DIVERSIDADE(S) INCLUSÃO E ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

Docentes: Profa. Dra. Deise Aparecida Peralta, Prof.

Dr. Harryson Júnio Lessa Gonçalves, Prof. Dr. Eder
Pires de Camargo

Educação para
Imigrantes
Discentes:
Brenda
Rosane
Tiago
Para iniciar... (inserir vídeo)
Dados sobre deslocamento forçado e refúgio

• Segundo dados divulgados na 7ª

edição do relatório “Refúgio em
Números”, apenas em
2021,foram feitas 29.107
solicitações de situação de
refúgio;

• Em 2021, o Brasil recebeu

solicitações de pessoas
provenientes de 117 países,
sendo a maioria de venezuelanos
(78,5%), angolanos (6,7%) e
haitianos (2,7%).
Fonte: Núcleo de Inclusão
Educacional (NINC), do
Centro de Atendimento
Especializado (CAESP) da
Coordenadoria de Gestão da
Educação Básica (CGEB)
(2018).
 Terminologia...
Dizemos ‘refugiados’ quando nos referimos
a pessoas que fugiram da guerra ou
perseguição e cruzaram uma fronteira
internacional. E dizemos ‘migrantes’
quando nos referimos a pessoas que se
deslocaram por razões que não se encaixam
na definição legal de refugiado.
Por Adrian Edwards, Genebra. Texto publicado originalmente
em 01 de outubro de 2015 e atualizado em 25 de fevereiro de
2022. (Fonte: https://www.acnur.org/portugues/2015/10/01/refugiado-
ou-migrante-o-acnur-incentiva-a-usar-o-termo-correto/
#:~:text=Dizemos%20'refugiados'%20quando%20nos
%20referimos,na%20defini%C3%A7%C3%A3o%20legal%20de
Em
situação de Refugiado
refúgio
“Refúgio é um status jurídico, quando
utilizamos a palavra refugiado parece que
toda a trajetória da pessoa, que não tem
relação com o deslocamento forçado,
acaba sendo apagada”.
Marina Reinoldes - Mestra em Letras pelo
Programa de Pós-Graduação em Estudos
Linguísticos da Universidade Federal de Minas
Gerais (POSLIN - UFMG). (Fonte:
https://www.youtube.com/watch?v=JAp-
HNew7A8&t=1506s)
Sobre a Educação...
▪ Crianças em situação de
refúgio têm sua escolarização
interrompida, limitada e
fragmentada devido aos
períodos de incerteza tanto
antes como depois de suas
migrações, o que aumenta sua
vulnerabilidade (SUNATA,
2019, p.2; ATTAR, 2020, p.2).
▪ “Ao se deparar com o
fenômeno migratório, coloca-
se em evidência a necessidade
das redes de ensino
construírem políticas
educacionais que favoreçam o
acolhimento dos estudantes
imigrantes, pois é no ambiente
escolar que o direito à
educação se efetiva” (BRAGA,
2019, p.2).
Discrepâncias
Devido aos períodos de
instabilidade,
frequentemente há uma
discrepância entre sua idade
e seu nível acadêmico,
sendo muitos os casos em
que faltam habilidades
básicas de alfabetização
(ATTAR, 2020, p.6).
▪ A utilização de vocabulário
simplificado pode acarretar em
obstáculos na aprendizagem dos
estudantes;
▪ Priorizar parcerias entre a escola e a
família dos estudantes;
▪ É fundamental utilizar o idioma
nativo com as famílias. Apesar das
possíveis dificuldades para
professores que não dominam o
idioma, uma saída é a parceria com
intérpretes da própria
comunidade.
(ATTAR, 2020)
 Discrepâncias

▪ Nas análises sobre a educação

de pessoas em refúgio, pouco
se foca em suas experiências
em seu país de origem, antes
do início de seu deslocamento
(CHOPRA e ALDEMAN, 2017);
▪ “Reconhecer e respeitar as raízes de um indivíduo
não significa ignorar e rejeitar as raízes do outro,
mas, num processo de síntese, reforçar suas
próprias raízes. Essa é, no meu pensar, a vertente
mais importante da etnomatemática”.
(D’Ambrosio, 2001, p. 42)
 É IMPORTANTE DESTACAR QUE...
▪ O entendimento do idioma não
significa que não haverá
barreiras culturais para o
estudante em situação de
refúgio. O domínio da língua
não significa que o indivíduo
compreenda os valores e os
significados da cultura em que
estão inseridos (GORGORIÓ,
2001).
▪ “O que distingue o campo
teórico da Educação para
Imigrantes é sua característica
de tempo presente: o objeto
de estudos é a transformação
do ambiente escolar a partir
da presença de imigrantes
oriundos das mais diversas
regiões do mundo”
(BRAGA,2019, p.3).
É importante destacar que...

▪ Crianças em situação de refúgio normalmente não tem

experiência com atividades centradas nelas ou com
expectativas em trabalhar em grupo, fazer perguntas ou ter
atitudes exploratórias em classe. Nos países de
reassentamento, as professoras e professores assumem que
o silêncio, a falta de perguntas e a dificuldade em exploração
autoguiada significa que essa criança têm poucas
contribuições para trazer para a sala de aula.
(Flávia Odenheimer, Licenciada em Matemática – USP. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=XZLmOXUUFTw)
 O perigo da Educação Ocidental como
salvadora

“É preciso sempre tomar cuidado

de não colocar sua visão como
essencialmente superior. Pode-se e
deve-se debater as vantagens e
desvantagens de diferentes formas
de aprender e ensinar, mas sempre
buscando não colocar a educação
ocidental como verdadeira e única
forma de educar”.
(Flávia Odenheimer, Licenciada em Matemática – USP.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=XZLmOXUUFTw)
 Um pouquinho de história...
“Na história da educação brasileira registra-se
uma iniciativa singular de escolas comunitárias
de imigrantes. No entanto, o processo escolar
étnico no Brasil não foi uma característica de
todos os grupos de imigrantes. Os alemães,
italianos, poloneses e japoneses, ao se
estabelecerem em áreas rurais formando
núcleos populacionais com características e
estruturas marcantemente étnico-culturais,
tiveram maior visibilidade enquanto
imigrantes e promoveram as escolas
elementares comunitárias.”.
(KREUTZ, 2000, p.159)
• Os alemães, primeiro grupo
a imigrar a partir de 1824,
formaram um total de
253.846 imigrantes até 1947;
• Os italianos tiveram um total
de 1.513.151 imigrantes, a
partir de 1875;
• No mesmo período vieram
para o Brasil 1.462.117
imigrantes portugueses;
• 598.802 espanhóis;
 Um pouquinho de história...

“Os imigrantes pressionaram o Estado em favor “A partir da Primeira Guerra

de escolas públicas. Mas no período mais intenso Mundial, o governo já havia
da imigração, a partir de 1890, o Brasil tinha um iniciado um processo de
sistema escolar altamente deficitário, com uma nacionalização preventiva,
população de mais de 80% de analfabetos”.; abrindo escolas públicas perto
das étnicas, sem impedir,
“O governo estimulou os imigrantes a abrirem porém, o funcionamento
escolas étnicas. No Rio Grande do Sul, por destas. Começou a tratá-las
exemplo, haviam 23 escolas da imigração alemã com mais restrição a partir do
– das quais apenas 1 ensinava em português. Em final da década de vinte, em
contrapartida, havia apenas 3 escolas públicas na tendência crescentemente
região”. nacionalista”.

(KREUTZ, 2000, p.161)

Um pouquinho de história...

“No Brasil, o mecanismo de refúgio é regido pela

Lei 9474, de 22 de julho de 1997, que estabelece
o procedimento para a determinação, cessação e
perda da condição de refugiado, os direitos e
deveres dos solicitantes de refúgio e refugiados e
as soluções duradouras para aquela população.

(KREUTZ, 2000, p.161)

 Comparando passado
e presente...

▪ "O estrangeiro que tem pele clara não vai ser

tratado como igual, mas os que têm pele
escura são tratados como seus nacionais de
pele escura: com violência e exclusão" ;

▪ "[...] todos os cargos de poder aqui no país são

de descendentes de italianos, suíços e
alemães. Em contrapartida, haitianos,
angolanos, senegaleses, bolivianos e
peruanos, por exemplo, não experimentam a
mesma coisa: 'Eles são rechaçados o todo
tempo'"
Fonte: Fala da diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck
 Desafios para Educação de Imigrantes no
Brasil

“Com a retomada e intensificação de

diferentes fluxos para a cidade de São Paulo,
os movimentos dos migrantes, apoiados por
entidades sociais (ONGs, igrejas, etc.)
começam a reivindicar o espaço público e a
ação do Estado” (...), o que pode ser
verificado, por exemplo, através da demanda
por políticas públicas voltadas para o
acolhimento dos estudantes nas escolas e as
ações de combate à xenofobia”.

(BRAGA, 2019, p.4)

 Desafios para Educação de Imigrantes no
Brasil Os imigrantes que buscam
refúgio organizam seus
documentos e as leis garantem
que eles possam ter seus
“Com a retomada e intensificação de direitos garantidos e que
devem cumprir as leis
diferentes fluxos para a cidade de São Paulo, brasileiras. No entanto, nem
os movimentos dos migrantes, apoiados por todos os imigrantes buscam
entidades sociais (ONGs, igrejas, etc.) refúgio e acabam
começam a reivindicar o espaço público e a permanecendo ilegalmente em
ação do Estado” (...), o que pode ser território brasileiro. Esses
imigrantes podem ocupar
verificado, por exemplo, através da demanda trabalhos que não são
por políticas públicas voltadas para o registrados ou ficar pedindo
acolhimento dos estudantes nas escolas e as dinheiro em semáforos ou
ações de combate à xenofobia”. pontos movimentados das
cidades brasileiras.
(SILVA, 2021, p.5)
(BRAGA, 2019, p.4)
 Um panorama das pesquisas em Educação
para imigrantes

▪ Pesquisas sobre o direito à Educação:

1. Morosidade governamental referente a proteção de imigrantes;
2. Discussões referente aos propósitos educativos;
3. Desenvolvimento de materiais didáticos específicos e adaptação dos
contextos escolares para acolher e manter o público diverso;
4. Burocracia em relação a documentação, falta de informações para
acessar os direitos, invisibilidade dos estudantes, indiferença em
relação ao idioma e às situações concretas da vida material;

(BRAGA, 2019)
Um panorama das pesquisas em Educação
para imigrantes

▪ Pesquisas realizadas por professores (pesquisadores que exercem

docência em regiões com grandes concentrações de estudantes em
situação de migração):
1. Estudos sobre representações sociais de professores e estudantes
imigrantes;
2. Práticas acolhedoras e potencialmente significativas;
3. Investigações sobre apropriações linguísticas e culturais;
Um panorama das pesquisas em Educação
para imigrantes

▪ Pesquisas na Educação Infantil:

1. Investigações sobre as dificuldades na relação das escolas com crianças
e famílias imigrantes ;
2. Investigação de estigmas sobre higiene e vestuário;
Um panorama das pesquisas em Educação
para imigrantes

▪ Pesquisas no Ensino Fundamental I e II:

1. Investigações sobre como se constroem as relações sociais entre
estudantes imigrantes e brasileiros ;

“num contexto escolar caracterizado por diversas

formas de exclusão e recorrentes situações de
indisciplina e violência, os alunos bolivianos
apresentam uma postura de submissão, que os
distingue dos brasileiros, e essa tendência
se manifesta através do ‘olhar para baixo’ comum
entre os bolivianos, diferente dos brasileiros que
‘encaram’ seus interlocutores” (OLIVEIRA, 2013: 77).
Um panorama das pesquisas em Educação
para imigrantes

▪ Pesquisas no Ensino Fundamental I e II:

1. Investigação de depoimentos de professores (Polivalentes e de Língua
Portuguesa) e de estudantes imigrantes matriculados na Rede
Municipal de Ensino de São Paulo ;

“trouxe também as representações que os estudantes bolivianos

trazem dos professores, que declararam que gostariam que seus
professores deveriam falar mais devagar, olhar nos seus olhos, e
manifestam também o desejo de não serem deixados de canto, e
reconhecem que, apesar das dificuldades, têm muita vontade de
aprender”.
(BRAGA, 2019 citando o trabalho de LAZARE-GABRIEL,2016,p.154).
Um panorama das pesquisas em Educação
para imigrantes

▪ Pesquisas no Ensino Fundamental II e Ensino Médio:

1. Investigação do processo de escrita dos estudantes imigrantes;
2. Investigações sobre os estudantes imigrantes enquanto minoria
linguística;
Indagação levantada pelo gurpo:

▪ Como o professor (a) de matemática pode promover a inclusão nas

aulas de matemática dos alunos imigrantes, estrangeiros ou não,
tanto no sentido do conhecimento matemático quanto na promoção
da justiça e do respeito às diferenças dentro e fora da escola?
▪ O que vem sendo pesquisado em relação ao ensino de matemática
para imigrantes?
 LEVANTAMENTO DAS PESQUISAS

▪ Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (recorte temporal de 10

anos (2012 – 2022)):
1. Livros didáticos de aritmética na imigração italiana do Rio Grande do Sul
(1875 – 1905); (2020)
2. Cultura da convergência aplicada ao ensino da tabela periódica • Extratores
utilizados:
(imigrantes digitais);
• “matemática”
3. Gamificação de aulas de matemática por estudantes do oitavo ano do AND “imigrantes”
ensino fundamental (nativos e imigrantes digitais);
4. Educação matemática e subjetivação em formas de vida da imigração
alemã no Rio Grande do Sul no período da campanha de nacionalização.
(2017)
LEVANTAMENTO DAS PESQUISAS

▪ Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (recorte temporal

de 10 anos (2012 – 2022)):
5. História do ensino da matemática na educação básica catarinense
(1970-1990): desafios educacionais enfrentados na formação e
atuação docente. (2016)
6. Instrumento para identificação de software educativo para o ensino
de matemática nos 3º, 4º e 5º anos do ensino fundamental
(imigrantes digitais);
7. Saberes e fazeres na prática pedagógica dos professores de
Matemática de Timor-Leste no contexto das tecnologias digitais;
LEVANTAMENTO DAS PESQUISAS

▪ Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (recorte temporal

de 10 anos (2012 – 2022)):
5. O uso da Plataforma Adaptativa Khan Academy no Ensino de
Matemática e o Impacto nas Avaliações.
6. A Escola Mixta da Cachoeira Grande em Presidente Prudente: um
panorama histórico. (2015) (Orientador: D'Ambrosio);
7. Uma investigação sobre o ensino da matemática nas escolas
polonesas em São Mateus do Sul, Paraná. (2014)
8. Ensino primário e matemática dos imigrantes e descendentes
germânicos em Santa Leopoldina (1857-1907). (2014)
 LEVANTAMENTO DAS PESQUISAS

▪ Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (recorte temporal

de 10 anos (2012 – 2022)):
5. Estilos de aprendizagem no virtual: as preferências do discente do
ensino superior a distância (imigrantes digitais);

Amostra
• Total de 6 trabalhos a serem analisados
 ATIVIDADE

1. Acesse o Google Acadêmico: https://scholar.google.com.br/;

2. Utilize palavras chaves que o ajudem a investigar a temática:

“O professor (a) de Biologia: práticas docente com estudantes imigrantes”

3. Escolha um artigo para responder a questão: “ Quais os desafios para

inclusão de imigrantes em aulas de biologia na educação básica?”.

4. Faça o fichamento do artigo utilizando o modelo disponibilizado no Google

Classroom;