma má ideia. — Ressaltou.

—Talvez não seja.

—Talvez seja.

Desanimado, Lucas olhou o tapete.


—Até que você me dê uma chance adequada, não acho
que possa fazer qualquer tipo de suposição. — Respondeu,
apertando o nariz. —Quero que sejamos uma família, Fallon.

Ela deixou escapar um suspiro.

—Em um mundo perfeito seríamos, assim como eu


também seria capaz de esquecer o que aconteceu e dar
andamento a nossa vida.

—Repito, vamos tentar. Eu terei uma folga de uma


semana antes do início dos playoffs... — Começou sendo logo
interrompido.

—Certo, mas estará ocupado com a campanha.

—E daí? Eu ainda poderei planejar programas com você


e Aiden. Eu realmente quero aproveitar minha folga para isso,
Fallon. Eu realmente quero e preciso tentar.

—Não sei, Lucas, você está me pedindo muito.

—Acho que não. — respondeu. —Apenas quero duas


semanas, apenas isso. Eu, você e Aiden, veremos se isso
funciona.

Ela demorou tanto para responder que achou que tinha


adormecido. Subitamente, porém, ela disse.

—Deixe-me pensar sobre isso.

Um lento sorriso floresceu em seu rosto, porque se


estava disposta a pensar sobre isso, era sinal de que,
obviamente, desejava a mesma coisa, formar uma família com
ele.

—Está bem.
—Sendo assim, imagino que nos veremos amanhã...

—Amanhã. Talvez, até ganhe seu beijo de boa sorte


antes do jogo? — Lucas brincou.

—Não conte com isso. Boa noite, Lucas. — Ela riu.

—Boa noite, querida. — Retribuiu, sem desligar o


celular, porque queria que ela o fizesse primeiro. Era uma
brincadeira tola que costumavam fazer, enquanto
namorados. Ao perceber que também não desligou, Lucas
teve que sorrir antes de sussurrar.

—Desliga.

—Não, desliga você. — Devolveu em voz baixa.

Então, começou a rir. Em geral, brincavam assim


quando ele estava na estrada. Simplesmente adorava isso de
ficarem se provocando sobre quem seria o primeiro a desligar,
até que, finalmente, o faziam ao mesmo tempo.

Por isso pareceu tão certo que dissesse.

—Juntos? — Então foi a vez dela rir. E apesar de já


terem se passado tantos anos, naquele instante, pareceu que
o tempo voltou. Eram jovens namorados novamente, sem
preocupação com o mundo.

Quando ela parou de rir, começou a contagem.

— Ok, um, dois, três...

—Boa noite. —Ambos disseram, antes de desligarem.


Sorrindo ficou olhando para o celular em suas mãos.
Trabalharia para dar certo, só esperava que a direção
estivesse certa.
Rumo à família perfeita. A sua.
Fallon não podia acreditar que estava considerando dar
a Lucas aquelas duas semanas.

Conforme ia em direção a Arena Luther, apenas


conseguia pensar nisso, porque realmente queria estar com
ele. Talvez estivesse certo, não podia assumir que lhe faria
mal novamente. Afirmou que era um homem diferente e bem,
após a terrível discussão de ontem não havia como não notar
a diferença. Em outros tempos, nunca ligaria para se
desculpar. Jamais! Contudo, se concedesse o tal tempo, sem
reaprender a confiar nele, que utilidade ou benefício haveria
nisso tudo? Somente aumentaria a confusão entre os dois. É
certo que antes que pudesse se arriscar nisso precisaria
perdoá-lo. Mas como, se toda a vez que o olhava, a lembrança
de tê-lo encontrado na cama com Allison aparecia?

Um ciclo vicioso de dor isto é o que era. Precisava fazer


algo imediatamente, senão o que a estaria esperando, com
exceção da alegre presença de Aiden, seria uma vida
amargurada e triste, que não gostava nem um pouco. Mas até
que superasse seu amor por Lucas, não seria capaz de
entregar seu coração a outro. Claro, parte dela sabia que
nunca conseguiria esquecê-lo por completo, porém se não
podia lhe dar outra chance, a única coisa certa e sensata a
fazer seria dar um basta nesta situação. Porque esta
indecisão estava fazendo mal a todos, seu joguinho de gato e
rato estava ficando velho e cansativo. Era hora de determinar
o que era melhor para si e para seu filho. Se o fato de ter
Lucas em suas vidas era o melhor, então precisava ouvir seu
coração.

O único problema nisso tudo era que a porra do seu


cérebro teimava em alertá-la com o fato de que Lucas uma
vez a traiu. Quem poderia garantir que não a magoaria
novamente?

Já sentia seus dedos dos pés atingirem a linha divisória


entre sanidade e a loucura!

—Eu a ouvi chorando novamente ontem à noite.

Fallon seguiu o som da voz da irmã até onde esta estava


sentada, olhando a paisagem lá fora.

—Eu sou uma bagunça, você deveria se acostumar com


isso.

Rindo, Audrey perguntou:

—Por que você estava chorando?

—Lucas. — Falou como se isso explicasse tudo.

—E?— Perguntou AA.


—Tivemos outra discussão feia, depois ele me ligou e se
desculpou. E então sugeriu que passássemos duas semanas
todos juntos, como uma família para me provar que
realmente mudou.

AA perguntou.

—O que você respondeu?

Olhando-a Fallon encolheu os ombros.

—Que pensaria a respeito.

—Pelo menos não foi um não. Provavelmente seria o


melhor, Fal.

—Estou apavorada com a hipótese de me machucar


novamente. Dele me magoar.

—Mas e se não o fizer? E se realmente mudou? Você


poderia finalmente, viver o seu felizes para sempre. Agora, se
mantendo inflexível assim, seguindo por essa estrada árida
em que se encontra, no final, você ficará sozinha, e então o
que?

—Isso é um tanto quanto dramático, não? — Fallon


exclamou ao estacionar seu carro ao lado do de Lucas.

—Isso vindo da Rainha do Drama! — Ela riu. —Estou


apenas sugerindo que lhe dê uma chance, pois acho que ele é
um cara incrível.

—Claro que acha. É o encanto dos Brooks. Por que você


acha que todos amam Aiden? — Fallon zombou, saindo do
carro. Sorrindo, Audrey rodeou o carro, trancando seu braço
no de sua irmã e disse:
—Pois, eu acho que você deveria lhe dar uma
oportunidade.

Revirando os olhos, Fallon constatou que estava


cansada de falar sobre ela e Lucas. Era uma questão
permanente de loucura. Além disso, tinha uma pergunta
muito importante para Audrey.

—E acho que você deveria me informar por que fui ao


seu quarto ontem à noite e oops... onde estava Audrey? —
Fallon disse.

De pronto, AA retirou seu braço do dela, afastando-se e


estreitando os olhos.

—Não estamos falando sobre mim, mas sobre você! —


respondeu.

Fallon se preparava para protestar quando ouviu Aiden


gritar.

—Mamãe! AA!

—Ei, querido! — Sua mãe respondeu abraçando-o. —


Senti sua falta daqui até à lua, ida e volta!

Rindo, o filho lhe deu um beijo estalado, respondendo.

—E eu até Plutão, ida e volta!

Sorridente, o apertou e apertou nos braços, dizendo.

—Você é o meu garotinho favorito no mundo!

—Você é a melhor mãe no mundo!

—Ok, acho que estou ficando um pouco ciumenta com


tudo isso, Aiden. — Audrey disse ao lado deles. Dando-lhe
um sorrisinho sapeca, ele saltou para o colo da tia, que o
beijou espalhafatosamente nas bochechas. Ambas sentiram
falta do bebê da casa que, infelizmente, ainda ficaria fora até
terça-feira. Só de pensar na ausência do filho por mais duas
noites, seu coração já se contorcia, mas tinha que fazer isso.

Afastando-se desses tristes pensamentos, se virou


pronta para cobrir de beijos seu garoto favorito novamente,
quando notou Lucas parado próximo a eles.

—Oh, ei.

O seu famoso ―E, aí?‖, dito daquele jeito baixo e sedutor,


acompanhado do seu sorriso atrevido, quase a fez gemer alto.
Engolindo em seco, admirou o corpo dele sob o agasalho
preto de capuz do Assassins e o short de ginástica roxo.
Mesmo trajando meias brancas até os joelhos e calçando o
seu tênis preto New Balance, era bom de se olhar.

Quando seus olhos se encontraram, lhe deu um olhar


de conhecimento e sorriu, enquanto seus olhos percorriam
seu corpo.

Esperava que gostasse da jeggings preta16 que ela


combinou com o minivestido roxo de renda, as botas cano
longo Kate Spade e a descolada bolsa em camurça roxa,
recentemente adquirida. No início, ficou um pouco nervosa
por se vestir assim, mas, AA a tranquilizou, garantindo-lhe

16
Mistura de calça jeans e legging.
que a cor ficou ótima nela. Então, confiante, foi para a Arena,
acreditando que Lucas a acharia gostosa, sua intenção, claro.

Quando seus olhos se encontraram com os dela


novamente, viu o desejo que construiu em seus olhos, e
soube que conseguiu quando um sorriso tímido passou por
sua boca. Ele retornou o sorriso enquanto se movia para
frente e para trás, balançando-se na ponta dos pés. Um
hábito nervoso, mas Fallon não sabia o que tinha para estar
nervoso. Sempre parecia bom, tudo o que tinha que fazer era
acordar.

—Por acaso, vocês já não se comeram com os olhos o


suficiente? Estamos aqui morrendo de tédio! — Sua irmã
bufou ao lado. Desprendendo-se com dificuldade do ardor
daquele olhar, Fallon olhou para Audrey e Aiden rindo.

—AA, deixe eles sozinhos e em paz. Eu quero um irmão!

Rindo, Audrey colocou o sobrinho no colo diante de uma


Fallon, cujo rosto parecia um pimentão de tão vermelho e
olhou para Lucas que todo malicioso, perguntou.

—Você poderia ir na frente com Aiden? Preciso


conversar com Fallon.

—Claro, para onde devo ir? — Perguntou.

Sorrindo, ele comunicou.

— Aiden pode lhe mostrar. Não é mesmo, amigo?

Acenando vigorosamente, disse.

—Sim, agora já sou Assassins também. Foi o que o Sr.


Shea disse!
Tanto AA como Lucas caíram na gargalhada, Fallon
apenas sorriu de leve porque se preocupava com a tal
conversa necessária. O nervosismo de Lucas era contagioso.

—Certo, Assassins mirim, indique o caminho! — AA


falou, descendo o ágil sobrinho no chão que a agarrou pela
mão e a arrastou para parte de trás do prédio. Calada, Fallon
ficou ali observando-os desaparecer de mãos dadas, antes de
erguer os olhos para Lucas. Sem que notasse, ele se
aproximou mais e agora a olhava com os olhos nublados de
luxúria e desejo.

O corpo inteiro de Fallon vibrou com a sensação dele


assim tão próximo. Suas mãos tremiam enquanto olhava
para seus olhos. Não tinha ideia do que estava fazendo, mas
realmente não se importava. Adorava estar tão perto dele.
Quando moveu o braço, ela olhou para baixo para vê-lo
trancar seu mindinho com o dela. Olhou para cima e sorriu.
Por que parecia tão certo estar com ele assim e ainda não
confiar nele?

—Minha mãe se sentará com vocês. — Ele sussurrou


ainda mais perto. Seu dedo foi pressionado mais ainda,
quando sua mão esquerda se fechou sobre a dela.

—Está bem. — respondeu.

—E como foi dura com você, eu quis lhe avisar antes


que se sentasse.

—Tudo bem. — Respondeu novamente. Suas palavras


saíram tão baixa e instáveis, e só soube que ele ouviu quando
escutou sua risada.
—Eu também queria perguntar se você gostaria de ir à
Disneylândia. — Ele perguntou timidamente.

Dando uma risadinha, Fallon olhou seus lábios. Poderia


ter jurado que a beijaria, mas não, decidiu perguntar sobre a
Disneylândia. Deus, ele e Aiden eram tão parecidos, sempre
saindo pela tangente.

—Huh... O quê? — Perguntou com um sorriso enorme.

—Aiden me pediu para ir e como estarei de folga, achei


que poderíamos ir.

Encarando-o, Fallon anunciou.

—Ainda não me decidi sobre as duas semanas juntos.

A boca de Lucas ensaiou um sorriso.

—Acho que você está muito tentada a aceitar.

Arqueando uma sobrancelha, ironizou.

— Estou é?

—Sim. — Insistiu, maliciosamente. — Porque do


contrário, você não teria essa sua boca gostosa assim
franzida e pronta esperando pelo meu beijo.

Uma risada ofegante escapou.

— Não estou esperando você me beijar.

—Certamente que está. — Murmurou capturando sua


boca com a dele. Lento e doce no início, no momento
seguinte, o beijo tornou-se pura lascívia. Abandonando sua
mão esquerda, segurou seu rosto nas mãos e beijou e beijou
e beijou. Sem se conter, separou mais seus lábios tentando
aprofundar o beijo, mas Lucas se afastou, cravando seu olhar
no dela que, de pronto expressou todo seu atordoamento.
Sorrindo arrogante, recuou mais ainda.

—Você poderá ter mais quando concordar com as duas


semanas. — Anunciou todo seguro, fazendo com que ela
desejasse gritar.

—Oh! Seu rabo... — Balbuciou enquanto ele segurava


sua mão.

—Concordo, mas bem que podemos terminar o que


começamos na SUV. — Insinuou com um sorriso,
acrescentando com uma piscada. — Os bancos são
totalmente reclináveis.

Embora seu corpo estivesse em chamas e mais do que


disposta a segui-lo e dar fim a esse tesão, a verdade é que
realmente precisava avaliar a situação, havia muito em jogo.
Por isso, encolheu os ombros e disse.

—Não quero ninguém magoado, então, melhor eu


pensar nisso direito.

Sorrindo ele falou:

— Sim. Já imaginava isso. Venha, Aiden está esperando.

Fallon olhou para as mãos juntas antes de olhar para


ele. Poderia fazer isso todos os dias, se pudesse tirar Allison e
aquele momento da sua cabeça.

Depois de se encontrar com Audrey, Aiden e Molly, e


desejar sorte para Lucas, todos foram encaminhados para
seus assentos. Fallon ficou surpresa quando Molly sentou-se
ao lado dela em vez de Aiden, mas não se importou quando
olhou em volta da arena. Fazia muito tempo que não passava
por uma pista real.

Tinha feito o trabalho de relações públicas no andar de


cima, mas não estava perto do gelo há anos. Por algum
motivo, sentiu-se como antes, incrível. Adorava hóquei, não
era só porque Lucas jogava, mas pela emoção disso. Observar
os homens lutando sobre o gelo e patinar com tal habilidade.
Realmente era um esporte emocionante.

Quando Fallon sentou-se no assento, não pôde deixar de


pensar em Lucas. Ainda estava um pouco tonta com o beijo
dele, mas pelo menos não estava se arrependendo ou
questionando. Agora, tudo o que queria fazer era confiar nele.
Queria dar às duas semanas uma chance. Levar Aiden para a
Disneylândia com ele. E queria fazer sexo com ele, tanto que
até salivava.

Mas não podia fazer nenhuma dessas coisas até confiar


nele, ou pelo menos perdoá-lo.

—Fallon, eu queria falar com você.

Recuando de sua batalha interna e desviando o olhar


dos arredores, encarou Molly que um pouco embaraçada
observava as mãos. Depois respirou fundo e disse.

— Quero me desculpar por algumas coisas que lhe disse


ontem.

Com um sorriso discretíssimo, Fallon respondeu.

— Por algumas coisas?


Também com um sorriso tímido, Molly disse.

— Sim. Você é uma boa garota! Nunca deveria tê-la


chamado de covarde ou me referir a você como a escória da
terra. Sinto muitíssimo mesmo. — Sem responder, Fallon
olhou as próprias mãos por uns minutos e depois se virou no
banco, envolvendo os braços ao redor da Sra. Brooks que, de
pronto, devolveu-lhe o abraço. Com lágrimas nos olhos,
constatou que não importava o que o futuro lhes trouxesse,
sempre amaria esta mulher fantástica, exemplo de doçura e
bom coração.

—Eu merecia. — Sussurrou antes de se afastarem.

Com um sorriso leve Molly segurou suas mãos.

— Isso são águas passadas. Agora vamos falar sobre o


quão incrível é meu neto.

Fallon apenas teve tempo de assentir com a cabeça,


antes de ser bombardeada com perguntas sobre a gravidez, o
nascimento, primeiros anos, tudo. Foi extraordinário
conversar com a mãe de Lucas sobre essas coisas,
principalmente, porque acabou descobrindo que muito de
suas preocupações com o comportamento de Aiden, bem
como, a maneira de lidar com isso eram no fim, exageradas.
Segundo Molly, o pai dele era exatamente igual quando
criança... além disso, ter uma mulher como ela a elogiando
pelo excelente trabalho com o neto e sua educação, não
apenas acabou com suas inseguranças e medos, natural de
qualquer mãe solteira, mas também a encheu de orgulho.
Já quase no fim da conversa das duas, os Assassins
tomaram o gelo. De pé, Aiden gritava agitado para o pai,
sendo logo seguido pelas três mulheres. Conforme Lucas
patinava ao redor da pista, constantemente retornava os
olhos para trás e sorria para eles. Fallon não apenas prendia
o fôlego a cada volta, mas também em sua barriga, as
borboletinhas voavam mais e mais enlouquecidas. No
passado, era uma fã ávida e incondicional dos Sharks,
porque era o time em que Lucas jogava. Foi em quase todos
os seus jogos, sentando-se sempre no mesmo lugar. Vê-lo
assim era uma espécie de déjà vu‘ incrível e surreal.
Especialmente, pelo fato de que pensou ter perdido tudo. No
entanto, agora para sua surpresa, se encontrava ao lado do
filho torcendo por Lucas. Tal como imaginou que seria.

Perfeito!

Quando era mais nova, costumava sonhar em levar seus


filhos para os jogos de Lucas, assim como o rosto de Aiden
agora, brilhando com emoção. Ele estava saltando quando se
inclinou com o nariz contra o vidro para visualizar todos os
movimentos de Lucas. Fallon logo se viu fazendo o mesmo.
Lucas era maravilhoso no gelo. Patinava confiante e seguro
do mesmo modo que andava, com confiança. Ele sabia que
era um dos maiores e mais malvados do gelo. E não se
importava com nada além de vencer. Era uma fera.

—Eba, isso é incrível! É o papai que vai disputar o disco


primeiro! Sensacional! — A criança gritava enquanto todos
retornavam aos seus assentos.
—Ele está jogando realmente muito bem de uns tempos
para cá. — Fallon comentou, fazendo Molly acenar
positivamente.

—Verdade e tudo por nossa causa! — Aiden anunciou,


virando a cabecinha para trás.

Confusa com o comentário do filho, ela piscou e


perguntou.

— Como assim por nossa causa, Aiden?

— Papai fala que está jogando tão bem assim porque


estamos na sua vida agora.

Ah, esse homem. Fallon cobriu o estômago com as


mãos. A cada dia que passa, surgia algo que mostrava que
Lucas havia mudado. Antes, nunca teria dito que estava
jogando bem por causa dela. Era sempre sobre sua
habilidade, sobre como seu pai o treinava para ser o melhor,
mas agora era Aiden e Fallon que o faziam jogar bem? Tudo
explodiu sua mente.

Voltando sua atenção para o gelo, observou Lucas


jogando. Antes, quando ia aos jogos, sempre ficaria sozinha,
mas agora tendo Aiden, Audrey e Molly, nunca poderia se
sentir sozinha. Quando os garotos marcaram, todos se
levantaram cantando. Eles compartilhavam nachos, bolos de
funil e pipoca. Riram e se divertiram durante os intervalos e
opinaram sobre o quão incrível o jogo era. Maravilhoso.

O único problema foi que, durante todo o jogo, Fallon


continuou notando que um dos jogadores dos Ducks
continuava a acertar muitos golpes baixos e sujos em Lucas.
Era esperado, mas ainda a preocupava. Conhecia o
temperamento de Lucas, e odiava quando ele entrava em
brigas. Além disso, Aiden estava lá. Ele não precisava ver seu
pai batendo a cabeça de um cara, mas quando o número oito
basicamente segurou Lucas em um abraço de urso e depois
jogou-o no gelo, o temperamento de Fallon explodiu, então se
levantou e saiu do assento.

—Você está de sacanagem comigo?! Você não vai marcar


infração? — Gritou quando bateu no vidro uma vez que o
árbitro estava apenas parado ao lado dela. Foi obviamente,
um holding17, mas ninguém estava apontando a penalidade!
— O que ele tem que fazer? Comprar a porra de um jantar
para você enxergar a falta!? Isso estava perto de uma merda
de estupro, seu idiota! Faça seu maldito trabalho!

—Isso mesmo, querida, diga a eles. — disse Molly.


Fallon virou-se para acenar com a cabeça para ela, mas
quando se virou para olhar para Audrey e Aiden, eles
estavam olhando para ela com completo choque. Pobre Aiden
teve seu pretzel congelado bem na frente de sua boca, e
Audrey teve sua bebida diretamente em seus lábios enquanto
a olhava.

—Uau! — Audrey ofegou antes de olhar para o gelo.

—Mamãe, você acabou de dizer muitas palavras ruins.


Vou contar tudo para o papai.

17
Tipo de infração caracterizada pela captura do jogador mediante o agarre em uma parte de sua roupa,
equipamento ou taco pelas mãos ou taco do oponente
Sem dar-lhes mais que um minuto de atenção, retornou
os olhos para o gelo, pronta para recomeçar a gritar. Era por
isso que não ia a um jogo há anos, sempre ultrapassava
todos os limites da normalidade, parecendo ter saído
diretamente do algum hospital de loucos.

Maldito hóquei.

Lucas jogou um cotovelo, derrubando o cara que


basicamente tentou matá-lo. Quando se levantou lentamente,
ele ouviu o grito geral da multidão, mas também uma certa
beleza de cabelos castanhos. Seus olhos foram diretos para
Fallon enquanto ela batia no vidro, amaldiçoando o árbitro
que estava perto dela. Sua mãe estava balançando a cabeça
enquanto Aiden e Audrey a olhavam como se estivesse louca.
Foi uma imagem excelente para testemunhar, simplesmente
desejou que tivesse uma câmera.

Shea veio patinando em sua direção. Ao parar, arqueou


a sobrancelha.

—Fallon?

—Sim. — Lucas assentiu, escutando extasiado Fallon


gritar que o árbitro precisava de óculos.

—Uau!

—Sim, ela fica um pouco zangada com essas coisas.

Óbvio, que árbitro a ignorou completamente, seguindo


para o lado esquerdo do gol para soltar o disco. Observando-a
uma última vez, Lucas sorriu.

Caralho, simplesmente adorava tê-la no jogo.


—E aí a mamãe falou coisas terríveis e sujas para o juiz
e a vovó concordou! AA apenas balançava a cabeça. Nossa!
Foi legal demais! — Aiden tagarelava no banco de trás. Lucas
riu o caminho inteiro até em casa, mesmo estando um pouco
decepcionado por Fallon e Audrey já terem ido embora,
quando saiu. Certo, dane-se, não deixaria que isso o
chateasse, já que seu filho dormiria lá outra vez e os
Assassins ganharam novamente.

Ainda que ganhasse a duras penas e por pouco.

Matty Haksson era um grande cara, mas não era um


goleiro bom como Jordyn Ryan. Apenas defendeu 29 dos 34
tiros a gol hoje. Ryan teria bloqueado todos. Pena que estava
contundido, mas hóquei é isso. Os jogadores se machucavam
e as suas respectivas equipes eram obrigadas a se adaptar,
não que saber disso reduzisse sua ansiedade.

Manobrou pela entrada e estacionou na garagem,


absolutamente pronto para os próximos dois dias com o filho
e sua mãe. Mal podia esperar após tanto planejamento. Tudo
o que importava agora eram Aiden e Molly. Fallon e sua
equipe teriam que ser colocados em segundo plano.

Os dias pareciam ter voado e de repente, Lucas e Aiden


estavam no aeroporto se despedindo de Molly em meio a
palavras de amor e carinho, beijos e abraços.
Molly mantinha Aiden no colo enchendo-o de beijos.

— Amo você, boogey butt18!

Seu garoto riu gostoso diante do novo apelido e


exclamou.

—Eu te amo mais, vovó.

—Eu o verei em breve, certo? Você continue se


esforçando na escola, está bem?

—Eu vou.— Ele concordou e acrescentou. —Vou lhe


mandar uma carta! — Sem se aguentar, Molly se emocionou,
apertando-o mais e mais. Seu garoto era tão parecido com ele
que até assustava. Ele poderia encantar qualquer alma viva,
igualzinho ao pai!

Quando Molly finalmente o liberou, chorava. Então foi a


vez da mãe e do filho se abraçarem apertado, Lucas
certamente, sentiria falta dela. Nos últimos dias, tudo foi
particularmente mais fácil porque ela estava por perto. Era
como se um tipo especial de paz a acompanhasse onde fosse,
e ele não poderia amá-la mais do que tê-la com eles.

—Tudo vai funcionar, certo, meu querido?

Assentindo, Lucas manteve o rosto em seu ombro.

—Sim.

—Não duvide de si mesmo por um minuto sequer! Você


é um homem incrível e Fallon logo vai voltar para que você
tenha, enfim, sua família, meu bebê. Eu sinto isso.

18
Apelido para quem tem bunda grande.
Fechando os olhos, torceu para que ela estivesse
realmente certa. Faria qualquer coisa por isso, qualquer
coisa.

—Não vou, mamãe. Obrigado.

—Pelo que, meu amor? Você merece. — Ela declarou,


dando-lhe mais um beijo e afastando-se para pegar o
transporte até o avião. — Ok, meus garotos favoritos, ligo
quando pousar. Amo vocês. Muito!

—Também te amo, mãe.

—Vou sentir saudades, vovó! Amo você! — Aiden disse,


acenando-lhe. Lucas permaneceu até ela embarcar, antes de
olhar para o filho, cujos olhinhos haviam se erguido e o
encaravam arregalados. —Você é o próximo, não é?

Ele concordou com a cabeça.

—Infelizmente, sim.

Enquanto saiam, Aiden deslizou sua mão na de Lucas.

—Quanto tempo vai ficar fora?

—Uma semana e volto para casa. Folgarei por duas


semanas e então apenas diversão.

O filho acenou e Lucas notou que ele não parecia tão


animado assim.

—Mas então você vai partir novamente.

—Sim, mas nunca por muito tempo. Sempre estarei em


casa tanto quanto fora. E após ganharmos o campeonato,
terei férias de quatro meses. — Lucas garantiu, recebendo
apenas um leve aceno em sinal de compreensão. Chegando
ao carro, colocou o cinto em Aiden e partiu para o aeroporto
onde Fallon iria encontrá-los para levar o filho para casa.
Estava ansioso para vê-la, foram dois longos dias.

O filho manteve-se quieto durante todo trajeto. Lucas


sabia que era difícil para Aiden, que detestava essas viagens.
Para ele também era duro, porém teriam que aprender a
conviver com isso, se acostumar, porque ainda era cedo para
que se aposentasse.

Ao divisarem o aeroporto, Aiden respirou fundo, o que


fez com que Lucas o olhasse pelo retrovisor antes de
estacionar. Uma vez parado ele virou e disse.

— Prometo que voltarei antes que você perceba,


companheiro.

—Eu sei. Apenas queria que você morasse comigo, a


mamãe, e AA. — Ele comentou desconsolado, olhando suas
mãos. Lucas foi obrigado a se virar no assento, pois este
mesmo desejo estava latente em seu rosto. Em seguida,
desceu do carro e foi tirar o filho, já pronto para sair.
Enquanto Fallon parava seu carro perto do deles, pegou
Aiden no colo e lhe sussurrou. —Tudo vai funcionar, certo?
— Aiden concordou e deitou a cabecinha em seu ombro.

Ao ouvir aquela voz magoada do filho, o coração de


Lucas quase partiu ao meio. E então, Fallon sorridente
rodeou seu carro e se aproximou. Homem, sentiu falta dela.
Parecia a garota que namorou uma vez, bonita e
despreocupada. Usava uma calça jeans e uma blusa preta
com um ombro de fora, rabo de cavalo e óculos escuros.

—Oi, pessoal. — Saudou radiante, beijando a bochecha


do filho e sorrindo doce para Lucas. —Eu senti sua falta,
Punkin19.

—Eu também, mamãe. — Respondeu grudado no pai,


sem se mover. Demonstrando total despreocupação, ela ficou
ao lado deles, permitindo que Lucas liderasse o caminho em
direção ao avião. Todos os demais jogadores já estavam
rodeados pelas respectivas famílias. Ao parar Lucas apertou
mais os braços em volta de Aiden e sussurrou ao seu ouvido.

—Estarei de volta num instante. E você tome conta da


mamãe, ok?

Gesticulando com a cabecinha, Aiden assentiu e Lucas


sentiu o queixo úmido.

Caralho, seu garotinho estava chorando.

—Sem lágrimas, amigo. Não é um adeus pois logo


estarei em casa. — Lucas pediu, abrindo os olhos e
vislumbrando Fallon olhando para ele. Ela se moveu,
colocando a mão nas costas de Aiden, esfregando-a
suavemente...

—Vou sentir sua falta. — Lucas disse baixinho, fazendo


Aiden suspirar triste.

—Sentirei sua falta.

19
Apelido – Homem valente.
—Pode me olhar e repetir isso? Eu não estou
conseguindo ouvir.

O filho então com o rosto vermelho e os olhinhos cheios


de lágrimas se afastou.

—Vou sentir sua falta. — Repetiu Lucas com um sorriso


sem graça. Aiden lhe retribuiu o sorriso, sem que este
chegasse ao olhar.

—Sentirei sua falta também!

—Certo. — Lucas balbuciou, sorrindo e segurando suas


próprias lágrimas. Abraçou forte o filho mais uma vez e o
colocou no chão. —Eu te amo, filho.

Erguendo o rosto para o pai, gaguejou todo choroso.

—Eu também amo você.

Foi a primeira vez que expressaram abertamente seus


sentimentos. Ouvir o filho declarar seu amor por ele, quase
fez seu coração explodir de felicidade, uma sensação de
absoluta realização, ainda que seu garoto o fizesse com
olhinhos tristes.

Por Deus, amava seu garoto com todo seu ser. Aiden era
o seu tudo!

Como era também Fallon.

Desarrumando os cabelos do filho, Lucas levantou o


olhar e a encarou, já ciente de que a encontraria se
desmanchando em lágrimas. Sua Fallon era tão emotiva.
Antes isso o deixava maluco. Hoje, adorava! Amava tudo
sobre ela. Sorrindo-lhe, pegou sua mão e a puxou para si,
esmagando seus lábios contra os dela, fazendo de Aiden o
recheio do sanduíche deles. Não que qualquer um deles
parecesse se incomodar! Ao se separarem, ele imediatamente
depositou mais dois beijos rápidos sobre aquela boca
docinha. Deslizando a língua sobre seu lábio inferior,
desfrutou do leve sabor de morangos, sorriu contra sua boca
e sussurrou.

—Esses são para a estrada.

Ela ofegou e se distanciou dele, envolvendo os braços


em volta do pescoço de Aiden. Ele, então, virou-se e seguiu
para o avião, sem olhar para trás. Porque se o fizesse era
certo que se romperia. Cada passo que deu, sentiu como se
estivesse deixando seu coração inteiro para trás.

Fallon estava tendo a pior semana de sua vida. As


coisas no trabalho estavam loucas, AA andava estranha e
Aiden, morrendo de saudades do pai.

Caralho! Ela também.

Primeiro, porque seus lábios não pararam de formigar


desde que Lucas viajou. Além disso, o filho não deixava de
mencionar o pai nem por um segundo. Logo, muito difícil não
sentir a falta dele. Aliás, não se esquecia dele um minuto,
perguntando-se constantemente sobre suas atividades. Até
conversaram uma vez ou outra, mas apenas sobre coisas
cotidianas, nada que a fizesse vibrar. Se encontrava mais do
que pronta para tê-lo de volta, talvez, mais do que o filho
ansioso, que arrumou um calendário para fazer contagem
regressiva dos dias até o regresso do papai. Além disso,
tornaram-se viciados na NHL e seu canal de notícias, sempre
esperando saber algo sobre Lucas. Foi uma despedida difícil e
agora estava convicta de que somente estariam bem quando
ele estivesse em casa.

Droga! A coisa era ruim, muito ruim.

Aparentemente, decidiu conceder as duas semanas, se


comprometeu com o relacionamento entre eles, antes mesmo
dele retornar. Provavelmente, ainda não confiasse
inteiramente nele, mas estava começando. Não pensou no
passado ou na imagem dele com Allison, mas agora lembrava
o tempo todo que ele não estava ali... puta merda! Não fazia
ideia do que estava acontecendo com ela. Apenas sentia falta
de Lucas e desejava que viesse para casa.

Parou o carro em frente à garagem e respirou fundo.


Hoje, por sorte, seu expediente foi curto, sem grandes dramas
e teria a tarde toda livre. Andava exausta, trabalhando contra
o relógio porque a campanha seria na semana seguinte e
precisava ter tudo pronto. A única coisa terrível foi que
passou pouquíssimo tempo com Aiden nos últimos dias, mas
estava prestes a melhorar isto. Agarrando sua bolsa, saiu do
carro e depressa, caminhou para a porta da frente.

Ao abrir a porta, encontrou Audrey sentada com o rosto


nas mãos, nos últimos degraus da escada. Soltou a bolsa e se
dirigiu diretamente para a irmã.
—Audrey, você está bem? — Perguntou nervosamente.

AA levantou os olhos e acenou com a cabeça.

—O que está errado?

A irmã agia de modo tão estranho nas últimas semanas,


talvez, fosse a hora dela se abrir e contar o que estava
acontecendo em sua vida. Porque certamente, Fallon não
sabia quanto mais poderia aguentar ficar nesta ignorância.
Estava morrendo de preocupação, já que Audrey sempre foi
sua melhor amiga.

Mordendo o lábio, AA pediu.

—Primeiro, você precisa me prometer que não vai ficar


brava.

Estreitando os olhos, Fallon pensou: Mas que porra era


agora?

—Por quê?

—Apenas prometa.

Pensando por alguns momentos, Fallon percebeu que


não deveria ser nada grave ou sério, caso contrário, a irmã
não perderia tempo com essa história de promessas.

—Prometo.

—Aiden recebeu uma advertência na escola por estar


cantando rap. — Relatou rápido.

Piscando, Fallon limpou a garganta.

—Desculpe-me. O quê?
—Aiden! — AA gritou e ambas ouviram a porta de cima
se abrir e fechar, antes que seu garoto chegasse ao lado da
tia. Não olhou para sua mãe. —Diga-lhe o que você cantou na
escola, hoje.

Ainda sem ousar levantar o olhar para sua mãe, ele


expeliu depressa as palavras de um rap conhecidíssimo e
popular. Quando terminou, Fallon teve certeza de que
desmaiaria. O problema era que além da letra ser das mais
explícitas, o danado ainda tinha ritmo e balanço... igualzinho
ao pai! Mas prometeu não ficar louca, então não iria. Com
ele! Mas com Lucas Brooks? Iria matá-lo! Filho da Puta!!

—Aiden James Brooks, já para seu quarto. Agora! —


Disse entre dentes. Antes que tivesse terminado, Aiden
sumiu.

Audrey a olhou, suplicante.

—Você prometeu!

—Eu não estou brava nem louca da vida! — Disse,


puxando seu celular para discar o número de Lucas, mas o
filho da puta não atendeu.

—Mas está parecendo bem alterada.

—Argh...estou muito além de furiosa! Estou mais para


psicótica. Por que este homem não atende ao telefone! —
Gritou.

—Quem?

—O fodido papaizinho do meu filho! Quem mais?


Caralho! — Batendo os pés pela casa, foi até a cozinha,
abrindo seu notebook a fim de verificar onde Lucas estava
jogando.

—O que está fazendo?

—Procurando para ver onde ele está jogando. Vou voar


até lá e chutar sua bunda! Meu doce e inocente menino agora
está falando sobre o seu pau! Isso é sério?

Audrey recuou e a informou.

— Ele está em San Jose para jogar com os Sharks, no


domingo.

—E como você sabe isso? — Indagou, fuzilando-a com o


olhar.

Desviando os olhos, a irmã comentou depressa.

— Eu sigo os jogos. — Fallon no ato percebeu que ela


mentia.

—Tanto faz. — Gritou entrando no site da companhia


aérea Southwest. Procurava o primeiro voo disponível quando
o telefone tocou. Ele!

Respirando profundamente, respondeu.

— Ei.

—Oi, desculpe por não atender antes, estava no


chuveiro.

—Sem problema, você está em San Jose? — Perguntou o


mais calma que pede.

—Estou. — Confirmou.
—Ótimo, bem eu preciso conversar algo importante com
você, de modo que estarei pegando um avião daqui... a uma
hora. — Completou ao descobrir o primeiro voo disponível. —
Você estará na sua casa?

— Sim. E por que não podemos falar pelo telefone? —


Ele perguntou em um tom irônico.

Este pesadelo acontecendo e o filho da puta pensando


que estou tão desesperada para transar que pretendo pegar
um avião. Ah que idiota! Nem fazia ideia como estava errado.

—Porque o assunto só pode ser tratado pessoalmente. —


O informou, se segurando para não perder a cabeça.

— Se é assim, mal posso esperar! Venha o mais rápido


que puder, querida

Filho da puta!

Claro, ao invés de xingá-lo, desligou suavemente, bem


enquanto sua irmã descia com uma maleta nas mãos.

— Que porra é essa?

—Só o necessário para uma eventualidade. Nunca se


sabe o que pode acontecer. — Esclareceu, depositando a
mesma na parte de trás do sofá.

—É um bate e volta. — Fallon insistiu.

—Eu sei, mas e se o avião atrasar? Você precisará de


uma escova de dentes...

Encolhendo os ombros, concordou.


— Verdade. Tenho que ir. Voltarei amanhã. — Já
próxima a escada, parou e gritou. — Aiden James!

O filho desceu correndo.

— Fique longe do iPad e jogos. Está proibido de brincar


ou mexer em qualquer coisa que goste. Sente-se na cama e
leia um livro. Estou muito chateada com você, mas
discutiremos apenas amanhã, quando eu chegar.

Antes de se virar e correr escada acima, Aiden assentiu


em muda obediência. Fallon não o culpou por ter ficado
assustado porque estava chateada, e Lucas Brooks estava
prestes a ver a mamãe Fallon Urso em ação protegendo sua
cria.

Todo mundo sempre teve medo do grande Lucas Brooks,


mas não hoje.

Hoje, ele teria medo do Mamãe Urso Fallon Parker!

Depois de quatro horas de voo, quarenta e cinco


minutos para alugar um carro e mais uma hora na estrada,
Fallon, finalmente, alcançou a casa de praia de Lucas. O
impacto das inúmeras lembranças que afloraram em sua
mente ao divisar o refúgio foi tão forte que tirou o fôlego.
Parecia exatamente o mesmo, mas Fallon não se importava.
Tudo o que queria era chegar a Lucas para que pudesse
gritar, gritar e, provavelmente, xingar. Subiu as escadas
rapidamente e, quando chegou à porta de vidro, viu Lucas
sentado no sofá, assistindo TV. Bateu e ele olhou, um sorriso
debochado em seu rosto quando se levantou.
A raiva borbulhou dentro dela, ia dar uma bofetada
nesse sorriso da sua cara linda e sexy.

Quando abriu a porta, Fallon notou que só usava um


bermudão de surfista e tinha que implorar a ela mesma para
não olhar. Não funcionou. Ele deu-lhe um sorriso sedutor e
inclinou-se contra o batente da porta e exclamou.

—Absolutamente fantástico vê-la aqui novamente!

O fuzilou com o olhar e com o tom mais azedo que


possuía vociferou.

— Eu poderia sem nenhum receio trucidá-lo agora


mesmo a sangue frio!

Totalmente desconcertado, fez uma careta.

—Huh?

—Diga-me se isso não soa como algo que você adora


ouvir? — Ela gritou antes de começar a reproduzir as
palavras da música Look at me now, do Chris Brown. Os
olhos dele foram se esbugalhando mais e mais conforme
escutava o que saía da boca de Fallon. Na verdade, sabia de
cor e salteado, porque era uma das suas favoritas. Mas seu
filho não deveria saber cantá-la.

—Hmm, sim, por que? — Perguntou nervoso.

—O meu filho recebeu uma advertência na escola hoje,


porque estava cantando isso durante a aula! Você está
brincando comigo, Lucas? De verdade?

De súbito, Lucas se enrijeceu e explicou.


—Fal, não dava para aguentar mais aqueles
aborrecentes do Big Time Rush! Ninguém merece tal castigo.

—Imbecil! — Gritou, empurrando-o. — Eu pedi muito,


por acaso? Fiz apenas um pedido, não ouça esse lixo perto do
meu filho! Apenas isso! E o que você faz? Não apenas ouve
como ainda dá condições para ele decorar! — Continuou
gritando e aproximou mais para lhe socar o peito.

Lucas, então, disse.

—Que porra, Fal. Para com isso! Não é o fim do mundo.

De repente, viu tudo vermelho. Puxou o corpo para trás


e bum... bateu no rosto dele. Puta merda! A cabeça dele foi e
voltou igual pêndulo de relógio. Sem dizer ou fazer nada, ele
olhou fundo em seus olhos. Assim permaneceram, olhando
um para o outro e respirando ofegantes. O ar ao redor deles
estalava tanto quanto ardia a mão que acertou o golpe. Nos
olhos dele, uma tormenta escura envolveu o cinza
translúcido. Sabia que a mesma tempestade atingia os seus.

Luxúria.

A próxima coisa que Fallon sabia, é que estava contra a


parede, o rosto em suas mãos enquanto a boca devorava a
dela.

E tudo o que Fallon poderia pensar era que precisava


tirar a roupa dela.

Agora.
Lucas não sabia quem atacou quem primeiro. Tudo o
que sabia era que tinha o rosto de Fallon em suas mãos, seu
pau duro pressionado contra sua boceta, e que ambos
tiravam seu blazer. Seus lábios ardiam contra os dela
enquanto a beijava com toda a luxúria reprimida que sentia
por semanas. Não podia acreditar que estava acontecendo, e
sabia que ela questionaria depois, mas não importava.

Porque isso estava acontecendo, agora.

Lucas se afastou de seus lábios, mordendo a mandíbula


e o pescoço dela, enquanto ambas as mãos se moviam ao
longo dos muitos botões do traje de Fallon. Quando a viu fora
dele, do seu elegante terno preto de negócio, seu pau se
contraiu com a ideia de tirá-la de dentro dessa roupa.
Adorava como a sentia sob suas mãos, a seda macia contra
suas mãos duras, mas amaria mais se estivesse no chão.
Lucas mordeu a garganta dela e ela suspirou espantada, suas
mãos caindo do terno que estava tentando desesperadamente
tirar dele. Sabia que seu pescoço era seu ponto fraco, e
adorava o modo como seus olhos reviravam enquanto ela
mordiscava o lábio inferior. Lucas decidiu que o blazer
precisava sair.

Ele queria, não, precisava daqueles seios em sua boca.

Agora!

As mãos de Fallon subiram por suas costas nuas e


arrepios estouraram através de sua pele enquanto tentava
desfazer cada botão. Mas não estava funcionando. Lucas
inclinou-se para trás, dando-lhe um olhar aquecido antes que
pegasse um dos dois lados do tecido e rasgasse. Fallon soltou
um grito estrangulado quando os botões voaram por toda
parte. Um sorriso lento atravessou seu rosto quando viu o
sutiã branco de renda que usava. Seus mamilos inchados e
escuros eram deliciosos e sua boca se encheu d‘água com a
visão. Ele nem sequer se incomodou em puxar o tecido para
longe, tomou um entre seus dentes, mordendo suavemente
enquanto Fallon soltava pequenos gemidos que deixava Lucas
tão excitado, que não tinha certeza se duraria. Empurrou sua
pélvis contra ela, mostrando-lhe sua necessidade, antes de
puxar o tecido para baixo. Então girou a língua em torno do
seu doce mamilo enquanto a outra mão a alcançava,
procurando o fecho de seu sutiã. Precisava disso fora
também. Caralho, precisava de tudo.

Fallon se contorcia languidamente contra a parede,


enquanto Lucas se deleitava com seus seios na boca. Com
cada mordida, cada roçada dos dentes, e cada olhar quente
compartilhado, seus olhos se tornaram mais escuros, mais
sexy. Quando não conseguiu tirar o fecho do sutiã, este
acabou rasgado no chão junto com seu blazer. Olhou para os
belos seios antes de levar seu rosto de volta para ela e dar-lhe
um longo beijo provocativo. Suas mãos agarraram seu
pescoço antes de descer seus ombros para seus braços. Ela
entrelaçou seus dedos com os dele, e ele os levantou acima de
sua cabeça, segurando-os com uma mão enquanto a outra se
movia para baixo em seu torso nu.

— Lucas. — sussurrou contra seus lábios.

— Deus, sim? — Perguntou, mordendo seu lábio inferior


antes de mover sua língua ao longo da dela. Ela soltou um
gemido baixo e gutural antes que aprofundassem o beijo mais
uma vez. Não sabia o que ela queria dizer e não se importava
nem um pouco em saber. Moveu seus lábios dos dela,
mordendo e chupando enquanto beijava seu corpo. Ele beijou
e lambeu em torno de seu umbigo enquanto tentava puxar
sua saia para baixo.

Não estava se movendo. Estava tão apertada contra sua


pele que realmente parou e olhou para ela.

—Que porra!?

—Do lado, por favor, não pare. — ofegou. Lucas


continuou o ataque que seus lábios e dentes estavam fazendo
contra seu umbigo enquanto seus dedos tentavam encontrar
o zíper. Depois de olhar um momento, ele ficou farto e moveu
sua mão para ir por baixo dela. Suas mãos só chegaram a
seus joelhos porque a maldita saia estava tão apertada. Havia
uma fenda, então segurou ambos os lados e rasgou a parte de
trás da saia.

Ela olhou com os olhos arregalados quando ele tirou a


saia dela e atirou-a para o lado. Ele deu um sorriso sexy
antes de olhar para a umidade entre suas coxas. Sua
calcinha não combinava com seu sutiã, era de algodão cinza
e onde roçava sua boceta, um coração dizia: 'Prepare-se para
se divertir!'

Olhou para ela e sorriu. Ela o olhou com os olhos


pesados de desejo, e um pequeno sorriso em seus belos lábios
inchados. Ele olhou de volta para o coração, e se inclinou
para frente, tomando-o em uma pequena mordida. Ela soltou
um grito alto quando seus dedos se enredaram em seu
cabelo, puxando-o. Lucas moveu as mãos pela parte de trás
de suas coxas e sobre sua bunda antes de pegar o tecido por
trás e puxá-lo para baixo, expondo a sua carne molhada
pingando. Tirando sua calcinha, a jogou para o lado antes de
correr sua língua lentamente acima de sua coxa. Quando foi
ao longo de seus grandes lábios inchados, ela soltou outro
grito agonizante de necessidade, antes que corresse sua
língua para baixo em sua outra coxa. O gosto dela na língua
o tinha tão duro que teve que se ajeitar um pouco porque
doía muito.

—Por favor, por favor. — ela sussurrou enquanto se


arqueava. Lucas a olhou, sua respiração combinando com a
dela antes de lamber sua boceta com desejo. Fallon
mordiscou seu lábio inferior, seus olhos implorando, antes
que corresse sua língua ao longo de um de seus lábios
inchados. Com cada golpe ela soltava longos gemidos baixos
antes de tomar uma respiração rápida. Quando a abriu e
mergulhou sua língua, ela soltou um suspiro arrastado
enquanto suas mãos batiam contra a parede. Quase se
aproximou dos sons que estava fazendo enquanto continuava
a amá-la com a boca. Quando passou a língua em círculos
lentos e agonizantes ao redor de seu tenso clitóris, ela gozou
duro, seu corpo sacudindo violentamente contra sua boca
enquanto suspirava.

A cabeça de Fallon estava inclinada para cima contra a


parede quando Lucas a olhou. Seu peito estava subindo e
caindo rapidamente, e ainda estava tremendo um pouco
enquanto subia pelo seu corpo, beijando e lambendo antes de
tomar sua boca com a dele. Se abaixou, pegando-a para que
pudesse envolver suas pernas em torno de sua cintura. Se
recusava a terminar isso contra a parede, e precisava de um
momento para se recompor. Se entrasse nela agora, gozaria
instantaneamente, mas seu plano de acalmar durou pouco.
Fallon manteve sua boca ocupada enquanto suas mãos
percorriam seu peito e costas, raspando as unhas ao longo de
sua carne macia. Seu corpo estava quente e úmido devido à
necessidade de penetrá-la, e a necessidade de Fallon
combinava com a dele.

Quando chegou ao quarto, jogou-a na cama. Seus


olhares se cruzaram enquanto desabotoava seus shorts,
deixando-os cair ao chão enquanto sua ereção latejante era
liberada. Os olhos de Fallon se arregalaram ao vê-lo enquanto
se aproximava dela, afastando suas pernas antes de se mover
entre elas. Ele correu a língua para cima de seu corpo, de sua
barriga até seu pescoço antes de pressionar seu pau duro
contra sua boceta escorregadia e molhada. Estava tão
molhada, tão quente, que Lucas nem pensava direito. Tinha
passado tanto tempo desde que esteve com ela, e se Fallon
fosse qualquer coisa do jeito que era naquela época, estava
acabado. Mordeu o lábio antes de olhar para seu rosto.

Cara, era tão linda!

O rosto de Fallon estava ruborizado, seus cabelos


estavam por toda parte, e seus lábios se separaram quando
arqueou suas costas, esfregando sua suculenta boceta contra
seu pau duro. Se moveu, passando a língua pelos lábios e
queixo dela, antes de morder e chupar o pescoço. Esperava
que ela não se coçasse muito com sua barba por fazer, mas
não achava que Fallon se importasse com isso, já que estava
basicamente esfregando seu corpo contra o dele como uma
gata no cio. Quando trouxe seus lábios de volta e ela mordeu
seu lábio fazendo com que soltasse um gemido. Ela moveu
seus lábios impertinentes contra os seus, então abaixou para
seu queixo, correndo sobre os pelos que cobriam a lateral de
seu rosto. Quando chegou ao pescoço dele, seus olhos
lentamente se fecharam enquanto o chupava tão
ligeiramente. Suas mãos tremiam contra sua pele enquanto
mordia seus ombros. Quando sua boca encontrou a dela de
novo, sabia que tinha que estar enterrado nela.

Lucas inclinou-se para trás, olhando para seu corpo nu


antes de colocar um dedo dentro dela. Os olhos de Fallon se
arregalaram antes de fecharem lentamente, suas costas
arqueando enquanto movia seus dedos dentro e fora dela.
Adorava como estava excitada e não podia esperar até que
seu pênis estivesse dentro dela. Moveu seus dedos dentro e
fora dela mais algumas vezes antes de removê-los,
introduzindo nela com algo maior e melhor. Seus olhos se
arregalaram quando ela soltou um grito de satisfação.

— Deus, sim! — Ela gritou enquanto continuava


metendo nela. Teria gostado de ir devagar, suave, mas não
podia. Tinha esperado muito tempo. Estava perdido demais
para tentar desacelerar. —Mais forte!

— Oh, Deus, sim. — Lucas ofegou enquanto continuava


metendo nela com um tesão feroz.

Estava quase lá, e quando ela arqueou seus quadris,


encontrando cada um de seus impulsos, sabia que não
aguentaria muito, mas então ela gritou

—Pare!

Então fez o que ela pediu e a olhou com os olhos


arregalados.

—O quê?

— Preservativo!

—Não, eu não tenho nenhum! — Ele gritou, sua ereção


pulsando dentro dela. Seu corpo estava apertando o dele e
sabia que ela estava tão pronta para gozar como estava.

— Ah! Você está limpo, certo?

— Oh meu Deus, Fallon, sério?

— Ehh! Eu estou nervosa!


—Não fique, estou limpo. Você também, certo?

Olhou quando ela franziu aqueles lábios lindos e sexy


para ele.

—Sim!

—Ok, estamos bem. — disse com um sorriso. Ela sorriu


de volta antes que começasse a se mover novamente, mas
então parou. Por mais que quisesse outro pequeno Aiden,
queria ter certeza de que ele e Fallon estariam casados
primeiro, então perguntou —Controle de natalidade?

— Sim. — Ela assentiu, trazendo suas pernas para


cima. A vista era deliciosa, e Lucas não conseguia parar de se
mover para dentro dela. Ela ofegou quando seus dedos
pressionaram seu quadril, empurrando nela com uma
ferocidade que nem percebia. Com cada golpe de seu corpo,
ela correspondia seu impulso gritando seu nome. A química
sexual entre eles era inegável. Ela o deixou tão excitado como
a deixou também e com uma metida final, Lucas gozou.
Longo e duro, com um alto e longo gemido enquanto ela se
contorcia debaixo dele. O corpo de Fallon continuou a apertar
seu pau quando caiu sobre ela, respirando contra sua pele
quente. Lucas respirou fundo antes de se afastar, olhando
para o teto.

— Não vai acontecer de novo. — disse Lucas entre


respirações.

Sentindo-se observado, ouviu quando ela indagou.

— O quê?
—Eu nunca vou ouvir outra música de rap com Aiden
no carro, eu prometo.

—Obrigada.

—De nada. Ou talvez eu devesse, se este for o jeito que


serei punido. — deu a ela seu sorriso travesso e ela bateu em
sua coxa ao rir.

—Isso não foi um castigo, a bofetada em seu rosto foi. —


Ela corrigiu.

Riu longamente antes de olhar para ela.

—Então, o que foi isso?

Ela sorriu enquanto encolhia os ombros.

— Aconteceria de qualquer jeito!

Ele riu enquanto olhava de volta para o teto.

—Eu não poderia concordar mais com você, querida.

Fallon observou Lucas fechar os olhos enquanto sua


respiração diminuía. Quando sentiu seu dedo mindinho vir
em torno do dela, tomou um fôlego agudo enquanto ele
lentamente adormeceu. Era uma loucura como tudo poderia
ser entre eles, quando tudo era tão diferente. Aqui estava,
deitada na cama com ele como se não tivesse partido seu
coração, ou que não tivesse escondido seu filho. Era como se
os últimos sete anos nunca tivessem acontecido e tudo o que
importava fossem eles.
Fallon olhou para o teto enquanto apertava o dedo
mindinho e seu coração disparava. Se sentia tão bem, tão
satisfeita. Lucas era uma loucura de amante, especialmente
quando colocava sua língua para trabalhar. Poderia gozar
apenas com o pensamento nisso, era tão bom. Amava seu
corpo, suas mãos, até mesmo sua barba ao longo de seu
pescoço, e oh Deus, seus dentes. O homem era um sonho,
mas mesmo ainda em sua neblina cheia de sexo, tudo que
podia pensar era o que diabos iria fazer agora que tinha
dormido com ele?

Fallon tinha dito muitas vezes que nunca mais transaria


com ele, que era uma má ideia porque se tornaria viciada
novamente e tinha feito exatamente isso! Queria montá-lo e
ter seu momento, mas sabia que não podia. Não poderia fazê-
lo novamente. Tinha que sair de lá. E sairia. Assim que
sentisse suas pernas novamente.

Fallon fechou os olhos enquanto se virava,


aconchegando seu nariz no braço de Lucas. Se permitiria
aproveitar seu corpo quente esta noite, mas acabaria
amanhã. Ainda não confiava nele, e até que o fizesse, não
poderia fazer isso novamente. Não importava o quanto
quisesse. Assim amanhã, partiria.

Amanhã, viveria como se não tivesse apenas tido o


melhor sexo de sua vida. Tinha que fazer isso, ou ficaria na
cama e nunca mais iria embora. Olhou para seu belo rosto
adormecido, e seu coração se partiu.
—Por que você me traiu? — Sussurrou. Não esperava
que respondesse, mas precisava perguntar. Apenas para ela,
porque quando a manhã chegasse, iria embora.

Quando os olhos de Fallon se abriram, o sol estava


chegando. Olhou para seu companheiro de cama para ver
que estava perto dela, sua boca se separou ligeiramente.
Lambeu os lábios ao ver sua boca sexy.

Adorava como seus lábios eram finos e doces. Amava a


pequena cicatriz ao longo do seu lábio inferior que só ela
sabia que estava lá. Ninguém mais podia vê-lo desde que ele
sempre manteve sua barba por tanto tempo, mas Fallon
estava lá no dia em que Lucas conseguiu aquela cicatriz.
Estava perseguindo-a pela praia e ela se virou para ver se
estava perto, e estava. Estava perto demais e sua mão que
usava o belo anel que Lucas tinha lhe dado, bateu no canto
de sua boca, cortando-a. Fallon sorriu ao pensar. Sentia-se
tão mal, mas nem ele sequer se incomodou. A atacou,
atirando-a contra a areia, onde prontamente a deixou nua e
fizeram amor doce e glorioso.

O coração de Fallon doeu quando se forçou a desviar o


olhar e respirar fundo. Sentia saudades daqueles dias,
aqueles doces momentos que compartilharam. Tudo, então,
era muito mais fácil. Fallon estendeu a mão e colocou seus
lábios suavemente em seu nariz. Tinha que sair de lá antes
que acordasse. Como ia fazer isso estava além dela. Todas as
roupas dela estavam em uma bagunça rasgada ao lado da
porta da frente, não que se importasse. Não conseguiria tirar
aquela roupa se ela tivesse tentado ontem à noite. Lucas a
deixou em tal estado de luxúria que realmente fazer algo que
valesse a pena era inútil. Estava em suas mãos.

Virando-se para sair da cama, sequer chegou a


completar o giro, uma vez que fortes braços envolveram sua
cintura, puxando-a de encontro ao largo peito. Respirou
fundo e sua mente nublou, tudo o que precisou foi um único
toque dele para fazer todo o cabelo ao longo de seus braços se
arrepiarem. Um toque. Apenas um.

—Onde você acha que vai? — Perguntou num sussurro


baixo e sedutor. Os olhos de Fallon se fecharam diante da
suavidade de sua voz. Jurou que gozaria ao som de sua voz.
Caralho, qualquer coisa que fizesse poderia fazê-la gozar!
Lucas moveu seu nariz em seu cabelo, absorvendo seu cheiro
enquanto suas mãos se moviam pelo seu corpo. Escorregou a
mão entre suas pernas levemente e Fallon tentou formar
palavras, ou mesmo pensamentos, para não deixar acontecer.
— Hã? Aonde você vai?

Fallon balançou a cabeça, os olhos fechados quando


lentamente moveu os dedos, com uma pena suave, ao longo
de seu clitóris.

—Eu tenho que ir, Luc, você sabe que tenho.

Respirou fundo, não o tinha chamado assim há anos.


Era tão certo. Ele sacudiu a cabeça contra seu ombro antes
de mordê-la suavemente.

— Não sei nada disso. Sei é que preciso de você de novo.

Oh, precisava dele também. Mas tinha que ser forte!


—Eu não posso. Tenho que ir para casa. Aiden está lá.

Lucas arrastou os dentes ao longo de seu pescoço até


sua orelha, onde mordeu seu lóbulo suavemente.

— Não vá embora, Fal. Por favor. —sussurrou tão


suavemente e tão baixinho. — Nós temos tantas coisas que
precisamos discutir, tanto que precisamos aprender sobre o
outro. Tenho que dizer tantas coisas. Por favor.

Não podia fazer isso, tinha que ir embora ou nunca


partiria. Sempre quis ficar na cama de Lucas Brooks, mas
precisava sair daqui agora mesmo. Não importava o que ele
precisava dizer, ou o que precisassem discutir. As coisas não
eram seguras quando estavam na cama juntos, se tocando.
Ambos não conseguiam pensar direito.

—Lucas, não posso. — Sussurrou enquanto tentava se


afastar. Mas ele não a deixava se mover.

O sentiu balançar a cabeça antes de mover um dedo


dentro dela. Ofegou com a invasão, mas não o impediu.
Queria tanto quanto ele.

—Sim você pode. Audrey pode cuidar de Aiden. —


sussurrou contra seu pescoço — Eu não posso deixar você ir
ainda. Não posso. Me dê mais um dia. Apenas um. Por favor.

Seu coração palpitou com ternura, ou talvez pela


maneira como moveu seu dedo áspero em torno de seu
clitóris.
—Luc! — ofegou novamente antes que começasse a
mover seu dedo mais rápido, fazendo com que choramingasse
e levantasse seus quadris em sua mão, querendo mais.

—Vamos, querida, goze para mim. — Sussurrou, sua


respiração igualando com a dela. Não demorou muito para
que Fallon se desfizesse sob seus habilidosos dedos. O
homem e suas mãos eram letais dentro e fora do gelo. Não
tinha nenhuma chance.

Quando prendeu o fôlego, a risada abafada encheu sua


orelha.

— Essa é a minha garota.

Uh! Não, não poderia ser sua garota. Ainda não pelo
menos! Precisava sair, subir no primeiro avião, mas quando a
virou, envolvendo-a em seus braços e conectou suas bocas
em um delicioso beijo, sair era a última coisa em sua mente.

Começar a manhã com sexo quente era mais como ele.

Fallon lentamente rastejou sobre ele, montado em sua


crescente ereção. Lucas olhou para ela através de olhos
cheios de luxúria enquanto guiava seu longo pau latejante
dentro dela. Ambos gemiam com a sensação de estarem
conectados da maneira mais íntima. Começou a se mover
para cima e para baixo sobre ele num ritmo inconsciente.
Tinha passado tanto tempo desde que esteve no topo, mas se
sentia como uma profissional, e a maneira como seus olhos
continuavam se fechando enquanto suas mãos a apertavam
no quadril, sabia que estava fazendo certo.
Lucas não foi capaz de lidar com isso porque os virou, e
empurrou-se para ela. Quando colocou seu pau dentro dela,
não poderia ter se sentido mais completa. Com cada
empurrão levou seu fôlego, mas foi fantástico. Ele colocou a
mão atrás de seu pescoço, trazendo-a para um beijo longo e
luxuoso assim que alcançou seu clímax. Seu corpo tremia
com a felicidade recebida quando Lucas começou a foder com
mais força, querendo sua própria libertação. Quando
alcançou, relâmpagos se espalhavam ao redor deles,
enquanto Fallon soltava um grito mais alto que seu suspiro
de fôlego.

Lucas caiu ao seu lado, sua mão segurando a dela


enquanto ambos tentavam controlar sua respiração.

—Fallon?

Fallon respirou profundamente, seu corpo doendo de


uma forma tão gloriosa, sentiu como se pudesse chorar.

— Sim? — Ela respondeu.

— Você não vai a lugar nenhum, querida.

Fallon assentiu.

—Sim, eu sei.

Lucas riu quando um grande sorriso passou pelo rosto


de Fallon. Não havia jeito de sair, ainda não. Mesmo dizendo
que não queria saber, ela queria. Queria saber o que ele
precisava dizer e esperava que fosse sobre porque ele a
enganou. Queria saber tudo. Talvez tivesse feito algo errado,
talvez algo explicasse o porquê. Queria seguir em frente e só
queria confiar nele. Queria continuar sendo completamente
amada por ele. Porque ainda o amava.

Fallon ia ficar. Graças a Deus. Havia tanto que


precisava ser dito. Tanto que Lucas precisava explicar, talvez
então confiasse nele e talvez até o amasse novamente.

Lucas juntou Fallon em seus braços, beijando sua


têmpora.

— Eu tenho que partir amanhã.

Ele acenou com a cabeça, beijando-a novamente antes


de passar o nariz pelos seus cabelos.

—Eu sei.

— Ok, eu tenho que ligar para Audrey.

— Mais tarde, eu quero segurar você um pouco mais. —


sussurrou enquanto se aconchegava mais perto dela. Ficou
acordado a noite toda, tentando se certificar de que ela não
saísse. Cada vez que se movia, seus olhos se abriam e
observava o que Fallon fazia. Tinha esquecido o quanto se
movia em seu sono, mas não se importava. Parecia tão
inocente, tão doce enquanto dormia, e não conseguia o
suficiente de seu belo corpo quente contra o dele. Ficou duro
a noite toda. Era como um sonho tornado realidade, tendo-a
em seus braços novamente. A única coisa que doeu foi
quando sua doce voz sonolenta perguntou: 'Por que você me
traiu?'

Seu coração ainda doía pelo fato de que não foi homem
o suficiente para abrir os olhos e dizer a ela. Seria o fato de
que estava assustado que Fallon pensaria que era um
fracasso? Ou talvez porque estava assustado que ela o
deixasse novamente. Tudo que sabia era que precisava dela, e
que a amava mais do que um homem deveria amar uma
mulher. Seus braços a rodearam com mais força, desejando
que não tivesse que deixá-la ir novamente, enquanto sorria
contra seu peito.

—Eu não tenho ideia do que vou usar. — disse. Um


sorriso orgulhoso e satisfeito se abriu em sua face. Relembrar
com todos os detalhes a maneira como lhe arrancou a roupa
na noite anterior arrepiava todos os pelos de sua nuca e
pescoço. Cara, estava com tesão.

—Tenho certeza de que há algo aqui para você usar. —


ele disse calmamente enquanto se aconchegava mais perto
dela. Tinha levado a caixa com as coisas dela para a casa,
mas tinha certeza de que havia uma gaveta com suas roupas
em algum lugar. Ela tinha praticamente vivido com ele
quando namoravam. A única vez que foi para casa foi quando
estava na estrada. Quando Fallon saiu, deixou quase tudo.

—Audrey me empacotou uma mala, mas duvido que ela


embalou muito. — disse com um encolher de ombros.

—Nós vamos sair e pegar algumas coisas se você


precisar.
—Ok. — Assentiu.

Nada foi dito enquanto o sol continuou a subir e encher


o quarto com seus belos raios. Lucas sentiu como se fosse o
começo de sua vida, e não podia esperar para ver o que o dia
tinha preparado. Só esperava que fosse tudo pelo o que
rezou.

—Estou pegajosa. — disse Fallon do nada. Lucas não


conseguiu conter a enorme risada que soltou. Ela também
não podia e logo riram juntos, enquanto se desembaraçavam
lentamente um do outro.

—Eu não sei se eu fechei a porta ontem à noite. —


Lucas riu enquanto puxava seus shorts para cima. Olhou
para Fallon, seus olhos admirando seu corpo gloriosamente
lindo, nu enquanto ria na cama que estava em ruínas.
Certamente fizeram um número naquela cama, pensou
quando seus olhos rasgaram seu corpo. Olhou para os seus
seios cheios que estavam maiores do que se lembrava. A
forma como sua barriga tinha pequenas marcas, de onde seu
filho tinha crescido. Ao longo de suas costelas estava a
tatuagem que Aiden havia contado, e se perguntou o que
dizia. Quando olhou para cima, Fallon estava olhando para
ele.

—O que sua tatuagem diz?

Fallon olhou para suas costelas e sorriu antes de olhar


para Lucas.

—Para aqueles que eu amo, vou me sacrificar. Então


tenho Aiden e Audrey no interior de meus braços. — Disse
mostrando o interior de seus braços. O calor o encheu da
cabeça aos pés enquanto seus olhos seguiam as palavras ao
longo de seu corpo. Se moveu ao redor da cama, vindo para
ela antes de envolve-la em seus braços. Seu seio suave e
quente colidiu contra seu peito duro, quando sorriu para ela,
a luxúria enchendo os olhos.

—Você sabe o quão excitado me deixa você ter uma


tatuagem? — Perguntou enquanto beliscava seu lábio
inferior.

Fallon sorriu enquanto passava as mãos pelos braços


musculosos.

—Acho que poderia ter uma ideia. — Brincou enquanto


empurrava sua pelve nua contra ele. O controle de Lucas se
foi e a pegou, colocando-a de volta na cama.

— Sim, esse chuveiro vai ter que esperar. — disse contra


a boca dela.

Ela sorriu enquanto suas mãos se abaixavam, deixando-


o sair de seus shorts.

—Pensei que você pudesse dizer isso.


Fallon ainda estava deitada na cama quando Lucas
trouxe sua bolsa. Ele sorriu, antes de jogar seu telefone ao
seu lado.

—Audrey ligou algumas vezes.

Fallon sorriu docemente antes de esticar os braços


acima da cabeça. Lucas observou-a por um momento e
depois sacudiu a cabeça antes de ir para o banheiro. Sabia
que tinha abalado seu mundo um pouco antes dele sair da
cama e não podia evitar o sorriso satisfeito que adornava seu
rosto. Rolou sobre seu estômago, vendo as chamadas
perdidas e textos de Audrey. Em vez de lê-los, ela apenas a
ligou.

—Hum, sim? Você está viva?

Fallon riu.

—Sim, desculpe por não ter ligado.

Audrey começou a rir e Fallon revirou os olhos.


— Oh, Deus, eu posso perguntar?

—Quero dizer, se você está se perguntando se nós


estamos tendo o sexo louco desde que eu o esbofeteei no
rosto, então sim, você pode querer perguntar.

Isso fez ambas as mulheres terem um ataque de risos.

—Ouvi você! Oh, isso é maravilhoso!

Fallon se sentiu maravilhosa.

— Sim, eu vou ficar esta noite. Vou pegar um voo


amanhã. — disse nervosamente. Ainda não podia acreditar
que estava fazendo isso, mas tinha que fazer ou se
perguntaria sempre porquê.

—Ok, parece bom. Eu e Aiden estamos bem, vamos ter


uma noite de cinema.

—Impressionante, posso falar com ele?

—Está no banho. Te ligo mais tarde.

—Ok, eu te amo.

Audrey deu uma risadinha.

—Ah, eu sei que me ama, sua vadiazinha atrevida!


Também te amo. Mande um oi para Lucas. Ah, e também dê
meus parabéns por finalmente ter acertado o tiro.

—Ei! — Fallon gritou.

Audrey riu.

—Tchau, irmã querida!

A linha ficou muda e Fallon sacudiu a cabeça. De que


lado Audrey estava? Lucas.
Fallon riu quando saiu da cama, indo para sua bolsa.
Quando abriu, seus olhos se arregalaram.

—Você tem que estar brincando comigo, — disse


enquanto olhava para os vários conjuntos de sutiãs e
calcinhas.

Fallon puxou todos para fora, jogando-os na cama antes


de pegar três vestidos muito curtos. Eram os vestidos de festa
de Fallon quando ela precisava exibir seu corpo para o bem
do vinho. Audrey incluiu até mesmo os saltos que
combinavam!

—Menos mau!

—O que está errado?

Fallon olhou para trás, vendo que Lucas tinha acabado


de sair do chuveiro. Sua toalha pendia sobre seus quadris,
mostrando a parte de trás daquela tattoo dos revólveres
inclinados para baixo apontando para a parte mais
surpreendente dele. Era impossível a boca não encher d‘água
diante daquele peito forte e duro, daquele tanquinho com oito
gomos tão evidentes, antes de olhar para seu poderoso corpo
musculoso. Droga, era lindo.

—Hum? — Fallon gaguejou antes de rolar os olhos. —


Audrey arrumou minha mala.

Lucas sorriu, seus olhos conhecedores se fecharam com


os dela.

—Bom.
— Sim, se você quer que eu ande por aí com saias
curtas.

O sorriso de Lucas cresceu.

—O que há de errado com isso?

—Você é impossível! — Fallon disse, irritada. Como


diabos deveria ir às compras com um vestido tubinho curto e
branco? Ou um cinza, um vestido de um ombro só de renda?
Ou mesmo um minivestido preto com um decote que chegava
até o seu umbigo? Já não usava aquele último vestido. Era
um vestido, de antes de Aiden. O que poderia dizer, tinha
uma pequena puta interior nela. Adorava se vestir sexy. Que
mulher não?

Lucas riu enquanto atravessava o quarto, abrindo


algumas gavetas antes de encontrar uma que precisasse, e
tirando um par de jeans e uma camisa. Jogou-os na cama e
Fallon olhou para eles. Eram suas roupas da faculdade. Um
pequeno sorriso passou por seu rosto quando pegou sua
velha camiseta vermelha de Stanford. A usava quase todos os
dias na faculdade, era tão confortável e sua camisa favorita.
Olhou para Lucas para ver que estava se vestindo.

—Eu pensei que ao invés de sairmos para almoçar,


fizéssemos um piquenique na praia.

—Parece bom. — Fallon disse, escolhendo um conjunto


de roupa de baixo correspondente. Nunca combinava suas
roupas íntimas, demorava muito tempo. Audrey, por outro
lado, nunca sairia sem combiná-las. Era uma desgraça de
acordo com ela.
—Eu ia fazer reservas para jantar hoje à noite e então
talvez dançar um pouco. — disse ele.

Fallon olhou para ele.

—Dançar?

—Podemos fazer melhor. — disse com um sorriso.

—É verdade. — Brincou ao passar ao lado dele, que se


aproveitou para lhe dar uma palmada na bunda. Com um
gritinho dengoso, ela correu rebolando para o banho, dando-
se ainda ao luxo de lançar um sorriso atrevido antes de
fechar a porta, não sem receber de volta um olhar carregado
de paixão da parte dele. Distribuindo suas coisas sobre a pia
de azulejos azuis, olhou-se no espelho encantada com sua
aparência. Um sorriso lento atravessou seu rosto porque
parecia bem, fabulosa mesmo. Mesmo com o cabelo uma
bagunça, seu rosto estava brilhando.

Mas o sorriso saiu tão rápido como veio. Era assim que
se sentia antes, o tempo todo quando estava com Lucas. Se
não fosse cuidadosa, voltaria a cair no caminho e quando a
deixasse, se tornaria a bagunça que tinha sido nos últimos
sete anos. Precisava ter cuidado e ser esperta. Tinha que
fazê-lo, ou acabaria sendo a menina triste e assustada que
Lucas havia traído a sete anos atrás.

Era como um déjà vu.

Como haviam feito inúmeras vezes antes, Fallon sentou-


se em frente a Lucas num velho e esfarrapado cobertor
vermelho, para comer burritos do restaurante Baja Fresh,
ouvindo ao longe o choque das ondas do mar contra a
encosta. Embora fosse um agradável dia de primavera, Fallon
vestia um agasalho com capuz de Lucas, para o caso de
esfriar. Ele, por outro lado, não achava que estava frio e
estava esplêndido em seu bermudão preto e suéter roxo dos
Assassins. Seu cabelo estava uma bagunça sob seu boné, e
ainda não tinha se barbeado.

Graças a Deus.

Comiam em silêncio, e pela primeira vez em muito


tempo, Fallon sentiu-se completamente relaxada. Poderia
dizer que era por causa da bela paisagem, mas estaria
mentindo. Começou e terminou com Lucas Brooks e sua
língua gloriosa. Fallon ficou quente só de pensar no que
fizeram na noite anterior e naquela manhã. Não diria que
tinha esquecido o quão incrível e fantástico era na cama, mas
Deus, ela não se lembrava dele ser um amante assim tão
excepcional. Caramba, seu corpo ainda estava zumbindo e
estava bem na parte da tarde.

Fallon deu uma mordida em seu burrito, desejando não


pensar nisso. Se não parasse, não saberia o que aconteceria.
O Senhor sabia que Lucas não a deteria se tentasse ficar nua
com ele na praia. Ela sacudiu a cabeça ao pensar nisso, mas
parou quando o dedo de Lucas passou por seu lábio inferior.

—Molho. —disse bruscamente.

Ela sorriu enquanto olhava para baixo, separando seu


burrito.

— Obrigada.

—De nada.
Fallon voltou a comer o seu burrito enquanto se
sentavam em um silêncio confortável. Sempre foi tão fácil
entre eles quando as coisas estavam boas. Quando não,
Lucas ficava louco com sua raiva.

Fallon tinha estado em torno dele por um mês inteiro e


não tinha visto isto, só uma vez. Além disso, se desculpou
logo depois. Era tão irreal que Fallon não acreditava que
estava sentada com o mesmo Lucas Brooks que costumava
sentar um tempo atrás.

—Queria responder à sua pergunta da noite passada.

Fallon o olhou para ver que estava olhando para o topo


de sua bebida, passando o dedo sobre as protuberâncias na
tampa.

—Hã?

— Você me perguntou por que traí você. — disse ele.

O ar saiu dos pulmões de Fallon. Ele a ouviu?

—Oh.

—Sim. — Disse antes de olhar para ela. Seus olhos


estavam tão tristes que fez o coração de Fallon parar
enquanto segurava seu olhar com o dele. — Eu não queria.

Fallon olhou para baixo, já que não queria que a visse


revirar os olhos.

—Como você não queria?

—Fallon, olhe para mim. — Exigiu, e ela o fez. Ele tomou


uma respiração irregular e seus ombros caíram quando disse
— Eu era um alcoólatra e viciado em barbitúricos.
Fallon respirou fundo. O que ele queria dizer?

—Eu estava extremamente bêbado e alto quando


cheguei ao seu dormitório naquela noite. Allison veio para
mim, e eu... — encolheu os ombros enquanto desviava o
olhar.

—Dormiu com ela.

— Sim, mas nem mesmo a queria. Sentia muita saudade


de você e estava excitado. Foi ruim e eu estava realmente
perdido.

Perdendo o apetite Fallon empurrou o restinho do que


comia, ajeitou-se melhor e abraçou os joelhos.

—Por que, Lucas?

—Por quê? — Perguntou, olhando para ela.

—Por que você começou? Foi antes de mim? Ou


durante?

—Antes, quando meu pai morreu. — disse tristemente.


Puxou as cordas do coração de Fallon. Odiava que tivesse que
passar pela perda de seu pai. — Foi o que causou isso. Não
lidei com sua morte do jeito certo. Não recebi a ajuda que
precisava. Eu era jovem e estúpido e não sabia como fazer a
dor parar. — disse, e Fallon poderia dizer que estava
envergonhado. — Nunca quis fazer isso ficar tão ruim quanto
ficou. Sei agora que nada poderia ter me ajudado até que
admiti que precisava da ajuda.

—Eu nunca soube. — Fallon disse o coração doendo.


Como ela poderia amar alguém tão completamente e não
saber que ele estava morrendo por dentro? Que teve que
recorrer ao álcool e as drogas para ajuda-lo através de seus
dias. Não era o suficiente? Não poderia fazê-lo melhor?

—Eu não deixaria você ver esse lado de mim. Já era


ruim o suficiente você saber que eu não sabia ler. Eu não
poderia dizer que tive um problema com bebidas ou pílulas
também. Não podia imaginar o que você pensaria de mim.

—Eu teria te amado e ajudado você a passar através


disso.

— Eu sei disso agora, mas Fallon, estava tão


envergonhado.

Ela assentiu.

—Eu entendo que você se envergonhasse Lucas, mas


você me fez acreditar que era seu tudo. Planejamos uma vida
juntos.

—Eu sei e você não sabe o quanto me arrependo de ter


jogado fora.

Fallon assentiu de novo, seu coração batendo acelerado.


Foi um choque. Nunca teria suspeitado disso. Ele não agia
como um bêbado, não estava embriagado o tempo todo. Ele
funcionava bem. Como não poderia saber?

—Quando você conseguiu ajuda?

—Cinco anos atrás.

—Então, dois anos depois que eu saí?


—Depois que você saiu eu pirei. — Lucas disse olhando
para o oceano. —Os Sharks me forçaram a pedir ajuda ou
não renovariam meu contrato.

Fallon respirou fundo.

—Ficou pior?

—Fiquei descuidado e comecei a beber o tempo todo. Em


um ponto, minha mãe e Levi disseram que me deixariam
também se eu não conseguisse resolver minha merda. —
Disse com tristeza em sua voz. —Eu não poderia perder
minha mãe também. Eu tinha perdido você e meu pai, eu não
poderia perdê-la.

Fallon não sabia o que dizer. O que fazer. Podia


simplesmente sentar lá, em completo choque. Molly ameaçou
deixar seu bebê? Deve ter sido horrível. Lucas devia estar fora
de controle. Não podia acreditar. Nunca ouviu algo nas
notícias, não que acompanhasse o esporte, mas mesmo
assim, Audrey teria dito algo quando lhe contou que Lucas
era pai de Aiden.

—Eu nunca ouvi nada sobre isso.

Lucas encolheu os ombros.

—Levi pode esconder qualquer coisa. É um idiota, mas é


muito bom em seu trabalho.

Fallon assentiu, quando seus olhos se encontraram,


sabia que ele via o choque e a tristeza nos seus.

—Eu fui para a reabilitação por um ano e tenho estado


sóbrio nos últimos quatro anos.
Fallon levantou uma sobrancelha porque estava
confusa. Se só tivesse estado sóbrio quatro anos, o que
aconteceu com o outro? Como se soubesse o que estava
pensando, ele disse.

—Não conto aquele ano em que estive em reabilitação,


tive que estar sóbrio para estar lá.

Fallon sacudiu a cabeça, era tão irreal.

—Eu nunca quis magoá-la, Fal, porque a amava


perdidamente, contudo toda esta porcaria estava prestes a
estourar mais cedo ou mais tarde, acredite. Eu seria obrigado
a estragar tudo, estava longe demais.

Fallon encolheu os ombros.

—Eu não sei o que dizer.

—Realmente não há nada que você possa dizer. Só


queria que você soubesse o que aconteceu, por que fiz isso.
Não me lembro de nada daquela noite. Só me lembro de um
pouco de nossa briga depois.

Fallon tentou processar o que tinha dito. Então olhou


para cima, seus lábios balançando quando perguntou.

—Eu poderia ter ajudado?

Lucas sacudiu a cabeça.

—Não bebê. Eu estava longe demais.

Lágrimas brotaram nos olhos dela. Tinha passado os


últimos sete anos pensando que fez algo errado, que fez a
trair, quando realmente estava confuso. Ele estava doente e
deveria ter sabido. Devia haver sinais ou algo que lhe
dissesse que estava sofrendo. Não perguntou? Era tão cega?

—Fale comigo querida, me diga o que você está


pensando. — Lucas disse, segurando sua mão na dele. Ela
olhou para suas mãos unidas antes de olhar para seu rosto.

—Eu sinto como se tivesse falhado de alguma maneira.


Eu deveria saber.

Lucas começou a balançar a cabeça antes mesmo que


ela terminasse a frase.

—Eu escondi. Ninguém sabia. Era um garoto de 18 anos


que bebia vodca numa garrafinha de Gatorade quando estava
no banco. Ninguém nunca suspeitou de nada, especialmente
por causa da morte recente do meu pai. Você não pode sentir
que falhou comigo. Você não bebê, eu falhei com você.

Fallon sentiu como se não pudesse respirar e se


atrapalhou com as palavras que queria dizer. Ainda não
estava processando o que ele estava dizendo, tudo parecia tão
irreal.

—Estava tão cega.

Lucas franziu o rosto.

—Acho que não.

—Não, estava. Se estivesse realmente prestando


atenção, teria visto sua dor. Estava muito ocupada, me
divertindo, bebendo junto com você. —Fallon disse com as
lágrimas começando a cair. — Não fiz nada a não ser piorar.
Negando, ele a puxou para o colo a fim de olhá-la nos
olhos.

— Não. Eu não entendo como você pode achar que isso


é culpa sua.

—Eu não acho que é minha culpa, só sinto que eu


deveria ter te ajudado.

—Por quê? Eu escondi de você, como você poderia me


ajudar quando nem sabia?

—Pensei que o conhecia de dentro para fora, e não.


Ainda nem sei como seu pai morreu. É como se não soubesse
de nada.

— Você conhecia o meu verdadeiro eu, o outro não saía


até que estivesse longe de você. Não falei sobre meu pai
porque doía muito, muito mesmo. Tive ajuda. Posso falar
abertamente sobre ele e não sentir como se tudo estivesse se
despedaçando dentro de mim. Era eu mesmo quando estava
com você. Você me fazia uma pessoa melhor Fallon, você tem
que entender isso.

Inconformada, derrubou a cabeça sobre as mãos,


liberando suas lágrimas. Chorou por ele e por si mesma. Era
como se toda sua relação estivesse acontecendo como um
filme em sua cabeça. Enquanto repetia o filme, tentou
apontar quando poderia ter ajudado, mas ele estava certo.
Lucas escondeu bem.

Se sentou ao lado dela, passando a mão pelas suas


costas enquanto chorava. Durante a bilionésima vez, ela
repetiu a noite em que o encontrou com Allison. Estava
desorientado e balbuciou algo, mas estava tão louca. Não
teria como o escutar, mas se tivesse, onde estariam hoje?

Ela olhou para cima.

—Se eu tivesse lhe dado uma chance de se explicar,


você me contaria?

Lucas olhou profundamente em seus olhos antes de


balançar a cabeça.

—Eu não achava que eu tinha um problema.

Fallon moveu sua mão ao longo de sua bochecha.

—Então não havia esperança para nós?

Lucas sacudiu a cabeça novamente.

—Antes não, mas agora há. — Lucas moveu suas mãos


ao longo de seu rosto, inclinando sua cabeça contra a dela. —
Estou dizendo tudo isso, não para fazer você se sentir mal ou
desejar que tivesse me dado uma chance antes, porque
realmente, você me deixar me ajudou mais do que ninguém
jamais saberá. É por isso que não estou bravo com você por
ter tirado Aiden de mim, porque honestamente eu teria sido o
homem e pai que você e Aiden mereciam?

As lágrimas de Fallon correram sobre suas mãos,


enquanto ela balançava a cabeça.

—Eu não sei.

—Bem, eu sei, e eu acho que não seria. Eu precisava da


chamada do despertar, de você sair, da reabilitação, e dos
anos sem você, porque agora que tenho você, não quero te
deixar ir. Não sou mais aquela pessoa Fallon, eu não fico
bravo da maneira que eu ficava antes, bem no gelo eu fico,
mas não fora dele. — Ele disse com um sorriso. —Fal, eu
nunca vou te machucar novamente, e se me der uma chance,
eu vou provar para você.

Fallon olhou para o oceano, já que não podia olhar nos


olhos dele. Eram tão brilhantes, tão cheios de esperança e
Fallon não conseguia lidar com isso. Queria envolvê-lo nos
braços, dizer-lhe que o amava. Que acreditava nele. Embora
estivesse tão assustada. Mas não devia isso a ele? Estava
doente e não fez nada, mas não sabia. Como se não estivesse
confusa o suficiente antes de saber tudo isso!

—É muita coisa para processar Lucas. — disse ela.

Lucas acenou com a cabeça, pressionando o nariz em


sua bochecha antes de beijá-la.

— Eu sei bebê, sinto muito. Nunca quis que tudo isso


acontecesse, apenas me dê outra chance. Nunca vou
machucá-la novamente.

Fallon assentiu.

—Vamos aproveitar o dia de hoje e vamos discutir o que


vai acontecer mais tarde. Só quero aproveitar o que temos
agora.

Ele sorriu contra sua bochecha.

—Eu também, mas quero mais.

— Eu sei. Só não sei se posso dar a você.

Os olhos de Lucas se fecharam quando respirou fundo.


Como desejava poder mudar o passado para que Fallon
confiasse nele. Daria qualquer coisa, porque, naquele
momento se sentiu tão completo, como nunca antes. Era ele e
sua garota, na praia que tinham basicamente vivido antes.
Tudo o que precisavam era de Aiden correndo pelas ondas e
talvez Audrey, rindo de alguma coisa. Tudo seria perfeito
então.

Não entendia o que mais tinha que fazer para conseguir


que Fallon confiasse nele. Contou tudo. Abriu seu coração e
basicamente implorou por outra chance. Ela concordou com
o fim de semana, então talvez precisasse continuar. Talvez
fosse sobre pequenos passos com ela.

—Não vou parar de tentar. — Sussurrou em sua


bochecha antes de colocar um doce beijo nela.

—Não achei que você iria. — Sussurrou de volta,


inclinando sua cabeça contra a dele.

—Ok, vamos lá, vamos voltar para dentro. Está ficando


frio. — disse, afastando-se e levantando.

Ela pegou todo o lixo antes de sorrir.

—Eu disse que estava frio.

—Oh, silêncio, vamos lá. —disse, segurando sua mão.


Ela sorriu, e eles caminharam a curta distância até a casa em
silêncio. Se sentiu melhor por contar tudo sobre seus
problemas passados, mas pensou que terminaria de forma
diferente. Achou que iria querer ele de volta, que iria perdoá-
lo, mas não. Talvez não merecesse isso. Talvez devesse viver
no estado de tortura de querer alguém e algo que não
merecia. Talvez Fallon estivesse sempre à distância e até que
provasse que era a única, só poderia querer tê-la.

Mas isso não parecia certo.

Estava destinado a amar apenas Fallon e ser o melhor


pai imaginável para Aiden.

Era para isso que foi destinado, e, ia fazer isso


acontecer.

Lucas e Fallon passaram a tarde na cama assistindo


velhos filmes e não mantendo suas mãos para si mesmos.
Tinha esquecido o quão quente Fallon poderia ser, e como
com um olhar poderia tê-lo implorando por seus beijos e
toques. Com cada simples toque entre eles, se apaixonava
mais por ela e foi incrível fazer tudo de novo. Pensou que a
amava antes, mas agora, não podia imaginar amar mais
ninguém, nunca.

Fallon era sua pessoa.

Enquanto Lucas dava o nó em sua gravata, não


conseguia limpar o sorriso estúpido que estava impresso em
seu rosto. Fazia tanto tempo que não se sentia
completamente livre. Fallon sabia tudo e ainda estava aqui
para o resto do fim de semana. Isso tinha que significar algo.
Lucas terminou e foi olhar para si mesmo. Deveria ter se
barbeado, mas Fallon gostava do olhar desalinhado. Seu
cabelo era um pouco de uma confusão, mas novamente, ela
gostava assim. O que não parecia confuso era o terno italiano
caro que usava. Era um impecável terno preto sob medida e
parecia um cara de um milhão de dólares nele. O combinou
com uma gravata cinza brilhante ao tom dos seus olhos, uma
vez que, Fallon os amava. Ela sempre disse que era sua coisa
favorita nele.

Feliz com sua aparência, virou a cabeça em direção à


porta do banheiro que se abrira com o som dos saltos de
Fallon e ficou atordoado quando seus olhos se fixaram nela.
Estava linda em seu vestido branco brilhante. Suas pernas
estavam incríveis e terminou combinando-o com um par de
plataformas altíssimas num tom de pele de zebra. Cabelos
todo cacheado e uma maquiagem um pouco mais forte, feita
para o horário.

Estava deliciosa.

—Caramba, Fal, como posso sair com você vestida


assim? — Perguntou, indo em sua direção.

Não podia parar. Tinha que tê-la em seus braços. Ela


sorriu brilhantemente quando a agarrou em seus braços,
beijando sua boca gulosamente.

—Eu poderia muito bem dizer o mesmo sobre você, Sr.


Brooks.

Lucas deu seu sorriso mais sexy antes de beijá-la


novamente.

—Nós temos que sair, mesmo? — Perguntou, suas mãos


correndo lentamente sobre sua bunda e subindo a parte de
trás do vestido.

—Sim! — Ofegou, estendendo as mãos. —Você me


prometeu comida e dança, Lembra?
Lucas riu quando a alcançou novamente, pressionando-
a em sua crescente ereção.

—Tenho certeza de que posso encontrar algo para você


comer aqui. Eu só quero comer você.

Fallon riu ofegante enquanto ele mordiscava sua


garganta.

—Que tal se nós formos comer alguma comida de


verdade, então nossa dança seria nossas preliminares e
voltaríamos para casa onde a sobremesa será servida?

—Você será a sobremesa, certo? — Perguntou, seu pau


ficando mais duro com apenas o pensamento.

— É claro. — disse sem fôlego. —Eu preciso que você


pare, ou nós nunca iremos sair.

Então rindo se distanciou dele para procurar algo dentro


da bolsa. Então fingiu desânimo e disse.

—Que droga, meu plano falhou, pensava em não sair.

Fallon deu-lhe um pequeno sorriso sexy antes de dizer.

— Eu sei.

Oh sim. Não iriam ficar fora por muito tempo.

Twisted Eats era o melhor restaurante em Palo Alto e


um dos favoritos de Lucas. O ambiente e a comida eram
deliciosos, mas mais do que tudo, Lucas amava a
privacidade. Cada mesa era delimitada por divisórias, e nelas,
os ocupantes só podiam ser observados caso o interessado se
aproximasse e olhasse por cima. Era muito moderno e não
poderia ter ficado mais satisfeito, já que precisava de
privacidade quando se tratava de sentar-se com Fallon.

Não podia manter as mãos longe dela, e realmente não


queria compartilhá-la com ninguém. Ela parecia
deslumbrante e Lucas não sentia vontade de bater no rosto
de ninguém naquela noite. Queria a noite perfeita com Fallon.
Queria dar-lhe a noite de sua vida. Queria mostrar que
poderia ser assim o tempo todo.

Se ela desse a chance que precisava.

Fallon estava aconchegada á ele enquanto olhavam para


a grande pista de dança. Sua mão descansou em sua parte
superior da coxa enquanto assistiam as pessoas dançarem ao
som da incrível música do clube.

—Este lugar é extraordinário. — Exclamou, encarando-


o. —Fora daqui está tão cheio e barulhento, aqui só você e
eu...

Lucas sorriu enquanto assentia.

— Este é um dos meus lugares favoritos.

—Está se tornando um dos meus. — Disse com um


sorriso enquanto olhava para o cardápio. —O que você está
querendo comer?

—O que você escolher. — ele disse com um encolher de


ombros.

Fallon revirou os olhos.

— Não, olhe para o cardápio, me diga o que você quer.


Eu odeio quando você faz isso.
Lucas sorriu antes de morder o lóbulo de sua orelha.

—Não, você não odeia.

—Sim. Detesto sim. Além disso, tenho a impressão de


que você não gostará muito de comer este bem-passado
Mahi20 que tem aqui.

O rosto de Lucas se contorceu em desgosto.

—Nojento, não. Me dê esse cardápio.

Fallon riu quando passou para ele.

—Vou ao banheiro, verificar se ainda estou bem.

Ela pressionou seus lábios contra o lado de sua boca


antes de sair da mesa.

— Baby você fica bem o tempo todo. —disse antes de


chegar ao final da área reservada.

Ela riu antes de dizer.

—Você é parcial.

Fallon deu um último sorriso antes de sair da área e se


afastar. Enquanto observava a bunda balançar de um lado
para o outro, não podia deixar de concordar com ela. Pode ser
tendencioso, mas tinha uma boa razão para isso.

Ela estava absolutamente deslumbrante.

Não só estava espetacular no vestido que Audrey enviou,


mas Lucas a fazia se sentir como uma princesa. Não pensou
sobre o passado ou o futuro na última hora e adorou. Não ter
a dúvida constante ou o medo interminável em sua mente era
20
Peixes carnívoros de águas quente. São azuis e amarelos, pesam de 7 a 13 kg e são apreciados
enquanto alimento porque têm textura firme e sabor suave.
refrescante e mais, adorava passar um tempo com Lucas. Era
fácil ficar presa no momento com ele. Especialmente sem se
preocupar com o que faria quando estivessem separados. Era
só os dois. Ninguém mais no mundo poderia tomar qualquer
um do outro. Era sua fantasia e ela ia aproveitar antes de ter
que voltar à realidade amanhã.

Saindo da cabine, dirigiu-se a pia de mármore para


lavar as mãos, aproveitando depois para tirar da bolsa um
batom e o pó compacto a fim de retocar a maquiagem. Um
pequeno sorriso permaneceu em seu rosto enquanto
analisava e se certificava de que estava perfeita. Lucas não
fez nada além de fazê-la sentir que era a mulher mais linda
do mundo. Com sua constante necessidade de tocá-la e seus
beijos suaves, o mínimo que podia fazer era ter certeza de que
estava bem para ele.

Fallon olhou para baixo, lavando as mãos novamente


quando outra porta se abriu e uma pessoa aproximou-se da
pia. Por um canto do olho, Fallon notou que a mulher estava
muito grávida, e um sorriso lhe apareceu no rosto. Olhou
para cima e perguntou à mulher de quantos meses estava,
mas as palavras ficaram alojadas em sua garganta. Pois a
mulher ao lado de Fallon não era apenas outra mulher
grávida.

Não, foi a mulher que lhe tirou a felicidade.

Era Allison.
Os olhos de Fallon se arregalaram enquanto encarava a
mulher que costumava ser sua melhor amiga.

Tropeçou e viu a boca de Allison se abrir e sua mão vir


cobri-la. Fallon não podia acreditar no que estava
acontecendo. De todos os restaurantes em Palo Alto, Lucas
tinha que trazê-la justamente para aquele, que se encontrava
a mulher que arruinou a sua vida.

—Fallon. — Allison engasgou. Ouvir o seu nome saindo


de sua boca era como uma facada no seu coração. Fallon
tinha amado Allison como uma irmã, e quando a encontrou
com Lucas, foi a traição final. Não só tinha perdido o amor de
sua vida, mas também perdeu sua melhor amiga.

—Uau, não acredito que seja você. — disse Allison. —Eu


não a vejo há anos.

Fallon desviou o olhar para o grande espelho que se


encontrava sobre a pia. Olhando para o seu reflexo e de
Allison, fez um esforço para não chorar ou atacá-la. Raiva a
preenchia da cabeça aos pés, enquanto olhava no espelho.
Como pode, a pessoa que arruinou a sua vida estar tão
incrível e perfeita?

Allison usava um bonito vestido de gestante vermelho


com saltos pretos brilhantes. Cabelo castanho escuro em um
penteado estilo intrincado, e a maquiagem feita
profissionalmente. Fallon percebeu a enorme pedra no seu
dedo anelar, não sendo o único diamante que enfeitava o seu
corpo. Eles estavam por toda parte. Nas orelhas, pulsos,
pescoço, estava toda coberta de diamantes caros e bonitos.

—Como tem passado? — Allison perguntou, e Fallon


sentiu que o seu temperamento estava prestes a surgir.

—Não fale como se você não tivesse arruinado a minha


vida. — Fallon surtou. Após as palavras deixarem sua boca,
se odiou por ter dito. Por que diria isso a Allison? Por que a
deixou saber que tirou tudo dela?

—Oh, Fallon, por favor não me diga que ainda me odeia


depois de todo este tempo? Foi há muito tempo. — Allison se
manifestou, as mãos repousando sobre a sua linda barriga
grávida. —Nós duas mudamos. Olhe para você, está linda e
sei que está fazendo maravilhas no seu negócio. Jamar, meu
marido, simplesmente pediu uma garrafa do seu vinho ontem
para o nascimento do nosso filho.

Fallon balançou a cabeça, tentando respirar. Ficou tão


brava por apenas está ali sem dar a Allison o desprezo que
merecia. Não praticou repetidamente? Não treinou o que dizer
após todos estes anos sem vê-la?
—Sinto muito, mas não consigo esquecer que você tirou
o amor da minha vida. — Fallon disparou.

—Fallon, eu não fiz isso.

—Você acha que não? — Fallon surtou.

—Nós só tivemos um encontro depois que você fugiu


para o Tennessee e, ele nunca mais falou comigo novamente.

—Mas, você ainda dormiu com ele e nos separou! —


Fallon gritou. —Você fez isso de tal forma que não conseguia
olhá-lo.

—Foi você quem correu. Eu era jovem e estúpida.


Estava convencida que precisava dormir com todo o atleta
famoso que conseguisse. Lucas teria sido meu prêmio se
tivesse rolado, mas isso não aconteceu. Então, por que você
ainda está mantendo este intenso rancor em relação a mim?

Fallon estava chocada com sua audácia fingindo que


nada aconteceu entre ela e Lucas. Allison achou que estivesse
inventando tudo isso? Que estivesse imaginando-os na cama?

—Eu a vi na cama com ele.

—Bem, sim, eu tentei, mas não aconteceu nada. Ele


desmaiou antes que pudesse acontecer qualquer coisa.

—O quê? — Fallon disse. O coração batendo tão forte


que tinha certeza que Allison estava ouvindo.

—Sim, nós nunca dormimos juntos. Só nos beijamos


antes dele desmaiar chamando por você. Estava uma
bagunça, e eu me deitei ao lado dele, esperando que
acordasse e perguntasse se eu brinquei com ele, mas não o
fez, e eu adormeci. Estou surpresa dele não ter contado.
Sempre me perguntei por que desapareceu do jeito que fez.

Fallon beliscou a ponte do nariz. Isto não podia estar


acontecendo. Não foi do jeito que imaginou. Sempre imaginou
que haveria uma briga entre ela e Allison, e não que ficaria ali
ouvindo como seu marido comprou o vinho de Fallon para o
nascimento de seu filho ou pior, que nunca havia dormido
com Lucas. Que porra? O destino que antes trabalhou para
mantê-los separados estava agora tentando juntá-los?

—Você nunca dormiu com ele. — afirmou, não


perguntou, mas realmente queria saber.

—Não, eu tentei e sei que você me odeia por isso, mas


realmente, isso foi há muito tempo. Éramos tão jovens e
estúpidos. — disse Allison. Deu um pequeno sorriso e Fallon
queria arrancá-lo de seu rosto. —Ele nunca foi a pessoa certa
para você.

—Como você sabe?

Allison deu-lhe um sorriso condescendente.

—Porque se fosse, não a teria traído.

O sangue de Fallon ferveu e juntou toda a paciência que


tinha para se virar e ir embora. Allison não tentou impedi-la,
não disse mais nada, nem quando Fallon empurrou as portas
e voltou ao seu lugar, junto a Lucas. Lágrimas saltaram dos
olhos, e seu peito subia e descia tão rápido que parecia está
tendo um ataque de pânico. Sabia que Allison estava certa.
Se Lucas a amasse, nunca teria feito o que fez. Bêbado ou
não, deveria manter-se fiel.
Esta seria sua última noite com ele. Era tudo o que
podia se permitir. Um relacionamento entre eles seria uma
mentira, porque não importa o quê, nunca seria capaz de
confiar nele novamente.

Não importa o quanto quisesse.

Lucas estava começando a ficar preocupado.

Fallon estava no banheiro há tanto tempo que Lucas


estava começando a achar que tinha fugido. Finalmente a
viu, atravessando a pista de dança, andando rapidamente em
sua direção. Parecia preocupada enquanto caminhava através
dos muitos casais dançando. Ela tirou o cabelo do rosto antes
de olhá-lo.

Quando seus olhos se encontraram, parou e um


pequeno sorriso nervoso veio aos lábios. Ele devolveu o
sorriso, esperando que se aproximasse, mas não se mexeu.

Lucas viu como sorriu sedutoramente antes de franzir


os lábios e mover os quadris para a música. Sentiu-se louco,
assistindo seus quadris se moverem de um lado para o outro
de uma forma tão sedutora. Seus olhos se reencontraram
novamente, e fez um gesto com o dedo para que se juntasse a
ela. Estava tão hipnotizado por sua beleza, sua sensualidade,
sua perfeição, que rapidamente deixou a mesa e cortou a
distância entre eles, tomando-a em seus braços. E enquanto
Usher cantava sobre ir devagar, Lucas pressionou o corpo
contra o de Fallon, as mãos viajando de suas costas até sua
bunda voluptuosa. Ela sorriu então apertou sua bunda
suavemente, a pressionando em seu eixo duro.

Fallon mordeu o lábio, enquanto olhava em seus olhos.


Quando a mesma boca marota começou a falar as palavras
impertinentes da canção, Lucas não sabia o quanto mais
poderia suportar. Ela era muito sexy.

—Eu vou te enlouquecer, eu vou. — Lucas respondeu e


Fallon sorria largamente. Se lembrou de quando estavam em
seu escritório e ele disse o mesmo para ela. Sabia que era
verdade. Ele era o único que a levaria ao ponto de não retorno
e depois trazê-la de volta, só para levá-la novamente. Fallon
virou-se em seus braços, movendo a bunda contra sua pélvis
enquanto suas mãos tremiam contra seus quadris. Fallon era
uma dançarina incrível, e quando a música certa tocava,
sinceramente, poderia fazer um homem gozar apenas se
movendo contra ele.

Quando a música terminou e uma lenta começou, Lucas


virou Fallon antes de trazê-la para junto dele, fazendo
carinho com seu nariz no cabelo. As mãos de Fallon
passaram pelos músculos das costas e ficaram em volta de
seu pescoço, então correu o nariz ao longo de seu queixo.
Quando recuou um pouco, Lucas viu que seus olhos estavam
cheios de lágrimas, mas antes que pudesse perguntar, o
beijou. Enquanto seus corpos se moviam lentamente um
contra o outro, seus lábios dançavam a sua própria maneira.
Moveu a língua contra a dele lentamente, mordendo seu lábio
inferior suavemente. Os dedos apertaram seu pescoço
quando se separaram e pôs a cabeça no seu peito. Lucas
fechou os olhos, adorando a sensação de tê-la em seus
braços.

Quando ouviu a música que estava tocando, soube por


que estava chorando. Lembrava da canção como se fosse
ontem. Ela estava tocando quando partiram para o aeroporto
para que pudesse sair em uma viagem. Por que escolheu a
canção popular por Boyz II Men, nunca entenderia. A canção
era sobre o rompimento do casal, e não sobre um estar longe
do outro por um período de tempo. Realmente não pensou em
nada disso até o dia que descobriu que o havia deixado.
Lembrava-se de estar sentado em seu quarto, a música se
repetindo e com uma garrafa de Grey Goose na mão,
enquanto cantava e bebia até desmaiar. Foi o tempo mais
escuro da sua vida e odiava relembrar, mas era inevitável
com a música tocando e Fallon em seus braços. Não tinha
ouvido essa música desde então, e se assustou por ouvi-la
agora. Lucas não queria chegar ao fim da estrada com Fallon.

Queria viver sua vida toda com ela.

Lucas abraçou Fallon tão perto quanto podia, a beijando


durante a canção, enquanto seu coração batia tão forte que
jurou que ela podia ouvi-lo. Ela não sabia o que fazia para
ele, não percebia que era a única pessoa que poderia tornar
sua vida completa. A amava, e sempre a amaria.

Não podia perdê-la.

A banda parecia ter adivinhado o seu humor, porque a


próxima canção era outra música sensual. Lucas levou os
quadris de Fallon em suas mãos e balançando-os de um lado
para o outro, e ela correu as mãos para baixo de seus braços.
Quando se olharam seus olhos estavam cheios de luxúria,
Lucas não conseguia respirar com o ar crepitando ao redor
deles.

Sim, tinha que tê-la agora.

—Não estou faminta de comida. — disse Fallon, atando


os dedos com o seu.

—Sim, nem eu. Vamos. Agora.

Foi uma viagem de carro cheia de tensão sexual. Fallon


tremia de antecipação e não podia esperar para estar na
cama com Lucas. Ele estacionou o carro e ela saiu
rapidamente, esperando o fazer o mesmo. Lucas a pegou
quando estava dando a volta em sua BMW preta. A empurrou
contra o capô do carro caro e levantou sua saia, esfregando-
se em seu clitóris dolorido. Dançar com Lucas era mágico e
erótico, tudo em um. Ela amou cada minuto, mas tinha
certeza que ia amar o que estava prestes a fazer com ela,
contra o carro. Os dedos de Lucas dançaram ao longo dela,
antes de puxar sua calcinha fora do caminho e mergulhar
dois dedos dentro. Esfregou seu clitóris primeiro, fazendo-a
ofegar. Seu sorriso misturando-se com seu suspiro antes de
levar os lábios aos dele.

Ele a beijou longamente enquanto movia seus dedos ao


redor de seu clitóris dolorido. Ela começou a mover seus
quadris, precisando do orgasmo que estava prestes a lhe dar.
Quando parou, Fallon soltou um grito de angústia, mas
depois caiu de joelhos, rasgando sua tanga e a levando em
sua boca.

Seus gritos não eram mais aflitos, pareciam mais altos e


necessitados. Ele dirigia sua língua ao longo de seus lábios
inchados puxando para trás e movendo suas pernas sobre
seus ombros para que apoiasse seus pés. Fallon caiu para
trás no capô do carro e olhou para o céu escuro enquanto ele
dava prazer da maneira mais incrível com a boca. Deslizou os
dedos dentro dela, enquanto continuava a invasão de seu
clitóris com a língua. Fallon estava ofegante, tentando manter
a calma, mas era tão difícil.

Lucas vivia em uma área muito isolada, mas ainda


assim, tinha vizinhos em algum lugar. Com apenas um
movimento mais da sua língua, a teve gozando e gritando tão
alto que tinha certeza que todas as pessoas no Tennessee
podiam ouvi-la.

—Oh, Deus, você é tão gostosa. — Lucas disse


rispidamente antes de a levantar e colocar suas pernas em
sua cintura. Fallon sentou-se, rasgando sua camisa tentando
tirá-la e tirou seu paletó jogando-o em cima do carro. Ela
correu as mãos em seu peito esculpido antes de tomar um de
seus mamilos em sua boca. Correu a língua ao longo do pelo
de seu mamilo deixando duro, antes de mordê-lo. Lucas
sugou o ar com todos os dentes, causando um ruído
sibilante, enquanto continuava a morder e lamber o seu
peito. A mão de Lucas subiu para seu cabelo e ela levantou o
rosto de seu peito para encontrar sua boca. Tinha uma boa
aderência do seu cabelo, e a outra mão correu de sua
garganta até o topo do vestido que puxou para baixo,
segurando um de seus seios na mão grande, e
grosseiramente amassava e massageava o peito dolorido, e
sua boca continuava a comer a dela. Fallon corria a língua ao
longo de seus lábios antes de escorregar suas próprias mãos
para baixo de seu corpo alcançando a frente de sua calça.
Rapidamente, o desabotoou e tirou seu pênis duro e
inchando em sua mão. A respiração de Lucas estava quente
contra os seus lábios, enquanto movia sua mão para cima e
para baixo em sua ereção pulsante. A beijou duas vezes antes
de descer os lábios para a cavidade de seu pescoço, onde a
mordeu suavemente, fazendo-a se contorcer debaixo dele.
Quando não aguentava mais e percebendo que estava pronto,
o guiou lentamente, polegada por polegada dentro dela.
Soltou um gemido baixo e gutural contra a sua mandíbula e
ela começou a balançar contra sua magnífica masculinidade.

Fallon sabia que era a última vez, então ia fazer valer a


pena. Ia amá-lo com intensidade, apenas para levar este
momento para o resto de sua vida. Lucas mergulhou
profundamente com cada pressão rítmica enquanto ela
perdia o fôlego. Foi tão intenso, tão perfeito, que trouxe
lágrimas aos olhos de Fallon.

Ela sentiria falta disso.

Sentiria saudades dele.

Quando gozou, foi muito intenso, lágrimas escorrendo


pelo seu rosto enquanto suas unhas arranhavam seu bíceps.
Fallon estava desorientada, mas isso não a impediu de fincar
os calcanhares contra seus ombros, levantando as ancas,
assim poderia ir mais fundo. Lucas olhou em seus olhos com
fome e um sorriso maroto, aproximando seus lábios.
Começou a empurrar e os únicos sons que foram ouvidos,
além de sua respiração e do oceano, foram os tapas altos de
seus corpos colidindo.

Fallon estava no céu. Lucas era um Deus do sexo e ela


não se cansava.

Ele empurrou mais duas vezes antes de bater as mãos


contra o capô do carro em seu próprio clímax. Seu gemido
estimulando Fallon a manter-se rolando contra ele, na
esperança de fazer seu orgasmo durar mais tempo. Quando
se calaram, Fallon deitou e sentiu a ascensão e queda de seu
peito. Olhou para o céu cheio de estrelas e não pode deixar de
sorrir.

—Contra um carro? — ela perguntou com riso na em


sua voz.

Sentiu sua risada contra seu corpo, sua boca ainda no


pescoço.

—Não é a primeira vez.

—Verdade.

—Não será a última vez, também.

Fallon respirou fundo enquanto as lágrimas enchiam


seus olhos novamente.

Seria a última vez.


Mais tarde, naquela noite, Fallon descansou contra o
peito de Lucas, ouvindo sua respiração rápida. Eles foram
para a sala de estar e transaram novamente. Foi glorioso e
estava certa que Lucas não tinha escrúpulos em usar sua
boca talentosa. Sim, era gritão e muito arrogante, mas
quando sua boca entrava em ação, o achava perfeito. Era um
amante perfeito. Generoso e tinha compaixão enquanto
transava de forma dura e áspera, da maneira que gostava.
Estava com um sorriso satisfeito em seu rosto, deslizando
seus dedos para cima e para abaixo em seu estômago.

—Bem, isso foi fantástico. — disse Lucas, causando um


sorriso em Fallon.

—Basicamente. — disse calmamente e o seu braço veio


ao seu redor, a pressioná-la mais perto dele. —Você me
deixou ao ponto de inanição.

Lucas riu quando a beijou.

—Eu deixei?

—Sim e eu tenho certeza que eu não vou poder andar


direito amanhã.

—Bom. — ele riu dando um tapa em sua bunda nua.


Fallon deu um pequeno grito antes de afastar-se dele e pegar
seu vestido preto. Sentiu seus olhos nela enquanto abotoava
cada botão e quando o olhou, viu a luxúria circundando e
soube que teria de sair dali, ou nunca seria capaz de comer.

Fallon andou lentamente para a cozinha com Lucas


observando cada um de seus movimentos. Olhou a geladeira
e viu que tinha um frango marinando em uma tigela. Sorriu
retirando a tigela com o frango, cheirou para se certificar se
estava bom. Retirou uma panela e os legumes para fazer um
prato para eles. Em um determinado momento parou para
verificar Lucas e o viu ainda vigiando cada um de seus
movimentos, quando seus olhos se encontraram, sorriu
carinhosamente para ela. Se virou sentindo-se mal por isso.
Amanhã, tudo será tão difícil quando for embora, mas não
ficarei pensando nisso, irei aproveitar o tempo que tenho.

Ela estava mexendo o frango quando Lucas disse:

—Ele morreu de ataque cardíaco.

Fallon olhou e viu Lucas em pé, ao lado do balcão,


apenas de cueca boxer branca.

Claro, parecia um maldito modelo de cuecas. Fallon teve


realmente que se forçar a olhá-lo e não ao seu pacote.
Senhor, ele era gostoso.

Limpou a sua garganta, jogando alguns legumes na


panela antes de dizer:

—Quem?

—Meu pai. Ele morreu de ataque cardíaco na nossa


garagem, um dia antes de meus 18 anos. — disse.

Fallon congelou.

Ah não, não, não, não. Não podia fazer isso.

—Lucas, você não tem que me dizer isso.

Lucas assentiu com a cabeça.

—Sim. Quero que você saiba de tudo.


Ele respirou profundamente antes de olhar para ela.
Fallon desligou o fogão e se dirigiu ao balcão, enquanto Lucas
se inclinava para ficar em frente a ela. Cruzou os braços
contra o peito, antes de olhar para o chão. Ela queria saber o
que aconteceu, mas merecia saber, enquanto planejava
deixá-lo? Merecia o direito de saber tudo, quando sabia que
não haveria futuro, fora Aiden, para eles?

Antes que pudesse detê-lo, disse:

—Eu me lembrei de olhar pela janela, porque o ouvi lá


fora. Eu sabia que estava recebendo o correio porque tinha
solicitado alguma coisa para me dar no meu aniversário.

Um pequeno sorriu formou-se em seus lábios.

—Foi essa vara incrível, que eu nem percebi que foi


entregue até uma semana após sua morte, mas de qualquer
forma, o vi se dirigir a caixa de correio, e então parou. Eu
presenciei o terrível olhar que surgiu em seu rosto e me
levantei. Quando caiu, eu já estava na porta, correndo na
garagem para ele.

Fallon cobriu a boca com a mão enquanto respirava


rapidamente. Lucas demonstrava uma crua emoção em seu
rosto, e Fallon viu as lágrimas que cobriram seus olhos.

—Eu gritava: 'Pai? Pai, acorda!', quando minha mãe veio


correndo para a garagem. Ele morreu instantaneamente e
acho que a mãe percebeu porque tentou me afastar, mas eu
não o deixava. Eu tentei me aproximar mais dele, mas minha
mãe tinha um punho de ferro em mim. A única razão que
parei de lutar contra foi porque notei que meus dedos
estavam sangrando. Eu tinha duas das minhas unhas
arrancadas e o resto estavam tão irregulares que durante o
funeral continuei correndo meus outros dedos ao longo delas,
sentindo os contornos e os ferimentos graves dos cortes.

Lágrimas correram pelas bochechas de Fallon enquanto


observava Lucas passar seu polegar ao longo de seus dedos
enquanto lhe contava. O viu fazendo isso muitas vezes antes,
mas agora compreendia o porquê disso, e a destruiu por
dentro.

—Silenciei em minha dor e não contei a ninguém como


me sentia, morto por dentro. Meu pai era meu melhor amigo,
meu treinador, a única pessoa que me entendia. Perdê-lo foi
quase tão ruim quanto te perder.

—Foi pior, Lucas. —ofegou, passando a mão ao longo de


suas bochechas para limpar as lágrimas.

—Não. — disse rapidamente. —Quando te perdi foi por


causa da minha estupidez.

—Pare Lucas, você está me matando aqui. — disse


Fallon, olhando para longe. Lucas veio até ela, passando
entre as pernas e inclinando a sua cabeça contra a dela. —
Sinto por seu pai, gostaria de tê-lo conhecido.

Lucas assentiu com a cabeça contra a sua testa.

—Eu também, ele teria amado tanto você e Aiden.

O coração de Fallon doeu quando o envolveu em seus


braços.

—Sinto muito.
—Eu sei que ainda não disse que me daria outra
chance, mas espero que saiba o quanto eu sinto e que nunca
mais machucarei você novamente.

Fallon suspirou antes de dizer.

— Sei Lucas e acredite em mim, tanto quanto quero


confiar em você, é tão difícil.

Lucas assentiu enquanto encostava seus lábios contra


os dela.

—Nós só teremos que trabalhar em seus problemas de


confiança.

—Nós? — Perguntou, porque não era esse o problema?

—Sim, quando você concordar em me dar outra chance,


não serei apenas eu, mas nós. Sempre e para sempre.

Lucas a olhou e o coração de Fallon doeu. A queria


tanto, e ela o queria, mas como? Como algo poderia funcionar
quando tudo estava contra? Fallon envolveu seu rosto em
suas mãos, e ele colocou suas mãos sobre as dela. Então
virou o rosto, mordendo a palma de sua mão.

Olhou para ela enquanto corria a língua da palma da


mão até o dedo anelar, onde mordeu suavemente. Fallon
respirou fundo, ficando mais molhada, no segundo que teve a
visão de sua boca nela. Mordeu da palma da mão para o
pulso, onde deixou uma bela marca antes de sorrir para ela.

—Quero te comer .— Sussurrou contra o seu pulso.

Era difícil Fallon formar palavras quando a olhava


assim, com tanta fome em seus olhos, lentamente, abaixou
para o braço e ao longo de seu ombro. Adorava quando a
mordia, isso a enlouquecia. Fallon afastou para o lado os
seus problemas e focou-se apenas em sua necessidade.
Amanhã se preocuparia, esta noite era para apreciar o amor
que existia entre eles.

Então tudo terminaria amanhã.

—Oh Senhor, por favor. — disse sem fôlego.

—Estamos pulando este jantar?

Concordou com a cabeça.

—Estamos ignorando isso.

Lucas acordou com o som de Fallon, movendo-se em


torno do quarto. Estava vestida com um par de calças de
brim e seu velho Stanford tee, enquanto continuava pondo as
coisas em sua bolsa. Enquanto esfregava os olhos, pensou
em reclamar por não estar aconchegada contra ele, mas
então percebeu que Fallon fazia as malas.

Rapidamente.

O pulso de Lucas acelerou, pois o que fazia tornou-se


evidente. Tentava ir embora sem dizer adeus.

—Você nunca ia me dar outra chance, não é? —


Perguntou após observá-la por um momento. Fallon o olhou
assustada antes de olhar para suas coisas, que estava
colocando na mala. Saindo da cama e puxando um par de
boxers, depois voltando seus olhos para ela.

—Eu não disse isso. — respondeu numa voz fria. Disse


pegando algumas roupas íntimas jogando-as na mala.
—Você não precisa. Posso dizer pelo jeito que está
agindo. Posso dizer pela forma como rapidamente fez as
malas, esperando não me acordar.

—Não, eu tenho um voo cedo.

—Fallon, olhe para mim. — disse.

O olhou e ele poderia afirmar que já tinha decidido ir


embora.

Sem lhe dar uma chance.

—Eu lhe mostrei meu coração, te contei tudo.

—Eu sei, e aprendi muito, mas não consigo superar


meus problemas de confiança.

—Eu disse que não sabia o que estava fazendo! — Lucas


gritou, surpreendendo-a. O olhou, e sabia que tinha ouvido o
desespero em sua voz. —Não queria dormir com ela, Fallon.

—Você não dormiu. — ela sussurrou, virando todo o seu


corpo para enfrentá-lo.

—O quê?

—Você não dormiu com ela. Desmaiou antes mesmo de


acontecer qualquer coisa.

O quê disse?

Com certeza ele não a ouviu direito.

—O quê?

—Eu a vi ontem à noite e ela me contou, mas mesmo


assim, passei os últimos sete anos odiando o que você fez
comigo. Me culpando e descobrindo que você estava doente, e
depois, que nunca dormiu com ela. — balançou a cabeça
lentamente e continuou. — Sinto que tudo conspira para nos
manter separados. Que não fomos feitos para ficarmos
juntos.

Lucas deu um passo em sua direção.

—Mas estamos juntos agora.

—Não, estamos destinados a criar Aiden juntos. Mas


não devemos ficar juntos.

Lucas balançou a cabeça.

—Você está delirando! Se isso fosse verdade, você não


teria dormido comigo. O que, você me usou?

Fallon revirou os olhos.

—Por favor, você veio até mim e eu não pude resistir.


Não nego que te quero Lucas, eu quero, mas não posso fazer
isto.

—Por que? Por que dormiu comigo então?

Fallon encolheu os ombros.

—Dormi com você porque precisava pôr um fim. Este foi


o nosso fim, Lucas. Estamos bem agora.

—Eu não estou! — Lucas gritou, correndo as mãos por


seu cabelo antes de soltar um suspiro.

—Você está. Você vai encontrar alguém, com quem você


vai querer estar.

—Tenho que estar com você!


—Não, você não tem. Se você tivesse então tudo isso não
teria acontecido.

—Isto é besteira. — disse Lucas, entrando em colapso e


caindo em uma cadeira. —Não entendo. Você está tentando
me machucar? É isso que você está fazendo?

Fallon balançou a cabeça.

—Não, estou tentando protegê-lo. Não posso me entregar


completamente, porque não confio em você. Estou bem,
quando é só você e eu nesta casa, mas isso não é real. Nós
dois temos vidas, e constantemente estarei preocupada com
você transando com outra enquanto estiver fora. Não consigo
fazer isso Lucas. Não posso.

—Você não vai mesmo me dar uma chance!

—Porque já me queimei com você. Sim, a situação


estava mal, então, mas você destruiu nosso vínculo. Estou
com muito medo.

Um longo momento passou enquanto se encaravam. Os


olhos da Fallon encheram-se de lágrimas enquanto os de
Lucas demonstravam derrota. Sabia que a estava perdendo.
Fallon virou-se pegando sua mala para sair. Quando o olhou,
ele olhou para o chão, tomando outra respiração profunda,
disposto a não chorar.

—Sinto muito, Lucas. — Fallon chorou suavemente.

Lucas a olhou, suas próprias lágrimas enchendo seus


olhos.
—Eu também, Fallon. Eu também.Ele a deixou ir. Não
conseguiu fazê-la ficar e já tinha implorado.

O que mais poderia fazer?


Lucas estava uma bagunça.

Não somente porque estava no box de penalidades por


quatro vezes, mas não conseguia parar de pensar em Fallon
enquanto despejava toda a sua frustração em todos os
jogadores do Sharks. Se não os estava atirando contra as
placas, esmagava seus rostos com o punho.

Lucas estava de mau humor.

Quando foi para o banco cumprir sua penalidade, um


dos jogadores riu, e Lucas virou-se para enfrentá-lo.

—Tem algo a dizer, Bishop? — Lucas zombou enquanto


mudava sua direção para ir em direção a seu velho amigo do
Sharks.

—Sim, dê outro golpe no meu goleiro e eu vou acabar


com você, seu ...—

Bishop disse apenas a primeira parte da ofensa antes do


punho de Lucas atingir seu rosto. Bishop foi ao chão e antes
de Lucas ir atrás dele, Jakob e Phillip o seguraram enquanto
os árbitros andavam em torno soprando esses apitos
estúpidos.

—Vocês dois, banco! — Disse um dos árbitros. Lucas


encolheu os ombros e andou em direção ao banco
novamente, antes de tomar um assento ao lado do atendente.

—Não é seu jogo hoje à noite, hein Brooks?

Lucas balançou a cabeça.

— Não é bem assim.

—Parece que Bacter está chateado. — disse o atendente.


Lucas olhou através do gelo onde treinador Bacter estava
jogando sua prancheta e agitando os braços acima da cabeça.

—Acho que você está certo. — Lucas disse encolhendo


os ombros antes dar um longo suspiro. Quando se inclinou
contra a parte de trás do banco de penalidade, pessoas
bateram seus punhos contra ela, tentando provocá-lo.
Sabendo que não podia lutar contra um fã, deu outra longa
respiração e fechou os olhos.

A imagem de Fallon saindo de sua casa em um táxi


surgiu e Lucas abriu novamente seus olhos. Não conseguia
lidar com essa imagem, mas não impediu que ainda estivesse
lá. Seu rosto banhado em lágrimas o perseguia, e odiava que
estivesse fazendo isso com ele. Foi vingança? Foi dessa forma
que planejou machucá-lo? Contou tudo, basicamente abriu
seu coração novamente e o desprezou. Tudo porque dizia não
confiar nele, o que era uma mentira! Ela nem sequer tentou!
Nem sequer lhe deu a chance que merecia!

Ele não a traiu!

Lucas atirou seu taco, retirou suas luvas e correu as


mãos pelo seu cabelo. Estava tão louco, tão magoado que
queria sair e ir para casa. Queria marchar até a porta da
frente, golpeá-la até que Fallon a abrisse, e então, agarrá-la e
fazê-la gozar tantas vezes até que percebesse que havia
cometido um erro. Ela não percebeu que a amava? Ele falou?
Não, droga, não falou! Provavelmente também jogaria isso na
sua cara. Ela o deixou louco.

E ainda sentia tanto a sua falta.

Fallon não retornou suas ligações e quando toda noite


falava com Aiden, ele dizia que Fallon estava trancada em seu
quarto. Seu coração doía para estar com ela, sentia sua falta
mais do que tudo e desejou que não fosse tão difícil. O que
precisava fazer? Deixá-la sozinha?

Precisava desistir e encontrar outra pessoa?

Lucas zombou.

—Como se isso pudesse acontecer.

—O que foi filho? — perguntou o atendente.

—Nada, sinto muito. Pensando em voz alta. —disse


pegando suas luvas e taco.

—Bem pare de pensar no que quer que seja, que esteja


pensando. — O atendente jogou a porta aberta e Lucas
patinou para fora quando Shea passou o disco para ele.
Lucas entrou na zona de tiro. Errou, mas felizmente,
Anderson teve o rebote e marcou! Enquanto os caras se
envolviam um abraço viril, Lucas não entrou no clima.
Marcando no gelo, (e fora esse assunto) sempre se destacou
no hóquei e teve uma ajuda para conseguir chegar onde
chegou, então por que não se sentia feliz?

Porque sentia falta dela.

Lucas balançou a cabeça enquanto patinava para o


banco, saltando sobre o quadro antes de tomar um assento
ao lado de Shea. Shea tocou-o no capacete antes de encostar-
se contra as placas e olhar para o gelo.

—Você parece um pouco irritado esta noite. — observou


quando Lucas ficou na mesma posição que estava.

—Algo que você precisa discutir tomando uma cerveja


hoje à noite?

—Não bebo. — disse Lucas.

O orgulho o preencheu do jeito que sempre fazia quando


se recusava a beber com os caras. Isto significava muito
porque nunca pensou que poderia recusar depois que Fallon
o deixou pela segunda vez, mas parecia que podia. Ele
realmente estava curado do alcoolismo o que era uma bênção
por tudo em si.

Shea assentiu com a cabeça.

—Esqueci, sinto muito. Que tal algum refrigerante?

Lucas balançou a cabeça.

—Estou bem.
—Bem como seu Capitão, você tem que me dar uma boa
razão para você tentar matar quase todos os jogadores dos
Sharks hoje à noite. É ódio pelo time que você deixou, ou é
Fallon? Ou talvez Aiden, eles estão bem?

Lucas balançou a cabeça novamente.

— Não odeio os Sharks, e Aiden está bem. Fallon por


outro lado, é uma grande dor de cabeça.

Shea riu.

—A maioria das mulheres é. A minha especialmente.

Lucas zombou.

—Nós dois sabemos que não quis dizer isso.

—Eu quis, e vou te dizer o porque, no caminho de casa


esta noite. Sente-se ao meu lado. —disse Shea.

Lucas assentiu.

—Certo.

—Haksson está indo bem. — observou Shea e Lucas não


poderia discordar. Felizmente, o goleiro tornou-se confortável
e estava realmente indo muito bem.

—Tomara que continue assim. — disse Lucas, e acenou


com Shea. —O novo garoto me assusta.

Lucas e Shea olharam para onde sentava o goleiro


reserva. Seu nome era Odder ou Offer, ou algo assim, que
Lucas não estava entendendo. Sabia que o garoto era
inexperiente e parecia muito assustado.
—Eu sei, parece assustado até a morte. — Shea disse
antes de olhar para o gelo.

—Ele está, pobre garoto. — murmurou Lucas, enquanto


o treinador Bacter chamava sua linha.

—Não se coloque mais no banco, Brooks. — Bacter


gritou enquanto Lucas saltava sobre o tabuleiro e patinava
para sua posição. Lucas assentiu e pensou que talvez
tentasse não ir para o banco, mas não estava prometendo.

Que jogo. Que jogo terrível e horrível.

Os Assassins ganharam, mas foi por pouco. Haksson foi


para bloquear um tiro e caiu depois de começá-lo. Todo
mundo ficou preocupado, mas Haksson disse estar bem,
então começaram a jogar. Depois disso, Haksson deixou
quatro gols entrar, dando aos Sharks uma vantagem de um
ponto antes de admitir que estava sentindo uma dor extrema.
Lucas ficou de pé observando levarem Haksson fora do gelo, e
o novo garoto patinou para substituí-lo.

Lucas balançou a cabeça para o rapaz, sabendo que


iriam perder.

Mas não.

O garoto bloqueou todos os tiros e com dois gols de


Phillip Anderson, os Assassins ganharam. O novo garoto
também deveria agradecer. Os tiros a gol foram difíceis e
deveriam ter entrado, mas o garoto se movia como ninja e
pegava o disco de maneiras que nem Jordan Ryan faria.

Lucas não tinha nada para se preocupar.


O garoto era basicamente um goleiro ninja.

Lucas sentou-se ao lado dele com Shea do outro lado. O


garoto estava sorrindo como se tivesse acabado de dormir
com Heidi Klum, enquanto Lucas tirava a camisa cheia de
suor antes de olhá-lo.

—Então, qual é seu nome? — Lucas perguntou.

O garoto olhou e sorriu. Fez se sentir como um


dinossauro com seus olhos azuis brilhantes e cabelo
descolorido. Tinha um rosto tão jovem e uma pequena falha
nos dentes. Uma aparência de garotão e fazia Lucas se sentir
muito velho.

—Tate Odder.

E ele tinha sotaque. Um forte.

—Você fala inglês?

Tate abanou a cabeça.

— Não muito bem. Estou aprendendo.

Ah Deus.

—Bom, bom trabalho esta noite. — disse Lucas,


batendo-lhe no ombro. Ele não achou que tivesse batido tão
forte, mas Tate deslocou-se um pouco para frente antes de
olhar para o Lucas com um sorriso nervoso.

—Obrigado. — ele disse enunciando cada letra.

Lucas balançou a cabeça antes de encontrar o olhar de


Shea.

—Deixe-o em paz.
—De onde ele é?

—Suécia. É um bom garoto.

—É um bebê, e não fala nada de inglês. — Lucas


sussurrou.

Shea abanou a cabeça.

—Ele está bem e está aprendendo, e salvou a nossa


pele, seja gentil.

—Tanto faz.

Shea riu enquanto se levantava despindo-se. Lucas se


levantou também, tirando os calções, então Shea segurou-lhe
no ombro. Ele se encolheu sentindo dor, antes de perceber a
marca do calcanhar que Fallon tinha deixado nele.

—O que diabos é isso? Oh, há duas. —Shea disse


olhando o outro lado.

—Sim, não é nada. — disse Lucas, sentando-se. Não


queria pensar sobre elas. Não tinham doído quando estava
fodendo Fallon, mas doíam agora.

Como seu coração.

—Eu sei o que são. São marcas de salto alto. —Phillip


disse através do vestiário.

—Brooks teve sorte ontem à noite.

A equipe toda riu, provocando-o e fazendo vaias


enquanto Lucas apenas revirava os olhos. Antes que pudesse
responder, Shea o cutucou, encarando Phillip.
—Sim, algo que nunca acontece para você, hein,
Anderson?— Shea atirou um olhar sujo antes de dizer: —
Calem-se.— Então envolveu uma toalha na cintura e foi para
o chuveiro enquanto o vestiário ficou estranhamente calmo.
Lucas zombou quando olhou para Phillip. Estava olhando as
costas de Shea e Lucas sabia que não diria nada. Não para o
grande capitão Adler. Ninguém sabia, bem exceto Lucas. Não
estava nem um pouco com medo de Shea, mas, novamente,
não era ríspido com Lucas da maneira que foi com Anderson.
Lucas balançou a cabeça enquanto ria.

Shea realmente odiava aquele cara.

—Então por que sua bela esposa está te deixando louco?


— Lucas perguntou, quando caiu no assento ao lado de Shea.
Shea fechou seu laptop enquanto ria.

—Ela está grávida.

Lucas sorriu. —Não pode ser tão ruim. Elli é um amor.

—Pode ser, e pode estar louca. Desde que descobrimos


que o bebê é uma menina, ela tem me deixado louco com
todas as coisas de garotas. Quão difícil poderia ser outra
garota? Já temos uma!

—Outra garota? Isso é incrível Shea. Como vocês vão


chama-la, Sheanana? — Lucas riu.

Lucas pensou ter sido hilário, porém Shea não pensava


assim enquanto Lucas continuava se contorcendo de ri.
Quando finalmente se acalmou, limpou a garganta.

— Má piada, sinto muito.


—Realmente piada de mau gosto. — Shea disse
balançando sua cabeça. —Porque é que, quando começo a
gostar de você, você me irrita?

Lucas encolheu os ombros.

—É meu charme.

—Seu charme, meu rabo. — Lucas riu e no rosto de


Shea um sorriso apareceu. Shea esticou os braços para à
frente antes de dizer. —Então o que Fallon fez?

O sorriso de Lucas caiu e deu um suspiro profundo.

—Eu realmente não quero falar sobre isso.

—Tudo bem, é corrigível.

—Sim, quando ela pensar melhor e ver que pode confiar


em mim e que não vou machucá-la novamente.

Shea assentiu com a cabeça.

—Não sei se ela é como Elli foi, mas eu tive basicamente


que gritar que a amava em sua cara, do telhado e no meio da
arena para aquela garota acreditar em mim. As mulheres são
loucas. — disse com um encolher de ombros. —Fallon é uma
boa mulher e uma boa mãe.

—Eu sei, e a quero tanto, que poderia gritar. Quero


minha família unida. Quero fazer mais bebês. E quero ser
feliz, com ela e Aiden.

Shea encolheu os ombros antes de dizer.

—Então os reúna.

—Quem me dera que fosse tão fácil.


—Só não desista. — Shea disse sinceramente. —Vocês
ficam bem juntos.

Lucas sorriu enquanto assentiu.

—Nós somos bons juntos, quando a cabeça de Fallon


não atrapalha.

Na manhã seguinte, depois de uma longa noite sem


sono, Lucas discou o número de Audrey, já que sabia que
Fallon não responderia.

—Olá, Lucas, querido. — Audrey derramou.

—Ei, como vai?

—Você sabe, vivendo. Quanto a você?

Lucas deu de ombros mesmo que não pudesse vê-lo.

— Uma porra. Sua irmã está me deixando louco.

—Eu sei, faz isso com todos nós. Não ouvi a mais
recente saga de Lucas e Fallon, mas tenho certeza que vai me
dizer em breve. Ela praticamente se trancou no quarto.

—É isso que Aiden disse. Ela não atende meus


telefonemas também.

—Ela é especial, mas nós dois sabemos disso. —


brincou. —Então, o que há? — Perguntou brilhantemente.
Lucas sorriu, Audrey era tão brilhante e borbulhante. Era
difícil não sorrir quando você falava com ela.

—Posso encontrar com você e ver Aiden? Queria levá-lo


à escola. —perguntou Lucas.

—Ele está de folga hoje, alguma coisa de trabalho.


—Uau.

Obrigado por me avisar Fallon, pensou.

—Incrível, posso ir buscá-lo? — Ele perguntou, seu


temperamento crescendo lentamente.

Aquela mulher o deixava louco!

—Certo! Vou falar com Fallon para ter certeza, mas ela
vai estar no trabalho o dia todo, então duvido que vá se
importar. Quando você quer vir buscá-lo?

Lucas pensou por um momento.

—Agora?

Ele não acompanhou o crescimento de Aiden e não


podia esperar para estar com ele, então por que perder mais
tempo quando Aiden estava disponível agora?

Audrey riu antes de dizer.

— Tudo bem, eu vou prepará-lo. Ele vai ficar animado.

—Ótimo, estarei na frente da casa em cerca de 20


minutos.

Audrey riu novamente.

—Sério?

—Estou zangado com ela. — disse Lucas.

—Vocês são um caso perdido. Te vejo daqui a pouco.

Lucas desligou o telefone e não conseguiu se vestir


rápido o suficiente. Foi além de feliz para buscar seu carinha
favorito.
Depois de uma saudação cheia de lágrimas, Aiden
sentou-se no banco de trás falando tão rápido que deixou
Lucas com dor de cabeça, ou talvez o motivo foi por não ter
dormido na noite anterior. De qualquer forma, sua cabeça
latejava. Aiden estava animado contando para Lucas tudo o
que aconteceu na escola e como tinha praticado todos os
dias, e não podia esperar para lhe mostrar seus movimentos.
O coração de Lucas inchou com a menção dele mostrando
seus movimentos. Era algo que costumava dizer para seu pai
todo o tempo, e ouvindo Aiden dizer o mesmo o fez recordar
aqueles tempos com o pai.

Foi uma sensação muito boa.

—Eu vi o jogo em que você estava brigando com todos.


Mamãe te chamou de palerma.

Lucas zombou.

—Ela chamou?

—Sim, também te chamou de infantil hoje. O que isso


significa?

Lucas revirou os olhos, não era infantil.

—Como ela disse isso?

—Ela disse que você era infantil por não ter entrado.

—Quem sabe. — Lucas disse com uma risada, na


esperança de distrair Aiden. Não podia acreditar que Fallon
disse isso. Não era como se estivesse levando Aiden para o
carro, Audrey levou. Se alguém fosse infantil, era ela!

Mulher idiota.
Lucas passou no McDonalds, conseguindo alguma
comida para ele e Aiden antes de voltar para casa. Depois de
comer o café da manhã e ver desenhos animados, os dois
desceram as escadas para jogar hóquei. Aiden não podia
conter sua excitação quando Lucas dirigiu o Zamboni ao
redor da pista com ele no colo. Ele dava gritos altos em cada
turno e falava interminavelmente sobre quão incrível era
montar o Zamboni. Lucas estava feliz por vê-lo tão alegre e
depois de estacionar o veículo, os dois estavam prontos para
entrar no gelo. O ajudou a colocar suas meias e amarrar seus
patins. Aiden estava pegando o jeito para o hóquei e Lucas
não poderia ter ficado mais orgulhoso.

Seu filho estava destinado a jogar hóquei. Igual a ele.

Deslizaram no gelo, aquecendo um pouco, antes de


começarem a dar tiros a gol. Enquanto Lucas observava
Aiden, viu que seu filho tinha praticado e orgulho o encheu
de dentro para fora. Aiden foi perfeito.

—Wow ponto, isso é incrível!

—Não é!? Eu assisto você fazendo isso no YouTube. —


Aiden falou enquanto patinava ao redor um pouco mais
rápido do que tinha feito da última vez que foram treinar.

—Posso dizer, você está fazendo um trabalho incrível,


estou muito orgulhoso de você.

Aiden sorriu amplamente para Lucas antes de dar outro


tiro no gol e ele entrar. Jogou os braços acima da cabeça e
soltou um alto —Pontaria!!— antes de ir ao gol para buscar o
disco. Enquanto Lucas via reunir todos os discos e passá-los
para ele, não parava de pensar em Fallon.

Se deixasse de ser tão teimosa, estaria sentada no


banco, os observando jogar e os animando. Era a mais
incrível namorada que um jogador de hóquei poderia ter e
seria a melhor mãe do jogador de hóquei. Só desejava que
pudessem fazer isso como uma família e não separadamente.
Sentia tanto a sua falta e desejava que estivesse lá em cima
naquele momento, fazendo algo bom para ele e Aiden comer
quando terminassem.

As palavras de Shea voltaram a cabeça de Lucas


enquanto patinava em círculos em torno de discos: não
desista.

E Lucas sabia que não desistiria. Sabia em seu coração


que Fallon era a mulher para ele, e sabia que era o homem
certo para ela. Lucas estava cansado disso. Iria até ela e
exigiria uma segunda chance! Devia isso a ambos. Merecem
um ao outro.

A amava!

Lucas girou rápido, atirando seu taco de volta e


deixando ir batendo o disco mais forte que podia.

Lucas olhou para cima para ver o disco atingir o fundo


da rede, mas isso não aconteceu.

Acertou Aiden.
Fallon estava miserável.

Se sentou com o rosto em sua mesa, concentrando-se


em respirações profundas quando seu telefone tocou, tocou e
tocou continuamente. Onde estava o Rob? Não tinha ideia,
mas não se importava. Ela só queria ficar ali.

Fallon estava convencida de que era a pessoa mais


estúpida do mundo. Como pôde ir embora? Como pôde
machucar Lucas assim? Nunca se arrependeu de nada. Mas
se arrependeu disso.

Deixar Lucas pela segunda vez seria sempre o seu maior


fracasso. Sabia que o orgulho de Lucas estaria agora em
pleno andamento e que nunca teria outra oportunidade de
novo. Basicamente o usou, como ele afirmou. O que achava
que ia acontecer depois de dormir continuamente com ele
todo um fim de semana? Achou que seria capaz de se afastar
e não ser afetada?

Estúpida, Fallon, estúpida!

Fallon estava desolada. Sentia uma saudade feroz, e só


o queria de volta. Tinha uma dor no peito, que parecia
assumir todo o seu corpo. Se sentia vazia. Quando esteve
com Lucas, se sentiu tão incrível, mas agora não sentia nada.
Apenas o vazio. Durante o fim de semana, Lucas a manteve
rindo, sorrindo e, Senhor ele a fez gritar. Foi perfeito e
precisava tê-lo de volta.
Não podia acreditar que foi tão egoísta. Lucas não
merecia isso, não depois de tudo o que compartilhou com ela.
Fallon ainda não confiava totalmente nele, mas estava
disposta a tentar. Sim, tinham um passado, mas não foi tão
ruim. Houve momentos, que ainda hoje, mantinha muito
próximo no seu coração. Não houve um momento em que não
se sentiu amada. Mesmo quando viajava, ele constantemente
ligava só para dizer que a amava. As partes ruins do
relacionamento deles, nem se lembrava mais, bem, exceto a
noite, que o encontrou com Allison. Pensando agora sobre
aquelas discussões sem sentido, decidiu que não foram assim
tão ruins. Pareciam mal na época, mas foi porque odiava
irritá-lo.

Desde que entrou na vida de Aiden, Lucas esteve


presente. Ele foi amoroso, engraçado e, sinceramente, o
melhor pai do mundo. Era tudo que Aiden tinha procurado
em um pai. Foi por isso que foi tão fácil para Aiden se
apaixonar por Lucas. Era adorável. Muito arrogante, mas
adorável e Fallon o amava.

Com todo o seu coração.

Terminou com a amargura, a raiva, tudo. Estava pronta


para perdoá-lo por tudo o que aconteceu. Entendeu que
nunca a traiu, mas que ainda a queria. Independentemente,
estava pronta para deixar isso passar. Para dar uma
oportunidade. Não podia deixar seu passado ditar o seu
futuro. Lucas estava aqui, saudável, e esperava que ainda a
desejasse.
Estava pronta para saltar com ele para o desconhecido,
para correr esse risco, precisava. Sentia tantas saudades
dele. Perdeu seus sorrisos, seus toques de amor brincalhão e
suas risadas, seu tudo. Queria seu fim de semana de volta.
Queria voltar atrás ao momento que saiu da cama para
empacotar suas coisas, em vez disso se enroscar em seu lindo
corpo duro e amá-lo.

Lágrimas surgiram nos olhos e escorreram pelo seu


nariz para a mesa, enquanto tomava pequenas respirações
instáveis. Como podia ser tão estúpida? Como é que diria a
Lucas que tinha sido estúpida?

Provavelmente nem falaria com ela novamente. Ele


ligou, mas só tinha falado com Aiden. Não que atendesse o
telefone para descobrir isso, mas estava muito certa de que
era por isso. Lucas não veio até a porta para pegar Aiden
naquela manhã, para não ter que falar. Estava bravo e tinha
todo o direito de estar.

Fallon se sentou movendo a mão ao longo de suas


bochechas, enquanto usou a outra mão para alcançar um
lenço.

Enquanto assoava seu nariz, a porta se abriu e Rob


entrou. Ele tinha uma camisa rosa brilhante que dizia
‗homens de verdade usam rosa às vezes'. Os gays as usam o
tempo todo com um jeans azul brilhante. Ele ainda combinou
com um blazer preto bonito e o cabelo estava liso. Parecia
positivamente adorável, exceto pelo olhar nervoso em seu
rosto.
—Não atende o seu próprio telefone? — Perguntou.

Fallon encolheu o ombro, limpando a garganta antes de


dizer.

—Estou ocupada.

—Ocupada fazendo o quê?

Fallon olhou para cima, dando um longo suspiro.

— O que você precisa, Rob?

—Seu pai ligou umas 900 vezes. Querendo saber se está


tudo pronto para este fim de semana, para a campanha.

—Claro que está. Porque não estaria? — Fallon


questionou. Sentiu falta de alguma coisa? Ela não trabalhou
nos últimos dias, mas certamente não tinha perdido algo
importante.

—Eu não sei, estava questionando e eu disse que até


onde eu sei, esta tudo bem.

—É tanto quanto eu sei, mas vou conferir tudo outra


vez.

—Tudo bem então. Tudo está bem, certo?

Fallon olhou para ele, colocando um de seus sorrisos


falsos.

—Está tudo bem.

—Ok, bem, eu não estarei no almoço, não se preocupe


com seu telefone. — Rob disse com um sorriso, enquanto se
dirigia à porta.

Fallon riu assentindo com a cabeça.


— Obrigado, Rob.

Ele deu um último sorriso e fechou a porta. Fallon


respirou profundamente, antes de abrir a gaveta de sua
mesa. Tirou as pouco anotações de Lucas e leu cada uma.
Lágrimas encheram seus olhos com cada palavra que lia. E se
não se sentisse mais assim? E se o quebrou quando saiu pela
segunda vez?

O telefone de Fallon tocou, assustando-a e fazendo com


que jogasse as poucas anotações no ar.

Pressionou a mão em seu peito enquanto pegava seu


celular, vendo que era Audrey.

—Ei. — disse, ainda tentando recuperar o fôlego.

—Ei, o que está fazendo? — Audrey cantou, mas Fallon


soube instantaneamente que algo estava errado.

—Nada, trabalho. O que está fazendo?

—Oh, nada. Quando você volta para casa?

—Às quatro. Por quê?

Audrey não disse nada por um momento e depois com


pressa disse.

—Aiden quebrou o braço e preciso que você não surte.

—O QUÊ?!— Fallon gritou, levantando-se e batendo a


cadeira contra a parede. —Como?! Ele está bem? Oh meu
Deus, estou a caminho de casa.

Audrey disse algo, mas Fallon, já tinha jogado o celular


na sua bolsa, antes de deixar o escritório.
—Tenho que ir. —disse para Rob enquanto corria pelo
corredor laranja.

Fallon estava em tal estado de preocupação que ainda


não tinha percebido que tinha deixado o escritório sem suas
sandálias até que estava virando na esquina do
estacionamento. Balançou a cabeça enquanto entrava em seu
carro e saía rapidamente do estacionamento. Virou a West
End e pressionou o acelerador até chegar em casa.

Fallon tremia quando chegou em sua casa. Estacionou


atrás do carro de Lucas e saltou. Subiu as escadas antes de
abrir a porta da frente. A primeira coisa que viu foi Lucas de
pé ao lado da escada, parecendo preocupado. Seu coração
doeu ao vê-lo, mas não poderia lidar com isso agora. Olhou
para o sofá para ver seu garotinho apoiado em um travesseiro
com uma tala roxa brilhante no braço.

—Ah meu bebê! — Exclamou antes de correr até ele e


cair de joelhos em sua frente. —Aiden, querido, você está
bem? Você pode falar bebê?

—É um braço quebrado, Fallon, esquisitona.— Audrey


disse da cozinha. Ela atirou-lhe um olhar sujo antes de
agarrar o rosto risonho de Aiden.

—Mamãe, estou bem. Nem dói. — Aiden insistiu. Fallon


sabia que estava tentando ser forte na frente do pai, e pela
primeira vez não incomodou. Doeu seu coração porque estava
crescendo, mas se tornando um menino forte, e não poderia
estar mais orgulhosa.
—Ele nem chorou quando aconteceu, hein, amigo? —
Lucas disse ao lado.

Aiden assentiu com orgulho, enquanto um sorriso


aguado apareceu na face de Fallon.

—Meu menino, né?

—Sim. Foi assustador, porém, mãe! O disco foi tão


rápido e veio do nada! O pai é fantástico!

Fallon parou.

— Disco?

Fallon sentiu todos os olhos nela enquanto Aiden


assentia.

—Sim, papai atirou o disco tão forte que quebrou meu


braço. Não é legal!?

Legal foi a última coisa que Fallon pensou que fosse.

Se levantou lentamente, e quando se virou, fixando


Lucas com um olhar que poderia matar, ele deu um passo
atrás.

—Agora, Fallon, foi um completo acidente.

—Lá fora! — Gritou quando passou por ele. O coração


estava batendo rápido em seu peito e não podia ver nada
além de vermelho. Quando a porta se fechou atrás dele, girou
ao redor e o deixou vê-la.

—Você está brincando comigo?! Quebrou o braço do


meu filho com um disco!?
—Calma! Foi um acidente. Me virei e atirei e eu não
tinha ideia de que ele estava na frente do gol. — Lucas
gaguejava. —Eu não faria isso de propósito e espero que você
saiba disso.

—Eu sei que eu confiei em você com meu filho e nos


últimos sete anos ele não quebrou nada e então você vem e
Aiden tem um braço quebrado! Me explique isso, Lucas!

—Eu te disse, Fallon. —disse, sua voz tão alta quanto a


dela. —Foi um acidente. Ele apareceu do nada. Falei-lhe
muitas vezes para não estar na frente da rede, a menos que
estivesse recolhendo os discos. Ele patinava do outro lado e
quando atirei foi direto no braço.

—Eu queria que ter um taco e um disco, então poderia


jogá-lo no seu braço! Ele é o meu bebê e agora está quebrado!

—É um braço e vai curar, psicopata, acalme-se, caralho!


— Lucas disse.

Fallon teve um ataque e suas mãos começaram a


tremer.

—Psicopata? Vou te mostrar a psicopata quando eu


matar você! — Fallon gritou, dando um passo em sua direção.

—Não quis dizer isso assim. — disse Lucas, irritação,


enchendo sua voz. —Não sei se você percebeu, mas tive uma
tarde horrível. Tenho estado doente de preocupação e lidar
com você agora não é como eu quero acabar o meu dia.

Fallon, soltou um sorriso vazio.


—Bem me desculpe! Eu não esperava vir para casa para
encontrar meu filho com seu braço quebrado, então acho que
teremos que lidar com coisas que não queremos!

Lucas revirou os olhos.

—Ele é um menino, Fallon. Vai quebrar as coisas. Eu


quebrei quase todos os ossos do meu corpo, não é grande
coisa.

Fallon viu apenas vermelho quando seu rosto queimou e


seu queixo travou. Como ousa agir como se isto não fosse um
grande negócio? Aiden era um garotinho perfeitamente
saudável até que apareceu! Fallon não podia ver direito
quando ela gritou. —Porque você é estúpido! Quem pensa que
está tudo bem em quebrar ossos?

Lucas congelou.

O coração de Fallon caiu no estômago quando percebeu


o que disse. Começou a tremer, balançando a cabeça
enquanto o olhava nos olhos. O lábio de Fallon estremeceu
quando se dirigiu para ele para se desculpar, mas ele a
parou, afastando-a levemente.

—Estúpido, hein? — Lucas assentiu enquanto passava


por ela, correndo pelas escadas abaixo. Ela o seguiu,
tentando formar as palavras, mas nada estava saindo.
Quando chegou ao caminhão, ele virou e viu a dor em seus
olhos quando a olhou. —Nunca pensei que a ouviria dizer
isso para mim. Você de todas as pessoas, nunca esperei isso.

Fallon tentou detê-lo, mas ele bateu a porta e acelerou


ao sair da sua garagem. Nem sequer a olhou duas vezes,
simplesmente saiu. Fallon cobriu a boca com a sua mão
enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas. O que ela fez?
Fallon permaneceu na garagem, inspirando
profundamente, tentando descobrir o que ia fazer. Uma coisa
era gritar com Lucas por seu filho ter se machucado, outra
era o chamar de algo que ele seriamente odiava. Sabia o
quanto doía nele, quando alguém o chamava de estúpido.
Quando era mais jovem, não aceitava ser chamado por essa
palavra, Lucas podia ser chamado de qualquer outra e não se
importava, mas se alguém dissesse que era estúpido, o tempo
fecharia.

Ela sabia disso.

O que estava pensando?

Estava tão brava e com tanto medo. Sete anos se


passaram e Aiden não teve mais do que uma tosse! Lucas
aparece e o filho quebra o braço! Sabia que Lucas era agitado
e Aiden também, mas o medo ao ver seu precioso bebê
deitado no sofá com um gesso roxo no braço a assustou
horrivelmente, o coração dela ainda estava na garganta, e não
achava que iria voltar ao normal até que se certificasse que
Aiden estava completamente bem. Sabia que tinha de pedir
desculpas a Lucas, o que fez seu coração disparar, porque
não tinha certeza se iria perdoá-la. Realmente merecia o seu
perdão? Foi egoísta, insensível, cadela, e não conseguia
perdoar a si mesma. Fallon balançou a cabeça com lágrimas
escorrendo pelo rosto. Cara, estava uma bagunça.

Realmente.

Não estava em seu escritório pronta para lhe dar outra


chance? Mas agora, parecia que ia ter que pedir por uma
chance. E iria implorar por seu perdão, e o faria.

Fallon não tinha o direito de pedir isso, mas não estava


pensando, estava reagindo.

Algo que realmente precisava aprender a não fazer.

Fallon voltou para dentro, e quando chegou as escadas,


viu Aiden olhando pela janela. Seu rosto estava pressionado
contra o vidro e as sobrancelhas estavam unidas no meio.
Fallon desviou o olhar quando empurrou a porta aberta e
fechou-a atrás dela.

—Onde papai foi? — Aiden exigiu, sua mão em seu


quadril.

—Foi embora.

—Por que? Ele nem sequer disse adeus para mim!

Fallon soltou um suspiro longo.


— Aiden, Punkin, sente-se, ele vai ligar mais tarde. —
Fallon disse, quando veio em direção a ele. O rosto de Aiden
ficou vermelho, quando se afastou dela.

—Você o mandou embora!? Foi minha culpa que me


acertou! Andei de patins na frente da rede! — Aiden gritou.

Fallon estava chocada dele gritar com ela. O olhou.

—Aiden James, cuidado com sua boca.

—Não! Você mandou meu pai embora! Você continua a


mantê-lo longe de mim! Ele é meu pai! O quero!

Aiden gritava irracionalmente enquanto impulsionava


sua mão boa com cada palavra que saía de sua boca.

—Aiden, amigo, calma. — Audrey disse, da cozinha.

—Não! Eu quero meu pai de volta! Eu quero ir morar


com ele! — Aiden gritou, empurrando e passando por Fallon,
correu em direção as escadas. Virou-se para Fallon com um
olhar assustador, seu doce menino nunca olhou para ela
assim a olhava como se ela fosse a pior pessoa do mundo —
Eu te odeio! — Gritou, antes de subir as escadas e bater a
porta.

O ar saiu apressado de seus pulmões enquanto se


jogava contra o sofá.

Isso não podia estar acontecendo.

—Oh, Fallon, ele não quis dizer isso. — Audrey disse


rapidamente, chegando ao lado dela e envolvendo os braços
ao seu redor.
Fallon soltou um profundo suspiro com lágrimas
derramando pelas bochechas. Aiden não disse que a odiava.

Ele não disse. Deve ter ouvido errado.

—Ele ama você, Fallon. Só está chateado, não quis dizer


isso, eu juro. — Audrey a tranquilizou, mas Fallon não estava
ouvindo. Ela estava revivendo Aiden dando-lhe o mesmo
olhar, as mesmas palavras de raiva que saíram de sua boca
doce e até o mesmo olhar que Lucas lhe deu quando saiu da
sua garagem. Em questão de minutos feriu as duas pessoas
que mais amava.

Sim, era campeã.

Fallon contornou Audrey e foi para a cozinha pegar uma


garrafa de vinho Big Rock Syrah. Abriu a rolha e encheu um
copo grande antes de trazê-lo aos lábios, e beber
rapidamente. O vinho tinto caloroso, picante, queimou no
fundo da garganta e ela congratulou-se com a dor.

Merecia. Os frutos silvestres negros e pimenta


dançavam ao longo de sua língua, enquanto lágrimas
jorravam pelo seu rosto, puxou uma golfada de ar. Pensou
que ia desmaiar, mas isso não a impediu de acabar o copo e
alcançar novamente a garrafa para se servir de outro. Audrey
pegou a garrafa antes que pudesse fazê-lo.

—Pare, pare agora.

Fallon olhou de relance para ela antes de desfazer-se


contra o aparador. Soltou um grito antes de deixar o rosto
cair em suas mãos, onde lágrimas escorriam pelo seu rosto
através de seus dedos. Estava doendo tanto que jurava que
estava sangrando de uma ferida aberta no peito. Odiava o que
fez e que feriu duas pessoas que sinceramente eram as mais
importantes para ela.

—Fallon, você pode consertar isso com o Lucas. Aiden


está bravo, ele vai ficar bem, uma vez que falar com Lucas e
você sabe que não quis dizer isso. Você tem que saber disso.
— Audrey a confortava quando se sentou ao lado de Fallon,
envolvendo um braço à volta dela.

—Não, ele tem todo o direito de me odiar. Continuo


mantendo o pai longe dele. Ele não é estúpido, sabe que eu
sou uma puta cheia de ódio, e não mereço ele ou Lucas. —
chorou Fallon.

—Ok, eu vou dar-lhe mais dois minutos para a sua festa


de auto piedade, e depois vamos seguir em frente e corrigir as
coisas, ok?

Fallon, sentou-se para enviar a Audrey um olhar.

—Isto não é nenhuma festa de piedade.

—Sim, é! Oh meu Deus, meu filho diz que me odeia. Ah,


o cara que eu amo me odeia também, todo mundo me odeia,
blá blá blá!

Fallon não podia acreditar que Audrey estava brincando,


isso era sério! Fallon estava convencida de que seu coração
foi partido.

— Você disse à mãe que a odiava quando tínhamos


cinco anos! Lembro como se fosse ontem. Você falou sério?
Não! Você estava chateada porque ela tirou suas bonecas.
Dizemos coisas quando estamos com raiva, é uma coisa
Parker. Enquanto você diz que sente muito e quer dizer,
então tudo vai dar certo.

Fallon abanou a cabeça.

—Mamãe levou minhas bonecas. Tirei o pai do Aiden.


Cenários totalmente diferentes aqui, Audrey.

—Não, da mesma maneira que você não quis dizer o que


disse para Lucas, Aiden fez também. — Audrey estressou.

—Você ouviu isso? — Fallon perguntou, tristemente.

—Sim, mas não importa. Você pode se desculpar com


Lucas, isso irá mostrar a Aiden que ele deveria se desculpar
com você. Seja uma pessoa melhor, engula o seu orgulho.
Seja a mulher forte que é e que eu amo.

Fallon apoiou a cabeça contra os joelhos, fungando alto


antes de encolher os ombros.

—Não sei se consigo.

—Você pode. Pode fazer qualquer coisa. Você é a pessoa


mais forte que já conheci, Fallon. Quem me dera que eu
pudesse ser metade do que você é.

—Você é muito mais forte do que eu sou, Audrey. —


disse Fallon, porque era verdade. Fallon não estaria onde
estava sem Audrey. Ela era sua espinha dorsal.

—Não, não sou. Se levantou por si mesma, eu não, mas


isto não é sobre mim. É sobre você, e sei que pode fazer isso.
Eu sei que não quer que suas últimas palavras para Lucas
seja o que disse, e eu também sei que não quer que Aiden
pense que ele não precisa se desculpar, quando diz coisas
dolorosas. Defina um exemplo Fallon, seja a pessoa que eu
conheço e amo. Não tenha medo.

Uma lágrima solitária desceu pela bochecha de Fallon


quando olhou para Audrey. Como tinha tanta sorte por ter
uma irmã tão incrível? Estava completamente certa, Fallon ia
se levantar e ser a pessoa que o filho precisava. Mesmo que
seu coração estivesse partido no meio, sabia que Aiden não
quis dizer isso. Também sabia que poderia consertar as
coisas com Lucas tinha que consertar, não importa o quanto
estivesse assustada por sua rejeição. Iria dar certo, esperava.

—Eu te amo, Audrey.

Audrey sorriu antes de limpar as lágrimas de Fallon.

—E eu te amo. Levante-se, vai se limpar e pedir perdão.


—disse com um sorriso e se levantou, ajudando Fallon.

Ela parou por um momento quando Audrey andou pela


cozinha, guardando a garrafa de vinho e limpando a taça de
vinho que Fallon tinha trazido.

—Ainda não.

Audrey ficou olhando para ela.

—Porquê?

Um sorriso esperançoso apareceu nos lábios de Fallon.

—Vou fazer o jantar primeiro.

Lucas sentou-se em sua cozinha, encarando o


sanduíche e o refrigerante que estava ao lado de seu prato.
'Porque você é estúpido! Quem pensa que está tudo bem
por quebrar ossos?!'

Lucas fechou os olhos, apertando os dedos sobre eles e


soltou um longo suspiro. Estava sofrendo. Muito. Não só pelo
o que Fallon disse, que o cortava como uma faca, mas a tarde
inteira no hospital cobrou um preço dele. Ver seu filho
encolhido de dor e tentar não chorar foi tão duro que Lucas
pensou que ia quebrar. Aiden ficou firme, não chorou. Gritou
quando o disco bateu nele, mas não havia nenhuma lágrima.
Só ficava dizendo, 'Eu sinto muito, papai' e Lucas não sabia
se Aiden entendeu que não foi sua culpa. É um garoto, Lucas
deveria ter sido mais cuidadoso. Deveria ter visto onde ele
estava patinando em vez de deixá-lo livre.

Fallon tinha razão, foi estúpido e descuidado. Como


pode machucar seu carinha? Seu único filho.

Desde que se mudou para a casa, a parte debaixo era


para praticar tiros com discos, mas com Aiden lá, deveria ter
tido mais cuidado, ter sido um pai melhor. Um bom pai não
machucaria o próprio filho. O pai de Lucas nunca o atingiu
com o disco, mesmo quando Lucas quis ficar na rede. James
sempre foi preciso. O disco nunca passou em qualquer lugar
perto dele. Lucas costumava fazer a mesma coisa com Fallon,
batia em todos os lugares, menos nela. O que estava errado
com ele? Fallon nublou tanto seu cérebro assim? Lucas
balançou a cabeça enquanto pegava seu sanduíche.

As palavras de Fallon eram como facas, toda vez que


pensava nelas. Não podia acreditar que aquela palavra
desagradável saiu de uma boca tão linda e especial. Mesmo
quando Fallon gritava com ele por tudo, nunca se importou.
Sabia que iria superar e consertariam antes que fosse tarde.
Mas não desta vez, desta vez o coração dele parecia morto em
seu peito. A pessoa por quem daria tudo, que confiava a sua
vida e tudo o mais realmente o despedaçou com o que disse.
Não estava zangado com ela, estava ferido. De certa forma,
era pior. Era fácil lidar com sua raiva, mas ser ferido na alma
podia levar um longo tempo para superar. Lucas amava
Fallon mais do que tudo, e provavelmente era por isso que
estava sofrendo tanto. Se pensava que era estúpido, não
podia saber o que mais pensava.

Lucas odiava esta palavra. Era tão fácil de dizer, mas


realmente podia cortar alguém ao meio em um segundo se
pensassem no significado dela. Lucas era um homem
confiante, mas sendo disléxico, nunca se sentiu esperto.
Fallon nunca o fez se sentir menos do que um homem,
sempre o tratou como se fosse o homem mais inteligente da
sala, até hoje. Hoje o chamou disso.

Foi a primeira coisa que o chamaram na terceira série


quando não conseguia ler o que estava no quadro.

Todo mundo riu e o chamou de estúpido. Foi um dos


piores dias da sua infância. Lucas lembrou-se de ir para
casa, chorando para Molly, mas não quis dizer por que seus
colegas o tinham chamado assim. Só disse o que fizeram.
Seguiu durante todo o ensino médio e não parou até que
jogou Jerome Ferrell em um armário. Ameaçou matar o cara,
se alguma vez repetisse aquilo de novo, e ninguém mais fez
isso depois. Foi quando Lucas começou a andar por aí como
se fosse o maior durão no campus, e de certa forma, era.

Isso era como costumava se sentir. Agora, só se sentia


vazio e não suportava se sentir assim. Queria ir para a cama,
dormir a noite toda e esquecer todos os problemas em sua
vida, mas Levi estava com mulheres lá em cima e eram
estridentes. Era a única coisa que não gostava sobre viver
com Levi, o cara estava constantemente dormindo com
alguém. Da última vez estava com uma menina escandalosa,
e realmente pensou que Levi ia matar a garota, estava
soltando gritos de gelar o sangue. Um calafrio desceu pelo
corpo de Lucas ao lembrar. Gostava quando Fallon gritava,
mas não tão alto quanto a garota de Levi. Isso foi assustador.

Lucas comeu um pouco mais de seu sanduíche, antes


de ficar de pé e jogá-lo na pia. Não estava com fome e o
estômago estava virando, assim comer era a última coisa em
sua mente. Voltou para o bar e sentou-se, agarrando seu
iPad. Precisava ver se Aiden estava conectado, era Levi que
normalmente fazia isso para ele, desde que normalmente
estava ocupado, Lucas decidiu tentar. Aiden provavelmente
ainda estava deitado no sofá enquanto Fallon e Audrey o
mimavam.

Garoto de sorte.

Abriu seu iPad e foi jogar quando a campainha tocou.


Lucas olhou para cima, em direção a porta e viu a silhueta de
alguém. Se levantou e se encaminhou para a porta, descalço.
Não sabia quem estaria lá e esperava que não fosse
alguém que ligasse por estar usando apenas um par de
calças de pijama. Chegou na porta e abriu para a última
pessoa que esperava ver depois da tarde que teve.

Fallon estava com um sorriso nervoso no rosto, uma


cesta de piquenique na mão e uma garrafa na outra. Lucas
juntou as sobrancelhas quando olhou para ela, se
perguntando o que diabos estava fazendo lá. Usava um par
de calças rosa brilhante e uma camisa preta extremamente
grande que pendia do ombro com um laço lateral e caia solta
pelo corpo. Ele a encarou quando cruzou os braços no peito,
dando o mesmo olhar que dava a seus oponentes no gelo.

Fallon mexeu-se nervosamente antes de encolher os


ombros.

—Fiz o jantar. Posso entrar?

Lucas não sabia o que ela estava fazendo, mas amava a


comida dela. Também queria saber o que Fallon queria, então
afastou-se e a deixou passar, deixando um rastro do seu
cheiro. Sempre amou seu cheiro floral, mas não era a única
coisa que cheirava. Deve ser a comida. Ela parou no hall
enquanto Lucas fechava a porta e foram para a cozinha.
Nenhum deles disse qualquer coisa durante a curta viagem.
Lucas foi para o bar e desligou seu iPad e Fallon colocou a
cesta na mesa da cozinha. Virou-se para ver que começou a
descarregar o cesto. Ela pegou uma toalha azul clara, cobriu
a mesa e certificou-se de que não havia qualquer ruga antes
de colocar dois castiçais e duas taças de vinho para baixo ao
lado de dois pratos brancos perolados. Fallon voltou para a
cesta, tirou recipiente após recipiente de alimento. Uma vez
que terminou, correu as mãos para baixo de suas coxas antes
de virar para olhá-lo.

—O que é isto?

Fallon olhou para o chão antes de olhar para ele.

—Um começo para um pedido de desculpas?

Lucas desviou o olhar e respirou fundo.

—Talvez um pedido de desculpas não seja suficiente.

—É por isso que trouxe comida.

Um sorriso repuxou a boca de Lucas quando olhou para


ela.

—É o seu favorito. Minha costeleta de porco recheada


com maçã, bacon, legumes verdes e pão de milho doce.

Ela o tinha, costeleta de porco recheada.

Lucas foi na sua direção e ela sorriu quando percebeu


que ele iria comer. Mesmo que estivesse querendo matá-la,
tudo o que tinha que fazer era aparecer com essas costeletas
e ele ia comer antes de matá-la, não que não fosse querer
matá-la depois.

Com sorte.

Ela virou-se rapidamente para destampar os recipientes


antes de servir aos dois. O ar se tornou grosso com o cheiro
do açúcar mascavo e maçãs, enchendo a boca de Lucas de
água. Mostrou a garrafa de vinho e Lucas balançou a cabeça.
—Eu não bebo, Fallon.

—Eu sei, é uma garrafa de cidra da nossa empresa. É


muito boa, e eu pensei que combinaria bem com as
costeletas. — disse antes de servir os dois. Lucas olhou para
ela, contemplando seu perfil. Podia dizer que ela realmente
colocou seu pensamento no que fez para eles. Era bonito e
romântico o que estava fazendo.

Ela estava tentando.

Lucas também notou que lavou o rosto, toda a


maquiagem de antes tinha desaparecido. O cabelo estava em
um coque bagunçado e com os seus olhos grudado no corpo
dela, não podia deixar de olhar para sua bunda. Era uma boa
bunda. Ela o olhou, deu um pequeno sorriso doce antes de se
sentar e pegar seu garfo.

—Desculpe se para o seu jantar romântico não estou


arrumada. Como não queria que a comida esfriasse, troquei
de roupa e saí correndo de casa. — divagava.

Quando o olhou, ele disse:

— Você está linda, Fal.

E quis dizer isso. Não importava o que usasse, a achava


a garota mais bonita do mundo. Matava-o como podia ir de
um poderoso terno a um minivestido matador e cada roupa
lhe dava água na boca. Era simplesmente deslumbrante.

Fallon desviou o olhar, sacudindo a cabeça.

—Não diga isso Lucas, eu não mereço.

Lucas encolheu os ombros.


—Não, mas é verdade.

—Não, não é.

—Ok, então talvez sua bunda parece grande nas calças.


— disse, com um sorriso.

Fallon lhe deu um sorriso insolente quando o olhou.

—Minha bunda sempre parece grande.

Lucas assentiu com a cabeça.

—Sim, e eu adoro isso.

As bochechas de Fallon aqueceram e baixou o olhar


para sua comida. Lucas pegou o garfo e encheu a boca de
comida. Estava espetacular. Lucas soltou um gemido
apreciativo, antes de começar a comer rápido.

—Não precisa comer tão rápido, há muita comida.

—É tão bom. — gemeu antes de comer mais. Não tinha


comido muito desde o café da manhã, pensou que não estava
com fome, mas a verdade era que não queria comer a comida
nojenta que ele aprontou. Mesmo que se sentisse entupido,
ainda teria espaço para a comida de Fallon. Era lamentável.

—Bom, fico feliz que gostou. — disse calmamente, antes


de retornar para seu prato.

Lucas comeu as costeletas de porco até o osso e por


mais duas vezes antes de ficar satisfeito. Fallon assisti-o com
um pequeno sorriso no rosto antes de começar a comer de
novo. Depois de comer como se fosse sua última refeição, se
recostou, segurando seu estômago enquanto ela continuava a
comer.
Ele a observou por um momento antes de perguntar:

— Como Aiden está?

—Audrey disse que estava bem, mas ele não está


falando comigo agora, então eu não sei. —disse, tristemente.

Lucas inclinou a cabeça para o lado.

—Por que ele não está falando com você?

Fallon abaixou o garfo, segurando a cabeça na mão.

—Ele me ouviu gritando com você. Disse que eu estava


mantendo o pai longe dele e que...— parou e respirou fundo
antes de deixar cair as mãos no colo, —e que ele me odiava.

Lucas tomou uma respiração rápida, balançando a


cabeça.

—Ele não quis dizer isso, Fallon. Vou falar com ele. Eu
fiz a mesma coisa quando tinha a idade dele, e meu pai teve
uma baita conversa comigo. Então, vou ter uma com Aiden
também. Me desculpe que ele disse isso para você.

Quando olhou para ele, seus olhos estavam cheios de


lágrimas. Ela tomou uma respiração profunda antes de dizer.

—Eu sinto muito Lucas, não estava pensando... e só


voou da minha boca. Você sabe que digo coisas que não
quero quando estou brava. Não tinha o direito de dizer essas
coisas para você. Estava muito assustada e te ataquei, e sinto
muito mesmo. Não quis dizer nada disso, então por favor,
Lucas, não me odeie também.

Lucas cruzou os braços sobre o peito novamente, talvez


protegendo seu coração, não sabia. Sabia que ela queria isso,
podia ver na cara dela, mas ainda doía. Olhou para o prato
vazio e soltou um longo suspiro.

—Você me magoou, Fallon. Mais desta vez do que


quando você foi embora domingo de manhã.

—Sei disso Lucas, e peço desculpa. Desculpe-me por


aquilo e por esta tarde. Estou uma bagunça e só fico assim
quando se trata de você. Tenho certeza de que preciso de
medicação porque provavelmente sou bipolar.

—Você não é. — Lucas disse, com um balançar de


cabeça.

Fallon tomou uma respiração profunda antes de olhar


para ele novamente.

—Me desculpe, eu realmente sinto muito.

Lucas acenou com a cabeça antes de alcançar a sua


mão e beijar seus dedos. Era uma loucura como essas seis
pequenas palavras podiam cancelar aquilo que tinha dito
mais cedo. Talvez fosse um otário, talvez fosse estúpido, mas
Fallon provavelmente poderia se safar de um assassinato
quando vinha a ele. Quando o olhava com aqueles grandes
olhos castanhos e piscava através das lágrimas da maneira
que estava fazendo agora, sempre iria perdoá-la. Amava-a,
totalmente.

—Eu vou te mostrar uma coisa.

Fallon levantou a sobrancelha.

—O quê?
—Como perdoar. — disse, com um sorriso. —Eu aceito
suas desculpas.

As lágrimas brotaram e se derramaram dos olhos dela e


então se jogou em seus braços, quase o derrubando da
cadeira. Ele segurou-a de bom grado envolvendo seus braços
ao redor dela bem apertado enquanto chorava em seu
pescoço.

—Estava com tanto me medo que fosse me odiar.

—Eu nunca poderia odiar você, Fallon. — sussurrou em


seu cabelo. —Nunca.

Ela recuou, seus braços ainda em volta do seu pescoço


quando olhou em seus olhos.

— Tenho estado miserável estes últimos dias.

—Você tem?

Ela assentiu com a cabeça.

— Decidi esta tarde que eu queria tentar, que estava


pronta para te perdoar e seguir em frente.

Lucas sorriu.

—Sério?

—Realmente. Tenho tantas saudades sua. Eu nunca


deveria ter te deixado domingo como fiz. Eu não fiz nada,
além de nos machucar.

—Você está certa sobre isso. — Lucas disse, com um


aceno de cabeça. Então estreitou os olhos para ela, — Você
não está dizendo tudo isso só para ficar bem comigo? Quer
dizer tudo isto?

Fallon assentiu com a cabeça com as lágrimas


continuando a derramar por sua face.

—Sim, eu juro. Planejava falar esta tarde quando você


sumiu com Aiden. Estou cansada de viver no passado. Só
quero tentar e ver se funciona. Eu não estou garantindo que
vai, mudamos muito, mas eu quero tentar.

Tudo o que Lucas sentiu antes que Fallon chegasse,


desapareceu quando o amor encheu seu coração e aqueceu
sua alma. Esperou sete anos por esse momento, e tanto
quanto acreditava que fosse acontecer, ainda parecia irreal.
Apertou-a firmemente contra o peito e beijou seus lábios
duramente. Seus braços se apertaram mais ainda em volta do
seu pescoço quando aprofundou o beijo. Era como se
estivessem se beijando pela primeira vez, cada passagem da
língua, cada beijinho, tudo era novo e perfeito. Quando se
separaram, inclinou sua cabeça contra a dela, beijando seu
nariz.

—Eu não desisti de nós, Fallon e nunca irei. Nós vamos


fazê-lo, e seremos felizes.

Fallon lhe deu um sorriso aguado, antes de beijar a


lateral da boca dele.

—E se for tudo sobre sexo? É a única coisa que


conseguimos nos entender.

Lucas riu.
—Não pode ser. Se fosse só sexo, eu já te teria nua. Isto
é sobre nós. É uma conexão profunda, intensa, que temos. Te
amei desde que coloquei os olhos em você, Fallon, e eu não
parei. Eu continuei a gostar de você por toda a noite de
sábado, e mesmo com o que aconteceu esta tarde, ainda me
sinto da mesma forma. Nunca vou te machucar. Eu ganharei
sua confiança novamente porque vou amar você e nosso filho
para o resto de nossas vidas.

Lucas soltou um suspiro que ele mesmo não sabia que


estava segurando. De onde diabos tudo isso vinha? Não
podia acreditar que expôs seu coração novamente, mas fez, e
se sentiu ótimo. Precisava que entendesse que podia confiar
nele, que poderia acreditar no relacionamento deles porque
não ia a lugar nenhum. Era dela, para sempre.

Os olhos de Fallon estavam trancados no seu, as mãos


dela cercaram seu rosto.

—Você ficou sério. Eu estava brincando sobre a coisa de


sexo.

—As coisas entre nós são sérias, Fallon. Já te perdi uma


vez e agora que tenho você de volta, você deve aceitar que não
vai a lugar nenhum.

Fallon sorriu.

—Dissemos que vamos tentar. E você já está declarando


que me ama e dizendo que não vou a lado nenhum.

Lucas encolheu os ombros.


—Eu sou um cara confiante e arrogante, eu sei o que
quero e vou ter sucesso.

Seus polegares passaram ao longo de se rosto, alisou o


cabelo áspero.

—Isso me assusta porque não quero te magoar. —disse,


calmamente. —E se não puder confiar em você?

Lucas olhou fundo nos olhos dela, vendo o medo, mas


também amor. Poderia não ter dito, mas o amava. Ela só
precisava se permitir isso, confiar em seu próprio coração.

—Você pode. Só tem que se permitir, talvez eu só precise


tranquilizá-la sobre isso.

Fallon inclinou-se contra ele, inspirou profundamente.

—Como vai fazer isso?

—Vou te amar.

Ela sorriu e disse.

—Você faz tudo parecer tão fácil.

—Mas é, você vai ver.

Ela correu as mãos ao longo de seus ombros, soltando


um suspiro.

—Tudo bem.

—Está bem?

Fallon assentiu com a cabeça.

—Então estamos fazendo isso.

—Estamos.
Fallon olhou ao redor e então sorriu.

—Que dia, hein?

Lucas riu.

—É para contar aos nossos netos.

Fallon riu quando saiu do seu colo e foi para os pratos.


Ele lhe deu um tapa na bunda de brincadeira e ela deu-lhe
um sorriso deslumbrante antes de ir para a pia para lavar
seus pratos. Enquanto a observava, um grande sorriso bobão
apareceu na cara dele. A amava tanto.

Para tentar, na verdade, tomar medidas para perdoá-lo e


confiar nele, o que mais poderia pedir? Tudo o que quis
estava vindo para ele. Tinha a garota, o garoto incrível, e
estava no caminho para a Copa.

Lucas era um cara feliz.


—Você não viu a casa toda ainda, viu?

Fallon o olhou por sobre os ombros, desde que estava


lavando os pratos e abanou a cabeça.

—Eu vi algumas partes, mas não tudo.

Lucas sorriu e levantou-se, espreguiçando-se, isso fez


seus músculos saltarem e depois relaxarem com cada
movimento de seus braços, o que fez algumas partes
impróprias de Fallon gritarem. Se sentia muito melhor agora
do que quando chegou. Não só o jantar foi um sucesso, mas
tinha certeza que Lucas disse que a amava. Não abertamente,
mas com outras palavras. Uma sensação tão maravilhosa a
encheu que tirou seu fôlego. Quando se permitiu deixar ir,
estava pronta para o futuro deles. Tudo o que esperava era
que o que Lucas disse, fosse verdade. Não queria mais nada
do que confiar nele e ser capaz de viver como uma família.
Não estava planejando casamento nem nada, mas era uma
sensação fantástica pensar nas possibilidades de onde o
relacionamento poderia ir.

—Bem, venha. — Disse com a mão alcançando a dela.


Sorriu, enquanto secava as mãos em um pano de prato.
Estava animada para ver a casa. Era enorme. Fallon virou-se
e segurou na mão dele, e ele sorriu. Trouxe a mão dela até
seus lábios e beijou levemente as costas antes de colocá-la
em seu braço. —A casa é grande.

Fallon riu.

—Eu notei.

Lucas sorriu, enquanto a levou para um dos salões pelo


hall de entrada.

—É boa para uma família. — Fallon o olhou de lado, e


ele sorriu. —Só dizendo.

—Sim. —riu. Quando olhou para a parede na sua frente,


se encontrou olhando uma foto enorme de si mesma. — Meu
Deus todo poderoso!

Lucas riu com os olhos arregalados de Fallon.

—Por que você tem isso? Nossa, eu era tão jovem. —


Engasgou, enquanto deixava cair a mão e deu um passo para
a foto. Seus longos cabelos estavam caídos à sua volta e
poderia ver somente o seu perfil. Olhou para a bela jovem no
retrato, e queria saber quantas pessoas tinham visto isso, se
sabiam quem era ela.

—É minha foto preferida.


Fallon olhou para Lucas. Lembrava do dia como se fosse
ontem. Era o segundo dia de suas férias de verão. Se
lembrava do calor, da brisa acariciando a pele e o modo como
sabia que esse ia ser um dos melhores verões da sua vida.

E foi.

Lucas deu um sorriso tímido antes de falar.

—Foi um bom dia.

—Oh sim, foi. Um bom dia.

Ambos compartilharam um olhar muito aquecido


enquanto Fallon pensava naquele dia. Tinham feito amor
toda a manhã antes de ir mergulhar naquela tarde. Foi um
dia fantástico, que lembrava sempre.

Luxúria encheu os olhos de Lucas rapidamente e Fallon


se excitou da cabeça aos pés, rindo antes de afastá-lo. Voltou
pelo corredor, com o riso de Lucas seguindo-a, subindo pela
espinha. Havia algo sobre aquela risada baixa que fazia uma
garota querer ficar nua.

Lucas veio por trás dela, envolvendo os braços em volta


da sua cintura antes de colocar um beijo no seu pescoço.
Caminharam por toda a casa assim, Lucas mostrando suas
partes favoritas para Fallon antes de mostrar-lhe a pista de
gelo. Pensava que era um pouco demais, mas era Lucas. Era
do tipo 'já que vai fazer, faça bem feito'. Quando andaram
para olhar o quarto de Aiden, não podia deixar de pensar que
se sentia tão bem andando pela casa nos braços de Lucas. Só
a deixava ir por um segundo para mostrar-lhe algo, e então
voltava a segurá-la. Era como se fosse natural voltar aos
braços um do outro. Meio que a assustou, mas empurrou
seus medos dizendo a si mesma para não viver no passado.
Não quando o futuro parecia tão bom para o casal.

Vinham pelo corredor dos quartos quando Fallon ouviu


risadas.

—O que é isso?

Lucas apontou com a cabeça em direção à porta.

—Levi e suas meninas.

—Ewww. Isso é nojento. Você precisa dizer a elas para ir


fazer uns exames de herpes assim que saiam.

Lucas riu, balançando a cabeça.

— Deixe-o. Ele não tem herpes.

—Isso é o que você pensa. — disse Fallon.

—Ele não tem.

Fallon revirou os olhos.

—Precisa expulsá-lo daqui. Você está velho demais para


ter um companheiro de quarto.

Sentiu o riso baixo de Lucas descer pela sua espinha.

—Eu vou expulsá-lo quando tiver novos colegas de


quarto. — Fallon o olhou e ele deu um sorriso insolente — De
preferência você e nosso filho.

—Lucas, estamos namorando a quanto tempo? Vinte


minutos? Relaxe. — disse, balançando a mão.

A maneira que ele estava pronto para seguir em frente


era assustador. Apostava que se ele pudesse, a teria nua e
grávida com cem pequenos bebês Brooks correndo em torno
deles. Lucas sabia o que queria, e quando colocava algo em
sua mente era difícil pará-lo. Também estava impaciente,
queria tudo de uma vez e Fallon não tinha certeza de que
pudesse dar. Estava tentando, realmente estava, mas
precisavam namorar de novo, aprender novas coisas sobre o
outro, antes de saltar para algo que possivelmente poderia
terminar tão rapidamente como começou.

—Seja como for. —disse, antes de morder sua orelha.


Lucas, em seguida, abriu uma porta para o que parecia ser o
quarto dele. A primeira vez que esteve em seu quarto, não
percebeu como era bonito e era lindo. Tinha uma grande
janela para o quintal, que tomava a parede inteira, ao lado
fotos dele e do pai, prateleiras com seus mais valiosos
troféus. Ao longo da outra parede estavam todos os seus
bastões de hóquei e sorriu quando viu o que tinha dado a ele
tanto tempo atrás. Sorrindo correu os dedos pela superfície
emborrachada.

—Você marcou muito com este bastão. — afirmou.

—É verdade, um dos meus favoritos. É por isso que está


na parede.

Fallon deu-lhe um sorriso deslumbrante antes de olhar


para a cama gigantesca que ocupava todo um lado do quarto.
Deu um aceno de aprovação para cama enorme antes de
admirar a roupa de cama. Era cinza com almofadas pretas e
brancas que usou para acentuar tudo, ficou lindo, combinava
bem com ele.
—Boa cama. —disse, com um sorriso brincalhão.

Ele acenou com o queixo.

—É. Quer deitar nela?

Mordeu o lábio quando acenou com a cabeça.

—Eu sempre posso tirar uma soneca. — disse, antes de


se deitar aconchegando-se nas almofadas. Ele riu quando
rastejou ao seu lado, abraçando-a apertado.

—Não estava pensando em tirar uma soneca. —


sussurrou contra seus cabelos.

—Oh não estava? —perguntou inocentemente. —Que


mais poderia fazer nesta cama enorme?

Ele deu um sorriso sedutor antes de morder seu queixo.

—Deixe-me mostrar-lhe algumas coisas.

Soltou a respiração antes que se afastasse dele,


levantando-se com um longo suspiro. Quando virou a cabeça,
olhando para seus belos olhos cinzento tempestuosos, ela
disse.

— Eu disse a Audrey que eu não ia demorar.

—Ela não se importa. —insistiu antes de passar sua


língua na garganta dela. —Nós atrasaremos apenas alguns
minutos.

Ela zombou.

—Até parece, sabemos que é uma mentira.

—Talvez. — riu com ela.

As coisas estavam tão fáceis entre eles. Tão fáceis.


—Eu realmente preciso ir.

Lucas continuou a atacá-la da maneira mais incrível e


sabia que se não parassem, não sairia. Então, gemeu.

—Lucas.

—Tudo bem. — disse, rolando longe dela. —Vou me


vestir e segui-la de volta para casa.

—Eu não preciso que me siga, por que faria isso?

Ele riu antes de passar o dedo, do pé descalço até seu


cabelo.

—Eu preciso ter uma conversa com o nosso filhote.

—Oh. — Fallon disse, tristemente. Estava tão absorta


em Lucas que realmente tinha esquecido as palavras de ódio
que saíram da boca do seu doce bebê. Seu coração doía
quando colocou suas pernas debaixo do queixo. Teve sorte
por resolver as coisas com um dos garotos que amava, mas
tinha medo de que Aiden sempre mantivesse a animosidade
contra ela, por ter mantido Lucas longe. Isso a assustou até a
alma, e não importava o quanto todo mundo dissesse que não
quis dizer aquilo, mesmo assim a magoava e machucava.
Sentiu que Lucas a observava, e quando largou a camisa que
estava segurando e se sentou ao lado dela, o olhou com os
olhos cheios de lágrimas.

—Você sabe que ele não quis dizer isso, certo? —


perguntou, antes de descansar a cabeça na mão dela. Seus
olhos estavam leves e brincalhões, mas percebeu que estava
falando sério.
—Eu sei. — disse Fallon, tentando não só convencê-lo,
mas a si mesma.

—Não quis, estava apenas sendo um fedelho.

—Lucas...— Ela reclamou.

—O quê? Ele foi. — disse com um encolher de ombros.


Sorriu quando ele pegou a camisa e continuou a se vestir. —
Vou consertar isso.

—Se ele é um fedelho, é minha culpa. — disse


tristemente.

—Vai ficar tudo bem, Fal. Não se com isso. — disse


Lucas.

Estava certo e Fallon sabia disso, mas era mais fácil


dizer do que fazer.

Fallon o observava enquanto tirava seu pijama, sua


bunda perfeitamente esculpida exposta antes de colocar seu
jeans.

—Ainda não usa cueca?

Olhou por cima do ombro com um sorriso.

—Não quando posso conseguir algo com isso.

Um pequeno sorriso travesso veio aos lábios de Fallon


ao olhar abotoar a calça.

—Você não conseguirá nada hoje, amigo.

Rindo deitou sobre ela, pressionando seus lábios. Os


olhos de Fallon fecharam lentamente enquanto as mãos
subiram pelos braços dele até o pescoço. Pressionou sua
pélvis e ela engasgou com sua dureza. Precisava ir, mas...
beijá-lo parecia muito mais importante naquele momento.
Audrey poderia esperar...

Quando se separaram, soltou um gemido queixoso,


Lucas deu um olhar presunçoso e começou a rir, ela o beijou
no braço.

—Não vou? — ele riu.

O empurrou de cima dela e escapuliu da cama.

—Não!

—Claro que não. Eu poderia te ter agora.

Fallon abanou a cabeça, embora ambos soubessem que


poderia tê-la. Um sorriso lento, brilhante apareceu no rosto
de Lucas ao levantar da cama e ir para o armário.

Uau, que dia, pensou, enquanto ele calçava os sapatos.


Quando Lucas saiu da garagem dela mais cedo naquele dia,
estava convencida de que nunca mais iria ser abençoada com
seus beijos, nunca mais, mas lá estava, não só apreciando,
mas desejando. Não podia acreditar. Era como se tivesse
dado uma volta de 180 graus em seu relacionamento e não
podia ser mais abençoada do que foi naquele momento.
Fallon só esperava que fizesse isso e não deixasse seus
problemas de confiança entrar em jogo. Queria muito isso,
sua chance, e uma vida com ele e Aiden juntos. Ele amava
Lucas, e se Fallon poderia dar seu pai e sua mãe, então,
caralho, ia tentar fazer isso. Enquanto continuava a tentar se
acertar com Lucas, tudo o que conseguia pensar era que não
estava realmente sendo difícil tentar.
Lucas estava nas nuvens.

Seguiu atrás do pequeno Acura de Fallon com um


enorme sorriso no rosto porque tinha sua namorada. Lucas
tinha esperado por esse momento por muito tempo, e agora
estava se sentindo muito bem.

Não houve um momento que pensasse não estar com


Fallon, mas viveu os últimos sete anos sem ela. Não só foi
difícil, mas era como se não tivesse um coração. Lucas
conheceu muitas garotas, dormiu com muitas meninas, mas
ninguém nunca chegou perto de significar o que Fallon
significava.

Ela era tudo o que um homem poderia querer. Era linda,


doce, quando não estava brava, compassiva, amorosa e agora
sabia que era a mãe mais incrível que existia. Mesmo com
suas falhas, seu egoísmo e sua raiva, ainda a amava com
tudo dele. Era como se só pudesse ver o lado bom dela,
mesmo quando estava gritando com ele. Era a maneira que
deveria ser, deveria amar o bom e o ruim.

Tudo dela.

Lucas estacionou atrás de Fallon e desligou o carro


antes de sair. Quando acionou o alarme, assistiu Fallon
pegar sua cesta de piquenique na parte de trás antes de virar
e dar um grande sorriso.

—Quero meu Tupperware de volta. —disse, já que tinha


deixado todos os restos de comida na casa dele. Sorrindo
enquanto envolvia um braço ao redor de seus ombros. Era
engraçado, ele precisava tocá-la toda hora. Não importava
como, sua mão tinha que a sentir. Era tão difícil quando
brigavam constantemente. Só queria calá-la com beijos, ter a
sensação de seus lábios e o gosto de sua boca. Tudo, queria
tudo. Por dois longos meses, mas agora tudo mudaria.

—Você terá que ir buscar. Não vou entregar. —flertou.


Ela deu um olhar aguçado com um sorriso abrindo em seus
lábios, então andaram até a porta. Ela entrou antes, usando
sua chave para destrancar a porta e em seguida soltando-a
no cesto ao lado, como sempre faz ao entrar. Lucas também
deixou cair as chaves na cesta e quando olhou para ele com
um olhar divertido, deu de ombros.

—O quê?

—Sentindo-se em casa, não é?

Mostrou-lhe um sorriso vitorioso.

—Sim.

Fallon abanou a cabeça, e foi para a cozinha. Como


sempre, seus olhos foram para a bunda coberta pela calça
pink e estava apreciando a vista impecável quando parou
abruptamente. Lucas bateu nela já que estava muito ocupado
olhando sua bunda em vez de para onde iam. Quando viu
para onde Fallon estava olhando, viu Audrey com um rosto
vermelho brilhante e farinha em cima dela. Isto o levou de
volta para o primeiro dia que ele veio à casa para falar sobre
Aiden e Fallon estava coberta de farinha, parecendo como
uma esposa sexy, mas não podia pensar nisso agora. Algo
estava errado.
Lucas poderia dizer que Audrey tinha chorado. Olhou
para Fallon e viu que observava Audrey muito atentamente
com um olhar preocupado em seu rosto. Audrey deixou uma
bandeja cheia de bolos de chocolate na bancada, pegou um
saco branco, colocou dentro os cupcakes e apertou-o. Era
como assistir a um acidente de trem. Audrey estava
obviamente chateada e com cada aperto da mão dela, Lucas
jurava que estava lutando para segurar as lágrimas. Estava
tão absorto no que estava errado com Audrey e no que ela
estava fazendo que nem reparou em Aiden que se virou com
um sorriso no rosto.

—Ei pai! AA está fazendo cupcakes!

Audrey olhou para cima e Lucas podia ver a dor em seus


olhos. Fallon deu em um sopro afiado antes de olhar para
Lucas.

—Você leva Aiden lá em cima?

Lucas assentiu com a cabeça antes de ir para onde seu


filho estava sentado. Pegou um risonho Aiden e colocou-o em
cima do ombro seguindo para as escadas. O gesso de Aiden
bateu na parte de trás de sua cabeça, mas Lucas não se
importou, estava preocupado com Audrey e sobre o que
estava prestes a conversar com Aiden. Não queria ser um
osso duro de roer, mas tinha de ser. Aiden precisava saber
que não poderia dizer aquelas palavras para Fallon
novamente. Não para sua mãe. Sua mãe tinha de ser o seu
mundo.
Quando Lucas chegou no quarto com Aiden, colocou-o
na cama, tentando descobrir o que ia dizer. Aiden estava
rindo até que olhou para cima e viu o olhar de Lucas.
Rapidamente parou de rir e deu a volta na cama, encostando
as costas na parede.

—Precisamos conversar.

Aiden olhou para seu gesso e começou a cutucar as


penugens que estavam em seu polegar.

—Sobre o quê?

Lucas respirou fundo e descobriu que estava realmente


nervoso. Não queria errar nisso. Queria ser severo, mas
também compreensivo com os sentimentos de Aiden, mas
acima de tudo, queria ser um pai, um que o seu pai se
orgulhasse. Mexeu-se em torno do sofá. Não pensou que
estava muito confortável ali, mas era o único lugar para se
sentar. Queria estar de frente para Aiden, e este era o único
lugar que poderia fazer isso.

—Hum, bem sua mãe me disse o que você falou para


ela.

Os olhos do Aiden não deixaram os do seu pai, quando


encolheu os ombros.

—Ela me deixou bravo.

—Então? —disse com raiva. Respirou profundamente


para se acalmar antes de dizer — É sua mãe. Não importa
quanto te deixe louco, não pode dizer algo tão horrível para
ela.
—Ela disse coisas horríveis para você, e estou cansado
dela falar essas coisas para você. Eu te amo, e quero que te
ame e deixe de ser má. — disse e olhou para Lucas,
encontrando seu olhar. —Eu quero morar com você.

O coração de Lucas disparou. Queria isso mais do que


respirar, mas nunca levaria Aiden para longe de Fallon.
Fallon teria que vir também, mas isso não ia acontecer tão
rápido, então ambos precisavam deixar isso em paz por um
tempo.

—Amigo quero que more comigo também, eu te amo,


muito, ok? Mas não vou mentir para você, a única maneira
de vivermos juntos é se eu e sua mãe nos casássemos. Eu me
importo muito com ela para te levar embora. — Aiden olhou
para seu gesso novamente e Lucas continuou a falar. —A
coisa é, você não pode falar assim com sua mãe. Não vou
aceitar. Ela ama você mais do que qualquer coisa, e quando
você diz algo errado como o que disse, dói nela. Você não
quer machucar sua mãe, quer?

Aiden abanou a cabeça.

—Só quero que ela seja legal com você.

—Ok, eu entendo isso, mas o que acontece entre eu e


sua mãe é entre nós. Não importa o que aconteça, nós
sempre te amaremos e você virá sempre em primeiro lugar
para nós, mas sua mãe é o número um para você e eu sou o
número dois.

Lucas não tinha nenhum problema em estar em


segundo lugar para Fallon, e como Aiden estava pensando
sobre tudo que falou, deu esperança de que ele falou bem.
Que disse as coisas certas. Aiden olhou para ele, seus olhos
cheios de lágrimas. Lucas não tinha certeza quanto mais
poderia tomar de emoção em um dia, e olhando nos olhos de
Aiden, sabia que precisava preparar-se para mais.

Aiden soltou um suspiro irregular antes de dizer.

—Eu não odeio minha mãe. Eu a amo.

Lucas assentiu com a cabeça, e uma lágrima derramou-


se pela bochecha gorda de Aiden.

—Eu sei, amigo.

Aiden assentiu com a cabeça, limpando sua bochecha


com as costas da mão.

—Você acha que ela está com raiva de mim?

Lucas negou com a cabeça.

— Não amigo, mas seus sentimentos estão feridos.


Aposto que se dizer que sente muito, e nunca mais dizer isso,
ela não vai pensar mais nisso.

Aiden assentiu com a cabeça e pulou fora da cama,


vindo para Lucas. Caiu no colo do pai, e embrulhou-o em
seus braços, colocando um beijo na cabeça do filho. Aiden
aninhou-se perto dele enquanto chorava silenciosamente.
Lucas não conseguia acreditar que nem mesmo quando um
disco quebrou seu braço levou Aiden a chorar, mas machucar
Fallon, sim.

Era outra coisa que tinham em comum.


Fallon assistiu Lucas carregar Aiden até as escadas e
certificou-se de que estavam fora do alcance de sua voz antes
que guardasse sua cesta. Então foi em direção a ilha e ficou
ao lado de Audrey, observando-a confeitar cada um de seus
cupcakes com o que se parecia uma cobertura de chocolate.

—O que é isso?

Audrey abanou a cabeça e Fallon poderia dizer que


estava segurando o choro. Sua irmã nunca fazia cupcakes, a
menos que algo a incomodasse. Fallon sempre podia saber
quão ruim era, conforme a complexidade dos cupcakes.
Desde que estava enchendo-os de cobertura, Fallon sabia que
não era bom.

—Ganache.

—Oh, que tipo de cupcakes você está fazendo?

—Chocolate amargo com recheio de ganache e coberto


com cobertura de creme e morangos frescos.

Sim, era ruim.

Fallon olhou ao longo da ilha, percebendo a bagunça


que tinham feito seus complexos cupcakes. Audrey era uma
incrível máquina de bolinho, mas era preguiçosa e odiava
limpar a bagunça. Essa era a razão principal que nunca
cozinhava, a menos que estivesse chateada. Isso a acalmava,
assim como um belo copo de vinho acalmava Fallon.
—O que esta acontecendo, Audrey? — Ela abanou a
cabeça outra vez, mas Fallon persistiu. —AA, teve tempo
suficiente. Algo está acontecendo, e você precisa me dizer.

Audrey parou de rechear e deixou cair o saco de


confeitar ao lado da panela, com um soluço saindo do seu
corpo.

—Estou apaixonada por um homem que não me ama.

Quebrou o coração de Fallon com o grito, então envolveu


seus braços em torno de Audrey.

—Certamente que não. Um homem seria um tolo se não


te amasse.

Audrey abanou a cabeça novamente.

—Não, sério, é como eu disse, ele está com uma garota


agora e eu não entendo porque eu faço tudo por ele e eu...
eu... eu... o amo. — Fallon teve que segurar suas próprias
lágrimas enquanto abraçava Audrey. —Você sabe, quando
nós começamos a namorar, era incrível e doce. Então ele
mudou. Me xinga e gosta, ugh, nem acredito que estou te
dizendo isto. — ela chorou.

—Diga-me. Não posso ajudá-la a menos que você


permita. — falou Fallon.

—Ele é muito duro comigo. Quando transamos, ele me


machuca e eu digo, mas ele não me escuta. Achava que não
seria tão estúpida para continuar voltando, mas volto. Não
sei o que fazer.
Fallon correu sua mão subindo e descendo pelas costas
de Audrey, assim como seu temperamento ficando vermelho.
Jurou que assim que soubesse o nome do pateta, ia matá-lo,
mas agora precisava cuidar de sua irmãzinha. O corpo de
Audrey tremia com os soluços enquanto abraçava Fallon
forte. Beijou a têmpora de Audrey antes de dizer.

—Audrey, tem que deixar ir bebê. Isto não está certo.


Nenhum homem deve xingar ou te machucar.

Audrey acenou com a cabeça, lágrimas escorrendo pelo


rosto dela.

—Eu sei, mas ele continua me chamando de rabo gordo,


gorda e coisas desse tipo, mas faz sorrindo e age como se
fosse uma piada. Não sei. Não sei se é algo que faço ou o quê?
Eu ainda não ganhei peso! Não sei.

—Audrey, — Fallon disse, ainda não acreditando que


sua irmã estava dizendo —querida, você é melhor do que
isso. Não deixe esse babaca fazer isso com você. Deixe-o.

—Eu não posso. Eu o amo. — disse, olhando para


Fallon com seus olhos cheios de lágrimas.

—Não. — Fallon disse, sacudindo a cabeça. —Você não


merece isso.

—Eu sei, mas eu o amo e não quero deixá-lo.

Fallon continuou a sacudir a cabeça, a raiva crescendo


dentro dela, a cada momento que passava.

—Então o que posso fazer, é encontrá-lo e matá-lo. Essa


parece ser a única maneira que você pode largar dele!
—Não, é por isso que você não sabe quem é, e porque
não te contei. — Audrey chorou.

—Isso é loucura. — Fallon disse, ainda alisando as


costas de Audrey.

—Eu sei! Eu só queria ser forte como você. Você pode


enfrentar qualquer um... e você não se importa. Eu não
posso.

—Sim. — sublinhou Fallon. —Você pode fazer qualquer


coisa.

—Obviamente tenho um problema quando se trata de


homens. Eu não posso enfrentar o papai, eu não enfrentava
aquele idiota que eu namorava até outro dia, e agora não
consigo enfrentar o cara que estou agora.

—Que também é um idiota, e sobre o que você não


enfrentou papai? — Fallon perguntou, confusa.

—Não se preocupe. — Audrey disse com um aceno de


sua mão. —Não se preocupe sobre mim.

—Audrey Jane, realmente? Você é uma parte do meu


coração! Eu sempre vou me preocupar com você.

—Não. Se preocupe com você e o Lucas. Sinta-se feliz.


Mostre-me como eu preciso fazer isso, porque eu obviamente
sou uma idiota quando se trata de amor.

—Você não é. Querida, você precisa me escutar, você


precisa deixá-lo. —Fallon salientou, novamente. Tinha que
conseguir por Audrey. Não podia ter sua irmã abusada assim.
Audrey olhou para ela e Fallon podia ver a dor em seus
olhos.

—Não sei.

—Sim, você sabe que estou certa.

Um momento de silêncio passou com elas olhando nos


olhos uma da outra. Fallon se aproximou, limpando a farinha
das belas bochechas de Audrey. Como alguém podia ser cruel
com alguém tão linda, estava além da Fallon. Sim, Audrey era
um pouco gordinha, mas funcionava nela. Não precisava ser
magra para segurar homens. Homens a amavam, era
engraçada, doce, carinhosa, amorosa e genuinamente
contagiante. Era perfeita!

Audrey acenou com a cabeça, lágrimas ainda correndo


pelo seu rosto.

—Eu sei, e acho que você é a pessoa mais incrível do


mundo. Eu olho para tudo o que você faz e eu prometo que
vou trabalhar em deixá-lo ir.

—Bom, você precisa Audrey. Olhe para você, está uma


bagunça. — Fallon disse, movendo os dedos até as bochechas
de Audrey para pegar suas lágrimas.

—Eu sei e enquanto estou aqui sentada, chorando por


um homem que não me ama, você tem um homem que te
ama mais que tudo e você está lutando com isso. Pare de
lutar com ele. Fallon, por favor, mostre-me o que preciso
fazer. Mostre-me como é amar um homem bom, então me
afastaria de um ruim.
As lágrimas vieram quente e rápida na face de Fallon
com Audrey ainda embrulhada em seus braços. Deu outro
beijo na têmpora de Audrey antes de esfregar o nariz no
cabelo dela. Não queria nada a não ser resolver todos os
problemas de Audrey. Não sabia se a solicitação dele iria
ajudá-la a deixar o babaca que tinha um desejo de morte,
mas ia tentar. Fallon não tinha nenhum problema em amar
Lucas com tudo dentro dela e ia, contanto que não pensasse
no passado. Se permanecesse fiel à sua palavra, e não a
magoasse novamente, poderiam ficar juntos para sempre.
Fallon não tinha dúvida sobre isso.

Também não tinha dúvida que quando informasse


Lucas sobre o imbecil com desejo de morte, ficaria tão furioso
quanto ela.

Fallon estava sentada na cadeira da cozinha assistindo


uma Audrey mais calma colocar os cupcakes para gelar,
quando viu Lucas e Aiden descendo as escadas. Seus olhos
encontraram os de Lucas primeiro e ele sorriu com confiança,
fazendo suas partes de menina apertarem. Desceu os olhos
para seu pequeno menino. A primeira coisa que notou era
que estava chorando. Fallon rapidamente olhou para Lucas,
mas ele abanou a cabeça, colocando a mão no ombro de
Aiden quando pararam na frente dela. Aiden olhou para
Lucas com um olhar nervoso no rosto antes de Lucas apertar
seu ombro, Aiden olhou para Fallon.

—Desculpa mãe. Eu te amo e nunca vou te odiar. Eu


prometo.
Um sorriso brilhante atravessou o rosto de Fallon ao
puxar Aiden por sua camisa, abraçando-o fortemente.

—Eu também te amo, querido.

Quando Fallon abriu os olhos, viu que Lucas tinha um


grande sorriso no rosto enquanto os olhava. Ela lhe deu um
sorriso agradecido, fazendo carinho com o rosto no pescoço
de Aiden. Era tão bom ter um parceiro quando se tratava de
Aiden. Não sabia o quanto precisava de Lucas, até que estava
lá, dando todo o apoio do mundo.

Quando se separou de Aiden, deu um grande beijo na


bochecha antes de puxá-lo para seu colo e dizer:

—AA fez uns bolinhos fantásticos, porque não se sentam


e comem alguns?

—Papai também?

—É claro. — ela disse, com um pequeno sorriso para


Lucas.

—Como uma família! Somos uma grande família, AA? —


Aiden jorrou.

Audrey veio para Aiden, entregou-lhe um bolinho antes


de acenar.

—Somos mesmo amigo, com certeza.

Fallon sentiu a mão de Lucas pegar a sua e olhou-o, um


pequeno sorriso ainda no rosto. Sorriu mais ainda antes dele
beijar sua têmpora. Ele olhou para Audrey e disse:

—Ei, onde está meu bolinho?


Lucas foi para seu carro com a mão apoiada na parte
inferior das costas de Fallon. Depois de aconchegar seu
carinha, Fallon o informou que precisava ir para a cama
também. Lucas tentou conseguir um convite para a cama,
mas isso não funcionou, então se conformou com uma
caminhada para seu carro. O céu estava claro com uma
pequena brisa, e Lucas ainda não podia acreditar como o dia
acabou. Começou tendo apenas um garoto incrível. Agora ele
tinha uma namorada e um garoto incrível.

Fallon envolveu seus braços ao redor dele, inclinando-se


contra seu peito enquanto soltava um longo suspiro.

Quando olhou para ele, viu lágrimas nos olhos.

—O que está errado?

Fallon engoliu ruidosamente.

—Estou preocupada com Audrey.

—Por quê?

Fallon balançou a cabeça.

— Está namorando um cara que não age certo com ela.


A chama de gorda e a machuca durante o sexo.

Lucas ficou surpreso com a raiva que encheu seu corpo.

—Quem é ele?

—Eu não sei, ela não me diz.

—Ok, bem, ela precisa.

Fallon assentiu com a cabeça.

—Eu sei.
Nada foi dito enquanto se abraçavam, ambos
preocupados com Audrey. Lucas não sabia por que não quis
dizer a Fallon, mas podia dizer a ele. Planejava perguntar-lhe
na próxima vez que estivessem sozinhos. Audrey era como
uma irmã e mataria o cara quando descobrisse quem era.
Não só pela paz de Fallon, mas porque Audrey merecia um
bom homem. Era uma santa, a pessoa mais doce que teve o
prazer de conhecer.

—Eu vou descobrir, menina. Não se preocupe.

Fallon sorriu, antes de ficar na ponta dos pés, envolver


seus braços em volta do seu pescoço e beijando-o levemente
nos lábios. Os olhos de Lucas se fecharam quando a abraçou,
puxando-a mais perto. Foi um beijo longo e quente, como
dois adolescentes de 16 anos que não se cansavam do outro,
contra seu carro. Suas mãos percorriam o corpo dela
enquanto massageava a parte de trás do seu pescoço. Ela foi
para sua boca novamente, mas pegou seu lábio inferior entre
os dentes, tentando obter mais. Fallon correu as mãos por
seu rosto, ao longo de seu queixo, movendo os dedos ao longo
dos pêlos grossos do rosto.

Ela puxou de volta novamente e beijou seus lábios


suavemente antes de sair de seus braços.

—Eu ficarei aqui a noite toda se continuarmos.

Ele sorriu antes de abraçá-la novamente, segurando sua


bunda.

—O que está errado com isso?

—Estou cansada, e tenho que trabalhar amanhã.


—Falte.

Ela riu.

—De jeito nenhum, tenho muito para ver sobre a


campanha e tudo.

Mordeu o queixo dela.

—Pode sair mais cedo?

Ela levantou uma sobrancelha.

—Quão cedo?

—Cedo o suficiente para ir às compras comigo. Preciso


de algumas coisas para casa e você é a melhor pessoa para
isso.

Sorriu e disse.

—Não sei.

—Por favor. — se declarou, beijando seu maxilar. —Por


favor?

Fallon soltou um longo fôlego antes de afastar-se e


piscar um sorriso bonito.

—Eu terei terminado às 11.

Um sorriso arrogante surgiu na cara dele enquanto a


observava andar pelo caminho e entrar em casa, enviando
um último sorriso antes de fechar a porta. Esperou a luz
dianteira desligar antes de entrar no carro e sair, então olhou
para a casa uma última vez. Quando viu Fallon em pé na
janela, acenando, sorriu quando acenou de volta.

Cara, a amava, muito mesmo.


Ah, Green Hills, como eu senti sua falta.

Fallon estava no meio do shopping de Green Hills em


absoluto terror. Havia passado muito tempo desde que esteve
lá. A única vez que veio foi quando Audrey a arrastou para lá,
mas sempre partia seu coração que não tinha o tipo de
dinheiro que Green Hills exigia.

Matava que não fosse mais capaz de fazer compras lá.


Tinha crescido fazendo compras em Green Hills, mas
chegando em casa quebrada e grávida mudou tudo isso.
Fallon aprendeu rapidamente que o shopping não era amigo,
mas agora poderia ser. Não tinha certeza se a excitação que a
preencheu era de estar dentro do lindo shopping ou de estar
ao lado de Lucas.

De qualquer forma, Fallon estava no paraíso de uma


menina rica e estava com o homem dos seus sonhos.

Pensamentos sobre Lucas a manteve acordada rolando


na cama a noite toda. Deveria tê-lo deixado passar a noite,
mas não queria apressar as coisas. Queria aproveitar essa
parte do namoro. Foi por isso que concordou em ir hoje.
Fallon tinha loucas quantidades de trabalho para fazer, mas
passar um tempo com Lucas parecia uma ideia melhor. Toda
garota precisava de um dia de terapia de compra, e fazê-lo
com um belo espécime de homem era apenas um bônus.
Enquanto Fallon andava ao lado de Lucas, não poderia
segurar o sorriso que permanecia em seu rosto. Tinha
guardado um pouco de dinheiro para gastar e estava pronta
para fazer compras. Sabia que a conta bancária estava cheia
até a tampa, mas não poderia gastar esse dinheiro. Era para
outras coisas, e se recusou a mexer nele.

Lucas caminhou muito próximo a Fallon, o braço


roçando com o seu a cada passo que davam. Quando a mão
dele pegou a sua, olhou para ele, para ver se a olhava, como
se estivesse esperando por ela dizer alguma coisa.

—O quê? Eu não posso segurar sua mão? — Ele


perguntou.

—Eu disse isso?

—Não, mas você está me dando um olhar.

—Eu não estou!

—Sim, você está. Estamos namorando Fallon, e se você


acha que eu vou te deixar esconder isso como você fez antes,
eu tenho outra ideia sobre isso.

Ok, então obviamente estava um pouco sensível sobre o


passado.
Fallon abanou a cabeça.

—Lucas, eu nunca disse nada.

—Talvez sim, mas posso dizer quando você está nervosa


sobre as coisas. Duvido que seu pai vá falar alguma coisa
agora. Quero dizer, nós fizemos um bebê!

Fallon revirou os olhos.

—Lucas, já decepcionei meu pai ao extremo. Não estou


preocupada com ele sabendo que eu estou com você, e como
disse, eu engravidei de você.

Lucas me olhou nos olhos por um minuto antes de


dizer.

—Eu sempre quis te perguntar sobre isso. O que se


passa entre vocês dois?

—Ele diz que eu sou uma decepção, porque fiquei


grávida e não me livrei de Aiden, como queria que fizesse.

—É mesmo? Isso é loucura! Você já era adulta.

Fallon assentiu com a cabeça.

—Não importa. Ele disse que Aiden arruinaria minha


vida. Estava errado, claro, na verdade foi o meu pai que
arruinou a minha vida, não Aiden. Meu pai me tirou tudo.
Meu dinheiro, um lugar para ficar, minha mãe, e tentou até
mesmo roubar Audrey, mas ela não deixou.

—Uau, isso é loucura. — disse Lucas então olhou para


ela. —Então é onde foi parar seu dinheiro. Eu estava me
perguntando isso, também. — disse Lucas, balançando a
cabeça.
—Sim, tudo isso se foi. Deprimente hein?

Lucas sorriu.

—Não se preocupe, tenho mais do que suficiente para


você, Aiden e para mim.

Fallon riu.

—Não aceitarei seu dinheiro!

Ele revirou os olhos antes que ela apertasse firmemente


sua mão.

—Mas eu quero segurar a sua mão, então se acalme.

Lucas deu um sorriso amoroso antes de dobrar o braço


atrás das costas e pegar na mão dela, de modo que estaria
mais perto. Era um movimento pequeno, simples, que tinha
deixado o coração de Fallon palpitando. Adorava quando se
contorcia de várias maneiras só para estar perto dela. Fazia
se sentir especial e única, Lucas conseguia fazê-la se sentir
assim.

Conforme continuaram andando pelo shopping, Lucas ia


puxando-a mais apertada para ele, ou passava seus lábios
por sua cabeça. Era inebriante e estava tendo um tempo
difícil para apreciar o shopping, mas de uma forma que não
se importava. Isso foi até Louis Vuitton entrar em seu campo
de visão.

—Oooh...— Fallon falou, apontando para a loja. Lucas


sorriu enquanto mudava de direção, para entrar na loja.
Fallon foi para longe, enquanto caminhava através da loja da
imaculada.
Quando viu uma bolsa Coeur e um cinto que
combinava, comprou sem perguntar o preço e não iria se
arrepender.

E isso levou o que, ao todo, cinco minutos.

Enquanto Fallon andava para fora da loja, xingou-se por


gastar todo o dinheiro que tinha guardado, nos primeiros 10
minutos de passeio no shopping. E se visse um vestido
incrível, o que faria, ou um par de sapatos! Fallon amava
sapatos! Agora ficaria sem sapatos, gastou todo o seu
dinheiro em uma bolsa e um cinto! Sim, o cinto era fantástico
e a bolsa de mão era incrível, mas que droga isso! Estava
falida, agora!

—Preciso correr pela Galeria Z e pegar algumas coisas,


então podemos ir onde quiser. — disse Lucas, orientando-a
para uma loja enorme de produtos de casa. Fallon ficou
zangada durante todo o caminho até lá, e quando entrou,
queria sair imediatamente, porque percebeu que tinha que
ter comprado roupa de cama. Se não fosse tão apaixonada
pelas coisas que tinha comprado da Louis Vuitton, teria
corrido de volta e devolvido tudo, mas não faria isso. Então
Fallon teria que esperar pela bela cama brilhante estampada
de rosa e preto até que tivesse dinheiro, e não seria por mais
ou menos um mês.

Tal pensamento era tão deprimente...

Fallon ficou na frente da cama, admirando os lençóis


que nunca teria, enquanto andava por ela, olhando para
diferentes possibilidades e combinações. Quando correu seus
dedos pela roupa de cama macia, trouxe memórias
completas, Lucas riu.

—Baby, compre-os. — disse. —Você está olhando para


eles desde que chegamos aqui.

—Eu sei. É tão lindo!

—Então compre-os. — insistiu.

—Não posso, não até depois da campanha e receber


meu bônus.

Quando não disse nada, ela olhou para ver que ele
estava olhando para ela, confuso.

—Você não descontou o cheque?

—Sim, eu descontei, mas esse dinheiro é posto de lado


para outra coisa.

—O que no mundo você faria para gastar tudo isso?

Fallon riu.

—Bem, eu paguei o condomínio da Audrey e então


coloquei 2 milhões em conta para faculdade de Aiden e o
resto vai para outra coisa.

O coração de Fallon acelerou quando fitou os olhos dele.


Estava com medo de dizer a Lucas sobre a adega. Se achasse
que era bobagem e risse dela? Partiria seu coração, uma vez
que era seu sonho.

Apoiou seu sonho de sofisticar o esporte de hóquei. Não


queria saber quantas garrafas de vinho tinha que empurrar
na garganta das pessoas, ou se tinha que falar até que ficasse
com o rosto azul sobre quão incrível o vinho era, ia ter sua
adega e iria ser um sucesso. Mas isso não impediu que Fallon
ainda estivesse nervosa com a opinião de Lucas. Isso fazia
seu coração doer só de pensar que não a apoiaria. Fallon
sorriu nervosamente e sentou-se na beirada da cama,
adorando a sensação do cobertor contra a parte de trás das
pernas.

—O quê? — Perguntou, como ela sabia que iria.

Fallon encolheu os ombros.

—Não é nada. — disse com um tremor da mão.

—Obviamente é algo e estamos tentando essa coisa de


comunicação, lembra? Então você tem que dizer. — disse
Lucas com um sorriso quando se sentou ao seu lado.

Ele a tinha lá.

—Bem..., é meio bobo.

—Duvido, diga-me.

Fallon mordeu o lábio, enquanto brincava com a parte


inferior de sua saia cinza. Olhou para ele e sorriu.

—Eu quero sofisticar o hóquei abrindo uma adega de


vinhos para todos os fãs comprarem vinhos para a festa em
suas casas.

As sobrancelhas de Lucas formaram um desenho juntas


quando olhou para ela.

—Sofisticar o hóquei?
Fallon assentiu com a cabeça desde que sabia que não
entenderia. Ninguém entendia, mas isso não impediu de se
explicar.

—Sim. — disse, voltando-se para o olhar. —Quero que


as pessoas voltem para casa e relaxem com uma boa garrafa
de nosso Big Country ou nosso grande Rock Syrah. Quero
que discutam a grandiosidade do jogo com o nosso vinho em
seu copo. Hóquei é tão intenso e as pessoas bebem cerveja
porque é isso que se faz, mas pode se mudar a norma e
iniciar um movimento de beber vinho. Sei que nunca vai
tomar o lugar de cerveja durante o jogo, mas se eu posso
substituir a bebida depois do jogo pelo vinho, conseguiria, e é
onde minha adega entra.

—Sério?

—Sim! O vinho é tão relaxante. Não faz somente você se


sentir bem, mas você se sente mais sexy. Vinho é sexy, ao
contrário da cerveja.

Um sorriso cresceu no rosto de Lucas, quando olhou


para ela.

—Você é a pessoa mais incrível que eu conheço. Você


sabe disso?

As bochechas de Fallon aqueceram quando desviou o


olhar. Não podia acreditar como conseguia se apaixonar
tantas vezes, mas isso só acontecia quando amava tanto algo.
Olhou para Lucas e sorriu.

—Seja como for, você acha que eu sou boba.


—Nunca. Eu acho que você é de tirar o fôlego e se isto é
o que você quer baby, diga-me o que posso fazer para ajudar.
Se eu tiver que falar para todo mundo sobre o vinho, para a
equipe, para os nossos fãs, então é melhor acreditar que
farei.

Um caroço se formou na garganta do Fallon quando


fitou os olhos de Lucas.

—Você faria isso? — Engasgou.

Ele zombou.

—Querida, faria qualquer coisa por você. Acho que Adler


já bebe vinho e Jakob também, então eu só tenho mais cerca
de 30 caras para convencer. O garoto novo é impressionável,
então eu tenho certeza que posso fazê-lo. Ah não, espera,
ainda não tem idade suficiente, mas uma vez que tenha, vou
comprar-lhe uma caixa de vinho seco e fazê-lo beber tudo.

Fallon emudeceu, enquanto olhava fundo nos olhos


brilhantes de Lucas. Engoliu ruidosamente antes de envolver
seus braços em volta do seu pescoço e beijá-lo na boca. As
palavras estavam na ponta da língua, mas ainda não estava
pronta para dizer que o amava. Se falou com ele sobre mover-
se tão rápido, como poderia deixar escapar que o amava mais
que tudo e não ser uma hipócrita?

Precisavam levar as coisas devagar, mas pelo amor de


Deus, como poderia, quando era provavelmente o homem
mais doce que existia.

—Obrigada. — Disse contra seus lábios quando se


separaram.
Os olhos de Lucas estavam cheios de amor, enquanto
corria o nariz contra o dela.

—Sem problemas.

Lucas a puxou para trás quando uma vendedora passou


por eles.

— Senhora você pode pegar um jogo desses para mim?


Tamanho queen por favor.

—Lucas! — Fallon queixou-se, batendo no braço dele.

—O quê? Quer comprar um para minha cama também?

Fallon revirou os olhos.

—Não! Sabe que odeio quando gasta dinheiro comigo.

Lucas sorriu.

—Não me importo. — Então voltou para a vendedora —


Por favor e obrigado.

—Sim senhor. — a mulher que disse antes de ir embora


com um sorriso no rosto.

—Eu não vou usá-lo.

—Oh sim. — Lucas disse com um sorriso maroto. —E,


esperançosamente, vai me deixar estreia-lo.

O calor subiu por Fallon enquanto Lucas se afastava,


rindo aquele riso baixo e sexy. Fallon se levantou e acenou
com a cabeça. Sabia que não haveria maneira de convencê-lo
a não comprar a roupa de cama ou qualquer outra coisa
nesse sentido, então decidiu que não gastaria muito tempo
olhando para qualquer outra coisa enquanto estivessem no
shopping.

Sim.

Fallon não ansiava por mais nada, enquanto estavam no


Green Hills, até que surgiu a bela loja da Kate Spade. Fallon
ficou muito admirada com a beleza na vitrine enquanto Lucas
ria e a arrastava para dentro.

Eles saíram com 19 sacolas.

—Lucas isso é loucura! Por favor, leve tudo de volta!


Sinto-me horrível.

Lucas riu, balançando as bolsas que tinha na mão.

—Pensei que soubesse que eu adoro gastar dinheiro com


as pessoas que amo. Então se acostume bonita e vamos lá.
Queria ir para aquela loja que Audrey gosta. Preciso comprar
alguma coisa que adore para poder persuadi-la a me contar
que cara eu vou ter que matar.

O amor encheu Fallon do topo da cabeça até seus dedos


dos pés, enquanto observava o perfil de Lucas quando
caminhavam.

—E você diz que eu sou incrível.

—Eu digo, e sei que também sou. Então, basicamente,


somos praticamente duas pessoas incríveis, com um garoto
incrível.

Fallon não podia concordar mais.


Lucas se sentia completamente otimista enquanto
dirigia do trabalho da Fallon para a escola de Aiden. Ser
capaz de passar à tarde com Fallon foi perfeito, mas receber
um convite para jantar fez o seu dia. Não se cansava de suas
duas pessoas favoritas, e sabia que essa noite ia ser o início
de muitas noites incríveis. As coisas pareciam como se
fossem do jeito que queria, que ia direto para o altar e Fallon
tendo outro bebê.

Não podia esperar.

Quando Lucas virou na direção da Broadway para a


escola de Aiden, seu telefone tocou.

Quando viu que era Levi, respondeu.

—Ei.

—Isso foi algum tipo de compras que você acabou de


fazer.

Caralho.

—Sim, porque?

—Porque eu acho que você precisa ser cuidadoso com o


dinheiro que você está gastando Luc. Você tem que pagar a
mãe do seu filho um bom pedaço por todos os meses, e você
não pode gastar dinheiro como você costumava.

Lucas revirou os olhos.

— Primeiro, Fallon é o nome dela. Segundo, eu faço


mais de 7 milhões por ano só dos contratos, e então tenho
patrocínios com a Nike e o Jockey. Por que no mundo preciso
controlar meus gastos, quando levar minha namorada ao
shopping?

—Então você foi às compras com Fallon? Por que


desperdiçar tanto dinheiro, quando ela recebeu recentemente
uma quantia enorme de você e também está recebendo um
pagamento mensal?

Lucas soltou um suspiro frustrado.

—Vou fingir que você não disse isso e também estou


ligando para Jessie amanhã e pedindo que levante como
estão meus fundos de investimentos.

Lucas desligou o telefone e jogou no banco traseiro. Levi


o frustrava e não ia dizer com quem e como poderia gastar
seu dinheiro. Guardou muito quando estava na reabilitação,
e se quisesse gastar com Fallon, Audrey e Aiden, gastaria!
Ninguém ia dizer-lhe o contrário!

Lucas parou atrás de uma Mercedes e soltou outro


suspiro frustrado. Foi para isso que trabalhou. Patinou e
trabalhou duro para dar tudo às pessoas que significavam
muito para ele. Como ousava Levi tentar dizer-lhe com o que
podia ou não podia gastar seu dinheiro?

Ele que se foda!

Lucas estava espumando, mas quando seus olhos


caíram em Aiden, com seu brilhante sorriso no rosto,
correndo em direção de seu carro, todos os pensamentos
sobre Levi e o dinheiro sumiram e a felicidade de ver seu filho
substituiu tudo.
Lucas abriu a porta e encontrou Aiden na metade do
caminho, abraçando-o firmemente.

—Ei amigo. — disse quando Aiden sorriu para ele.

—Ei pai! Srta. Lemar precisa falar com você. — Aiden


disse enquanto uma lourinha vinha em direção a eles. E
quando viu a jovem a primeira coisa que Lucas pensou foi
que seria perfeita para o novato, Tate, na equipe. Lucas
estava começando a gostar muito do garoto e pensou que
poderia trazê-lo para pegar Aiden um dia.

Assim que aprendesse um pouco de inglês.

—Oi, você é o pai do Aiden? — Perguntou, docemente.

—Eu sou— Lucas disse segurando sua mão. —Lucas


Brooks.

—Oi, Melanie Lemar, professora do Aiden. É


maravilhoso te conhecer. Aiden fala sobre você o tempo todo.
— disse.

Lucas sorriu para Aiden.

—Prazer em conhecê-la, também.

—A razão por que precisava vê-lo era que preciso de


uma assinatura neste formulário para Aiden. Acho que a
Srta. Parker se esqueceu de assinar. — Srta. Lemar disse,
entregando-lhe uma folha verde brilhante. O estômago de
Lucas afundou enquanto tentava focar as palavras. Não só a
cor mexendo com seus olhos, mas as palavras estavam em
letras minúsculas. Olhou para cima para a Srta. Lemar com
um sorriso encantador.
—Desculpe-me, esqueci meus óculos. O que é isto?

—Oh! Desculpa! É para a nossa viagem de campo na


semana que vem para o centro de ciência de aventura! Se
você quiser ser voluntário você pode assinar aqui. — disse,
mostrando a ele. Lucas sorriu amplamente e assinou o nome,
rapidamente também marcando o local para o voluntariado.
Pareceu uma grande ideia, falaria com Fallon para vir, ou
talvez Audrey.

—Muito obrigado, Sr. Brooks. Novamente, foi um prazer


conhecê-lo!

—Você também, Srta. Lemar. Vou ver você na próxima


semana. Vamos lá amigo. — Lucas disse. Aiden caminhou à
frente do pai, pulando para o banco de trás antes de Lucas
fechar a porta. Lucas foi para o lado do motorista e dirigiu
para casa de Fallon. Geralmente Aiden ficava falando sem
parar, mas ele não estava fazendo isso hoje, então Lucas
olhou no espelho retrovisor para Aiden e perguntou —Ei, você
está bem?

Aiden olhou para ele, as sobrancelhas curvadas.

—Pai, você não usa óculos.

Lucas limpou a garganta nervosamente.

—Sim.

—Você disse a Srta. Lemar e nunca te vi com eles. Eu


mesmo olhei suas coisas no seu banheiro e lá não tem
também. Lucas assentiu com a cabeça, seu estômago girando
enquanto Aiden continuava — Você nunca lê para mim e
sempre me pede para ler as coisas.

Lucas estava olhando o para-brisa com o coração


acelerando em seu peito, com o pensamento de dizer a Aiden
sobre sua dislexia. Ele riria dele? Pensaria que era burro?
Aiden era mais esperto que qualquer criança normal e muito
perspicaz. Lucas deveria saber que não demoraria muito
tempo para Aiden pegar o transtorno de Lucas. Estava
assustado e sabia o que Aiden diria quando perguntou:

—Pai, você pode ler?

Lucas limpou a garganta novamente porque sua boca


estava extremamente seca de repente. Lentamente balançou
a cabeça, engolindo em voz alta antes de dizer:

—Amigo, não posso.

Aiden parecia se preocupar quando Lucas olhou para


ele.

—Por que não? A vovó não te ensinou?

Lucas lambeu os lábios secos.

— Ela tentou, mas eu tenho uma doença chamada


dislexia. Demora um minuto para ler as coisas, porque todas
as palavras se embaralham se misturando.

Aiden estava quieto por um momento, antes de


perguntar:

—Posso ajudá-lo? Ou a mamãe pode?! Me ensinou a ler,


ela é a melhor.

Lucas sorriu enquanto assentiu.


—Ela é, mas é difícil, e tenho que trabalhar realmente
duro para aprender.

Aiden piscou duas vezes antes de olhar para fora. Lucas


não sabia o que dizer, então nada mais foi dito durante a
viagem até casa de Fallon o que o surpreendeu. Esperava um
monte de perguntas de Aiden, perguntou se ele estava com
medo ou algo assim. Quando chegaram, Lucas estacionou o
carro ao lado do carro da Audrey e saiu, abrindo a porta para
Aiden, mas não se moveu. Aiden olhava para Lucas com um
olhar de preocupação antes de dizer:

—Você não deveria desistir pai. Mesmo se é difícil, você


pode fazê-lo. Você pode fazer qualquer coisa, que é o que você
sempre diz para mim.

Lucas ficou emocionado olhando nos olhos do seu filho


quando repetiu as palavras que seu pai costumava dizer e
agora ele disse ao seu filho. Aiden estava completamente
certo e Lucas realmente precisava ouvir os conselhos do seu
pai.

Lucas soltou o cinto do Aiden e o pegou em seus braços,


abraçando-o firmemente.

—Eu te amo, Aiden.

—Eu também te amo, pai. — Aiden disse abafado desde


que Lucas estava segurando-o tão apertado. Lucas ria
enquanto descia Aiden, acariciando sua cabeça antes de
fechar a porta. —Então você vai tentar?

—Vou tentar.
Aiden sorriu antes de correr à frente para onde Audrey
olhou da porta com um sorriso no rosto.

—Bem, olá pessoal!

Aiden deu um grande sorriso envolvendo os braços em


volta da cintura da Audrey.

—Ei AA! Posso comer um bolinho?

Audrey, deu uma risadinha.

—Claro, vamos lá. Você vai entrar, Lucas?

Lucas assentiu com a cabeça.

—Sim, eu preciso pegar umas sacolas e entrarei em um


minuto.

Audrey enviou-lhe um sorriso fraco, antes de se virar e


entrar com Aiden. Lucas esperava que as coisas que comprou
a Audrey a fizessem falar. Odiava que Fallon se preocupasse.
Não era bom para nenhum deles, especialmente a Audrey.
Ele não sabia o que a estava machucando, mas isso não
continuaria por muito mais tempo. A amava demais para
deixar alguém machucá-la.

Quando Lucas foi para o carro, pensou sobre o que


Aiden disse... e de repente, estava chorando. As lágrimas
vieram rápidas, e Lucas, basicamente, engasgou-se com a
quantidade de emoção que deixava seu corpo. Ele se apoiou
contra o carro e tentou se acalmar fazendo respirações
profundas. Não foi só o fato de Aiden ser compassivo e
compreensivo, ele queria ajudar. Assim como Fallon também
queria.
Pela primeira vez Lucas não estava com vergonha ou
nervoso sobre sua condição. As duas pessoas que mais
importava, se importaram o bastante para não se
incomodarem com sua desordem. Finalmente, Lucas sentiu
que poderia ser ele mesmo e não ter que tentar ser alguém
que não era. Era um cara normal, de boa aparência. Não
podia ler, mas ele jogava hóquei muito bem, não ótimo, mas
muito bem. Tinha um temperamento um pouco forte e era
um viciado em recuperação. Apaixonado por uma mulher e
lutaria com unhas e dentes para derrubar o muro que tinha
posto acima, mas estava tudo bem, porque a amava e tinha o
filho mais incrível do mundo com ela.

Que era como ele e felizmente, fora abençoado com


pessoas que o amava com seus defeitos.

Lucas rapidamente passou a mão sobre as bochechas,


respirando fundo. Não podia ir para dentro até que se
acalmasse, deu mais um par respirações calmantes antes de
abrir o porta-malas e tirar todas as sacolas de seu passeio de
compras com Fallon. Depois de fazer duas viagens,
finalmente tinha tudo lá dentro e um sorriso no rosto.
Assistir Fallon na Kate Spade era como observá-la ter um
orgasmo. Era deslumbrante e com um olhar sexy que vinha
ao seu rosto toda vez que via alguma coisa que tinha que ter.
Quando reparava naquele olhar no rosto de Fallon, ele
comprava os produtos, o que levou a essa quantidade de
sacolas. Não se importava quanto custava ou quanto ela
gritou e reclamou, somente que mais tarde ela sorriria.

E adorava fazê-la sorrir.


Lucas estava colocando as sacolas no sofá quando
Audrey entrou com um sorriso curioso na cara.

—Ooh, o que você me trouxe?

Lucas sorriu.

—Na verdade, várias coisas. Fallon escolheu quase tudo,


e há uma roupa de banho que escolheu por si mesma.

Audrey olhou para os três sacos de Betsy Johnson antes


de voltar a olhar para Lucas.

—Estava brincando.

—Oh, bem eu não estou. Desembrulhe, e me deixe saber


se você gostou. —disse. Ela olhou-o desconfiada antes de
chegar nas sacolas. A primeira coisa que arrancou foi o novo
maiô sensual de Fallon. Ela riu e olhou para ele. —Fallon?

Deu-lhe um sorriso pateta. O maiô era lindo, mas era


ainda mais lindo em Fallon.

—Sim, vamos para a Califórnia na semana que vem.

—Ela me faz doente com seu corpinho perfeito. —


Audrey deu uma risadinha quando jogou a roupa de banho
para o lado antes de olhar através do saco. Quando puxou
cada item para fora, os olhos dela arregalavam um pouco
antes de soltar um gritinho. Quando tinha tudo colocado
para fora, olhou Lucas com um sorriso vencedor. —Você sabe
que é o meu favorito, certo?

Lucas riu.

—Então você gostou?


—Oh sim! Eu gostei! — Disse antes de envolver seus
braços em volta de seu pescoço. —Obrigado por pensar em
mim.

—Sempre.

Audrey deu uma risadinha quando começou a juntar


tudo e colocar de volta nas sacolas. Quando terminou, deu a
Lucas mais um sorriso antes de se dirigir para as escadas,
mas ele não a deixaria ir longe.

—Quem é ele, Audrey?

Lucas poderia ter sido mais sutil sobre isso, mas... Ok,
talvez não poderia.

Ela olhou por cima do ombro.

— O quê?

—Quem tem te magoado? Você pode me dizer.

Audrey balançou a cabeça e encontrou seus olhos


quando se virou para olhar para ele.

—De jeito nenhum. Está tudo bem. Eu cedi e agora


estou bem. Não se preocupe.

—Diga-me. — disse Lucas, defendendo sua posição.

—Não. — Audrey disse em voz baixa. —E se essas coisas


são sua forma de obter informações de mim pode levá-las
embora.

Lucas a assistiu jogar as sacolas no sofá antes de cruzar


os braços. Lucas estreitou os olhos.
—Eu comprei aquelas coisas porque você é a irmã que
nunca tive. Com isso dito, diga-me quem está te
machucando, porque eu vou matá-lo. Você não merece isso
Audrey, ainda é nova para ficar assim. Eu te conheço.

Audrey assentiu com a cabeça.

—Eu o amo.

—Não importa. — disse Lucas com nenhuma simpatia


em tudo. —Você não merece esse abuso.

—Não mereço, mas estou me metendo na vida de vocês?


Você e eu sabemos que Fallon não tem tratado essa situação
bem desde o início. Então antes de ir me dizendo que eu
mereço coisa melhor, olhe para sua situação.

Ficou surpreso pela raiva dela. Sabia que iria se fechar e


atacar, então porque de certa forma, Lucas foi atacá-la sobre
a situação. Ele engoliu sua própria raiva e disse:

—Uau, Audrey. Então você está dizendo que Fallon não


é suficiente para mim? Ou que Fallon me maltrata? Porque a
última vez que chequei, não me machucou durante o sexo.

As bochechas de Audrey ficaram vermelhas quando ela


desviou o olhar.

—Ela é má e detestável.

—Porque tem medo. Eu a machuquei. Nos últimos sete


anos ambos pensávamos que eu a traí, então, sim, ela tem
todo o direito de não ser muito agradável para mim, mas não
é esse o ponto. Estamos trabalhando nisso, e você precisa
tirar a cabeça do seu rabo, antes de virar uma dessas
mulheres que começa a inventar desculpas para o seu abuso.
Recomponha-se, Audrey.

Ela olhou para seu peito que subia e descia a cada


segundo.

—Fique fora disso.

—Não. — disse simplesmente.

—Você é um idiota.

Lucas encolheu os ombros.

— Já me chamaram de coisa pior.

—Por quê? — gritou, jogando as mãos no ar.

—Porque eu te amo Audrey, e eu me recuso a deixar que


você preocupe sua irmã e a mim.

Audrey estava com os olhos cheios de lágrimas quando


olhou para o chão.

—Apenas deixe para lá.

—De jeito nenhum.

Audrey abanou a cabeça antes de virar e subir as


escadas. Quando ouviu a porta bater se fechando, encolheu
os ombros. Audrey poderia atacar com tudo o que quisesse,
não se importava. Descobriria quem a estava machucando, e
quando o fizesse, Lucas esperava que o cara estivesse pronto
para conhecer o seu criador.
Fallon estava em um rolo.

Após o dia de compras com Lucas, tinha voltado para o


escritório e seus pensamentos criativos estavam fluindo.
Desde o dia na praia com Lucas, quando lhe disse sobre seu
alcoolismo, Fallon não sentia certo sobre toda a campanha.
Alguma coisa tinha que mudar. Não podia tê-lo bebendo
vinho em milhares de imagens, quando era um alcoólatra em
recuperação. Só não achava certo. Muitas pessoas não
sabiam da condição de Lucas, mas Fallon sabia e não gostava
de pensar nele sendo retratado com uma bebida alcoólica na
mão. Estava orgulhosa de que tivesse superado, e que não ia
retratá-lo como um festeiro playboy quando não era. Antes
não tinha problema porque pensou que era todas essas
coisas, mas não mais. Era um homem bom, e ainda ficou
surpresa como tudo mudou tão rapidamente na mente dela, e
estava agradecida pela mudança. Não sabia o que teria feito
se continuasse a pensar que Lucas era um pedaço de merda.

Provavelmente nunca cairia no amor por ele novamente.

Fallon tinha trabalhado na nova campanha durante


toda a semana, mas nada estava pronto. Isso foi até que
Lucas se despediu quando a deixou no escritório. Os dentes
dele roçaram seu lábio inferior antes morder suavemente. Foi
a coisa mais erótica do mundo e Fallon não se cansava, mas
então disse ―Mmm... sorvete de cereja. É mais gostoso em
seus lábios.‖

É mais gostoso em seus lábios.


Vinho Rocky Top é sensacional, mas é melhor em seus
lábios.

Fallon não podia acreditar como ficou perfeito! Isso não


só puxava o público masculino, mas ia puxar o feminino
também! Era melhor do que o seu primeiro slogan, e ia
funcionar muito melhor em manter o álcool longe de Lucas.
Fallon fez todo o trabalho de preparação.

Ligou para o artista desenhar os esboços e nem se


preocupou em ligar para demitir a maioria dos modelos para
a campanha, deixando no centro Lucas e uma menina. Fallon
se sentia no topo do mundo. Sua única preocupação era o
pai, mas desde que ele saiu em uma viagem de negócios até o
dia da filmagem, se sentia confiante de que fosse capaz de
fazer isso, ninguém para segurá-la.

Fallon tinha um sorriso completo no rosto quando Rob


abriu a porta. Quando olhou para cima, sorriu para seu terno
preto liso e recente corte de cabelo. Aparentemente tinha um
encontro com um advogado, então queria parecer um
homem. Cara, conseguiu. Quando não estava todo animado,
Rob era um homem excepcional. Os olhos brilhavam sem a
maquiagem e o seu corpo parecia tonificado e sexy sob a
roupa. Era um sonho!

— Está ótimo, Sr. Slater. — ela disse.

Rob corou e sorriu para ela.

—Puxa, obrigado! — Fallon riu antes dele balançar a


cabeça. — Droga, me desculpe, eu me distraí, Senhora
Justine está na linha dois.
—Oh! — Fallon gritou antes de pegar o telefone dela, —
Olá, Fallon Parker falando?

—Ei Fallon, sou eu Justine Grace.

—Grace! É tão bom ouvir de você, como está?

Fallon amava Grace. Era a mais incrível planejadora de


festa em Nashville e também a irmã gêmea de Shea Adler.
Desde a assinatura de um contrato com os Assassins para
planejar todas as suas festas, 'Planejando seu Momento',
passou de ótima para noite maravilhosa. Grace prometia
perfeição, e entregava.

Fallon também estava muito animada para trabalhar


com Grace. Sempre foi a fornecedora, mas agora era a anfitriã
e amava ser. Fallon queria apresentar toda a campanha em
forma de imagens para o Conselho Diretor e os jogadores,
todos juntos. Ela pensava que não haveria nenhuma maneira
melhor de fazer isso do que ter uma grande festa. Isso não só
ia celebrar a campanha, mas também pelo time chegar aos
playoffs.

—Está tudo ótimo! Rob te deu a papelada que eu


mandei por fax? — Grace perguntou quando Rob lhe
entregou uma papelada na sua mão.

Rob piscou para Fallon um sorriso quando pegou a


papelada rapidamente.

—Sim, senhora. O que estou olhando? — Perguntou,


tentando ler rapidamente.
—O cardápio e assentos dos convidados. Acho que tenho
tudo bem, mas eu queria que você visse isso antes de mandar
para frente. Também preciso de fotos da campanha, você já
tem alguma?

—Ainda não. Serão feitas este fim de semana, devem tê-


las prontas e impressas do tamanho de parede que você
pediu na sexta-feira o mais tardar.

—Incrível, você é a melhor. O que você achou do


cardápio?

Fallon acabou de ler e sorriu.

—Acho que é perfeito, o que eu esperava nada menos de


você.

Grace deu uma risadinha.

—Para Fallon! Você está me fazendo corar!

—Muito obrigada Grace. Você é incrível.

—Obrigada eu, não posso esperar para estar tudo


pronto. Acho que esta será a segunda festa favorita que eu
planejei.

Fallon riu.

—O primeiro foi o aniversário de Elli?

—Sim! Essa foi uma obra-prima!

Fallon não podia concordar mais. Ainda tinha arrepios


toda vez que lembrava como se sentiu quando ela entrou no
Belmont. Era como se tivesse sido levada de volta a 1800, e
estava assistindo Mr. Darcy e Srta. Elizabeth dançar a noite
toda. Foi magnífico.

—Foi. — concordou Fallon.

Grace riu antes de dizer.

—Então, não posso esperar para vê-la! Eu estarei em


contato.

—Ótimo! Tchau Grace.

Fallon desligou o telefone e olhou para baixo para o


cardápio. Era espetacular e como disse, não esperava mais
nada. Se Grace quem fez, estaria muito elegante e não estaria
mais animada com a festa. Fallon colocou a papelada no
arquivo de festa e levantou-se, esticando as suas pernas.
Olhou o relógio no computador e viu que era hora de ir.

Não podia esperar para chegar em casa. Estava


ansiosa para fazer o jantar para Lucas, Aiden e Audrey.
Também estava animada para brincar com todas as coisas
novas que Lucas comprou. Quando colocou os sapatos, o
sorriso ficou enorme em seu rosto. Fallon não tinha sido feliz
assim há muito tempo e isso começava e terminava com dois
caras especiais.

Seus caras.

Lucas e Aiden.
Fallon deitou no peito de Lucas em completa felicidade.

Com os acontecimentos da noite voltando a sua cabeça,


aninhou mais perto dele, passando seus pés descalços para
baixo e para cima em sua perna. A mão dele estava apoiada
em sua bunda enquanto ouvia sua respiração. Foi uma noite
incrível e só podia rezar para que todas as noites
terminassem desta forma. Quando chegou em casa, do
trabalho, foi recebida com deliciosos beijos de Lucas e doces e
beijinhos de Aiden.

Depois se trocou para algo um pouco mais confortável


para fazer o jantar, foi para a cozinha preparar tudo para
uma lasanha.

Lucas estava ao seu lado enquanto preparava o jantar.


Se manteve a tocando e tentava ajudar sempre que o deixava.
Fallon queria relaxar, curtir, mas claro, quando estavam
juntos em uma sala, não podiam manter as mãos longe um
do outro. Tinha sentido falta dele o dia todo e quando ele deu
aquele sorriso manhoso, 'Eu quero você', ficou com tesão e
não teve coragem de expulsá-lo da cozinha.

Uma vez que tinha tudo no forno, ajudaram Aiden com


sua lição de casa. Lucas a surpreendeu com seu
conhecimento de primeiro grau e sua sagacidade. Era doce e
experimental com Aiden. Foi como assistir um homem
diferente. Estava agindo tão à vontade, tão em casa, e de
certa forma, estava. Adorava tê-lo em sua casa e não poderia
ter se sentido mais completa.

Depois do jantar, lavaram os pratos juntos e em seguida


assistiram TV com Aiden antes de colocá-lo na cama. Quando
Aiden dormiu, dirigiram-se ao quarto de Fallon onde estavam
agora. Ela deitada de lado, aquecendo-se com o amor que ele
dava. Foi a noite perfeita, e não poderia estar mais feliz. A
única coisa que incomodava era que a Audrey não estava em
casa todas as noites.

Lucas tinha contado sua discussão e Fallon estava


preocupada. Quando ligou para Audrey, ela não atendeu
então Fallon mandou um texto rápido, e sua irmã respondeu
que precisava de tempo para si mesma, e que estava bem.

—Você não sabe o que Aiden fez enquanto nós


esperamos por você hoje à tarde. — disse Lucas, trazendo-a
de seus pensamentos de Audrey.

Fallon olhou para cima, passando a mão pelo estômago


até o peito onde descansou quando disse:

—O que ele fez?

—Aiden começou a me ensinar a ler.


Um sorriso lento atravessou o rosto dela quando trouxe
a mão de seu peito na sua bochecha.

—Você disse a ele?

Lucas assentiu com a cabeça.

—Nosso filho é inteligente e perspicaz.

Fallon deu uma risadinha.

—Ele é. Você está bem? — Perguntou. Sabia que tinha


vergonha sobre sua dislexia.

—Sim. Muito bem. Todos com quem me importo já


sabem. Não tenho nada a esconder. Este sou eu. — disse
beijando a testa dela.

—Bom. Você não deve esconder nada.

Lucas sorriu antes de colocar outro beijo em sua cabeça.


Inclinou a cabeça contra a dela, tomando uma respiração
profunda. Quando Fallon ouviu os batimentos cardíacos dele,
tinha um pequeno e contente sorriso no rosto. A mão de
Lucas passou de seu traseiro para a interior de sua coxa e
Fallon revirou os olhos.

—Aiden está em casa. — disse simplesmente.

Lucas sorriu.

—Está na cama, além disso papai e mamãe precisam


disso.

Fallon deu uma risadinha.

—De jeito nenhum.

Ele soltou um suspiro.


—Eu vou ficar quieto.

—Eu não vou, por isso digo que não. — Fallon riu.
Olhou para vê-lo sorrindo para ela. Segurou seu rosto
quando sua outra mão subiu por sua axila, puxando-a até
esmagar sua boca contra a dela. Se deitou sobre ele, suas
mãos subindo pelos lados enquanto sua boca se movia com a
dele.

Nunca disse que não poderiam aproveitar um pouco.

Quando veio de uma batida na porta e ela abriu, Fallon


quebrou o beijo, olhando para Aiden que estava no meio da
porta. Ela olhou para Lucas e sorriu.

—Viu.

Lucas soltou um gemido silencioso quando Fallon saiu


de cima dele e sentou-se, olhando para Aiden.

—O que foi, Punkin?

—O que estão fazendo?

Lucas riu.

—Carinhos.

Fallon o cortou com um olhar sujo antes de Aiden


colocar as mãos nos quadris e dizer.

—Jamie Right disse que sua mãe e seu pai fazem


carinhos nus, então vocês não devem estar fazendo direito.

Lucas olhou para Fallon e deu uma piscadela antes de


dizer.
—Nós não estamos mesmo. Acho que os pais de Jamie
Right fazem corretamente. Devem fazer em casa quando
Jamie está e ele parece saber bem.

Fallon gemeu interiormente enquanto seu corpo


esquentava. Fechou os olhos, beliscou o nariz.

— Aiden, o que precisa?

—Nada, eu estava entediado.

Fallon abriu os olhos.

—Querido, é hora de ir para a cama.

—Ugh! Tudo bem! Por que você vai jogar com o papai? —
ele perguntou, e Lucas riu.

—Porque eu não tenho escola amanhã e se você não


mudar o tom em sua voz eu vou aí, e você não gostará. Agora
vá, Aiden James Brooks. —disse, sentada até mais reta.
Aiden poderia ter uma boca às vezes. Não tinha nenhuma
pista de onde herdou isso... dela com certeza não.

Aiden virou-se rapidamente e saiu do quarto, fechando a


porta atrás dele, enquanto Lucas ria baixinho.

—Cara, ele tem uma boca, como sua mãe.

—Tanto faz. — Fallon disse, olhando para ele. Sorriu


para ela, agarrando o lado do rosto.

— Eu gosto da sua pequena boca, traga-a aqui.

—Não. — Fallon disse movendo-se para se deitar. —Vou


para a cama.

Ele riu-se.
—Não, você não vai. Você vai se abraçar nua comigo.

Fallon riu quando a puxou para ele, voltando a


encontrar os lábios dela. Claro, não rejeitou. Envolveu seus
braços em volta do pescoço, beijando-o duro, com a perna
enganchada em seu quadril.

—Mmm...— Gemeu contra sua boca antes de pressionar


sua dureza na maciez dela. Suas mãos percorriam os corpos
um do outro, e Fallon estava tonta com luxúria. Quando
Lucas escorregou a mão na sua calcinha, Fallon a puxou de
volta.

—Eu disse não. — Ela avisou.

—Vamos, eu estou duro como uma pedra aqui.

Deu uma risadinha quando encolheu os ombros.

—Acho que é melhor levantar para não sofrer.

Lucas deu um olhar sujo.

—Não vou levantar.

Fallon zombou.

—Que seja, mas não vai ficar aqui.

—Sim, eu vou dormir. Estou tão cansado, e se eu bater


o carro no caminho de casa?

Fallon estreitou os olhos.

—Bem, se você está cansado demais para dirigir para


casa, então também está cansado demais para transar.

Piscou seus olhos para ele inocentemente com um


sorriso arrogante em sua direção.
—Menina, eu nunca estou cansado demais para transar
com você. — disse, pressionando para dela.

—Então você precisa ir. — disse simplesmente,


ignorando o comprimento longo e duro que o tinha pensando
que podiam ter sexo e esperava ser tranquila sobre isso.

—Ugh, você está me matando. —gemeu contra sua


garganta antes de morder.

—Eu sei, eu sou horrível. Não se preocupe, nós vamos


ter a nossa chance.

Deu um olhar diabólico.

— Oh sim, nós teremos. Eu irei ao escritório amanhã e


você irá se curvar sobre sua mesa.

Fallon engasgou, tornando-se tão molhada que estava


convencida que precisaria trocar de calcinha, pois estava
encharcada.

—Não é justo.

—Não é justo você me deixar, agora vamos esperar até


amanhã.

Fallon abanou a cabeça.

—Vou trancar a porta. Estarei trabalhando você sabe.

Ele riu.

—Claro que sim e eu estarei trabalhando em você


amanhã, forte.

Fallon riu.

—Tanto faz.
Lucas ria estando lá com seus braços apertados a
envolvendo. Aconchegou-se em seu pescoço, deu uma
fungada profunda. Adorava o cheiro dele. Era principalmente
sexo, gritava sexo.

Por que não transaram?

Quando as nuvens cheias de sexo flutuaram para longe


e Fallon lembrou que Aiden estava no quarto ao lado, sorriu,
enquanto se aninhava mais perto. Deitaram-se em silêncio
confortável e Fallon achou que Lucas tinha adormecido até
que sentiu a mão dele se mover ao longo de seu quadril.

—Eu tive um ótimo dia no trabalho depois que você me


deixou. — ela disse calmamente.

Lucas passou a mão em sua volta.

—É? O que aconteceu?

Sorriu contra sua camisa.

—Eu refiz toda a campanha.

Olhou para cima e ele olhou para baixo com um olhar


confuso no rosto antes de dizer.

—Isso é bom?

Fallon deu um doce sorriso antes de balançar a cabeça.

—É fantástico.
—Então deixe ver se entendi. — Phillip Anderson
começou —você está posando para um anúncio de vinho?

Lucas acenou com a cabeça enquanto atava seus patins.


Só tinha meio dia de treino, pois iria à Shelbyville para a
campanha de vinhos do Rocky Top. Estava pronto para ir.
Queria fazer isso porque, então, Fallon, Aiden, e ele poderiam
partir para a Califórnia. Três dias em completa felicidade com
suas duas pessoas favoritas. Lucas não podia pedir mais.
Bem, talvez ignorar a campanha, mas isso significava tudo
para Fallon, então iria engolir e fazer isso.

Para ela.

—Sim. — disse quando se levantou, certificando-se de


que seus patins estavam certos.

—Cara, isso é feminino. É por isso que nenhum de nós


se ofereceu. — disse Phillip.

Lucas riu enquanto revirava os olhos. Estava prestes a


dizer a Phillip que feminino era como seu cabelo estava, mas
Shea veio em direção a eles e disse:

—A única coisa feminina aqui é você, Anderson.

Os caras começaram a rir quando Shea sentou-se ao


lado de Lucas. Anderson enviou a Shea um olhar maligno,
antes de pegar seu bastão e ir a caminho do vestiário. Lucas
balançou a cabeça, amarrando novamente seus patins
enquanto todo mundo começou a sair para o gelo. Quando
ficou só ele e Shea, disse.
—Então me explique a razão pela qual você odeia
Anderson.

Shea riu.

—Eu não odeio. Ele apenas puxa o meu lado ruim.

—Por quê?

Shea riu enquanto vestia uma camisa de treino.

— Quando estava namorando a Elli, Anderson mexia


comigo e flertava com ela o tempo todo. Sabia que estava sob
minha pele e ficou marcado em minha mente, e desde então
eu tenho um problema com ele. — disse simplesmente.

Lucas sorriu.

—Você é um cara louco, quando se trata de Elli.

Shea riu.

—Sim, mas ela é meu coração e minha alma, e nós dois


sabemos que se algum novato começar a flertar com Fallon
terminará com o rosto cheio de gelo.

Lucas soltou uma risada alta, quando se levantou,


agarrando seu bastão.

—Pode apostar isso.

Lucas soube que estava na adega do Rocky Top, quando


viu o grande edifício laranja. Era mais alto que a arena, e ao
lado tinha um edifício branco ainda maior com painéis
solares no telhado. Mesmo com o tamanho e a cor dos
edifícios, Lucas não podia deixar de admirar a beleza das
vinhas. Eram grandes e cheios de cor. Parecia que estavam
estendidos por quilômetros e Lucas estava admirado pela
beleza da terra. Ele se viu com ciúmes de Fallon por crescer
lá. Michigan era lindo, mas Rocky Top Winery era pitoresco.

Lucas seguiu as instruções que Fallon deu e acabou em


uma pequena cabana que estava do lado de fora das vinhas.
Pessoas estavam por toda parte. Câmeras, araras de roupas,
pessoas já arrumadas, pessoas se maquiando, basicamente
quaisquer e todos os tipos de pessoas estavam lá, e mesmo
com tudo isso, os olhos de Lucas encontraram Fallon. Estava
alta em uma saia cor de champanhe com uma blusa branca
de renda pregueada que se encaixava muito bem e sapatos
altos também champanhe que deixavam suas pernas mais
sexy. Usava o cabelo com uma trança ao longo da lateral da
cabeça, enfiada atrás da orelha. Tinha grandes óculos
brancos e fazia o que sabia de melhor.

Gritar com as pessoas.

—O que você está fazendo!? Eu disse para a direita! —


Fallon gritou antes de balançar suas mãos no ar.

Lucas riu e balançou a cabeça. Era a pessoa mais


incrível do mundo, mas tinha o pior temperamento.
Enquanto Lucas a observava, não podia deixar de amar tudo
sobre ela, mas naquele momento, eram suas pernas. Eram
tão longas e tão sexy.

—Caralho. — sussurrou enquanto a observava se


mover. Lamentava não ter ido ao trabalho e ter transado com
ela.
Lucas não estava em casa há dias e as últimas noites
foram uma tortura. Adorava dormir com Fallon, mas
realmente precisava ter relações sexuais com ela.

Quando Eleanor Adler dirigiu-se a ela, sorriu. Não se


podia negar que a Sra. Adler estava grávida. Sua pequena
barriga mostrava-se em sua camisa com botão azul claro que
tinha um cinto debaixo do peito. O comprimento da camisa
cobria seu quadril que estava vestido com jeans azuis
apertados. Lucas lembrou-se de Shea dizendo que Elli era
uma aberração da moda, e Lucas não podia concordar mais.
Era linda e chique com seus cabelos em um coque bagunçado
e grandes óculos pretos em seu rosto. Para superar tudo,
tinha botas marrom de salto alto, fazendo com que Lucas
pensasse que Shea Adler era um homem de sorte.

E Lucas estava verde de inveja.

Enquanto observava as duas mulheres falarem e


sorrirem uma para a outra, Lucas desejava que Fallon
estivesse grávida. Seu desejo por um bebê era intenso, pois
não conseguiu assistir Aiden crescer, e realmente, só queria
um bebê. Queria o pequeno pacote que pudesse segurar em
suas mãos. Queria a baba, as fraldas, os cocôs e golfadas,
queria tudo e com Fallon.

Só Fallon.

Quando ela se virou e o viu, um sorriso lento apareceu


em seu rosto enquanto caminhava em sua direção.

Sorriu e quando ela chegou, puxou-a perto para um


beijo doce.
—Mm— gemeu quando se separaram. —Isso foi bom.

Lucas deu de ombros.

—Também achei.

Fallon riu enquanto segurava sua a mão.

—Vamos lá, você precisa se preparar.

O levou para uma tenda que estava cheia de ternos e


tinha duas senhoras que pareciam estar em uma missão.
Fallon sorriu, antes de apontar para cada mulher.

—Estas são Madison e Kaley, vão vesti-lo e basicamente


certificar de que você pareça bem. Este é Lucas. — Fallon
disse e se virou para olhar para ele.—Quando estiver pronto,
venha, vamos passar pelas fotos e você encontrará Tasha.

—Tasha? — Perguntou quando ela saía.

Fallon inclinou-se contra o poste, antes de voltar a olhar


para ele.

— Sim, a modelo que você vai estar posando junto. —


Deu um último sorriso antes de sair da tenda. Quando
Madison e Kaley foram trabalhar com ele, Lucas pensou que
Tasha parecia um monte de problemas.

Quando Lucas saiu da tenda, puxou o nó apertado da


gravata que usava. Odiava usar gravatas, especialmente
estreitas. Pareciam sufocá-lo e quando disse às mulheres que
o vestiam, ambas riram. Não sentiu vontade de discutir com
elas porque provavelmente chamariam Fallon e então teria
que discutir com ela. Não queria isso, então respirou fundo,
correu as mãos para baixo do terno preto e foi procurar
Fallon.

Quando Lucas a encontrou, estava com uma loira


peituda que usava um vestido laranja curto. O vestido era
bonito, mas muito simples, e a única coisa que o embelezava
era o laço em torno do decote.

Fallon deve ter visto Lucas saindo, porque virou no meio


da frase e disse.

—Tasha, este é Lucas Brooks. Lucas essa é Tasha


McNeal, ela será sua outra metade hoje.

Uma pessoa pensaria que com o sorriso que estava


estampado no rosto de Fallon, teria acabado de ganhar na
loteria ou algo assim. Era muito grande e falso e isso irritou
um nervo no corpo de Lucas. Ele encontrou os olhos de
Tasha enquanto lhe dava um sorriso apreciável e ele se
encolhia

Não havia maneira nenhuma de ser sua outra metade.

Tasha estendeu sua mão, e Lucas a apertou, sacudindo-


a levemente.

—Muito prazer.

Lucas assentiu com a cabeça.

— Prazer, também. Hum, Fallon, esta gravata é


apertada.

Fallon virou-se e subiu as mãos sob o queixo,


afrouxando a gravata. Quando deu seu sorriso real, seu
coração disparou quando seus olhares se encontraram.
—Melhor? — perguntou.

Lucas sorriu enquanto assentiu.

—Sim, muito obrigado.

—A qualquer momento. Tudo bem! — Disse batendo


palmas. Lucas poderia dizer que estava nervosa, mas estava
escondendo bem com aquele grande sorriso falso. — Manuel,
Elli? Vocês podem vir aqui rapidinho? Oh pai, você também.

Lucas virou-se para ver William e Elli caminhando em


direção a eles. Um homem muito magro que tinha uma
câmera em suas mãos seguia atrás e quando todos
chegaram, sorriram. Fallon lançou um grande sorriso antes
de virar e tirar uma folha de seis cartazes grandes. Todos
deram um passo à frente olhando as imagens quando Fallon
começou a falar.

—Então, aqui vamos nós. Primeiro vamos começar lá


fora, onde Tasha saudará Lucas dado que acabou de chegar
em casa de um jogo de hóquei. Ele jogará a bolsa e a pegará
antes de beijá-la, ela vai segurar uma garrafa. Em seguida,
vamos nos mover para um jantar romântico. — Fallon moveu
sua mão ao longo de cada cartaz e o estômago de Lucas
torceu com cada imagem dele e Tasha juntas. —Em seguida,
iremos para a vinha onde haverão fotos deles indo embora,
Lucas segurando o copo, e Tasha com a garrafa.

Fallon respirou fundo e sorriu quando apontou para a


última imagem. Era um beijo de Lucas e Tasha, com o lábio
de Tasha entre os dentes. O coração de Lucas estava
acelerado contra seu peito quando Fallon bateu as mãos em
excitação:

— Esta é a foto do dinheiro. Isso estará em todos os


lugares, por isso tem que ser perfeita. É por isso que guardei
para o final.

—Parece ótimo, Fal. — Elli disse com um grande sorriso


no rosto.

—Bom, bom, vamos começar. — disse o cara da câmera


indo embora.

—Então você mudou toda a campanha? — William


perguntou. Tinha o queixo apertado entre os dedos, enquanto
olhava cada imagem. Fallon estava um pouco mais alta e
assentiu com a cabeça.

—Sim, eu acho que essa é melhor do que a que


tínhamos.

William acenou com a cabeça uma vez antes de fixar


com um olhar.

—Não gosto que você fez isso sem o consentimento do


Conselho, e definitivamente não gosto que você fez isso nas
minhas costas.

Fallon assentiu com a cabeça.

—Eu fiz o que achava melhor para a empresa e para o


Lucas desde que é nosso modelo.

William olhou para Lucas e ele encolheu os ombros,


uma vez que não tinha ideia do que Fallon estava falando.
Não sabia o que estava errado com a última campanha e não
ia perguntar. Ainda estava preso basicamente em como vai
morder o lábio de uma garota que não conhecia. Sim, tinha
feito muito disso antes, mas era um homem mudado e havia
apenas os lábios de uma mulher que queria morder.

Fallon.

—Bem, vamos esperar que você tenha esteja certa,


Fallon Ryane. É melhor você não estragar isso.

William deu um último olhar antes de sair, deixando


Lucas com Tasha, Elli e Fallon.

—Bem, isso foi bom. — Elli disse mordendo o lábio. —


Faz me lembrar a minha temida mãe. Bláh.

Fallon riu.

—Não estou preocupada com isso. Tudo vai ficar bem.


Eu sinto!

Lucas, lentamente, levantou a mão, fazendo com que


todos olhassem para ele. A sobrancelha de Fallon subiu
quando disse.

—Sim?

Lucas tomou uma respiração profunda desde que sabia


que uma briga estava prestes a acontecer, mas não podia
ficar quieto. Não podia, então disse.

—Eu acho que pode haver um problema.

Fallon não entendia por que, mas seu coração começou


a bater descontroladamente. Com apenas um olhar nos olhos
nervosos de Lucas, sabia que algo estava errado e não havia
como qualquer coisa dar errada hoje. O pai dela estava
esperando um erro e estava pronto para destruí-la por alterar
a campanha. Estava querendo e Fallon não podia se dar ao
luxo de qualquer razão para seu pai fazê-lo.

Quando olhou para ele, em um lindo terno preto, pegou


um fôlego antes de dizer.

—O quê, Lucas?

Lucas olhou para Tasha e depois de volta para Fallon


antes de dizer.

—Não há nenhuma maneira que eu posso fazer isso com


essa garota.

Fallon deu um suspiro afiado enquanto assistia Tasha


dar a Lucas um olhar sujo. Quando olhou para Elli, viu que a
amiga estava segurando suas gargalhadas e Fallon não tinha
ideia do que era engraçado.

Fallon então olhou de volta para um Lucas nervoso


antes de limpar a garganta.

— Por que?

—Não consigo me ver com ela.

—E por que? — Fallon pediu. Suas unhas enterravam


em suas palmas enquanto tentava controlar sua respiração.

—Porque não é você.

Pelo amor de Deus.

—Lucas, agora não.

Lucas balançou a cabeça.


—Eu não vou fazer isso. Prometi que nunca beijaria
ninguém, além de você e estou de pé com isso.

Elli soltou um "awww" enquanto Tasha apenas olhava.


Fallon estava tendo dificuldade em respirar porque, apesar de
ser o mais fofo de sempre e não poderia amá-lo mais por isso,
desejava que simplesmente fizesse com Tasha.

—Lucas, eu agradeço que fique fiel à sua palavra, mas


eu realmente preciso de você agora. Preciso que faça com ela.
Dou um passe, porra, eu vou te beijar até perder os sentidos
depois.

Lucas balançou a cabeça novamente.

—De jeito nenhum. Não posso.

—Claro que pode. — insistiu o Fallon. —É muito fácil.


Fazemos estas coisas toda hora.

Tasha cruzou os braços com aborrecimento enquanto


Fallon implorava para Lucas com os olhos. Ele olhou para
Tasha antes de olhar para Fallon.

—Essa é a coisa Fallon. Eu faço essas coisas com você.


Só você inspira essas coisas em mim. Não me sentirei bem
fazendo com ninguém além de você.

Fallon fechou os olhos enquanto trabalhava em


respirações profundas. Deus o abençoe por ser o homem
mais incrível do mundo, mas porra, não podia agora canalizar
o velho Lucas e curtir com essa garota?

—O que está acontecendo?


Os olhos do Fallon abriram para ver o pai ao lado de
Lucas, com um olhar desagradável no rosto.

Fallon correu as mãos até o pescoço, colocando-o


firmemente enquanto tomava outro fôlego. Lucas olhava para
William antes de virar para Fallon. Tirou as mãos de seu
pescoço e a puxou para o lado.

—Não consigo fazer isto, Fal. — sussurrou. —O que era


a outra campanha? Eu fazia com alguém?

Fallon sacudiu a cabeça, reunindo em seus olhos as


lágrimas.

—Não, mas era retratado bebendo.

Quando seus olhos se encontraram, seus ombros


caíram enquanto seus olhos se enchiam de amor.

— Eu não conseguiria te imaginar fazendo algo que não


é mais você. Então eu reescrevi. — disse em uma voz triste e
baixa. Quando o pai dela soubesse disso tudo, tinha até
medo das consequências.

Lucas fechou os olhos segurando o rosto dela.

—Você não sabe o quanto isso significa para mim,


Fallon, e quem me dera poder fazer isso, mas ainda não seria
eu. Há uma única mulher a quem meus beijos pertencem, e é
você.

O coração de Fallon se encheu de amor, pois essa era a


única coisa que sempre quis, mas não agora.

Não quando tinha mais de cem pessoas lá trabalhando,


ou seu pai ou o caralho, Elli! Parecia incompetente e não
queria que o pai tivesse a satisfação de vê-la falhar, mas o
que deveria fazer? Não obrigaria Lucas a fazer e não o faria
porque nunca pediria a ele para não ser fiel. Se sentiu isso
fortemente sobre beijar Tasha, ela não pediria para fazer.

—Ei pessoal, tudo bem?

Fallon olhou para ver Elli com um pequeno sorriso no


rosto e as mãos segurando sua barriguinha. Fallon assentiu
com a cabeça, empurrando para trás as lágrimas enquanto
tentava descobrir o que fazer. Talvez pudesse ligar para
outros modelos, ou talvez reescrever a campanha rapidinho.
Alguma providência precisava ser tomada, porque a
campanha tinha que ser feita hoje. Havia muito que estava
acontecendo e que precisava do produto de acabamento.

Fallon oficialmente estava ferrada.

—Não posso fazer isso Sra. Adler. — disse Lucas. Fallon


olhou para cima para ver Elli sorrindo para Lucas.

—Bem o que precisamos fazer para que você faça isso?


— perguntou, colocando a mão na parte de trás de seu
bíceps. —Tem de ser feito hoje. Há um monte de coisas em
movimento e cada uma delas precisa desta campanha.

O peito do Fallon apertou e tinha a certeza de que estava


tendo um ataque de pânico. Até Elli sabia da gravidade de ter
esta campanha feita hoje.

Lucas balançou a cabeça antes de olhar para baixo para


Elli.
—A menos que você possa fazer daquela garota a Fallon,
então eu não tenho ideia.

Elli olhou de relance sobre Fallon e sorriu.

—Feito. Fallon será sua outra metade, não é grande


coisa.

Opa, o quê?

Um sorriso estampava o rosto de Lucas quando olhou


para Fallon.

—Parece ótimo para mim.

A cabeça de Fallon chicoteou para o lado.

—Hum, não para mim! E este é um grande negócio, um


enorme! Eu não sou digna de campanha e já temos uma
modelo!

Elli encolheu os ombros.

—Agora não, mas você pode ser. — Elli virou-se para


onde estava a equipe de maquiagem e figurino. —Cabelo,
maquiagem! Quero a Srta. Parker pronta, será a novo modelo.
Srta. McNeal obrigada por ter vindo, e será reembolsada pelo
seu tempo, mas nós não vamos mais precisar de você.
Manuel, você nos dará mais uma hora e então podemos
começar.

Fallon assistiu Elli entrar no modo 'Eleanor Adler'. Elli


foi espetacular quando canalizou seu interior Shea Adler, era
uma visão e tanto. Quando Manuel balançou suas mãos em
frustração, Fallon na verdade orou por sua segurança. Elli o
derrotou com um olhar antes de caminhar em direção a ele.
—Algum problema Sr. Manuel?

—Sim! Eu tenho coisas para fazer. Só estava marcado


para estar aqui por cinco horas. Já estou aqui há três e nós
ainda nem começamos!

Elli encolheu os ombros dela novamente.

—Ok, você será pago pelo seu tempo, tenha um bom dia.
— ela disse ao demiti-lo com a mão. — Janet! Ligue para
Harper, diga-lhe para me trazer minha câmera e
equipamento.

Quando todo mundo ficou em completo choque, Elli


virou para olhar para Fallon.

—Você vai se preparar? Estamos queimando luz solar,


Docinho.

Como no mundo Fallon se convenceu a fazer isso?

Fallon não era modelo, estava longe disso! Era apenas


uma mãe, com um corpo de uma, e não havia como estar
bem o suficiente para fazer da campanha com tudo o que
queria que fosse. Também ficava terrível de laranja, ou talvez
pensasse assim porque odiava tanto, mas ali estava de pé
com um vestido curto, listrado, laranja, desejando que a cor
da empresa fosse outra. Fallon afastou os cabelos dos olhos e
soltou um suspiro. Amou seus cabelos nos grandes cachos
que fizeram e também sua maquiagem. Era pura e suave, e
as joias de pérolas grandes e pesadas que usava eram
bonitas. As botas de camurça laranja eram para morrer e
Fallon sentiu como se vestisse o vestido de um milhão de
dólares, mas isso não impediu que ficasse nervosa. Não só
tinha que se preocupar com a cor de sua roupa, mas também
porque William provavelmente iria matá-la antes do dia
acabar.

Quando saiu da tenda do guarda-roupa, Fallon


encontrou os olhos de Lucas primeiro, mas foi apenas por um
segundo antes de encontrar o olhar irritado de seu pai.
William se levantou e foi em direção a ela, enquanto todos se
moviam em volta deles, tentando montar o equipamento de
Elli. Fallon ficou um pouco mais alta, esperando que não
parecesse tão nervosa quanto se sentia. Tudo o que William
tinha que fazer era puxar o plugue e tudo se arruinaria.

—Então você reescreve uma campanha que seu


namorado nem vai fazer? O que estava pensando? Não acha
que primeiro deveria ter consultado ele? — William perguntou
severamente. Não estava gritando, mas logo estaria.

—Fiz o que achava melhor. Eu preferi que fizesse com


uma garota do que ser fotografado bebendo. — Fallon disse.

—Eu acho que isso seria a escolha do Conselho ou dele.


Não deveria ter se oferecido para um anúncio de vinho se não
bebe!

Fallon teve em uma respiração calmante.

—Ele é o homem mais bonito do time. Foi a melhor


escolha. Podemos trabalhar em torno de sua sobriedade.

—Você esta tendo outra má decisão, como sempre.


Quando vai fazer alguma coisa direito?
Os olhos de Fallon estavam cheios de raiva e de lágrimas
cheias de dor.

—Não sei pai, mas tenho certeza que quando fizer, você
vai ser o primeiro a me dizer. Agora se me der licença.

Fallon afastou-se rapidamente, precisando ficar tão


longe de William Parker quanto podia antes de começar a
chorar. Odiava o quanto o deixava irrita-la. Era triste que
pensasse que se tivesse feito um bom trabalho com a
campanha, talvez ficasse orgulhoso dela. Não sabia que seu
pai nunca ficaria feliz com ela? Nunca seria boa o suficiente?
Era uma batalha sem fim com ele, e até que basicamente
caminhasse na água, ele nunca seria feliz.

Antes que Fallon pudesse chegar longe, alguém segurou


sua mão. Se virou para ver que era Lucas, e antes que
pudesse perguntar o que estava errado, caiu em seus braços,
segurando-o como se sua vida dependesse disso.

—Fallon, você está bem?

Assentiu contra o peito dele, respirando pela boca e pelo


nariz. Não podia chorar, estragaria a maquiagem e depois
seria colocada de volta na cadeira. As mãos de Lucas foram
para seu rosto, fazendo com que olhasse para ele.

— O que aconteceu?

Balançou a cabeça, fechando os olhos.

—Meu pai é um idiota. Nada de novo.

— O que ele disse?

— Basicamente estraguei tudo outra vez, como sempre.


Os polegares de Lucas mudaram-se ao longo de suas
bochechas e quando abriu os olhos para encontrar o seu
olhar de amor, praticamente derreteu em seus braços.

—Acho que o que fizeram com a campanha é grande,


agora que temos a protagonista certa.

Fallon lhe deu um pequeno sorriso antes de dizer.

—Você apenas gosta de mim.

Ele riu antes de encontrar sua boca. A beijou por tanto


tempo e tanto, que sabia que ia ter que voltar naquela cadeira
de maquiagem, mas não se importava. Sentaria naquela
cadeira todos os dias se depois a boca dela pudesse encontrar
Lucas. Quando se separaram, ele beijou seu nariz e sorriu
para ela.

—Eu posso ser parcial, mas mesmo Elli disse que tudo é
incrível.

Fallon assentiu com a cabeça.

— Bem, pelo menos uma das duas pessoas que


importam está feliz.

—Ei, estou ofendido com isso. Eu e Aiden somos as


duas únicas pessoas que importam. Ah e Audrey e achamos
que você é incrível. — Lucas disse com um sorriso pateta.

Fallon sorriu enquanto ela inclinou-se contra a sua


testa.

— Só queria que ele se orgulhasse de mim.

O sorriso de Lucas caiu enquanto beijava seus lábios


suavemente.
—Estou orgulhoso de você, Fallon, sei que isso pode não
ser suficiente, mas estou e acho que seu pai vai vir para esse
lado.

Fallon piscou duas vezes antes de pressionar os lábios


nele enquanto seu coração inchou com amor. Amava este
homem com tudo dentro dela, e ainda não podia acreditar
que estava tendo outra chance. Quando se separaram, sorriu
contra os lábios dele.

—É suficiente.

Lucas sorriu enquanto a abraçava firmemente.

—Venha menina, estão esperando por nós.

Fallon sorriu para Lucas juntando seus dedos


mindinhos e indo para Elli. Que observava enquanto vieram
em direção a ela. A câmera estava na mão e um enorme
sorriso no rosto. Um sorriso formou-se no rosto de Fallon
porque essa era a Elli que ela conhecia, a doce, fotógrafa Elli
Fisher. Agora não era a dona de equipe Eleanor Adler, e
Fallon não poderia tê-la amado mais. Elli ia surpreendê-la
para sempre e Fallon nunca se sentiu tão abençoada pela
amizade do que nesse momento. Se Elli não fosse rápida em
seus pés, como era, Fallon estaria sentada no chão chorando.

Assim quando estavam prestes a chegar em Elli, Lucas


olhou para Fallon e sorriu antes que dissesse:

—A propósito, você fica gostosa de laranja.

Deus, amava este homem.


—Então Mickey vai estar lá, certo?

Lucas sorriu para Aiden, balançando a cabeça. Não


sabia quem estava mais entusiasmado em ir à Disneylândia,
mas Lucas tinha certeza de que era ele. Esperou muito tempo
para ter uma família para levar à Disneylândia, e ainda hoje
podia se lembrar quando foi com seu pai e sua mãe. Foi uma
das melhores férias de sua infância e agora que era vez dele,
Fallon e Aiden, não poderia estar mais feliz. Mesmo que fosse
apenas umas mini-férias, eram suas férias. Eram três dias
inteiros para gastar no lugar mais mágico na terra, fazer
compras e jogar na praia, tudo ao mesmo tempo em que
estava com as duas pessoas que lhe completava.

—Sim, não seria Disneylândia se ele não estivesse.

—Incrível!— Aiden disse com uma risada.

Aiden virou-se rapidamente para olhar pela janela do


avião. Estava basicamente saltando em seu assento com um
sorriso brilhante em seu rosto. Lucas sorriu, passando
amorosamente a mão pelas costas de Aiden, antes de olhar
para Fallon. Estava olhando o seu telefone com a mão
apoiada no colo dele. Parecia clássica em seu vestido laranja
pálido que cruzava em um lindo arco ao longo de suas costas.
Seu cabelo estava com um coque baixo e sua maquiagem
marcava o mel de seus olhos.

Seus lábios estavam brilhosos e Lucas não podia deixar


de notar os pequenos corações de diamantes que adornavam
suas orelhas. Enquanto admirava sua beleza, sorriu, estava
deslumbrante.

Os olhos de Lucas deixaram seu lindo rosto para baixar


em suas pernas muito bronzeadas. Demorou-se em seus
joelhos por um minuto ou mais contornando suas pernas até
um par de sapatos amarelo, de salto alto, sexy. Lucas se
moveu desconfortavelmente por causa da rigidez subindo em
suas calças. Desde aquela noite no carro, não conseguia
olhar para um par de saltos altos da mesma forma. Era uma
tortura. Sua necessidade de tê-la nua se intensificava com
cada vestido sexy, cada par de sapatos de salto alto, cada
beijo sensual e basicamente, tudo o que tinha a ver com ela.
Precisava dela, a queria e esperar por um momento que Aiden
não estivesse próximo, honestamente iria matá-lo.

Lucas balançou a cabeça antes de inclinar e morder o


lóbulo da orelha de Fallon. Ela soltou uma risadinha
tranquila e então o olhou com um sorriso.

—Ei.— disse. — Eu estou trabalhando.


—Como você está trabalhando se deveria ter seu telefone
desligado?

Fallon deu um sorriso maroto.

— Eu fiz Rob me enviar todas minhas planilhas antes de


embarcar. Estou procurando por elas.

Lucas balançou a cabeça quando ela deu uma


risadinha.

—Você é uma viciada em trabalho.

—Sim. — disse com um aceno. — Até a alma, como o


meu pai.

Lucas viu um sorriso triste substituir o radiante. Fallon


disfarçou bem, olhando para baixo e movendo seu dedo ao
longo de seu telefone. Lucas odiava que não estivesse mais
falando com seu pai. Costumava ficar perto dele, mas ele se
lembrou que William sempre tentou gerir a vida dela. Então,
talvez, não houvesse qualquer esperança para eles. Tudo que
Lucas podia fazer era esperar, estar lá para ela como
pudesse. Apertou sua mão, colocando o queixo no ombro,
vendo enquanto Fallon passava página após página. Não
tinha ideia do que estava lendo ou fazendo, mas amava estar
tão perto.

—Me dê três dias sem nenhum telefone?

O sorriso de Fallon encheu o avião, balançou a cabeça


rapidamente.

— Eu não vou responder, mas eu preciso ler meus e-


mails.
Lucas riu.

Ok, mas isso significa que você estará no telefone


durante todo o percurso até a Califórnia.

Ela deu um pequeno sorriso antes de olhar de volta para


seu telefone e depois retornar para ele. —

Sim.

Lucas soltou um suspiro frustrado antes de soltar sua


mão.

—Ei!

—Ei nada! Você preferiu estar no telefone do que gastar


tempo comigo e Aiden. — disse irritado. Olhou para Aiden. —
Certo, Aiden?

Aiden apenas olhou para ele por um segundo antes de


balançar sua cabeça afirmando, para depois voltar os olhos
para a janela.

Lucas balançou a cabeça. O que esperava da primeira


viagem de avião do garoto? Ele olhou para uma Fallon de
olhos arregalados e encolheu os ombros.

— Nós gostaríamos de sua atenção, também.

Fallon estreitou os olhos, dando o olhar mais malvado


quando lentamente se inclinou, nunca quebrando o contato
visual, antes de colocar o telefone na bolsa. Quando se
sentou, deu um sorriso insolente quando disse:

—Feliz?

—Muito.
Lucas pegou a mão dela e trouxe-a para os lábios,
beijando sua palma. Ela inclinou a cabeça contra a dele e
respirou profundamente antes de se afastar. Lucas olhou
para as mãos e respirou calmamente. Enquanto olhava as
mãos e para o pulso magro, pensou em alguma coisa e olhou
para ela.

—Por que você nunca fez aquela tatuagem de pulso que


você queria?

Fallon encolheu os ombros quando olhou para suas


mãos.

—Se me lembro bem, era suposto nós dois fazermos.

Lucas sorriu quando tudo voltou a ele. Ele nunca iria


esquecer daquele dia.

— Faça uma tatuagem.

O corpo de Fallon tremeu com o riso e isso fez cócegas


no estômago de Lucas quando a olhou.

Ela se virou em seu estômago, olhando para Lucas


antes de colocar lentamente um morango em sua boca.

Enquanto mastigava, seus olhos se afastaram para onde


a saia do vestido estava subindo com cada movimento que
fazia.

Era tão difícil manter as mãos longe dela, a queria o


tempo todo, e não podia imaginar não tocá-la. Assustava-o
pensar que não estariam mais grudados depois daquela
tarde. Fallon estava começando a escola, e ele estava prestes
a começar o campo de treinamento. O que ia fazer sem ela
todos os dias?

Fallon abanou a cabeça.

—Meu pai teria um ataque.

—Então? Não saberia até que você vá para casa e


quando será isso? Em três anos?

Fallon deu uma risadinha.

—Vou para casa para férias.

Lucas encolheu os ombros.

—Então faça em algum lugar que não possam ver.

—Não, porque o único lugar que quero uma tatuagem é


no meu pulso.

Lucas sorriu quando pegou a mão dela e começou a


examinar o pulso.

—Isso seria um lugar muito sexy para uma tatuagem. —


Ela deu uma risadinha enquanto corria a língua ao longo de
seu pulso até seu dedo mindinho, onde mordeu suavemente.

—Devemos fazer duas iguais. —Ela riu quando puxou a


mão, empurrando-o para trás e rastejando em cima dele. —
Não é algo que você faz com sua alma gêmea?

—Alma gêmea? O que é isso?— brincou.

Ela sorriu.

—Você sabe, aquela pessoa, como sua mãe sempre diz.


Aquela pessoa que leva o seu fôlego com um olhar, a que você
amará pelo resto da sua vida, e que mesmo após 90 anos de
casamento você ainda a amará como fosse o primeiro dia.
Você sabe, aquela. —Deu um sorriso tímido e então
aconchegou seu rosto em seu pescoço, rindo.

Lucas sorriu, e respirou profundamente enquanto corria


as mãos nas suas costas até as suas coxas. Tinha se
apaixonado duramente por essa garota, e sabia que iria amá-
la para o resto da sua vida. Ninguém o compreendia como
ela. Ninguém poderia fazê-lo rir como ela pôde. Nem sentir-se
seguro, como o fazia. Era a sua pessoa.

—Você é a minha.— sussurrou.

Ela lentamente levantou a cabeça e o olhou com o maior


e mais brilhante conjunto de olhos castanhos que já tinha
visto. Nunca havia amado a cor dos olhos de alguém até
Fallon. Era além de linda e era toda dele.

—Como você sabe?

—Sabendo.

Os olhos do Fallon encheram-se de lágrimas quando


olhou para, para ele.

—É isso mesmo?— disse, trazendo suas mãos até seu


rosto.

—Oh, sim, é isso mesmo, minha pequena menina do


campo. Você é minha para sempre.

Fallon deu um pequeno sorriso antes de pressionar os


lábios nos dele. A beijou com tudo dentro dele, segurando
perto enquanto devorava a boca dela. Esperava que não
fossem chutados para fora do parque por exposição pública,
mas, novamente, não se importava. Outra coisa para contar
aos nossos netos, pensou quando subiu as mãos das coxas
para o meio das costas.

Quando se separaram ela sorriu e disse:

—Você ainda me ama?

Ele riu. Se passou uma semana desde que disseram


pela primeira vez, que se amavam, e por algum motivo, estava
tendo dificuldade em acreditar nele. Para tranquilizá-la,
disse:

—Claro que sim.

—Eu te amo também.– falou efusivamente, passando o


nariz ao longo do seu. —Então quando estivermos totalmente
devotados um ao outro, casados e com muitos bebês em
torno de nós, iremos fazer tatuagens no pulso, ok?

Assentiu enquanto olhava com amor nos olhos dela.

—Totalmente devotados?

—Sim, totalmente devotados.

—Quem disse que não estou totalmente dedicado agora?

Fallon deu uma risadinha.

—Você pode muito bem estar, mas não estamos


casados, e não há nenhum bebê em torno de nós.

Lucas deu um sorriso malicioso, antes de bater em sua


bunda divertidamente, pressionando seu pau duro em sua
suavidade.

—Quer começar a praticar para aqueles bebês?


Fallon riu.

—Você era um tarado total naquela época.

Lucas a olhou, confuso.

—Eu não sou mais? Cara, eu vou ter que acelerar o meu
jogo.

Fallon continuou a rir e Lucas juntou-se, inclinando-se


contra ela, enquanto seus corpos tremiam com o riso.
Quando se acalmaram, trouxe o pulso até seus lábios,
beijando levemente quando olhou em seus olhos.

—Totalmente devotados?

Fallon respirou fundo enquanto assentia.

—Totalmente devotados.

—Estou lá, Fal.

Fallon soltou a respiração, que segurava enquanto


balançou a cabeça.

—E se eu não estiver?

O coração de Lucas quebrou um pouco, mas podia dizer


que ela queria estar lá pelo jeito que estava olhando em seus
olhos.

—Você pode não estar agora, mas eu acho que está


quase lá.

Fallon assentiu com a cabeça.

—Estou tentando.

—Isso é tudo que peço.


Fallon inclinou a cabeça, colocando um suave e doce
beijo contra seus lábios. Quando se separaram, correu o
nariz ao longo do dela antes de reconectar os lábios. Lucas
deslizou suas mãos ao longo das pernas de Fallon, puxando
mais próxima, mas o parou com uma risadinha enquanto se
afastou.

—O quê?

Balançou a cabeça, afastando-se dele. Cruzou as pernas


e ajeitou a saia antes de dizer:

—Não só estamos num avião, Aiden está do seu lado.

Lucas encolheu os ombros.

—Estamos na parte de trás, e Aiden não está prestando


atenção.

Aiden escolheu aquele momento para virar e olhar com


os olhos arregalados.

—Estamos chegando? Estou entediado.

Lucas soltou um gemido enquanto Fallon ria, puxando


Aiden por cima de Lucas em seu colo. Enquanto Lucas os
assistiu jogar um jogo no telefone de Fallon, seu controle
estava quebrando.

Quando diabos iriam ficar nus de novo?

Observando o rosto de Aiden na Disneylândia trouxe


Fallon às lágrimas. Chorou o tempo todo e sabia que tanto
Lucas e Aiden pensavam que era louca, mas não se
importava. Era verdade, Disneylândia era o lugar mais
mágico do mundo! O dia acabou muito rapidamente para
Fallon e desejava que pudessem ter feito mais. Aiden estava
no céu e poderia dizer honestamente que Lucas estava
também. Não sabia qual era a sua parte favorita do dia, ver
Aiden encontrar Mickey pela primeira vez ou se era quando
ela e Lucas se beijaram embaixo do castelo da Bela
Adormecida. Ambos os momentos foram mágicos e lembraria
deles pelo resto da sua vida.

Todos dormiram como pedras naquela noite, e na


manhã seguinte, fez um enorme café da manhã, antes de
todos saírem para um dia de compras. A surpreendeu que
Aiden não reclamou muito, mas sabia que era porque Lucas o
mantinha aparentemente ocupado. Lucas tinha prometido a
Aiden que o levaria para o Billabong dos meninos e passaram
a maior parte da tarde lá. Aiden saiu com tantos sacos e
Fallon pensou que Lucas não fosse capaz de levá-los no
carro, especialmente depois da sua viagem para Kate Spade,
mas conseguiu de alguma forma.

No dia seguinte, Fallon sentou-se na sua brilhante


toalha de praia cor-de-rosa em seu incrível biquini de renda
preto e branco Betsy Johnson. Tinha que comprá-lo quando o
viu, enquanto fazia compras para a Audrey. Havia algo sobre
o laço e as flores cor de rosa muito pequenas, que gritava o
nome dela. Fallon estava pronta para quebrar o orçamento
quando experimentou, se encaixava perfeitamente em seu
corpo, mas Lucas estava basicamente babando e exigia
comprá-lo. Mesmo dizendo não, ele comprou e queria que
usasse para ele hoje.

Enquanto observava Lucas e Aiden atravessarem o


oceano, mergulhou no fantástico sol californiano. Havia algo
sobre a Califórnia que poderia trazer um sorriso até a pessoa
mais triste. Adorava o som do oceano, o cheiro do ar e,
basicamente, tudo sobre isso. Ou talvez a razão pela qual
amava tanto a Califórnia era porque foi onde se apaixonou
pela primeira vez. Quando Lucas a trouxe aquele dia no
parque, Fallon não conseguiu recuperar o fôlego. Poderia
recordar tudo sobre esse dia. O sabor dos morangos que
havia insistido em salpicar açúcar e a forma como o sol
estava tão quente, já que era o último dia do verão. Estava
além do amor com Lucas e era como disse, totalmente
devotada. Tinha sido tudo para ela.

Enquanto o observava agora, não podia deixar de sentir


de novo. Como isso aconteceu foi além dela, mas, como
qualquer outra coisa entre eles, era inevitável.

Fallon assistiu Lucas pegar Aiden e o jogar no oceano. O


corpo dela sacudiu-se de preocupação por Aiden não
conseguir voltar, mas Lucas assegurou que tinha colocado
bem o colete salva vidas. Fallon tinha que confiar nele, então
sentou, respirando através de seu nariz e soltando pela boca.

Quando telefone do Fallon tocou, levou como um sinal


de Deus para atender, desde que estava pronta para
enlouquecer de preocupação por Aiden. Sentou-se, pegou o
telefone para ver que era Elli.
—Elli Adler! Estive esperando por sua resposta.— jorrou
Fallon. Estava preocupada, esperando as provas da
campanha. Elli tinha dito que responderia o mais
rapidamente possível, mas tinham se passado três dias e
Fallon estava surtando.

Como sempre.

O riso de Elli tocou ao longo da linha e Fallon sorriu.

—Fallon Parker, é muito difícil editar fotos, estar


grávida, tomar conta de uma bebê de nove meses de idade e
um clube de hóquei. Só dizendo.

Fallon riu.

—Eu só estava provocando, você acabou?

Elli riu novamente.

— Claro que sim, é por isso que liguei. Janet está te


mandando as 10 provas. Estou muito feliz com isso e tenho
certeza que você ficará também. Depois de amá-las, as envie
para ser impressas.

—Impressionante, não posso esperar para vê-las! Elas


são boas?

Elli soltou um suspiro ofegante.

—Elas são requintadas. Eu juro Fallon, vocês estão tão


bem juntos. Eu estava realmente ficando excitada vendo
vocês fazerem isso!

Fallon riu quando seu corpo se aqueceu da cabeça aos


pés. Tinha sido um longo par de semanas de não ter Lucas
dentro dela, ou em cima dela, ou qualquer coisa com ela.
Estava além de pronta e precisavam encontrar tempo para
fazer isso.

—Você está me fazendo corar Elli!

Elli deu uma risadinha.

—Dê uma olhada nelas, avise-me.

—Espere, responda-me.— Fallon disse rapidamente


uma vez que pensou que Elli ia desligar.

—O quê?

—Como você se sentiu voltando para trás de uma


câmera?

Elli estava quieta por um momento e depois disse:

—Foi fantástico, e eu não sabia o quanto sentia falta.

—Ah, você vai se demetir e voltar?

Elli soltou uma risada.

—É engraçado você dizer isso, porque é o que Shea


perguntou.

Fallon sorriu.

—Então você vai?

—Agora não, estava pensando em falar com Papa para ir


pegando leve, especialmente com a vinda do bebê número
dois, mas eu amo dirigir a equipe. Adoro os caras e amo o
aspecto do negócio. Sinto-me importante.

Fallon assentiu com a cabeça.


— Sei o que quer dizer, querida. Ok, bem eu vou deixar
você ir. Eu te telefono em breve.

—Tudo bem, tchau.

Fallon, desligou o telefone e foi para o e-mail para ver se


Janet tinha feito o trabalho rápido de mandar as fotos. Assim
quando Fallon abriu o email, Lucas caiu ao lado dela,
respirando com dificuldade.

—Nosso filho tentou me afogar!

Fallon riu quando olhou para ele. Os olhos viajaram


para baixo de seu corpo perfeitamente definido, fazendo com
que seus dedos enrolassem. Nossa, a deixava excitada só com
um olhar!

—Você está bem. Como está o colete dele?— Perguntou,


olhando para o telefone. Teve que desviar o olhar, ou não
sabia o que aconteceria.

—Bem, está bem selado. Minha mãe me ensinou a fazer


isso.

Fallon assentiu com um pequeno sorriso. Estava prestes


a dizer que Molly sabe melhor, quando uma foto nos braços
de Lucas, beijando-a sem sentido, surgiu em seu telefone. Ela
puxou uma respiração rápida, um sorriso brilhante no rosto
enquanto analisava as imagens. Estava perfeito, as cores que
usaram, o pano de fundo, o saco de hóquei a seus pés, e
depois os outros. Eram lindas. Elli tinha razão.

—Oh, as fotos vieram?— Lucas perguntou. Acenou com


a cabeça quando colocou a cabeça no ombro dela. Fallon
sentiu o sal do oceano, e frias gotas de água cairem ao longo
do seu ombro. Não se importou, muito ocupada examinando
as fotos. Foi para a próxima foto e com cada uma, seu sorriso
ficava mais brilhante. Eram perfeitos. Odiava o laranja, mas
teve que admitir que parecia bem nele especialmente ao lado
de um sexy Lucas. Quando procurou as fotos no vinhedo, sua
respiração ficou presa. Estavam impressionantes, Fallon em
um vestido longo, laranja, estilo sereia e Lucas em um terno
preto nítido. Foi espetacular e Fallon não poderia estar mais
feliz. E foi, até que mudou para a próxima foto com Lucas
mordendo os lábios dela. Era atrevido, mas elegante. Só ela
sabia que estava movendo a língua ao longo do lábio dela
enquanto todos os outros só veriam que estavam
completamente apaixonados. Estava olhando nos olhos dela,
como se fosse a única mulher no mundo, e o olhar de
conclusão no rosto dela era atemporal, perfeito mesmo.

—Uau, isso é sexy.— Lucas ofegou.

—Eu sei.

—Eu quero uma cópia disso. Pode colocar isso no meu


celular?

Fallon assentiu com a cabeça.

—Com certeza.

—E traga uma grande cópia para cima da cama, porque


essa é uma boa imagem para ir dormir.

Fallon riu quando olhou para ele.

—Você está louco.


—Por você querida.— disse, beijando sua bochecha. –
Então estarão na festa?

—Sim. Acho que todo mundo vai amá-las?

Lucas assentiu com a cabeça.

— Não vejo por que não, são fantásticas.

Fallon deu um sorriso insolente antes de voltar


novamente para as fotos. Não se cansava delas. Queria sua
própria cópia para o quarto. Eram tão boas. Eleanor Adler era
algo, com certeza.

—Então tem um acompanhante para essa coisa?

Fallon olhou de relance para Lucas quando um pequeno


sorriso apareceu em seus lábios. Balançou a cabeça
lentamente enquanto dizia:

—Não.

Lucas deu um sorriso patife antes de mover seu rosto


perto do dela.

—Quer ir comigo?

Soltou uma risadinha feminina, fazendo com que ele


sorrisse completamente. Ela respirou fundo antes de encolher
os ombros.

—Eu acho que sim.

—Você acha?— Perguntou com uma sobrancelha


erguida.

Fallon riu.

—Bem, ninguém mais me perguntou.


Lucas estreitou os olhos antes de tirar o telefone de sua
mão.

— Ei!— Gritou quando ele se levantou. Tentando


alcançar o telefone, Lucas agarrou um tornozelo dela e
começou a puxá-la para o oceano. —Lucas!— Gritou
enquanto areia arranhava e entrava na bunda dela.

—Pare!— riu. —A areia está subindo na minha bunda!

Lucas ria antes de parar e botá-la sobre os ombros.


Gritou até água, enquanto Aiden ria como se fosse a coisa
mais engraçada que já tinha visto.

—Aiden me ajude!— Fallon gritou, mas Aiden não se


movia.

—Não, ele vai me jogar!— Aiden riu.

Lucas foi até que afundasse a cintura no oceano antes


que batesse na bunda de Fallon bem alto.

—Você acha que vai comigo?

—Eu vou com você! — gritou.

O riso de Lucas correu por sua espinha quando a levou


para seus braços. Colocou um beijo em seus lábios e quando
se separaram sorriu contra eles.

—Bom.

Lucas, então, empurrou-a para o fundo da água.

Fallon veio acima buscando ar para depois cuspir a


água e olhar para o lindo rosto de Lucas.
—Eu não vou a lugar nenhum com você!— Cuspiu,
parando seu riso.

—É mesmo? Porque posso afogar você novamente.—


disse com um sorriso arrogante.

—Faça papai! —Aiden berrou da areia.

Fallon olhou para ele, apontando.

—Você está do lado de quem!

Aiden riu enquanto Lucas sorria para ela.

—Então, nós vamos chegar à areia com segurança, ou


estou te afogando de novo?

Fallon olhou para ele e depois sorriu docemente quando


decidiu que queria ser legal.

—Você sabe que eu só iria com você.

Sorriu antes de se virar e ir para a areia. Essa foi a sua


chance e ela pegou, saltando em suas costas e mergulhando-
o debaixo d‘água. Nadou rapidamente para longe dele e pelo
tempo que o ouviu puxando o ar já estava chegando a costa.
Aiden estava rindo muito, não podia respirar, mas isso não
impediu Fallon de pegá-lo e jogá-lo para o oceano também.

Quando se deixou cair sobre a toalha de praia, sacudiu


o excesso de água fora de si mesma e sorriu para seus dois
garotos atordoados.

—Não mexa com mamãe.


Fallon estava enrolada na toalha, olhando para os
quatro vestidos que preparou para a festa. Lucas e a babá do
Aiden, Susie, deviam chegar a qualquer momento e Fallon
ainda não estava vestida. Não conseguia decidir se queria ser
sexy, doce ou profissional. Isso estava a deixando louca.
Quando a porta se abriu, virou-se para ver Audrey linda em
um vestido de um ombro, rosa pálido. Glitter cobria o corpete
e descia sobre o vestido em pequenos redemoinhos. Usava
saltos de plataforma rosa pálido com um bracelete brilhante
em seu pulso e grandes brincos de diamante em seus
ouvidos.

Fallon supirou olhando a beleza de Audrey e seu


coração quebrou, porque não se falaram desde que Audrey e
Lucas haviam brigado. Tinha sentido tanta saudade de sua
irmãzinha, e vendo-a em um vestido de noite era agridoce.
Sabia que Audrey ainda estava com aquele idiota, mas não
queria discutir, só queria que Audrey fosse feliz.

—Você está deslumbrante Audrey.— falou Fallon.

Audrey sorriu enquanto girava, fazendo com que o


vestido balançasse de um lado para o outro.

—Lucas me comprou esse vestido.

—É fantástico.

Audrey corou com sorriso brilhante.


—Obrigada. Por que você ainda não está vestida? A
Susie está aqui.

—Droga! Não consigo decidir sobre o que quero usar.—


disse Fallon. Apontou para seus vestidos antes de voltar a
olhar para a Audrey. —Não sei se quero ser sexy, doce ou
profissional.

Audrey riu enquanto se dirigia para a cama, olhando


para os vestidos. Apontou para aquele preto sem costas e
abanou a cabeça.

—Mamãe e papai vão estar lá, de modo que este está


fora.

Fallon assentiu com a cabeça enquanto seguia para a


próxima.

—Este é agradável, mas não gosto desse decote. É entre


este cinza e aquele preto. Experimente-os rapidamente.

Fallon assentiu novamente, pegando o primeiro vestido e


colocando. Era preto e ia até os joelhos. Havia um laço que
corria em volta do pescoço como um topzinho.

—Que sapatos?— Perguntou Audrey com o indicador no


queixo.

—Estes pretos.— Fallon disse calçando seu salto de


camurça preta que tinha um grande arco preto no lado.

—Hmm, está bem próximo do vestido.

Fallon se despiu rapidamente e colocou o vestido


seguinte. Era de um cinza claro com uma saia ajustada que
descia até seus joelhos. Corte baixo e as mangas eram feitas
de renda cinza que tinha bonitas flores. Fallon colocou seus
pés em seus saltos cinza e quando olhou para cima, Audrey
estava sorrindo para ela.

—Decididamente este.

Fallon aplaudiu e correu para o banheiro para retocar a


maquiagem para combinar com seu vestido. Notou que
Audrey a seguiu e estava encostada à porta enquanto
aplicava a sombra em seus olhos.

—Tudo bem?— Fallon encontrou-se perguntando.

—Sim.

—Como estão as coisas com.… aquele cara que você


está vendo?

Audrey revirou os olhos.

—Está tudo bem com a gente.

—Tudo bem.— disse Fallon, mesmo sabendo que sua


irmã estava mentindo. Audrey encolheu os ombros e se virou
para sair do quarto sem dar um pio. Fallon balançou sua
cabeça em desgosto. Queria apertar Audrey até a morte, mas
sabia que não faria nenhum bem. A menina estava
apaixonada.

Depois de terminar o resto de sua maquiagem, se


certificou de que seu cabelo estava em cachos perfeitos antes
de sair do banheiro e descer as escadas. Fallon alcançou o
degrau inferior quando Aiden partiu em direção à porta e a
abriu. Audrey levantou-se do sofá, e Susie também, quando
Lucas entrou parecendo diabolicamente sexy. Usava um
terno azul elegante, de aparência cara, com uma gravata
prata. Seu cabelo estava penteado para o lado e, felizmente,
não tinha raspado a barba. Um sorriso permaneceu em seu
rosto quando olhou para Audrey antes de ir até ela. Fallon
observou como ele alcançou as mãos de Audrey e apertou-as
firmemente antes de colocar um beijo em sua bochecha.

—Bem, devo dizer Audrey, você está linda.— disse com


um sorriso encantador em seu rosto.

As bochechas de Audrey se pintaram de um belo


vermelho escuro, antes de soltar suas mãos, enquanto
tentava não sorrir.

—Se você diz.

Lucas riu.

—Vamos Audrey, você não pode ainda estar brava


comigo.

Audrey deu de ombros.

—Você é muito bonita para continuar zangada comigo.—


terminou e quis dizer isso. Ela sorriu e bateu em seu braço
antes de se virar e ir para a cozinha.

— Pai, esta é a Sra. Susie, minha babá!— Aiden disse ao


lado de Susie que sorriu para Lucas e Fallon riu diante do
olhar de espanto no rosto de Susie. Ela cuidava de Aiden
desde que era um bebê. Sempre que Audrey não conseguisse
estar com Aiden, Susie o faria. Era uma senhora doce em
seus quarenta e poucos anos com uma risada contagiosa. Era
tão engraçada e Aiden a adorava.
Lucas jogou seu charme enquanto apertava a mão de
Susie.

—Prazer em conhecê-la, sou Lucas Brooks.

Susie deu uma risadinha enquanto seu rosto ficava


vermelho. Fallon não podia culpá-la. Estava vermelha e Lucas
nem sequer estava soltando seu encanto para ela.

—Prazer em conhecê-lo também. —Foi tudo o que Susie


disse antes que começasse a rir como uma menininha.

Lucas sorriu quando disse:

— Então você é uma babá 24 horas?

—Lucas!— Fallon gritou. Lucas virou-se rapidamente e


quando seus olhos se encontraram, Fallon estava prestes a
contratar Susie para a noite toda. Os olhos de Lucas ficaram
escuros quando veio lentamente em sua direção com um
sorriso sensual na boca. Fallon lentamente piscou uma vez,
trazendo o lábio inferior entre os dentes quando fechou a
distância e conectou seus lábios. A mão dela apareceu na sua
bochecha e congratulou-se com a sensação áspera dos pelos
ao longo de seu queixo contra a palma da mão. Ansiava por
ele, sentia a sua falta.

—Eles fazem isso o tempo todo.

Fallon se separou de Lucas com um sorriso tímido em


seu rosto antes de olhar para seu filho.

—Quieto, Aiden.

Aiden riu enquanto ela olhava para os olhos de Lucas.


Sim, era hora de terem algum tempo sozinhos.
— Audrey?— perguntou.

—Estou vindo para casa. — disse Audrey, passando por


eles. Fallon sorriu amplamente para Lucas que devolveu o
sorriso.

—Bom.— disse antes de passar o dedo pelo lábio inferior


de Lucas. —Tudo bem se eu passar a noite?

Lucas não precisava dizer nada, seus olhos diziam tudo.


Lentamente assentiu antes de aproximar os lábios.

—Eu pensei que você nunca perguntaria.


A primeira coisa que Fallon viu quando entrou na festa
da campanha foi o close-up das imagens dos dois. Ao longo
do fundo, na cor laranja, lia-se:

—Rocky Top Wine é sensacional, mas o gosto é melhor


em seus lábios.

Parecia incrível, e Fallon não podia esperar para ver


pendurado ao longo das paredes da arena e por Nashville.
Lucas apertou a mão de Fallon, quando olhou para vê-lo
sorrindo para ela.

—Parece incrível querida, estou orgulhoso. — disse. As


lágrimas brotaram de seus olhos diante do sentimento
esmagador de realização e das palavras amorosas de Lucas,
quando se inclinou e beijou sua bochecha suavemente antes
de sorrir novamente.

À medida que caminhavam para mais perto do local


onde a festa estava em pleno andamento, cada uma das 10
fotos grandes em diferentes pontos ao longo da parte externa
da festa. O preto e laranja adornavam todas as superfícies da
arena. Desde que houve um empasse, Grace sugeriu que
usassem as duas cores. Uma cor de cada partido e Fallon não
pôde concordar mais. Parecia um pouco Halloween, mas
funcionava e de uma maneira que Grace fez parecer elegante.
Fallon não podia esperar em encontrar Grace e agradecê-la.
Fez um excelente trabalho.

Ela viu todos da empresa e um monte de caras da


equipe. Elli tornou a festa obrigatória, já que os caras
deixariam o domingo para seu primeiro jogos dos playoffs
contra o Minnesota Wild. Era o último torneio dos Assassins
antes que as coisas ficassem sérias. Enquanto Lucas e Fallon
andavam de mãos dadas pela festa, Lucas parava e apertava
as mãos de alguém conhecido e apresentava Fallon. Ela fez a
mesma coisa com seus colegas de trabalho e foi bom estar de
braço dado com alguém. Sentia-se surpreendente e estava
além de orgulhosa de si mesma pela forma como a campanha
se saiu, mas não podia levar todo o crédito.

Quando Elli apareceu, um grande sorriso se formou no


rosto de Fallon. A campanha nunca aconteceria se não fosse
por Elli, e ficaria eternamente agradecida. Elli parecia incrível
em um curto vestido de gestante borgonha da Dolce &
Gabbana. Usava meia-calça preta e incríveis saltos
plataforma prata brilhante. Seu cabelo estava em um coque
bonito com uma trança enrolada em torno da base. Shea
estava ao lado em um belo terno cinza sob medida com uma
gravata cor de vinho. Seu cabelo estava bem penteado para o
lado, e Fallon não pôde deixar de notar o tênis borgonha
Chuck Taylor que usava. O braço de Shea estava envolto em
torno da cintura de Elli, sua mão descansando contra sua
barriga inchada. O amor irradiava e quando Shea se inclinou
para beijar o nariz de Elli, Fallon derreteu.

Shea era um sonho.

—Vejo você olhando para Adler de um jeito que não me


agrada. — Lucas sussurrou em seu ouvido.

Fallon deu uma risadinha enquanto o acotovelava


suavemente no estômago.

—Eu não estou, estão tão apaixonados um pelo outro.

Lucas assentiu com a cabeça quando olhou para eles.

—Sim, estão. — disse. Fallon olhou enquanto ele trouxe


a mão à boca. —Quero que conheça alguém antes de irmos
para lá.

Fallon sorriu.

—Está bem.

Lucas dirigiu-a para um rapaz mais jovem que estava


sozinho na mesa de bebidas. Era extremamente alto e
completamente lindo. Tinha longos cabelos loiros que
cobriam seus ombros. Seus olhos eram os azuis mais
brilhantes que Fallon já viu. Eram quase como gelo, e quando
fixou Fallon com eles, sentiu como se estivesse olhando em
sua alma. Era tão doce e bonito! Lucas estendeu a mão e
segurou o cara no ombro antes de sorrir para Fallon.
—Tate Odder, essa é minha namorada, Fallon Parker.
Fallon este é Tate, nosso novo goleiro. Não fala nada de
inglês, mas é um bom garoto.

Tate estendeu a mão, tomando a de Fallon antes de


trazê-la aos lábios e beijando o dorso.

—Prazer em conhecê-la. — disse antes de lhe mostrar


um sorriso assassino. Fallon percebeu que tinha uma lacuna
entre os dois dentes da frente e seu coração parou.

Era um boneco bebê!

—Oh, você é muito fofo com as palavras! Eu poderia


apenas beliscar suas bochechas! É um prazer conhecer você
também!— Fallon exclamou.

Tate sorriu enquanto Lucas olhava para ela. Fallon riu


antes de estender a mão e beliscá-lo, tinha que fazê-lo! Era
um docinho!

—Quantos anos você tem? — Perguntou, uma vez que


parecia que tinha 10 anos.

—Vinte.

—Ah, você é um bebê! Lucas, você precisa manter um


olho nele, é tão doce.

Manteve o sorriso no rosto de Tate quando Lucas


balançou a cabeça.

—Eu encontro com você mais tarde Tate, vamos Fal.—


Lucas disse puxando-a para longe. —Graças a Deus, não
esaberle muito bem o inglês. Caralho Fal, você acabou de
matá-lo!
—Não fiz!— Fallon negou quando olhou para ele. —Ele é
um bebê boneco, tão doce.

—Meu Deus, é um homem, o trate como tal.— Lucas


disse com um mexida de sua cabeça.

—Bem, desculpe-me.— Fallon riu enquanto se dirigiam


para Elli e Shea. —Eu achei ele fofo.

—Você o tratou da maneira que trata Aiden. Ele é um


homem, não um menino.

—Tanto faz. — Fallon riu. Não pensou que foi tão ruim
assim, e se fosse, se desculparia mais tarde. Não podia evitar,
embora. Ele parecia um daqueles caras que você tem que
amar e cuidar. Talvez fosse o jeito mamãe urso dela, mas Tate
era muito doce.

Quando chegaram a Elli e Shea, um grande sorriso se


formou no rosto de Fallon antes de embrulhar Elli em um
abraço.

—Ei menina!— Elli falou quando se separaram. — As


fotos estão incríveis, hein?

—Surpreendente! Eu adorei.— falou Fallon. —Ei, Shea.

—Ei, você está linda.— Disse com um sorriso enquanto


Elli se inclinava, beijando a bochecha de Lucas.

—Obrigado.— Fallon disse docemente.

—Elli, você está linda. — Lucas disse com um sorriso


apenas para a dona da equipe. Fallon percebeu como o peito
de Shea se inchava enquanto olhava para Lucas, mas Lucas
não parecia se importar. Se fosse ele, me importaria. Shea era
assustador.

Elli sorriu, correndo as mãos para baixo de sua barriga.

— Obrigada, mas um dia, vou usar um vestido como


Fallon. Até lá vou vestir estes tipos de vestidos.

Fallon riu enquanto Shea sorria adorável para Elli.

—Eu adoro seu vestido.

—Sim, mas eu aposto que você gosta mais do vestido


roxo Gucci que tenho em casa que usei uma vez.— Elli disse
com um olhar aguçado. —Eu nunca vou entrar nesse vestido
novamente, Shea, se continuar tendo bebês!

Shea abanou a cabeça.

—Não me importo. Eu te amo do jeito que você esta.

Um momento calmo e aquecido passou entre eles e


Fallon sentiu como se estivesse interrompendo um momento
particular quando disse: —Você sabe Elli, você nunca me
disse qual será o nome do bebê. Eu tive que descobrir por
Lucas que você teria uma menina!

Elli corou, desviando o olhar de Shea e sorrindo para


Fallon.

—Desculpe por isso, eu queria que fosse uma surpresa,


mas Shea tem uma boca grande.— Disse com um sorriso
para Shea. — Seu nome será Posey Rose.

Fallon piscou duas vezes e disse a si mesma para não


rir. Era sua filha e se era disso que queriam chamá-la, era
problema deles. Mesmo que fosse o nome mais feio que Fallon
já ouvira.

—Posey Rose?— Lucas perguntou.

Fallon deu-lhe um cotovelo no estômago, fazendo com


que Lucas soltasse um pulo enquanto Elli dizia:

—Sim. Shea nomeou Shelli Grace então essa vez é


minha, e eu amo nomes do tipo antigo, e Posey é lindo.

—Então será Posey Rose e paramos. Certo Shea?— Elli


olhou para Shea que assentiu rapidamente.

Elli olhou com um sorriso e Fallon notou que Shea


estava balançando a cabeça. Quando mostrou dois dedos e
disse ‗mais' movendo a boca, Fallon não pôde segurar e quase
caiu de tanto rir.

—O quê? — Elli perguntou. Olhou para Shea, pegando


ele mostrando os dois dedos para cima e bateu no seu peito.

—Eu não estou tendo mais! Estou fora.

Lucas puxou Fallon para longe, ambos rindo enquanto o


Sr. e a Sra. Adler discutiam isso na mesa de coquetel. Lucas
envolveu Fallon em seus braços e beijou seu pescoço quando
pararam em frente ao grande retrato deles se beijando nas
vinhas.

—Shea vai mantê-la grávida pelo os próximos cinco


anos.— Lucas disse contra seu pescoço.

Fallon deu uma risadinha.

—Provavelmente, você está certo.


É um homem de sorte.

Fallon assentiu com a cabeça. —

Ele é.

Lucas mordiscou suavemente sua orelha, fazendo com


que os olhos de Fallon se fechassem lentamente. Enquanto
corria a língua no lóbulo e ao longo do pescoço, ela soltou um
suspiro ofegante, desejando que estivessem em qualquer
lugar, exceto na festa.

—Assim como eu. — sussurrou em seu ouvido. —Deus,


eu te quero tanto.

Fallon deu um suspiro trêmulo.

—Você não tem ideia de quanto eu gostaria que


estivéssemos em qualquer lugar, menos aqui.

Lucas respirou fundo antes de morder seu pescoço.

—Quer ir embora?

Fallon estava prestes a dizer sim, mas antes que


pudesse, ela ouviu.

—Fallon?

Fallon abriu os olhos e olhou para onde estavam seus


pais, olhando para os dois juntos. Ele deu um passo para
trás antes de alcançar a mão de William. Depois de apertar a
mão dele, Lucas beijou Nora em sua bochecha e elogiou seu
vestido vermelho chamativo. Nora vestiu-se para
impressionar e Fallon achou que deve ter visitado o Dr.
Swartz nos últimos dias. Nora não parecia ter mais de 30
anos e seus lábios estavam grandes demais para serem reais.
Ao lado dela, William permanecia alto e arrojado em seu terno
preto com gravata laranja. Se inclinou desajeitadamente para
Fallon, beijando sua bochecha antes que Nora fizesse o
mesmo.

—Bem, querida, você parece deslumbrante. Adorei esse


vestido.— disse Nora, correndo a mão pelo laço do corpete.

—Obrigada mãe, adorei o seu também.

Nora deu um sorriso doce enquanto William olhava para


Lucas. Fallon olhou para Lucas, perguntando-se o que
William estava olhando, assim como Lucas limpou a
garganta.

—Vou comprimentar o treinador.

—Por quê? — Fallon perguntou, implorando com os


olhos para não sair.

—Porque é meu treinador. — Lucas disse com um


sorriso apertado. —Fique com sua mãe e seu pai. Vou estar
de volta daqui a pouco.

— Na verdade Lucas, Nora ainda não conheceu Bacter.


Por que você não a leva com você.— sugeriu William.

—Oh sim! Já ouvi muito sobre ele. — Nora disse,


pegando o braço de Lucas. Fallon continuou implorando para
que Lucas não a deixasse, mas ele deu um pequeno sorriso
antes de dar de ombros e se afastar. Fallon sentiu como se
estivesse tendo um ataque de pânico enquanto observava
Lucas e Nora se afastarem. Por que diabos Lucas a deixaria?
Sabia que tinha problemas com o pai. Se Fallon não estivesse
tão excitada, estaria repensando sobre ir para casa com ele.

—Fallon Ryane, tudo parece incrível aqui.— disse


William, olhando para a foto na frente deles. Fallon, olhou
para cima e acenou com a cabeça mesmo que não estivesse
olhando para ela.

—Obrigada. Grace Justice é a planejadora da festa.

—Eu sei disso, mas não é isso que quero dizer. Quero
dizer, sobre a campanha. Parece incrível.— disse.

Fallon o olhou, sua respiração falhando enquanto


olhava para seu perfil.

—Estava errado por duvidar de você. Você sabia o que


estava fazendo, e sinto muito pelo que disse.

Fallon não conseguia respirar. Nem formar palavras


enquanto olhava para o homem por quem esteve faminta de
amor. Esse seria o momento em que diria que estava
orgulhoso dela? A tomaria em seus braços e diria que a
amava? Fallon observou enquanto respirava fundo e o olhava.

—Desde que você tem o capital para a adega, aprovo que


vá em frente. Espero que você não estrague tudo desde que é
muito dinheiro. Bom trabalho, Fallon. E claro que você é uma
bela mulher.

O coração do Fallon se desfez em 1 bilhão de peças


quando viu seu pai ir embora sem sequer dar um segundo
olhar. Ele aprovou seu sonho, mas ainda não podia dizer que
a amava, ou que estava orgulhoso dela?
Tanto para esperar pelo impossível.

Lucas podia dizer pelo olhar no rosto de Fallon que o


encontro com William não foi bom.

Enquanto William conversava com Fallon, parecia estar


pendurada em cada uma de suas palavras, esperando o
momento em que dissesse que estava orgulhoso dela. Quando
William se afastou, Lucas soube que não o disse por causa do
modo como os ombros de Fallon caíram e pelo jeito que se
virou lentamente para olhar de volta para o retrato deles.
Lucas se desculpou e foi até ela. A envolveu por trás, e
quando viu que era ele, relaxou contra seu peito, inclinando
sua cabeça contra a dele.

—Tudo bem?— perguntou, pressionando seus lábios


em sua bochecha.

—Estou pensando se vou para casa com você. Como


ousa me deixar com aquele homem?

Lucas riu contra sua bochecha.

— Desculpe querida, eu estava tentando ajudar.

—Bela ajuda, jovem Skywalker21, não ajudou.— Riu


enquanto o coração de Lucas se aqueceu. — Se lembra de
todas aquelas noites em que vimos Star Wars?

Lucas assentiu com a cabeça.

—Boas noites.

—Longas noites. Não posso acreditar que era tão


obcecada.
21
Personagem de Star Wars.
Lucas riu.

— Nunca entendi, mas fiz isso por você.

Fallon o olhou, um sorriso em seus lábios lustrosos.


Estava incrível hoje à noite, elegante e sexy, tudo em um.
Queria rasgar aquele laço e enterrar o rosto em seu peito. A
queria nua. Agora. Lucas tinha a sensação de que seu vestido
terminaria em pedaços no chão ao lado de sua cama antes
que a noite terminasse. Ou pelo menos esperava que sim.
Fallon respirou fundo enquanto Lucas apertava os braços na
sua cintura.

—Vem dançar comigo.— sussurrou contra o seu


pescoço.

Fallon assentiu e Lucas a soltou, pegando sua mão


quando tocava uma canção de R & B muito conhecida. Lucas
sorriu e ela sorriu de volta quando chegaram à grande pista
de dança. Fallon puxou sua a mão e começou a mover seu
corpo com a música. Lucas a puxou, movendo seus corpos
em perfeito ritmo. Não havia espaço enquanto se esfregavam
um contra o outro. Era a preliminar antes que as
preliminares reais começassem e a mente de Lucas estava
girando com luxúria. Havia algo sobre a dança com Fallon
que o tinha no limite. Então envolveu o braços ao redor de
seu pescoço no final da canção e sussurrou:

—Você sabe que eu sou a melhor que você já teve.

Lucas quase se desfez. Felizmente, uma bela melodia de


guitarra começou e Jason Mraz começou a cantar sobre olhar
nos olhos de alguém, tirando fora de sua mente uma Fallon
nua. Enquanto olhava nos olhos dela, não era sobre o sexo,
era sobre o amor. A segurou perto, suas mãos correndo por
suas costas e terminando bem acima de sua bunda. Fallon
trancou as mãos atrás do pescoço dele, inclinando a cabeça
enquanto se balançavam com a música. Se movendo
lentamente, seus corpos bem próximos, Lucas sentia como se
ninguém mais estivesse na sala. Só os dois.

Ele não podia acreditar o quão longe tinham chegado.


Era como se estivesse de volta em seu corpo de 21 anos, só a
querendo e sabendo que nunca poderia amar alguém da
maneira que a amava. Teve tanta sorte de ter esta segunda
chance, que ainda o desconcertava tê-la em seus braços
novamente. Enquanto Fallon colocava seus lábios nos dele,
não deixava de pensar que todo seu trabalho duro tinha
valido a pena. Que finalmente tinha a sua razão para voltar a
viver e que não importava o que, iria sempre amá-la. Fallon
seria sempre a sua pessoa, sua melhor amiga, independente
do que aconteceu, ou o que acontecesse, pelo menos, sabia
que dava à sua relação tudo dele. Só esperava que ela fizesse
o mesmo, porque sua vida nunca seria completa sem Fallon.

Quando se separaram e ela abriu os olhos, Lucas sorriu,


esfregando seu nariz no dela.

— Não vou desistir de nós.— sussurrou.

Fallon sorriu.

—Música boa, hein?

—Sim, mas falo sério, Fallon. Este sou eu e você, até o


fim.
Fallon fechou os olhos enquanto envolvia os braços ao
redor de seu pescoço.

—Espero que sim.

Lucas esperou que abrisse os olhos antes de dizer:

—Você não precisa esperar Fallon. É a verdade.

Ela riu nervosamente.

—Com você sabe, Lucas? Você não pode prever o futuro.

Ele encolheu os ombros.

—Não, mas sei o que está no meu coração, e é você e


Aiden.

Lucas limpou a garganta, enquanto Fallon olhava, com


lágrimas nos olhos.

—Eu te amo, Fallon.

Seu ombro caiu quando inclinou a cabeça. Respirou


fundo quando a abraçou, esperando que dissesse isso para
ele. Quando abriu os olhos e uma lágrima derramou sobre
sua bochecha, sabia que não ia dizer o mesmo.

—Estou tentando, mas...

Lucas balançou a cabeça antes de dizer:

—Pelo menos você está tentando. Isso é tudo que peço.

—Você merece coisa melhor. Talvez a Audrey esteja


certa.

Lucas balançou a cabeça.


—Você é boa demais para mim, Fallon, então cale-se e
venha para casa comigo. Agora.

Lucas sabia em seu coração, que ela o amava, só estava


sendo teimosa. Em vez de reclamar sobre Fallon não dizer
que o amava, preferiria levá-la para casa para mostrar com o
seu corpo. A luxúria encheu seus olhos com o pensamento
sobre o que queria fazer, quando sua mão deslizou até a sua
bunda.

Se pensasse sobre a possibilidade dela não amá-lo,


poderia desmoronar. Então se apertou contra ela e beliscou
seu queixo enquanto tirava de sua mente todos aqueles
pensamentos. Um pequeno sorriso apareceu na boca de
Fallon enquanto olhava para ele com os olhos meio fechados.

—Estou pronta quando você estiver.

Lucas ficou impressionado com o fato de que tinham


feito todo o percurso para casa e até mesmo para dentro sem
que começassem a tirar a roupa um do outro. Uma vez dentro
e após ter certeza de Levi não estava em casa, Fallon
trabalhou em desfazer a gravata enquanto ele olhava para o
zíper do vestido.

—Não rasgue este vestido.— disse entre beijos. Lucas


riu contra seus lábios, já que estava pensando nisso
enquanto lentamente tirava o casaco.

—Então tire-o.— disse, afastando-se. Ela deu um passo


para trás, correndo as mãos por seu corpo antes de
desabotoar o vestido lentamente. Fallon se moveu como se
estivesse dançando uma música que tocava apenas em sua
cabeça e Lucas implorou para estar lá com ela. Quando se
encostou na porta, seu corpo estava tenso enquanto a
observava mover lentamente o vestido para baixo de seu
corpo, mostrando polegada por polegada de sua deliciosa pele
bronzeada. Não usava sutiã, mas isso não foi o que o deixou
duro como uma pedra, era a tanga de renda que mal a cobria.
Fallon levou as mãos para cima do corpo, segurando seus
seios antes de girar e dando-lhe uma visão espetacular da
sua bunda redonda. Começou a se afastar, seus saltos
clicando no chão de mármore e Lucas quase tropeçou em
seus pés tentando alcançá-la.

Ao subirem as escadas, peças do terno de Lucas ficaram


ao longo do caminho e não poderia ter se importado menos
com as rugas que isso causaria, tudo o que importava era
remover aquela tanga de renda.

Quando chegaram à porta fechada, Fallon pegou a


maçaneta para abri-la, mas ele a deteve.

Colocando as mãos sobre as dela e depois acima de sua


cabeça enquanto soltava pequenos suspiros de ar, pressionou
sua protuberância dolorida em sua bunda macia e polvilhou
beijos ao longo de seus ombros e até o pescoço. Ela respirava
com dificuldade, e seus olhos se fecharam enquanto alongava
o pescoço, dando-lhe todo o espaço que desejava. Moveu suas
mãos das dela e lentamente as moveu para baixo de seu
corpo até que chegou a sua tanga de renda.

Lucas colocou beijos suaves na parte de trás de seu


pescoço enquanto sua mão se movia para dentro da tanga, a
acariciando suavemente. Moveu seus lábios pelo meio de
suas costas e foi recompensado com um arrepio, enquanto
continuava descendo seu corpo. Beijou ao longo de sua
espinha, até que alcançou o topo de sua tanga. Lucas caiu de
joelhos e olhou para ver que ela estava olhando por cima do
ombro através daqueles olhos grandes e sexy. Enquanto
roçava os dentes ao longo da parte superior de sua tanga,
onde as três tiras de rendas se encontravam, Fallon soltou
um suave gemido. Puxou o tecido de seu corpo com os dentes
e ela se contorceu contra a parede.

—Oh Deus, por favor.— ela chorou.

Lucas não aguentou mais e empurrou a cabeça


rapidamente para o lado. O som do tecido rasgando encheu o
corredor antes que a tanga pendurasse em sua boca e um
sorriso diabólico se formasse em seu rosto.

Fallon se virou rapidamente, o olhando antes de se


abaixar, tirando a calcinha de sua boca e a jogando pelo
corredor. Lucas se levantou e estendeu a mão, pressionando
seus corpos enquanto abria a porta. A empurrou para dentro
e fechou a porta atrás se virando para trancá-la. Quando se
voltou para frente, encontrou Fallon sentada na beira da
cama, com as pernas cruzadas e um sorriso travesso no
rosto. O pau de Lucas se contraiu ao ver seu lindo corpo nu,
e quase gozou quando Fallon levantou um dedo, acenando
para que viesse até ela.

Não a fez esperar.


Rapidamente fechando o espaço entre eles, seu corpo
ardia e precisava dela. Agora. Foi empurrá-la de costas na
cama, mas Fallon balançou a cabeça, correndo as mãos no
seu peito. As mãos pararam em seus quadris, enquanto a
boca corria em cada um dos seus músculos. Não percebeu o
que estava fazendo até que Fallon correu a língua lentamente
pelo seu pênis inchado. Lucas respirou fundo pela boca,
antes de trancar os dedos atrás da cabeça. Sabia que se não
fizesse isso, arrancaria o seus cabelos de tanto prazer que
estava recebendo.

Quando Fallon o levou em sua boca doce e suculenta,


Lucas soltou um longo gemido rouco enquanto seus olhos
rolavam. Girou a língua ao longo da cabeça de seu pau antes
de levá-lo até a garganta. Então começou a ir mais rápido,
repetindo os movimentos, tornando inteiramente muito difícil
para Lucas manter as mãos trancadas atrás na cabeça.
Quando correu as unhas para baixo de suas coxas antes de
cobrir suas bolas, não pôde aguentar mais. Se afastou dela e
antes que pudesse dizer qualquer coisa, a jogou sobre sua
barriga e a penetrou. Ela gritou seu nome e isso o levou a
entrar com mais força. A pegou pelos quadris, colocando num
ângulo melhor antes de mergulhar profundamente. Lucas
não podia ir devagar, não podia. A penetrava profundamente.

—Mais forte.— chorou, e ele não a decepcionou. O som


das carnes se encontrando e os gemidos de Fallon eram os
únicos ruídos vindos do quarto de Lucas. Quando gozou,
estremeceu quando seu corpo se contraiu em espasmos ao
redor de seu pênis. Lucas mordeu o lábio inferior enquanto
tentava ultrapassar o intenso prazer que sua boceta apertada
e molhada dava. Só conseguiu penetrá-la duas vezes mais
antes de explodir, com um grande grito de liberação. Seu
corpo se convulsionou enquanto seus dedos apertavam o seu
quadril.

Lucas abriu os olhos para ver apenas o perfil de Fallon.


Sua respiração era errática e Lucas sabia que a sua também.
Olhou para baixo onde ainda estavam conectados e bateu em
seu traseiro brincando. Fallon soltou um grito e ele riu
quando saiu, caindo ao seu lado. Lucas respirou fundo antes
de olhar para seu rosto corado. Sorriu ao se inclinar
lentamente e pressionar seus lábios contra os dela. Se
separaram devagar e ele voltou para mais. Sua mão segurou
seu rosto enquanto a puxava para mais perto. Fallon se
afastou e sorriu antes de beliscar seu lábio inferior.

—Meu Deus, foi fantástico.

Lucas assentiu com a cabeça. Então correu lentamente


o nariz ao longo do seu antes de encontrar seus lábios para
mais beijos alucinantes. Continuaram a se beijar lentamente,
não poderia trazê-la perto o suficiente. Queria moldar seus
corpos e viver juntos como um só.

—Deus, eu amo você.— sussurrou contra seus lábios.


Foi para beijá-la novamente, mas ela puxou de volta.

—Estou tentando me permitir dizer isso, Lucas, estou,


mas é tão difícil. Quero, mas tenho medo do que poderia
acontecer. Estou com medo de você me deixar de novo e
então vou estar com o coração partido novamente. Não posso
suportar isso de novo.

—Fallon, não vou a lugar algum. Eu te amo e não sei


quantas vezes tenho que dizer que nunca vou te trair, mentir,
ou fazer qualquer coisa para machucá-la. Eu prometo a você,
tem que acreditar em mim querida, tem que confiar em mim.

Fallon assentiu.

— Estou tentando Lucas, juro que estou. Só não me


odeie, ok?

Lucas sacudiu a cabeça. Sabia que o amava, chame o de


arrogante, mas sabia. Fallon era sua e estava confiante de
que ela não iria a lugar algum. As coisas ainda estavam um
pouco confusas em alguns pontos, mas na maior parte eram
bons. Não sabia o que mais tinha que fazer para provar que
nunca mais a machucaria, mas descobriria. Nada de ruim
iria acontecer novamente. A amava demais para perdê-la
novamente.

Lucas afastou um cacho solto do cabelo de seus olhos e


beijou seu nariz antes de dizer:

—Fallon, nunca poderia te odiar. Eu te amo muito.

Ela fechou os olhos, pressionando a testa na dele.

—Esperei tanto tempo para ouvir isso novamente. É


como um sonho.

Lucas assentiu.
— Eu sei o que você quer dizer querida.— Ela olhou
para cima e ele sorriu —Eu vou esperar para sempre você
realizar meus sonhos, querida e não vou a lugar nenhum.

Com um pequeno sorriso em seus lábios enquanto


olhava para seus olhos.

—Totalmente devotado?— Ela perguntou ofegante.

Ele sorriu.

—Totalmente devotado querida, só para você.

Lucas não estava muito afim de jogar hóquei. Estava


com vontade de ficar na cama com Fallon a tarde toda.
Odiava dizer adeus e sabia que quando a visse mais tarde,
seria para dizer adeus no aeroporto. Lucas queria poder
ignorar a prática, mas não havia jeito, não com os playoffs
começando no dia seguinte. Não podia acreditar que era o fim
da temporada e de certa forma estava contente. Estava
animado para o verão com Fallon e Aiden, entusiasmados
com o que fariam. Talvez poderiam voltar para a Califórnia
por alguns dias ou talvez em algum lugar mais tropical. Não
se importava, contanto que estivessem juntos.

—Pensando muito, Brooks?

Lucas olhou por cima de onde estava desamarrando


seus patins para ver Anderson sorrindo. Sorriu de volta
enquanto assentia.

—Estou pronto para vencer esta série.

—Eu também, tão pronto.


Lucas acenou com a cabeça novamente, removendo seu
patins e limpando o gelo da lâmina antes de colocá-lo em seu
armário. Anderson estava fazendo o mesmo que Lucas e
pensou que tinham terminado, mas então ele disse:

—Então, estamos levando Odder para beber novamente


antes de subir no avião. O cara é hilário quando está bêbado.
Você deve vir conosco.

Lucas o olhou, as sobrancelhas juntas.

—Odder não tem idade suficiente para beber.

—Então? Compramos para ele. Quer vir ou não?

Lucas levantou-se, olhando para o vestiário onde Tate


estava sentado tirando seu equipamento de guarda redes,
enquanto ouvia seu iPod. Eram caras como Anderson que
haviam incomodado Lucas quando era criança, e não havia
como deixar que Tate fosse. Tate era um bom garoto, e tinha
um futuro brilhante pela frente. Lucas apontou um dedo para
Anderson e disse:

—Fique longe dele. — Lucas então atravessou o vestiário


e ficou na frente do jovem goleiro. Quando Tate levantou os
olhos, tirou os fones de ouvido e sorriu.

—Lucas. Como você está?

Lucas assentiu.

—Bem, o que está ouvindo?

—O capitão, me deu, música country. Ajuda o meu


inglês.
—Pelo amor de Deus. — Lucas gemeu antes de virar
para olhar para seus companheiros de equipe. —Alguém se
importa com esse garoto? Música country?

Todos olhavam para Lucas como se estivesse louco, mas


não se importava. Puxou o iPod das mãos de Tate e balançou
a cabeça.

—Música country é ruim, triste. Faz você chorar. Vou te


dar boa música. Fique longe desses idiotas, certo? Fique
comigo.

—Você?

Lucas assentiu.

—Sim. Sua família está aqui nos Estados Unidos?

Tate olhou para o chão, balançando a cabeça. Quando


olhou para Lucas, seus olhos estavam cheios de tristeza.

—Minha família morreu no ano passado.

Lucas não sabia, e vendo o rosto de Tate sabia que a


morte ainda era crua. Lucas colocou a mão em seus ombros.

—Meu pai morreu há algum tempo, mas minha mãe


ainda está aqui e é ótima. Você vai amá-la. Venha, se vista,
vamos almoçar.

Tate deu-lhe um sorriso vitorioso e Lucas sorriu de


volta. Não podia deixar de se sentir protetor sobre o garoto e
não iria deixar ninguém corrompê-lo da maneira que foi
corrompido.

Não ia acontecer.
Sair com Tate foi uma boa ideia, mas em um mau
tempo. Como Lucas tinha passado boa parte da tarde com
Tate, não fez as malas, o que significava que estava perdendo
tempo com Fallon e Aiden. Lucas rezou para que Levi já
tivesse começado a fazer as malas, ou concluído, mas era
duvidoso, pois Levi provavelmente pensava que Lucas já
tinha feito isso. Então, correu de volta para sua casa e subiu
as escadas rapidamente até a porta dos fundos, imaginando
mentalmente o que precisaria para fazer as malas, para que
fizesse isso o mais rápido.

Enquanto subia as escadas, Lucas não tinha ideia do


terno que usaria, já que o outro ainda estava jogado ao longo
das escadas. Realmente deveria ter pendurado o terno, mas
quanto mais pensava sobre isso, ter Fallon em sua cama era
mais importante no momento. Um sorriso manhoso veio em
seu rosto no pensamento de Fallon gemendo seu nome na
noite anterior e não podia esperar para vê-la novamente. Para
abraçá-la e beijá-la uma última vez antes que estivesse fora
por quatro dias.

Lucas alcançou a porta dos fundos, a abrindo em uma


corrida. Quando seus olhos caíram sobre Levi, o sorriso que
estava no rosto de Lucas desapareceu e pensamentos de
Fallon foram junto com ele.

Porque Levi não estava sozinho.

Audrey estava nos braços dele.

Praticamente nua.
Lucas parecia que estava tendo uma experiência fora do
corpo.

Tudo o que ouvia foram as palavras de Fallon sobre o


que o cara tinha feito com a Audrey, do que a chamou e como
a tratou. Lucas ficou parado na porta, atordoado enquanto os
seus olhos saíram de Audrey e se concentraram em um Levi
rindo. Raiva preenchia Lucas de dentro para fora enquanto o
pulso acelerava. Cerrou os dentes quando deixou sua bolsa
de treino cair no chão.

—Lucas. — Audrey engasgou. Se afastou de Levi e pegou


uma camisa do chão antes de colocá-la. —Oh Deus.

Levi riu.

—Qual é o problema AA? É só o Lucas. — Um tique


começou nos olhos de Lucas enquanto observava Audrey
lutar para encontrar suas roupas. —Ele sabe que tenho
relações sexuais.
Lucas viu vermelho e naquele momento soube que ia
matar seu melhor amigo.

Lucas não estava pensando, apenas agiu enquanto


diminuía a distância entre eles. Sua mão envolveu a garganta
de Levi, batendo-o contra a parede e Audrey deu um grito
assustado. Levi olhou Lucas com um olhar perplexo no rosto,
mas Lucas não se importava. Sabia que Levi era um idiota
com as meninas, mas ser um imbecil com Audrey não ia
rolar.

Não com a Audrey.

—Que droga cara! — Levi se esforçou para dizer. —Me


solta.

—Lucas! — Audrey gritou. Ela correu em direção a eles e


tentou empurrá-lo, mas não ia a lugar nenhum.

—Você gosta de machucar garotas. — Lucas zombou. Se


inclinou fechando o espaço entre eles, quase tocando o nariz
de Levi, com o seu próprio. —Vamos ver se também gosta de
dor.

Audrey agarrou um bíceps de Lucas e puxou enquanto


chorava.

—Lucas por favor, pare. Por favor. Está tudo bem.

Lucas olhou para ela e sacudiu a cabeça.

—Não, ele não vai te machucar mais.

—O que você disse, sua puta?! — Levi gritou. Lucas


lentamente olhou de volta para Levi e viu como seus olhos se
arregalaram. Lucas bateu o punho à direita, no espaço ao
lado da cabeça de Levi. Audrey gritou, Levi vacilou e fechou
os olhos. Lucas não podia acreditar que estava olhando para
a mesma pessoa que pensava ser seu irmão há anos. Amou
Levi e quando ouviu ou viu o jeito que tratava as meninas,
não se importou. Nunca soube que Levi era físico com elas.
Só achava que era um babaca. Descobrir que tinha,
fisicamente machucado alguém que Lucas pessoalmente
gostava era incompreensível. Não conhecia a pessoa com
quem viveu por tantos anos?

Levi abriu seus olhos e Lucas viu o medo junto com


raiva em seus olhos azuis. Lucas respirou profundamente,
tentando controlar a respiração e a raiva, enquanto Audrey
ficou atrás dele, gritando e chorando para soltar Levi.

Lucas limpou a garganta e disse:

— Como se atreve a falar dela assim? Você está louco? É


irmã de Fallon, não só isso, mas basicamente é a minha
irmã. Você é louco? Como se atreve?

—Não fiz nada com ela. — zombou Levi, tentando fugir.

Lucas balançou a cabeça.

—Eu sei que você a machucou e disse coisas horríveis.


Deixe-me ouvir que você fez isso de novo, Levi e juro que eu
te mato.

Levi balançou a cabeça.

—Não fiz nada.

Lucas tirou a mão da garganta de Levi e deu um passo


para trás. Levi levou a mão ao pescoço e olhou para a Audrey.
Lucas esperava que não fosse louco o suficiente para tentar
qualquer coisa com Audrey na sua frente, mas não ia passar
por ele. Mudou-se em frente a Audrey, quebrando seu contato
visual e quando Levi olhou para Lucas, o encarou.

—Não acredito que você está escolhendo uma garota ao


invés de mim. — cuspiu.

Lucas encolheu os ombros.

— Não acredito que vivi com alguém que realmente não


conhecia.

Levi soltou uma risada vazia.

— Você costumava ser da mesma maneira.

Lucas balançou a cabeça.

— Eu nunca machuquei uma garota na minha vida.

Levi se afastou.

— Não, você tem sorte que Fallon gosta de bruto. Acho


que fui atrás da irmã errada.

Audrey respirou fundo atrás dele e Lucas balançou a


cabeça.

— Sugiro que você se afaste de mim antes de eu colocar


meu punho na sua cara.

—Não estou nem aí, cara. — Levi disse antes de sair da


sala. Quando se foi, Lucas virou-se para ver Audrey olhando
na direção que Levi tinha saído.

—Realmente, Audrey? Levi?

Audrey olhou para Lucas.


—Eu te disse para ficar de fora!

—E também disse que não ia! Você está louca? Eu sei


que Fallon disse que tipo de cara é Levi! O que está fazendo?

—Eu o amo! — Gritou antes de um soluço rasgar do seu


corpo. Ela caiu para frente, colocando as mãos nas coxas
para apoio, enquanto lágrimas corriam pelo seu rosto. Lucas
balançou a cabeça, correndo as mãos pelo cabelo e apoiando-
as na parte de trás da cabeça, enquanto fechava os olhos. O
que poderia fazer? Sabia que Levi era um idiota e nunca
amaria Audrey, não conseguia. Não estava em sua
composição genética amar ninguém além de si mesmo. Esse
era Levi.

Lucas abriu os olhos, dando um passo em direção a


Audrey antes de envolvê-la em seus braços. Ela não veio de
boa vontade, mas depois de ver que Lucas não ia soltá-la,
envolveu seus braços e chorou em seu peito.

—Por que ele não me ama, Lucas? Por quê? — Chorou.

Lucas passou a mão ao longo das costas dela,


esperando que isso a acalmasse, porque não tinha resposta
para isso. Nem sabia o que dizer ou o que fazer. Quando ela
olhou o com os olhos abertos iguais o de sua irmã, Lucas
achou que não conseguiria respirar por causa do caroço em
sua garganta. Encolheu os ombros, tirando uma mecha de
cabelo dos olhos de Audrey, antes de dizer:

—Porque não é a pessoa certa, Audrey.


—Como você sabe? Eu o amo tanto, talvez só precise de
tempo. — sugeriu, mas Lucas já tinha começado a balançar a
cabeça.

—Não, AA, me escute. Você merece alguém melhor, pare


com isso. Por favor.

—Não posso. — chorava.

Lucas queria que ela entendesse. Será que não entendia


que Levi a usou?

Como se diz isso a alguém sem machucá-la? Mas sabia


que mesmo que dissesse, não iria acreditar nele. Era teimosa
como sua irmã, se não pior. Sabia que se um homem alguma
vez encostasse uma mão em Fallon, ela iria matá-lo em um
estalar de dedos, então por que Audrey não o fazia? Por quê?

—Audrey, ele está te usando.

—Não!— disse balançando a cabeça. —Ele me ama, está


com medo ou algo assim. Tenho que tentar, porque se não
fizer, vou ficar sozinha para o resto da minha vida.

Partiu o coração de Lucas. Como alguém tão linda


poderia pensar isso?

—Audrey, existem outros homens por aí...—

—Que não me querem. Já tentei e eu sempre acho esses


babacas. Então, sim, processe-me por tentar mudá-lo, por
acreditar que vai mudar por mim. Que me ama.

Lucas balançou a cabeça novamente. — Audrey, o


conheço a minha vida toda. Ele não vai mudar. Juro a você,
que não vai. Eu vou te ajudar a encontrar um bom homem.
Estou em uma equipe com 26 homens solteiros! Tem que
haver um nessa equipe!

Audrey balançou a cabeça.

— Quero ele.

Os ombros de Lucas caíram em derrota. Sabia que não


seria capaz de mudar sua mente, então por que perder
tempo? Ela se afastou e passou uma mão pelo cabelo,
enquanto olhava em todos os lugares, menos para ele. Lucas
respirou fundo e ainda estava pasmo que foi Levi quem
machucou Audrey. Ainda estava com raiva e queria bater em
Levi, mas o que faria? Audrey estava tão envolvida e
convencida de que poderia mudá-lo, o que não iria fazer
nenhum bem. Precisava perceber o erro de suas escolhas.
Lucas não podia fazer isso por ela, nem Fallon poderia.

Oh caralho. Fallon ia matar Levi.

—Fallon vai matá-lo. — Lucas disse em voz baixa — E


você sabe disso.

Audrey o olhou com os olhos cheios de lágrimas.

— Você não pode contar a ela. Oh Deus, por favor,


Lucas, prometa-me que não vai.

Lucas balançou a cabeça.

— De jeito nenhum. Se não contar a ela, então eu vou.


Não posso andar com isto na minha consciência! Ela vai me
matar por saber e não contar.

Lágrimas caíram pelas bochechas da Audrey e deu um


passo em direção a ele.
—Por favor, Lucas, eu imploro. Eu vou dizer. Prometo.
Só tenho que esperar o momento certo. Eu e Levi ainda
estamos resolvendo as coisas. Esta foi a primeira vez em
semanas que me chamou de puta. Estamos fazendo
progressos, juro.

Lucas balançou a cabeça.

— Audrey, você tem que dizer. Eu não posso esconder


algo assim dela.

Audrey acenou com a cabeça, limpando suas


bochechas, antes de dizer.

—Eu prometo que vou, em breve.

Lucas não podia acreditar que estava prestes a


concordar em esconder isto de Fallon. Talvez o desespero nos
olhos de Audrey. Seus olhos eram tão tristes e tão cheios de
esperança, que Lucas não achava que pudesse dizer não. Ou
talvez o fato de que Lucas esperava e rezava que, por amor
Levi mudasse, porque era óbvio que Audrey o amava. Não era
uma garota estúpida, então tinha que ver algo dentro dele.
Mas, se Lucas ouvisse ou visse Levi sequer olhar torto para
Audrey novamente, Levi responderia a ele.

Audrey merecia mais e Lucas não acreditou nem por um


segundo que fosse difícil encontrar um homem. Era perfeita
em seu ver e se desse a chance, poderia encontrar alguém
sem nenhum problema. Era o sonho de todo homem, como
sua irmã. Lucas amava Audrey e faria qualquer coisa por ela,
mas mesmo com o seu amor era ainda difícil concordar com
seu pedido. Lucas respirou fundo e balançou a cabeça em
descrença antes de olhar para a Audrey.

—Você tem uma semana.

Fallon notou que Lucas estava estranhamente quieto


quando todos partiram para o aeroporto. Tentou várias vezes
iniciar uma conversa, mas realmente não estava prestando
atenção. Fallon pensou que talvez estivesse nervoso por
causa das próximas eliminatórias, mas não era do seu feitio.
Lucas nunca ficava nervoso e sabia que algo não estava certo.

Fallon colocou a mão na dele e quando a olhou, sorriu.

— Vou sentir sua falta.

Lucas deu um meio sorriso quando apertou sua mão.

—Sentirei ainda mais saudades de você, amor.

—Papai, vou sentir saudades! — Aiden declarou da


parte de trás.

Fallon viu quando o sorriso de Lucas aumentou antes


que dissesse.

—Vou sentir muito mais saudades, amigo.

Lucas então trouxe a mão de Fallon nos lábios e beijou


suavemente. Ele colocou suas mãos em seu colo e respirou
fundo, enquanto virou para a rua que os levava para o
aeroporto. Estacionou e soltou sua mão para sair.
Preocupada, Fallon saiu e foi o encontrar na parte de trás da
caminhonete. Era o nervoso que o deixou quieto ou ela tinha
feito algo? Pensou nos últimos dois dias e tudo foi perfeito.
Voltaram aos seus velhos hábitos e mesmo que isso tenha
assustado Fallon, estava bem. Ótima mesmo. Sentia falta do
amor que costumavam compartilhar e ter outra chance foi
uma benção.

Aiden ficou ao lado de Lucas com os braços envolvidos


em torno de suas pernas enquanto Lucas pegava as malas.

Fallon pegou uma de suas bolsas e sorriu quando a


olhou. Ele sorriu de volta, tocando o queixo dela antes de
pegar Aiden e envolver o outro braço ao redor de Fallon. A
bolsa que Lucas carregava batia na lateral do corpo de Fallon,
mas não se importava. Tinha um sentimento terrível no peito
e não sabia o porquê. Não entendia o que estava acontecendo
e a matava não saber.

Um membro da equipe os encontrou no meio do


caminho e pegou as bolsas de Lucas antes de caminhar
rapidamente para o avião. Lucas tinha Aiden envolvido em
seus braços e deu um beijou estalado em sua bochecha.

—Então o que vai fazer enquanto eu estiver fora? —


Lucas perguntou.

Aiden sorriu.

—Fazer meu dever de casa, treinar hóquei, limpar o meu


quarto e assistir a vitória dos Assassins.

Lucas assentiu, com um sorriso largo no rosto.

— Exatamente e cuide da mamãe, ok?


—Ok, não se esqueça de praticar a leitura no avião
papai. Coloquei a apostila em sua bolsa.

O coração de Fallon inchou diante do olhar que Lucas e


Aiden compartilharam antes de Lucas puxar Aiden mais
perto, beijando sua testa.

—Eu te amo, cara! — Sussurrou.

—Também te amo, pai. — Aiden disse com a voz


estrangulada. Quando se afastou e Fallon viu as lágrimas
rolando pelo seu rosto, teve que lutar contra as suas
próprias. Aiden tinha se acostumado a ter Lucas por perto,
assim como Fallon, e sabia que ia ser difícil para ambos pelos
próximos dias. Lucas tinha assegurado que só tinham mais
dois meses e então estariam os três juntos durante o verão,
sem interrupções.

Fallon não podia esperar, mas e se estivesse se


questionando sobre eles? Estava agindo tão estranho desde
que voltou para casa, para buscá-la. E se não quisesse
continuar a serem os três? Por que ela sempre tinha dúvidas
sobre seu amor? Por que não podia confiar nele? Precisava de
ajuda.

Lucas colocou Aiden para baixo e olhou para Fallon.

— Ei, lembre-se de ligar para o agente imobiliário para


mim, por favor. Odden tem ficado no condomínio da equipe e
o está deixando louco, ou pelo menos acho que está. Não
entendo metade do que sai da sua boca. — Disse com uma
risada.
Fallon sorriu enquanto assentiu. Quando Lucas foi
buscá-los, notou que seus vizinhos estavam se mudando e
pediu a Fallon para descobrir os detalhes. Amava Tate e
adoraria que vivesse ao lado deles.

—Eu vou. Telefono amanhã durante o trabalho.

—Ótimo. Vou te ligar amanhã, não se esqueça de


atender minha chamada. — disse com uma piscadela. Deu
uma risadinha quando a puxou para ele. As mãos passaram
de seu quadril para o meio das costas, onde a puxou para
mais perto, beijando o seu nariz. Fallon fechou os olhos
enquanto os braços se fecharam no seu pescoço,
pressionando seus seios contra seu peito forte. Quando seus
lábios se encontraram, todas as preocupações de Fallon a
deixaram tão rapidamente como vieram. Deu um de seus
beijos longos e entorpecentes, suas mãos emaranharam em
seu cabelo enquanto seus lábios se moviam juntos. Não havia
como estar duvidando de nada quando a beijou assim.

Sabia que ele ainda a queria, e cara, ela o queria.

Tinha que confiar nele. Tinha que confiar em seu amor.

Quando se separaram, ele beijou seu nariz com seus


olhos ainda fechados.

—Eu te amo, bebê. Ligarei quando eu pousar.

As pernas de Fallon ficaram bambas ao som dessas


cinco palavras. Havia implorado quando eram mais jovens e
adorava a sensação que sentia quando dizia isso. Trouxe
muita alegria ao seu coração saber que ainda afetava da
mesma forma. Fallon esteve muito perto de dizer o mesmo,
mas este não era o momento. Queria dizer quando estivessem
a sós. Não quando estavam em um campo de pouso com
Aiden a seus pés. Então Fallon assentiu, apertando seus
braços em volta de seu pescoço para que estivessem ainda
mais perto antes de dizer:

— Por favor, faça isso. Tenho um pressentimento que


vou começar a sentir sua falta assim que você for embora.

Ele sorriu contra seus lábios antes de beijá-la uma


última vez.

—Está bem, querida.

Ele se separou, dando mais um sorriso antes de se


inclinar e dar um beijo em Aiden. Quando se levantou,
envolveu o rosto de Fallon com as mãos mais uma vez e então
virou-se para o avião. Orgulhava-se por não ter chorado na
frente dele, mas quando se virou e foi para o avião, deixou as
lágrimas caírem pelo seu rosto. Nunca se acostumaria com
isso, nunca. Era como assistir uma parte dela ir embora e
honestamente partia seu coração. Não conseguia entender
como ficou tantos anos sem ele, porque agora que o tinha,
nunca o deixaria ir.

Nunca.

Fallon sentou-se à mesa na manhã seguinte ao telefone


com o agente imobiliário. O condomínio tinha preços
decentemente razoáveis e Fallon não achava que Tate teria
qualquer problema com isso. Era bom para um jovem e sabia
que iria adorar, quando o visse. Depois de desligar o telefone,
começou a verificar seus e-mails. Muita coisa tinha
acontecido no fim de semana para o Rocky Top e Fallon
estava animada para começar. Havia milhares de novas
encomendas e Fallon estava feliz em ver que quase todos os
seus pedidos colocados tinham sido preenchidos.

Foi um grande começo para o seu dia.

Fallon abriu um e-mail e digitou o endereço de Elli.


Desde que recebera a permissão do pai, estava pronta para
começar a trabalhar na adega, mas primeiro precisava da
aprovação de Elli.

Depois de digitar um e-mail muito detalhado, estudou


os relatórios e projetos do piso. Uma vez feito, inclinou-se de
volta e olhou o e-mail. Estava realmente preparada para isso?
Ia ser muito trabalho e se falhasse, não só teria que lidar com
a decepção de seu pai, mas também de si mesma.

Este era o seu sonho e com um clique iria se tornar uma


realidade. Fallon não tinha dúvida que Elli aprovaria. era um
ótimo projeto, mas o medo ainda pesava em seu coração.

A manhã passou e Fallon ainda não o tinha enviado.


Estava preenchendo os cartões de agradecimento quando veio
uma batida na porta e Audrey entrou. Fallon sorriu enquanto
abaixava a caneta.

—Ei você!

—Ei. — Audrey disse com um sorriso. Enquanto


caminhava em direção as cadeiras na frente da mesa, Fallon
não pôde deixar de notar como Audrey parecia incrível. Vestia
um par de calça jeans skinny cinza com uma camisa
plissada. Por cima da camisa havia um blazer cinza e no
pescoço um cachecol de cor turquesa, mas sua roupa não era
a melhor parte. Eram os sapatos. Senhor, eles eram incríveis,
saltos Peep Toe de cor turquesa, e em torno dos calcanhares,
havia uma tira cinza amarrada em um laço na parte de trás.
Estava muito sexy e Fallon estava além da inveja. Ela deveria
ter escolhido essa roupa para si mesma.

—Como vai o trabalho? — Audrey perguntou, sorrindo


para Fallon e cruzando as pernas.

Fallon riu quando assentiu.

— Tudo bem, enviando notas de agradecimento, quando


realmente devia clicar em enviar este e-mail.

Audrey ergueu uma sobrancelha para ela.

—Huh?

—Papai me deu autorização para continuar o projeto da


adega. — anunciou. Sentiu-se incrível dizendo isso e quando
o rosto de Audrey se iluminou, Fallon teve que se segurar
para não soltar um gritinho.

—Isso é incrível!

—Sim!? Eh! — Gritou. Não podia evitar e Audrey aderiu,


saltando em seu lugar. — Mas, não consigo enviá-lo para Elli.
E se rejeitar a ideia?

— Não vai! — Audrey jorrou. Se levantou e contornou a


mesa. Fallon imaginou que vinha para abraçá-la ou dar-lhe
uma boa conversa, mas se inclinou e apertou 'enviar'. Fallon
engasgou antes de olhar para Audrey em descrença. —Você
vai me agradecer depois.
—Audrey Jane! Como se atreve!

Audrey deu uma risadinha.

—Novamente, você vai me agradecer depois quando


estivermos de pé no meio da adega Parker.

Fallon revirou os olhos.

— Você sabe que seria Rocky Top Wine.

—Eca, não vai torná-lo Parker‘s, ou Fallon‘s. Está


colocando o capital, então não deveria ser sua?

Fallon encolheu os ombros exatamente quando seu


telefone tocou.

—Um muito sexy Lucas Brooks na linha 1. — Rob


jorrou.

O rosto de Fallon se iluminou quando alcançou o


telefone. O pegou e quando estava prestes a apertar a linha
um, Audrey se levantou.

—Estou indo, falo com você mais tarde.

Fallon sorriu, abaixou o telefone e se levantou.


Contornou a mesa e abraçou Audrey firmemente.

— Te amo AA, obrigada querida.

Audrey encostou a cabeça no ombro de Fallon e segurou


firmemente. Quando se separaram Audrey a olhou com um
olhar triste no rosto. Se inclinou e beijou a face de sua irmã
antes de sair da sala sem sequer dizer adeus. Fallon encolheu
os ombros e decidiu que questionaria Audrey mais tarde.
Sentia tanta falta de Lucas e estava esperando por ela.
Correu de volta para sua mesa, pegou o telefone e pressionou
a linha 1.

—Fallon Parker. — Disse com um sorriso no rosto.

—Mmm, amo o som de seu nome.

Fallon deu uma risadinha.

—Ei você.

—Oi querida, como você está?

—Bem. Pronto para jogar esta noite? — Perguntou.

Pegou a caneta e começou a rabiscar pequenos corações


em torno da data no calendário, quando ele disse.

—Sim, pronto para chutar alguns traseiros. Vai assistir?

— Vou sim. Aiden usou sua camisa para a escola hoje.


Acho que está animado. Disse que quando trouxer a taça
para casa, vão beber leite com chocolate nela.

Lucas riu.

—Esse é meu filho.

Fallon assentiu com a cabeça enquanto pegava a nota


que tinha escrito para Lucas.

—Liguei para o corretor de imóveis. O condomínio estará


disponível no final de agosto. O valor é de $198.100 e está
basicamente todo novo por dentro. Disse para avisar se Tate
quiser dar uma olhada. Vou te passar o número dele.
—Legal, vou passar as informações. O garoto está
melhor. Eu fui realmente capaz de entender o que estava
dizendo esta manhã.

Fallon deu uma risadinha.

—É sempre uma coisa boa.

—Sim. Então o que está fazendo? Trabalhando?

—Sim, estou preenchendo notas de agradecimento,


Audrey acabou de sair.

Lucas fez uma pausa e então disse:

—O que ela tinha a dizer?

—Nada, nós falamos sobre as coisas da adega e depois


foi embora.

—Oh, ok.

—Sim. — Disse quando começou a clicar a caneta


contra a mesa.

—Ok, tenho que ir. Te telefono mais tarde, espero que


antes do jogo.

—Oh. — disse com tristeza em sua voz. Pensou que


conversariam um pouco, ou pelo menos falariam alguma
coisa que valesse a pena! —Está bem.

—Desculpa, querida, tenho que me aquecer e fazer


algumas coisas, mas sinto sua falta.

Fallon sorriu.

—Sinto sua falta ainda mais.

—Ok, tchau.
—Tchau. — disse antes de desligar. Respirou fundo
enquanto olhava para o telefone.

Sentia tanta falta dele e só passou um dia. Era patético


e precisava voltar a agir de forma normal.

Era apenas o inicio dos playoffs e sentia que os


próximos dois meses seriam os mais lentos da vida dela.

Lucas olhou para a baliza e assistiu quando um dos


Wild‘s atirou o disco com força contra o Odder. Afastou como
se fosse uma mosca e Lucas sorriu. O garoto era uma besta.
Lucas esguichou um pouco de água na boca e lentamente,
cuspiu-a. Quando a linha foi chamada, saltou sobre o
tabuleiro e patinou no sentido de sua rede.

—Vá! — Adler gritou, passando o disco até ele. Lucas


pegou e foi, como seu capitão disse. Driblou um Wild e depois
outro antes de passar para Anderson. Anderson tomou posse
do disco e então atirou tão forte que Lucas nem percebeu que
entrou até que Anderson jogou os braços no ar e o alarme foi
disparado.

Lucas patinou na direção de Anderson e o envolveu em


um abraço principalmente junto com os outros, batendo na
cabeça. Foi o segundo gol da noite e só tinham mais de três
minutos para impedir que os Wilds marcassem. Se
conseguissem isso, seria o primeiro shut-out22 de Tate como
um goleiro da NHL. Um grande feito para um goleiro novato e
os caras estavam trabalhando duro para ajudá-lo a realizar.

Os três minutos passaram rapidamente e quando a


buzina final soou, Lucas soltou a respiração que estava
segurando todo o jogo.

Uma vitória a menos, mais três à frente.

Lucas patinou no sentido de Tate e tocou sua cabeça,


sorrindo para ele através de sua máscara de goleiro.

—Cara fodão, fodão! —disse.

Tate deu um grande sorriso e acenou com a cabeça.

—Isso é bom?

Lucas riu.

—Sim senhor, muito bom.

No vestiário, os Assassins se uniram para celebrar o


primeiro shut-out de Odder. O treinador Bacter ficou no meio
do vestiário com Eleanor Adler ao lado e o disco do jogo na
mão. Tate ficou do outro lado com um sorriso bobo no rosto e
Lucas não pôde deixar de rir. Quando o treinador entregou o
disco, o rosto de Tate iluminou e jogou os braços no ar,
gritando algo em Sueco. Todos os outros aderiram,
aplaudindo e gritando enquanto Eleanor abraçou-o
firmemente.

22
Quando um goleiro consegue evitar que os seus adversários marquem gol durante o
jogo inteiro.
Lucas inclinou-se para baixo e começou a tirar a fita das
pernas. Estava orgulhoso de Odder, mas comemorariam mais
tarde. Agora, deixaria o garoto se sentir no topo do mundo.
Era uma sensação muito boa e todos os jogadores de hóquei
mereciam esse sentimento. Quando viu um par de saltos
dourados a seus pés, olhou para cima e viu a Sra. Adler
sorrindo.

—Disseram que precisava me ver.

Lucas acenou.

—Sim.

Sentou-se ao lado dele e cruzou as pernas antes de


descansar as mãos na barriga. Estava maior e Lucas ainda
ansiava por seu próprio bebê. Queria saber quanto tempo
teria que esperar até que pudesse convencer Fallon a casar e
ter mais filhos.

Não poderia vir rápido o suficiente.

—Bom jogo a propósito.

Lucas sorriu.

—Obrigado Sra.

—Então o que precisa falar comigo?

Lucas respirou fundo. O que estava prestes a fazer ia


explodir na sua cara, ou fazer Fallon querer ter filhos com
ele.

Estava esperando por este último.


Já era tarde, mas Lucas ligou para o número de Fallon
de qualquer maneira. Odder deitou-se na cama ao seu lado e
Lucas ainda não estava acostumado a isso. Desde que ainda
não estava falando com Levi, disse para ter seu próprio
quarto. Odder não tinha um companheiro de quarto então
Lucas decidiu dividir o quarto durante a semana. Quando a
voz sonolenta do Fallon disse:

—Ei.— Lucas sorriu. Sentiu muito a sua falta e ouvir a


sua voz tornava a distância mais fácil.

—Ei, você. Desculpe te acordar.

—Não, não se desculpe. Estou feliz que ligou. — disse


antes de limpar a voz. —Adormeci com Audrey, espere, vou
para meu quarto.

O pulso de Lucas disparou. Se perguntava se Audrey já


tinha falado, mas se tivesse certamente Fallon não estaria
dormindo lá, como se nada estivesse errado.

—Ok, foi um jogo muito bom.

Um sorriso orgulhoso veio sobre o rosto de Lucas.

—Obrigado, querida.

—Tate foi incrível. — Fallon disse.

—Foi, desde que você o adotou. Nós conversamos e


provavelmente vou levá-lo para ver o condomínio quando
voltarmos.

—Parece bom, vou ligar e agendar algo, para quando,


quinta-feira?
—Não, agende para quarta-feira, também, pode me
encontrar na arena às nove da manhã? — Lucas perguntou
mordendo o lábio. Se não pudesse estragaria tudo e não tinha
um plano B. Lucas segurou a respiração e esperou Fallon
responder.

—Por quê?

Lucas revirou os olhos, rindo antes de dizer.

—Porque preciso de você.

Fallon riu.

—Seja o que for, sim. Vou estar lá, Sr. Caladão.

Lucas sorriu.

—Você só me odeia quando guardo segredos.

—Eu odeio. Então?

Lucas riu.

—Então vou ver você depois?

—Sim, mas pensei que não voltaria para casa até


quinta-feira?

—Tenho uma reunião quarta-feira de manhã, e nos


deixarão sair amanhã à noite. — respondeu.

—Legal, ok, sim estarei lá.

—Ótimo. — Disse com um sorriso. — Vou estar em casa


às 3 da manhã.

—Isso é tarde. —disse. — O que vai fazer, pegar um táxi


para casa? Acho que vou levar a caminhonete comigo para a
arena.
Lucas sorriu já que ela caiu em sua armadilha.

—Por que não deixa uma chave debaixo do tapete e vai


dormir?

Fallon deu uma risadinha.

— De jeito nenhum. Alguém poderia entrar.

Lucas riu.

—Ninguém vai saber. Deixe-me a chave.

—Não.

—Sim, vou te acordar com uma surpresa mesmo.

Fallon continuou a rir.

—Não quero sua surpresa e não vou deixar uma chave!

—Sim. — insistiu. — Juro, você vai adorar.

Fallon, soltou um suspiro ofegante.

—Não.

—Sim. — persistiu.

—Não!

—Sim. — disse em uma voz baixa e sedutora.

—Não....

Lucas riu, porque sabia que conseguiu. Também sabia


que haveria uma chave debaixo do tapete na manhã seguinte.
Lucas lentamente subiu os degraus, se certificando de
não acordar ninguém. A cada passo se encolhia de dor. Foi
um jogo duro, mas ganharam.

Difícil.

Depois de ter um jogo fantástico no dia anterior, Odder


não teve a mesma sorte no segundo jogo. Deixou fazerem três
gols, mas felizmente o ataque dos Assassins estava no ponto
e marcou quatro gols, vencendo o jogo. Mais dois e então,
teriam um bom descanso antes de ir para as semifinais.
Lucas também precisava da pausa, seu corpo estava doendo
em lugares que nem sabia que existia, mas isso não o
impediu de querer Fallon. Estava pronto para tê-la nua e que
Deus ajudasse que ninguém os interrompesse.

Quando Lucas chegou à porta fechada de Fallon, virou


lentamente a maçaneta e estava prestes a entrar quando
ouviu:

—Pai?
Lucas pulou de surpresa, a mão cobrindo a boca para
segurar o grito que quase escapou.

—Aiden! — Sussurrou. — O que está fazendo aqui?

—Ouvi alguém entrar, estava checando. — Aiden


sussurrou de volta.

—Não faça isso, poderia ser um ladrão!

—Eu sei! É por isso que eu trouxe minha espada ninja.


— Disse segurando a espada de plástico para mostrar a
Lucas.

Lucas balançou a cabeça, rindo, quando foi até Aiden.


Se inclinou para envolvê-lo em seus braços, o garoto era uma
viagem e Lucas não podia amá-lo mais.

— Senti sua falta, amigo.

— Eu também. O que está fazendo? — perguntou


quando se separaram.

Lucas mordeu o lábio, não esperava ser pego por


ninguém quando inventou isso.

—Hum, vou dormir com sua mãe. Ela sentiu muita a


minha falta.

—Ah. — Aiden disse, levantando a sobrancelha. — Não


quer dormir comigo? É que a mamãe abraça realmente muito
apertado e baba.

Lucas riu.

—Sim, tenho certeza. Vou dormir no seu quarto


amanhã.
Aiden sorriu.

— Está bem. Boa noite, pai.

— Boa noite, pequeno. — disse Lucas. Seguiu Aiden de


volta ao seu quarto e o colocou na cama antes de sair. Se
certificou que a porta de Aiden estivesse fechada e voltou
para Fallon. Assim que abriu a porta, a de Audrey se abriu.

—Lucas?

Pelo amor de Deus!

Fechou a porta de Fallon novamente e sorriu.

—Ei.

—O que está fazendo? Pensei que não voltaria até


amanhã.

—Eu vim para casa mais cedo. Senti falta de todos.

Audrey sorriu.

—Isso é bom. Levi veio para casa também?

Lucas encolheu os ombros.

— Não sei. Não estou falando com ele.

—Oh Lucas, não faça isso. Tudo vai ficar bem. —


Implorou, inclinando-se contra a porta. —Ele ama você.

—Tanto faz. Você já disse a Fallon?

Lentamente balançou a cabeça.

—Eu também estou indo.

Lucas assentiu com a cabeça.

—Tudo bem, vamos... eu vou para a cama.


—Ok, boa noite.

—Boa noite. — disse. Então abriu a porta lentamente e


fechou-a silenciosamente enquanto seus olhos se ajustavam
à escuridão. Tirou seus tênis enquanto seus dedos faziam um
rápido trabalho com o botão de seus shorts. Depois de
empurrá-lo para baixo, tirou a camiseta e foi para a cama.
Fallon estava deitada de bruços, respirando profundamente
quando Lucas lentamente se arrastou para a cama. Não se
mexeu, nem mesmo quando puxou as cobertas dela. Quando
viu que ela usava apenas um par de calcinhas, o seu pau
endureceu instantaneamente.

Escorregou as mãos por suas coxas, segurando a


calcinha de algodão fino e puxou. Esperou que o detivesse,
mas nem sequer se mexeu.

Lucas tinha esquecido o quão profundo dormia e sorriu


com as lembranças de acordá-la assim. Lentamente, se
moveu entre suas pernas e sentou em seus quadris. Mordeu
o lábio para suprimir o gemido que ameaçou sair com a visão
da sua bunda perfeitamente em forma. Passou as mãos nas
duas nádegas lindas de seu traseiro gostoso, amando a
textura em sua mão.

Lucas então agarrou seus quadris e o puxou para cima,


encostando sua pele quente contra a dela. Veio como uma
boneca de pano, até que acordou. Empurrou as mãos para
baixo, ficando de quatro, antes de olhar para Lucas.

—Hei!

Lucas riu.
—Shh, você vai acordar alguém.

Ela o olhou com incredulidade.

— O que diabos você está fazendo! — Perguntou em um


sussurro. Lucas deu-lhe um sorriso arrogante. — Te fazendo
uma surpresa. —disse antes de penetrá-la. Os olhos de Lucas
se fecharam sentindo o aperto enquanto Fallon caiu de cara
na cama, já que a bunda ainda estava em suas mãos.
Deslizou fora dela e depois de volta até as bolas com um
único golpe. Ela agarrou a cama e pressionou o rosto contra o
colchão, mas ainda podia ouvir seus gritos de prazer. Isso o
estigou para ir mais rápido, então acelerou. Com cada
impulso, suas coxas colidiam com as dela com uma bofetada
forte, as bolas de Lucas já estavam se contraindo, mas Fallon
não havia gozado.

Lucas tirou e a virou de costas. Ela olhou para baixo


com um olhar chocado no rosto antes de abaixar a boca entre
suas pernas. Passou a língua em seu centro inchado antes de
mergulhá-la dentro dela e passar rapidamente, ao longo de
seu clitóris. Os cobertores moveram-se embaixo e teve que
parar de sorrir para que pudesse continuar o assalto que sua
língua estava fazendo. Fallon, soltou um forte grito abafado
quando seu corpo tremeu sob sua boca quando gozou.

Lucas sorria enquanto passava sua mão por sua boca,


olhando para seu lindo corpo nu.

Estendeu a mão, removendo o cobertor do seu rosto


antes de levantar suas pernas sobre os ombros e estar dentro
dela. Estava mais quente e mais úmida, desta vez. Um
rosnado baixo deixou seus lábios quando seus dedos
apertaram em suas coxas. Ela mordeu o lábio inferior, o
olhando enquanto se movia dentro e fora. Suas mãos vieram
até seus bíceps e cravou suas unhas neles enquanto
continuava a fodê-la. Quando seu corpo começou a apertar
outra vez, sabia que era um caso perdido. Virou o rosto para
o lado, mordendo sua panturrilha enquanto explodia.

Lucas caiu em cima de Fallon, sua respiração


combinando com a dela, enquanto passava as mãos por seu
rosto suado. Ela virou seu rosto e beijou a boca dele antes de
deixar cair as mãos na cama.

—Deus. — engasgou. —Você me mordeu!

Lucas riu contra a garganta dela, ainda em respirações


profundas.

—Sim, sinto muito sobre isso, mas hey.

—O quê?

—Bom dia.

Fallon desceu a escada um pouco mais animada do que


o habitual, na manhã seguinte. Depois de ficar na cama com
Lucas toda a manhã e tomar o banho mais quente que
poderia imaginar, Fallon estava convencida de que estaria
cansada, mas não estava. Estava animada para ver Lucas e
não podia esperar para ver por que a tinha feito ir tão cedo à
arena esta manhã. Enquanto subia os degraus da Arena
Luther, um sorriso feliz permaneceu em seus lábios.

Fallon esperava que Lucas gostasse de seu vestido rosa


e suas botas pretas de cano longo que tinha desde que ele as
comprou. Certamente não se lembraria, mas esperava que
pelo menos achasse que estava gostosa. Quando entrou na
arena, a primeira coisa que viu foi o anúncio dos vinhos
Rocky Top acima da bilheteria. Sorriu, sentindo-se no topo do
mundo. Tudo era tão grande naquele momento. Aiden estava
saudável (menos o braço quebrado) e estava feliz. Audrey
parecia melhor e tinha garantido a Fallon que as coisas
estavam bem entre ela e o pateta. O trabalho era espetacular
e não ia deixar se incomodar pelo fato de que Elli não
respondeu seu e-mail, há três dias. Provavelmente estava
pensando, e tudo estaria bem.

Fallon sabia que estaria.

Quando ela virou a esquina e viu Lucas encostado na


parede, parecendo muito sexy para sequer mensurar, veio um
sorriso brilhante. Acima de tudo, eram grandes. Achou que
amava Lucas, mais do que tudo, quando eram mais novos,
mas não era nada comparado a maneira do que sentia agora.
Só de olhá-lo fazia seu coração disparar e sentir borboletas
no estômago. Quando deu aquele sorriso arrogante, ela jurou
que não conseguia respirar.

Como aconteceu isto novamente? Como se apaixonou


por ele novamente? Não foi fácil, mas fizeram isso e cara,
estava feliz. Lucas se afastou da parede e a envolveu em seus
braços, a beijou ricamente enquanto suas mãos amassavam
a parte de trás do vestido dela.

—Mm. — disse quando se separaram —Eu gosto desse


vestido.

Fallon deu um sorriso tímido.

—Bom, você que comprou.

—Acha que não sei disso? — Perguntou com um sorriso.

Fallon riu.

—Você não sabia! — Acusou.

Lucas riu enquanto envolveu um braço ao redor de sua


cintura, trazendo-a mais perto.

—Então você me pegou.

Fallon riu alegremente antes de envolver seus braços em


torno de sua cintura. Se inclinou e beijou o nariz dela antes
de levantar a mão e envolver seu rosto muito levemente. Ela
sorriu e disse:

—Então por que estou aqui?

Acenando com a cabeça para o lado, disse.

—Vire-se.

Fallon olhou para trás, mas não viu nada. A única coisa
atrás dela era uma loja fechada com correntes e cadeado por
quase três temporadas. Sabia disso porque esta e quatro
outras unidades eram as unidades que estava de olho para a
adega. Fallon olhou para Lucas, confusa.

—Huh?
—Você não vê isso? — Perguntou, apontando para trás
dela. Que virou e foi para o portão. Quando chegou mais
perto, viu uma pequena nota de post-it rosa. A pegou e a
trouxe até o rosto para ver que era a letra dele. Não era clara
ou perfeita, mas era dele, e adorava sua letra. Após decifrar
cada palavra, lágrimas surgiram em seus olhos enquanto lia
as palavras novamente:

ADEGA DE VINHOS FALLON.

Fallon colocou a mão na boca antes de se virar


rapidamente para ver Lucas segurando um par de chaves.
Balançou a cabeça quando as lágrimas começaram a cair.

—Eu não entendo.— engasgou.

—É simples. — Lucas disse com um encolher de


ombros. —Entrei em contato com a Sra. Adler sobre a
obtenção deste lugar para a mulher especial na minha vida.
Ela me informou que você tinha na verdade mandado um e-
mail naquela manhã e que ainda estava decidindo. Disse
para não pensar mais, que me deixasse alugar o espaço pelos
próximos cinco anos em vez do um ano que você propôs.
Quando me perguntou por que deveria fazer isso por mim,
você sabe o que disse?

Fallon sacudiu a cabeça, lágrimas escorrendo pelo seu


rosto enquanto o olhava nos olhos.

—Disse que queria ser uma parte do seu sonho e desde


que é muito esperta e faz tudo por conta própria, esta é a
única maneira que posso fazer parte.
Fallon soluçava enquanto corria até ele, envolveu os
braços em volta do seu pescoço e o beijou com força contra
seus lábios. Seus braços vieram em torno da cintura e a
pegou quando aprofundou o beijo. Quando se separaram,
colocou três beijos em seus lábios antes de sorrir para ele.

— Não quero isso se não tiver você ao meu lado.

Lucas fechou os olhos, encostando a cabeça contra a


dela.

—Bom, porque não vou a lugar nenhum, amor.

Fallon balançou a cabeça antes de olhar para o espaço


que ia ser sua adega.

—Não acredito que você fez isso.

Quando olhou para Lucas, estava sorrindo para ela.

— É o que se faz para alguém que você ama.

—Um contrato de cinco anos é uma grande quantidade


de amor. — brincou.

Lucas encolheu os ombros.

— Tenho uma vida de amor, só para você, querida.

Fallon deu um sorriso amoroso e sabia que era o


momento. O coração de parecia que ia explodir quando olhou
nos olhos dele. Respirou fundo e então disse:

—Eu a...

—Então o que achamos?!

Fallon olhou para a pessoa que interrompeu o momento


deles. Elli estava em um lindo vestido e scarpin amarelos
combinando. O sorriso era mais brilhante do que seu vestido,
mas pela primeira vez, Fallon não ficou feliz em vê-la. Nunca
teria este momento novamente e odiou que Elli o
interrompeu.

—Acho que está feliz. — Lucas respondeu, sorrindo para


Fallon. Olhou profundamente em seus olhos, passando as
mãos em suas bochechas para pegar suas lágrimas de
felicidade. Deu um sorriso antes de se inclinar e beijar o nariz
dela.

Fallon assentiu e então olhou para Elli.

—Estou mais do que feliz.

—Então você realmente gostou? — Lucas perguntou.

Fallon o olhou de seu lugar no sofá. Depois de passar a


manhã vendo papelada com Elli, Fallon decidiu ignorar o
trabalho e voltar para casa para ficar com Lucas. Ambos
estavam cansados, mas Fallon não conseguia dormir. Queria
passar todo seu tempo com ele e o sono poderia esperar.
Pegou sua mão e sorriu.

—Sim Lucas, muito obrigada.

Ele sorriu.

—Bom. — disse fazendo círculos com o polegar em sua


mão —Estou apenas dizendo.

Fallon levantou uma sobrancelha enquanto sorria.

—O quê?

Lucas correu a língua ao longo de seus lábios e Fallon


suspirou, quando a luxúria assumiu.
Claro que amava essa língua. Lucas sorriu quando
colocou uma das pernas atrás de suas costas para que
pudesse deitar em cima dela. Seu corpo duro pressionado em
um macio, mas não se importava. Ela o acolheu.

—Tenho certeza, — disse movendo seus lábios para


baixo, em seu queixo. Era hipnótico e seus olhos se fecharam
quando os moveu de volta até a boca — que ia me dizer que
me amava fora de sua nova adega.

Fallon abriu os olhos para vê-lo sorrindo. Ela zombou


quando sorriu.

—Você nunca vai saber.

Ele riu.

—Oh vá lá, diga. Basta sussurrar.

—Não. — Reclamou. — Quero dizer quando você não


estiver esperando!

Lucas riu.

—Então você não nega.

Fallon encolheu os ombros.

—Não digo nada.

Lucas soltou um suspiro frustrado.

—Está sendo difícil.

—Você vai ficar bem. — deu uma risadinha. —De


qualquer maneira, quando Tate chega?

—Daqui a pouco. — Lucas resmungou, mas Fallon o


ignorou.
—Hmmm, você sabe, gostaria que ele fosse mais velho.
Ele e Audrey seriam tão bonitos juntos.

Lucas desviou o olhar e respirou fundo.

—Sim.

—Sabe, talvez possamos encontrar alguém para ela,


então vai deixar o babaca!

Lucas assentiu, ainda não a olhando.

—Ela já falou sobre ele?

Fallon encolheu os ombros.

—Me diz que estão ótimos. — Fallon disse com desdém


em sua voz. — Fico doente, porque quero saber quem é ele
para poder matá-lo.

—Sim.

Fallon o olhou.

— O quê?

Lucas olhou para ela.

—Nada, estava pensando sobre o que seria bom para


ela.

Fallon suspeitou que estivesse mentindo, mas por que


faria isso? Não mentiria para ela, eram sólidos e tudo estava
perfeito, então sorriu antes de dizer.

—Estava pensando no nº 15, ele é gostoso!

Lucas pareceu furioso.

—Anderson?
—Claro, o cara loiro. Totalmente gostoso. Audrey vai
amá-lo.

Lucas riu.

—Ele é um galinha.

—Todos os jogadores de hóquei não são?

Lucas a encarou antes de dizer.

—Eu não sou, nem o Adler, Welch ou Titov.

—Isso é porque vocês são abençoados com mulheres


maravilhosas em suas vidas. Anderson só precisa de uma
gostosa, e minha irmã é.

Lucas sorriu.

—Vou falar com ele.

—Sim! Você é o melhor.

Deu um sorriso triste.

—Obviamente não, desde que não diz que me ama. —


Ele reclamou.

Fallon começou a rir.

— Oh quieto, — disse com um movimento da mão —me


diga como você vai ganhar esses dois próximos jogos para
que possamos dormir juntos até você ir embora outra vez.

—Shh! — Lucas, exclamou: —Você vai nos trazer azar.

Fallon riu, envolvendo os braços em volta do seu


pescoço e beijando-o profundamente. Quando se separaram
ela deu o maior sorriso de todos e então disse.
—Não posso azarar o melhor time da NHL!

Fallon os deu azar.

Depois de vencer o Wild em sua arena natal, vieram


para Nashville com armas em punho e eliminaram os
Assassins. Foi extremamente embaraçoso. Não só a arena
estava lotada, mas Aiden e Fallon tinham vindo assistir ao
jogo. Lucas odiava perder, mas odiava perder na frente das
duas pessoas que amava.

Lucas saiu pela saída dos jogadores para ver Fallon e


Aiden esperando. Aiden parecia adorável em sua camisa de
número #22 e seu boné dos Assassins. Fazia-o se sentir bem
ver o número no seu filho, mas quando olhou para Fallon, já
não se sentia bem. Lucas se sentia muito bem. Usava um
jeans justo com sua velha camiseta dos Tubarões, os sapatos
combinando com o turquesa da camiseta e seu cabelo em
uma linda trança lateral. Estava espetacular e mesmo com a
perda não pôde evitar o sorriso que veio em seu rosto.

Aiden veio correndo em sua direção e pulou em seus


braços, envolvendo seus bracinhos em volta do pescoço de
Lucas.

—Você perdeu. — afirmou.

—Eu sei. É uma porcaria hein?

—Sim, disse à mamãe que era culpa dela por usar essa
camiseta, em vez de uma dos Assassins.

Lucas sorriu para Fallon. Ela o olhou com um sorriso


tímido e encolheu os ombros.
—Talvez ele tenha razão?

—Talvez, mas tudo bem, não era nossa noite. — disse.


Ele envolveu um braço em volta do pescoço de Fallon e trouxe
seus lábios no ouvido dela. —Eu acho que você está gostosa.

—Eca! — Aiden queixou-se.

—Quieto você. — Lucas repreendeu jocosamente quando


Aiden deu uma risadinha.

Fallon riu enquanto envolvia os braços em volta de sua


cintura.

—Obrigada, mas acho que deu azar a vocês. — disse


tristemente. —Sinto muito.

Lucas sorriu.

—Não se pode ganhar todas querida, vamos ganhar


amanhã. Agora vamos lá, vamos para sua casa e assistir
alguns filmes ou algo assim.

Fallon assentiu quando Aiden começou a pular em seus


braços.

—Mesmo tendo perdido, podemos tomar sorvete!?

Lucas assentiu com a cabeça antes de inclinar e beijar a


bochecha de Aiden.

—Claro que podemos.

Enquanto caminharam até o carro de Fallon, Lucas


sentiu que mesmo se os Assassins perdessem todos os jogos,
ainda sairia da arena com o sentimento de um vencedor.

Isto é, se Fallon e Aiden estivessem esperando por ele.


Felizmente, os Assassins ganharam na noite seguinte,
mas ainda significava que Lucas tinha que dizer adeus a
Fallon e Aiden no dia seguinte, desde que o pessoal tinha que
voar para Minnesota para o quinto jogo. Desde que a equipe
estava partindo de manhã cedo, Lucas pediu para Fallon e
Aiden não irem para o aeroporto.

Em vez disso, se despediu na casa dela antes de sair


para o aeroporto. Após estacionar e trancar sua caminhonete,
seguiu para o avião com sua bolsa no braço. Quando foi
parado por alguém agarrando seu braço, virou-se para ver a
última pessoa que queria ver naquela manhã.

Levi.

Lucas puxou o braço e os cruzou.

—O quê?

—Ouça, isso ficou estranho entre nós e não gostei. O


que se passa na minha vida amorosa não é da sua conta. Eu
não meto o nariz na tua, não meta o seu na minha. — disse
Levi.

Lucas zombou.

—Você acompanha a mim e Fallon desde o início, mas


essa não é a questão. Quando você começou essa coisa com
Audrey se tornou pessoal. Ela é irmã da Fallon e você sabe
que quando Fallon descobrir não vai gostar.

—Não me importo. É divertido estar com Audrey quando


não é chorona e carente. Eu gosto de estar nu com ela, qual é
o problema?
—Você machucá-la e xingá-la. É aí que entra o meu
problema.

Levi revirou os olhos.

—Não é minha culpa se ela não gosta de sexo bruto,


pode parar a qualquer momento. A xingo, porque se torna
chorosa. Se não gostasse, repito, ela podia cair fora.
Obviamente, gosta do que ofereço.

Lucas balançou a cabeça.

—Ela é apaixonada por você, é por isso que fica.

—Isso é culpa dela. Ela vai aprender, mas não estou


preocupado com ela. Estou preocupado conosco. Você é meu
melhor amigo.

Lucas desviou o olhar antes de balançar a cabeça.

—Não sei mais Levi. Não sou a mesma pessoa de


quando nos tornamos amigos. Não sei se consigo lidar com o
que faz mais. Não gosto do jeito que fala com a minha
namorada, não gosto do jeito que trata a irmã dela, e
realmente, você me dá nos nervos com as mulheres que traz
para dentro da minha casa. Você é bom para mim quando se
trata de negócios, mas eu não sei sobre o lado da amizade
mais.

Levi olhou para Lucas, como se tivesse acabado de


cortá-lo ao meio, e sinceramente doeu em Lucas. Esteve perto
de Levi durante toda a sua vida adulta, mas não aguentava
mais. As pessoas crescem e Lucas não era a pessoa que
costumava ser. Estava melhor. Levi tinha acompanhado
Lucas para ajudar com sua sobriedade e Lucas sempre iria
amá-lo por isso, mas tudo se mudou com o fato de que Fallon
significava mais. Lucas nunca iria desistir dela, ou de sua
família e esse era um dos principais problemas entre ele e
Levi.

Levi odiava que Lucas tinha feito tudo para que as


coisas entre ele e Fallon ficassem bem. Que preferia gastar
seu tempo com seu filho e Fallon do que com Levi, mas
novamente, Lucas tinha mudado.

Não era ele e Levi mais.

Era ele, Fallon e Aiden.

Levi, limpou a garganta e olhou para o lado.

—Bem, pelo menos eu sei onde estamos.

Lucas assentiu com a cabeça antes de dar a volta e ir


para o avião. Uma vez lá dentro, encontrou Odder e sentou-se
ao seu lado. Então percebeu que Anderson estava bem ao seu
lado e se lembrou do pedido de Fallon, mas não estava a fim
de lidar com o Anderson. Estava sofrendo por seu encontro
com Levi. Se recostou na poltrona e fechou os olhos,
desejando que Levi também crescesse.

Há quanto tempo Levi era do jeito que era e haveria uma


maneira de Lucas ajudá-lo? Sabia em seu coração, não havia,
mas não o impediu de desejar que houvesse.

Quando o avião decolou, Odder sorriu para Lucas.

— Bom dia.
Lucas sorriu pelas palavras do Odder serem claras como
o dia.

—Bom dia, vejo que a professora de idiomas está


funcionando?

Odder acenou com a cabeça.

—Sim, muito mesmo.

—Bom.— Lucas sorriu. —Você tomou uma decisão


sobre o condomínio?

—Sim, vou ficar lá.

Lucas assentiu com a cabeça.

—Ótimo, é um lugar agradável.

—Sim, é.

Lucas riu com as poucas palavras do Odder. Não podia


se irritar com o garoto, pelo menos estava trabalhando duro
para aprender a língua.

—Então você é bom com as mulheres, né?

Lucas olhou e deu a Odder um sorriso arrogante.

—Eu costumava ser. Sou o cara de uma mulher agora.


— Disse com uma piscadela.

Odder deu um sorriso largo, mostrando sua lacuna,


quando disse:

— Quero uma mulher e gosto de minha senhora, eu


quero convidá-la para sair.

—Senhora? —Lucas perguntou.


—Sim, hum, a senhora do idiooooooma. — Ele disse
enunciando cada sílaba.

—Oh! Bem, a convide. — Lucas disse com um encolher


de ombros. — Não deve ser difícil.

—Não, acho que ela não gosta de mim.

—Então? Faça ela gostar de você. — Lucas sorriu,


balançando a cabeça. —Você tem que ter confiança, amigo.
Tem que pensar que todas as garotas do mundo te amam e
querem só você. É como costumava fazer e peguei um monte
de mulheres.

—Hey, Odder. — Anderson disse se inclinando no


corredor. —Escute o Brooks, o cara sabe das coisas.

Lucas riu.

—Quem te disse isso?

—Meu irmão jogou com você no AHL, e quando eu disse


sobre você estar nos Assassins, ele não tinha nada além de
histórias para mim, — Anderson disse com um sorriso. —
histórias épicas.

Lucas olhou Anderson, tentando colocar um rosto ao


seu irmão. Lucas não tinham nenhum problema em lembrar
das pessoas, mas a AHL não foi a sua época mais sóbria.

— Quem é seu irmão?

—Miles Anderson.

Lucas riu.
—Cara, não vejo Miles há anos. Mande um oi e diga
para parar de contar minhas histórias.

Anderson riu quando bateu no braço de Lucas e se


recostou na sua poltrona. Lucas olhou para ver Odder
olhando para ele.

—Então você me ensina?

Lucas acenou com a cabeça.

—Eu vou te ajudar.

Lucas iria. O garoto estava obviamente desesperado e se


Lucas pudesse, ajudaria. Poderia dar alguns bons conselhos
a seguir e ajudá-lo com sua confiança, mas seria apenas isso.
Odder ficaria por conta própria depois disso.

Lucas se recostou na sua poltrona e sorriu. Ele estava


completamente tranquilo com os Assassins e não podia ter se
sentido mais em casa. Entre sua vida pessoal e sua vida
profissional, as coisas estavam bem, mas ainda tinha aquela
sensação incômoda sobre Audrey. Lucas sentou-se e
estendeu a mão, batendo no peito de Anderson.

—Você tem uma namorada?

Anderson riu.

—Nenhuma, homem, ainda não encontrei a garota certa.

—Acho que sei de uma.


Foi um jogo apertado, mas os Assassins ganharam e
iriam para as semifinais.

Graças a Deus.

No início do período, Lucas tinha certeza que os


Assassins iriam perder, porque o Wild estava acima por três
gols, mas pela graça de Deus, os caras voltaram e os
venceram por 5-3. Teve muito a ver com Adler, Titov e Odder
sem aqueles caras os Assassins não venceriam. Estavam
afiados e trouxeram a vitória para casa. Depois de uma longa
viagem de avião e um treino cansativo pela manhã, Lucas
sentou-se no sofá observando a chuva cair.

Lucas amava dias como estes. Isso o fazia querer


aconchegar-se com alguém que amava e ver a chuva cair,
mas infelizmente, Fallon e Aiden estavam com os pais dela.
Então Lucas sentou-se sozinho em sua casa grande,
pensando em quanto queria estar com eles. Sentiu muito a
falta deles enquanto estava fora e estava pronto para passar
os próximos dias juntos antes que os Assassins enfrentassem
o ganhador do jogo entre Wings e Hawks. Lucas estava
esperando que fosse os Hawks, mas qualquer time ia ser
difícil e o pessoal precisava estar pronto. Não seria fácil
chegar ao momento em que seguraria a taça acima de sua
cabeça, mas não desistiria até chegar lá.
Lucas fechou os olhos, deitado no sofá ouvindo a chuva
cair e as portas abrirem e fecharem lá em cima. Levi não
tinha falado com ele em dias, mas não deixou que isso o
incomodasse. As coisas nunca iriam ser as mesmas e Lucas
já tinha aceitado isso.

Quando a campainha tocou, Lucas olhou, perguntando-


se quem era. Lentamente levantou-se, coçando o estômago,
enquanto ia até a porta. Sentia dores em todos os lugares e
desejou ter ficado na arena um pouco mais para ser
massageado, mas queria vir para casa no caso de Fallon e
Aiden chegarem mais cedo.

Quando abriu a porta para Fallon, um sorriso irrompeu


em seu rosto. Ela sorriu e Lucas notou que estava
encharcada da cabeça aos pés.

—Ei, entra. —disse, puxando-a na porta.

—Meu Deus! Está chovendo lá fora. Você estava


dormindo? Desculpe-me, devia ter ligado antes.

—Não, não lamente, estou feliz por você estar aqui.


Deixe-me tirar seu casaco.

Fallon sorriu enquanto desfazia o cinturão de sua capa


de chuva. Abriu lentamente, o lábio inferior entre os dentes
quando o olhou com um olhar sedutor. Quando Lucas olhou
para baixo e viu que estava usando apenas um pequeno sutiã
preto de renda e calcinha combinando, engoliu ruidosamente.

—Surpreso? — Perguntou, encolhendo os ombros.


—Caramba! — Murmurou enquanto seus olhos
percorriam seu belo corpo. Quando seus olhos se
encontraram, ele sorriu. Lucas então a empurrou contra a
porta, segurando sua cabeça entre suas mãos enquanto suas
bocas se chocaram. Seu corpo estava frio, mas Lucas não
tinha dúvida que ia ficar quente em questão de minutos.
Pressionou sua ereção crescente nela enquanto seus lábios
percorriam sua mandíbula. Ela soltou um gemido suave
quando os lábios dele subiram até sua boca.

— Que surpresa. — sussurrou. Ela assentiu com a


cabeça, o olhando com os olhos cheios de luxúria.

—Boa surpresa?

Lucas engoliu em seco:

— Melhor surpresa no mundo! Venha aqui. — Moveu a


boca contra a dela, suas línguas dançando juntas enquanto
suas mãos exploravam os corpos um do outro. Lucas correu
as mãos pelo estômago nu de Fallon antes colocar seus seios
perfeitos na mão. O laço do sutiã dela fazia cócegas em suas
mãos enquanto apalpava e massageava seus seios pesados.
Ela soltou uma respiração afiada antes de morder seu ombro.
Lucas soltou seu próprio suspiro antes de mover as mãos sob
as coxas dela e levantá-la, batendo com mais força contra a
porta enquanto tentava se aproximar. Precisava dela, ansiava
por ela e ia fazer amor contra a porta. Apenas rezou para que
Levi não descesse.

A respiração de Fallon estava fora de controle enquanto


mordia e beijava de sua garganta até a orelha. Enquanto
circulava a língua no lóbulo de sua orelha, ele moveu a mão
entre suas coxas e seus dedos dançaram ao longo da renda
preta da calcinha.

—Deus, você me deixa louca. — Engasgou arqueando as


costas, fazendo com que os seios ficassem na cara dele.
Desde que estavam lá, correu a língua entre eles e foi até sua
clavícula enquanto seus dedos ainda tocavam a umidade
entre as coxas. Ela soltou um pequeno grito de satisfação
quando começou a balançar seu corpo contra sua mão
grande. Sua mente estava tomada pela luxúria e precisava
estar dentro dela. Não aguentava mais. Lucas estava prestes
a arrancar sua calcinha para entrar nela, quando o telefone
começou a tocar.

Fallon parou abruptamente e começou a tatear o lado da


sua capa de chuva procurando seu telefone. Deu um olhar
apologético antes de olhar para o visor.

—É minha mãe. Está com Aiden. — Ei, mãe.

Lucas provavelmente deveria ter colocado para baixo,


mas não o fez. Segurou contra a parede, descansando sua
mão ao lado de sua cabeça para não a tocar.

—Está bem, sim eu estarei aí daqui a pouco. Ok, tudo


bem. Tudo bem, tchau.

Fallon mordeu o lábio, quando o olhou com um olhar


decepcionado no rosto.

— Tenho que ir. O braço do Aiden está doendo, e mamãe


não tem os remédios.
Lucas soltou um gemido alto antes de abaixá-la
lentamente no chão. Correu a mão pelo seu rosto, respirando
fundo para se acalmar.

—Peço desculpa. — disse tristemente. Lucas balançou a


cabeça, um íntimo sorriso no rosto.

—Não se desculpe. Estou realmente excitado.

Fallon riu assentindo.

—Quem te disse?

Lucas riu quando começou a fechar o casaco. Observá-


la fazer isso realmente causou-lhe dor, então teve que desviar
o olhar. Quando terminou, ela sorriu e ele devolveu, movendo
as mãos em seu cabelo antes de puxá-la para um beijo longo,
intoxicante. As mãos descansaram contra seu peito,
enquanto continuava a beijar. Quando se separaram,
envolveu suavemente suas bochechas com as mãos,
enquanto olhava nos olhos dela.

—Quando vai dizer que me ama?

Ela deu um sorriso peculiar, seus olhos brilhando com


emoção e luxúria.

—Quando eu quiser.

—Isso é tão você.

—Basicamente. —deu uma risadinha, encolhendo os


ombros.

Lucas sorriu enquanto seu coração se enchia com o


intenso amor que tinha por ela.
—Eu amo você, Fallon, muito.

Ela piscou, sorrindo enquanto descia a mão por seu


rosto forte. Balançou a cabeça e ficou na ponta dos pés, para
beijar seus lábios suavemente antes de abaixar seus braços.

—Aiden e eu podemos voltar aqui?

Lucas revirou os olhos.

—Você não pode dizer isso?

Fallon riu.

—Eu disse que te diria quando não estivesse esperando!


Me deixe em paz! — disse pegando a maçaneta da porta.

—É melhor voltar. —disse colocando o capuz na cabeça


dela. O olhou com o mais radiante sorriso no rosto. Quando
ele retornou, viu como seu sorriso se desfez e seus olhos se
arregalaram. Não estava olhando para ele, mas por cima do
seu ombro, e quando ele se virou, viu o porquê.

Lucas olhou rapidamente para Fallon, o coração dele


batendo contra seu peito. Olhou para ele e perguntou:

—Por que minha irmã está em suas escadas só de


calcinha?
Fallon não conseguia respirar.

A primeira coisa que pensou foi que Lucas estava


transando com sua irmã, mas não, não faria isso. Então, por
que Audrey estava parada somente de calcinha de renda
amarela clara na escada? Pavor encheu Fallon quando
assistiu Levi descer as escadas por trás de Audrey, vestindo
apenas cueca preta. Quando envolveu seus braços ao redor
de Audrey e ela soltou uma pequena risada, Fallon jurou que
viu vermelho.

—Agora Fallon. — Lucas disse, mas não estava ouvindo.


Empurrou a lembrança do passado e ele tentou impedi-la,
mas empurrou as mãos dele. Estava em uma missão.

Ia matar Levi Moss.

Audrey e Levi se olharam ao mesmo tempo em que


Lucas a chamava em vão. Os olhos de Audrey se arregalaram
tentando colocar as mãos na frente dela e dizer algo, mas
Fallon não podia ouvir nada a não ser o bater do seu coração
em suas orelhas. Fallon a empurrou para fora do caminho,
esticou o braço e socou o rosto de Levi.

A cabeça de Levi chicoteou para trás e antes que Fallon


pudesse fazer mais, estava no ar, sendo puxada para fora.

—Sua louca! — Levi gritou.

—Me solte! — gritou, chutando as pernas de Lucas.

—Acalme-se! — Lucas gritava, segurando-a perto de seu


peito. —Cuidado Levi!

—Ela me bateu! — gritou. Levi olhou, segurando o nariz


enquanto Audrey foi para seu lado.

Fallon notou que estava chorando e o rosto de Levi


estava vermelho, mas não se importava. Assim que Lucas a
soltasse, ia matá-lo.

—Deus Fallon! Sério? — Audrey gritou. —Você poderia


ter quebrado o nariz dele!

—Vou quebrar seu corpo todo, assim que Lucas me


soltar!

—Não, não vai, acalme-se. — Lucas disse, ainda a


segurando firme.

Ninguém se moveu ou disse alguma coisa enquanto Levi


segurava seu nariz, respirando pela boca. Fallon respirava
pesadamente presa nos braços de Lucas, não acreditando no
que estava acontecendo. Audrey estava dormindo com Levi.
Ele era aquele que estava machucando-a emocionalmente e
fisicamente. Não podia acreditar, mas não era o que estava
fazendo suas lágrimas caírem.
Lucas sabia e não lhe disse.

—Me solta. — ela disse calmamente. Audrey e Levi


olharam para Lucas, e Fallon mais uma vez respirou
profundamente. — Me solta agora Lucas, eu tenho que ir.

Lucas virou todo o seu corpo, andando com ela em seus


braços em direção à porta. Quando chegaram à porta, a
soltou, se virou para olhar para Audrey.

—Se vista e encontre-me em casa.

Audrey olhou para Levi e depois de volta, balançando a


cabeça.

—Está bem.

Então olhou para Lucas e balançou a cabeça.

—Não acredito que escondeu isso de mim.

—Fallon, ela me disse que ia te dizer.

Fallon balançou a cabeça.

— Prometeu que nunca mentiria para mim.

—Não menti para você. —insistiu, as mãos apertadas,


ao lado de sua cintura.

—Ah, sim! — Gritou. — Sabia que estava preocupada


com minha irmã e sabia quem estava machucando-a! Como
se atreve! Como se atreve a esconder isto de mim! Aquela é a
minha irmãzinha!

—Eu sei Fallon, mas estava tentando dar uma chance a


ela! Caralho, não fique brava comigo porque sua irmã tomou
uma má decisão.
—Que seja. — abriu a porta, saindo para a chuva.

—Não fuja de mim! Não terminamos! — Lucas gritou


enquanto corria escada abaixo. Quando agarrou sua mão, ela
bateu na dele antes de encará-lo. A chuva estava gelada e
sentia como se pequenos cacos de vidro picassem sua pele,
quando olhou para o homem que a traiu, novamente.

—Sim, terminamos! Não acredito nisto. Finalmente


confiei em você, e faz isso comigo?!

—Não fiz nada. Tentei dar a chance para sua irmã


confessar! — Frisou, o medo enchendo seus olhos. —Não faça
isso, não me culpe.

Fallon balançou a cabeça.

— O engraçado é que quando eu a vi descendo as


escadas, pensei, oh meu Deus, ele está dormindo com minha
irmã, mas então eu sabia que não era verdade. Nesse
instante percebi que você não me trairia. —disse. A chuva
começou a cair mais rapidamente, e mesmo com a chuva
batendo contra a pele, não sentia. Bastava sentir seu coração
se desfazer. —Só quando eu comecei a confiar em você
novamente, só quando estava prestes a dizer que te amava,
você estraga tudo! Outra vez!

Lucas correu as mãos sobre seu rosto, soltando um grito


frustrado antes de olhar para ela.

— Não fiz nada de errado aqui. Talvez devesse ter te


contado, mas droga Fallon, amo a Audrey. Queria que fosse
ela a te contar! Queria que você e ela dessem um jeito!
—Você devia ter me avisado, ou dito assim que
descobriu! É óbvio que já sabia há um tempo. — Gritou. A
chuva estava correndo por seus olhos e pela boca, tornando
difícil para gritar. Estava muito abalada para se preocupar.

—Eu sei há uma semana no máximo! Não sei o que você


quer de mim. Tento tanto te agradar, faço de tudo para fazer
você ver que eu te amo e só você, mas você distorce tudo o
que faço e o torna mau. É como se quisesse que eu falhasse,
me mantém amarrado me fazendo pensar que vai funcionar,
quando realmente você só estava esperando para me foder!

Fallon balançou a cabeça.

— Queria que isso funcionasse Lucas, mas não posso


estar com alguém que esconde as coisas de mim,
especialmente quando se trata de Audrey. O que mais vai
esconder? Vai começar a esconder coisas sobre Aiden?!

—Nunca faria isso!

—Mas Lucas, você sabia como eu estava chateada e


assustada!

—Não há nada que possa dizer para fazer as coisas


certas para você. Sinto que tenha lutado por algo que nunca
ia ser meu. Eu desejei que me amasse de novo assim poderia
me casar com você e ter filhos com você, mas não importa.
Você está nos jogando fora e por quê? Porque eu não te disse
algo que sua irmã deveria ter te dito? — Perguntou. As mãos
dele estavam cruzadas no seu peito, olhou para ela com os
olhos tristes.
—Você me traiu. — simplesmente disse com lágrimas
caindo por seu rosto, misturando-se com a chuva fria.

— Não te traí. Só amei você. Se alguém está traindo


alguém, é você.

Fallon achou que estava louco, seu nariz queimou


quando deu uma respiração profunda.

—E como é isso?!

—Você disse que ia tentar, que você me daria uma


segunda chance, mas não deu. Não acredita em mim quando
falo que não fiz absolutamente nada de errado agora.

—Isso é o que você acha, mas não vejo assim. — Fallon


disse com um encolher de ombros.

Lucas balançou a cabeça.

—Não vá embora Fallon. Não faça isso.

— Tenho que pegar meu filho. —disse antes de tomar


uma respiração escalonada. —Tenho de ir.

Fallon virou e voltou para o carro, lágrimas escorreram


mais rápido por suas bochechas. Quando acionou o alarme
para abrir o carro, Lucas disse:

—Então é seguro dizer que não vai voltar?

Fallon não olhou para ele quando balançou a cabeça. O


ouviu dar uma risada vazia, abriu a porta do carro e entrou.
Ele ficou na chuva, olhando para o chão, enquanto ela ia
embora. Parecia tão derrotado e tão ferido, mas Fallon se
recusou a ser magoada por ele. Outra vez não. Supostamente
a amava mais desta vez.
Que monte de merda.

Lucas ficou na chuva até que não aguentou mais o frio,


andou lentamente para a casa e agora sabia que nunca
estaria com Fallon e seu coração lentamente quebrou. Sentiu
que seu peito estava rasgando e seu coração caindo enquanto
dava os passos até a porta da frente. Lucas nunca sentiu
tanta dor. Por que doía tanto? Não se sentiu assim quando
ela foi embora na primeira vez, então por que estava
machucando tanto agora? Era o fato de que realmente foi
feita para ele? Ou talvez porque soubesse que nunca iria vê-la
quando pegasse o filho? Que nunca sentiria os doces lábios
contra os seus, que nunca sentiria sua pele tocando a dele,
nunca ouviria seus belos lábios sussurrarem seu nome. Era
por isso que estava sofrendo tanto? Ou por que estava sóbrio
dessa vez?

Por que faria isso com ele? Realmente não gostava dele?
Não sabia que ele não mentiu, manteve-se fiel? Que acima de
tudo, a amava mais agora do que quando eram mais novos.

Por que seria que ela descaradamente ignorou o que


estava dizendo? Só desperdiçaria uma vida inteira esperando
por alguém que nunca seria dele?

Havia tantas perguntas e nenhuma resposta.

Lucas entrou na casa e encontrou Levi e Audrey na


cozinha, ainda cuidando do nariz de Levi.

Passou por eles indo para a lavandaria pegar uma


toalha. Enrolou a toalha no pescoço e em seguida, virou-se
para ver Audrey e Levi o olhando.
—Vá para casa Audrey. Levi, pegue suas coisas e saia
da minha casa. — disse. Choque cobriu ambos os rostos,
Lucas ficou ali olhando. — Agora!

Audrey saltou de surpresa, deixando escapar um


pequeno grito antes de sair da cozinha. Levi olhou para
Lucas, balançando a cabeça.

—Você vai deixar uma garota entre nós, cara, de


verdade?

Lucas balançou a cabeça. Tanto quanto queria colocar a


culpa de tudo isso em Levi, não era culpa dele.

Lucas deveria ter dito a Fallon, mas sentiu que era algo
que Audrey precisava dizer. Não havia ninguém para culpar
além de Fallon. Ela o jogou fora. Desistiu do que tinham, por
algo tão juvenil, pequeno e insignificante. Lucas queria gritar.
Estava tão bravo, tão mal e quebrado que não podia mesmo
formar palavras e dizer isso para Levi.

Quando Levi saiu do cômodo bufando, Lucas caiu na


cadeira, olhando para o chão. Quando olhou para cima, seus
olhos encontram o espelho que estava pendurado na porta.
Parecia triste e odiava estar assim. Se levantou, movendo em
torno da cozinha, olhando os armários. Quando abriu a de
cima do micro-ondas, encontrou a garrafa de vodca que viu
Levi esconder lá. A garrafa queimou na sua mão, quando
caminhou até a ilha antes de abrir a tampa.

O cheiro forte do licor queimou seu nariz, olhou pela


abertura do frasco. Sua mão tremeu quando segurava a
garrafa e apertou o copo em sua mão. Quando trouxe até
seus lábios, seus olhos encheram de lágrimas. Realmente
estava prestes a fazer isso? Estava prestes a jogar fora anos
de sobriedade, porque a garota que amava o jogou fora como
o lixo que estava prestes a se tornar, uma vez que essa
garrafa tocasse seus lábios? O que estava fazendo?

Lucas deixou a garrafa cair atrás do balcão e então


respirou fundo quando se distanciou. Não podia fazer isso,
recorrer a seus velhos hábitos, só porque estava infeliz. Ainda
tinha Aiden e esse pensamento sozinho deu a força para
despejar a garrafa na pia. Enquanto observava o líquido
derramar pelo ralo, balançou a cabeça. Pode ter perdido
Fallon, mas nunca perderia Aiden. Não importa o quê, aquele
menino era seu para o resto de sua vida. Lucas fechou os
olhos, encostou a cabeça na parede enquanto respirava
profundamente.

Fallon teve tudo. A amava com todas as células de seu


corpo e provavelmente sempre amaria, mas talvez fosse hora
de deixá-la ir.

Não importa o quão ruim doesse.

Fallon e Aiden atravessaram a chuva para dentro de


casa antes que batesse a porta atrás dela.

Audrey estava sentada na mesa da cozinha, seus braços


cruzados no peito e um olhar aflito no rosto.
Fallon passou a mão pelo rosto, enxugando as lágrimas
e a chuva. Tirou os sapatos e foi até à cozinha para dar o
remédio de Aiden. Quando se virou do balcão, encontrou
Aiden embrulhado nos braços da Audrey. Estava com muita
dor e Fallon se sentia horrível por ter esquecido de dar o
remédio na hora. Trouxe a pílula e uma caixa de suco para
Aiden. Ele tomou-a ansiosamente e bebeu o suco
rapidamente antes de entregar a caixa para Fallon.

—Vai lá para cima e deite-se, querido. — disse Fallon.


Aiden assentiu e subiu as escadas, quando ouviu a porta
fechar, olhou para Audrey. —Estou além da brava com você.

Audrey virou a cabeça.

—Por quê?

—Por esconder-me algo horrível! Como se atreve!

—O que faço é problema meu, não seu!

—É da minha conta quando o idiota está te


machucando, e todo esse tempo era Levi!? Você já foi ao
médico? Porque eu tenho certeza que aquele idiota tem
herpes ou no mínimo gonorreia. Não se sabe o que você pode
ter.

—Ah cala a boca, ele não tem nada, está limpo. Estou
limpa.

—Ele é a pessoa mais horrível que eu conheço e você


está transando com ele!? Você está louca?

Audrey se levantou, gritando e pondo as mãos no peito.


—Pelo menos estou tentando Fallon! Pelo menos estou
tentando o meu felizes para sempre! Você está lá parada,
esperando que seu príncipe venha, mas é tão cega e teimosa
para ver que você tem o homem mais incrível na sua frente!

—Não sabe nada sobre mim e Lucas, então cale-se! —


disse apontando o dedo na cara da Audrey. Que riu quando
bateu na mão de Fallon.

—Hah! Você não sabe nada sobre mim e Levi. Talvez ele
não mude. Talvez eu deva passar por todos esses sapos para
chegar ao meu príncipe, mas pelo menos estou tentando.

—Audrey, você está presa num maldito conto de fadas


da Disney! Levi não vai mudar, é um idiota e sempre será e
raios eu tentei com o Lucas! Eu dei tudo de mim, mas ele
mentiu para mim! Outra vez!

—Ele não mentiu Fallon, guardou o meu segredo. —


estava estressada, pressionando as mãos em seu peito
novamente. — Não significa nada para você? Ele ama sua
irmã caçula o suficiente para manter algo assim por mim?
Pedi para não te dizer, pois eu diria. Não o culpo por estar
com muito medo de te dizer. Ele fez o melhor para mim.

Fallon encolheu os ombros.

—E enquanto te fez bem, me fez mal. Ele sabia o quanto


eu estava preocupada com você e escondeu isso...—

—Fez isso por mim!!— Audrey disse cortando-a. —Eu


pedi.
—Não importa. — disse sem rodeios. — Não vou deixá-lo
me machucar mais.

—Fallon, você é inacreditável! Diz que tentou, mas acho


que só simulou uma tentativa, porque se realmente tentasse
não deixaria isso separar vocês. Deixa de ser uma vaca
egoísta e seja a mulher que Aiden e Lucas merecem.

Fallon olhou enquanto dava um passo na direção de


Audrey.

—Eu sou a melhor mãe para Aiden.

Ombros da Audrey caiu.

—Sei que sim, mas não está fazendo o melhor para


Lucas. Ele te ama tanto, é o rei de sua rainha, o queijo do seu
macarrão, o príncipe da sua princesa. Vocês estão destinados
um ao outro.

Fallon balançou a cabeça quando as lágrimas


ameaçaram cair.

—Se fosse, então ele não teria mentido.

Audrey balançou a cabeça e olhou para o chão. Quando


olhou para Fallon, não só tinha lágrimas caindo pelas lindas
bochechas redondas, mas tinha tanta raiva em seus olhos
que tirou o fôlego de Fallon.

—Você vai envelhecer, amarga e solitária. Está deixando


escapar a única pessoa que importa, só porque acha que ele
mentiu, quando não fez isso. Você me deixa enojada Fallon, e
nunca me senti tão revoltada com você na minha vida.
Fallon engoliu em seco, olhando para longe. Por que
todo mundo estava tão enojado dela? Lágrimas reuniram-se
em seus olhos quando disse:

—Se junte ao clube Audrey. Não me importo se você está


desgostosa comigo porque eu estou sendo sensata e
inteligente. Não vou deixar que algum homem me machuque
de novo. Eu não sou você.

Audrey a olhou com os punhos apertados ao lado.

—E quando estiver velha, amarga e solitária, pelo


menos sei que fiz o que era melhor para mim e meu filho.
Você por outro lado provavelmente será espancada por um
pedaço de merda, já que nunca vê o mal em alguém e acha
que todos os homens são príncipes. Cresça cupcake, os
homens são como cães.

Audrey abanou a cabeça.

— Terminei com você. Não vou sentar e assistir você


falar dos outros, porque você é louca.

As palavras machucaram, mas Fallon não deixou


Audrey ver isso. Encolheu os ombros quando Audrey saiu
pela porta, batendo por trás dela. Uma vez que Fallon ouviu o
carro de Audrey sair correu para fora da garagem, um soluço
alto arrancando do corpo dela. Caiu no chão, se dobrando ao
meio quando gritou com a dor emocional, como se fosse dor
física. Como conseguiu não só jogar fora o homem que
amava, mas também sua irmã, sua melhor amiga?

O que ia fazer?
Fallon, suavemente, bateu na porta de Aiden e
empurrou para abri-la. Ele estava deitado na cama, o gesso
acima de sua cabeça e o controle remoto em sua outra mão.
Seu cabelo estava uma bagunça e parecia tão cansado, mas
como sempre, um sorriso doce repousava sobre seus lábios.
Era uma criança tão feliz, e ela esperava que fosse porque
estava fazendo bem como mãe.

Atravessou o quarto, rastejando para a cama. Ele sorriu


para ela e abraçou-a perto antes de desligar a TV.

—Eu pensei que poderíamos assistir TV.— Fallon disse


calmamente.

Aiden não disse nada por um momento. Quando o


olhou, viu sua testa franzida quando olhou para ela.

— Porque você e AA estavam gritando uma com a outra?

Fallon mordeu o lábio, envergonhada que Aiden ouvisse


a briga delas. Balançou a cabeça e disse:

— Porque estamos bravas uma com a outra.

Aiden sentou-se e Fallon fez o mesmo, olhando como


mexia no algodão do gesso. Fazia muito isso ultimamente, o
que preocupava Fallon se estava desenvolvendo uma mania
ou algo assim. Quando ele a olhou com os mesmos olhos de
seu pai, Fallon não sabia o que ia fazer sem Lucas. Os olhos
de Aiden eram como facas, esfaqueando-a no coração por
todo o mal que tinha feito naquele dia. Começou o dia pronta
para fazer Lucas feliz, pronta para dizer que o amava, mas no
final, o deixou.
—Não gosto quando vocês brigam. — sussurrou Aiden.
— Isso me assusta.

O coração de Fallon se partiu ainda mais para a


pequenez de sua voz.

—Querido, eu e AA vamos brigar. Nós somos irmãs.

—Sim, sei disso, mas você não deveria dizer para as


pessoas que não podem ter seus felizes para sempre. Isso não
é bom.

Fallon olhou para suas mãos, odiando que Aiden ouviu


isso.

—Eu sei, Aiden.

—Todos nós não vivemos felizes para sempre, mamãe?

Fallon sacudiu a cabeça.

— Nem todos nós, mas você vai.

—Como você sabe?

—Porque você é incrível. —disse com um sorriso aguado


segurando as lágrimas.

—Mas mamãe, você e o papai são impressionantes.


Vocês não podem ter seu felizes para sempre junto comigo?

Fallon não achou que seu coração podia quebrar mais.

—Não é fácil Aiden. —sussurrou.

Como poderia explicar para que Aiden entendesse? Era


um bebê, não entenderia. Porra, ela ainda não entendia.
Como pode fazer tanto mal assim, como pode machucar tanto
duas pessoas que significam muito para ela?
Fallon abaixou a cabeça, cobrindo o rosto com o cabelo
para que Aiden não a visse chorando.

Sempre foi tão forte na frente dele, mesmo que estivesse


desmoronando por dentro, sentia como se precisasse
esconder isso. Era uma mãe egoísta como Audrey acusou.
Era nojenta e merecia se sentir assim.

Quando sentiu o toque da mão de Aiden, foi sua


perdição e lágrimas jorraram pelo seu rosto.

—Mamãe, tudo vai ficar bem. — Aiden sussurrou,


deitando a cabeça no ombro dela. — Tudo o que você precisa
fazer é pedir desculpas.

—Não sei se é suficiente, amigo. —disse limpando o


rosto. —Mamãe fez asneira desta vez.

—Você disse que tudo o que se precisa fazer é pedir


desculpas e tudo vai ficar bem.

—Eu sei, mas não acho que vá funcionar desta vez.

—Sim, contanto que você queira dizer isso e se certifique


de nunca repetir.

Fallon olhou para Aiden para vê-lo dando-lhe um


pequeno sorriso doce. Colocou a mão no pequeno rostinho,
tocando-o levemente quando sorriu.

—Como conseguiu ser tão inteligente?

Aiden deu um sorriso desdentado, antes de dizer:

—Papai diz que eu pareço com você. Você é o cérebro e


ele é o urso, ou algo assim.
Fallon riu quando escorregou o dedo ao longo da
bochecha.

—Os músculos.

—Sim! Isso! Ele diz que é o que faz de vocês uma grande
equipe.

Fallon assentiu com a cabeça e as lágrimas desceram


mais rápido pelas bochechas. Eram uma grande equipe.
Quando estavam juntos, trabalhavam tão bem. Podiam fazer
tudo, enquanto tivessem o apoio um do outro, mas Fallon
não estava pensando nisso quando terminou com ele. Estava
muito ocupada jogando toda a raiva que sentia de Audrey
sobre ele. Audrey tinha razão. Devia significar o mundo para
ela que Lucas estava lá quando Audrey precisasse. Não era
esse tipo de homem que queria? Um que não só a amasse
completamente, mas a família dela também? Lucas era
aquele homem. Amava Aiden, amava Audrey e Deus sabia
que ele a amava.

E o que ela fez? Jogou tudo fora.

Mais uma vez.

Deus, era uma idiota.

—Você sabe o que acho que você deveria fazer?

Fallon olhou para o rosto sorridente de Aiden.

— O que, querido?

—Eu acho que você deveria dizer para AA que você está
arrependida e que ela terá o felizes para sempre dela, porque
todos devem ter. — disse apontando com o dedo.
Fallon sorriu enquanto assentiu com a cabeça.

— Ok, qual é o próximo?

—Então eu acho que você deveria ir para casa do papai


e dizer que quer se casar com ele porque eu sei de fato que
ele casaria com você amanhã.

—Amanhã?

—Sim, ele me disse isso. Disse que se casaria com você


mais rápido do que poderia atirar um disco. Tudo o que tem
que fazer é dizer isso a ele.

—Então você está basicamente dizendo?

—Que deve ir até o meu pai, pedir para se casar com


você, ter um bebê, e então nós todos vamos viver felizes para
sempre juntos.

Olhando para a esperança que brilhava nos olhos de


Aiden, Fallon não conseguia respirar. Não queria nada mais
do que dar Aiden o mundo, mas poderia dar alguma coisa?
Lucas aceitaria o pedido, se casaria com ela amanhã? Tudo
parecia tão fora do alcance e por isso, Fallon tinha medo de
tentar. Não adiantava tentar se não podia aprender a ouvir e
tentar resolver as coisas. Caso contrário, estaria sempre
correndo e deixando Lucas. Isso não era justo para nenhum
dos dois, não quando se amava como eles.

Tinha que parar ou nenhum deles seria feliz, mas como


é que ia mudar após 28 anos?

Fallon estava sentada na escada quando Audrey entrou.


Estava encharcada da cabeça aos pés e Fallon poderia dizer
com um olhar que tinha chorado. Olhou para Fallon e baixou
os olhos tirando seus sapatos.

Fallon não perdeu tempo e disse:

—Me desculpe, Audrey.

Audrey, olhou e se encararam, o quarto silencioso,


olhando uma para a outra enquanto lágrimas brotavam em
seus olhos. Audrey fechou a distância entre elas e caiu ao
lado de Fallon a abraçando. Ela abraçou Audrey apertado
quando ambas choravam nos ombros uma da outra. Fallon
afastou-se primeiro e passou seus polegares ao longo das
bochechas de Audrey, limpando as lágrimas.

—Estava errada no que disse, me desculpe. Não suporto


que você escondeu isso de mim, e não suporto que Lucas
sabia e não me contou, mas tenho que parar com isso. Tenho
que parar de pensar que todo mundo está tentando me
machucar e aprender a ouvir antes de agir. É uma falha
pessoal e preciso consertá-la antes de acabar sozinha e
amarga.

Audrey acenou com a cabeça.

—Fallon, nós te amamos do jeito que é, mas você não


pode descontar em nós. Você sempre quis consertar tudo
para mim, mas não pode. Tenho que cometer meus próprios
erros e aprender com eles.

Fallon ergueu uma sobrancelha.

—Audrey você está fazendo merda atrás de merda, não


acho que esteja aprendendo aqui, querida.
Audrey sorriu.

—Quero tanto estar apaixonada, que vou pegar o que


posso. Eu amo Levi, mas nem por isso acho que ele é o único.
Espero que seja, e ninguém mais, incluindo ele, pensa que é
o único. Não sei Fallon, só quero um Lucas. Um homem que
seja total e absolutamente dedicado a mim e somente a mim.

Dedicado totalmente.

—Eu sempre amarei você Fallon porque você é minha


irmã, meu sangue, mas Lucas não aguenta tanto. Ele só pode
ser rejeitado algumas vezes antes de desistir. Ele te ama e eu
sei que você o ama. Então por que não pegam o que fazem
melhor, que é se amar. — Audrey disse. Apertou a mão de
Fallon e sorriu, — O conhece por dentro e por fora, e ele a
você. O resto virá, você só tem que confiar nele.

Fallon assentiu com a cabeça.

—Eu confio nele, de verdade. —disse para se


tranquilizar — Mas eu já suportei tanto. Por que iria ficar
comigo quando eu constantemente o machuco?

—Porque te ama e quando você ama alguém, não


importa o que fazem, você continua a amá-los.

Fallon abanou a cabeça. Não podia ser tão fácil, deixou


Lucas suportar sete anos de inferno antes de perdoá-lo, não
acreditou nele, quando precisava, como ele poderia perdoar
isso?

—Nem sei o que eu diria a ele, Audrey.


Audrey moveu sua mão até o rosto de Fallon, olhando
profundamente nos em seus olhos antes de sorrir e disse:

— Diga que o ama. O resto vai se encaixar.

Lucas estava sentado no divã, um copo de água na mão,


com a TV ligada, tentando aceitar que tinha perdido Fallon.
Ela disse que estavam acabados e ele precisava aceitar, mas
seu coração e seu corpo não estavam escutando. Queriam ela
de volta e provavelmente sempre desejaria, vaguearia pela
terra, desejando que estivesse ao seu lado, como sempre quis.

Foi feito apenas para amar a ela.

Lucas balançou a cabeça, nesse momento seu telefone


apitou com uma mensagem de texto. Tirou o celular do seu
bolso e abriu a mensagem, empurrou o botão direito para que
pudesse ser lido por ele, mas o texto não fazia qualquer
sentido, leu novamente o texto, tentou se concentrar, mas
novamente não fazia sentido.

.edistuo emoC (Come outside)

Venha para fora.

Ninguém nunca escrevia para ele assim, exceto Fallon.

Lucas se levantou rapidamente, colocando o seu copo de


água na mesa e caminhou até a porta.

Quando abriu a porta, Fallon estava na calçada,


encharcada até os ossos. Usava sua velha t-shirt AHL e um
par de shorts jeans. Estava chovendo tanto que quase não
podia vê-la.
—Que diabos Fallon? Venha para dentro! — Gritou. A
chuva estava forte, batendo contra o telhado da casa e das
janelas. Nem sabia se ela o ouviu, até que ela balançou a
cabeça.

—Não. — ela disse simplesmente, tirando o cabelo do


rosto.

—Por quê? O que faz aqui? Está frio, venha para dentro.

—Venha para chuva comigo. — disse.

—De jeito nenhum. Eu estava na chuva com você mais


cedo e que não deu certo para nós. — disse, cruzando os
braços no peito.

—Eu sei, mas eu preciso te dizer uma coisa.

—O que Fallon? Venha para dentro!

Mas novamente sacudiu a cabeça, suplicando com seus


olhos.

—Não se lembra daquele tempo Luc? — Gritou.

—Que tempo? Sobre o que está falando? — Exclamou.


Não sabia o que ela estava fazendo, mas estava irritando-o
ainda mais. Odiava pensar que era linda, mesmo estando
furioso, não conseguia um tempo quando se tratava dela?
Podia uma vez não ser afetado por sua beleza, sua
sensualidade?

Fallon moveu sua a mão sobre seu rosto, limpando a


chuva e dizendo:

— Na praia, na frente da sua casa na Califórnia?


Choveu por cinco dias seguidos e finalmente houve uma
pausa então saímos correndo, apreciando o sol por cinco
minutos antes que começasse a chover novamente.

Lucas assentiu. Lembrou-se desse dia como se fosse


ontem, mas não entendia o que tinha a ver com Fallon
parada na chuva.

—Venha Fallon, está encharcada. Podemos falar lá


dentro.

—Não, espere, me ouça. — gritou balançando os braços


no ar. —Você perdeu as chaves!

Lucas revirou os olhos, sacudindo a cabeça. Mesmo que


não estivesse com vontade de rir, riu mesmo assim.

Aquele dia tinha sido louco e perfeito tudo junto, olhou


para ela e assentiu.

—Ficamos presos fora de casa, e o carro estava


trancado.

Ela pulou rindo largamente.

—Sim! Ficamos na praia fazendo amor com a chuva


caindo sobre nós.

Lucas olhou para o chão, balançando a cabeça.

—Foi o dia que eu disse que te amava.

Quando olhou para ela, Fallon estava sacudindo a


cabeça, limpando a chuva do rosto ou talvez lágrimas. Ele
olhou para baixo, chutando o chão e chutando-se
mentalmente. Eles estavam tão felizes naquela época, e jogou
tudo fora. Então, teve outra chance, e ao invés de fazer o que
era certo, fez o que achou certo para Audrey. Sabia como
Fallon era, sabia que poderia ser difícil e odiava segredos,
mas ainda assim, não acreditou que ele nunca iria machucá-
la intencionalmente? A amava, amava Aiden, e queria que
formassem uma família. O que mais tinha que fazer para
provar que não iria machucá-la?!

—E eu disse que te amava.

Lucas olhou para cima e Fallon estava no último degrau


da escada, ainda na chuva olhando para ele.

Mesmo com a maquiagem escorrendo pelas bochechas,


o cabelo grudado na cara e com as roupas tão molhadas que
esticavam sobre seu corpo, não podia deixar de pensar que
era a mulher mais bonita do mundo. Ainda hoje se
surpreendia com sua beleza e não poderia negar, mas a
amava com todo seu ser, mesmo quando o deixava louco.

—Você disse.

Lucas sabia que devia ter dito outra coisa, mas não
conseguiu. Ficou ali a olhando enquanto o encarava. Ela
tomou uma respiração profunda, tirando o cabelo de seus
olhos com a chuva caindo sobre ela.

—Quero dizer que eu te amo na chuva novamente,


Lucas Brooks.

Era como se tivesse acertado no seu peito com um disco.


Sua boca caiu aberta e seus olhos se arregalaram. Realmente
ouviu direito? Se esforçando para falar, saiu na chuva,
parando na sua frente. Estava frio, mas não se importou. Só
tinha uma coisa em mente e era ter Fallon em seus braços.
Lucas envolveu seus braços ao redor dela e levantou-a
do chão. Seus braços o envolveram pelo pescoço, e suas
pernas rodearam seus quadris. Ela olhou profundamente em
seus olhos, antes de encostar a testa contra a dele. A chuva
batia contra sua pele enquanto se encaravam
silenciosamente, sem saber o que dizer ou fazer. Tudo estava
prestes a mudar, Lucas podia sentir, não se importava como
aconteceu, só o que importava era ouvi-la dizer isso. Ouvi-la
dizer que era o único para ela.

Nada mais importava, a não ser essas palavras.

—Eu sinto muito Lucas... outra vez. Não fui boa para
você, mas prometo que vou tentar ser melhor. —disse contra
seus lábios. —Eu prometo que serei melhor.

—Baby amo você do jeito que é. Você é difícil, me


mantém alerta e eu adoro isso. Confie em mim e tudo ficará
bem.

Ela acenou.

—Eu confio, prometo. —disse rapidamente. Seus lábios


tremiam enquanto olhava para ele com olhos lindos e amplos.

—Soa bem para mim. — disse. Passando o nariz ao


longo do rosto dela, deixou seus lábios a milímetros dos dela
— Acho que eu disse primeiro. — sussurrou contra seus
lábios. Fallon assentiu com a cabeça, sentindo o coração dela
bater rápido, assim como o dele.

—Você disse.
Sorriu enquanto corria novamente o nariz ao longo do
rosto dela, colocando um beijo em cada canto de sua boca.

Quando a olhou nos olhos, sorriu.

—Eu amo você, menina.

Os olhos do Fallon se fecharam enquanto o abraçava


mais apertado. Ele não podia esperar para ouvi-la dizer isso.

Tinha passado tanto tempo, estava sem fôlego, porque


tudo o que esperava era ser amado por Fallon, isso era sua
razão de viver. A necessidade de seu amor era o que o tinha
mantido por todos esses anos, era tudo para ele.

—Eu te amo Lucas James Brooks. Nunca deixei de te


amar.

Lucas não conseguia respirar quando se beijaram e não


sentiam a chuva, ou como o frio estava congelando-os até os
ossos. Era só eles, só o amor deles.

O que era um pouco de chuva fria?

As mãos dela cobriram seu rosto enquanto seus braços


apertavam em sua volta. Quando se separaram, Fallon sorria
contra seus lábios.

—Eu te amo, tanto.

—Não tanto quanto eu te amo.

Deu uma risadinha balançando a cabeça.

— Tenho certeza de que eu amo, mas enfim, onde está o


meu anel?

Lucas ria.
—Que anel?

—Disseram-me que se eu declarasse que te amo e que


quero me casar com você, você se casaria comigo amanhã. —
disse com um sorriso, segurando-o perto.

—Quem te disse isso?

—Nosso filho.

Era como se o ar tivesse sido tirado de seus pulmões,


não conseguia respirar. Fallon nunca chamou Aiden de nosso
filho, sempre o filho dela. Ouvir isso pela primeira vez fazia
tudo parecer certo. Lucas sabia o que queria e não pararia
até conseguir. Ele queria Fallon e Aiden junto dele e queria
Fallon grávida. Seus sonhos estavam se tornando realidade, e
não podia esperar pelo passeio.

—O garoto sabe das coisas, porque vou casar com você


amanhã, mas ainda não tenho um anel para você.

—Talvez eu precise reconsiderar isso então? —


Perguntou com uma piscadela.

Lucas riu antes de pressionar seus lábios nela e quando


se separaram ela deu o sorriso mais belo e cheio de amor,
que já tinha visto.

—Não está reconsiderando nada, você fez a escolha


certa.

—Oh, isto é o certo?

—É claro.

Pararam por um momento apenas olhando nos olhos do


outro, com a chuva caindo sobre eles. Não se importavam que
estivessem ensopados até os ossos ou tão frio que seus lábios
estavam azuis. Estavam apaixonados e sempre estariam. O
amor deles foi testado, tropeçaram no começo, mas
superaram tudo e estavam felizes com o amor que sentiam.
Lucas estava pronto para o futuro, pronto para falhar e
passar por testes com Fallon, não concordariam sempre
sobre tudo, mas não importava. Trabalhariam nos problemas
e amando um ao outro para o resto de suas vidas.

Seriam uma equipe.

Com Fallon em seus braços, estava excitado, não


poderia negar, mas era, provavelmente, a mulher mais sexy
do mundo, e estava extra sexy toda molhada da chuva que
caía neles. Lucas deu um sorriso insolente e perguntou:

—Quer fazer isso na chuva?

Fallon riu quando bateu no seu bíceps.

—Sério? Na chuva? Estou congelando!

—Então? Já fizemos antes.

—Verdade, aquela vez. Provavelmente não será a última


vez, hein? — Perguntou com um pequeno sorriso.

Lucas sorria quando inclinou para perto, encostando os


lábios nos dela.

—Provavelmente não, porque eu vou te beijar a cada


chance que eu tiver. Vou discutir quando precisarmos. Vou te
amar com tudo dentro de mim, mas acima de tudo, vou fazer
amor, totalmente e completamente com você sempre que
Aiden estiver fora do radar.
Fallon riu antes de puxá-lo, olhando nos olhos dele.

—Não posso esperar.

—Mãe, quando chegarmos em casa você consegue


entrar na arena comigo?

Fallon revirou os olhos balançando a cabeça no seu


pequeno homem Marshmallows.

—De jeito nenhum, você sempre me bate.

Aiden revirou os olhos antes de olhar para Lucas.


Fallon, olhou e não pode evitar o sorriso, ele positivamente
parecia um louco em seu traje de caça-fantasmas e duvidava
que estivesse melhor, mas fizeram isso por Aiden. Audrey e
(infelizmente) Levi tinham se vestido do mesmo jeito, só para
agradar Aiden.

Claro que era lindo de se ver.

—Pai, faça-a ficar no gol, por favor.

Lucas riu, movendo a mão para Fallon antes de olhar


para ela com um olhar sensual.

—Por favor, eu vou fazer isso valer a pena.


Fallon abanou a cabeça.

—De jeito nenhum.

—Ugh! — Aiden gritou antes de correr para casa. Lucas


apertou a mão de Fallon e ela o olhou com um pequeno
sorriso no rosto.

—Vamos, por favor.

—Não. — Fallon disse balançando a cabeça. —Estou


farta de hóquei.

Lucas riu.

—Baby, você está casando com um vencedor da Stanley


Cup, você não pode ficar cansada do hóquei.

Fallon revirou os olhos. Os playoffs tinham sido longos e


demorados. Parecia que toda a equipe de Lucas jogou contra
cinco ou seis times. Quando eles finalmente chegaram ao
final da Copa, contra os Bruins, era o sétimo jogo. O jogo foi
intenso, mas o melhor momento foi quando Lucas marcou o
gol da vitória com 22 segundos no relógio. Nunca viu ele
gritar tanto na sua vida e quando Lucas patinou ao redor da
pista com a Taça erguida acima da cabeça, estava chorando
como um bebê. Foi um momento de orgulho e Fallon não
podia acreditar que fizesse parte disso.

—Sim, sim. — Ela clamou. Lucas riu e beijou sua


bochecha e Aiden veio correndo em direção a eles com o seu
saco.

—Tenho montes de doces, pai!

Bateram as mãos e Lucas disse.


—Fantástico, vá para aquela casa. Parece carregada.

Aiden acenou com a cabeça antes de correr. Lucas


abraçou Fallon, beijando o pescoço dela e assistindo Aiden
correr para a casa. Quando suas mãos passaram por ela e
correu o polegar ao longo de seu novo anel de noivado, ela
sorriu. Claro que Lucas sendo do tipo 'Faça certo ou vá para
casa', comprou o maior anel da loja, um de sete quilates, com
diamantes redondos montado em platina com dois pequenos
diamantes ao lado que Lucas disse que era ele e Aiden. Fallon
pensou que o anel era enorme, mas quando colocou, caiu de
amor e não quis outro.

Ela inclinou a cabeça contra o peito de Lucas vendo


Aiden correr de casa em casa com Audrey e Levi. Odiava ver
Levi com Audrey, mas estava firme em sua decisão em deixar
Audrey sozinha nisso. Não era da sua conta, mas isso não a
impedia de rezar todas as noites para Levi ser atingido por
um ônibus ou algo assim.

Enquanto Lucas a segurava, ficou se perguntando onde


estavam Shea e Elli. Deviam encontrá-los e então, mais um
monte de outras pessoas, mas estavam apenas os quatro e
Aiden. Não era realmente a grande festa de Halloween que
estava esperando.

—Onde estarão Elli e Shea? Pensei que iriam nos


encontrar. — perguntou.

Lucas levantou os ombros.

— Não sei. Odder e Anderson deviam vir também.

—Oh sim, Anderson disse se Audrey ligou para ele?


Lucas balançou a cabeça.

—Não, é por isso que eu o convidei. Estou esperando


que sua boa aparência vai afastá-la de Levi.

Fallon deu uma risadinha.

— Você e eu.

Lucas beijou seu pescoço novamente antes de apontar


para o lado.

—Lá estão os Adlers.

Fallon seguiu a direção que estava apontando para ver


Shea e Elli caminhando em direção a eles com seu carrinho
duplo. Quando chegaram perto, Fallon reparou como estavam
vestidos e não pôde parar sua risada mesmo se quisesse.
Shea estava vestido como uma taça da Stanley e Elli estava
vestida como o seu jogador de hóquei favorito, o número 6.
Fallon teve que admitir que estavam muito bonitos, mas isso
não impediu que risse.

—Oh você não viu nada ainda, olhe para as meninas. —


Elli deu uma risadinha, apontando para as meninas no
carrinho. Fallon, viu que a bebê Shelli estava vestida como
um taco de hóquei e Posey como um disco, quase caiu de
tanto rir. Lucas ainda estava rindo enquanto Shelli deu-lhes
um sorriso feliz.

—Oh meu Deus, elas estão impagáveis. — disse,


olhando para Elli. — São perfeitas.

Elli assentiu com a cabeça, mas depois parou de


repente, apoiando as mãos sobre o carrinho. Shea passou a
mão nas costas dela, massageando suavemente, mas não
deve ter ajudado porque Elli decolou em direção a lata de lixo
mais próxima e prontamente vomitou seus miolos.

—Meu Deus, o que há de errado com ela? — Fallon


perguntou em pânico.

Shea deu um enorme sorriso antes de encolher os


ombros.

—Não sei.

Fallon poderia dizer que Shea estava mentindo, mas


antes que pudesse perguntar, Elli gritou:

—Ele me engravidou novamente!

Os olhos de Fallon se arregalaram e Lucas começou a


rir. Lucas levantou a mão e comemorou com um high five e
Shea bateu na mão dele rindo. Elli parecia miserável
enquanto Shea parecia como o maior galo do galinheiro.
Fallon podia jurar que Elli disse que não teria mais filhos,
mas obviamente Shea tinha outra coisa em mente.

—Meu Deus, isso é besteira. — Fallon disse, sacudindo


a cabeça. —Ela acabou de ter Posey há dois meses!

Shea assentiu com a cabeça.

—Eu sei, nós estamos mantendo as crianças perto.

Fallon não podia acreditar no que estava ouvindo, Elli


foi até eles. Pegou um lenço umedecido do bebê e limpou a
boca, então as mãos. Pegou uma garrafa de água e enxaguou
a boca antes de cuspir na grama. Elli fez isso como um
profissional, e com dois filhos, era profissional.
—Este é um menino, estou avisando. Nunca passei tão
mal com as meninas.

—Oh Elli, sinto muito. — Fallon disse.

Elli encolheu os ombros tipo 'O que você pode fazer?',


antes de Shea embrulhá-la em seus braços, a beijando no
pescoço. Sussurrou algo no ouvido dela e um feliz sorriso
brilhante substituiu seu rosto enjoado. Elli o olhou e
sussurrou algo. Shea sorriu antes de beijá-la duramente
contra os lábios. Era difícil acreditar que eram casados há
quase dois anos e já tinham dois bebês com um terceiro a
caminho. Elli tinha encontrado os felizes para sempre... e
enquanto Fallon sentiu ciúmes antes agora com Lucas
segurando-a em seus braços, sentiu que todos estariam com
inveja dela.

Era a sortuda.

—Você acha que nós vamos ser tão felizes? — Fallon


perguntou olhando Shea e Elli se beijarem como se fosse os
únicos na rua e não estivessem cercados por centenas de
pequenas travessuras ou gostosuras.

Lucas assentiu com a cabeça.

—Sei que seremos.

—Sério? — Perguntou.

Lucas sorriu.

— De acordo com nossos pulsos. — disse, segurando as


suas mãos para que pudessem ler seus pulsos — Eu te amo e
você me ama.
Fallon sorriu enquanto relia as palavras que ele disse,
doeu muito, tatuando a tinta no pulso, mas era de longe a
sua tatuagem favorita além da de Aiden. Lucas teve a ideia de
escrever 'Eu o amo' em sua caligrafia para o pulso dela e
então ela escreveu ‗Eu a amo‘ com sua letra para o dele. Era
incrível e Fallon ainda não podia acreditar que fizeram isso.

Se alguém tivesse dito há 10 meses que casaria com


Lucas Brooks em duas semanas, num dos maiores espaços
para casamento em Nashville, teria rido na cara deles. Fallon,
nunca pensou que fariam isso, mas fariam. Passaram por um
inferno e altas ondas, mas venceram tudo.

Firmes e fortes.

Juntos.

Fallon nunca amou ninguém mais, além de Lucas e os


dias não passariam rápido o suficiente, até que estivessem
casados. Mal podia esperar pelo grande casamento de conto
de fadas. Sim, ainda não tinha decidido o vestido, mas não
importava. Poderia andar pela igreja vestida com uma capa
de chuva e Lucas não se importaria. Não podia esperar pela
sua lua de mel nas Ilhas Fiji, mas acima de tudo, não podia
esperar para ser Sra. Fallon Ryane Brooks. Sonhou com este
dia quando eram mais novos, é claro que as coisas eram
diferentes mas o amor ainda era o mesmo. Sempre foi e
sempre seria.

Aiden caminhou até eles com Audrey e Levi atrás, Fallon


desejava que houvesse uma maneira que pudesse se livrar de
Levi. Depois que Fallon e Aiden foram morar com Lucas, Levi
foi morar com Audrey. Ela odiou, mas sabia que não podia
dizer nada. Era a vida da Audrey e ia ter que aprender por si
mesma que Levi era a escória da terra. Queria tanto que
Audrey fosse feliz, tão feliz como ela era. Queria que ela
encontrasse um homem como Lucas e o amasse do jeito que
o amava.

Lucas colocou um beijo na base da sua garganta antes


de colocar a cabeça no ombro. Ela sorriu quando inclinou a
cabeça contra a dele.

—Você ainda me ama? — Perguntou.

Ele riu.

—Claro que sim.

Amor enchia completamente Fallon quando sorriu.

— E você ainda quer casar comigo, certo?

Lucas assentiu.

—Mais do que tudo.

Fallon amava sua reafirmação e odiava que precisasse


dela, mas tudo parecia tão irreal. Como conseguiu ter tanta
sorte em ter um homem que era totalmente devotado e amava
cada pequena imperfeição nela? Lucas era o homem perfeito
aos seus olhos até mesmo com seu temperamento e boca
rápida, e ela não podia ajudar, mas sempre o amaria.

Fallon assistiu Levi segurar Audrey em seus braços, sua


única preocupação era sua irmãzinha.

Tudo na vida dela estava vindo como um sonho se


tornando realidade, mas Audrey ainda era uma bagunça e
Fallon só podia rezar para que sua irmã encontrasse o seu
felizes para sempre, que procurasse o verdadeiro amor, o
único, como ela tinha com Lucas. Audrey não merecia nada
menos.

Lucas abraçou Fallon puxando-a para perto e beijando o


nariz. Seus olhos brilhavam de excitação e Fallon sabia que
os olhos dele correspondiam. Nunca esteve tão feliz na vida e
isso começava e terminava em Lucas Brooks.

—Eu te amo, bebê.

Ela sorriu inclinando contra ele, os lábios quase tocando


os seus.

—Eu te amo, mais.

Lucas deu um sorriso insolente e então disse.

—Então quando vamos começar a fazer outro bebé?

Bem, talvez tivesse duas coisas para se preocupar.

Caralho.

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