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AULA
O processo de
planejamento de rede
Meta da aula
Apresentar o processo de
planejamento da rede logística.
objetivos
É a competência de adaptação dos mercados. Dessa forma, a configuração da rede logística passa
uma pessoa que está
sempre se antecipando por revisões permanentes porque, na atualidade, é permanente a busca por
aos acontecimentos,
fazendo previsões ganhos de eficiência (menores custos) no ambiente de hipercompetitividade
para poder agir de (e globalização) em que vivemos.
uma determinada
forma planejada. Você será capaz de desenhar uma rede logística GENÉRICA. Também reconhecerá
Assim, a proatividade
necessita uma as redes que têm particularidades complexas e diferenciadas daquelas
análise do contexto,
configurações básicas. Uma rede de aparelhos eletroeletrônicos é básica.
identificação e seleção
de alternativas e A distribuição de iogurtes nos mercados, padarias, escolas e hospitais é diferente.
imaginação dos
resultados de cada Não é difícil perceber isso. Em cada caso, estaremos tratando de processos de
cenário. Isso leva
estocagem, de transportes e de processamento de pedidos diferentes.
algum tempo. Claro
que nunca se tem E o que irá definir o sucesso do planejamento será a qualidade das informações
certeza do que
poderá acontecer, utilizadas na elaboração dos planos. Nesta e nas aulas seguintes, serão expostas
mas, com um bom
planejamento, as técnicas de que devemos nos valer para obter bons resultados. Afinal, não
maximizamos as estamos procurando bons resultados?
chances de sucesso.
A adaptação, por
sua vez, significa um
ajustamento a novas
condições surgidas
no ambiente.
GENÉRICA
Que é relativo a
gênero, que abrange
várias coisas; por
exemplo, um conceito
genérico, um caso
geral, pode ser ainda
um expresso ou
tratado em termos
vagos, gerais, como,
por exemplo:
"...fez uma
explanação genérica Figura 19.1: Alguns produtos necessitam de veículos especiais.
dos fatos"
(HOUAISS, 2002).
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REDES LOGÍSTICAS
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AULA
Qual é a idéia que você tem quando falamos em rede logística?
A idéia que eu faço é a seguinte: são a rede das instalações e o fluxo de
produtos que circulam pela rede. Essas instalações podem ser:
• fábricas;
• fornecedores;
• portos;
• dados;
• recursos computacionais;
• processo de análise.
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Fornecedor
Resfriamento
Coleta
mecanizada
Incentivo ao produtor
Apoio técnico e financeiro
Linha de
requeijão
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Origens: fábricas,
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Armazéns de
fornecedores, portos campo, pontos Clientes,
de estocagem centros de
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demanda
Armazéns
regionais, pontos
Suprimento de estocagem
Demanda
Suprimento
Custos de estoque e
armazenagem
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!
Os armazéns também
são denominados depósitos,
entrepostos, almoxarifados, estoques ou,
ainda, centros de distribuição, sendo que estes
últimos são um tipo especial de armazém.
O centro de distribuição também é
chamado de CD.
Atividade 1
Todos conhecem a cadeia de varejo Casas Bahia (chegou a ser o maior anunciante
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do Brasil). Você deve ler o texto a seguir, divulgado pela própria organização, e
responder se ele descreve a sua rede logística; citar duas razões que justifiquem sua
resposta; enumerar os elementos que são característicos da rede e que estão presentes no
texto; e, por fim, citar os elementos ou instalações que não constam do texto.
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Resposta Comentada
AULA
Sim, o texto descreve uma rede logística. Se nós nos abstrairmos da linguagem
publicitária (o texto está no site da empresa e não contém análise nem críticas,
é claro), verificaremos a presença dos armazéns regionais, no texto chamados
de Centros de Distribuição, que são sete. Menciona, também, os armazéns de
campo, no texto denominados entrepostos (que são em número de cinco).
Há várias características que nos permite configurar a rede logística:
a. possuir Centros de Distribuição e entrepostos – armazéns – para distribuição
dos produtos. Eles estão geograficamente dispostos;
b. prazo estabelecido para entrega dos produtos aos clientes, apresentando a
dimensão temporal da rede;
c. entrega aos clientes por meio de uma frota de 2.254 caminhões;
d. configuração da capacidade de estocagem em área e em cubagem (é calculada
multiplicando-se as medidas de comprimento x altura x largura de cada volume
a ser estocado ou transportado);
e. dimensionamento da rede para picos, como o Dia das Mães e o Natal.
O texto, pelo visto anteriormente, não faz menção aos elementos relacionados
com as origens: portos (produtos advindos do exterior ou de regiões mais distantes
do país), fornecedores (fabricantes no país, fazendo entrega nos armazéns) e
fábricas de móveis, no caso desta empresa, Casas Bahia).
Sua resposta termina aqui, você pode, adicionalmente, efetuar um desenho da
rede da Casas Bahia. Não foi pedido nesta atividade, mas você pode plotar em um
mapa do Brasil os portos do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro e Sepetiba) e Santos,
os armazéns, listados no texto, assim como a rede de lojas. Isso você pode fazer
no computador: fazer um download de um mapa do Brasil, e por meio de um
editor de imagem, como o MS-Paint, ir marcando os depósitos e as lojas.
Observe que na Aula 16 comentamos sobre essa empresa, mas com foco na
localização. O objetivo, agora, é quanto à configuração da rede logística.
Lembramos que essa organização é case de sucesso e objeto de
estudos acadêmicos em várias ocasiões.
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LEVANTAMENTO DE DADOS
A distinção entre
“dado” e “informação”
?
Dado – resultado de investigação, cálculo ou
pesquisa, por exemplo: “Conferiu
os dados do computador”. “Os dados da polícia não
coincidiam com os testemunhos”.
Informação – para a informática, é a mensagem suscetível de ser
tratada pelos meios informáticos; conteúdo dessa mensagem.
Pode ser ainda a interpretação ou significado dos dados,
ou, ainda, o produto do processamento de dados.
Uma idade é um dado, a idade média de um grupo é uma informação.
A cotação do dólar hoje é um dado, de nada serve para o processo
decisório. É preciso gerar uma informação do tipo: a cotação de hoje
dividida pela cotação de ontem fornece a variação diária da cotação:
se variou muito, se variou pouco, negativamente, isso é uma
informação e possibilita que eu possa tomar uma decisão: se
efetuo o pagamento em dólar hoje ou não.
Fonte: Houaiss (2002) e notas de aula de IPD,
UERJ/FAF, 2005
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Os dados necessários para compor a base, de acordo com Ballou
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(2006), em termos genéricos, podem ser assim relacionados:
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a. lista de produtos, compondo a relação, com códigos, de
todos os produtos que serão armazenados/transportados;
b. localizações:
f. pedidos:
1. freqüência;
2. tamanho;
3. estação (sazonalidade);
4. conteúdo;
5. tempos de trânsito;
6. tempos de transmissão;
7. taxas de preenchimento;
8. custo do processamento;
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1. compras;
2. produção;
h. tamanhos de embarque dos produtos;
i. níveis do estoque:
1. por localização;
2. por produto;
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de armazenar dados, diante do baixo custo das memórias auxiliares.
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Descreveremos, a seguir, as fontes primárias de dados de que você deve
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se valer.
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Distribuição de
Conhecimentos freqüência
de embarque de tamanhos
de embarque
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• Relatórios contábeis – esses dados servem para nós na
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identificação dos custos, inclusive os custos logísticos.
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Entretanto, é bom lembrar que alguns custos não são
revelados pela Contabilidade, principalmente nas ativi-
dades logísticas: o custo de manutenção dos estoques e
o custo de obsolescência do estoque. Mas não é o caso
de abandonar esses relatórios, pois eles constituem fonte
válida para dados de custos.
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b. código de coordenadas de latitude e de longitude – por
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meio de um sistema de geoposicionamento (GPS) é possível
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construir a malha com todos os pontos de interesse
– origens, armazenamento e de demanda – com seus
fluxos em termos quantitativos e qualitativos. Por exemplo,
construímos um código formado pela latitude e longitude.
Assim, compõe-se um código prático que permite "ver"
sobre o mapa da região os pontos e os fluxos.
Atividade Final
Você deve fazer o levantamento dos dados necessários para o projeto de rede 2
logística com as seguintes características:
e. clientes na cidade.
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Resposta Comentada
Inicialmente, você deve fazer um desenho, para melhor compreensão da rede:
Depósito
de matéria-
prima
Fábrica
Depósito Depósito
Zona Sul CD Fábrica Zona Norte
Clientes
Clientes Clientes Zona Norte
Zona Sul Centro
Em seguida, devemos responder à seguinte pergunta: que dados deverei reunir para
projetar minha rede de forma que não seja nem insuficiente para o fluxo de produtos
nem superdimensionada?
A resposta a essa pergunta será formulada pelo conjunto de dados definidos:
a. Lista dos produtos, devidamente codificados.
b. Localizações:
1. clientes – relação dos clientes e seus endereços completos, principalmente do CEP
(código de endereçamento postal);
2. pontos de estocagem:
i. CD Fábrica;
ii. CD Zona Sul;
iii. CD Zona Norte;
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3. pontos de origens:
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i. fábrica;
ii. fornecedor I;
iii. fornecedor II;
iv. fornecedor III;
c. Demanda por produto – por código de produto devemos relacionar a quantidade/mês
demandada.
d. Transporte – custo de transporte pelas rotas básicas:
1. fornecedor I - Fábrica;
2. fornecedor II - Fábrica;
3. fornecedor III - Fábrica;
4. fábrica - CD Zona Sul;
5. fábrica - CD Zona Norte.
e. Taxa de Armazenagem:
1. CD Fábrica;
2. CD Zona Sul;
3. CD Zona Norte.
f. Pedidos:
1. tempo da visita do vendedor ao cliente ao escritório da fábrica;
2. tempo que leva da transcrição do pedido do vendedor no sistema de Faturamento
e Expedição;
3. custo de processamento por item pedido.
g. Estrutura de custos dos materiais:
1. matérias-primas;
2. componentes;
3. outros materiais (MRO);
4. mão-de-obra;
5. custos indiretos;
6. custos de comercialização;
7. despesas administrativas.
h. Tamanhos de embarque dos produtos.
i. Níveis do estoque:
1. CD Fábrica;
2. CD Zona Sul;
3. CD Zona Norte;
4. por produto (código do produto – código do CD – estoque médio – método de controle
do estoque – área e cubagem estocada).
j. Pedidos:
1. freqüência (diária, semanal, mensal);
2. tamanho;
3. sazonalidade – sim ou não, quantidade máxima e mínima por
período.
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