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BRUNA LIMA VIEIRA

ATIVIDADE AVALIATIVA – PSICOLOGIA SOCIAL

Texto apresentado como requisito de obtenção de


nota para a M2 na matéria de Psicologia Social do
curso de Psicologia na Universidade do Vale do
Itajaí, Campus Balneário Camboriú.

Professor: Felipe Padilha.

BALNEÁRIO CAMBORIÚ
2023
“Na condição de pessoas, psicólogas(os) correm constantemente o risco de terem suas práticas
enviesadas pelas relações de poder que lhes são instituídas pelo campo do saber. Algumas dessas
relações de poder operam por meio das representações sociais tanto discutidas em sala neste semestre,
num sentido amplo a partir da organização geográfica, política, econômica e social da nossa
sociedade.
Considerando que a psicologia tem caráter social em qualquer de seus campos de atuação, de que
forma a análise interseccional, a prática de uma psicologia política e conscientização das
desigualdades sociais podem convergir para a atuação na psicologia?”

A psicologia, está ligada à sociedade, refletindo os preceitos sociais em que atua. Nesse
contexto, as representações sociais desempenham um papel fundamental na forma como
entendemos e interagimos com a realidade. Segundo Spink (1993), essas representações, como as
ideias que temos sobre o mundo ao nosso redor, influenciamos não apenas o que sabemos, mas
também moldam nossas relações e comportamentos. Essa interação entre as ideias individuais e o
ambiente social é essencial para os psicólogos, pois permite uma maior compreensão e
sensibilidade na sua praxis.
Além disso, a união da análise interseccional, da prática de uma psicologia politicamente
engajada e da conscientização das desigualdades sociais representa uma transformação muito
importante. A Psicologia Social, por exemplo, se destaca por investigar como as pessoas se
comportam em grupos e como as ideias individuais são moldadas pelo contexto social. Essa
abordagem oferece insights importantes sobre como as ideias pessoais são influenciadas pelas
normas valores e opiniões da sociedade em que vivemos, permitindo aos psicólogos uma
abordagem mais inclusiva e sensível ao lidar com questões individuais e coletivas.

• Interseccional:
A interseccionalidade, como explicada Kyrillos 2020, é importante porque ajuda a entender
melhor como coisas diferentes, da identidade das pessoas, influenciando suas vidas. Ela mostra que
as experiências das pessoas são afetadas por muitas coisas ao mesmo tempo. Portanto, é preciso ter
uma lente para compreender as complexidades das identidades individuais e coletivas. No contexto
da psicologia, essa abordagem registra que as experiências das pessoas são moldadas por uma
infinidade de fatores sociais, como raça, gênero, classe social, orientação sexual, padrões impostos
pela sociedade, habilidades fisicas, entre outros elementos. Ao incorporar a interseccionalidade na
prática psicológica, os profissionais são capazes de examinar de maneira mais ampla as
intersecções dessas identidades, evitando uma visão reducionista.
Por exemplo, ao considerar um caso clínico, um psicólogo que aplica a interseccionalidade
estaria atento não apenas a um fator X de um individuo, mas também a sua identidade dentro da
sociedade e as pressões sociais que ela carrega, que podem influenciar sua experiência, suas
vivencias, seus conceitos. Essa abordagem mais abrangente permite uma compreensão profunda
das interações entre os aspectos sociais e psicológicos, ajudando os psicólogos a criarem métodos
mais adequadas e mais sensíveis para seus pacientes. Ao integrar a interseccionalidade, os
profissionais da psicologia expandem sua compreensão da complexidade das experiências
humanas, proporcionando uma prática mais inclusiva e capaz de lidar com as identidades
individuais em um contexto social diversificado. Isso é útil para os psicólogos, pois ajuda a
entender melhor como ajudar diferentes tipos de pessoas.
• Política:
A Política da Psicologia não fica presa em um consultório, mas sim, busca influenciar
diretamente as dinâmicas sociais. Na visão relacional e pragmática apresentada por Abers (2018),
compreendemos que os movimentos sociais não estão separados de um "contexto político" distante,
mas se inserem em uma rede com diversos atores e instituições. Isso significa que as oportunidades
e desafios enfrentados por esses movimentos ao atuarem nas políticas públicas são frutos das
interações entre diferentes agentes e estruturas.
Nessa perspectiva, os psicólogos politicamente engajados não se prendem apenas a
disciplinas individuais, eles se posicionaram como agentes de mudança dentro dessas redes de
interdependência. Ao considerar isso, eles podem influenciar diretamente no sentido de que esses
agentes interagem e colaboram, buscando oportunidades de transformação social. Essa atuação se
estende a uma abordagem estratégica que busca modificar as estruturas que perpetuam as
desigualdades, promovendo uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.
• Conscientização das Desigualdades:
Entender as diferenças entre as pessoas é essencial para que os psicólogos possam ajudar
da melhor forma possível. Quando os profissionais entendem as dificuldades enfrentadas por
grupos que foram tratados injustamente, é possível ajustar suas maneiras de ajudar para se
encaixarem melhor com as necessidades dessas pessoas.
Essa compreensão vai além de apenas reconhecer as diferenças. É uma empatia mais
profunda, que enxerga as barreiras que as comunidades discriminadas enfrentam. Por exemplo, um
psicólogo atento às desigualdades pode criar estratégias específicas para que pessoas de diferentes
culturas, etnias ou situações econômicas se sintam acolhidas e especializadas em um ambiente de
terapia. Isso inclui especificamente quando não há sensibilidade para entender certas situações e se
tem o bom senso de encaminhar o paciente.
É importante ressaltar que essa consciência não se limita a apenas um ambiente da
psicologia (clínica), mas sim ela se estende a todas as áreas em que os psicólogos trabalham. Isso
os motiva a desafiar as estruturas sociais que mantem essas diferenças injustas. Ao agir assim, os
psicólogos não apenas se adaptam para ajudar melhor as pessoas marginalizadas, mas também se
tornam agentes ativos na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
• Conclusão:
A união da análise interseccional, da psicologia engajada com questões sociais e da
conscientização das desigualdades é como um superpoder para os psicólogos. Isso porque essas
três ferramentas juntas ajudam os profissionais a entender melhor como diferentes fatores, como
gênero, raça, classe social e outras características, influenciando a vida das pessoas.
Ao entender essa complexidade, os psicólogos podem ser os melhores para ajudar cada
pessoa de maneira única, levando em conta suas experiências e desafios específicos. Não é só sobre
oferecer terapias mais eficazes, mas também sobre os psicólogos se tornarem defensores da
sociedade e da igualdade em nossa sociedade.
Essa integração não só melhora a prática psicológica, mas também trabalha para construir
um mundo onde todos tenham oportunidades iguais e onde as diferenças sejam respeitadas e
valorizadas. É como se esses profissionais fossem heróis, usando seu conhecimento para criar um
lugar melhor para todos viverem.

Referências Bibliográficas:

KYRILLOS, Gabriela M. Uma análise crítica sobre os antecedentes da interseccionalidade.


Revista Estudos Feministas, v. 28, p. e56509, 2020.
SPINK, Mary Jane P. O conceito de representação social na abordagem psicossocial. Cadernos
de Saúde Pública, v. 9, p. 300-308, 1993.

SOUZA, Celina. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, p. 20-45, 2006.

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