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RESUMO - Avaliação de Aprendizagem, Avaliação Institucional e

Responsabilidade Social

LIBÂNEO, José C.. O dualismo perverso da escola pública brasileira: escola do


conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educação e
Pesquisa (USP. Impresso), v. 38, p. 13-28, 2012.

Resumo elaborado por: Árvore

O presente artigo busca contribuir para a discussão acerca da função da escola. O autor
inicia o texto apresentando o panorama e alguns eventos que levaram a estruturar a
escola, e o sistema educacional, da maneira como conhecemos. A dicotomia
apresentada pelo pesquisador está apresentada no fato de que, a escola hora é vista pela
sua função pedagógica, ou seja, em sua missão de construir com seus estudantes os
conhecimentos socialmente e historicamente construídos, hora é vista pelas suas
funções sociais, principalmente para o acolhimento da classe pobre e miserável presente
em nosso país. Deste modo, a discussão apresentada por Libâneo busca destacar os
impactos negativos na forma de funcionamento e estruturação das escolas da nação,
apresentando as contradições entre o que fora proposto em conferências sobre educação
(cita-se a Conferência Mundial sobre Educação para todos entre outras) e as medidas
tomadas pelos governantes do Brasil. Para o autor, alguns pesquisadores, educadores e
legisladores parecem acreditar que, disponibilizando alguns insumos – que deveriam
atuar sinergicamente – os problemas do sistema escolar estariam resolvidos. Libâneo
pontua, contudo, que essa lógica máscara um equívoco, desconsiderando fatores
intraescolares que estariam diretamente afetando a qualidade escolar. Referenciando
Antônio Nóvoa, explicita-se a dualidade escolar: uma escola centrada na aprendizagem
e na tecnologia para uma elite, outra fundada na ideia de acolhimento social para os
pobres. O autor expõe que, a escola do conhecimento, afim de atender a grande
demanda escolar, de uma escola para todos, direcionada pelos ideais de uma escola
inclusiva, modifica (direciona) o seu foco primário – anteriormente o conhecimento –
para a socialização dos estudantes. Um ponto crítico, destacado pelo autor, é o fato de
que, a perspectiva humanista das medidas de educação proposta, foram “encolhidas” –
como exemplo, cita-se o fato de que as necessidades básicas de aprendizagem foram
convertidas (entendidas e transformadas) em “um pacote restrito e elementar de
destrezas” que deveriam ser “adquiridos” pela população mais carente. Nesse ponto,
relaciona-se as esferas econômicas e políticas para a tomada das decisões educacionais,
a educação escolar reduz-se puramente a objetivos de aprendizagem observáveis,
mediante formulação de padrões de rendimento (avaliações em larga escala). Outro
ponto importante, destacado por Libâneo por meio de seus referenciais, é a contradição
entre o “ensino” da solidariedade em um ambiente que demanda a “competitividade”,
destacando assim o papel do sistema capitalista. Como possíveis soluções, ou caminhos,
para o panorama apresentado, Libâneo apresenta algumas perspectivas baseadas em
referencias como Vygotsky, Paulo Freire, e mesmo, algumas orientações propostas pelo
movimento “Educação para todos”. O autor defende que caberia a escola assegurar a
todos os aprendizes, em função da formação geral, os saberes públicos que apresentam
um valor, independentemente das circunstâncias e dos interesses particulares.

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