Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 Termo bucket list em inglês, e que quer dizer “lista de coisas para fazer
antes de morrer”.
Seis meses mais tarde
— E aí está.
— Sim.
Knock! Knock!
E ele não estava de casaco. Quem era esse cara que estava
tão mal preparado para o clima do norte de Nova York em
janeiro? Laura estava brincando comigo? Minha agente
repetidamente me disse que eu precisava sair mais, mas não
havia como ela enviar um stripper ou algo assim, certo?
Ugh. — Espere.
— Está aberta!
— Você é policial?
— Não.
— Militar?
Mentirosa.
— Eu ouvi.
Eu assenti.
Oh inferno, eu o matei!
Não.
Nocauteado.
Brilhante.
Não! Não.
2
Miséria (br: Louca obsessão) é um filme estadunidense de 1990 do gênero suspense e
baseado no livro homônimo de Stephen King. O filme é sobre uma fã psicótica, representada
pela atriz Kathy Bates, que mantém um escritor cativo e o obriga a escrever suas histórias.
— Eu moro em Elleston, não em Marte. Temos filmes lá e
tudo. Estamos pensando em fazer o encanamento interno no
próximo ano.
Bingo.
— Mimada? — Imaginei.
Ela olhou para minha pele nua e ficou com o tom mais
bonito de rosa. — Eu fiz. Eu sou.
— Obrigado, Oliver.
Eu pisquei.
— Xander.
— Sem a hipotermia?
— Ou o taser.
— Eu não concordei!
— Você irá!
— Ela saberia?
— Xander, ela consegue dizer a diferença entre nós desde
os seis anos de idade.
- Xander
— Oh, sério?
— Sim, — ele disse. — Eu não estava brincando. Quero ver
você de novo.
Seu coração.
Seu sorriso era meio lupino e meio sensual, mas cem por
cento de tirar o fôlego. Tudo sobre o homem era enorme. Sua
estrutura, as linhas angulares afiadas de seu belo rosto, até
suas mãos eram enormes. Eu apenas o tinha visto ontem, e,
no entanto, parecia que meus músculos estavam relaxados e
tensos só de vê-lo. — Para você, — disse ele, revelando a mão
que havia escondido atrás das costas.
— Realmente?
— O que?
Uma brisa forte soprou em nós dois com ar frio, mas não
fizemos nenhum movimento para entrar no carro. Em vez
disso, cheguei mais perto dele, meus olhos nunca deixando os
dele. — Obrigada, — eu disse.
— Eu nunca disse -
— Você não acha que se formos por três dias nossa mãe
saberá que sou eu?
3
Sigla para Relações Públicas.
— E você acha que pode fingir, Charlie? Ser legal comigo
por um fim de semana inteiro como você é com Xander?
Merda.
— Porra.
— Cale-se.
Ela não parou, apenas caminhou até mim, soltou sua mala
e me beijou, com os dois braços em volta do meu pescoço. Os
meus foram ao seu redor em reflexo, puxando seu corpo gelado
contra o meu mais quente.
— Algo parecido.
— Tudo limpo, senhor, — disse Oliver. — Eu estarei no
meu quarto, se precisar de mim.
— Que bom que ele nos trouxe cerca de uma dúzia, então.
— Eu sorri antes de comer o meu. Eu amei o quanto ela amava
comida. Que ela nunca era autoconsciente, nunca se
preocupou com o que as pessoas ao seu redor pensavam. De
certa forma, ela estava muito mais confortável consigo mesma
do que eu.
— Willa.
— Você é um mafioso? — ela perguntou, abrindo o
primeiro botão da minha camisa.
— Você é um criminoso?
— Um assassino?
— Porra, Willa.
— O que é isso?
— Segura.
— Continue.
— Eu sou um príncipe.
4
A personagem se refere ao cantor Prince, que significa Princípe.
5
Referência ao piercing íntimo masculino de nome Prince Albert.
Ela engoliu em seco, os olhos correndo para onde Oliver
mudou o canal para as notícias do mundo. — Você é um
príncipe. E eu sou... sou uma camponesa.
E eu nunca seria.
Príncipe.
E ele veio.
Alguns meses foram tudo o que tive para lhe dar, mas
nossas cartas estavam sobre a mesa – areia correndo pela
ampulheta e toda essa besteira. Nós dois sabíamos as
apostas. Alguns meses para rir, para provar a alegria que
constantemente emanava dela. Ela estava iluminada pelo sol
em um quarto escuro, e eu estava desesperado para aproveitar
o calor dela o maior tempo possível.
Meus pés caíram no chão e vesti uma camisa, grato por ter
passado a noite com calças de dormir. Eu precisava do máximo
de camadas possível entre nós.
— Alexander.
— Mãe.
Venha sozinho.
— Sim.
Necessário.
— Willa.
— Há inquietação em casa.
Ele importava.
— Como?
Ela começou.
Não por um país. Não por um trono. Não por nada mais do
que o calor elétrico entre nós e
nossa necessidade incansável um do outro.
Quase não havia espaço entre nós quando ele saiu de mim,
cuidadoso com minha carne sensível. Ele chupou as pontas
dos dedos e eu juro que a ação quase me fez gozar pela segunda
vez.
A rainha... não.
Encolhi os ombros no meu paletó Armani e endireitei
minha gravata, aperfeiçoando o nó. Eu sempre evitava ter
alguém me vestindo. Eu não tinha cinco anos, pelo amor de
Deus. Fechando o relógio, saí do closet para o meu quarto.
— Sim, senhor.
Ela esfregou meu braço. — Está tudo bem. Não tenho mais
dez anos.
— Príncipe Alexander...
Amor.
— Não.
— Como?
— Porra, — eu murmurei.
— Oliver?
— Quanto? — Eu quebrei.
Droga.
— Príncipe, — eu a corrigi.
— Quando é?
— Bookish. Dreams.
Suspirei.
— Eu não posso, — disse novamente.
Ok, talvez quase tão feliz quanto isso, mas a realização foi
suficiente para tirar o fôlego de mim.
Xander estava se transformando de uma diversão e muito
necessária aventura com uma data de validade, em algo que
afundou seus dentes em minha alma, a mordida que beirava
prazer e dor e estrelas explodindo sobre meus olhos.
Eu estava fodida.
— Todos.
— Jameson!
— Desculpe, mãe.
— Como?
Como nós.
— Willa...
— O que é isso?
— Conferência de imprensa.
6
Abreviação de Modus Operandis (latim) que descreve um característico modo de agir de
uma pessoa.
Ela não recuou, não se encolheu, apenas me deu o mesmo
sorriso de aceitação. — Você não pode odiar o que é sua vida,
Xander.
Ops.
— Melhor?
— Mãe…
— Porra, — eu assobiei.
Ela assentiu.
— Bom. Vamos...
— Foi?
Mas e se eu quiser?
— Alexander...
Ela assentiu.
— Alexander, — eu o corrigi.
— Isso é absurdo.
— Essa é a lei.
Porra.
Ninguém riu.
7
Verde Lincoln é a cor do tecido de lã tingido originário de Lincoln, Inglaterra, uma
importante cidade de tecidos durante a alta Idade Média.
Lambi meus lábios, de repente desejando que eles não
tivessem gosto de champanhe. Risque isso, mesmo sóbria, eu
era um pesadelo com números. Mas isso? Ele poderia muito
bem estar falando japonês. Separei meus lábios, pronta para
dar uma resposta peculiar que poderia salvar minha clara
ignorância, mas ele balançou a cabeça, rindo.
Foda-se isso.
— Eu sei, mas -
— Como não?
— Todo o Parlamento!
— É a isso que sempre se resume, Xander. Você é um
príncipe. Um príncipe da vida real, e eu escrevo sobre
sexo. Sou uma americana comum, com cabelos inadequados,
maneiras horríveis e nenhum conhecimento geral de sua
história porque nunca gostei de história na faculdade – isso
mesmo, fui para a faculdade – e sou horrível para você em
todos os aspectos. Deus, mesmo sem os livros de Shayla,
vivemos em universos separados.
Seis para ser exato. Seis semanas até que anunciarei meu
noivado e outro mês depois, quando me casarei com a mulher
que não amo antes da coroação.
— Xander?
— Certo…
Minha boca ficou tensa, tentando manter as palavras
dentro. Como eu poderia perguntar isso a ela? Eu concordaria
se a situação fosse inversa? Vê-la se casar com outro
homem? Ter o filho dele? Mas como poderia não dar a ela a
opção? A escolha?
— E se tivéssemos filhos?
Foda-se. Isso.
Merda.
Mas eu fiz.
— Aeroporto.
Eu respirei fundo.
Grávida.
Grávida.
— Quem é? — Eu perguntei.
— Seu príncipe.
Laura hesitou.
— Você e eu.
— Bem. Sim.
— Senador? — Eu o chamei.
— Não teria pressa em mudar nossas leis, quando o
assunto da discussão é uma estrangeira? Esqueça que ela é
uma romancista erótica, por mais desagradável que seja,
Alteza. Poderíamos, em sã consciência, fazer uma mudança tão
drástica que abriria o caminho para uma rainha americana?
Nunca permitimos ninguém além daqueles com nascimento
ellestoniano no trono. Essa é uma questão de tradição – de lei
– que não deve ser tomada de ânimo leve. — Um resmungo de
assentimento passou pela plateia, com mais do que algumas
cabeças assentindo.
— E os outros?
Xander.
— Xander. Pare.
— Absolutamente, — eu respondi.
Suave.
— O que?
— O noivado.
Nosso.
Eu pisquei.
Em quatro semanas.