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Aula 06
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Serviço Social para o INSS
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Teoria e exercícios comentados
Profa. Ana Paula de Oliveira - Aula 06
1. INTRODUÇÃO
À luz, pois, dos determinantes desses processos sociais, o propósito desta aula é fazer
um breve resgate histórico da inserção do Serviço Social na política pública de Previdência
Social, bem como estabelecer as mediações necessárias para realizar a leitura do trabalho
profissional dos assistentes sociais na área da Previdência Social na atualidade. Nesse
sentido, Iamamoto (2009, p. 411) estabelece como desafio:
Para superar esse tipo de análise, procede-se, agora, ao resgate da relação entre o
Serviço Social e a política de Previdência Social. Procura-se entender as determinações e
mediações características dos diferentes momentos históricos da conjuntura brasileira que
iluminam a leitura das alterações produzidas nesse espaço ocupacional específico, com o
objetivo de compreender os limites e as possibilidades do exercício profissional do assistente
social do INSS.
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Esse processo pôde ser verificado no âmbito da Previdência Social, que tem, no
ano de 1944, o marco temporal de inserção legal do Serviço Social, por meio da Portaria
52 (de 6/9/1944), do Conselho Nacional do Trabalho (CNT) (CORDEIRO, 2006), com a
expansão dos IAPs, no contexto de criação de grandes instituições, como a Legião
Brasileira de Assistência (LBA), o Serviço Social da Indústria (Sesi), entre outras.
A atuação do Serviço Social nesse período foi “[…] marcada com o discurso de
humanização das grandes máquinas burocráticas, cujos objetivos profissionais
identificavam-se com os objetivos institucionais” (INSS, 1994, p. 10). Em consonância
com a racionalidade positivista que permeia o Serviço Social no Brasil quando de sua
institucionalização, denominado por Netto (2011) de Serviço Social “tradicional”, os
assistentes sociais atuavam também no âmbito da Previdência Social com uma
abordagem que entendia a pobreza e seus reflexos como “problemas” sociais
individuais. O trabalho profissional visava, portanto, o ajustamento do indivíduo à
harmônica sociedade.
No que tange à profissão de Serviço Social, de acordo com Netto (2011), entre os
anos de 1965-1975 vivencia-se, na América Latina, um Movimento de Reconceituação do
Serviço Social, que encontra repercussão no Brasil apenas nas décadas de 1980 e 1990, no
contexto de pressão e lutas dos movimentos sociais pelo fim da ditadura militar e
1
Para obter mais informações, consultar Netto (2009), Iamamoto (2006), entre outros autores.
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Nos marcos atuais, essa competência legal demarca a transição do Serviço Social
na Previdência Social, do campo da intervenção burocrática-institucional ao campo dos
direitos sociais, e estabelece um novo paradigma profissional para o Serviço Social do
INSS, materializado na Matriz Teórico-Metodológica do Serviço Social na Previdência
Social (1994). Para Silva (2012, p. 3), o Serviço Social do INSS
Alun@! O parágrafo acima resume uma idéia importante sobre o Serviço Social do
INSS na contemporaneidade. Portanto, sugiro que você volte e releia!!!
competências do assistente social, as quais serviram de base para a preparação de uma minuta
de decreto, que não foi publicada, e ainda está em tramitação no Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (CFESS, 2012). Ainda nesse ano, foi realizada uma Audiência Pública,
no Congresso Nacional.
Entretanto, nem tudo são flores no INSS, como em qualquer espaço sócio-
ocupacioanl. A professora Maria Lucia Lopes da Silva (2012, p. 11) alerta que
Infelizmente alun@ isso não acontece só com o Serviço Social do INSS. Estudamos na aula
passada a regressão dos direitos dos trabalhadores em decorrência das contrarreformas da
Previdência que foram colocadas a cabo desde o início da década de 1990.
2
De acordo com os estudos da professora Yolanda Guerra (2000, 2007, 2012)
instrumentalidade é entendida como uma propriedade sócio-histórica da profissão,
constituída na realidade social, no confronto entre as condições objetivas e subjetivas em que
se dá o trabalho profissional. Esta capacidade possibilita o atendimento de demandas e o
alcance de determinados objetivos (sociais, profissionais, institucionais), constituindo-se
numa condição de reconhecimento social da profissão. (GUERRA, 2007)
As demandas para a profissão são expressões das necessidades sociais das classes
sociais, consubstanciadas por meio de respostas institucionalizadas no contexto de
configuração das politicas e serviços sociais, que se constituem em espaços ocupacionais para
o assistente social. De acordo com Iamamoto esses diferentes espaços ocupacionais, como o
INSS
2
Com os estudos de Guerra o debate sobre instrumentalidade no Serviço Social ganha uma dimensão teórica
aprofundada, constituindo-se como referência para a categoria profissional.
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Retomando....
Alun@!
b) Assessoria/Consultoria
Assessoria Consultoria
• Ação pontual, a ser desenvolvida em um
• Ação contínua e sistemática, a ser dado intervalo de tempo e espaço específico;
desenvolvida em um dado intervalo de tempo • Destina-se a um fim específico,
e espaço específico; previamente definido;
• Destina-se a um fim específico, • Exige a entrega de um produto
previamente definido; (relatório/parecer/projeto/cartilha, entre
• Troca de saberes/conhecimento entre os outros) que responda a questões pontuais
sujeitos envolvidos; sobre o objeto de estudo;
• O assistente social assessor atende a • O assistente social consultor atende a
demanda específica atinente ao objeto da demanda específica atinente ao objeto da
assessoria, porém o produto será consultoria, porém o produto será
implementado pelos grupos e organizações implementado pelos grupos e organizações
que o demandaram, e não pelo assistente que o demandaram, e não pelo assistente
social assessor. social consultor.
c) Fortalecimento do coletivo
Esta ação tem como objetivo fomentar espaços de discussão coletiva, que
propiciem a organização e participação política dos usuários, para análise de situações e
demandas concretas de interesse comum e para a busca de encaminhamentos, tendo em
vista a garantia dos direitos relativos à política de Previdência Social e demais políticas
sociais. Essas intervenções devem potencializar a concretização da diretriz de
participação do usuário na implementação e fortalecimento da política previdenciária.
De acordo com o Manual Técnico do Serviço Social (2012) as Linhas de Ação são
três:
A materialização de cada uma das ações e atividades que mencionamos acima está
associada ao uso de instrumentos técnicos pelo assistente social do INSS. As normativas já
citadas destacam cinco: parecer social, pesquisa social, estudo exploratório dos recursos
sociais, avaliação social de BPC e avaliação social da Lei Complementar nº 142, sobre as
quais falaremos mais detalhadamente.
1) Parecer social
Este instrumento técnico caracteriza-se como uma atribuição privativa do assistente social.
Consiste no pronunciamento técnico do profissional, com base na observação e estudo de
determinada situação, e tem como objetivo fornecer elementos para reconhecimento de
direitos, manutenção e recurso de benefícios e decisão médico-pericial. O parecer social será
emitido por iniciativa do assistente social, por solicitação das áreas de Benefícios, Perícia
Médica, Procuradoria Federal Especializada/INSS, Juntas/Câmaras/Conselhos de Recursos
da Previdência Social ou por solicitação do requerente. Deverá ser conclusivo quanto à
matéria a que se dirige. Este instrumento técnico é um recurso viabilizador de direitos, não se
constituindo como mecanismo de fiscalização, comprovação de informações prestadas pelo
usuário, averiguação de veracidade de fatos ou provas.
2) Pesquisa social
Conforme o Manual Técnico do Serviço Social no INSS (2012, p.31) nesta avaliação:
O modelo do instrumento técnico utilizado pelo assistente social do INSS para realizar
avaliação social do BPC consta no modelo 3 da aula complementar.
Para que resultados como esses sejam alcançados no cotidiano profissional, faz-
se necessário que os assistentes sociais do INSS tenham convicção de que o
desenvolvimento de ações e a utilização de instrumentos, técnicas e procedimentos
relativos ao elemento técnico-operativo da profissão guardam estreita relação com as
dimensões teórico-metodológica e ético-política constituintes do trabalho profissional.
Neste sentido, os princípios e valores expressos nessas dimensões devem “[...] ser
traduzidos e concretizados a partir de mediações que se constroem e se realizam
cotidianamente pela atuação profissional e a partir da realidade.” (BOSCHETTI, 2004,
p.117).
No bojo destas discussões deve-se ter clareza que a competência a que se refere a
legislação profissional não está relacionada a capacidade burocrática de cumprir metas e
rotinas. No contexto do INSS, esta lógica do saber burocrático associada aos ditames da
administração gerencial podem conduzir o assistente social a um trabalho em que os
objetivos institucionais são confundidos com os objetivos profissionais. Diferentemente do
exposto, Iamamoto assevera:
Neste sentido, no que diz respeito à área da Previdência Social, é importante retomar o
fato de que no ano de 2007 foi instituído Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), criado
pela Portaria Conjunta nº01MPS-SE/MDS-SE, de 28 de março de 2007, composto por
representantes do INSS, MDS e do CFESS, com o objetivo de apresentar proposta de
reestruturação do Serviço Social do INSS. Dentre os resultados do trabalho deste GTI foram
definidas atribuições e competências do assistente social, as quais serviram de base para a
elaboração de uma minuta de decreto. Entretanto, este documento não foi publicado, e
encontra-se ainda em tramitação no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
(CFESS, 2012). O documento do CFESS intitulado “Atribuições Privativas do Assistente
Social em questão” registra: “ No processo de luta em defesa do Serviço Social do INSS, no
qual se destacam a conquista do concurso público e a luta pela nomeação dos/as concursados/
as, o Conjunto CFESS-CRESS vem reafirmando em vários debates e documentos as
atribuições dos/as assistentes sociais do INSS [...]”. (CFESS, 2012, p.9)
sua reafirmação são entendidas como estratégia de defesa do Serviço Social e dos assistentes
sociais nos diversos espaços ocupacionais. Neste sentido, “Com a proposta de aprofundar o
trabalho do/a assistente social ao atuar em diferentes espaços sócio-ocupacionais,
considerando as diversas políticas sociais [...]” (CFESS, 2012, p.10), o CFESS em conjunto
com a categoria profissional, a partir de 2008 realizou Seminários Nacionais, compôs grupos
de trabalho e elaborou uma série de documentos em que traça “[...] diretrizes profissionais 3,
considerando a especificidade profissional”. (CFESS, 2012, p.10), como os “Parâmetros para
atuação de assistentes sociais na política de Assistência Social”, de 2009, “ Parâmetros para a
Atuação de Assistentes Sociais na Saúde”, de 2010, “Subsídios para o Serviço Social na
Educação”, de 2011, entre outros.
No ano de 2014 foi instituída outra atribuição aos profissionais do Serviço Social
do INSS, relacionada à avaliação funcional da Lei Complementar nº142 – que
regulamenta a aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de
Previdência Social.
6. RESUMO D@ CONCURSEIR@
A inserção legal do Serviço Social no âmbito da Previdência Social data de 1944, por
meio da Portaria 52 (de 6/9/1944), do Conselho Nacional do Trabalho (CNT)
(CORDEIRO, 2006), com a expansão dos IAPs, no contexto de criação de grandes
instituições, como a Legião Brasileira de Assistência (LBA), o Serviço Social da
Indústria (Sesi), entre outras.
A atuação do Serviço Social nesse período foi “[…] marcada com o discurso de
humanização das grandes máquinas burocráticas, cujos objetivos profissionais
identificavam-se com os objetivos institucionais” (INSS, 1994, p. 10). Em
consonância com a racionalidade positivista que permeia o Serviço Social no Brasil
quando de sua institucionalização, denominado por Netto (2011) de Serviço Social
“tradicional”, os assistentes sociais atuavam também no âmbito da Previdência Social
com uma abordagem que entendia a pobreza e seus reflexos como “problemas”
sociais individuais. O trabalho profissional visava, portanto, o ajustamento do
indivíduo à harmônica sociedade.
O segundo período, compreendido entre os anos de 1966, com a criação do INPS e
unificação dos IAPs, e 1977, com a criação do Sinpas, foi caracterizado pela
unificação e expansão da cobertura previdenciária. A atuação dos assistentes sociais
era desenvolvida nos Centros e Seções Sociais, Seções de Serviço Social do Servidor
e Centros de Reabilitação e, nesse período, a profissão se legitima, com assistentes
sociais atuando nas áreas do planejamento, supervisão e execução (INSS, 1994, p.10).
O trabalho dos profissionais de Serviço Social era norteado pelo Plano Básico de
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7. QUESTÕES COMENTADAS
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: Car@ alun@! Lembre-se que a banca vai sempre fazer pegadinha com o tema
das atribuições e competências. Neste caso, de acordo com o art. 4.º da Lei de
Regulamentação da Profissão (Lei n.º 8.662/1993), planejar, organizar e administrar
benefícios e serviços sociais está entre as competências do assistente social. Portanto, não é
uma atribuição privativa.
Gabarito: ERRADO
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: Essa questão é outra questão típica da CESPE. Para responder, lembre-se da
dica dada na aula: atribuição privativa está relacionada a atéria, área e unidade, a competência
não! Seguindo essa dica fica fácil saber que esta questão está certa.
Gabarito: CERTO
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: Esta questão poderá te confundir alun@. Veja, eu realmente acredito que o
profissional de Serviço Social é o mais indicado para realizar estudos socioeconômicos. Mas
por ser o mais competente. Sim, está é uma competência profissional. De acordo com o art. 4º
da Lei de Regulamentação da Profissão constituem competências do Assistente Social: “ [...]
XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços
sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas
eoutras entidades.”. Portanto, não é uma atribuição privativa.
Gabarito: ERRADO
( ) Certo
( ) Errado
Comentários: Veja alun@! De acordo com o art. 2. do Código de Ética, entre os direitos do
assistente social está “[..] c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais,
e na formulação e implementação de programas sociais.”. Ou seja, a primeira parte do
enunciado da questão está correto. Entretanto, essa atividade não é uma atribuição privativa, e
sim uma competência profissional. Por isso a questão está errada.
Gabarito: ERRADO
8. LISTA DE QUESTÕES
( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
( ) Certo
( ) Errado
9. GABARITO
QUESTÃO RESPOSTA
1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO
4. ERRADO
5. CERTO