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UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE TAPERA/RS:

HISTÓRICO E POTENCIALIDADES DO MUNICÍPIO

A study on the municipality of Tapera / RS:


historical and potentialities of themunicipality

Giovana dos Santos1


Amanda Grando2
Natalia Hauenstein Eckert3

Resumo: Este trabalho se trata de um levantamento geral de dados e informações sobre o


município de Tapera, localizado no estado do Rio Grande do Sul. Uma cidade pertencente ao
Corede Alto Jacuí, que se localiza na região noroeste do estado, possuindo aproximadamente
10.448 habitantes. A metodologia empregada na elaboração deste trabalho foi um estudo através
de referências teóricas, que reuniu dados secundários para alcançar dados geográficos gerais,
como de sistema viário, saúde, educação, mortalidade infantil, economia e atividades econômicas.
Observaram-se diagnósticos urbanísticos relativos à associação da cidade com as demais que a
cercam, suas obras com patrimônio arquitetônico relevante, equipamentos públicos comunitários,
além de redes de infraestrutura. Presume-se que por ser um município de pequeno porte e ainda
estar se desenvolvendo, apresente poucos problemas urbanísticos, mas não se pode ignorar o fato
de que pequenas cidades também necessitam de boas estratégias adequadas ao seu
desenvolvimento, bem como na identificação dos gargalos e mapeamentos das possíveis lacunas,
com objetivo de proporcionar melhores condições de vida à sua população.

Palavras-chave: Informações. Dados geográficos. Mapeamentos. Referências teóricas.

Abstract: This work is a general survey of data and information about the municipality of Tapera,
located in the state of Rio Grande do Sul. A city belonging to Corede Alto Jacuí, which is located
in the northwest region of the state, with approximately 10,448 inhabitants. The methodology
employed in the preparation of this work was a study through theoretical references, which
gathered secondary data to achieve general geographic data, such as road system, health,
education, infant mortality, economy and economic activities. Urbanistic diagnoses were observed
regarding the association of the city with the others that surround it, its relevant architectural
heritage, community public equipment, and infrastructure networks. It is assumed that because it
is a small municipality and is still developing, it presents few urbanistic problems, but one cannot
ignore the fact that small cities also need good strategies appropriate to their development, as well
as the identification of bottlenecks and mapping of possible gaps, in order to provide better living
conditions for its population.

1
Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail:
giovana.141196@gmail.com
2
Discente do curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade de Cruz Alta - Unicruz, Cruz Alta, Brasil. E-mail:
amanda_luisa_grando@hotmail.com
3
Pesquisador do Grupo GPArq UNICRUZ, Docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Cruz Alta. E-mail:
eckert@unicruz.edu.br

1
Keywords: Information. Theoretical references. Geographic data. Mappings.

1 INTRODUÇÃO
De acordo com o último censo do IBGE (2010), esta cidade possuía 179,662 km² de área
territorial e uma população de, aproximadamente 10 mil habitantes, sendo que destes, 84,42%
caracterizados como população urbana e 15,58% como rural. A emancipação deu-se em 18 de
dezembro de 1954, quando o povoado até então conhecido como Vila Tapera, passou a categoria
de cidade, criando-se assim o município de Tapera (TAPERA, 2018).
O município faz parte do Conselho Regional de Desenvolvimento (COREDE), que,
segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2018), é um fórum de discussão, criado
pela Lei 10.283 de 17 de outubro de 1994, para a promoção de políticas e ações que visam o
desenvolvimento regional.

Seus principais objetivos são promoção do desenvolvimento regional harmônico e


sustentável; a melhoria da eficiência na aplicação dos recursos públicos e nas ações dos
governos para a melhoria da qualidade de vida da população e a distribuição equitativa da
riqueza produzida; o estímulo a permanência do homem na sua região e a preservação e
recuperação do meio ambiente. O estado conta, atualmente, com 28 Conselhos Regionais
de Desenvolvimento (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL,
2018).

Tapera pertence ao COREDE Alto Jacuí, que engloba os municípios de Saldanha Marinho,
Santa Bárbara do Sul, Não Me Toque, Lagoa dos Três Cantos, Tapera, Ibirubá, Selbach, Colorado,
Quinze de Novembro, Cruz Alta, Boa Vista do Incra, Boa Vista do Cadeado, Fortaleza dos Valos
e Salto do Jacuí, divididos em três microrregiões. O COREDE Alto Jacuí é composto por uma
área de 6.905,5 km² e uma população total de 162.657 habitantes, com sua cidade polo sendo Cruz
Alta (COREDE, 2010).
Com esse estudo se pretende apresentar informações sobre dados gerais, físico- territoriais,
urbanísticos e comunitários, dando prioridade para educação, saúde, economia e infraestrutura,
além do diagnóstico de possíveis limitações municipais e as suas potencialidades, contribuindo
com informações que auxiliem em estudos futuros, com foco no entendimento das tendências e
prioridades de crescimento.

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2 METODOLOGIA
A seguir será apresentado um breve histórico do município de Tapera, bem como os
diagnósticos físico-territorial e urbanístico e comunitário, que possibilitaram observar as
fragilidades da cidade e destacar as prioridades e tendências municipais.

2.1 Apresentação histórica


A colonização de Tapera iniciou aproximadamente no ano de 1897, com a chegada dos
primeiros colonizadores para a medição das terras. Eles encontraram um rancho abandonado,
utilizado por viajantes que passavam e paravam para descansar à sombra e tomar água do riacho.
Esse casebre abandonado servia de parada para os viajantes e passou a denominar-se uma
“tapera”, servindo de referência para os viajantes e de pouso para os tropeiros que viajavam das
terras de Cruz Alta à Soledade. Segundo relatos, o casebre foi construído por um foragido da
justiça argentina chamado Anastácio Lopes, que ao perceber que o local não era mais um
esconderijo seguro, devido ao movimento que aumentava na região, fugiu e nunca mais foi visto
(BATTISTELLA, 1973).
Contava-se que o local da “tapera” era aprazível e possuía uma bela vista. A população
aumentou, e o povoado se expandiu, tornando-se o 3º Distrito de Carazinho. Em 18 de dezembro
de 1954, a Vila Tapera, passou a categoria de cidade, criando-se o município de Tapera. A
instalação da primeira Administração do novo município ocorreu em 28 de fevereiro de 1955
(BATTISTELLA, 1973). A população foi formada principalmente por descendentes de alemães e
italianos e por descendentes afros e mestiços, gerando uma miscigenação que enriqueceu
culturalmente a cidade (TAPERA, 2018).

2.2 Método de pesquisa


A metodologia usada para a realização deste trabalho, foi uma pesquisa e análise dos dados
do município, retirados de fontes secundárias. Os dados informativos referem-se à área territorial
do município, dados geográficos gerais (relevo, clima e hidrografia), índice de desenvolvimento,
saúde, longevidade e mortalidade infantil, educação, economia e atividades econômicas. O
diagnóstico físico-territorial, com o diagnóstico urbanístico e comunitário foram obtidos dados de
áreas, malha viária (que se vincula a outros municípios), morfologia urbana, sistema viário
urbano, patrimônio arquitetônico e urbanístico, redes de infraestrutura e equipamentos públicos
comunitários, que foram pesquisados em sua maioria nas fontes do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE, 2010 e 2017), Prefeitura Municipal de

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Tapera (2018), Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul (2018 e 2020), Relatório do Conselho
Regional de Desenvolvimento Alto Jacuí (2010), Rotas e Roteiros do Turismo Receptivo Gaúcho
(2018) e Informativo sobre o Município de Tapera (2015). Após os dados serem coletados, foram
discutidos e relatados as fragilidades municipais, as potencialidades e prioridades, bem como as
tendências de desenvolvimento.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Diagnóstico Físico-Territorial
O Rio Grande do Sul possui aproximadamente 17.464 km de rodovias federais, estaduais e
municipais estruturadas como longitudinais, diagonais, transversais e de ligação, e de acordo com
o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER) a extensão de rodovias
pavimentadas é de 13.742 km, com as rodovias estaduais correspondendo a 8.000 km. Conforme
ilustrado na Figura 1, Tapera tem como vias de acesso a RS-223 que é uma rodovia transversal
(por estar orientada segundo a direção Leste-Oeste) e a RS-332 que é uma rodovia diagonal (por
estar orientada segundo as direções Nordeste-Sudoeste e Noroeste- Sudeste) (ATLAS
SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2020).
O município de Tapera localiza-se a 284 km de Porto Alegre, capital do estado, e tem
como cidades que fazem limite Lagoa dos Três Cantos 5 Km ao norte, Espumoso 8 Km ao sul,
Selbach 10 Km a oeste e Victor Graeff 21 Km a leste, conforme Figura 1. As cidades polo
próximas são Passo Fundo, a 77 km e Cruz Alta, a 80 km. O município também apresenta um
relevo ondulado, com uma atitude média de 450 m, com solos profundos e argilosos, oriundos da
decomposição de rochas basálticas (TAPERA, 2018) e seu clima predominante é o subtropical
úmido com índice pluviométrico de 155,88 mm em 2008 (COREDE, 2010).
No quesito educação, Tapera contava com sete escolas municipais e mais sete escolas
estaduais e particulares, sendo 11 (78,6%) distribuídas na área urbana e 3 (21,4 %) na área rural.
Em 2015, os alunos matriculados nos primeiros anos da rede pública da cidade obtiveram nota
média de 6.5 no IDEB e os alunos dos anos finais, essa nota foi alcançada em
5.2. Comparando com outras cidades do estado, a nota dos alunos dos anos iniciais estava na
posição 54 de 497, e considerando a nota dos alunos dos anos finais a posição passava a 29 de 497
(IBGE, 2017).

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Figura 1- Zona urbana e rural de Tapera

Fonte: Tapera (2018).

A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 99% em 2010, o que colocava
o município na posição 119 de 497 dentre as cidades do estado e na posição 610 de 5570 dentre as
cidades do Brasil. A taxa de analfabetismo foi de 5,1%, sendo representada por pessoas de 15
anos ou mais, onde 431 habitantes faziam parte desta estatística, a população residente que nunca
frequentou escola ou creche foi de 495 pessoas (IBGE, 2010).
Em respeito à saúde, Tapera contava com quatro Postos de Saúde, uma oficina terapêutica
e um Hospital, este que atende casos mais graves vindos na maioria das vezes da cidade vizinha,
Lagoa dos Três Cantos, já que ela não possui. A expectativa de vida é de 75,29 anos e a taxa de
mortalidade infantil em 2014 era de 8,06 a cada 1000 recém-nascidos (IBGE, 2010).
O agronegócio é à base da economia do município, que se encontra em crescente
desenvolvimento, com destaque para os seguintes produtos: no setor agrícola a produção de
sementes (soja, milho, trigo, cevada); na pecuária a produção leiteira, com ênfase nas centrais
regionais de recebimento de leite, suínos, aves, bovinos e ovinos de corte e apicultura. No setor
industrial a indústria de artefatos de cimento e as indústrias do setor metal mecânico. Outros
setores que possuem destaque de crescimento e contribuem de forma significativa para o
crescimento municipal, são o comércio e a prestação de serviços, que se qualificam para atender
às necessidades locais e regionais (TAPERA, 2018).

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3.2 Diagnóstico Urbanístico e Comunitário
A cidade é um importante roteiro do turismo rural gaúcho. Em 1998, o município de
Tapera passou a fazer parte do Consórcio Turístico Rota das Terras Encantadas, que é composto
por 32 municípios da região do Alto Jacuí. Em 2002, foi lançada a Rota Turística Della Cucagna,
formada por 11 pontos turísticos, conforme mostra a Figura 2. O percurso possui
aproximadamente 1.500 metros, possibilitando a observação de inúmeros atrativos naturais como
pinheiros centenários e variada vegetação nativa (TAPERA, 2018).

Figura 2- Mapa da Rota das Terras Encantadas.

Fonte: Rotas e Roteiros do Turismo receptivo gaúcho (2018).

Apresentavam-se na área urbana de Tapera 3.523 domicílios particulares sendo 46,8% com
esgotamento sanitário adequado, 98% localizados em vias públicas com arborização 31,5% em
vias com urbanização adequada (bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). O município possuía
595 empresas atuantes e 364 estabelecimentos agropecuários (IBGE, 2010).
Quanto aos equipamentos urbanos, a cidade possui prefeitura municipal, brigada militar e
corpo de bombeiros que se localizam próximos, porém afastados do centro, já o Hospital Roque
Gonzales, a Praça Atanásio Orth, a Igreja Matriz, o clube Aliança e o Centro de Eventos estão
localizados na área central do município, conforme mostrados na Figura 3 assim como os demais
equipamentos urbanos.

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Figura 3- Equipamentos urbanos

Fonte: Google Earth, adaptado pelas autoras (2018).

Em relação as redes de infraestrutura da cidade, elas são bem estruturadas e atendem a


maioria dos domicílios. No quadro 1 é apresentada a relação do município com o respectivo
número de domicílios e seus tipos de acesso à água, onde pode-se ver que a maioria dos
domicílios urbanos são abastecidos pela rede geral, enquanto na área rural o abastecimento se dá,
na maior parte, por poço ou nascente. Segundo o IBGE (2010), no Brasil 82,85% dos domicílios
são abastecidos pela rede geral, já no Rio Grande do Sul o percentual é de 85,33%, o que indica
uma taxa de abastecimento superior ao apresentado pela taxa brasileira. O índice de abastecimento
por poço ou nascente no estado é de 14,2% divididos em poços ou nascentes nas propriedades
(11,3%) e fora das propriedades (2,9%) (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO
SUL, 2018).
A forma de destino do lixo é outro importante aspecto em relação ao saneamento básico.
De acordo com dados do IBGE (2010), no Brasil o percentual de domicílios que dispõe de um
sistema de coleta de lixo por serviço de limpeza ou caçamba de serviço de limpeza é de 87,41%. O
Estado ocupa a 6ª posição das maiores taxas de atendimento do país, com 92,1% sendo coletado,
porém 5,6% do lixo produzido nos domicílios ainda é queimado na propriedade. No ano de 2000,
verifica-se que a maioria do lixo produzido na zona urbana de Tapera possuía coleta comum e na
zona rural grande parte do lixo era queimado. No quadro 1 está ilustrada a relação do município e
as respectivas quantidades de lixo e seus destinos (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO
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GRANDE DO SUL, 2018).

Quadro 1- Saneamento básico e consumo de energia em Tapera


Abastecimento de água em Tapera
Ano 2000
Outra forma Rede Geral Poço ou nascente
Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural
173 217 2.310 75 90 250
Coleta de resíduos em Tapera
Ano 2000
Coletado Outro destino Queimado Enterrado Jogado
Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur.
2.475 120 9 10 55 239 23 148 - 25
Instalações sanitárias em Tapera
Ano 2000

Rede geralde Rio, lago oumar Outro Fossa Fossaséptica


Sem banheiro ousanitário
Vala
esgoto escoadouro rudimentar

Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur. Urb. Rur.
485 - 10 57 46 25 12 7 1.025 316 967 127 28 10
Consumo de energia elétrica (MKW) em Tapera
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
a23.331 27.746 34.593 39.463 41.713 41.492 50.187 54.110
Número de consumidores de energia elétrica em Tapera
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
2.957 2.995 3.071 3.136 3.196 3.213 3.274 3.344 3.431
Fonte: Corede, 2010

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Os dados do IBGE (2010) mostram que no Rio Grande do Sul as formas mais utilizadas de
destino do esgoto dos domicílios são: rede geral de esgoto ou pluvial (48,4%), fossa séptica
(26,6%), fossa rudimentar (20,8%) (ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL,
2018). O quadro 1 mostra a relação quanto ao escoamento do saneamento básico em domicílios
urbanos e rurais na cidade.
O quadro 1 também mostra o consumo total de energia elétrica na cidade entre os anos de
2000 a 2007, e ilustra o número de consumidores do ano 2000 até o ano 2008. Segundo a ANEEL
(2016), a capacidade instalada de geração de energia elétrica no Rio Grande do Sul teve um
crescimento de 1.893,8MW em 1998 para 9.565,8MW em 2016, essa capacidade corresponde a
cerca de 6% da capacidade total instalada no Brasil. O número de consumidores atendidos no
Estado em 2016 é de 282.925, e as fontes de geração de energia elétrica são: hidrelétrica
(57,37%), termelétrica (24,06%), eólica (18,57%) e fotovoltaica (apenas 0,0005%) (ATLAS
SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL, 2018).
O patrimônio arquitetônico e urbanístico é composto por algumas edificações de relevância
para a cidade, como o Parque Taperense, a Praça Atanásio Orth, a Prefeitura Municipal, CTG,
além de Igrejas, e outros fortes marcos culturais para a população.

Figura 4- Localização dos marcos culturais de Tapera

Fonte: Google Earth, adaptado pelas autoras (2018).

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As edificações mais relevantes para o município estão distribuídas em pontos variados da
cidade, como a Praça Central, a Igreja Matriz e o CTG que ficam localizados na região central, já
a Prefeitura Municipal e o Parque de Exposições estão mais afastados do centro, porém todos os
prédios são de fácil acesso e com boa localização.

3.3 Fragilidades Municipais


Tapera é um município que embora seja pequeno possui bons índices de saúde, educação,
infraestrutura, que contribuem para uma boa qualidade de vida, porém, com essa pesquisa pode-se
constatar que também possui algumas lacunas.
Atualmente, 80% das residências possuem fossa séptica, filtro anaeróbio e sumidouro,
enquanto os outros 20% que se localizam na região central da cidade dispõem de fossa séptica,
filtro anaeróbio e caixa de cloração, ligados a rede pluvial, onde é escoado em um pequeno arroio
que passa na cidade. Em bairros mais afastados o esgoto é escoado sem tratamento na rede pluvial
e no centro da cidade é possível perceber que não são feitas instalações adequadas (TAPERA,
2018).
Outro problema perceptível refere-se à falta de coleta seletiva do lixo na zona urbana, pois
os resíduos orgânicos e recicláveis são encaminhados a uma empresa localizada na área rural do
município onde é feita a reciclagem, e na zona rural grande parte dos resíduos são queimados.
Realizando ações específicas nessa área, pode-se preservar o meio ambiente e evitar o surgimento
de doenças, concedendo a população melhores condições de saúde (TAPERA, 2018).

3.4 Prioridades e Tendências Municipais


Define-se então como ações de prioridade para o município, conforme diagnóstico dos
problemas, investimento em saneamento básico apropriado abrangendo toda a população, o
tratamento dos resíduos a fim de evitar o surgimento de doenças e a contaminação de fontes, e a
coleta seletiva na zona urbana e em áreas rurais promovendo assim o descarte apropriado.
O turismo é a grande potencialidade municipal no caso de Tapera, já que a cidade faz parte
do Consórcio Turístico Rota das Terras Encantadas. Sugere-se a ampliação das parcerias com os
outros municípios do consórcio, priorizando a implementação de uma estrutura adequada para
recepcionar os turistas, com a finalidade de proporcionar o conhecimento da cultura germânica e
italiana presente na região e estimular o crescimento da

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economia municipal. Com o município é escolhido como um dos locais de parada da rota, haveria
necessidade de melhorias na área hoteleira, o que poderia colaborar com o incentivo ao comércio
local. A cidade proporcionaria diversas opções para os turistas, pois possui espaços de arte, cultura
e lazer, oportunizando aos visitantes ter contato com a natureza, o qual seria realizado através da
Trilha Ecológica localizada na Floresta Municipal das Araucárias Janaína Orth, que é um marco
de preservação ambiental.

4 CONCLUSÃO
Finalizando este trabalho pode-se concluir que Tapera é uma cidade de pequeno porte, que
não apresenta graves problemas urbanísticos, mostrando bons indicativos referentes a qualidade
de vida. Possui bons índices nos setores relativos à saúde, educação, infraestrutura e
desenvolvimento econômico e humano, sendo que se fosse priorizada a realização de ações
específicas, como maior investimento em saneamento básico e na diversificação da economia,
poderia se potencializar os pontos positivos, aprimorando a economia e ocasionando um maior
crescimento e evolução para a cidade.

REFERÊNCIAS
ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL. Conselhos Regionais de
Desenvolvimento – COREDEs. Disponível em: https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/conselhos-
regionais-de-desenvolvimento-coredes.Acesso em: set. 2018.

ATLAS SOCIOECONÔMICO DO RIO GRANDE DO SUL. Rodovias. Disponível em:


https://atlassocioeconomico.rs.gov.br/rodovias. Acesso em: ago. 2021.

BATTISTELLA, M. V. A História de Tapera, 1973.

CORRÊA, J. C. S. SILVA, E. M. T. TAVARES, C. E. M. MARETH, T. Planejamento


Estratégico de Desenvolvimento Regional: Conselho Regional de Desenvolvimento Alto
Jacuí. Disponível em:
http://www2.al.rs.gov.br/forumdemocratico/LinkClick.aspx?fileticket=l8irerlhlP0%3D&tabid
=5363&mid=7972. Acesso em: set. 2018.

INFORMATIVO SOBRE O MUNICÍPIO DE TAPERA. Disponível em:


http://www.tapera.rs.gov.br/arquivo/noticias/2015/02-fevereiro/soberanas/provacultural.pdf.
Acesso em: set. 2018.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Tapera. Disponível em:


https://cidades.ibge.gov.br/brasil/rs/tapera/panorama. Acesso em: set. 2018.

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ROTAS E ROTEIROS DO TURISMO RECEPTIVO GAÚCHO. Regiões Hidrominerais eRota
das Terras. Disponível em: http://rotaseroteiros.com.br/rota-das-terras-regioes- hidrominerais/.
Acesso em: set. 2018.

TAPERA. Disponível em: http://www.tapera.rs.gov.br/. Acesso em: set. 2018.

WIKIPÉDIA. Tapera. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tapera. Acesso em: set.2018.

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