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Aula 01

Serviço Social p/ INSS - Analista do Seguro Social - Serviço Social - 2016

Professor: Ana Paula de Oliveira

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Serviço Social para o INSS
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Teoria e exercícios comentados
Profa. Ana Paula de Oliveira Aula 01

AULA 01: Itens 1.3 e 1.1.8 do Edital/ 1.3.1 Código de Ética Profissional
dos(as) Assistentes Sociais. Resolução CFESS nº 273 de 13 de março de
1993, e alterações. 1.3.2 O projeto ético-político do Serviço Social e suas
implicações no agir profissional. 1.3.3 Projeto profissional – rumos éticos e
políticos do trabalho profissional na contemporaneidade./ 1.1.8 O Serviço
Social na contemporaneidade. 1.1.10 Mudanças no mundo do trabalho e as
suas repercussões no trabalho profissional do(a) assistente social. 1.1.11.
Regulamentação do exercício profissional – Lei n° 8.662/1993 e alterações.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Introdução 02
2. Mudanças no mundo do trabalho e as repercussões no trabalho profissional 02
do assistente social.
3. Fundamentos éticos do agir profissional 06
4. Projeto ético-político do Serviço Social: construção e desafios 11
5. Legislação específica 18
5.1 Lei de regulamentação da profissão 18
5.2 Código de ética profissional 22
5.3 Resoluções do Conselho Federal de Serviço Social 26
6. Resumo do concurseir@ 33
7. Questões comentadas 37
8. Lista de questões 44
9. Gabarito 50
10. Indicação de conteúdo complementar 50

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais


(copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de
rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os
professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe
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1. INTRODUÇÃO

Car@ alun@, estamos muito contentes por você ter escolhido o nosso curso!!!
Trabalharemos arduamente nestes meses que antecedem a data da prova. Assim, conforme já
sinalizamos na aula 00, todo o material está centrado nos conteúdos dispostos no edital do
concurso, bem como nas questões formuladas pela CESPE.
Desse modo, é importante a leitura atenta de todo o material da aula e o exercício das
questões selecionadas. Salientamos ainda que no edital do certame do INSS consta que o
julgamento de cada item da prova objetiva será por intermédio de alternativas de CERTO e
ERRADO – como outras bancas não utilizam essa metodologia, praticar é essencial, pois,
você adquirirá domínio e confiança na forma como a CESPE organiza a sua prova!!!
Bem, vamos à aula!!! Bons estudos!!!

2. MUDANÇAS NO MUNDO DO TRABALHO E REPERCUSSÕES PARA O


TRABALHO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL.

Em análise do item 02 do edital, observamos similaridade com o tópico II (Trabalho e


Serviço Social: o redimensionamento da profissão ante as transformações societárias
recentes) constante na primeira parte do livro da Professora Marilda Villela Iamamoto – “O
Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional” –.
Neste sentido, apresentaremos aqui as ideias principais da autora. No entanto, é
fundamental que você também leia o material, para fins de apreensão mais qualificada do
conteúdo apresentado.

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De maneira geral, o texto de Iamamoto (2006) situa a discussão do Serviço Social


enquanto especialização do trabalho coletivo, bem como a condição de trabalhador
assalariado do assistente social, visto que o trabalho cotidiano depende da relação que o
profissional estabelece com o seu empregador, a qual é determinada pelo conjunto
macroestrutural do modo de produção vigente – Lembre-se que tratamos disso na aula 00,
se ainda há dúvida, retome o conteúdo ou nos procure no fórum!!!

Iamamoto (2006) ainda problematiza que a ideologia neoliberal tem implicado na


reestruturação do papel do Estado e das políticas sociais. Assim, considerando que o Estado é
o maior empregador de assistentes sociais, bem como as políticas sociais são uma mediação
fundamental para o exercício profissional, esta conjuntura tem produzido mudanças nos
processos de trabalho nos quais os assistentes sociais estão inseridos.

Os assistentes sociais funcionários públicos vêm sofrendo os efeitos


deletérios da Reforma do Estado no campo do emprego e da
precarização das relações de trabalho, tais como a redução dos
concursos públicos, demissão de funcionários não estáveis, contenção
salarial, corrida à aposentadoria, falta de incentivo à carreira,
terceirização acompanhada de contratação precária, temporária com
perda de direitos etc. (IAMAMOTO, 2006, p. 124)

Ideologia neoliberal, reestruturação


do papel do Estado e das políticas
sociais???
Não se desespere, trataremos desse
tema com profundidade nas próximas
aulas

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Retomando!!!!

Iamamoto (2006, p. 125) ainda destaca o campo da gestão social pública ou


gerência pública como um espaço de possibilidades para a profissão, no qual se
sobrepõe “a qualificação ao diploma”. Segundo a autora, neste campo há um conjunto de
especializações profissionais, configurando-se como um “[...] mercado competitivo o que
indica o melhor profissional para o exercício de funções requeridas e não o mero diploma”.

A abertura de fronteiras entre as profissões, fazendo com que


profissionais afins concorram entre si em um mercado restrito passa a
exigir níveis aperfeiçoados de formação que possibilitem ao assistente
social concorrer em igualdade de condições com um sociólogo, um
cientista político, um pedagogo, na luta por postos de trabalho,
participando de um mesmo e idêntico processo seletivo. (IAMAMOTO,
2006, p. 125)

Iamamoto também destaca os novos requisitos de qualificação para os assistentes


sociais (2006, p. 131), quais sejam:

- capacitação: para atuar em equipes interdisciplinares; para atuar em programas


de qualidade total e para elaboração e realização de pesquisas;

- reciclagem do instrumental técnico;

- capacitação em planejamento (planos, programas e projetos).

Para complementarmos as disposições de Iamamoto, consideramos interessante


indicar que a Professora Raquel Raichelis (2011, p. 432) cita a implicação “[...] de novas
requisições, demandas e possibilidades ao trabalho do assistente social no âmbito das
políticas sociais”, assim como a intensificação desses processos, a partir da quantificação e
do controle das atividades

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São muitas as pesquisas e estudos que vêm constatando o quanto as


tecnologias de informação intensificam os processos de trabalho, produzem
um efeito mais controlador sobre o trabalho, organizam e encadeiam as
tarefas de modo que desapareçam os tempos mortos, quantificam as tarefas
realizadas e permitem a ampliação da avaliação fiscalizatória do
desempenho do trabalhador. As estratégias de intensificação do trabalho [...]
ganham concretude no ritmo e na velocidade do trabalho, nas cobranças e
exigências de produtividade, no maior volume de tarefas, nas características
do trabalho intelectual demandado, no peso da responsabilidade.
(RAICHELIS, 2011, p. 433).

Nesse cenário de distintos sócio-ocupacionais em que, por vezes, os tempos


institucionais estão além dos tempos dos trabalhadores, é fundamental que nós,
assistentes sociais, estejamos imbuídos de nossas atribuições profissionais. Previstas na
Lei de regulamentação da profissão essas atribuições, sobre as quais trataremos ainda
nesta aula, são mediação necessária para respaldo dos direitos profissionais no
processamento do trabalho. Portanto, afora o disposto em lei, é proeminente que os
sujeitos apreendam as particularidades de cada espaço sócio-ocupacional, a fim de que
possam qualificar a atuação profissional em tempos de ampliação dos mercados de
trabalho para o Serviço Social, marcada por intensos processos de precarização.

3. FUNDAMENTOS ÉTICOS DO AGIR PROFISSIONAL

O tema da ética profissional é de extrema relevância para a nossa atuação em qualquer


espaço de trabalho. Assim, além dessa aula ser essencial para que você consiga ser aprovad@
no concurso do INSS, ela também será primordial para a sua atuação enquanto assistente
social na instituição previdenciária.

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Você sabe que nós, assistente sociais, temos um Código de Ética (CE), aprovado em
13 de março de 1993 pela Resolução CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) nº 273.
Porém, antes de tratarmos deste Código e dos anteriores a este, é importante que você
entenda como se constitui a ética, para tanto, vamos nos aproximar de algumas contribuições
da Professora Maria Lúcia Barroco.

Em sua análise sobre a ética, Barroco (2010, p. 116) explicita sua fundamentação a
partir da teoria social de Marx, desse modo, sinaliza que a “[...] ética é uma construção
histórica dos homens”. A autora (2010) aponta que o termo ética surge com o
nascimento da filosofia, sendo uma dimensão do conhecimento filosófico que estuda o
fundamento teórico do comportamento.
Portanto, a possibilidade de constituição dos homens como seres éticos se efetiva
pela sua capacidade em agir de forma consciente e racional, uma vez que através da
práxis o homem transforma a natureza e cria um produto que não existia anteriormente.

Nesse processo, o sujeito se modifica e pode se auto-reconhecer como


sujeito de sua obra; a natureza se modifica por ter sido transformada pela
ação do homem. O produto passa a ter uma existência independente do
sujeito que o criou, mas não independente da práxis da humanidade, pois é
resultante do acúmulo de conhecimento e da prática social dos homens.
(BARROCO, 2010, p. 24)

De acordo com Barroco (2010), tendo em vista a capacidade dos homens em


transformar a natureza por meio da teleologia, inicia-se um processo de criação de
alternativas, no qual o ser humano é capaz de fazer escolhas e, deste modo, realizar escolhas
de valor.

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Por conseguinte, o valor, como forma de objetivação da ética, também se institui


como uma construção histórica dos homens, embora, muitas vezes, sua gênese seja
identificada pela avaliação subjetiva dos indivíduos.

[...] os valores morais surgem das necessidades históricas dos homens.


Uma vez instituídos, passam a se estruturar como sistema normativo:
conjunto de normas morais que visa à regulação do comportamento dos
indivíduos, tendo por finalidade atender às necessidades de
sobrevivência, de justiça, de defesa etc. da comunidade. (BARROCO,
2010, p. 60)

Considerando a dimensão dos homens como sujeitos éticos, chegamos à


conclusão de que a intervenção cotidiana do assistente social também se instaura como
um processo ético, visto que, conforme Barroco (2012), o exercício profissional produz
um resultado na vida concreta dos usuários, bem como na própria constituição histórica
da sociedade.
A partir destas considerações, podemos vislumbrar o assistente social como um
sujeito ético-moral, pois, tendo em vista os valores contidos no Código, o profissional
adquire senso ou consciência moral, na qual “[...] assume que o(s) outro(s) pode(m) ou
não sofrer as consequências por seus atos; por isso, a moral supõe o respeito ao outro
(alteridade) e a responsabilidade em relação aos resultados das ações para outros
indivíduos, grupos e para a sociedade em geral.” (BARROCO, 2010, p. 58)

O CE é um instrumento educativo e orientador do comportamento ético


profissional do assistente social: representa a autoconsciência ético-
política da categoria em dado momento histórico. Assim, é mais do que
um conjunto de normas, deveres e proibições; é parte da ética
profissional: ação prática mediada por valores que visa interferir na
realidade, na direção social da sua realização objetiva, produzindo um
resultado concreto. (BARROCO, 2012, p. 35)

Conforme nos explicita Barroco (2012) a instituição de um Código de Ética, o seu


conhecimento e aceitação pela categoria profissional, “[...] não garantem a objetivação da
ética profissional, pois ela decorre de uma série de condicionantes profissionais e
conjunturais que extrapolam o Código e a intenção dos agentes, tomados individualmente.”
(BARROCO, 2012, p. 36)
Nesse sentido, a ética profissional é perpassada por determinantes externos à
profissão, como a moral, a educação, as instituições culturais e os costumes, os quais
estão ancorados em projetos societários compatíveis ou não à perspectiva profissional.

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Quando surge a sociedade de classes e seus antagonismos, fundados na


propriedade privada, na divisão social do trabalho e na exploração do
trabalho, a função normativa da moral adquire uma relativa autonomia em
face de outras funções; assume formas ideológicas e, através de várias
mediações, contribui para a veiculação de modos de ser, de valores e
costumes que justificam a ordem social dominante e suas ideias.
(BARROCO, 2010, p. 62)

Além dessas, há determinações internas as quais se referem ao projeto de


profissão, o que significa pensar na construção histórica do Serviço Social, bem como na
formação moral e profissional, no exercício profissional cotidiano, na dimensão
ideológica e política da sua direção social, nas entidades da categoria e no seu Código de
Ética.
Assim, de acordo com Barroco (2012), o posicionamento ético não se restringe à
intencionalidade do profissional, visto que também é perpassado, conforme pontuamos
anteriormente, por outros determinantes que se circunscrevem pela precarização da formação
profissional, pela cultura conservadora, suscitando intervenções profissionais frágeis de
preparo teórico, técnico, consciência crítica, dentre outros.
Situados estes aspectos mais gerais sobre a ética profissional, agora trataremos dos
Códigos de Ética da profissão. Antes de falarmos do Código atual, é importante você saber
que ao longo da trajetória do Serviço Social brasileiro foram construídos e instituídos
outros Códigos de Ética, datados em 1947, 1965, 1975 e 1986 (BARROCO, 2012).
De acordo com Barroco (2012, p. 43), os três primeiros Códigos de Ética – 1947,
1965 e 1975 – fundamentavam-se, de modo geral, “[...] nos pressupostos do neotomismo
e do positivismo [...]”.

As pequenas diferenças entre os três Códigos anteriores a 1986 decorreram


de mudanças realizadas na trajetória da profissão. O primeiro Código (1947)
– expressando a estreita vinculação do Serviço Social com a doutrina social
da Igreja Católica – era extremamente doutrinário e subordinado aos
dogmas religiosos. O segundo (1965) – revelando traços de renovação
profissional no contexto da modernização conservadora posta pela
autocracia burguesa (NETTO, 1991) – introduziu alguns valores liberais,
sem romper com a base filosófica neotomista e funcionalista. O terceiro
(1975) suprimiu as referências democrático-liberais do Código anterior,
configurando-se como uma das expressões de reatualização do
conservadorismo profissional (NETTO, 1991) no contexto de oposição e
luta entre projetos profissionais que antecederam o III CBAS de 1979.
(BARROCO, 2012, p. 45)

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Você lembra que na aula anterior falamos do neotomismo e do positivismo? Se você


ainda não entendeu, lembre-se que o neotomismo é um pensamento filosófico de base
teológica, cujos fundamentos e valores estão apoiados na “[...] existência de Deus,
de uma essência humana predeterminada à história e de uma ordem universal
eterna e imutável [...]” (BARROCO, 2012, p. 44). Já o positivismo compreende
“[...] que as contradições derivadas da desigualdade e da luta de classes são
‘disfunções’, concebendo as expressões da questão social como ‘desvios’ de
conduta moral [...]” (BARROCO, 2012, p. 44).

De acordo com o que discutimos na aula anterior, o Movimento de Reconceituação


Latino-americano e o processo de renovação do Serviço Social brasileiro (NETTO, 2011), na
sua relação com o contexto sócio-político daquele período, gestaram as bases para a ruptura
com o tradicionalismo profissional, bem como para a aproximação da profissão à tradição
teórica marxista. Esse cenário culminou na reformulação da ética profissional, materializada
por meio do Código de Ética de 1986, o qual foi produto de um processo coletivo de
politização e de deliberação na categoria de assistentes sociais.

O conjunto das conquistas efetivadas no CE de 1986 podem assim ser


resumido: o rompimento com a pretensa perspectiva “imparcial” dos
Códigos anteriores; o desvelamento do caráter político da intervenção
ética; a explicitação do caráter de classe dos usuários, antes dissolvidos
no conceito abstrato de “pessoa humana”; a negação de valores a-
históricos; a recusa do compromisso velado ou explícito com o poder
instituído. A partir de 1986, o CE passa a se dirigir explicitamente ao
compromisso profissional com a realização dos direitos e das
necessidades dos usuários, entendidos em sua inserção de classe. Como
se percebe, são conquistas políticas inestimáveis, sem as quais não seria
possível alcançar o desenvolvimento verificado nos anos 1990.
(BARROCO, 2012, p. 48)

A partir do amadurecimento desse projeto profissional, especialmente em uma


conjuntura marcada pela promulgação da Constituição Federal de 1988, emerge-se a
necessidade de objetivar com mais rigor as implicações dos princípios conquistados e
plasmados no Código de 1986, “[...] tanto para fundar mais adequadamente os seus
parâmetros éticos quanto para permitir uma melhor instrumentalização deles na
prática cotidiana do exercício profissional” (CFESS, 1993, p. 02)

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A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os


seus valores fundantes - a liberdade e a justiça social -, articulou-os a
partir da exigência democrática: a democracia é tomada como valor
ético-político central, na medida em que é o único padrão de
organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores
essenciais da liberdade e da equidade. É ela, ademais, que favorece a
ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao
desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias
individuais e sociais e das tendências à autonomia e à autogestão social.
Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização do exercício
profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos
no relacionamento entre assistentes sociais, instituições/organizações e
população, preservando-se os direitos e deveres profissionais, a
qualidade dos serviços e a responsabilidade diante do usuário. (CFESS,
1993, p. 02)

Por conseguinte, esta revisão resultou na instituição do Código de Ética de 1993.

[...] CE de 1993 [...] ao estabelecer as mediações entre os projetos


societários e profissionais, ofereceu respostas objetivas ao exercício
profissional, explicitando a relação entre valores essenciais e as suas
formas de objetivação no âmbito das instituições, nos limites da
sociedade burguesa, partindo do pressuposto que elas não se esgotam
em si mesmas: devem ser realizados na perspectiva do seu alargamento,
com a consciência crítica de seus impedimentos, na direção do
fortalecimento das necessidades dos usuários, tratados em sua inserção
de classe. (BARROCO, 2012, p. 60)

Nesta consideração Barroco (2012) evidencia a categoria da contradição como


pressuposto teórico-metodológico para apreensão da ética profissional, pois esta
contradição é produto do próprio movimento da história e das relações de
produção/forças produtivas da sociedade. De acordo com Marx, (1976, p. 117)

Essa oposição de interesses dimana das condições econômicas de sua vida


burguesa, portanto, cada dia é mais evidente que as relações de produção em
que a burguesia se desenvolve, não possuem um caráter uniforme e simples,
mas um duplo caráter; que dentro das mesmas relações em que se produz a
riqueza, produz-se também, a miséria; que dentro das mesmas relações em
que se opera o desenvolvimento das forças produtivas, existe outrossim uma
força que da origem à opressão; que essas relações não criam a riqueza
burguesa, isto é, a riqueza da classe burguesa, senão destruindo
continuamente a riqueza dos membros integrantes dessa classe e formando
um proletariado que cresce sem cessar.

Segundo Barroco (2012, p. 67) “[...] a profissão não pode eliminar uma das
dimensões de sua atuação; porém, por causa da sua opção política, o assistente social

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pode colocar-se a serviço de uma delas, optando por fortalecer a classe trabalhadora
por meio de seus serviços”.
Neste sentido, ao assumir tal posição, a profissão se distancia do relativismo ético-
moral reproduzido pelo senso comum, o qual nega a construção da ética profissional coletiva
e racional e a difunde “[...] como um conjunto de valores ideais que cada um ‘escolhe’
individualmente, construindo uma ideologia que leva os indivíduos a entenderem que não
existem parâmetros sociais e universais para o julgamento das ações éticas [...]” (BARROCO,
2012, p. 68)

4. PROJETO ÉTICO-POLÍTICO DO SERVIÇO SOCIAL: construção e desafios

De acordo com o Prof. José Paulo Netto (1999, p. 93), a teoria social crítica
dispõe que as ações humanas são sempre direcionadas a partir de uma intencionalidade,
na qual se explicitam objetivos, metas e fins. Nesse sentido, “a ação humana [...] implica
sempre um projeto, que é, em poucas palavras, uma antecipação ideal da finalidade que
se quer alcançar, com a invocação dos valores que a legitimam e a escolha dos meios
para atingi-la”.
O autor destaca que essa intencionalidade humana é conduzida por projetos
individuais e coletivos, enquanto que os projetos societários se situam nesse último âmbito e
“[...] apresentam uma imagem de sociedade a ser construída, que reclamam determinados
valores para justificá-la e que privilegiam certos meios (materiais e culturais) para concretizá-
la” (NETTO, 1999, p. 93). Ademais, Netto esclarece que, na sociedade capitalista, os
projetos societários são sinônimos de projetos de classe.

No interior dos projetos coletivos, situam-se os projetos profissionais, os quais,


segundo Netto (1999, p. 95)

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[...] apresentam a autoimagem de uma profissão, elegem os valores que


a legitimam socialmente, delimitam e priorizam os seus objetivos e
funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para
o seu exercício, prescrevem normas para o comportamento dos
profissionais e estabelecem as balizas da sua relação com os usuários de
seus serviços, com as outras profissões e com as organizações e
instituições sociais, privadas e públicas (entre estas, também e
destacadamente com o Estado, ao qual coube, historicamente, o
reconhecimento jurídico dos estatutos profissionais).

A ideia descrita na sequência é de extrema


relevância!!!

O autor sinaliza que, embora os projetos profissionais expressem construções


coletivas de uma categoria, não se pode confirmar a exclusividade de determinado
posicionamento, visto que o conjunto profissional “[...] é uma unidade não identitária,
uma unidade de elementos diversos; nela estão presentes projetos individuais e
societários diversos e, portanto, ela é um espaço plural do qual podem surgir projetos
profissionais diferentes” (NETTO, 1999, p. 96).
Por conseguinte, tendo em vista a questão do pluralismo, Netto (1999, p. 98) elucida
que o projeto profissional de determinada categoria dispõe a pactuação de componentes que
se situam como indicativos e imperativos, ou seja:

Imperativos são os componentes compulsórios, obrigatórios para todos os


que exercem a profissão (estes componentes, em geral, são objeto de
regulamentação estatal); indicativos são aqueles em torno dos quais não há
um consenso mínimo que garanta o seu cumprimento rigoroso e idêntico por
todos os membros da categoria profissional. Se pensamos no Serviço Social
no Brasil, lembramos como componentes imperativos a formação
acadêmica tal como reconhecida pelo Ministério da Educação (isto é, em
instituições de nível superior credenciadas e conforme padrões curriculares
minimamente determinados) e a inscrição no respectivo conselho
profissional (Cress).

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Cabe ressaltar que o autor (1999, p. 98) elucida que os projetos profissionais são
perpassados pela valoração ética, a qual não se limita “[...] a normatizações morais e/ou
prescrição de direitos e deveres, mas envolvem ainda as escolhas teóricas, ideológicas e
políticas das categorias e dos profissionais [...]”.

Em se tratando do Serviço Social brasileiro, identificamos que no decorrer de sua


trajetória histórica, especificamente na transição da década de 1970 à de 1980, instaura-se
a construção de um projeto profissional de ruptura, ou seja, o projeto ético-político da
profissão.

Yazbek, Martinelli e Raichelis (2008, p. 24 e 25) elucidam que a construção dessa


direção social foi impulsionada pelos seguintes fatores:

 A busca de ruptura com o histórico conservadorismo no pensamento e na


ação profissional, na perspectiva de comprometer a profissão com os
interesses e necessidades de seus usuários.
 O avanço de sua produção de conhecimentos, sobretudo com o
desenvolvimento da pós-graduação em Serviço Social no país. [...] este
acúmulo teórico instala no âmbito do Serviço Social uma massa crítica e um
amplo debate que vai favorecer a construção do projeto profissional.
 O debate sobre a formação profissional e a reforma curricular
desencadeada e coordenada pela Associação Brasileira de Ensino de Serviço
Social – Abess que impulsionou a revisão curricular de 1982 e as atuais
Diretrizes Curriculares (1996) [...]1.
 A Lei de Regulamentação da Profissão (Lei 8.662, de 7/6/1993), que
dispõe sobre o exercício profissional, suas competências, suas atribuições

1
De acordo com as autoras (2008), a partir dessas revisões, a formação profissional pretende capacitar o aluno
para “a apreensão crítica do processo histórico como totalidade [...] a investigação sobre a formação histórica e
os processos sociais contemporâneos que conformam a sociedade brasileira [...] a apreensão do significado
social da profissão desvelando as possibilidades contidas na realidade social [...] a apreensão das demandas –
consolidadas e emergentes – postas ao Serviço Social via mercado de trabalho, visando formular respostas
profissionais que potenciem o enfrentamento da questão social, considerando as novas articulações entre público
e privado [...] o exercício profissional cumprindo as competências e atribuições previstas na legislação
profissional em vigor” (YAZBEK; MARTINELLI; RAICHELIS, 2008, p. 24).
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privativas e os fóruns que objetivam disciplinar e defender o exercício da


profissão [...].
 O Código de Ética, aprovado em 13 de março de 1993, pela resolução do
Cfess, que define os princípios éticos fundamentais da profissão [...].

Nesse sentido, o projeto ético-político profissional do Serviço Social

[...] tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor


central – a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de
escolher entre alternativas concretas; daí um compromisso com a
autonomia, a emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais.
Consequentemente, o projeto profissional vincula-se a um projeto
societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem
dominação e/ou exploração de classe, etnia e gênero. A partir destas
escolhas que o fundam, tal projeto afirma a defesa intransigente dos
direitos humanos e a recusa do arbítrio e dos preconceitos,
contemplando positivamente o pluralismo – tanto na sociedade como no
exercício profissional. (NETTO, 1999, p. 105).

Outrossim, Netto (1999) indica a radicalidade do projeto com vistas à democracia,


equidade, justiça social, ao acesso e à publicização dos programas e políticas sociais, em um
proeminente compromisso com as classes trabalhadoras.

O serviço social como profissão foi chamado historicamente para


intervir na questão social [...]. Ao intervir no embate da relação
capital/trabalho, o objetivo é evitar que as refrações desta luta ganhem
contornos indesejáveis. Embora socialmente esta seja a designação dada
à profissão, o serviço social nega esta identidade atribuída ao longo de
sua história e constrói um projeto profissional que procura contribuir
com o fortalecimento das lutas dos trabalhadores. (SANT’ANA, 2012,
p. 14).

Braz (2004) afirma a presença de três dimensões no projeto ético-político. A


primeira dirige-se ao aspecto teórico, o qual implica a produção de conhecimentos no
âmbito da profissão, “[...] relaciona-se à sistematização teórica das várias modalidades
interventivas da profissão, configurando-se no seu momento reflexivo-investigativo”. A
segunda dimensão refere-se ao ponto de vista jurídico-político que representa o “[...]
conjunto de leis, resoluções, documentos e textos políticos consagrados no meio

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profissional”. Por fim, destaca a relevância da base político-organizativa do Serviço


Social, “[...] onde estão assentados [...] espaços deliberativos e consultivos da profissão
construídos historicamente por meio dos movimentos organizados da categoria”.
(BRAZ, 2004, p.58).

Embora no percurso de sua trajetória o Serviço Social tenha construído um


projeto ético-político progressista e sintonizado com a construção de outra ordem
societária, assim como adquirido a maioridade intelectual, isto não significa que a
profissão tenha alcançado um patamar de desenvolvimento que se encontra estanque na
história.

Yazbek, Martinelli e Raichelis (2008) dispõem que o referido projeto tem


convivido, a partir da década de 1990, com as inflexões das políticas neoliberais, as quais
apresentam um projeto de sociedade contrário à defesa política da profissão, uma vez que
promulgam a minimização do papel do Estado, o ideário da “sociedade solidária” e o
desmantelamento dos direitos sociais garantidos na Constituição Federal de 1988 e em suas
subsequentes legislações específicas, como a Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), a
Lei Orgânica da Saúde (LOS); o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre outras.

Logo, à profissão instaura-se o desafio de

[...] reafirmação do projeto ético-político profissional do Serviço Social,


seus valores, objetivos e conhecimentos teóricos que o sustentam, e os
limites para a sua concretização no atual quadro sociopolítico a ele
refratário. A busca de novas práticas que se esboçam como alternativa
ao neoliberalismo é um caminho a ser percorrido coletivamente,
considerando as lutas e propostas de resistência na perspectiva de uma
globalização contra-hegemônica, construída por um complexo de
mediações e articulações transnacionais e nacionais de movimentos,
associações e organizações que defendem interesses das classes e
camadas subalternizadas pelo capitalismo global hegemônico.
(YAZBEK; MARTINELLI; RAICHELIS, 2008, p. 28).

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De acordo com Braz (2004), este cenário, baseado nas privatizações e na redução dos
direitos sociais conquistados legalmente pela classe trabalhadora, traz repercussões para as
três dimensões do projeto ético-político, citadas anteriormente, quais sejam: as
dimensões teórica, jurídico-política e político-organizativa.

O autor explicita que a dimensão teórica pode sofrer alterações, pois se propaga a
mercantilização das universidades públicas. Esta tendência ocasiona restrições nos
financiamentos públicos de pesquisa e a deterioração das condições de trabalho dos
docentes.

Isto pode acarretar uma fragilização da base teórica-acadêmica do projeto


profissional [...] dos espaços de formação e dos grupos de pesquisa
consolidados que [...] plantaram os pilares acadêmicos que sustentam e
contornam a dimensão teórica do projeto ético-político [...]. (BRAZ, 2004,
p. 60).

Em relação à dimensão jurídico-política, Braz (2004) coloca a emergência de


duas ordens de problemas. O primeiro aponta para a flexibilização das relações
trabalhistas e a desregulamentação das profissões, já o segundo sinaliza a degradação, a
mercantilização e a privatização dos serviços públicos. Este trinômio rebate na
capacidade de materialização dos direitos advindos da Constituição de 1988.

Por fim, identifica-se que a dimensão político-organizativa do projeto ético-


político altera-se, significativamente, com as propostas advindas do ideário neoliberal,
na medida em que este prega a negação das ações coletivas, “[...] fertilizando o terreno
do ‘salve-se quem puder’, das saídas individuais, do isolacionismo”. (BRAZ, 2004, p.
63).

Em suas colocações, Braz (2004) pontua um prognóstico sobre o futuro do projeto


ético-político, relatando que três tendências podem se desenvolver no bojo do projeto
profissional de ruptura.

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A primeira disposição retrata a possibilidade de emergirem perspectivas políticas


que se vinculem a projetos profissionais conservadores. Outra tendência enfatiza que
“[...] a produção teórica poderá perder um eixo central que a vem caracterizando: a
defesa das políticas públicas, com caráter universal e de responsabilidade do Estado”.
Já a terceira tendência discorre que é possível o desenvolvimento das bases
conservadoras do Serviço Social.

As repercussões desta tendência rebaterão na produção teórica e nas


entidades da categoria. Na produção teórica, poderá se expressar por meio
de uma reatualização de fontes teóricas tradicionais, enaltecendo os modelos
de intervenção profissional que primam pelo fortalecimento de receitas à
atuação profissional. No âmbito das organizações políticas, poderá crescer
um movimento silencioso de deslegitimá-la politicamente, desconhecendo
sua representatividade. (BRAZ, 2004, p. 65).

No que concerne à possibilidade de desenvolvimento destas bases conservadoras,


destaca-se que a incorporação da teoria crítico-dialética no direcionamento do trabalho
profissional (IAMAMOTO, 2011), não significou a extinção do modo de ser conservador do
Serviço Social, “pois a herança conservadora e antimoderna, constitutiva da gênese da
profissão, atualiza-se e permanece presente nos tempos de hoje” (YAZBEK; MARTINELLI;
RAICHELIS, 2008, p. 22).
Tal assertiva foi corroborada por Netto (2011, p. 161), nos primórdios da década de
1990, quando o autor explicita que, apesar do avanço teórico sem precedentes na trajetória da
profissão, persiste “[...] um flagrante hiato entre a intenção de romper com o passado
conservador do Serviço Social e os indicativos prático-profissionais para consumá-la”.

O serviço social tinha até 20 anos atrás pouco acúmulo na discussão do


método na perspectiva marxiana e, apesar dos avanços teóricos deste
período, ainda há a dificuldade na apropriação deste referencial que é
complexo e dialético, quando a formação educacional vigente é
predominantemente positiva; soma-se a isto a dimensão radicalmente
histórica e transformadora da realidade social trazida pela teoria social de
Marx. (SANT’ANA, 2012, p. 147).

Isto posto, uma das alternativas para estabelecer o rompimento desse hiato é
problematizar o trabalho profissional cotidiano em si. Desse modo, concordamos com
Iamamoto (2009) quando esta coloca que o desafio atual para o Serviço Social é a
efetivação e consolidação do projeto ético-político no exercício profissional cotidiano,

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por meio da articulação das dimensões organizativas, acadêmicas e legais. Por


conseguinte, faz-se mister uma análise pormenorizada “[...] das reais condições e
relações sociais em que se efetiva a profissão, num radical esforço de integrar o ‘dever
ser’ com a objetivação desse projeto, sob o risco de se deslizar uma proposta idealizada,
porque abstraída da realidade histórica” (IAMAMOTO, 2009, p. 37).

5. LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA

5.1 Lei de regulamentação da profissão

Em 07 de junho de 1993 foi decretada e sancionada a Lei Federal n. 8.662, a qual


dispõe sobre a profissão de assistente social e dá outras providências. De modo geral, os
três primeiros Artigos desta Lei tratam do exercício da profissão de assistente social,
destacando a sua abrangência por todo o território nacional, exclusivamente, para aqueles que
possuírem diploma de graduação em curso de Serviço Social, oficialmente reconhecido e
devidamente registrado no órgão competente; para os possuidores de diploma de curso
superior em Serviço Social, em nível de graduação ou equivalente, provenientes de países
estrangeiros, desde que devidamente reavaliado e registrado em órgão competente no Brasil;
também podem exercer a profissão, os agentes sociais, conforme disposto no art. 14 e seu
parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953.

A Lei nº 1.889/1953 dispõe sobre os objetivos do ensino


do serviço social, sua estruturação e ainda as
prerrogativas dos portadores de diplomas de
Assistentes Sociais e Agentes Sociais.

Art. 14. Ficam resguardados os direitos dos atuais


Agentes Sociais com função nos vários órgãos públicos,
sendo-lhes facultado obter o diploma de Assistente
Social, mediante provas prestadas nas Escolas de
Serviço Social, das matérias constantes do currículo
escolar e não incluídas nos cursos que hajam
frequentado.

Parágrafo único. Aos Agentes Sociais, qualquer que seja


sua denominação, serão assegurados os direitos e
vantagens previstos nesta lei, desde que venham, em
caráter de assistente social, exercendo a profissão há
mais de cinco anos.
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Os Artigos 4º e 5º da Lei 8.662/93 são de extrema relevância para o exercício


profissional, pois tratam, respectivamente, das competências e atribuições privativas
dos assistentes sociais. De acordo com Terra (1998), as competências se inserem na
capacidade profissional em apreciar e dar resolutividade a determinado assunto, já as
atribuições são prerrogativas do assistente social e somente ele poderá executá-las.
No tocante a este tema das atribuições e competências, notamos que este é um
conteúdo bastante solicitado nas provas da CESPE – você perceberá isso no item LISTA
DE QUESTÕES desta aula. Por conseguinte, consideramos primordial destacarmos o
disposto nestes artigos.

Art. 4º Constituem competências do Assistente Social:


I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos
da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e
organizações populares;
II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que
sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da
sociedade civil;
III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos,
grupos e à população;
IV - (Vetado);
V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido
de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na
defesa de seus direitos;
VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;
VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às
matérias relacionadas no inciso II deste artigo;
IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria
relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis,
políticos e sociais da coletividade;
X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de
Unidade de Serviço Social;
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de
benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e
indireta, empresas privadas e outras entidades.

Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social:


I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas,
planos, programas e projetos na área de Serviço Social;
II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de
Serviço Social;

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III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e


indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço
Social;
IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e
pareceres sobre a matéria de Serviço Social;
V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação
como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos
próprios e adquiridos em curso de formação regular;
VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço
Social;
VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de
graduação e pós-graduação;
VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de
pesquisa em Serviço Social;
IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões
julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes
Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social;
X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados
sobre assuntos de Serviço Social;
XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e
Regionais;
XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou
privadas;
XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira
em órgãos e entidades representativas da categoria profissional.

A CESPE costuma citar os incisos desses


artigos e perguntar se trata de atribuição
ou competência do assistente social. Para
ajudar a responder esse tipo de questão,
lembre-se sempre que as atribuições se
referem à matéria, unidade ou área de
Serviço Social. Se não houver vinculação
específica com o Serviço Social, trata-se
de competência!!!

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Retomando os Artigos da Lei, é importantíssimo você saber que em agosto de


2010 foi decretada e sancionada a Lei nº 12.317, a qual acrescentou à Lei nº 8.662/93 a
disposição sobre a duração do trabalho do assistente social em 30 horas semanais,
garantindo aos profissionais com contrato de trabalho em vigor na data de publicação
da lei, a adequação da jornada de trabalho para 30 horas, sem redução de salário.

Você deve saber que em alguns espaços sócio-ocupacionais,


a exemplo da própria DPU, DPE/SP, INSS e algumas
Prefeituras, não foi reconhecido o direito da jornada de
trabalho de 30 horas semanais.

Para saber um pouco mais sobre esse debate, confira esse


link no site do CFESS -
http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/473

Na sequência, a Lei trata dos Conselhos Federal e Regionais de Serviço Social, os


quais deixaram de ser denominados, respectivamente, por Conselho Federal de Assistentes
Sociais (CFAS) e Conselhos Regionais de Assistentes Sociais (CRAS). O CFESS e os
CRESS constituem, em seu conjunto, uma entidade com personalidade jurídica e forma
federativa, com o objetivo básico de disciplinar e defender o exercício da profissão de
assistente social em todo o território nacional.
Os Artigos 8º e 10º tratam das competências dos Conselhos profissionais. O CFESS
tem sede e foro no Distrito Federal, já os CRESS estão localizados nas capitais de Estado, no
Território e no Distrito Federal. Para exercerem a profissão, os assistentes sociais devem se
cadastrar no CRESS de sua região, sujeitando-se ao pagamento de anuidades, as quais são
compulsórias. Além disso, as Unidades de Ensino em Serviço Social devem comunicar aos
CRESS os campos de estágios de seus alunos e designar os assistentes sociais responsáveis
pela supervisão.
Por fim, o Artigo 20º da Lei dispõe sobre a organização dos membros efetivos dos
Conselhos, quais sejam: Presidente, Vice-Presidente, dois Secretários, dois Tesoureiros
e três membros do Conselho Fiscal, e nove suplentes, eleitos dentre os Assistentes
Sociais, por via direta, para um mandato de três anos, de acordo com as normas
estabelecidas em Código Eleitoral aprovado.

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Não deixe de ler a Lei de regulamentação da profissão!!! Aqui


trouxemos apenas os principais pontos!!!

5.2 Código de Ética profissional

O Código de Ética de 1993 foi instituído pela Resolução CFESS nº 273/1993 e


encontra-se organizado da seguinte forma: princípios fundamentais; Título I -
disposições gerais; Título II - dos direitos e das responsabilidades gerais do assistente
social; Título III - das relações profissionais; Título IV – da observância, penalidades,
aplicação e cumprimento deste Código.
Em relação aos princípios fundamentais, Terra (2012, p. 120 e 121) afirma que estes
representam “[...] a estrutura ideológica sobre a qual se elaborou e se assentou o Código de
Ética do assistente social [...] representando o alicerce do conjunto de regramento
estabelecido, que é o fundamento da concepção do projeto ético-político adotado pelo
Código”. São 11 princípios:

I – Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das


demandas políticas a ela inerentes – autonomia, emancipação e plena
expansão dos indivíduos sociais;
II – Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do
autoritarismo;
III – Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa
primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis,
sociais e políticos das classes trabalhadoras;
IV – Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização
da participação política e da riqueza socialmente produzida;
V – Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e
políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

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VI – Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito,


incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos
socialmente discriminados e à discussão das diferenças;
VII – Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes
profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e
compromisso com o constante aprimoramento intelectual;
VIII – Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de
construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração
de classe, etnia e gênero;
IX – Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais
que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos
trabalhadores;
X – Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e
com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência
profissional;
XI – Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem
discriminar por questões de inserção de classe social, gênero, etnia,
religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e
condição física.

Você precisa saber todos esses princípios. Fique atent@ ao primeiro, pois, o valor
ético central não é a justiça social, mas sim a liberdade. Os concursos podem fazer disso
uma pegadinha!!!!
É muito importante você saber que o conceito de liberdade do Código “[...] se
contrapõe à visão de ‘liberdade individual’ que tem sido pensada no sistema normativo
capitalista” (TERRA, 2012, p. 122). Para tanto, Terra (2012, p. 122) explica que essa
liberdade, preceituada no Código, fundamenta-se na tradição marxiana,
compreendendo-a “[...] como a capacidade que o homem possui de se autodeterminar,
de desenvolver suas potencialidades e habilidades, acentuando que a liberdade inexiste
na sociedade capitalista”.
O Título I do Código trata das competências do Conselho Federal de Serviço
Social (CFESS), dentre estas: zelar pela observância dos princípios e diretrizes do Código,
fiscalizando as ações dos Conselhos Regionais de Serviço Social (CRESS) e a prática
exercida pelos profissionais, instituições e organizações na área de Serviço Social; ademais, o
CFESS atua como Tribunal Superior de Ética Profissional. Já aos CRESS também cabe a

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função de zelar pelos princípios e diretrizes do Código, funcionando como órgão julgador de
primeira instância.
Os direitos e responsabilidades gerais do assistente social constam no Título II do
Código. No que se refere aos direitos dos profissionais, salientamos as alíneas “b”, “d”, e
“h”, as quais destacam, respectivamente, o livre exercício das atividades inerentes à
profissão; a inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação,
garantindo o sigilo profissional; ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo
obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou
funções.
O Título II também elenca dos deveres do assistente social, dentre estes: utilizar
seu número de registro no CRESS no exercício da profissão; abster-se, no exercício da
profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento
dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes. Além do mais, é
vedado ao profissional: transgredir qualquer preceito do Código; praticar e ser conivente com
condutas anti-éticas, crimes ou contravenções penais; compactuar com o exercício ilegal da
profissão, inclusive nos casos de estagiários que exerçam atribuições específicas, em
substituição aos profissionais; dentre outras.
Na sequência, o Título III trata das relações profissionais com os usuários; com as
instituições empregadoras e outras; com assistentes sociais e outros profissionais; com
as entidades da categoria e demais organizações da sociedade civil; do sigilo
profissional; das relações do assistente social com a Justiça.
No tocante às relações profissionais com os usuários, de modo geral, o Código dispõe
como deveres do assistente social: possibilitar o exercício democrático dos usuários nas suas
relações institucionais; impedir que seja estabelecida uma relação profissional autoritária com
os usuários dos serviços; a radicalização da democracia na relação profissional; a defesa e o
aprofundamento da democracia; a defesa da intimidade, do sigilo profissional e da
integralidade e da dignidade do usuário – a democratização das informações; ampliação e
consolidação da cidadania. Outrossim, é vedado ao assistente social: exercer sua autoridade
de maneira a limitar ou cercear o direito do usuário de participar e decidir livremente sobre
seus interesses; aproveitar-se de situações decorrentes da relação assistente social-usuário;
bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas instituições.
Já no que diz respeito à relação profissional com as entidades da categoria, o Código
define, dentre outros direitos, deveres e vedação, a prerrogativa do assistente social em

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denunciar ao Conselho Regional as instituições públicas ou privadas, onde as condições de


trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar os usuários ou profissionais.

O sigilo, conforme já pontuado, constitui direito do assistente social, sendo


vedada revelação, exceto quando se tratarem de situações cuja gravidade possa,
envolvendo ou não fato delituoso, trazer prejuízo aos interesses do usuário, de terceiros
ou da coletividade.
Do Título IV destacamos as penalidades aos profissionais que infringirem o
Código, quais sejam: multa; advertência reservada; advertência pública; suspensão do
exercício profissional e cassação do registro profissional.
Conforme disposto no Código, a pena de multa variará entre o mínimo correspondente
ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo. Diferentemente da advertência
reservada, que é confidencial, a advertência pública, a suspensão e a cassação do exercício
profissional são efetivadas através de publicação em Diário Oficial e em outro órgão da
imprensa, bem como são afixadas na sede do Conselho Regional de referência do denunciado
e na Delegacia Seccional do CRESS da jurisdição de seu domicílio. O prazo da pena de
suspensão do exercício profissional pode variar de 30 (trinta) dias a 02 (dois) anos,
estendendo-se por todo o território nacional.
Essas penas são aplicadas no curso de processos disciplinares, executados pelos
Conselhos Regionais, nos quais são considerados os antecedentes profissionais do infrator e
as circunstâncias em que ocorreu a infração. Na imposição de qualquer penalidade, cabe
recurso com efeito suspensivo ao CFESS.

Car@ alun@

É importantíssima a leitura do Código de Ética!!!!

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5.3 Resoluções do Conselho Federal de Serviço Social

Car@ alun@, se você acessar o site do CFESS, especificamente por meio deste link -
http://www.cfess.org.br/visualizar/menu/local/resolucoes-e-portarias-cfess - encontrará todas
as Resoluções e Portarias já publicadas pelo nosso Conselho Federal. Desse modo, é
importante que você acesse e leia todas as Resoluções, pois aqui trataremos das principais,
dentre as quais: 383/1999; 395/1999; 427/2002; 443/2003; 489/2006; 493/2006; 512/2007;
513/2007; 533/2008; 548/2009; 554/2009; 556/2009; 557/2009; 569/2010; 594/2011;
615/2011; 627/2012 e 660/2013.

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A Resolução 383/1999 caracteriza o assistente social como um profissional da


saúde, mas, salienta não ser um profissional exclusivamente da saúde, pois, o
assistente social atua no âmbito das políticas sociais, podendo estar inserido em
outras áreas.

A Resolução 395/1999 veda que o CFESS e os respectivos CRESS recebam


qualquer “curriculum vitae” de profissionais assistentes sociais, bem como a
seleção ou análise destes ou mesmo qualquer indicação ou recomendação para
contratação, admissão ou prestação de serviços, de trabalho, de atividades de
funções ou outras da mesma natureza, em órgãos da administração pública ou
privada.

A Resolução 427/2002, em alteração à Resolução 299/1994, define a dispensa de


pagamento da anuidade para o assistente social que completar 60 (sessenta)
anos de idade. Essa dispensa será concedida automaticamente pelo CRESS, a
partir do exercício do referido aniversário.

A Resolução 443/2003 institui os procedimentos para a realização de desagravo


público. O desagravo é um instrumento utilizado pelos Conselhos Regionais de
Serviço Social quando, no exercício de suas atribuições e funções, o assistente
social for ofendido ou atingido em sua honra profissional. Desse modo, o
assistente social poderá representar perante o Conselho Regional onde esteja
inscrito, para apuração dos fatos contra quem der ensejo ou causa a violação de
seus direitos ou prerrogativas.

A Resolução 489/2006 estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou


preconceituosas, por orientação e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo,
no exercício profissional do assistente social, regulamentando princípio inscrito
no Código de Ética Profissional.

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RESOLUÇÃO CFESS nº 493/2006

Car@ alun@, esta Resolução é uma das mais importantes, seja por ser um tema solicitado
nas provas, seja pelo fato de ser um importantíssimo respaldo jurídico na condução do
nosso trabalho, na medida em que dispõe sobre as condições éticas e técnicas do
exercício profissional do assistente social. Na sequência destacamos os pontos mais
relevantes:

Art. 2º - O local de atendimento destinado ao assistente social deve ser dotado de espaço
suficiente, para abordagens individuais ou coletivas, conforme as características dos
serviços prestados, e deve possuir e garantir as seguintes características físicas:

a - iluminação adequada ao trabalho diurno e noturno, conforme a organização


institucional;
b - recursos que garantam a privacidade do usuário naquilo que for revelado durante
o processo de intervenção profissional;
c - ventilação adequada a atendimentos breves ou demorados e com portas fechadas;
d - espaço adequado para colocação de arquivos para a adequada guarda de material
técnico de caráter reservado.

Art. 3º - O atendimento efetuado pelo assistente social deve ser feito com portas
fechadas, de forma a garantir o sigilo.

Art. 4º - O material técnico utilizado e produzido no atendimento é de caráter


reservado, sendo seu uso e acesso restrito aos assistentes sociais.

Art. 7º - O assistente social deve informar por escrito à entidade, instituição ou órgão
que trabalha ou presta serviços, sob qualquer modalidade, acerca das inadequações
constatadas por este, quanto as condições éticas, físicas e técnicas do exercício
profissional, sugerindo alternativas para melhoria dos serviços prestados.

Parágrafo Primeiro - Esgotados os recursos especificados no “caput” do presente


artigo e deixando a entidade, instituição ou órgão de tomar qualquer providência ou as
medidas necessárias para sanar as inadequações, o assistente social deverá informar ao
CRESS do âmbito de sua jurisdição, por escrito, para intervir na situação.

Parágrafo Segundo - Caso o assistente social não cumpra as exigências previstas pelo
“caput” e/ou pelo parágrafo primeiro do presente artigo, se omitindo ou sendo
conivente com as inadequações existentes no âmbito da pessoa jurídica, será
notificado a tomar as medidas cabíveis, sob pena de apuração de sua
responsabilidade ética.

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RESOLUÇÃO CFESS nº 513/2007

Trata dos procedimentos para efeito da lacração do material técnico sigiloso do


Serviço Social

Art. 2º – O Assistente Social garantirá o caráter confidencial das informações que vier a
receber em razão de seu trabalho, bem como do material técnico produzido.

Parágrafo Único – Em caso de demissão ou exoneração, o assistente social, deverá


repassar todo o material técnico ao assistente social que vier a substituí-lo.

Art. 3º – Na impossibilidade de fazê-lo, o material deverá ser lacrado na presença de


um representante ou fiscal do CRESS, para somente vir a ser utilizado pelo
assistente social substituto, quando, será rompido o lacre, também na presença de
um representante do CRESS.

Parágrafo Único – No caso da impossibilidade do comparecimento de um fiscal ou


representante do CRESS, o material será deslacrado pelo assistente social que vier a
assumir o Setor de Serviço Social, que remeterá, logo em seguida, relatório
circunstanciado do ato do rompimento do lacre, declarando que passará a se
responsabilizar pela guarda e sigilo do material.

Art. 4º – Em caso de extinção do Serviço Social da instituição, os arquivos poderão


ser incinerados pelo profissional responsável, até aquela data, por este serviço, que
também procederá a imediata comunicação, por escrito, ao CRESS.

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RESOLUÇÃO CFESS nº 533/2008 - regulamenta a supervisão direta de estágio no


Serviço Social

Art. 2º. A supervisão direta de estágio em Serviço Social é atividade privativa do


assistente social, em pleno gozo dos seus direitos profissionais, devidamente inscrito no
CRESS de sua área de ação, sendo denominado supervisor de campo o assistente social
da instituição campo de estágio e supervisor acadêmico o assistente social professor
da instituição de ensino.

Parágrafo único. Para sua realização, a instituição campo de estágio deve assegurar os
seguintes requisitos básicos: espaço físico adequado, sigilo profissional, equipamentos
necessários, disponibilidade do supervisor de campo para acompanhamento presencial da
atividade de aprendizagem, dentre outros requisitos, nos termos da Resolução CFESS nº
493/2006, que dispõe sobre as “condições éticas e técnicas do exercício profissional do
assistente social”.

Parágrafo único do Art. 3º. A definição do número de estagiários a serem


supervisionados deve levar em conta a carga horária do supervisor de campo, as
peculiaridades do campo de estágio e a complexidade das atividades profissionais,
sendo que o limite máximo não deverá exceder 1 (um) estagiário para cada 10 (dez)
horas semanais de trabalho.

Art. 4º. A supervisão direta de estágio em Serviço Social estabelece-se na relação entre
unidade acadêmica e instituição pública ou privada que recebe o estudante, sendo que
caberá:

I) ao supervisor de campo apresentar projeto de trabalho à unidade de ensino


incluindo sua proposta de supervisão, no momento de abertura do campo de
estágio;
II) aos supervisores acadêmico e de campo e pelo estagiário construir plano de
estágio onde constem os papéis, funções, atribuições e dinâmica processual da
supervisão, no início de cada semestre/ano letivo.

Art. 6º. Ao supervisor de campo cabe a inserção, acompanhamento, orientação e


avaliação do estudante no campo de estágio em conformidade com o plano de estágio.

Art. 7º. Ao supervisor acadêmico cumpre o papel de orientar o estagiário e avaliar


seu aprendizado, visando a qualificação do aluno durante o processo de formação e
aprendizagem das dimensões técnico-operativas, teórico-metodológicas e ético-
política da profissão.

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RESOLUÇÃO CFESS nº 554/2009

Alun@, esta Resolução dispõe sobre o não reconhecimento da inquirição das vítimas
crianças e adolescentes no processo judicial, sob a Metodologia do Depoimento Sem
Dano/DSD, como sendo atribuição ou competência do profissional assistente social.

Esta é uma temática que merece bastante cuidado e atenção, sobretudo para os assistentes
sociais lotados nas instituições do Sistema de Justiça (Tribunais, Ministérios Públicos e
Defensorias Públicas). Cabe pontuarmos que há muitos interesses em disputa, os quais
culminaram, inclusive, na suspensão desta Resolução por decisão judicial.

Para que você possa entender melhor o que é essa metodologia e qual o debate na
profissão, sugerimos o acesso e leitura dos textos indicados nos links abaixo:

http://www.cfess.org.br/arquivos/Documento_DSD_COFI.pdf

http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1107

http://www.aasptjsp.org.br/noticia/escuta-especial-depoimento-sem-dano-
subs%C3%ADdios-aos-que-n%C3%A3o-querem-dela-participar

RESOLUÇÃO CFESS nº 557/2009

Dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas conjuntos entre o


assistente social e outros profissionais.

Art. 4°. Ao atuar em equipes multiprofissionais, o assistente social deverá garantir a


especificidade de sua área de atuação.

Parágrafo primeiro - O entendimento ou opinião técnica do assistente social sobre o


objeto da intervenção conjunta com outra categoria profissional e/ ou equipe
multiprofissional, deve destacar a sua área de conhecimento separadamente,
delimitar o âmbito de sua atuação, seu objeto, instrumentos utilizados, análise social
e outros componentes que devem estar contemplados na opinião técnica.

Parágrafo segundo - O assistente social deverá emitir sua opinião técnica somente
sobre o que é de sua área de atuação e de sua atribuição legal, para qual está habilitado
e autorizado a exercer, assinando e identificando seu número de inscrição no Conselho
Regional de Serviço Social.

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RESOLUÇÃO CFESS nº 569/2010

Esta Resolução veda ao assistente social vincular ou associar ao título de assistente


social e/ou ao exercício profissional as seguintes atividades de terapias individuais,
grupais e/ou comunitárias:

 Intervenção profissional que visa a tratar problemas somáticos, psíquicos ou


psicossomáticos, suas causas e seus sintomas;
 Atividades profissionais e/ou clínicas com fins medicinais, curativos, psicológicos
e/ou psicanalíticos que atuem sobre a psique.

De acordo com o parágrafo segundo do Art. 3º, a Resolução assegura a atuação


profissional com indivíduos, grupos, famílias e/ou comunidade, fundamentada nas
competências e atribuições estabelecidas na Lei 8662/93, nos princípios do Código de
Ética do Assistente Social e nos fundamentos históricos, teóricos e metodológicos do
Serviço Social previstos na Resolução CNE/CES/MEC nº 15, de 13 de março de 2002,
garantindo o pluralismo no exercício profissional.

RESOLUÇÃO CFESS nº 615/2011

Dispõe sobre a inclusão e uso do nome social da assistente social travesti e do(a)
assistente social transexual nos documentos de identidade profissional

Art. 1º.Fica assegurado às pessoas travestis e transexuais, nos termos desta resolução,
o direito à escolha de tratamento nominal a ser inserido na Cédula e na Carteira de
Identidade Profissional, bem como nos atos e procedimentos promovidos no âmbito
do CFESS e dos CRESS;

Parágrafo 1º.As Carteiras e Cédulas de Identidade profissional, a partir da nova expedição


pelo CFESS, serão confeccionadas contendo um campo adequado para inserção do nome
social do(a) assistente social, que assim requererem.

Art. 3º. Fica permitida a utilização do nome social nas assinaturas decorrentes do
trabalho desenvolvido pelo(a) assistente social, juntamente com o número do registro
profissional.

Parágrafo único – Para efeito de tratamento profissional do(a) assistente social, a exemplo
de crachás, dentre outros, deverá ser utilizado somente o nome social e o número de
registro.

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RESOLUÇÃO CFESS nº 627/2012

Veda a utilização de símbolos, imagens e escritos religioso nas dependências do


Conselho Federal; dos Conselhos Regionais e das Seccionais de Serviço Social.

6. RESUMO DO CONCURSEIR@

- Mudanças no mundo do trabalho e repercussões para o trabalho profissional do


assistente social.

 Iamamoto (2006) situa a discussão do Serviço Social enquanto especialização do


trabalho coletivo, bem como a condição de trabalhador assalariado do assistente
social, visto que o trabalho cotidiano depende da relação que o profissional estabelece
com o seu empregador, a qual é determinada pelo conjunto macroestrutural do modo
de produção vigente;
 A ideologia neoliberal tem implicado na reestruturação do papel do Estado e das
políticas sociais. Assim, considerando que o Estado é o maior empregador de
assistentes sociais, bem como as políticas sociais são uma mediação fundamental para
o exercício profissional, esta conjuntura tem produzido mudanças nos processos de
trabalho nos quais os assistentes sociais estão inseridos.

- Fundamentos éticos do agir profissional

 A ética e o valor são construções históricas dos homens;

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 A possibilidade de constituição dos homens como seres éticos se efetiva pela sua
capacidade em agir de forma consciente e racional. Desse modo, o assistente social é
um sujeito ético-moral, pois, o exercício profissional produz um resultado na vida
concreta dos usuários, bem como na própria constituição histórica da sociedade;
 O CE é um instrumento educativo e orientador do comportamento ético profissional
do assistente social: representa a autoconsciência ético-política da categoria em dado
momento histórico;
 A instituição de um Código de Ética, o seu conhecimento e aceitação pela categoria
profissional não garantem a objetivação da ética profissional, pois, há determinantes
internos e externos à profissão que repercutem no trabalho profissional. Logo, o
posicionamento ético não depende apenas da intencionalidade profissional.
 Ao longo da trajetória histórica do Serviço Social foram instituídos os Códigos de
Ética de 1947, 1965, 1975, 1986 e 1993;
 Os três primeiros (1947, 1965 e 1975) fundamentavam-se nas perspectivas
neotomistas e positivista;
 O Código de 1986 representou um rompimento com as perspectivas presentes nos
Códigos anteriores, desvelando: o caráter político da intervenção ética, o caráter de
classe dos usuários, a negação de valores a-históricos. O compromisso profissional
dirige-se à realização dos direitos e das necessidades dos usuários;
 O Código de 1993, instituído pela Resolução CFESS nº 273, ofereceu respostas
objetivas ao exercício profissional, explicitando a relação entre valores essenciais e as
suas formas de objetivação no âmbito das instituições. O valor ético central deste
Código é a liberdade, entendida como a capacidade do homem em se autodeterminar,
de desenvolver suas potencialidades e habilidades.

- Projeto Ético-Político do assistente social

 Instaura-se na transição da década de 1970 à de 1980 como resultado de um processo


de Renovação do Serviço Social brasileiro;
 Reconhecimento da liberdade como valor central; compromisso com a autonomia, a
emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais; vinculação a um projeto
societário que propõe a construção de uma nova ordem social, sem dominação e/ou

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exploração de classe, etnia e gênero. Defesa intransigente dos direitos humanos e a


recusa do arbítrio e dos preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo.
 Possui três dimensões: teórica, jurídico-política e político-organizativa.
 Desde a década de 1990 o projeto tem convivido com as inflexões das políticas
neoliberais, as quais apresentam um projeto de sociedade contrário à defesa política
da profissão;
 O desafio profissional atual é reafirmar os valores, os objetivos e os conhecimentos
teóricos que sustentam o projeto ético-político, a partir de intervenções que se
esboçam como alternativas à política hegemônica neoliberal.

- Lei de regulamentação da profissão

 Lei Federal n. 8.662/1993 dispõe sobre a profissão de assistente social e dá outras


providências;
 Os Artigos 4º e 5º desta Lei tratam, respectivamente, das competências e atribuições
privativas dos assistentes sociais;
 No ano de 2010 foi regulamentada a duração da jornada de trabalho dos assistentes
sociais em 30 horas semanais;
 O CFESS e os CRESS constituem, em seu conjunto, uma entidade com personalidade
jurídica e forma federativa, com o objetivo básico de disciplinar e defender o
exercício da profissão de assistente social em todo o território nacional.

- Resoluções do Conselho Federal de Serviço Social

 A Resolução 383/1999 caracteriza o assistente social como um profissional da saúde,


mas, salienta não ser um profissional exclusivamente da saúde, pois, o assistente
social atua no âmbito das políticas sociais, podendo estar inserido em outras áreas.
 A Resolução 395/1999 veda que o CFESS e os respectivos CRESS qualquer
“curriculum vitae” de profissionais assistentes sociais, bem como a seleção ou análise
destes ou mesmo qualquer indicação ou recomendação para contratação, admissão ou
prestação de serviços, de trabalho, de atividades de funções ou outras da mesma
natureza, em órgãos da administração pública ou privada.
 A Resolução 427/2002, em alteração à Resolução 299/1994, define a dispensa de
pagamento da anuidade para o assistente social que completar 60 (sessenta) anos de
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idade. Essa dispensa será concedida automaticamente pelo CRESS, a partir do


exercício do referido aniversário.
 A Resolução 443/2003 institui os procedimentos para a realização de desagravo
público. O desagravo é um instrumento utilizado pelos Conselhos Regionais de
Serviço Social quando, no exercício de suas atribuições e funções, o assistente social
for ofendido ou atingido em sua honra profissional. Desse modo, o assistente social
poderá representar perante o Conselho Regional onde esteja inscrito, para apuração
dos fatos contra quem der ensejo ou causa a violação de seus direitos ou prerrogativas.
 A Resolução 489/2006 estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou
preconceituosas, por orientação e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo, no
exercício profissional do assistente social, regulamentando princípio inscrito no
Código de Ética Profissional.
 A Resolução 493/2006 dispõe sobre as condições éticas e técnicas do exercício
profissional do assistente social;
 A Resolução 513/2007 trata dos procedimentos para efeito da lacração do material
técnico sigiloso do Serviço Social;
 A Resolução 533/2008 regulamenta a supervisão direta de estágio no Serviço Social;
 A Resolução 554/2009mdispõe sobre o não reconhecimento da inquirição das vítimas
crianças e adolescentes no processo judicial, sob a Metodologia do Depoimento Sem
Dano/DSD, como sendo atribuição ou competência do profissional assistente social;
 A Resolução 557/2009 dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, opiniões técnicas
conjuntos entre o assistente social e outros profissionais;
 A Resolução 569/2010 veda ao assistente social vincular ou associar ao título de
assistente social e/ou ao exercício profissional as seguintes atividades de terapias
individuais, grupais e/ou comunitárias;
 A Resolução 615/2011dispõe sobre a inclusão e uso do nome social da assistente
social travesti e do(a) assistente social transexual nos documentos de identidade
profissional;
 A Resolução 627/2012 veda a utilização de símbolos, imagens e escritos religioso nas
dependências do Conselho Federal; dos Conselhos Regionais e das Seccionais de
Serviço Social.

Caro alun@! Vamos agora treinar o seu conhecimento. Primeiro apresentamos as


questões comentadas, e depois um mini simulado para você avaliar o que aprendeu, e quais
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os temas em que precisa aprofundar seus estudos. Lembrando que qualquer dúvida estou à
disposição no fórum!!!

7. QUESTÕES COMENTADAS

1) INSS - Analista - Serviço Social - 2009 - FUNRIO. De acordo com Barroco (2005), a
elaboração do Código de Ética de 1986.

a) orienta um ethos neoconservador para o Serviço Social.


b) abre caminho para o militantismo e o basismo na prática profissional.
c) evidencia o ecletismo teórico-metodológico presente na profissão.
d) determina o trabalho do assistente social junto aos movimentos sociais, não mais nas
instituições
e) expressa formalmente a ruptura ética com o tradicionalismo do Serviço Social.

Comentário: Car@ alun@. Como vimos na aula a autora Maria Lucia Barroco é referência
dentro do Serviço Social quando falamos em ética. Em sua importante obra de 2005 “Ética e
Serviço Social - fundamentos ontológicos”, ela afirma que os três primeiros Códigos de Ética
do Serviço Social (de 1947, 1965 e 1975) fundamentavam-se, de modo geral, no neotomismo
e no positivismo. Apenas na década de 1980, no contexto de redemocratização do país e do
processo de renovação do Serviço Social brasileiro, foi elaborado o Código de Ética de 1986,
que é o primeiro a romper com o tradicionalismo profissional, com aproximação da profissão
à tradição teórica marxista. Assim, a alternativa correta é a letra “e”. Querid@ alun@, é
muito importante que você entenda o que o Código de Ética de 1986 representa para a nossa
profissão. Esse tema é muito pedido nas provas de concursos!

Gabarito: E

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2) INSS - Analista - Serviço Social - 2009 - FUNRIO. A revisão do Código de Ética


Profissional do Serviço Social de 1986, que se materializou no Código de Ética Profissional
de 1993, partiu da compreensão de que a ética deve ter como suporte.

a) a instituição de normas não inatas.


b) a neutralidade perante as situações complexas.
c) a valorização da consciência moral da profissão.
d) uma ontologia do ser social.
e) um conjunto de valores que expressem regras de conduta

Comentário: Alun@! Nesta questão da última prova para Assistente Social do INSS você
precisa novamente ter conhecimento das diferenças entre os últimos Códigos de Ética da
nossa categoria: o atual (de 1993) e o anterior a este (1986). Vamos relembrar então! O
Código de Ética de 1993 expressa uma revisão do Código de Ética de 1986, em dois níveis.
Primeiro: reafirma os valores ético-político fundantes: liberdade, justiça social e democracia;
e traduz esses valores na normatização do exercício profissional.
Nesse sentido, de acordo com o texto de Introdução do Código de Ética Profissional
do Assistente Social de 1993:

A revisão que se procedeu, compatível com o espírito do texto de 1986,


partiu da compreensão de que a ética deve ter como suporte uma ontologia
do ser social: os valores são determinações da prática social, resultantes
da atividade criadora tipificada no processo de trabalho. É mediante o
processo de trabalho que o ser social se constitui, se instaura como distinto
do ser natural, dispondo de capacidade teleológica, projetiva, consciente; é
por esta socialização que ele se põe como ser capaz de liberdade. Esta
concepção já contém, em si mesma, uma projeção de sociedade - aquela em
que se propicie aos/às trabalhadores/as um pleno desenvolvimento para a
invenção e vivência de novos valores, o que, evidentemente, supõe a
erradicação de todos os processos de exploração, opressão e alienação. É ao
projeto social aí implicado que se conecta o projeto profissional do Serviço
Social - e cabe pensar a ética como pressuposto teórico-político que remete
ao enfrentamento das contradições postas à profissão, a partir de uma visão
crítica, e fundamentada teoricamente, das derivações ético-políticas do agir
profissional.

Você pode acessar o Código de Ética de 1993 no site do CFESS, através do link:
http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf.

Gabarito: D

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3) INSS - Analista - Serviço Social - 2009 - FUNRIO. O Governo Lula da Silva traz, para
o Serviço Social, desafios de grande monta para a continuidade do seu projeto profissional
hegemônico. Dentre as principais, Netto (2004) elenca.

a) a preservação da autonomia política da profissão na condução do Projeto Ético-Político.


b) a necessidade de adaptação do Projeto Ético-Político às novas políticas sociais.
c) a revisão do Código de Ética e das Diretrizes Curriculares do Serviço Social.
d) a viabilização de cursos de aperfeiçoamento profissional.
e) a reconfiguração do militantismo entre os assistentes sociais.

Comentários: Em seu artigo para a Revista Serviço Social e Sociedade, nº 79 (ano XXIV,
setembro de 2004) intitulado “A conjuntura brasileira: o Serviço Social posto à prova” o
autor José Paulo Netto afirma que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deu continuidade e
aprofundou os princípios neoliberais do governo anterior, de FHC. Este contexto traz para o
Serviço Social desafios para continuidade de seu projeto profissional. Assim, o autor
estabelece como importante preservar a autonomia da profissão, face aquele contexto adverso
aos princípios emanados do nosso Projeto Ético Político. Assim, a alternativa correta é a
letra “a”. É importante que você concurseir@ esteja antenado com as principais notícias
sobre as ações do atual governo Dilma. Os concursos costumam muito pedir esse tipo de
questão! Então, além de estudar as nossas aulas assista aos noticiários, leia um jornal...

Gabarito: A

4) DPU – Assistente Social – 2010 – CESPE. O serviço social brasileiro construiu um


projeto profissional inovador com fundamentos históricos e teórico-metodológicos, apoiado
em valores e princípios éticos radicalmente humanistas e nas particularidades da formação
histórica do país.

Marilda Iamamoto. O serviço social na cena contemporânea. In: Serviço social:


direitos e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009, p. 18 (com
adaptações).

A partir do texto acima, assinale a opção correta.

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a) O caráter ético-político do projeto profissional elimina a dimensão técnico-profissional


desse projeto.
b) Os princípios éticos que norteiam o projeto profissional fundamentam-se no ideário da
modernidade, que coloca a questão social central da liberdade do ser social no cerne da
reflexão ética.
c) O projeto profissional construído em uma perspectiva essencialmente corporativa defende
somente os interesses imediatos dos assistentes sociais.
d) A reafirmação do projeto ético-político hegemônico do serviço social depende
exclusivamente das respostas políticas no campo da formação.
e) A principal crítica ao projeto ético-político hegemônico do serviço social refere-se a sua
característica conservadora

Comentário: Car@ alun@, de acordo com o estudado nesta aula, de início, já conseguimos
perceber que o conteúdo da alternativa “e” está totalmente equivocado, pois, o projeto ético-
político do Serviço Social rompe, justamente, com o conservadorismo profissional.
Ademais, este projeto tem como direção social a busca de uma nova ordem societária,
portanto, não se limita aos interesses imediatos dos assistentes sociais, tampouco
depende exclusivamente das respostas políticas no campo da formação, assim, as
alternativas “c” e “d” também estão erradas. O erro da letra “a” encontra-se na afirmação de
que o projeto profissional elimina a dimensão técnico-profissional – observe a citação de
Netto (1999) os projetos profissionais “[...] apresentam a autoimagem de uma profissão,
elegem os valores que a legitimam socialmente, delimitam e priorizam os seus objetivos
e funções, formulam os requisitos (teóricos, institucionais e práticos) para o seu
exercício [...]”, ou seja, não elimina a dimensão técnico profissional. Neste sentido,
chegamos à conclusão que a alternativa correta é a letra “b” – não se esqueça, a liberdade é o
núcleo central do projeto profissional.

Gabarito: Letra B

5) DPU – Assistente Social – 2010 – CESPE. No cenário contemporâneo, considera-se


tendência e desafio do serviço social

a) o enfrentamento da partilha de demandas, tanto na esfera pública quanto no setor privado,


diante das perspectivas desregulamentadoras dos mercados de trabalho.
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b) uma rigorosa formação teórico-metodológica, com padronização das teorias sociais


voltadas à consolidação dos modelos flexíveis de acumulação do capital.
c) a exigência de competência profissional fundamentada em uma racionalidade própria da
burocracia.
d) a necessidade de competência técnica que reforça o saber fazer, independentemente da
vontade política dos sujeitos.
e) a defesa de alternativas privatistas da questão social, conforme preconizado no projeto
ético-político profissional hegemônico.

Comentário: Ao lermos a questão, conseguimos excluir as alternativas “e”, “d”, “c” e “b”,
pois, o projeto ético-político não defende alternativas privatistas da questão social, pelo
contrário; no exercício profissional a competência técnica está intrinsecamente associada
a um posicionamento político e não em uma competência burocrática; a teoria social
fundamentada em Marx faz a crítica aos modelos flexíveis de acumulação do capital.
Logo, observamos que a alternativa correta é a letra “a”, na medida em que o Serviço Social
vem enfrentando os rebatimentos da ideologia neoliberal.

Gabarito: Letra A

6) DPU – Assistente Social – 2010 – CESPE. Com relação à Lei n.º 8.662/1993, que
regulamenta a profissão de assistente social, assinale a opção correta.

a) Constitui competência do assistente social coordenar seminários, encontros, congressos e


eventos assemelhados sobre assuntos de serviço social.
b) As competências expressam capacidade para apreciar ou dar resolutividade a determinado
assunto, sendo exclusivas do assistente social.
c) As atribuições são prerrogativas exclusivas do assistente social ao serem definidas como
matéria, área e unidade de serviço social.
d) Constitui atribuição privativa do assistente social elaborar, coordenar, executar e avaliar
planos, programas e projetos com participação da sociedade civil.
e) Compete privativamente ao assistente social planejar, organizar e administrar benefícios e
serviços sociais.

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Comentário: Alun@, conforme já trabalhamos ao longo de toda a aula, as competências e as


atribuições dos assistentes sociais estão dispostas, respectivamente, nos Artigos 4º e 5º da Lei
nº 8.662/1993. Lembre-se que, de acordo com Terra (1998), as competências se inserem na
capacidade profissional em apreciar e dar resolutividade a determinado assunto, já as
atribuições são prerrogativas do assistente social e somente ele poderá executá-las (área,
matéria e unidade de Serviço Social). Neste sentido, analisando as possibilidades,
chegamos à conclusão que a letra “c” é a alternativa correta.

Gabarito: Letra C

7) DPU – Assistente Social – 2010 – CESPE. Acerca do projeto ético-político do serviço


social que fundamenta o exercício profissional dos assistentes sociais, assinale a opção
correta.

a) A construção do projeto profissional a partir das determinações sócio-históricas


desvincula-se da reconceituação do serviço social.
b) Os projetos profissionais, por comportarem valores e elementos da autoimagem
profissional, são totalmente desvinculados dos projetos societários.
c) No projeto ético-político hegemônico, estão presentes concepções sobre o direito à
diferença e às formações identitárias, bem como sua relação intrínseca com as lutas
igualitárias.
d) Os projetos ético-políticos profissionais limitam-se a normatizações morais.
e) A competência requisitada impõe o uso de instrumental, sem recorrer a mediações no
processo de intervenção.

Comentário: Ao analisarmos esta questão, de pronto, conseguimos eliminar algumas


alternativas. De acordo com o apresentado no conteúdo teórico da aula, a construção do
projeto profissional vincula-se estreitamente com o movimento de reconceituação do
Serviço Social; esse projeto profissional tem como perspectiva a construção de uma
nova ordem social, motivo pelo qual está totalmente vinculado a um projeto societário; os
projetos ético-políticos não se limitam a normatizações morais, “[...] envolvem ainda as
escolhas teóricas, ideológicas e políticas das categorias e dos profissionais [...]” (NETTO,
1999, p. 98) – desse modo, observamos que as alternativas “a”, “b” e “d” estão erradas. A
letra “e” também utiliza termos que nos causam estranhamento, na medida em que vincula e
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restringe o projeto profissional à competência e ao uso de instrumental – como vimos na


afirmação de Netto, os projetos profissionais são muito mais que isso, além disso, teremos
uma aula que tratará do conceito de instrumentalidade. Assim, chegamos à conclusão de que
a alternativa correta é a letra “c”.

8) DPU – Assistente Social – 2010 – CESPE. As defensorias públicas, contempladas na


Constituição Federal de 1988, com o objetivo de garantir o acesso à justiça aos cidadãos em
situação de vulnerabilidade econômica, são importantes instrumentos de assistência jurídica,
judicial e extrajudicial na defesa de direitos. Nesse espaço sócio-ocupacional, a atuação do
assistente social deve

a) evitar uma atitude fatalista do processo histórico, fruto de uma naturalização da ordem do
capital.
b) estimular o messianismo profissional que superestima os propósitos dos sujeitos
individuais.
c) priorizar a prática como uma relação singular entre o assistente social e o usuário de seus
serviços, independentemente da sua relação com a questão social.
d) desenvolver uma prática profissional focada nas demandas imediatas do cotidiano, visando
operar mudanças comportamentais.
e) apropriar-se de teorias sociais macroscópicas, convertendo-as em modelos ou métodos de
ação profissional.

Comentário: De início, alun@, notamos que as letras “a” e “b” tratam do fatalismo e do
messianismo – construções elaboradas pela Professora Iamamoto e indicadas na aula 00 do
nosso curso. Tais posturas devem ser evitadas pela profissão, pois desconsideram as
possibilidades e os limites que se constroem no percurso da história. Por conseguinte, ao
lermos as alternativas, observamos que a letra “a” está correta. É importante que você
também consiga identificar porque as outras alternativas estão erradas, vamos lá! As letras
“c” e “d” tratam da prática profissional como uma relação que independente da questão
social, além de focada nas demandas imediatas do cotidiano; bem, podemos dizer que são
afirmações totalmente equivocadas, pois, as manifestações da questão social são o objeto
de intervenção da nossa profissão. Outrossim, lembre-se sempre que, ao fundamentar-se na
perspectiva teórica marxista, a profissão busca ultrapassar visões imediatistas da
realidade social. Já a letra “e” também está equivocada, na medida em que as teorias sociais
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nos fornecem os fundamentos para a leitura da realidade social, apreendê-las enquanto


modelos trata-se de reducionismo.

8. LISTA DE QUESTÕES

1) TJ/SE – Analista Judiciário – Serviço Social – 2014 – CESPE. Com relação às


competências e atribuições privativas do assistente social, julgue o item a seguir.
Embora assessoria e consultoria estejam entre as ações de competência do assistente social,
elas podem ser realizadas por profissionais de outras áreas quando não forem do serviço
social.

( ) Certo
( ) Errado

2) TJ/SE – Analista Judiciário – Serviço Social – 2014 – CESPE. Julgue o item a seguir,
com relação ao debate ético contemporâneo e à busca da consolidação do projeto ético-
político do serviço social.
Os debates e reflexões acerca da ética ocorridos na década de 80 do século passado
promoveram a ruptura com concepções filosóficas conservadoras, fundadas no neotomismo,
que tinham por fundamento a lógica da harmonia e da neutralidade.

( ) Certo
( ) Errado

3) Polícia Federal – Assistente Social – 2014 – CESPE. Com base na Lei de


Regulamentação da Profissão de Assistente Social, julgue os itens subsequentes, relativos às
atribuições privativas desse profissional.

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Prestar orientação social a indivíduos e grupos em ambientes institucionais constitui


atribuição privativa do assistente social.

( ) Certo
( ) Errado

4) MPU – Analista – Serviço Social – 2013 – CESPE. A respeito da lei de regulamentação


da profissão e resoluções do Conselho Federal de Serviço Social, julgue o item seguinte.
É facultado ao Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), aos Conselhos Regionais de
Serviço Social (CRESS) e às seccionais o uso de símbolo, imagem e escritos religiosos em
suas dependências, sendo vedado o uso dos mesmos em campanhas de publicidade de alcance
coletivo.

( ) Certo
( ) Errado

5) MPU – Analista – Serviço Social – 2013 – CESPE. A respeito da atuação profissional


do assistente social, julgue o item subsequente.
O assistente social que exerce supervisão direta de estágio em serviço social está
submetido a todas as regras emanadas pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS),
inclusive as normas técnicas e éticas que regulamentam o exercício profissional e a
fiscalização.

( ) Certo
( ) Errado

6) MPU – Analista – Serviço Social – 2013 – CESPE. A respeito da atuação profissional do


assistente social, julgue o item subsequente.
Ao ser demitido de uma instituição, é dever do assistente social repassar todo o material
técnico ao profissional que vier substituí-lo. Caso isso não ocorra, o material deve ser lacrado
na presença de um representante do CRESS e reaberto pelo assistente social substituto,
também na presença de um representante do CRESS.

( ) Certo
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( ) Errado

7) MPU – Analista – Serviço Social – 2013 – CESPE. A respeito da atuação profissional do


assistente social, julgue o item subsequente.
Quando intimado por autoridade competente a prestar depoimento como testemunha, o
assistente social se restringirá a prestar esclarecimentos e emitir opiniões desde que sejam de
natureza técnica.

( ) Certo
( ) Errado

8) DEPEN – Serviço Social – 2013 – CESPE. O projeto ético-político do serviço social


baseia-se na lei de regulamentação dessa profissão, no respectivo código de ética e nas
diretrizes curriculares. Com relação ao exercício profissional do assistente social, julgue os
itens a seguir.
A ideologia neoconservadora é fortalecida nas instituições sob formas de controle pautadas
na racionalidade tecnocrática e sistêmica, em que o empregado é requisitado para executar
um trabalho repetitivo e burocrático, pragmático e heterogêneo.

( ) Certo
( ) Errado

9) DEPEN – Serviço Social – 2013 – CESPE. As resoluções do Conselho Federal de


Serviço Social são importantes instrumentos de orientação e normatização do exercício
profissional dos assistentes sociais. Com base nessas resoluções, julgue os itens seguintes.
O assistente social, na qualidade de perito judicial ou assistente técnico, sempre que for
convocado a comparecer a audiência, por determinação ou solicitação de juiz, curador ou
promotor de justiça, deve prestar esclarecimentos e formular sua avaliação fundamentada nas
informações sobre fatos, principalmente aqueles presenciados ou que tomou conhecimento
em decorrência de seu exercício profissional

( ) Certo
( ) Errado

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10) SERPRO – Analista - Serviço Social – 2013 – CESPE. Com base no código de ética do
assistente social e na lei de regulamentação da profissão, julgue os itens seguintes.
É correto afirmar que a participação do assistente social na elaboração e gerenciamento de
políticas e programas sociais é tanto um direito, segundo o código de ética, como uma
atribuição privativa do assistente social.

( ) Certo
( ) Errado

11) SERPRO – Analista - Serviço Social – 2013 – CESPE. Com base no código de ética
do assistente social e na lei de regulamentação da profissão, julgue os itens seguintes.,

O sigilo profissional é imprescindível para o desenvolvimento das ações do profissional


do serviço social, não podendo ser quebrado em hipótese alguma, sob pena de
comprometimento da continuidade das ações.

( ) Certo
( ) Errado

12) SERPRO – Analista – Serviço Social – 2013 – CESPE. Com base no código de ética
do assistente social e na lei de regulamentação da profissão, julgue o item seguinte,
O assistente social, empregado de empresa pública, que responde a processo administrativo
interno por incoerências na utilização de verbas, referente à execução de projeto de inclusão
digital realizado sob sua responsabilidade, poderá responder processo também junto ao
Conselho Regional de Serviço Social, pois feriu o código de ética da profissão.

( ) Certo
( ) Errado

13) TJ/AC – Analista Judiciário – Assistência Social – 2012 – CESPE. Julgue os itens a
seguir, relativos aos aspectos legais e éticos que norteiam o exercício profissional do
assistente social.

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A supervisão direta de estagiários de serviço social que integram uma equipe interdisciplinar
poderá ser realizada por qualquer profissional de nível superior com formação na área de
ciências humanas.

( ) Certo
( ) Errado

14 - O assistente social, no exercício da profissão, tem o dever de denunciar, às autoridades e


aos órgãos competentes, casos de violação dos direitos humanos, como maus-tratos,
discriminação, preconceito, agressão ou falta de respeito à integridade física, social e mental
do cidadão.

( ) Certo
( ) Errado

15 - Na fixação de pena em casos de práticas que caracterizam o cerceamento da liberdade e


o policiamento dos comportamentos, devem ser levados em consideração os antecedentes
profissionais do infrator e as circunstâncias de ocorrência da infração.

( ) Certo
( ) Errado

16) MPE/PI – Analista Ministerial – Serviço Social – 2012 – CESPE. Considerando o


processo de construção, os desafios do projeto ético-político e a legislação específica do
serviço social, julgue os itens a seguir.
A dimensão jurídico-política da profissão de assistente social restringe-se aos componentes
construídos e legitimados pela categoria profissional, tais como o código de ética, a lei de
regulamentação e as novas diretrizes curriculares dos cursos de serviço social.

( ) Certo
( ) Errado

17) A docência no curso de serviço social, tanto em nível de graduação quanto no de pós-
graduação, deve ter caráter interdisciplinar, não sendo privativa do assistente social a
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atribuição de assumir as disciplinas que exijam conhecimentos próprios e adquiridos no


referido curso de formação regular.

( ) Certo
( ) Errado

18) A atuação do assistente social em terapias individuais ou coletivas requer formação


complementar e reconhecimento dos conselhos regionais de serviço social.

( ) Certo
( ) Errado

19) O profissional que, no exercício de funções, atividades ou tarefas atribuídas ao assistente


social, ocupe cargo de designação genérica está isento de registro no conselho regional de
serviço social.

( ) Certo
( ) Errado

20) A conjuntura brasileira recente, marcada pela redução de direitos sociais, impõe limites à
atuação do profissional do serviço social no que diz respeito ao engajamento político na
defesa dos referidos direitos, condicionando-se o assistente social a atender às demandas do
projeto neoliberal.

( ) Certo
( ) Errado

21) Ainda que não esteja capacitado pessoal e tecnicamente, o assistente social deve assumir
a responsabilidade por atividades demandadas pelos usuários do serviço.

( ) Certo
( ) Errado

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9. GABARITO

Questão Resposta Questão Resposta


1. C 11. E
2. C 12. C
3. E 13. E
4. E 14. C
5. C 15. C
6. C 16. E
7. E 17. E
8. C 18. E
9. E 19. E
10. E 20. E
21. E

10. INDICAÇÃO DE CONTEÚDO COMPLEMENTAR

Car@s alun@s! Colocamos alguns textos de referência caso você queira e possa
aprofundar ainda mais o estudo dos conteúdos. E, caso você esteja um pouco cansado de
estudar, e precisar fazer uma pausa nos estudos para descansar, colocamos também a
indicação de alguns filmes. Até nossa próxima aula!!!

Textos:

BARROCO, Maria Lúcia Silva. Fundamentos éticos do Serviço Social. In: Serviço
Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009,
p. 165 – 184.

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TEIXEIRA, Joaquina Barata; BRAZ, Marcelo. O projeto ético-político do Serviço


Social. In: Serviço Social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília:
CFESS/ABEPSS, 2009, p. 185 – 199.

Filmes:

Seven: os sete pecados capitais – Direção: David Fincher


Maus hábitos – Direção: Pedro Almodóvar
Beleza Americana – Direção: Sam Mendes
Billy Elliot – Direção: Stephen Daldry

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