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OS DESAFIOS À PROTEÇÃO DE IMIGRANTES E REFUGIADOS NO BRASIL

Os seres humanos que estão fora de seu país de origem devido a conflitos armados ou por qualquer
tipo de perseguição, são chamados de refugiados, e acolhê-los com dignidade é um dever de qualquer país.
No século XX, com a Segunda Guerra Mundial, os judeus sofreram grande repressão por parte dos
representantes e adeptos a um grupo extremista, o que fez com que necessitassem pedir asilo em outros
países para escapar do holocausto. Felizmente, o Brasil atual é um país capaz de ceder espaço aos que
precisam de refúgio, porém eles encontram diversas barreiras para se adaptar e viver com dignidade, como a
geração de renda e o acesso à educação.
Sob essa perspectiva, convém ressaltar que os imigrantes refugiados possuem dificuldade com o
idioma, além de muitas empresas não aceitarem a documentação ou reconhecerem os certificados de
experiência para a oferta de emprego, o que faz eles serem obrigados a viver em situação vulnerável. A
reportagem da BBB, “Refugiados no Brasil: histórias de fuga e reconstrução”, publicada em 2019, mostra a
realidade enfrentada pelos imigrantes e evidencia suas trajetórias, a busca por segurança e também a
contribuição deles para a sociedade brasileira. Dessa forma é notório como esses indivíduos impactam no
país que os acolheram, e se forem negligenciados e forçados a viver em situações de extrema escassez de
oportunidades, essa contribuição pode ser mutuamente negativa.
Outrossim, as dificuldades enfrentadas pelos refugiados nas escolas é grande, tanto pelo
desconhecimento da língua, como por xenofobia, bullying e discriminação, exemplos que são grandes
motivos da grande evasão escolar por esse grupo. O livro “A Menina que Roubava Livros", escrito pelo
australiano Markus Zusak, se passa no período do holocauto e há várias passagens em que a personagem
principal ensina um amigo protegido em sua casa a ler. À vista disso, a obra demonstra como a educação
pode ser uma ferramenta poderosa para refugiados, permitindo-lhes superar adversidades e encontrar
esperança. Além disso, é inadmissível que um direito básico seja potencialmente retirado desses indivíduos
por conta da intolerância de pessoas que deveriam acolher e auxiliar.
Assim, fica evidente que a difícil geração de renda e o acesso escolar são grandes entraves para a
proteção dos imigrantes refugiados e que, portanto, são necessárias mudanças. Para tanto, o Governo
Federal, em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, deve sancionar projetos de lei que
obrigam as empresas a aceitarem a identificação dos refugiados para a oferta de empregos, mesmo que seja
por tempo limitado. Além disso, devem ser ofertados cursos gratuitos de língua portuguesa para imigrantes,
que podem ocorrer ao menos uma vez por semana em escolas públicas, para que haja comunicação digna
entre as pessoas. Essas medidas podem ser tomadas de imediato, até que haja decisões concretas como a
repatriação voluntária ou a integração local dos refugiados. Dessa forma, o Brasil se tornará um país seguro
para acolher.

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