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Desafio

A problematização da moral e da ética nos acompanha desde os gregos. Nesse sentido, a conduta
humana e os fundamentos filosóficos para as virtudes são questionados desde os
primórdios. Questões como: o que é o bem? O que faz uma ação ser boa? No que consiste o agir?
O que é agir de acordo com a verdade? A verdade é definida por quem? O mal é relativo às
circunstâncias de uma situação? envolvem uma revisão filosófico-clássica. Com o surgimento da
filosofia cristã, a sociedade ocidental passou a ser guiada, direcionada pela lei divina. As questões
que outrora se encontravam abertas às múltiplas respostas, agora deveriam ser respondidas dentro
do eixo temático religioso.
Diversos filósofos relacionavam o pensamento grego com o pensamento cristão e acreditavam na
possibilidade de uma relação harmoniosa entre a ciência e a fé. A filosofia cristã ou a Patrística
(século II-VII), tinha como principal objetivo a defesa da fé. Do século XI em diante, a filosofia
cristã manifestou-se por meio da escolástica, período que se estendeu até o século XVI. A partir do
século XVI, a filosofia cristã com suas teorias passa a conviver com teorias científicas e filosóficas
independentes.
Dessa maneira, pode-se dizer que a moral cristã foi predominante até a Idade Moderna. Antes disso,
o desenvolvimento científico e racional se respaldava também no argumento religioso, e a religião,
por sua vez, via na ciência e no exercício racional a manifestação e a revelação divina. Com a
modernidade e com a reconfiguração das instituições sociais, a razão assume a tarefa de que os
conhecimentos se fundamentassem na racionalidade. Com a ética não foi diferente: o homem
deveria praticar a boa ação pelo aperfeiçoamento de si e por alteridade.
Imagine que você é um professor de Ensino Religioso, de alunos do ensino médio. Para trabalhar o
tema da ética laica e religiosa, você precisa escrever um texto de no máximo quinze linhas,
argumentando acerca da possibilidade de uma ética laica coexistente ao argumento da existência
divina.
Descreva, nesse texto, os elementos de coexistência entre a ética laica e a ética religiosa que devem
ser abordados pelos alunos segundo o seu entendimento da questão.

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Padrão de resposta esperado


Desde o projeto moderno de ressignificação das instituições sociais, o projeto de uma ética com
vistas ao agir bem de acordo com o dever moral foi propagado amplamente. Nesse sentido, o esforço
filosófico consistia em tornar os indivíduos esclarecidos a ponto de que não necessitassem da lei
divina para agir corretamente. Tratava-se, portanto, da filosofia iluminista como projeto humano.
Nesse contexto, buscava-se romper com a moral cristã especificamente no sentido de sua
fundamentação central: a existência divina. Contudo, não podemos dizer que a ética moderna e,
portanto, laica reinventou todos os pressupostos éticos, mas sim os reformulou em alguns
aspectos. Os princípios fundamentais da boa ação se deslocaram do fundamento em Deus para a
fundamentação na racionalidade humana.
Mas os valores se mantiveram os mesmos, porém com justificativas e finalidades distintas das de
anteriormente. O que nos permite compreender que a ética laica é indissociável da moral cristã ou,
ainda, que ambas coexistem sobre o mesmo postulado ético.

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